segunda-feira, 30 de abril de 2012

4º semana da Páscoa


4º Domingo de Páscoa  ANO B
"Jesus é o modelo de Bom Pastor"

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! O Bom Pastor nos reúne, fazendo de nós um só rebanho, uma só família. Numa relação de amor, ouvimos sua voz e damos graças sobre o pão e o vinho, sinais sacramentais da sua vida que nos é dada. Esta participação na eucaristia nos leva, como bons pastores, a doar livremente, com ele, nossa vida a serviço dos irmãos. Também hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.  
Antífona da entrada: A terra está repleta do amor de Deus; por sua palavra foram feitos os céus. aleluia! (Sl 32,5s)
Primeira Leitura (Atos 4,8-12)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: "Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: 
9 se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, 
10 ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. 
11 Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 
12 Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos". 

Salmo responsorial 117/118
A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! 
"Eterna é a sua misericórdia!" 
É melhor buscar refúgio no Senhor 
do que pôr no ser humano a esperança; 
é melhor buscar refúgio no Senhor 
do que contar com os poderosos deste mundo!
Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes 
e vos tornastes para mim o Salvador! 
"A pedra que os pedreiros rejeitaram 
tornou-se agora a pedra angular. 
Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: 
que maravilhas ele fez a nossos olhos!
Bendito seja, em nome do Senhor, 
aquele que em seus átrios vai entrando! 
Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço! 
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores! 
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! 
"Eterna é a sua misericórdia!"
Segunda Leitura (1 João 3,1-2)
Leitura da primeira carta de são João.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. 
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

EVANGELHO (João 10,11-18)
10 11 Disse Jesus: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas. 
12 O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas. 
13 O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. 
14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, 
15 como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. 
16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. 
17 O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. 
18 Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai". 
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Vocações, dom do amor de Deus
"Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia». O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26). Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação".

TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª Br - At 11,1-18; Sl 41; Jo 10,1-10
3ª Br - At 11,19-26; Sl 86; Jo 10,22-30
4ª Br - At 12,24-13,5a; Sl 66; Jo 12,44-50;
5ª Br - At13,13-25; Sl 88; Jo 13,16-20
6ª Br - At 13,26-33; Sl 2; Jo 14,1-6
Sb Br - At 13,44-52; Sl 97; Jo 14,7-14
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Dou a Vida pelas Ovelhas..."
Confesso que ás vezes como católico, sinto uma “pontinha” de ciúmes dos dirigentes das Igrejas Históricas, que são denominados de “Pastores”, que a meu ver é um título mais profundo e sublime do que “Padre”, que por sua vez significa “Pai”.Entretanto, ambos estão corretos e de acordo com o evangelho, pois a palavra “Padre”, embora signifique “Pai” é compreendida no sentido de ser aquele que cuida, toma conta, zela, dirige, mantém, e não aquele que “gera”, embora ainda haja o argumento de que, no batismo a igreja filhos e filhas de Deus, entretanto, o Batismo é realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, portanto, a palavra pastorear é uma ação mais humana e esta é, a meu ver, uma das mais belas alegorias aplicadas a Jesus, pelo evangelista.
No antigo Testamento, a maioria dos pastores não eram donos do rebanho, mas trabalhavam para alguém que era o verdadeiro proprietário. Em Ezequiel 34, Deus censura os maus pastores e garante que ele mesmo irá cuidar do seu rebanho “Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso, buscarei a ovelha que estiver perdida, curarei a ferida, reconduzirei a que estiver desgarrada”
Em Jesus Cristo essa profecia se cumpre, e quando ele se apresenta como o Bom Pastor, está dizendo a todos aqueles a quem confiou as ovelhas : “Vejam, é assim que eu quero que tratem as minhas ovelhas”. Portanto, nenhum dirigente de uma Igreja Cristã, poderá ter dúvidas sobre como tratar as ovelhas, a consciência de que elas não são suas, não fazem parte de sua propriedade, deve estar sempre presente na missão de um verdadeiro pastor. As ovelhas pertencem a Deus, devem ser conduzidas até sua casa, e cabe ao pastor apenas mostrar o caminho.
Há neste evangelho um versículo que ensina de modo muito claro como age o verdadeiro pastor, e aqui a reflexão se torna mais ampla, porque o recado não é direcionado apenas aos dirigentes, mas a qualquer cristão que tenha na comunidade alguma responsabilidade pastoral. Na nossa compreensão do dia a dia, alguém que é BOM, é aquela pessoa quietinha, que não tem boca pra nada, que não reclama, não critica, só faz o bem, é muito boazinha. Mas o conceito de BOM, nesse evangelho, sendo aplicado a Pastor, quer antes de tudo nos mostrar que Jesus, enquanto modelo perfeito de homem, no seu jeito de amar, vai além dos limites.
Podemos entender melhor esse pensamento na comparação entre o Pastor e o mercenário, que também é um pastor, porém, profissional contratado, uma espécie de “Tarefeiro”, que pastoreia o rebanho apenas pelo salário, tendo certas obrigações e deveres constantes do contrato, por exemplo, diante de algum perigo que rondasse as ovelhas, ele teria que defendê-las, porém, desde que a sua vida não estivesse sendo colocada em risco: diante de um Leão faminto e feroz, ele podia abandonar o rebanho á sua própria sorte, pois não tinha como enfrentar um leão, ou seja, na defesa da vida das ovelhas há um limite. Então não vamos fazer mau juízo do mercenário.
Entretanto, é bom fazer uma pergunta fundamental: quem é que irá contratar um profissional, que trabalhe apenas pelo salário, que apenas faça aquilo que é necessário, ou que apenas cumpra o contrato? Se fosse em um time profissional, seria aquele jogador que só entrou para ganhar o “bicho”, nunca vai “suar” a camisa, aliás, nem a camisa do time ele vai vestir. É aquele agente de pastoral, ou participante de um movimento, que sempre diz de peito estufado “A minha parte eu sempre faço!”. Esse é o mercenário, que sempre faz o que tem que fazer, e que é sua obrigação.
Jesus Cristo, o único e verdadeiro Pastor, apresenta-se como BOM nesse sentido, de que as ovelhas, cada uma delas em particular, são o alvo de sua atenção, de modo que o seu interesse está voltado totalmente para elas, a vida do rebanho todo e de cada ovelha, é mais preciosa do que a sua própria Vida, e se vier uma matilhas de Lobos ferozes, ou um bando de leões famintos, ele nunca “dá no pé”, mas fica e enfrenta, ainda que esse ato, marcado de um amor extremoso e infinito, represente a perda da sua vida.
Há uma tentação muito grande, de nesse Domingo do Bom Pastor, olharmos para os nossos dirigentes e pastores, ministros ordenados e servos de Deus, colocados pela Instituição à frente da comunidade, paróquia ou Diocese, criticar duramente sua conduta e condená-los ao inferno ainda em vida, mas pensemos um pouco naquelas ovelhas, numerosas ou não, ou quem sabe apenas uma ovelha, que Deus colocou sob os nossos cuidados, na vida comunitária ou familiar, se a nossa relação com elas, não se modelar em Jesus, o Bom Pastor, nosso pecado será tão grave como o das lideranças, e também iremos um dia prestar conta dessas ovelhas diante do único e verdadeiro DONO do rebanho. (Domingo do Bom Pastor – João 10, 11-18)
2. A dimensão universal do dom de Jesus
Jesus já havia proclamado: "Eu sou a porta do redil das ovelhas" (cf. 30 abr.). Agora se identifica com o bom pastor. Com estas proclamações, Jesus afirma-se como o modelo para os que têm a responsabilidade de estar à frente das comunidades.
Qualquer imagem é limitada para exprimir a realidade da missão de Jesus, que ultrapassa as nossas comuns experiências de vida. Em contraste à imagem do bom pastor é apresentada a imagem do "assalariado" (misthôtós). Esta imagem, que pode comportar certa ambiguidade, indica a situação de alguém que se coloca a serviço de outrem em troca de um salário, situação esta questionável do ponto de vista socioeconômico e dos direitos humanos. O termo pejorativo "mercenário" se aplica àquele que só se importa com o dinheiro que vai receber; na história é comum a formação de exércitos de mercenários para fazer a guerra, o que acontece, hoje, com os exércitos que estão sendo enviados para fazer a guerra no Oriente. Isto não significa que os assalariados, em geral, sejam mercenários, pois, diante da necessidade da sua sobrevivência, comumente eles se dedicam ao cumprimento dos deveres impostos pelos patrões.
Com a imagem do assalariado mercenário é feita uma alusão aos chefes das sinagogas e do Templo de Jerusalém que rejeitam Jesus e oprimem o povo, cuidando apenas do dinheiro que sua função proporciona. Na primeira leitura, Pedro, que havia sido encarcerado, ao ser trazido diante dos membros do Sinédrio, do sumo sacerdote, de anciãos e escribas, destemidamente, acusa-os de terem rejeitado Jesus e de o terem crucificado.
Esta imagem do mercenário é, também, uma advertência contra aqueles que, na comunidade, assumem posições de liderança por interesses pessoais, por vaidade, ou por desejo de poder. Na hora das dificuldades são omissos em seus compromissos com a comunidade.
A imagem do "bom pastor", na parábola, se aplica àquele que cuida das ovelhas fazendo a vontade do Pai em comunhão de amor. Jesus é o bom pastor. É ele quem comunica a vida plena. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos os homens e mulheres que vivem no mundo. É por este amor que somos filhos de Deus, participantes da vida divina e eterna (segunda leitura).
Como bom pastor, Jesus conhece suas ovelhas e elas o conhecem. O conhecer as ovelhas, e ser conhecido por elas, é uma qualidade fundamental do pastor, sendo fruto do convívio e do diálogo, fortalecendo o amor. O conhecer leva à proximidade, à solidariedade, à comunhão. Ao dedicar sua vida a suas ovelhas, o pastor está comunicando vida a elas. E foi esta a missão que Jesus recebeu do Pai: como pastor, dar sua vida divina pelas ovelhas de todos os redis, sem fronteiras, sem eleições particulares e sem limites. João, já no prólogo de seu evangelho, caracteriza esta dimensão universal do dom de Jesus: Jesus é a luz verdadeira que ilumina todo homem, e a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,9.12).
Para Jesus não existe massa humana amorfa. Jesus mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama a cada um pelo nome e a cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é de mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai. Pelo conhecimento e pelo amor a Jesus e ao nosso próximo, inserimo-nos na vida divina trinitária, em comunhão de vida com o Pai e o Filho, no Amor.
Oração
Pai, que eu saiba entregar-me com toda confiança nas mãos de teu Filho - o bom Pastor -, pois só assim estarei seguro de estar trilhando o caminho para ti.
3. O BOM PASTOR

