Soteriologia



SOTERIOLOGIA
 A soteriologia é o estudo da salvação humana. A palavra é formada a partir de dois termos gregos Σοτεριος [Soterios], que significa "salvação" e λογος [logos], que significa "palavra", ou "princípio".
A salvação é um termo que genericamente se refere à libertação de um estado ou condição indesejável. O conceito de salvação eterna, salvação celestial ou salvação espiritual faz referência à salvação da alma, pela qual a alma se livraria de uma ameaça eterna (castigo eterno ou condenação eterna) que esperaria depois da morte. Na teologia, o estudo da salvação se chama soteriologia e é um conceito vitalmente importante em várias religiões.
A palavra salvação, tem sua origem no grego soteria, transmitindo a idéia d
Cada religião oferece um tipo diferente de salvação e possui sua própria soteriologia, algumas dão ênfase ao relacionamento do homem em unidade com Deus, outras dão ênfase ao aprimoramento do conhecimento humano como forma de se obter a salvação.
O tema da soteriologia é a área da Teologia Sistemática que trata da doutrina da salvação humana.

Cristianismo

No cristianismo a salvação é estabelecida através de Jesus Cristo. A soteriologia no cristianismo estuda como Deus separa as pessoas condenadas pelo pecado e os reconcilia com Deus. Os cristãos recebem o perdão dos pecados, vida e salvação adquirido por Jesus Cristo através de seu sofrimento inocente, morte e ressurreição após sua morte. Esta graça da salvação é recebida sempre pela fé em Jesus Cristo, através da palavra de Deus.
Alguns cristãos, simplificadamente, acreditam que a salvação é obtida a partir deles e da vontade de Deus (Sinergismo), outros crêem que a salvação parte da vontade absoluta de Deus e o homem pela fé é incapaz de resistir (Monergismo).

[editar]Salvação no Catolicismo

A salvação no catolicismo: coloca a Igreja como canal ideal da graça de Deus. A união com a Igreja pode levar à graça dos céus. Essa graça, na lição de Santo Agostinho, é obra unicamente de Deus (daí ser denominada graça), cabendo ao homem, unicamente buscar uma vida de santidade e comunhão, na esperança da salvação. Esta vida de santidade é reforçada por meio dos sacramentos conferidos pela Igreja que são: batismo, crisma ou confirmação, confissão ou penitência, comunhão ou eucaristia, matrimônio, ordem e unção dos enfermos. É ainda função dos cristãos a busca daqueles que estão fora da Igreja, a fim de que possam comungar com a graça de Deus, único dispensados da Graça.

Salvação no Protestantismo

Conflito entre a visão arminiana e a calvinista

Arminianos creem que Deus, em seu infinito amor e misericórdia, pré destinou todos os homens que crerem em Cristo Jesus à salvação,cabe ao homem aceitar mediante a fé o ato de sacrifício de Jesus na Cruz. Segundo o Arminianismo o homem participa da sua salvação com sua escolha. Também da mesma forma pode o homem escolher mediante seus atos decair da fé perdendo a salvação. Todos foram escolhidos para serem salvos mas somente os que aceitam o chamado e perseveram até o final serão salvos.Cabe salientar que Armínio não se enquadra como um semi pelagianista e sim mentor do sinergismo Arminiano significando que o homem não é capaz de escolher aceitar o sacrifício de Jesus sem a intervenção Divina, intervenção essa que gera a capacidade de escolha (livre arbítrio)]. Calvinistas crêem que Deus não destinou todos os homens à salvação, visto que é fato nem todos se salvarem. Neste caso Cristo morreu apenas pelos seus eleitos. Estes ouvirão o chamado irresistível do Espírito Santo e se renderão a Cristo, sendo então justificados tão somente pela graça de Deus. Em virtude do pecado de Adão a condição de pecador se estendeu a toda raça humana (depravação total). Portanto, o Homem peca porque é pecador (tem a natureza do pecado) e não é pecador porque peca (ato do pecado). Sendo assim a partir desse momento, o homem necessitava de um plano de salvação para que pudesse ser restaurado à imagem e semelhança de Deus. oPlano da Salvação, consistiu em Cristo morrer pelos eleitos, para que por sua graça, houvesse remissão dos pecados.
Não cabe ao Homem qualquer parte no plano de salvação, toda a iniciativa e realização é de Deus. É Ele quem muda a disposição de um coração morto e obstinado pelo pecado, transformando-o em um coração sensível à Sua voz. Nesta condição o Homem só pode dizer sim a chamada à salvação.
Uma vez "verdadeiramente salvo" o cristão não perde essa condição já que o próprio Deus sustenta o pecador regenerado. É digno de nota que essa doutrina não "afrouxa" a necessidade de uma vida santificada´. Um salvo deve viver como tal. Porém esse princípio enfatiza apenas o aspecto último da salvação, o momento final da vida de um homem, pois não são obras da vida do homem que salvam o homem, mas o perdão de Deus.Uma pessoa que Deus perdou têm uma vida digna de piedade aos olhos de Deus, não cabendo aos homens julgarem quem é salvo ou não, mas antes realizarem a vontade de Deus, que é viver de maneira misericordiosa, ou seja Deus encarnou na pessoa de Jesus para salvar os pecadores não os pecados.
O Calvinismo prega que Deus salva aqueles que elegeu desde antes da fundação do mundo, concedendo-lhes irresistivelmente a fé em Cristo e em sua obra redentora, o que não exclui nem mesmo fariseus, hipócritas, prostitutas, pobres, ladrões, efeminados, assassinos, vaidosos, segundo o conselho da Sua própria vontade santa e soberana. Ao conceder, pela Sua graça, a fé salvadora, Deus livra os seus eleitos da hipocrisia, da prostituição, da luxuria, do assassínio, e da miséria de espírito, por vezes disciplinando-os como filhos amados que são, através de tribulações e sofrimentos, que são permitidos por Deus na exata medida em que gerem crescimento e maturidade espiritual. Neste sentido, o versículo 22 do Capítulo 14 de Atos dos Apóstolos, diz: "Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.". Todavia, o maior ou menor grau de sofrimento dos homens não decorrem do maior ou menor mérito destes, pois os justos aos olhos de Deus também passam por adversidades e angústias, assim como os ímpios. Corrobora este entendimento, dentre outras passagens bíblicas, o versículo 19 do Salmo 34, que diz: "Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas."

