segunda-feira, 25 de junho de 2012

Liturgia 12º semana comum ano par


Liturgia da Segunda Feira 25.06.2012
XII SEMANA COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Leitura (2 Reis 17,5-8.13.18)
Leitura do segundo livro dos Reis.
17 5 Depois atacou Samaria e assediou-a por três anos. 
6 No ano nono do reinado de Oséias, o rei da Assíria apoderou-se de Samaria e deportou os israelitas para a Assíria, estabelecendo-os em Hala, às margens do Habor, rio de Gozan, e nas cidades da Média. Causas da ruína de Israel 
7 Assim aconteceu porque os filhos de Israel tinham pecado contra o Senhor, seu Deus, que os tinha tirado do Egito e libertado da opressão do faraó, rei dos egípcios. Eles adoraram outros deuses, 
8 adotaram os costumes das nações que o Senhor tinha expulsado diante dos israelitas e seguiram os costumes estabelecidos pelos reis de Israel. 
13 O Senhor tinha advertido Israel e Judá pela boca de seus profetas e videntes:"Renunciai às vossas más ações; guardai meus mandamentos e minhas leis; observai toda a lei que prescrevi a vossos pais e que vos transmiti pelos meus servos, os profetas". 
14 Mas eles não o quiseram ouvir, e endureceram o seu coração, como o tinham feito seus pais, que se tornaram infiéis ao Senhor, seu Deus. 
15 Desprezaram os seus preceitos e a aliança estabelecida com seus pais, não atenderam às advertências que lhes tinha feito, e seguiram as vaidades, tornando-se eles mesmos vaidades; apesar de ter-lhes o Senhor proibido seguir as pisadas dos povos que os cercavam, 
18 Por isso, o Senhor ficou profundamente indignado contra os israelitas e lançou-os para longe de sua face. Só a tribo de Judá subsistiu. 

Salmo responsorial 59/60
Vossa mão nos ajude, ouvi-nos, Senhor!
Rejeitastes, ó Deus, vosso povo
e arrasastes as nossas fileiras;
vós estáveis irado; voltai-vos!
Abalastes, partistes a terra,
reparai suas brechas, pois treme.
Duramente provastes o povo
e um vinho atordoante nos destes.
Quem me leva à cidade segura,
e a Edom quem me vai conduzir
se vós, Deus, rejeitais vosso povo
e não mais conduzis nossas tropas?
Dai-nos, Deus, vosso auxílio na angústia;
nada vale o socorro dos homens!
Mas com Deus nós faremos proezas,
e ele vai esmagar o opressor.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