Jesus já se autoproclamara a porta do redil das ovelhas, pela qual entra o pastor. Agora se declara como o bom pastor. É ele quem conduz para a vida plena. A imagem do pastor e das ovelhas é comum nos textos dos profetas no Primeiro Testamento, sendo o povo de Israel as ovelhas de Javé.
O mercenário, alusão aos fariseus e chefes religiosos de Jerusalém que rejeitaram Jesus (cf. primeira leitura), não se importa com as ovelhas. O que lhe importa é o dinheiro que o beneficia em S. Filipe e S. Tiago, Apóstolos sua função de pastor.
Jesus é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Toda sua vida foi dom e comunicação do amor que vivifica. Neste dom não há temor nem fuga diante da morte. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos, homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, ele conhece suas ovelhas e elas o conhecem. O conhecimento é fruto do convívio e do diálogo, e gera o amor.
Para Jesus não existe massa humana amorfa. Ele mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama cada um pelo nome e para cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é da mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai. Pelo conhecimento e pelo amor a Jesus nos inserimos na vida divina trinitária com o dinamismo da união entre o Pai e o Filho, no Amor. As relações de conhecimento e amor de Jesus não se restringem a um único rebanho, a um único grupo de eleitos. O dom da vida de Jesus tem um alcance universal.
João, já no prólogo de seu Evangelho, caracteriza a dimensão universal deste dom: Jesus é a luz verdadeira que ilumina todo ser humano, e a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,9.12). O vínculo de unidade em torno de Jesus é amor que liberta, promove a justiça e gera a vida, e não é restrito a nenhuma profissão de fé particular.
Deus é a plenitude do amor e da vida. A vida de Jesus está, por sua natureza divina, toda perdida e reencontrada nesta plenitude. Presente entre nós, ele quer que sejamos mergulhados em sua vida divina. Entregando nossa vida a Jesus, em comunhão de conhecimento e amor, fazendo a vontade do Pai, nos tornamos filhos de Deus (segunda leitura) e participamos da vida eterna.
Liturgia da Segunda Feira

IV SEMANA DA PÁSCOA *
Antífona da entrada: Cristo, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia! (Rm 6,9)
Leitura (Atos 11,1-18)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 11 1 os apóstolos e os irmãos da Judéia ouviram dizer que também os pagãos haviam recebido a palavra de Deus. 
2 E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis que eram da circuncisão repreenderam-no: 
3 "Por que entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles?" 
4 Mas Pedro fez-lhes uma exposição de tudo o que acontecera, dizendo: 
5 "Eu estava orando na cidade de Jope e, arrebatado em espírito, tive uma visão: uma coisa, à maneira duma grande toalha, presa pelas quatro pontas, descia do céu até perto de mim. 
6 Olhei-a atentamente e distingui claramente quadrúpedes terrestres, feras, répteis e aves do céu. 
7 Ouvi também uma voz que me dizia: ´Levanta-te, Pedro! Mata e come´. 
8 Eu, porém, disse: De nenhum modo, Senhor, pois nunca entrou em minha boca coisa profana ou impura. 
9 Outra vez falou a voz do céu: ´O que Deus purificou não chames tu de impuro´. 
10 Isto aconteceu três vezes e tudo tornou a ser levado ao céu. 
11 Nisso chegaram três homens à casa onde eu estava, enviados a mim de Cesaréia. 
12 O Espírito me disse que fosse com eles sem hesitar. Foram comigo também os seis irmãos aqui presentes e entramos na casa de Cornélio. 
13 Este nos referiu então como em casa tinha visto um anjo diante de si, que lhe dissera: ´Envia alguém a Jope e chama Simão, que tem por sobrenome Pedro´. 
14 Ele te dirá as palavras pelas quais serás salvo tu e toda a tua casa. 
15 Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós. 
16 Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: ´João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo´. 
17 Pois, se Deus lhes deu a mesma graça que a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, com que direito me oporia eu a Deus?" 
18 Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: "Portanto, também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!"