Islamismo

O islamismo surgiu no século 6 na Arábia, região do Oriente Médio que era habitada na época por cerca de 5 milhões de pessoas. "Eram grupos tanto sedentários como nômades, organizados em tribos e clãs. A população era na maioria politeísta, mas existiam algumas tribos judaicas e algumas de tradição cristã". Nesse contexto surgiu o criador do islamismo, o profeta Maomé, chamado de Muhammad pelos muçulmanos. Órfão desde cedo, ele se tornou um condutor de caravanas, o que lhe possibilitou o contato com noções básicas da religião cristã. Quando adulto, o futuro profeta passou a se dedicar a retiros espirituais e, segundo os seguidores do Islã, começou a ter visões divinas com mensagens que deveria divulgar. As primeiras pregações públicas de Maomé em Meca (sua cidade natal) tiveram pouco sucesso e geraram atritos locais.
Admirador do monoteísmo (a crença em um só deus), ele criticava uma das maiores fontes de renda de Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais. Maomé passou a pregar a crença num único deus, Alá, e reuniu suas mensagens num livro sagrado para os muçulmanos, o Corão. Perseguidos em Meca, o profeta e seus adeptos fugiram para criar a primeira comunidade islâmica em Medina, um oásis próximo. Essa migração forçada, conhecida como Hégira, marca o início do calendário muçulmano. Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter força para derrotar os rivais que o expulsaram de Meca.
Usando como doutrina a nova religião - que assimilava tradições judaicas, combinada a conceitos cristãos e ideais das tribos árabes -, ele conseguiu unificar toda a Arábia sob sua liderança. Após morrer, em 632, seu sogro Abu Bakr passou a conduzir a expansão do islamismo, que nos séculos seguintes se espalhou pela Europa, Ásia e África, levado não apenas por árabes, mas também por outros povos convertidos.

Judaísmo

O Judaísmo entende que o povo judaico é o povo escolhido de Deus e enfatiza o comportamento ético e moral do homem para que ele obtenha o benefício da salvação. Para tanto enfatiza o cumprimento das Lei (ordenanças) de Deus.

Hinduísmo

A salvação, para o hindu, é a libertação da alma do ciclo da morte e da reencarnação e se obtêm ao alcançar o nível espiritual mais alto. É a meta final do hinduísmo, que considera o "céu" e o "inferno" ilusões temporárias. Este conceito se chama moka (em sanscrito, ‘libertação’) ou mukti.

Budismo

As Quatro Nobres Verdades delineiam a essência da soteriologia budista. O sofrimento (dukkha) é tratado como uma enfermidade, da qual se pode curar pelo entendimento das causas e ao seguir o Nobre Caminho Óctuplo. O Nobre Caminho Óctuplo inclui moralidade e meditação. Os meios para alcançar a libertação e se desenvolvem com mais profundidade em outros ensinamentos budistas.

Salvação e santidade


Os santos são modelos de santidade e de virtude para serem seguidos pela Igreja.[237]
Segundo a soteriologia católica, a salvação, que é oferecida por Deus, realiza-se, após a morte, no Céu. Essa salvação, que conduzirá o homem à santidade, à suprema felicidade e à vida eterna, deve ser obtida através da fé em Jesus Cristo e da pertença à Igreja fundada e encabeçada por ele.[238]
O caminho de santificação do cristão começou no momento do seu batismo, quando ele recebeu a graçasantificante, e deve progredir com a ajuda dos meios de salvação dispostos pela Igreja. Essa progressão, que busca também a perfeição, deve ser sempre motivada pela esperança da salvação e animada pela caridade. A caridade cristã traduz-se na realização dos ensinamentos cristãos (que se resumem nos mandamentos de amor) e na prática das boas obras, que exprimem a  em Cristo e eliminam as penas temporais causadas pelo pecado. Essa postura e ação do católico e da Igreja contribuiria também para a construção de um mundo melhor e para a aceleração da realização do Reino de Deus na Terra.[238]
Os católicos acreditam que esse caminho espiritual irá acabar na ressurreição final. No novo Reino de Deus, cada santo ou salvo gozará eternamente, em íntima união com a Santíssima Trindade, a vida eterna, "a visão de Deus, face a face", e a plenitude da felicidade e da santidade.[14][238] Por essa razão, todos são chamados "à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade", que é justamente a definição de santidade.[239]

 

Justificação, graça, misericórdia, mérito e liberdade

        Graça, justificação e livre-arbítrio

São Paulo (século I) contribuiu muito para o desenvolvimento do conceito dejustificação.[240]
Devido ao pecado e à queda do homem, todos os homens têm que morrer. Porém, Deus quis reconciliar-se com os homens e salvá-los, enviando por isso o seu Filho para que Ele morresse pelos pecadores [141]. Logo, a partir disso, todos os pecados dos homens, no passado e no futuro, serão perdoados por Deus, desde que os homens se arrependam de um modo livre e sincero.[122]
Por outras palavras, a salvação deve-se à justificação, que é a iniciativa e a ação misericordiosa e gratuita de Deus de conceder a salvação à humanidade. Essa ação sobrenatural cancela os pecados, por meio da graça santificante do Espírito Santo, que foi merecida pela paixão de Cristo e dada no batismo aos homens. Para além da graça santificante, que justifica e diviniza os homens, existem ainda as graças atuais, as graças sacramentais e as graças especiais (ou carismas).[241]
A graça é um dom sobrenatural ou socorro gratuito que Deus concede aos homens, para que eles sejam capazes de agir por amor d’Ele, para conceder-lhes todos os bens (espirituais ou materiais) necessários à sua existência e também para tornar-lhes filhos de Deus e participantes da natureza divina e da vida eterna.[242] Aliás, a própria preparação do homem para acolher livremente a graça já é obra da graça, sendo esta necessária para suscitar e manter a colaboração dos fiéis na justificação pela fé e na santificação pela caridade.[243]
Na dinâmica da justificação, a liberdade é fundamental porque a resposta do homem à graça divina deve ser livre, pois "a alma só pode entrar livremente na comunhão do amor".[244] Isso explica o fato de a santidade não ser atingida por todos, apesar da vontade de Deus de salvar toda a humanidade. Há sempre pessoas que vão para o Inferno, simplesmente porque recusaram livremente o arrependimento e agraça da salvação, mesmo até no momento da morte. Mas a liberdade, que foi concedida por Deus, permite também à humanidade participar livremente na construção do Reino de Deus, como filhos de Deus e co-herdeiros de Cristo. Esta participação só foi possível graças ao sacrifício redentor de Cristo.[245]
Esta participação, para além da fé, assenta-se também na prática quotidiana das boas obras, cujo mérito ou direito à recompensa deve ser atribuído à graça de Deus e depois à vontade livre do homem. O homem, que juridicamente não tem nenhum mérito porque recebeu tudo gratuitamente de Deus, pode merecer, por concessão e caridade de Deus,[246] as graças úteis para alcançar a vida eterna, bem como os bens temporais que Deus acha ser necessários. Mas ninguém pode ter o mérito da graça santificante.[247]

 

Salvação para os não-católicos

 

Na encíclica Redemptoris Missio, o Papa João Paulo IIafirmou que "a salvação em Cristo […] deve ser posta concretamente à disposição de todos."[248]
A Igreja Católica acredita que é o instrumento da redenção de todos os homens e o sacramento universal dasalvação.[249] Por isso, a Igreja Católica ensina que fora da Igreja não há salvação. Esse ensinamento remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, sendo já refletido por vários Padres da Igreja, como Santo Agostinho e São Cipriano.[250]. O Papa Pio IX (1846-1878) salientou também que:

Fora da Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se.[…] Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância da verdadeira religião, se aquela é invencível, não são eles ante os olhos do Senhor réus por isso de culpa alguma.[251]
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Essa ignorância invencível, que muitos não-católicos sofrem, pode ser causada pela precariedade dos meios de comunicação, pela ineficiência da evangelização e por ambientes de restrição e de barreiras contextuais, intelectuais, psicológicas, culturais, sociais e religiosas, muitas vezes insuperáveis.[252] Isso significa que todos os não-católicos (mesmo os não-cristãos) também podem ser salvos, desde que, sem culpa própria, ignoram a Revelação divina e a Igreja, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade".[253] Em relação aos bebés e crianças mortas sem batismo, a Igreja tem esperança de que eles possam ser salvos,[254] por isso, na sua liturgia, confia-as à infinita bondade de Deus.[255]
A Igreja ensina também que os cristãos não-católicos são irmãos e são, apesar de um modo imperfeito, membros inseparáveis do Corpo Místico de Cristo, através do batismo.[256] Ou seja, eles são considerados como elementos da única Igreja de Cristo,[257] que subsiste (subsistit in) na Igreja Católica.[202] Por isso, essas comunidades cristãs dispõem de muitos, mas não da totalidade, dos elementos de santificação e de verdade necessários à salvação,[256] sendo essa posição católica uma das bases do ecumenismo atual. Mas, a Igreja Católica afirma que só ela é que contém e administra a totalidade e a plenitude dos meios de salvação.[252][258]
A posição ecumênica de tolerância e respeito por outras religiões não significa que a Igreja Católica reconheça que todas as religiões são válidas e iguais e que os homens possam sair da Igreja sem consequência espiritual.[250][252] Para concluir, a afirmação fora da Igreja não há salvação significa que "toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu Corpo", independentemente de que a pessoa salva seja católica ou não.[238][253][259]

 

Sofrimento


São Francisco de Assis(1182 - 1226), tal como muitos santos, era praticante de inúmeros sacrifícios. Ele experimentou até a pobrezaradical e a dor dosestigmas.[260][261]
Segundo a perspectiva católica, o sofrimento, que é uma consequência do mal [131] e que está associado à morte e às limitações humanas, nunca foi desejado por Deus. Mas, contra a vontade divina, o sofrimento passou a ser uma realidade intrínseca ao homem, por consequência do pecado original e, posteriormente, de todos os pecados cometidos pelos homens.[262][263] Isso significa que o sofrimento está enredado à liberdadehumana e ao conflito entre o bem e o mal no mundo.[131]
Mas, por causa do sacrifício redentor de Cristo, o sofrimento passou a ter um "sentido verdadeiramente sobrenatural e […] humano, […] porque se radica no mistério divino da redenção do mundo e […] porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão."[264]Logo, o sofrimento passou a estar presente no mundo para desencadear o amor e para possibilitar a conversãoe a reconstrução do bem.[265]
Por essas razões, o sofrimento, quer voluntário (ex.: a mortificação), quer involuntário, passou a ser, sob a forma de sacrifício, uma peça fundamental na salvação da humanidade, mediante a participação pessoal e união dos sacrifícios individuais ao supremo Sofrimento de Cristo. E essa participação implica a aceitação amorosa e resignada dos sofrimentos mandados por Deus na vida terrena. Aliás, São Paulo também afirmava que vai "completando na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja" (Col 1,24).[262][263] Além disso, o sofrimento serve também para Deus provar a fé, a perseverança e a confiança do homem n'Ele, bem como para tornar o homem mais forte e mais maduro (como no caso de).[130]

Comunhão dos Santos


Um grupo de santos no Céu.
A comunhão dos Santos pode significar a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas: a , os sacramentos, os carismas e os outros dons espirituais.[266] Por outro lado, e mais vulgarmente, significa a união viva de todos os cristãos em estado de graça (ou seja, que não estão manchados por pecados mortais e, portanto, são considerados santos em sentido lato), que estão em três estádios espirituais diferentes:[267][268]
§                    Igreja Militante, formada pelos habitantes da Terra que não têm nenhum pecado mortal cuja culpa ainda não foi perdoada;[267][268]
§                    Igreja padecente, constituída pelas almas que ainda padecem no Purgatório [267] e que, por isso, necessitam das orações de sufrágio (nomeadamente a missa), das boas obras, dos sacrifícios, das indulgências e das obras de penitência praticadas pelos membros da Igreja militante.[269] Todas estas ações aceleram a purificação e posterior entrada no Céu destas almas padecentes [268];
Igreja Triunfante, composta pelos habitantes do Céu (desconhecidos/anónimos ou reconhecidos pela Igreja), que alcançaram a eterna e definitiva santidade e que, portanto, são os intercessores dos homens junto de Deus.[267][268]
Além desses santos que se encontram nestes três estádios espirituais, a Igreja Católica é também constituída por pessoas que têm pecados mortais, que são consideradas como membros imperfeitos e só entram novamente na comunhão dos santos (se considerarmos a segunda definição) se arrependerem dos seus pecados e confessarem.[268] Vulgarmente, e em sentido mais restrito, um santo é considerado somente como uma pessoa canonizada ou beatificada (ou seja, reconhecida) pela Igreja por se distinguir pela sua santidade. Por isso, a Igreja reconhece-a como um habitante do Céu e um modelo exemplar de imitação. Além disso, um santo é ainda digno de culto, mas, apenas de veneração (a dulia), que é diferente do culto de adoração a Deus.[237]
Em Teologia, entende-se o Plano da Salvação como a materialização da ação de Deus em salvar o homem; parte da doutrina da Soteriologia. Deus por sua essência é Amor; esse é um atributo comunicável de Deus, sem o qual ele não seria completamente Deus, apenas uma deidade. Antes de criar a Terra, Deus já havia criado outros planetas, e neles estabelecido formas de vida. Ao criar esse planeta, Deus dotou os seres humanos com o Livre arbítrio, ou seja, a capacidade de tomar suas próprias decisões.
A forma de avaliar e controlar esse Livre Arbítrio, segundo a Bíblia, foi colocar uma árvore no meio do Jardim do Édem, para que se pudesse optar em obedecer ou não a Deus. A Desobediência a essa regra, acarretaria em Pecado, afastando assim o homem de Deus.
Deus em sua sabedoria, já havia estabelecido uma forma de livrar o homem, caso ele cometesse tal pecado, por seu amor e misericórdia, Ele sabia que sendo o doador da vida, ao se afastar dEle, o homem morreria. O preço pago pela desobediência teria que ser a morte, causa natural do afastamento de Deus. O Plano da Salvação consistia em alguém morrer pelo pecador, para que esse pudesse ser redimido; mas não poderia ser um outro pecador, porque essa morte não teria sentido, nem poderia ser um Anjo, porque o sacrifício não seria suficiente, visto que os Anjos, também estão sujeitos à Deus, obedecem-lhe, possuem a opção do Livre Arbítrio, e não têm poder sobre a Morte.
Resta apenas o próprio Deus, que seria um sacrifício suficiente para salvar o pecador de sua condenação eterna, a morte;
Nisso consistia o Plano de Salvação estabelecido por Deus antes mesmo da criação do mundo, de que seu mandamento era tão importante, que só o próprio Deus, morrendo, poderia livrar alguém da culpa pelo pecado, garantindo assim o perdão para o pecador.
História da Salvação

Deus quando resolveu criar o mundo, não fez e pronto. Ele planejou o mundo. Deus escolheu o ser humano para habitar nesse paraíso: o Homem – que é Imagem e Semelhança de Deus. Um ser perfeito, com o Dom da criatividade, da palavra e da liberdade, com a função de ser seu co-criador. Ou seja, caberá ao homem, com tudo o que Deus lhe deu, continuar a sua construção desse mundo. Mas o homem rompe essa relação com Deus. O homem nega a Deus, nega ao seu amor, nega-se depender daquele que o criou. Surgindo, assim, o PECADO. O homem quebra o relacionamento consigo mesmo, com o irmão, com a natureza e com a comunidade, reduzindo a convivência a uma confusão (Babel). Com isso, o homem se afasta de Deus, sai desse paraíso que ele criou.