Evangelho (Mateus 7,1-5)
7 1 Disse Jesus: "Não julgueis, e não sereis julgados. 
2 Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. 
3 Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? 
4 Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? 
5 Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. JULGAMENTO...
Querido Discípulo Anônimo, este evangelho parece que traz um ensinamento tão fácil: Não julgar as pessoas, e a gente tem um cuidado todo especial por causa disso, pois quando vamos fazer uma dura crítica a alguém, dizemos farisaicamente “Não é que eu queira julgar”, e em seguida acabamos com a imagem do próximo. Tem alguma forma nova para falar desse evangelho, sem repetir a mesmice?
(Aprendiz)
Caro Aprendiz, primeiro que um evangelho nunca é a mesmice, pois sempre nos traz coisas novas, e cada leitura orante bem feita, nos permite  novo modo de Ver as pessoas e os acontecimentos. O ensinamento de Jesus, Nosso Deus e Senhor, de fato é  simples e fácil de ser compreendido: Devemos sempre olhar para as pessoas e os acontecimentos com os olhos de Deus.
Em um primeiro momento haveria uma incoerência, poderá você argumentar, pois Deus é nosso único e autêntico Juiz, entretanto, seu critério de julgamento é totalmente diferente do nosso. Ele não nos olha com severidade e rigorismo moral, mas sempre com benevolência e bondade infinita, a misericórdia e compaixão sempre em Deus falam mais alto.
Os Fariseus, que prezavam sua conduta pelo seguimento da Lei, e o aprimoramento moral, olhavam para as pessoas a partir de si mesmas, colocando-se como referência e exigindo das mesmas essa conduta. Não era Deus a referência, mas eles próprios. Tinha em seus olhos esta trave que os impedia de perceberem o quanto Deus os amava em Jesus Cristo, e assim, viviam e praticavam a religião do merecimento.
Fujamos sempre desse Farisaísmo que influencia ainda hoje as nossas comunidades cristãs, e compreendamos nossa vocação a qual fomos chamados por Deus, não para julgar, mas para amar a todas as pessoas e assim sendo, iremos com certeza poder contar com a misericórdia Divina no dia do nosso Julgamento.
2. O harmonioso convívio comunitário
Ao longo do Sermão da Montanha são abordados vários aspectos característicos do Reino dos Céus: a responsabilidade dos discípulos, os pontos fundamentais que Jesus inova em relação à antiga Lei, a intimidade com o Pai, o desapego das riquezas. Agora as palavras de Jesus se constituem em orientação e norma para o harmonioso convívio comunitário. A rejeição do "julgar" se refere ao julgamento condenatório, que deve ser descartado.
O convívio humano comporta discernimento e avaliações. Porém, quem faz um julgamento condenatório está condenando a si mesmo. Neste sentido é feita a comparação baseada em antigas normas de contratos comerciais de troca de cereais: a mesma medida deve ser aplicada a ambas as partes. O hábito de criticar com frequência oculta a fuga de uma autoavaliação.
A crítica exacerbada ofusca a lucidez. A autocrítica sincera leva à humildade e à misericórdia para com os outros. A qualificação "hipócrita" pode sugerir que o texto teria sido originalmente dirigido aos fariseus, sendo depois aplicado à comunidade.
Na humildade, na acolhida e na valorização do irmão constrói-se a comunidade viva e aberta que transforma o mundo.
Oração
Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
3. NÃO SEJA JUÍZ DO PRÓXIMO
O discípulo está terminantemente proibido de julgar. Essa proibição deve ser bem entendida. Julgar diz respeito à decisão sobre a salvação ou a condenação do próximo. Somente a Jesus compete dizer qual será a sorte eterna de uma pessoa. A ninguém mais!
Quando alguém se arvora em juiz dos outros, comete uma série de equívocos. Ele tende a ser excessivamente severo e rigoroso, a ponto de faltar de misericórdia. A condenação do próximo parece dar-lhe prazer e não sua salvação. Em contrapartida, o juiz alheio prima por minimizar seus próprios pecados e limitações, mesmo sendo graves e dignos de reprovação. A forma minuciosa como a vida alheia é analisada de nada serve para que ele perceba a enormidade de suas faltas.
É pura hipocrisia preocupar-se com os pequenos defeitos dos outros e conviver tranqüilamente com os próprios erros. Antes de querer bisbilhotar a vida do próximo, para condená-lo, o hipócrita deveria por ordem na própria casa, para não ser vítima da condenação querida para o outro.
O critério de juízo a ser aplicado por Deus corresponderá ao que cada um usou no trato com os irmãos. Rigor impiedoso será usado com os impiedosos. Misericórdia infinita encontrará quem tiver sido misericordioso. O discípulo prudente não pode se enganar.
Oração
Senhor Jesus, que eu não queira ser juiz do meu próximo e, sim, use para com ele a mesma misericórdia que espero receber de ti.
Liturgia da Terça-Feira
XII SEMANA COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)
Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Leitura (2 Reis 19,9-11.14-21.31-36)
Leitura do segundo livro dos Reis.
19 9 O rei ouviu dizer de Taraca, rei da Etiópia: Ele acaba de sair para combater contra ti. Senaquerib mandou novamente mensageiros a Ezequias para dizer-lhe: 
10 "Isto direis a Ezequias, rei de Judá: 'Não te deixes enganar pelo Deus no qual puseste a tua confiança, pensando que Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria'. 
11 Ouviste contar como os reis da Assíria trataram todos os países, e como os devastaram: só tu, pois, haverias de escapar?" 
14 Ezequias tomou a carta das mãos dos mensageiros e leu-a; subiu depois ao templo e abriu-a diante do Senhor, 
15 rogando-lhe: "Senhor, Deus de Israel, que estais sentado sobre querubins, só vós sois o Deus de todos os reinos da terra. Vós fizestes os céus e a terra. 
16 Inclinai, Senhor, os vossos ouvidos e ouvi! Abri, Senhor, os vossos olhos e vede! Ouvi a mensagem de Senaquerib, que mandou blasfemar o Deus vivo! 
17 É verdade, Senhor, que os reis da Assíria destruíram as nações e devastaram os seus territórios, 
18 atirando ao fogo os seus deuses, mas isso porque não eram deuses, e sim objetos feitos pelas mãos do homem, objetos de madeira e de pedra: por isso foram destruídos. 
19 Mas vós, Senhor, nosso Deus, salvai-nos agora das mãos de Senaquerib, a fim de que todos os povos da terra saibam que vós, o Senhor, sois o único Deus". 
20 Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: "Eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: Ouvi a oração que me fizeste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. 
21 Eis o oráculo do Senhor contra ele: 'A virgem, filha de Sião, despreza-te e zomba de ti. A filha de Jerusalém meneia a cabeça por trás de ti. 
31 Pois de Jerusalém surgirá um resto e do monte Sião sobreviventes. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos'.
32 Por isso, eis o oráculo do Senhor ao rei da Assíria: 'Não entrará nesta cidade nem atirará flechas contra ela, não lhe oporá escudo nem a cercará de trincheiras. 
33 Mas voltará pelo caminho por onde veio, sem entrar na cidade - oráculo do Senhor. 
34 Protegerei esta cidade para salvá-la, por minha causa e de Davi, meu servo'". 
35 Ora, nessa mesma noite o anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte pela manhã só havia cadáveres. 
36 Senaquerib, rei da Assíria, retirou-se, tomou o caminho de sua terra e deteve-se em Nínive. 