Salmo responsorial 41/42
Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.
Assim como a corça suspira
pelas águas correntes,
suspira igualmente minha alma
por vós ó meu Deus!
A minha alma tem sede de Deus
e deseja o Deus vivo.
Quando terei a alegria de ver
a face de Deus?
Enviai vossa luz, vossa verdade:
elas serão o meu guia;
que me levem ao vosso monte santo,
até a vossa morda!
Então irei aos altares do Senhor,
Deus da minha alegria.
Vosso louvor cantarei ao som da harpa,
meu Senhor e meu Deus!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Evangelho (João 10,1-10)
Naquele tempo, disse Jesus: 10 1 "Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 
2 Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem. 
4 Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz. 
5 Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos". 
6 Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar. 
7 Jesus tornou a dizer-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 
8 Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 
9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. 
10 O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Só o Bom Pastor tem a Senha"
Se o coração de cada ovelha fosse um arquivo, poderíamos dizer em uma linguagem atual, que só o Bom Pastor que é Jesus Cristo, tem a senha ou a palavra chave para comunicar-se com suas ovelhas. Os Maus pastores de Israel, e os maus pastores de hoje, seriam os Hackers que só têm segundas intenções com as ovelhas. A estes Jesus chama de Ladrões e mercenários, justamente porque não têm a senha, não sabem o segredo para passar pela porta da vida das ovelhas, mas pulam a janela e as ovelhas não os conhecem, por isso não o seguem.
O texto traz uma dura crítica aos líderes religiosos daquele tempo, que conduziam mal o rebanho, usando das ovelhas em benefício próprio. A inspiração vem do Profeta Ezequiel que usou muito bem essa comparação nos tempos em que, aqueles que Deus colocou á frente do seu povo, para guia-los, protegê-los e defendê-los dos perigos, fizeram tudo ao contrário, deixaram o Povo dispersar e cair nas mãos de um povo estranho ( exílio da Babilônia).
Vendo a resistência á sua pessoa e missão, manifestada pelas lideranças do Judaísmo, preocupados em não perder seus privilégios e regalias, por conta das funções desempenhadas na religião de Israel, de maneira hipócrita se apegam á tradição e rejeitam a Jesus. E o povo começa a comparar a atuação de Jesus e a dos líderes religiosos, a ponto de um dos evangelhos dizer que "Jesus ensinava com autoridade, e não como os Doutores da Lei e Fariseus".
Eu fiquei pensando na importância de uma porta em nosso dia a dia, para entrar na casa dos outros é preciso passar por uma porta, mas sem autorização fica difícil. Hoje em dia temos os interfones e até a câmera que mostra quem é que está querendo entrar. Antigamente batia-se palmas e gritava "Ô de casa!" e alguém respondia "Vá entrando....". Quem entra passa a fazer parte, torna-se conhecido e íntimo do outro. Neste mundo nem todas as portas estão abertas para todos. Um site mais completo chama-se portal... Na internet também temos muitas portas, umas que levam para a vida, outras à morte.
Uma coisa é certa, a porta de Deus estava fechada para os homens e trancada por dentro, nenhum ser humano conseguiria abri-la, a não ser pelo lado de dentro. Jesus não era humano, mas abriu-nos essa porta e isso lhe custou caro: encarnou-se e assumiu nossa mísera natureza humana, despertando no coração do homem esse desejo e essa vontade de entrar na casa de Deus, coisa que só tornou-se possível a partir de Jesus Cristo, por isso, nesse evangelho ele diz "Eu sou a porta". Porta para entrar no coração de Deus Pai, mas também no coração das pessoas, é uma passagem de mão dupla, Nós vamos a Deus e em Jesus Deus vem até nós.
O pecado que é o mau uso da nossa liberdade nos faz fechar acidentalmente a porta por dentro impedindo o nosso acesso a Deus e o acesso Dele a nós, entretanto, como está fechada por dentro, só ele consegue abrir. De nossa parte é preciso apenas bater... Não com o nó dos dedos, mas do coração que o busca com toda sinceridade, porque simplesmente não Vive sem ELE...
2. A porta do redil
Em complemento ao tema fundamental do evangelho, que é o dom da vida eterna, João apresenta um tema eclesial sob a forma de uma parábola: o redil das ovelhas.
Jesus dirige a parábola a alguns fariseus que lhe estavam próximos, após a cura de um cego. Jesus, de início, se afirma como sendo a porta do redil. É através dele que entram os verdadeiros pastores e as ovelhas, formando a autêntica comunidade. Os fariseus, rejeitando Jesus, estão desqualificados como pastores. É também uma advertência aos fiéis das comunidades para não retornarem às práticas e observâncias tradicionais, das quais foram libertados por Jesus. A sentença final exprime todo o sentido da encarnação: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância".
Oração
Pai, torna-me um discípulo dócil de Jesus, o verdadeiro pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente ele poderá conduzir-me para ti.
3. Advertência à Comunidade
Em complemento ao tema fundamental do Evangelho, que é o dom da vida eterna, João apresenta este tema eclesial: o redil das ovelhas. E versa sobre a responsabilidade dos líderes de comunidades diante da missão de serem testemunhas deste dom da vida eterna. Jesus é a porta para os pastores, e também para as ovelhas. Há aqueles que vêm apenas para roubar, matar e destruir as ovelhas. É uma alusão aos chefes religiosos que se apegam à Lei, ultrapassada, e não recebem Jesus. Trata-se ainda de uma advertência aos fiéis das comunidades para não retornarem as práticas e observâncias tradicionais, das quais foram libertados por Jesus. Quem entrar por Jesus encontrará pastagem, isto é, alimento para a vida. É a vida em abundância, a vida eterna.
Liturgia da Terça-Feira
IV SEMANA DA PÁSCOA *
Antífona da entrada: Alegremo-nos, exultemos de demos glória a Deus, porque o Senhor todo-poderoso tomou posse do seu reino, aleluia! (Ap 19,7.6)
Leitura (Atos 11,19-26)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
11 19 Entretanto, aqueles que foram dispersados pela perseguição que houve no tempo de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, pregando a palavra só aos judeus. 
20 Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene, entrando em Antioquia, dirigiram-se também aos gregos, anunciando-lhes o Evangelho do Senhor Jesus. 
21 A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor. 
22 A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram então Barnabé até Antioquia. 
23 Ao chegar lá, alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a perseverar no Senhor com firmeza de coração, 
24 pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão uniu-se ao Senhor. 
25 Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e levou-o para Antioquia. 
26 Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 86/87
Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.
O Senhor ama a cidade 
que fundou no monte santo; 
ama as portas de Sião 
mais que as casas de Jacó. 
Dizem coisas gloriosas 
da cidade do Senhor.
Lembro o Egito e a Babilônia 
entre os meus veneradores. 
Na Filistéia ou em Tiro 
ou nos país da Etiópia, 
este ou aquele ali nasceu. 
De Sião, porém, se diz: 
"Nasceu nela todo homem; 
Deus é sua segurança".
Deus anota no seu livro, 
onde inscreve os povos todos: 
"Foi ali que estes nasceram". 
E por isso todos juntos 
a cantar se alegrarão; 
e, dançando, exclamarão: 
"Estão em ti as nossas fontes!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).