Mas Deus ama muito seu povo. Deus quer que seu plano inicial (a criação do mundo perfeito) seja real, seja possível. Por isso, Deus não abandona seu povo, Ele nos protege, nos chama novamente para si, pois ele quer nos salvar: libertar do mal e do pecado. Mais ou menos em 1800 AC, tínhamos diversas nações espalhadas pelo mundo, grupos de homens divididos entre povos, cada um acreditando num deus. E nessa confusão, Deus escolheu seu povo, aquele o qual deveria amar um único Deus: Javé. Esse povo escolhido era o povo de Israel (o povo hebreu – significa “marginalizados”), o qual Deus escolheu para com ele iniciar seu caminho. Esse povo encontrava-se espalhado pelo Oriente Médio.

Seu futuro povo, andava na Mesopotâmia (hoje Iraque) em busca de um pedaço de terra, tentando buscar uma vida um pouco mais abençoada. Vendo a preocupação e o sofrimento de seu povo, que sempre clamava por ajuda, Deus escolhe um homem para liderar esse povo: Abraão, era um homem de muita fé que foi o primeiro patriarca. É o primeiro pai e fundador do Povo da Bíblia. Assim Deus promete ao povo a terra prometida se eles aceitarem Javé (aquele que é) como seu único Deus. 

Assim, ABRAÃO, com sua esposa SARAI, começa a caminhar com o povo para a terra prometida, conforme Deus havia lhe dito.  Deus, por diversas vezes testa a fé de Abraão, mas este se mostra fiel ao Deus que escolheu para ser seu guia. Primeiro, pela dificuldade que Abraão teve de ter seu descendente; depois, ele pede esse mesmo primogênito como sacrifício. O caminho de Abraão não foi fácil, ele precisou ter muita fé, confiança, para seguir sua missão. Abraão chega com o povo até a terra prometida Canaã, Palestina (Israel). Lá, a descendência de Abraão vai crescendo e dando lugar a novos povos. Seu filho ISAACcontinua sua missão, mantendo o povo junto. Isaac busca uma mulher para continuar a descendência do povo de Deus, e escolhe REBECA, e com ela ele tem dois filhos: ESAÚ e JACÓ (também chamado depois de Israel).

E o povo crescia cada dia mais, e as diferenças aumentavam entre as pessoas. Com isso, o povo migra novamente em busca de mais terra, chegando até o Egito, levados pelos 12 filhos de Jacó. Cada um com uma tribo. Mas não havia diferença entre o povo da Palestina e o do Egito: ambos eram oprimidos. Todos sofriam, e tinham o desejo de ter uma terra que fosse sua e a vontade de ter uma vida mais abençoada. No Egito, o povo era escravo dos Faraós., O povo hebreu crescia dia a dia. A ponto do faraó adotar o genocídio como controle de natalidade. Mas o povo continua oprimido e clamando por seu Deus. Deus novamente escuta esse clamor e resolve atender ao seu povo.

Naquela época, em mais ou menos 1300 AC, no Egito, uma mulher hebréia, teve um filho e não desejando que ele morresse pela mão do Faraó, o coloca num cesto e o deixa na margem do rio, para que alguém pudesse encontrá-lo e cuidar dele. Essa criança foi encontrado pela própria filha do Faraó, que o chama deMOISÉS – “tirado das águas”. Percebe-se como Deus é o Senhor da história e domina todas as circunstâncias, pois o próprio faraó que se tinha proposto aniquilar o povo de Deus, educa e prepara em sua própria casa o maior libertador de todos os tempos. Moisés tem uma difícil missão: Libertar o Povo de Deus da Escravidão. Moisés, então, lidera o povo de Deus pelo Egito, fugindo da escravidão, libertando o povo da opressão. 

Eles caminham 40 anos pelo deserto, Moisés e o povo de Deus, em direção a terra prometida. O tempo todo, Deus acompanha seu povo. Mas o povo ora está satisfeito, ora está insatisfeito. Em diversos momentos, o povo diz preferir a vida de escravo no Egito que esse processo de libertação. No deserto, o povo teve fome, é Deus lhe dá o que comer – o Maná. Mas o povo fica preocupado com o dia de amanhã, pois não confia no seu Deus, e resolve estocar. Não acredita no projeto de Deus, onde não é preciso haver acúmulos de alimentos (a não ser em casos de necessidade), onde deveria imperar a partilha. O povo já demonstra sua fraqueza, suas inseguranças.

Por isso, os 40 anos no deserto, foram para o grupo se fortalecer na fé e na confiança. Suas idéias eram basicamente essas: descentralização de Poder; impede-se a acumulação desnecessária; a organização se faz igualitária em forma de tribos, sem poder central.

O povo chega até a Palestina (a terra prometida) liderado por JOSUÉ, onde encontra um povo também oprimido. Esse grupo mais organizado que chega a palestina onde encontra adesão dos oprimidos, inicia uma longa luta contra o sistema dos Reis de Canaã. Por durante 200 anos, mais ou menos de 1200 a 1000 AC, o povo vive na Palestina sobre a Figura central de Deus, entre altos e baixos. Eles não conseguem o objetivo final, mas iniciam uma boa estrada. Aos poucos, a idéia da sociedade igualitária vai enfraquecendo. E mais ou menos em 1025 AC, com a morte de SAMUEL, o povo deseja um Rei. E com isso toda a estrutura anterior, do projeto de Deus, vai se perdendo. Outro sinal de que essa Aliança estava enfraquecendo era o aparecimento de gente empobrecida no seio do povo.

Apesar de entender todas as coisas, o Povo é, muitas vezes, infiel a Aliança. Cai no pecado, na desobediência. Voltam os mesmos problemas, as opressões, as divisões de idéias. O povo volta a ficar perdido. Começam as acumulações de poder e terra, trabalhos forçados, cultos estrangeiros... Mas Deus sempre se preocupou com seu povo, sempre o acompanhou de perto. Surgem aqueles homens sábios e santos, chamados PROFETAS. Eles falam em nome de Deus e chamam a atenção do Povo quando está indo por um caminho errado. Mas os Profetas não somente ameaçam. Em tempo de grande sofrimento e perseguição, são eles que falam da esperança: “Deus virá novamente libertar se Povo. Deus não se esqueceu da sua Aliança. Ele vai concluir uma nova Aliança”.