Evangelho (João 10,22-30)
10 22 Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno. 
23 Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão. 
24 Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: "Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente". 
25 Jesus respondeu-lhes: "Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. 
26 Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 
27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 
28 Eu llhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. 
29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. 
30 Eu e o Pai somos um". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "O Filho do Carpinteiro"

No judaísmo a filiação é algo muito importante, ela contém em si uma linhagem e uma marca inconfundível a ponto de se poder afirmar categoricamente "Tal Pai, Tal Filho". Aqui é bom que se diga que para os amigos e a vizinhança toda de Nazaré, Jesus era de fato o Filho de José e de Maria e o caráter adotivo dessa filiação pertencia ao mistério da Fé e do Agir Divino, pois  naquele tempo, não se tinha toda uma Teologia prontinha a respeito dos principais acontecimentos na História da Salvação, podemos dizer que, no contexto da humilde cidade de Nazaré, nenhum dos moradores iria "admitir" uma história dessas...
Mas penso que também as comunidades do primeiro século tiveram que abrirem-se muito á graça de Deus e a sabedoria do Espírito, para compreenderem o ensinamento dos apóstolos a esse respeito. Talvez o grande problema naquele tempo, era entender como é que podia um Homem ser Deus e este ser um Homem, ao mesmo tempo, com duas naturezas distintas. Justamente por conhecerem á sua origem, a sua história, a sua genealogia e seus familiares mais próximos, os conterrâneos dali da "Terrinha" de Jesus, até que sentiam orgulhosos por terem entre eles alguém de tão grande conceito em Israel, um grande Profeta, que já estava com uma fama maior do que os maiores profetas da história, pois seus ensinamentos causavam admiração, suas obras enchiam os olhos dos Nazarenos, mas daí, começar a pensar que seria ele o grande e esperado Messias, já seria um exagero. E porque?
Pela sua origem simples, sua vida rotineira igualzinha a vida de qualquer judeu, alimentar-se, ir na catequese, estar submisso ao Pai e Mãe, aprender a profissão do Pai, para sobreviver economicamente. O Messias não precisava de nada dessas coisas, tinha poder e glória, era um enviado de Deus e não estava em nível de um simples ser humano.
Hoje há um pensamento nefasto no cristianismo, que vem contaminando a vida de muitos cristãos, trata-se da Fé da Magia, que crê em um Cristo apenas Divino, que deverá usar seus poderes para socorrer os vis mortais. Um Jesus que está com a gente, mas que não é igual a nós, um Jesus que separa Fé e Vida. São José Operário é o mesmo José esposo de Maria e Pai Adotivo do menino Jesus, a Igreja aprendeu a venerá-lo também enquanto trabalhador, um Operário, que sobrevivia e garantia o pão a si, a mãe e ao menino, com o suor do seu trabalho. Um homem a quem Deus confiou a guarda do seu Filho e de sua Mãe, um Homem que nada exigiu de Deus, por ter-lhe confiado essa grande responsabilidade, mas sendo um homem Justo, viveu e sobreviveu igual a todos os outros homens do seu tempo. 
Como São José Operário, somos especiais enquanto vocacionados ao Cristianismo, para viver segundo a Fé, mas somos também  iguais a todas as demais pessoas, sobrevivendo do nosso trabalho, dos nossos sonhos e projetos, que na vida de São José Operário e de cada um de nós, está sempre em harmonia com o Desígnio Divino.
Que São José Operário seja inspiração para todos os trabalhadores, e ao mesmo tempo desperte no coração dos empregadores, empresários e governantes, esse anseio pela justiça e igualdade social, que cada homem possa ter sempre o necessário para sua sobrevivência, e que as diferenças sociais comecem a ser amenizadas...
2. Jesus transforma as pessoas pelo amor

A "própria cidade" de Jesus é Nazaré. É uma vila da Galileia nunca mencionada no Primeiro Testamento. Não se pode, também, localizá-la com precisão. Admite-se que seja o lugar de um antigo vilarejo denominado En-Nazira. Contudo, pode-se perceber que "sua própria cidade" é um lugar periférico e insignificante diante dos grandes centros, como Jerusalém, capital da Judeia. Nota-se isto na observação de Natanael, no evangelho de João (Jo 1,45-46): "De Nazaré pode sair algo de bom?".
Enquanto o evangelho de Lucas identifica Jesus com "o filho de José", Mateus o identifica com "o filho do carpinteiro". A mãe, os irmãos e as irmãs são mencionados, com a observação de que todos participam da humilde comunidade. A conclusão é que, com uma origem humilde, Jesus não pode ser o messias poderoso esperado. Jesus, todavia, afirma-se como um profeta, e não como o messias. A tradicional e consolidada expectativa de mudança pela conquista e pelo exercício do poder distancia-se da ação libertadora de Jesus, que transforma as pessoas e a sociedade pelo amor.
Oração
Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em meus mesquinhos esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de agir.
3. Manter a Fé em Jesus
Durante
cada uma das cinco visitas de Jesus a Jerusalém, o evangelista João apresenta longos discursos de Jesus em contestação à doutrina do templo e das sinagogas. As visitas são feitas por ocasião das grandes festas religiosas populares, momento oportuno para proclamar o Reino ao povo. Neste diálogo com os judeus, pode-se perceber uma expressão do conflito entre a sinagoga e as comunidades cristãs, no tempo da redação do texto de João (década de 90). A sinagoga, tentando reencontrar sua rígida identidade, decidira expulsar os judeus que aderiram à fé em Jesus. Procurava demover os cristãos inseguros, alegando-lhes que ele não era o Messias, o Cristo. Contudo, João mostra que a fé em Jesus deve ser mantida tendo em vista as suas obras de amor. As palavras dele ecoam nas comunidades e os discípulos devem segui-lo. É ele quem dá a vida eterna e seu Pai guarda de maneira segura seus discípulos.
Liturgia da Quarta-Feira

SANTO ATANÁSIO - BISPO E DOUTOR
Antífona da entrada: No meio da Igreja o Senhor colocou a palavra nos seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de glória, aleluia! (Eclo 15,5)
Leitura (Atos 12,24-13,5)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
12 24 Entretanto, a palavra de Deus crescia e se espalhava sempre mais. 
25 Tendo Barnabé e Saulo concluído a sua missão, voltaram de Jerusalém (a Antioquia), levando consigo João, que tem por sobrenome Marcos. 
1 Havia então na Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles Barnabé, Simão, apelidado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo. 
2 Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado. 
3 Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e os despediram. 
4 Enviados assim pelo Espírito Santo, foram a Selêucia e dali navegaram para a ilha de Chipre. 
5 Chegados a Salamina, pregavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham com eles João para auxiliá-los. 

Salmo responsorial 66/67
Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, 
que todas as nações vos glorifiquem.
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, 
e sua face resplandeça sobre nós! 
Que na terra se conheça o seu caminho 
e a sua salvação por entre os povos.
Exulte de alegria a terra inteira, 
pois julgais o universo com justiça; 
os povos governais com retidão 
e guiais, em toda a terra, as nações.
Que as nações vos glorifiquem, pó Senhor, 
que todas as nações vos glorifiquem, 
Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, 
e o respeitem os confins de toda a terra!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terra a luz da vida (Jo 8,12).

Evangelho (João 12,44-50)
12 44 Entretanto, Jesus exclamou em voz alta: "Aquele que crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou; 
45 e aquele que me vê, vê aquele que me enviou. 
46 Eu vim como luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas. 
47 Se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo. 
48 Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que anunciei julgá-lo-á no último dia. 
49 Em verdade, não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele mesmo me prescreveu o que devo dizer e o que devo ensinar. 
50 E sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que digo, digo-o segundo me falou o Pai". !
Santo do Dia / Comemoração (SANTO ATANÁSIO)
Houve o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja.
Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos.
Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares. Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373. Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja". Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "A Palavra que nos julga..."