Anunciavam a nova Aliança, a vinda de Messias, do Salvador, aquele que libertaria o seu povo. Depois de Ter falado pelos Profetas, Deus quer falar ainda mais de perto. Quer revelar-se ainda melhor. Deus se fez homem para fazer a salvação. Veio ao mundo que criou com tanto amor para mostrar uma forma de buscar a justiça, de se relacionar com os irmãos.  Ele veio e passou para os Apóstolos a missão de continuar o novo Reino: um reino de justiça e amor. Trouxe o desafio de vivermos de forma diferente.  A história do Povo de Deus, o novo Israel, continua. 

Hoje, ainda somos convidados a fazer parte desse povo, a caminhar com o Povo de Deus em busca da terra prometida, em busca da felicidade. Para isso, é preciso nos organizarmos, por isso os trabalhos nas Igrejas.


A HISTÓRIA DE SALVAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, a História da Salvação tem um novo e mais completo sentido. 
O Novo Testamento contém os livros inspirados que nos narram a vida, a doutrina e a obra de Cristo, Deus feito homem.
Entre esses livros ocupam o primeiro lugar na ordem de importância os Evangelhos, enquanto são o principal testemunho da vida e doutrina do Verbo Encarnado.
São de origem apostólica, porque foram pregados pelos apóstolos e escritos por eles e por varões apostólicos inspirados pelo Espírito Santo.
Os autores sagrados não tiveram a preocupação de nos dizer tudo o que havia sobre Jesus, mas o que Jesus fez e ensinou para a salvação do homem.

Seleccionaram algumas coisas dentre as muitas transmitidas por palavra e por escrito, sintetizando umas e explicando outras à luz da Ressurreição e do Pentecostes, e segundo o estado das Igrejas ; mas sempre de maneira a comunicar-nos, com sinceridade e verdade, o que diz respeito a Jesus Cristo.
Além de estarem inspirados, "escreveram segundo a própria memória e recordação, baseados no testemunho daqueles que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra". (cf. DV 19).
Os outros livros do Novo Testamento confirmam a doutrina dos Evangelhos, explicam-na e desenvolvem-na, narram os começos da Igreja e sua difusão e anunciam a sua consumação gloriosa. (Difusora Bíblica).
Devemos, portanto examinar o valor da Bíblia na Igreja. 
A Constituição da Divina Revelação do Vaticano II, Dei Verbum, diz que a Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como o próprio Corpo do Senhor; que sempre as considerou e que as continua a considerar, com a Sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé: e, por último, chama-lhe a fonte pura e perene da vida espiritual. (cf. DV 21).
Mas, para ser realmente a fonte da vida espiritual, é preciso que volte a ser a alma da teologia, da pregação, da pastoral, da catequese e de toda a instrução cristã.
Que todos, sacerdotes, religiosos e fiéis mantenham um contacto íntimo e constante com os livros sagrados através da leitura assídua, estudo e meditação.

"A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo".

Para isso, são precisas traduções acompanhadas de notas explicativas correspondentes, em todas as línguas vivas, para que cada um as possa ler na sua língua materna.
É com este fim que também a Enciclopédia Católica Portuguesa pretende divulgar as Sagradas Escrituras, a doutrina do Concilio e do Catecismo da Igreja Católica.
O Nascimento de Cristo é o cumprimento da Promessa do Redentor, anunciado no Proto-Evangelho, depois do pecado de Adão e Eva 
Aqui há um período de Cristo com os Seus Apóstolos, com a formação e a realização do Corpo Místico de Cristo. 
E culmina-se depois com um outro período, após a Ressurreição de Cristo e com a vinda do Espírito Santo, e que vai até à Parusia.

A História da Salvação é uma história de Fé e de Esperança pela qual a pessoa humana chega à realização e ao conhecimento do seu papel em ordem ao Deus Criador, ao Deus Redentor e ao Deus Governador de todas as coisas. 
Há assim uma continuidade uniforme na imutabilidade de Deus. 
Ele está presente na Igreja através dos tesouros administrados por ela para todos :

- A prometida restauração que esperamos, já começou, pois, em Cristo, progride com a missão do Espírito Santo e, por Ele, continua, na Igreja; nesta, a fé ensina-nos o sentido da nossa vida temporal, enquanto, na esperança dos bens futuros, levamos a cabo a missão que o Pai nos confiou no mundo e trabalhamos na nossa salvação. (LG. 48).
A começar no Advento, que é a preparação para o Nascimento de Cristo, Aquele Redentor Prometido logo depois da queda de Adão e Eva, ao longo de 3 anos ou 3 Ciclos A,B e C, a Liturgia da Palavra vai-nos apresentar tudo quanto Cristo ensinou e fez por nós para nos garantir a Salvação, em cada domingo e dia festivo.

Portanto, em cada Domingo do ano, a Liturgia da Palavra vai-nos apontando os caminhos que nos levam à realização do Plano da História da Salvação.