Estou revendo uma novela dos anos 90 chamada "Roque Santeiro", nela, o maldoso e cruel Sinhozinho Malta, a cada maldade arquitetada perguntava aos seus  cupinchas, "Estou certo ou errado?" balançando a pulseira do relógio, em um gesto que demonstrava um excessivo autoritarismo, e ninguém ousava dizer que ele estava errado...
Quando ouvimos falar de um Deus diante do qual chegaremos para ser julgados, dá um "friozinho" na barriga, principalmente sabendo que não haverá recurso e nem apelação, o julgamento será definitivo e irá selar toda a eternidade. Entretanto, diferente dos tribunais da terra, onde muitas vezes prevalece a mentira por causa de um ardil muito bem planejado da Defesa ou da Acusação, e que consiste em ter na manga da camisa ou no bolso do colete uma elemento surpresa para ser utilizado na audiência, nenhum homem ou mulher da humanidade inteira poderá alegar falta de conhecimento, ou medo de que Deus use de um elemento surpresa, de algo que nãop sabemos, para nos condenar...
Ele falou as claras, manifestou-se nitidamente no seu Filho Jesus Cristo, sabiamente chamado pelo evangelista João de "Verbo Divino", e aqui, também para que ninguém alegue que se esqueceu dessa Palavra de Deus e do seu ensinamento, Jesus nos deu o seu Espírito Santo, para sempre "refrescar a nossa memória e o nosso coração", isso é, poderá passar milênios de história da nossa Humanidade, a Palavra permanecerá sempre intacta e atualizada, nenhum ser humano terá diante de Deus qualquer desculpa, para abrandar o julgamento.
Ouvir a Palavra de Jesus é ouvir a Palavra do Pai, ver a Jesus e fazer com ele a experiência mais sensacional e espetacular de nossa Vida, é ver e experimentar o próprio Pai. Quem viver de maneira permanente essa experiência, tornar-se-á conhecido do Pai e não precisará temer o julgamento. Entretanto, ouvir e ver, conhecê-lo e experimentá-lo, é decisão que compete a cada homem tomar, mediante a fé e o bom uso do seu Livre arbítrio.
Desprezar e rejeitar a Jesus, menosprezar o seu evangelho, sua Palavra libertadora, sua Luz maravilhosa, e viver de qualquer jeito, empurrando a existência com a "barriga", ignorando o seu sentido, a origem da Vida e o seu ocaso, é condenar-se já nesta vida, é tomar a decisão errada, criando uma situação que depois não poderá ser revertida...
Uma coisa é certa e comprovada, sem acolher esta Palavra, nem vale a pena viver...
2. A origem divina de Jesus

Com estas palavras, em Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa, Jesus encerra o seu anúncio da Boa-Nova aos peregrinos que aí acorrem. A seguir, falará longamente aos seus discípulos, durante a última ceia.Temos, aqui, um resumo feito por Jesus do significado e das consequências de sua prática, ao longo de toda sua vida. João, no seu evangelho, apresenta a fala de Jesus retomando temas já apresentados, desde o Prólogo, sempre com novos esclarecimentos. A ideia central é a origem divina de Jesus e a plena comunicação de vida em sua missão. Homens e mulheres são a nova criação, a partir da encarnação de Jesus. A cada um é apresentada a responsabilidade em aceitar ou não a vida eterna que o Pai oferece em sua pessoa. Deus conta com a nossa adesão na fé e com o nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna.
Estas palavras de Jesus, transcendendo o tempo e o espaço, são proclamadas para nós, hoje.
Oração
Pai, como discípulo da luz, quero deixar-me sempre guiar por teu Filho. Só, assim, as ciladas do demônio não prevalecerão sobre mim. Vem em meu auxílio!
3. Aderir à Fé

Estas palavras de Jesus concluem sua longa fala após a entrada gloriosa em Jerusalém. Foi em sua última visita à cidade, na festa de Páscoa. São também as últimas palavras de Jesus em público. Como de costume, João retoma, com novos esclarecimentos, temas já apresentados no seu Evangelho: a unidade com o Pai, que o enviou; crer nele e vê-lo é crer e ver aquele que o enviou; o que Jesus fala é o que o Pai ordenou; Jesus é a luz que brilha nas trevas, é a luz do mundo, já anunciada no Prólogo e retomada no discurso na festa das Tendas; o julgamento não será feito por Jesus, mas sim pela acolhida ou rejeição de suas palavras. Jesus, em união com o Pai, veio comunicar a todos a vida eterna. A participação na vida eterna é opção de cada um. Deus conta com nossa adesão na fé e com nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna.
Liturgia da Quinta-Feira
SANTOS FILIPE E TIAGO - APÓSTOLOS E MÁRTIRES
Antífona da entrada: Estes são os santos que Deus escolheu no seu amor. Deu-lhes uma glória eterna, aleluia!
Leitura (1 Coríntios 15,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
15 1 Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes. 
2 Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé. 
3 Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 
4 foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 
5 apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. 
6 Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); 
7 depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. 
8 E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo. 

Salmo responsorial 18/19A
Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
Os céus proclamam a glória do Senhor, 
e o firmamento, a obra de suas mãos; 
o dia ao dia transmite esta mensagem, 
a noite à noite publica esta notícia.
Não são discursos nem frases ou palavras, 
nem são vozes que possam ser ouvidas; 
seu som ressoa e se espalha em toda a terra, 
chega aos confins do universo a sua voz.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Sou o caminho, a verdade e a vida, diz Jesus; Filipe, quem me vê, igualmente vê meu Pai! (Jo 14,6.9)

EVANGELHO (João 14,6-14)
Naquele tempo, 14 6 Jesus lhe respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. 
7 Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". 
8 Disse-lhe Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta". 
9 Respondeu Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: ´Mostra-nos o Pai´. 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. 
13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 
14 Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei". 
Santo do Dia / Comemoração (SANTOS FILIPE E TIAGO)
São Filipe 
Filipe nasceu em Betsaida, na Galiléia, e foi um dos primeiros discípulos de Jesus, tendo sido, anteriormente, discípulo de são João Batista. O seu nome ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado mais de uma vez no Evangelho.
Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas dão-nos, de Filipe, somente o nome e o lugar do nascimento, mas João oferece-nos maiores particularidades sobre a sua personalidade. Os poucos elementos fornecidos pelo Evangelho permitem-nos esboçar o perfil espiritual do apóstolo Filipe, homem simples e aberto, primário e sincero, que gozou da intimidade espontânea com Jesus.
Ele era da mesma cidade de Pedro e André, e talvez fosse também pescador. As Sagradas Escrituras nos contam que Filipe, após ter sido chamado diretamente por Jesus, ao encontrar Natanael, mais tarde chamado de Bartolomeu, com certa euforia lhe comunica a notícia: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José" (Jo 1,45-46).
Em outra passagem, João nos conta que foi Filipe quem perguntou a Jesus, no dia do milagre da multiplicação dos pães, como faria para alimentar tanta gente com tão poucos pães. Também, noutra ocasião, quando se aproximaram dos apóstolos, alguns gregos que queriam ver mais de perto Jesus e recorreram diretamente a Filipe. Então, junto com André, transmitiram o pedido a Cristo, que os atendeu com benevolência (Jo 12,21-23).
A última intervenção dele aconteceu durante a última ceia. Os apóstolos escutavam, atentos, as palavras de despedida do Mestre quando Filipe lhe pediu um esclarecimento: "Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheceis? Quem me viu, viu o Pai. Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim?" (Jo 14,8).
Nada sabemos dele depois da ressurreição. Segundo a tradição, ele foi enviado para pregar o Evangelho na Ásia Menor, onde patrocinou um fato prodigioso. Filipe teria sido obrigado a reverenciar o deus Marte, acendendo-lhe um incenso. Naquele instante, surgiu de trás do altar pagão uma cobra, que matou o filho do sacerdote-mor e mais dois comandados seus. Mas o apóstolo, com um gesto, os fez ressuscitar e matou a cobra. Esse e outros milagres de Filipe foram responsáveis pela conversão de muitos pagãos ao cristianismo.
Não se sabe, exatamente, como ou quando Filipe morreu. Mas o mais provável é que tenha sido crucificado em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano, talvez Trajano, aos oitenta e sete anos. Suas relíquias foram transportadas num dia 3 de maio e colocadas na igreja dos Apóstolos, em Roma, junto com as de são Tiago, o Menor. Por isso são Filipe é celebrado neste dia.
São Tiago 
Tiago, filho de Alfeu, é identificado nos evangelhos como "irmão do Senhor", termo usado para designar parentesco de primos. Governou a Igreja de Jerusalém e foi chamado de "o Menor" para não ser confundido com são Tiago, o Maior, que era irmão de são João.
Os evangelhos só falam dele nas listas dos apóstolos. Porém tal falta de informação foi compensada pelas fartas referências à sua ação e personalidade contidas nos Atos dos Apóstolos e na Carta de são Paulo aos Gálatas, que nos permitem saber que Tiago era, com são Pedro, a principal figura da Igreja. São Paulo chega a citar seu nome em primeiro lugar, dizendo: "Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja" (Gl 2,9). Foi com ele que Paulo, depois de convertido, se encontrou em Jerusalém.
Dizem as Escrituras que Tiago sempre teve atenção e carinho especiais de Jesus Cristo. Além de considerá-lo um homem de grande elevação espiritual, ainda era seu parente próximo. Tiago foi testemunha da Ressurreição de Jesus; (1Cor 15,7). Antes de subir aos céus, Jesus, numa aparição, deu a ele o dom da ciência como recompensa por sua bondade e santidade.
No Concílio de Jerusalém, onde se discutiu o problema da circuncisão e da lei mosaica a serem impostas ou não aos convertidos do paganismo, Tiago teve um papel importante quando deu sua opinião, aceita por todos (At 15). Ele também escreveu uma epístola.
Devemos a Tiago práticos, sensíveis e prudentes ensinamentos. Como esta advertência, sempre muito atual: "Se alguém pensa ser religioso, mas não freia sua língua e engana seu coração, então é vã sua religião. A religião pura e sem mácula, aos olhos de Deus, nosso Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo" (Tg 1,26-27).
Sobre a morte de Tiago, o Menor, que foi o primeiro apóstolo a dar a vida em nome de Jesus, possuímos informações de antiga data. Entre as mais prováveis estão as do historiador hebreu José Flávio, segundo o qual o apóstolo teria sido apedrejado e pisoteado no ano 61(ou 62), pelo sumo pontífice Anás II, que se aproveitou da morte do íntegro papa Festo para eliminar o bispo de Jerusalém.
São Tiago, o Menor, sempre foi considerado um homem de grande pureza, total dedicação e abnegação, vivendo, desde o nascimento, consagrado a Deus. Sua vida foi santa e de muita austeridade. Converteu muitos judeus à fé cristã antes de receber a coroa do martírio. Suas relíquias foram colocadas na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma, e sua festa se celebra no dia 3 de maio.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Senhor, mostra-nos o Pai..."
Hoje é Festa de São Filipe e São Tiago, discípulos e apóstolos de Jesus, ambos tiveram a honra de morrerem martirizados por causa do evangelho. O evangelho de hoje nos mostra o início da experiência que Filipe fez com Jesus. Aqui é importante compreendermos que essa experiência com Jesus não é um momento único em nossa vida, mas é algo que se propaga no decorrer de toda nossa existência.
Entretanto, esse conhecimento de quem é Jesus, essa revelação Divina em nossa vida, não vem já "prontinha" e pronta para consumo, como muitos imaginam....Mas é necessária uma abertura permanente á Graça Divina...abertura onde não podemos ter vergonha de expor diante de Deus as nossas dúvidas e inseguranças, exatamente como fez Filipe...
Jesus havia dito "Eu sou o caminho, a verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai, desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". Para nós leitores deste segundo milênio, longe do contexto em que a reflexão Joanina foi produzida, talvez possamos estranhar, que diante de tal clareza, Filipe ainda não houvesse entendido, fazendo aquele pedido tão estranho "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!".
Aqui podemos usar o nosso imaginário, Filipe se inquietava em conhecer o Pai e por isso, ao perceber nas Palavras de Jesus, que havia um Pai, isso é, alguém que lhe era superior, teria afirmado "Queremos falar com quem manda, mostra-nos o Pai e deixa o resto com a gente..."  Entretanto Filipe ainda não tinha entendido que nenhum ser humano conseguirá chegar ao Pai se não for pelo Filho, a Trindade é Una, indivisível, um só Deus em três pessoas e três pessoas em um só Deus, não há um canal em separado para se comunicar com o Pai, outro com o Filho e outro com o Espírito Santo, quando atendemos um celular em um círculo restrito de amigos, e quem nos ligou também pertence a este círculo, ligamos o Viva -Voz para que todos ouçam, assim são nossas orações direcionadas a Deus, onde a Trindade Santa nos ouve.
Filipe, influenciado pelas Teofanias do Antigo Testamento, esperava ainda uma revelação espetacular do Pai de Jesus, pois ele estava encantado com Jesus e talvez imaginasse "Se o Filho é assim, imagine o Pai..." Jesus responde e corresponde a todos os nossos anseios e inquietações a respeito de Deus, porque ele é Deus, sem deixar de ser Homem.
E se Jesus nos mostra o Pai, em suas Palavras e atitudes, nós que somos satélites  porque temos em nós a sua Luz maravilhosa, temos que refletir ao próximo um pouco dessa luz, para que Jesus seja conhecido por todos. Mostrar esse Jesus ao outro é mostrar a nossa vida, o que pensamos, o que fazemos e como fazemos, afinal, se somos Filhos e Filhas da Luz, não há o que esconder!