HISTÓRIA DA SALVAÇÃO (História sagrada)
Anjos na história da salvação
Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu fi1ho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.
Início da história da salvação
A criação é o fundamento de "todos os desígnios salvíficos de Deus", "o começo da história da salvação", que culmina em Cristo. Inversamente, o mistério de Cristo é a luz decisiva sobre o mistério da criação; ele revela o fim em vista do qual, "no princípio, Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1): desde o início, Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo.
Desde o começo, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e com todos os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem, por causa do qual a terra é "amaldiçoada". Mas é a partir de Abra o que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte, para fazê-la retomar à vida, à sua fonte: pela fé do "pai dos crentes" que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação.
Israel na história da salvação
Na História da Salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da "casa da escravidão" (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus, só ele pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não poder mais procurar a salvação a não ser na invocação do Nome do Deus Redentor.
Jesus recapitula a história da salvação
Jesus quer dizer, em hebraico, "Deus salva". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, "salvará seu povo dos pecados" (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens.
CRISTO JÁ REINA PELA IGREJA... "Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos" (Rm 14,9). A Ascensão de Cristo ao Céu significa sua participação, em sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está "acima de toda autoridade, poder, potentado e soberania", pois o Pai "tudo submeteu a seus pés (Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmo e da história. Nele, a história do homem e mesmo toda a criação encontram sua "recapitulação"' sua consumação transcendente
Liturgia e eventos da história da salvação
§1103 A anamnese. A celebração litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na história. "A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras intimamente interligadas.(...) As palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido." Na liturgia da palavra, o Espírito Santo "recorda" à assembléia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a natureza das ações litúrgicas e as tradições rituais das Igrejas, uma celebração "faz memória" das maravilhas de Deus em uma anamnese mais ou menos desenvolvida. O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia).
SALVAÇÃO
"Economia da salvação"
No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e seu "desígnio benevolente" (Ef 1,9) sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação do mundo e para a glória de seu nome. Este é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um plano, uma "disposição" sabiamente ordenada que São Paulo denomina "a realização do mistério" (Ef 3,9) e que a tradição patrística chamará de "Economia do Verbo Encarnado" ou "a Economia da Salvação".
Advento de Cristo por causa da salvação dos homens
O nome Filho de Deus significa a relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus, seu Pai: Ele é o Filho Único do Pai e o próprio Deus. Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus é necessário para ser cristão"
O nome Senhor designa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer em sua divindade. "Ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo" (1 Cor 12,3).
Com o Credo niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem"
O Verbo se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus: "Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo" (1Jo 4,14). "Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo 3,5):
Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?
Toda a riqueza de Cristo "é destinada a cada homem e constitui o bem de cada um". Cristo não viveu sua vida para si mesmo, mas para nós, desde sua Encarnação "por nossos homens, e por nossa salvação" até sua Morte "por nossos pecados" (1Cor 15,3) e sua Ressurreição "para nossa justificação" (Rm 4,25). Ainda agora, Ele é "nosso advogado junto do Pai" (1Jo 2,1), "estando sempre vivo para interceder a nosso favor" (Hb 7,25). Com tudo o que viveu e sofreu por nós vez por todas, Ele permanece presente para sempre "diante face de Deus a nosso favor" (Hb 9,24).
Jesus, o Filho de Deus, sofreu livremente a morte por nós em uma submissão total e livre à vontade de Deus, seu Pai. Por sua morte ele venceu a morte, abrindo, assim, a todos os homens a possibilidade da salvação.
Ajudas para a salvação da alma
"Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas."
Anjos mensageiros do desígnio divino de salvação
Cristo é o centro do mundo angélico. São seus os anjos: "Quando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos..." (Mt 25,31). São seus porque foram criados por e para Ele: "Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl 1,16). São seus, mais ainda, porque Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. "Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?" (Hb 1,14).
Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu fi1ho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.
Batismo necessário para a salvação
Quem pode batizar? São ministros ordinários do Batismo o Bispo e o presbítero e, na Igreja latina, também o diácono. Em caso de necessidade, qualquer pessoa, mesmo não batizada, que tenha a intenção exigida, pode batizar, utilizando a fórmula batismal trinitária. A intenção requerida é querer fazer o que a Igreja faz quando batiza. A Igreja vê a razão desta possibilidade na vontade salvífica universal de Deus e na necessidade do Batismo para a salvação.
A necessidade do Batismo O Senhor mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação. Também ordenou a seus discípulos que anunciassem o Evangelho e batizassem todas a nações. O Batismo é necessário, para a salvação, para aqueles aos quais o Evangelho foi anunciado e que tiveram a possibilidade de pedir este sacramento. A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir a entrada na bem-aventurança eterna; é por isso que cuida de não negligenciar a missão que recebeu do Senhor, de fazer "renascer da água e do Espírito" todos aqueles que podeis ser batizados. Deus vinculou a salvação ao sacramento do Batismo, mas ele mesmo não está vinculado a seus sacramentos.
O Batismo constitui o nascimento para a vida nova em Cristo. Segundo a vontade do Senhor, ele é necessário para a salvação, como a própria Igreja, na qual o Batismo introduz.
Deus proporciona a salvação do homem
"Criando pelo Verbo o universo e conservando-o, Deus proporciona aos homens, nas coisas criadas, um permanente testemunho de si e, além disso, no intuito de abrir o caminho de uma salvação superior, manifestou-se a si mesmo, desde os primórdios, a nossos primeiros pais." Convidou-os a uma comunhão íntima consigo mesmo, revestindo-os de uma graça e de uma justiça resplandecentes.
Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus procura antes de tudo salvar a humanidade passando por cada uma de suas partes. A Aliança com Noé depois do dilúvio exprime o princípio da Economia divina para com as "nações", isto é, para com os homens agrupados "segundo seus países, cada um segundo sua língua, e segundo seus clãs" (Gn 10.5)
DEUS É AMOR Ao longo de sua história, Israel pôde descobrir que Deus tinha uma única razão para revelar-se a ele e para tê-lo escolhido dentre todos os povos para ser dele: seu amor gratuito. E Israel entendeu, graças a seus profetas, que foi também por amor que Deus não cessou de salvá-1o e de perdoar-lhe sua infidelidade e seus pecados.
Na História da Salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da "casa da escravidão" (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus, só ele pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não poder mais procurar a salvação a não ser na invocação do Nome do Deus Redentor.
"Em qualquer época e em qualquer povo é aceito por Deus todo aquele que o teme e pratica a justiça. Aprouve, contudo, a Deus santificar e salvar os homens não singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo, que o conhecesse na verdade e santamente o servisse. Escolheu, por isso Israel como seu povo. Estabeleceu com ele uma aliança e instruiu-o passo a passo... Tudo isso, porém, aconteceu em preparação e figura para aquela nova e perfeita aliança que se estabeleceria em Cristo... Esta é a Nova Aliança, isto é o Novo Testamento em seu sangue, chamando de entre judeus e gentios um povo que junto crescesse na unidade, não segundo a carne, mas no Espírito.
A Igreja ora para que ninguém se perca: "Senhor, não permitais que eu jamais seja separado de vós" Se é verdade que ninguém pode salvar-se a si mesmo, também é verdade que "Deus quer que todos sejam salvos" (1 Tm 2,4), e que para Ele "tudo é possível" (Mt 10,26).
Também aqui Deus vem primeiro. É Ele quem chama Moisés do meio da sarça ardente. Esse acontecimento será sempre uma das figuras primordiais da oração na tradição espiritual judaica e cristã. De fato, se "o Deus de Abraão, Isaac e Jacó" chama seu servo Moisés, é porque Ele é o Deus Vivo que quer a vida dos homens. Ele se revela para salvá-los, mas não sozinho, nem apesar deles; chama Moisés para enviá-lo, para associá-lo sua compaixão, à sua obra de salvação. Há, por assim dizer, uma imploração divina nesta missão, e Moisés, depois de longo debate, conformará sua vontade com a de Deus salvador. Mas, nesse diálogo em que Deus se confia, Moisés também aprende a orar esquiva-se, objeta e principalmente pede. E é em resposta a sei pedido que o Senhor lhe confia seu Nome inefável, que se revelará em seus grandes feitos.
Deus quer a salvação de todos na verdade
O motivo da missão. É do amor de Deus por todos os homens que a Igreja sempre tirou a obrigação e a força de seu clã missionário: "Pois o amor de Cristo nos impele..." (2Cor 5,14). Com efeito, "Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro de seu anseio, levando-lhes a mesma verdade. Ela tem de ser missionaria porque crê no projeto universal de salvação.
Dom da salvação dado por Cristo
Não é fácil para o homem ferido pelo pecado manter o equilíbrio moral. O dom da salvação, trazida por Cristo, nos concede a graça necessária para perseverar na conquista das virtudes. Cada um deve sempre pedir esta graça de luz e de fortaleza, recorrer aos sacramentos, cooperar com o Espírito Santo, seguir seus apelos de amar o bem e evitar o mal.
Esperança da salvação em Israel
Por meio dos profetas, Deus forma seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança nova e eterna destinada a todos os homens, e que será impressa nos corações. Os profetas anunciam uma redenção radical do Povo de Deus, a purificação de todas as suas infidelidades, uma salvação que incluirá todas as nações. Serão sobretudo os pobres e os humildes do Senhor os portadores desta esperança. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana, Judite e Ester mantiveram viva a esperança da salvação de Israel. Delas todas, a figura mais pura é a de Maria.
Esperança da salvação
O primeiro mandamento visa também aos pecados contra a esperança, que são o desespero e a presunção.
Pelo desespero, o homem deixa de esperar de Deus sua salvação pessoal, os auxílios para alcançá-la ou o perdão de seus pecados. O desespero opõe-se à bondade de Deus, à sua justiça porque o Senhor é fiel a suas promessas e à sua misericórdia.
Homem necessita da salvação
A SALVAÇÃO DE DEUS: A LEI E A GRAÇA Chamado à felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de Deus. O socorro divino lhe é dado, em Cristo, pela lei que o dirige e na graça que o sustenta:
Trabalhai para vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus quem, segundo a sua vontade, realiza em vós o querer e o fazer (Fl 2,12-13).