2. Admirável presença do Deus de amor entre nós!

Nos três evangelhos sinóticos encontramos os nomes de Filipe e Tiago na lista dos doze apóstolos. Filipe aparece apenas nesta lista, enquanto Tiago reaparecerá várias vezes nestes evangelhos. O evangelho de João não usa a palavra "apóstolo", fala apenas em discípulo, e ele não consta na lista dos doze. Nas narrativas de João só aparecem sete discípulos, entre os quais Filipe. Tiago nunca é mencionado.
Nesta narrativa de hoje, o interlocutor de Jesus é Filipe. Jesus revela-se como o caminho para o Pai. Conhecer Jesus é conhecer o Pai. Filipe não o entende.
Jesus está no Pai e o Pai está em Jesus. Admirável presença do Deus de amor entre nós! Crer em Jesus é fazer as obras de amor do Pai e permanecer em Deus.
Oração
Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
3. VER JESUS É VER O PAI

O anseio de ver a Deus face a face é um anseio fundamental, latente no íntimo do ser humano. No entanto, Deus transcende as categorias humanas de tempo e espaço. E isto impossibilita a realização deste desejo. Então, a experiência de Deus transforma-se em experiência do mistério.
Com Jesus, porém, dá-se um passo adiante. Ele foi a revelação de Deus para a humanidade. Por isso, o Pai tornou-se visível na pessoa de Jesus. Tudo o que Jesus dizia e realizava, era feito na mais total sintonia com o Pai. Nada do ser de Jesus escapava da comunhão com o Pai. Por isso, ele podia dizer-se estar totalmente radicado no Pai e o Pai totalmente radicado nele. Jesus tinha consciência de ser instrumento nas mãos do Pai. Suas ações eram ações do Pai, em benefício da humanidade. Suas palavras expressavam o projeto de vida proposto pelo Pai a todas as pessoas.
Esta interação com o Pai é que dava relevância à vida de Jesus e lhe permitia apresentar-se como certeza de salvação. Neste contexto deve também ser entendida a Ressurreição. O Ressuscitado é a presença permanente do Pai junto à comunidade. A vida em comunhão com o Ressuscitado desemboca na comunhão com o Pai. Por sua vez, a comunidade, torna-se transparência de Deus na história humana.
Oração 
Senhor Jesus, possa eu experimentar a presença de Deus na vida em comunhão contigo e com minha comunidade de fé.
Liturgia da Sexta-Feira
IV SEMANA DA PÁSCOA *
Antífona da entrada: Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9s)
Leitura (Atos 13,26-33)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
13 26 "Irmãos, filhos de Abraão, e os que entre vós temem a Deus: a nós é que foi dirigida a mensagem de salvação.
27 Com efeito, os habitantes de Jerusalém e os seus magistrados não conheceram Jesus, e, sentenciando-o, cumpriram os oráculos dos profetas, que cada sábado são lidos. 
28 Embora não achassem nele culpa alguma de morte, pediram a Pilatos que lhe tirasse a vida. 
29 Depois de realizarem todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, puseram-no num sepulcro.
30 Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos. 
31 Durante muitos dias apareceu àqueles que com ele subiram da Galiléia a Jerusalém, os quais até agora são testemunhas dele junto ao povo. 
32 Nós vos anunciamos: a promessa feita a nossos pais, 
33 Deus a tem cumprido diante de nós, seus filhos, suscitando Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: 'Tu és meu Filho, eu hoje te gerei'." 

Salmo responsorial 2
Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
"Fui eu mesmo que escolhi este meu rei 
e, em Sião, meu monte santo, o consagrei!" 
O decreto do Senhor promulgarei, 
foi assim que me falou o Senhor Deus: 
"Tu és meu filho, e eu hoje te gerei!"
Podes pedir-me e, em resposta, eu te darei 
por tua herança os povos todos e as nações, 
e há de ser a terra inteira o teu domínio. 
Com cetro férreo haverás de dominá-los 
e quebra-los como um vaso de argila!
E agora, poderosos, entendei; 
soberanos, aprendei esta lição: 
com temos servi a Deus, rendei-lhe glória 
e prestai-lhe homenagem com respeito!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14,6)

EVANGELHO (João 14,1-6)
14 1 Disse Jesus: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. 
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. 
3 Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. 
4 E vós conheceis o caminho para ir aonde vou". 
5 Disse-lhe Tomé: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" 
6 Jesus lhe respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Na casa de meu Pai há muitas moradas..."

Uma irmã de Comunidade, nova de caminhada, em um círculo bíblico perguntou se no Céu tem camarotes cinco estrelas reservados aos discípulos... Não a culpo por esta interpretação ingênua, quase humorística dessa frase de Jesus neste evangelho "Na casa do meu Pai há muitas moradas, pois vou preparar-vos um lugar..." Bom, primeiramente, se há junto de Deus algum lugar reservado ele pertence aos pobres, aos pequenos que depositarem toda sua confiança na Misericórdia Divina.
Em segundo lugar, o jogo ainda está começando e não dá para se dizer os discípulos já fizeram por merecer o Galardão, pois até agora só eram alunos, às vezes até mal comportados, e de caça dura, a ponto de Tomé dizer, quase já no final do "Curso" que ainda não conhecia o caminho do qual Jesus falava... Claro que os discípulos não irão se salvar por causa de suas boas obras, mas a Salvação vem de Jesus, o que estamos querendo dizer é que a coisa só está começando, e só em pensarem que vão ter de caminharem sem Jesus junto a eles, os discípulos entram em pane e ficam perturbados... Jesus está lhes dizendo que a partir de agora a Fé Nele, em sua pessoa e ação, será imprescindível para iniciar a missão, mas voltemos a pergunta inicial, que lugar é esse que Jesus vai á frente para preparar?
Jesus vai, mas volta para permanecer com seus discípulos, pois este lugar onde Ele permanece junto aos seus discípulos, este lugar que está reservado para cada homem ou mulher de Fé, é exatamente á comunidade, e aqui Jesus não fala do lugar físico, reservado no banco da igreja, mas de um lugar espiritual, em que se vive a comunhão junto a ele, em que se caminha junto, edifica-se junto. O nosso lugar na comunidade já é o prenúncio de um lugar definitivo junto a Deus um dia na plenitude, dizia certa ocasião um padre amigo meu, que "Quem não gosta de ir á comunidade, não vai se acostumar no Céu".
Jesus está na comunidade, se manifesta, se revela, nas pastorais, nos ministérios serviços e carismas, é exatamente nas pessoas que Ele se manifesta. Mas frequentar a comunidade não nos dá um passaporte para a Vida Eterna, viver a comunhão com Jesus, fazer a sua vontade, descobrir a sua ação em meio à comunidade, aprender a repartir e partilhar, eucaristizar-se e se doar aos irmãos e irmãs... Foi assim que Ele fez, foi assim que ele viveu na comunidade fundante dos discípulos... Por isso ninguém precisa buscar fórmulas mirabolantes para se salvar e garantir o Céu por antecipação, basta seguir Jesus, pois Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, esse Caminho nos leva a passar pela comunidade, essa Verdade está em sua Palavra que em cada Eucaristia ou Celebração da Palavra nos alimenta, e esta Vida é a Eucaristia, cume mais alto da nossa Igreja e da sua ação litúrgica. Quem descobriu a importância da comunidade em nossa vida, nunca precisará dizer como Tomé "Senhor, não sabemos para onde vais...".