"Sob suas múltiplas formas - extrema privação material, opressão injusta, enfermidades físicas e psíquicas e, por fim, a morte -, a miséria humana é o sinal manifesto da condição natural da fraqueza em que o homem se encontra após o primeiro pecado e da necessidade de uma salvação. É por isso que ela atrai a compaixão de Cristo Salvador, que quis assumi-la sobre si, identificando-se com os 'mais pequeninos entre seus irmãos'. É também por isso que todos aqueles que ela atinge são objeto de um amor preferencial por parte da Igreja, que, desde as suas origens, apesar das falhas de muitos de seus membros, não deixou nunca de trabalhar por aliviá-los, defendê-los e libertá-los. Ela o faz por meio de inúmeras obras de beneficência, que continuam a ser, sempre e por toda parte, indispensáveis."
Igreja instrumento e sacramento universal da salvação
Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. "Nas mãos dele, ela é o instrumento da Redenção de todos os homens" o sacramento universal da salvação" pelo qual Cristo "manifesta e atualiza o amor de Deus pelos homens". Ela "é o projeto visível do amor de Deus pela humanidade" que quer que o "gênero humano inteiro constitua o único povo de Deus, se congregue no único Corpo de Cristo, seja construído no único templo do Espírito Santo".
A Igreja é no mundo presente o sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e dos homens.
"A única Igreja de Cristo (...) é aquela que nosso Salvador depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para que fosse seu pastor e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na ( "subsistit in") Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele":
O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concílio Vaticano II, explicita: "Pois somente por meio da Igreja católica de Cristo, 'a qual é meio geral de salvação', pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança somente ao Colégio Apostólico, do qual Pedro é o chefe, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de que alguma forma, já pertencem ao Povo de Deus".
Importância das decisões morais para a salvação
O caminho de Cristo "conduz à vida", um caminho contrário "leva à perdição". A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da Igreja. Significa a importância das decisões morais para nossa salvação. "Há dois caminhos, um da vida e outro da morte; mas entre os dois há grande diferença.
Liberdade humana e salvação
A liberdade humana na economia da salvação Liberdade e pecado. A liberdade do homem é finita e falível. De fato, o homem falhou. Pecou livremente. Recusando o projeto do amor de Deus, enganou-se a si mesmo, tornou-se escravo do pecado. Esta primeira alienação gerou outras, em grande número. Desde suas origens, a história comprova os infortúnios e opressões nascidos do coração do homem por causa do mau uso da liberdade.
Ameaças à liberdade. O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que "o homem, sujeito da liberdade, baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos. Por sua vez, as condições de ordem econômica e social, política e cultural requeridas para um justo exercício da liberdade são muitas vezes desprezadas e violadas. Estas situações de cegueira e injustiça prejudicam a vida moral e levam tanto os fortes como os fracos à tentação de pecar contra a caridade. Fugindo da lei moral, o homem prejudica sua própria liberdade, acorrenta-se a si mesmo, rompe a fraternidade com seus semelhantes e rebela-se contra a verdade divina.
Liberdade e salvação. Por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado que os mantinha na escravidão. "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1). Nele comungamos da "verdade que nos torna livres". O Espírito Santo nos foi dado e, como ensina o apóstolo, "onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2 Cor 3,17). Desde agora participamos da "liberdade da glória dos filhos de Deus".
Liberdade e graça. A graça de Cristo não entra em concorrência com nossa liberdade quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no coração do homem. Ao contrário, como a experiência cristã o atesta, sobretudo na oração, quanto mais dóceis formos aos impulsos da graça, tanto mais crescem nossa liberdade intima e nossa segurança nas provações e diante das pressões e coações do mundo externo. Pela obra da graça, o Espírito Santo nos educa à liberdade espiritual, para fazer de nós livres colaboradores de sua obra na Igreja e no mundo.
"Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo, para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos a vosso serviço."
Meios da salvação
A palavra "católico" significa "universal" no sentido de segundo a totalidade" ou "segundo a integralidade". A Igreja é católica em duplo sentido. Ela é católica porque nela Cristo está presente. "Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica." Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça o que implica que ela recebe dele "a plenitude dos meios de salvação" que ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes e o será sempre, até o dia da Parusia.
É pelo sacramento da Penitência que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja: Os Padres da Igreja com razão chamavam a Penitência de "um Batismo laborioso". O sacramento da Penitência é necessário para a salvação daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo é necessário para os que ainda não foram regenerados.
Ministério eclesial para a salvação do homem
O próprio Cristo é a fonte do ministério na Igreja. Instituiu-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o Povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois os ministros que são revestidos do sagrado poder servem a seus irmãos para que todos os que formam o Povo de Deus... cheguem à salvação.
Missão da salvação nas ações dos sacerdotes
Em virtude do sacramento da Ordem, os presbíteros participam das dimensões universais da missão confiada por Cristo aos Apóstolos. O dom espiritual que receberam na ordenação prepara-os não para uma missão limitada e restrita, "mas para a missão amplíssima e universal da salvação até os confins da terra, "com o espírito pronto para pregar o Evangelho por toda parte".
Obras de salvação impedidas pelo Maligno
Neste pedido, o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O "diabo" ("diabolos") é aquele que "se atira no meio" do plano de Deus e de sua "obra de salvação" realizada em Cristo.
Observância da lei natural necessária para a salvação
A autoridade do magistério se estende também aos preceitos específicos da lei natural, porque sua observância, exigida pelo Criador, é necessária para a salvação. Recordando as prescrições da lei natural, o magistério da Igreja exerce parte essencial de sua função profética de anunciar aos homens o que (os homens) são de verdade e recordar-lhes o que devem ser diante de Deus.
Oração pela salvação
Orar é uma necessidade vital. A prova contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado. Como o Espírito Santo pode ser "nossa Vida", se nosso coração está longe dele?
Nada se compara em valor à oração; ela toma possível o que é impossível, fácil o que é difícil. E impossível que caia em pecado o homem que reza.
Quem reza certamente se salva; quem não reza certamente se condena.
Paulo contrapõe a universalidade da salvação à universalidade do pecado
CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO DE ADÃO PARA A HUMANIDADE Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. São Paulo o afirma: "Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores" (Rm 5,19). "Como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram..." (Rm 5,12). A universalidade do pecado e da morte o Apóstolo opõe a universalidade da salvação em Cristo: "Assim como da falta de um só resultou a condenação de todos os homens, do mesmo modo, da obra de justiça de um só (a de Cristo), resultou para todos os homens justificação que traz a vida" (Rm 5,18).
Sacramentos necessários para a salvação
A Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação. A "graça sacramental" é a graça do Espírito Santo dada por Cristo e peculiar a cada sacramento. O Espírito cura e transforma os que o recebem, conformando-os com o Filho de Deus. O fruto da vida sacramental é que o Espírito de adoção deifica os fiéis unindo-os vitalmente ao Filho único, o Salvador.
Sacrifício da cruz para a salvação do homem
Para Deus, todos os momentos do tempo estão presentes em sua atualidade. Ele estabelece, portanto, seu projeto eterno de "predestinação" incluindo nele a resposta livre de cada homem à sua graça: "De fato, contra teu servo Jesus, a quem ungiste, verdadeiramente coligaram-se, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos com as nações pagãs e os povos de Israel, para executar tudo o que, em teu poder e sabedoria, havias predeterminado" (At 4,27-28). Deus permitiu os atos nascidos de sua cegueira, a fim de realizar seu projeto de salvação.
Este projeto divino de salvação mediante a morte do "Servo, o Justo" havia sido anunciado antecipadamente na Escritura como um mistério de redenção universal, isto é, de resgate que liberta os homens da escravidão do pecado. São Paulo, em sua confissão de fé que diz ter "recebido secundum Scripturas", professa que "Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras. A morte redentora de Jesus cumpre em particular a profecia do Servo Sofredor. Jesus mesmo apresentou o sentido de sua vida e de sua morte à luz do Servo Sofredor. Após a sua Ressurreição, ele deu esta interpretação das Escrituras aos discípulos de Emaús, e depois aos próprios apóstolos.
Por isso, São Pedro pode formular assim a fé apostólica no projeto divino de salvação: "Fostes resgatados da vida fútil que herdastes de vossos pais, pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeitos e sem mácula, conhecido antes da fundação do mundo, mas manifestado, no fim dos tempos, por causa de vós" (1Pd 1,18-20). Os pecados dos homens, depois do pecado original, são sancionados pela morte. Ao enviar seu próprio Filho na condição de escravo, condição de uma humanidade decaída e fadada à morte por causa do pecado. "Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus" (2Cor 5,21).
"Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis iustificationem meruit - Por sua santíssima Paixão no madeiro da cruz mereceu-nos a justificação", ensina o Concílio de Trento, sublinhando o caráter único do sacrifício de Cristo como "princípio de salvação eterna". E a Igreja venera a Cruz, cantando: crux, ave, spes única - Salve, ó Cruz, única esperança".
Sagrada Escritura para a salvação do homem
Os livros inspirados ensinam a verdade. "Portanto, já que tudo o que os autores inspirados (ou hagiógrafos) afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, deve-se professar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus em vista de nossa salvação quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras."
Com efeito, "a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos". "Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de nossa salvação"
Salvação da pessoa e da sociedade estreitamente ligada ao bem-estar conjugal
O MATRIMÔNIO NA ORDEM DA CRIAÇÃO "A íntima comunhão de vida e de amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis [... O próprio [... Deus é o autor do matrimônio. "A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram da mão do Criador. O casamento não é uma instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras variações que sofreu no curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Essas diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Ainda que a dignidade desta instituição não transpareça em toda parte com a mesma clareza, existe, contudo, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar."
"A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar."


Salvação e comunhão dos santos
"Pertence, além disso, a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto a Deus as preces e as boas obras da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos que, seguindo as pegadas de Cristo Senhor, por sua graça se santificaram e totalmente acabaram a obra que o Pai lhes confiara, de sorte que, operando a própria salvação, também contribuíram para a salvação de seus irmãos na unidade do corpo místico."
Salvação sem o Batismo
Para s catecúmenos que morrem antes de seu Batismo, seu desejo explícito de recebê-lo, juntamente com o arrependimento de seus pecados e a caridade, garante-lhes a salvação que não puderam receber pelo sacramento.
Quanto as crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, "que quer que todos os homens se salvem" (1Tm 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que o levou a dizer: "Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais" (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo. Eis por que é tão premente o apelo da Igreja de não impedir as crianças de virem a Cristo pelo dom do santo Batismo.
Salvação só vem de Deus
A salvação vem exclusivamente de Deus, mas, por recebermos a vida de fé por meio da Igreja, esta última é nossa mãe: "Nós cremos na Igreja como a mãe de nosso novo nascimento, e não como se ela fosse a autora de nossa salvação". Por ser nossa mãe, a Igreja é também a educadora de nossa fé.
Nossa salvação deriva da iniciativa de amor de Deus para conosco, pois "foi Ele quem nos amou e enviou seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "Foi Deus que em Cristo reconciliou o mundo consigo" (2 Cor 5,19).
Serviço e testemunho da fé necessários para a salvação
O discípulo de Cristo não deve apenas guardar a fé e nela viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la: "Todos devem estar prontos a confessar Cristo perante os homens e segui-lo no caminho da Cruz, entre perseguições que nunca faltam à Igreja. O serviço e o testemunho da fé são requisitos da salvação: "Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus" (Mt 10,32-33).
Todos têm necessidade da salvação
Jesus escandalizou os fariseus ao comer com os publicanos e os pecadores com a mesma familiaridade com que comia com eles. Contra os que, dentre os fariseus, estavam "convencidos de serem justos e desprezavam os outros" (Lc 18,9), Jesus afirmou: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" (Lc 5,32). Foi mais longe ao proclamar diante dos fariseus que, sendo o pecado universal, os que pretendem não necessitar de salvação estão cegos para sua própria cegueira.
Tomar a própria alma salva
Sem o auxílio da graça, os homens seriam incapazes de "discernir a senda freqüentemente estreita entre a covardia que cede ao mal e a violência que, na ilusão de o estar combatendo, ainda o agrava mais". É o caminho da caridade, quer dizer, do amor a Deus e ao próximo. A caridade representa o maior mandamento social. Respeita o outro e seus direitos. Exige a prática da justiça, e só ela nos torna capazes de praticá-la. Inspira uma vida de autodoação: "Quem procurar ganhar sua vida vai perdê-la, e quem a perder vai conservá-la" (Lc 17,33).
Tudo está ordenado para a salvação do homem
"Sabemos que, para os que amam a Deus, tudo concorre para o bem" (Rm 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade.
Assim, Sta. Catarina de Sena diz "àqueles que se escandalizam e se revoltam com o que lhes acontece": "Tudo procede do amor tudo está ordenado à salvação do homem, Deus não faz nada que não seja para esta finalidade"
E Santo Tomás More, pouco antes de seu martírio, consola sua filha: "Não pode acontecer nada que Deus não tenha querido. Ora, tudo o que ele quer, por pior que possa parecer-nos, é o que há de melhor para nós"
E Lady Juliana de Norwich: "Aprendi, portanto, pela graça de Deus, que era preciso apegar-me com firmeza à fé e crer com não menor firmeza que todas as coisas irão bem.... "Tu mesmo verás que qualquer tipo de circunstância servirá para o bem" - Thou shalt see thyself that all MANNER of thing shall be well"
Virgem Maria cooperou para a salvação humana
A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana com livre fé e obediência" Pronunciou seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a natureza humana" Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes.
"Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira."



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