2. Jesus é o caminho que nos conduz à casa do Pai

A narrativa da última ceia de Jesus com os discípulos é, nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas), resumida apenas com o anúncio da traição de Judas e da bênção do pão e a ação de graças sobre o cálice. O evangelista João narra esta ceia com cenas e diálogos que revelam a grande sublimidade deste último encontro com Jesus.
A ceia, tradicional imagem do Reino de Deus, é diálogo, com o prazer do alimentar-se partilhado, e é forte momento de alegria e comunhão. O evangelho de João apresenta, logo no início do ministério de Jesus, as bodas de Caná, na qual o vinho é abundante neste clima de alegria.
Durante a ceia, Jesus faz o seu gesto simples, até surpreendente, de lavar os pés dos discípulos. Em seguida Jesus menciona a expectativa de que seja traído. Esta menção cria um momento que causa certa perturbação nos corações dos discípulos. Jesus, então, procura tranquilizá-los. Ele está presente não só nos momentos de alegria, mas também nas provações.
Jesus é o caminho que nos conduz à casa do Pai. Basta segui-lo, fiéis à verdade e empenhados em servir, para que a vida desabroche plenamente, aberta ao eterno.
Oração
Pai, meu coração anseia por estar em comunhão contigo, em tua casa, lugar que Jesus preparou para mim. Que eu persevere sempre no caminho que me leva a ti.
3. CONFIANÇA E SEGURANÇA

Após a ceia e o lava-pés, e depois da saída de Judas, Jesus estabelece um diálogo de intimidade com seus discípulos. Ele lhes dirige palavras de esclarecimento, que também lhes proporcionam confiança e segurança. São palavras que penetram fundo no coração e fortalecem nossa fé. Fortaleceram, da mesma forma, a fé dos discípulos, mais tarde, quando começaram a perceber que Jesus continuava vivo entre eles. São palavras que alimentam nossa oração e nossa prática de vida. O amor de Deus e de Jesus para conosco está aí vivamente expresso. Crer em Deus e crer em Jesus é fonte de paz para o coração e para a comunidade. O ir e vir de Jesus não é um percurso entre a terra e o céu. É o percurso da fé, neste mundo, no seguimento de Jesus, que é o caminho, a verdade e a vida que levam ao Pai. E esta fé comprometida com as obras de Jesus, na fraternidade, na misericórdia e na justiça, abre espaço para a morada do Pai e de Jesus em cada um. Pelo amor, na partilha e na solidariedade, vivido na missão e nas comunidades, os discípulos são levados por Jesus à comunhão na casa do Pai.
Liturgia do Sábado
IV SEMANA DA PÁSCOA
Antífona da entrada: Povo resgatado por Deus, proclamai suas maravilhas: ele vos chamou das trevas à sua luz admirável, aleluia! (1Pd 2,9)
Leitura (Atos 13,44-52)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
13 44 No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. 
45 Os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e puseram-se a protestar com injúrias contra o que Paulo falava. 
46 Então Paulo e Barnabé disseram-lhes resolutamente: "Era a vós que em primeiro lugar se devia anunciar a palavra de Deus. Mas, porque a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os pagãos.
47 Porque o Senhor assim no-lo mandou: 'Eu te estabeleci para seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra'". 
48 Estas palavras encheram de alegria os pagãos que glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam predispostos para a vida eterna fizeram ato de fé. 
49 Divulgava-se, assim, a palavra do Senhor por toda a região. 
50 Mas os judeus instigaram certas mulheres religiosas da aristocracia e os principais da cidade, que excitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e os expulsaram do seu território. 
51 Estes sacudiram contra eles o pó dos seus pés, e foram a Icônio. 
52 Os discípulos, por sua vez, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. 

Salmo responsorial 97/98
Os confins do universo contemplaram 
a salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
porque ele fez prodígios! 
Sua mão e o seu braço forte e santo 
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação 
e, às nações, sua justiça; 
recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram 
a salvação do nosso Deus. 
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, 
alegrai-vos e exultai!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Se guardais minha palavra, diz Jesus, realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31s).

Evangelho (João 14,7-14)
14 7 Disse Jesus: "Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". 
8 Disse-lhe Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta". 
9 Respondeu Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: 'Mostra-nos o Pai' 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. 
13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 
14 Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Tudo o que pedires ao Pai, em meu nome, vo-lo farei..."

Sempre pensei, que bom seria se um dia me aparecesse uma Fada Madrinha ou o Gênio da Lâmpada, que me concedesse três pedidos... Jesus diz neste evangelho, que tudo o que pedirmos ao Pai, em seu nome, ele nos dará. E não são só três pedidos, mas TUDO... E já tem gente fazendo a lista dos pedidos, com medo de se esquecer de alguma coisa importante.
Claro que pensar desse modo, olhando as nossas necessidades materiais, é coisa de uma Fé infantil, que mais se parece com uma varinha mágica. No mínimo, como bons cristãos atuante na pastoral, na catequese, no Ministério, iremos pedir que tudo dê certo em nossos trabalhos, que todo mundo goste e nos elogie bastante, que o nosso grupo, Movimento ou Pastoral tenha grande fama na Paróquia e até na Diocese... Ou seja, que tudo seja do nosso agrado... A essas alturas tenho vergonha de tais pensamentos, pois Jesus orava sempre, e olhe o que aconteceu com ele...
Todos nós precisamos crescer na Fé, tornar-nos bem maduros e nos realizarmos como Pessoa humana, mais do que isso, nos realizarmos como Filhos e Filhas de Deus. Desafios, obstáculos e dificuldades sempre teremos à nossa frente, tentando fazer com que desistamos de tudo. E muitos realmente desistem.
O que temos de pedir sempre ao Pai, não é o sucesso pastoral, não é brilhar neste ou naquele ministério, não é pedir para que a comunidade nos valorize, que o padre nos valorize, tudo isso são desejos humanos em uma realização que não nos leva a lugar nenhum. Pedir isso sim, que ele nos conceda a honra e o privilégio de poder servi-lo, mesmo com todas as nossas limitações e fraquezas, poder ser seus colaboradores mesmo sem ser super homens e super mulheres, mesmo sem muitas vezes ter a noção exata do que é o Reino...
Pedir forças para navegar, passando incólume pelas ondas bravias, atravessando ventanias e enfrentando temporais que vão surgindo em nossa trajetória. E podemos de fato fazer coisas maiores que Jesus, pois toda a Vida e o Amor de Deus estavam Nele concentrado em sua essência, e ele partilhou tudo isso com a sua Igreja que somos nós, e então temos Amor e Vida multiplicados... Nossas obras a partir disso têm que ser realmente maiores que aquelas das primeiras comunidades...

2. Jesus envolve os discípulos na missão

O conhecimento é o caminho para o amor. Em sua plenitude o conhecimento identifica-se com o amor. Em Jesus, o seu conhecimento do Pai não se separa do ato de amor entre ambos. Em uma perspectiva exibicionista, o conhecimento limita-se ao ato da inteligência levado ao perfeccionismo. Este é um conhecimento estéril.
Os discípulos já conhecem Jesus, mas de modo imperfeito. Jesus os estimula a aprofundar este conhecimento. Pelas palavras de Jesus e por sua prática chegamos a conhecer o Pai. É necessário realizar as obras de Jesus, as obras de Deus. Jesus envolve os discípulos na missão de continuar as obras por ele iniciadas. Os discípulos são chamados a participar da glória de Jesus, que é a glória do Pai. Cumpre pedir a fidelidade à sua missão até o fim e a permanência na vida eterna. 

Oração
Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
3. MOSTRA-NOS O PAI!
Continuando suas palavras de revelação, Jesus refere-se ao conhecimento do Pai, que não é visual nem intelectual, mas experiência da união no amor. Jesus tem este conhecimento em plenitude. Filipe não entende. Para ele basta "ver" o Pai. Ele ainda não entrou na dinâmica do amor de Jesus. Não percebe que naquele homem estão a presença e o amor divinos. Jesus insiste que as suas obras de amor só podem ser divinas, só podem ser as obras do Pai criador e misericordioso. E é admirável: os discípulos que crerem nele farão obras maiores do que as dele! Os discípulos participam, assim, na obra do Pai, que deseja vida plena para todos. Eles têm a missão de continuar a testemunhar Jesus e o amor do Pai na história. A oração da comunidade, unida a Jesus, é o fundamento da missão.