Salmo responsorial 47/48
O Senhor estabelece sua cidade para sempre.
Grande é o Senhor e muito digno de louvores 
na cidade onde ele mora; 
seu monte santo, esta colina encantadora 
é a alegria do universo.
Monte Sião, no extremo norte situado, 
és a mansão do grande rei! 
Deus revelou-se, em suas fortes cidadelas, 
um refúgio poderoso.
Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade 
em meio ao vosso templo; 
com vosso nome vai também vosso louvor 
aos confins de toda a terra.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Evangelho (Mateus 7,6.12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 6 "Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 
12 Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas. 
13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. 
14 Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “A Caridade nos abre para as Coisas Santas...”
Caro Discípulo Anônimo, parece que neste evangelho há frases meio soltas como, por exemplo, a afirmativa inicial de “Não se dar pérolas aos porcos”.De repente o ensinamento vai na direção da nossa relação com as pessoas e fecha falando sobre a tal de porta estreita e a larga. Será que há um Fio condutor nesses assuntos abordados por Jesus?
Do Discípulo Anônimo ao Aprendiz
Caríssimo, a disponibilidade para a prática da virtude da caridade para com o nosso próximo, garante em nosso coração e em nossa Vida Cristã o acolhimento das “Coisas Sagradas” que nada mais são do que os ensinamentos da Santa Palavra.
O Amor e a caridade, por si mesma, sempre busca o aprimoramento que vem da Palavra de Deus. Se o ouvinte não pratica essa virtude da Caridade, o seu coração jamais estará aberto á Santa Palavra e nesse caso, anunciar a Boa Nova é um verdadeiro desperdício da Coisa Sagrada.
Autoestima e amor próprio são coisas também importantes, afinal, nosso corpo não é coisa impura e má, como se pensou e se pregou no passado, mas sim há nele a dignidade de ser templo do Deus Vivo. Portanto, a caridade verdadeira consiste em dispensarmos ao próximo essa mesma dedicação que temos por nós próprios.
Daí decorre a consciência da nossa fraqueza e a nossa total dependência da Graça de Deus, é a tal porta estreita, porque o mundo nos educa á sermos prepotentes, buscadores insaciáveis dos prazeres que o mundo oferece e  a pós modernidade quer distância da cruz e do sofrimento, preferindo a largueza do prazer saciado.
Entrar pela porta estreita é aceitar fazer essa desafiadora peregrinação pelas estradas dessa Vida, se fazendo pequeno no serviço aos irmãos e irmãs que caminham conosco pois quem vive inchado de orgulho e prepotência, e não está acostumado a servir mas só a ser servido, não vai conseguir passar pela porta estreita.
2.Compromisso concreto e total com o próximo
No evangelho de hoje temos mais três sentenças avulsas que integram a coletânea do Sermão da Montanha.
A primeira sentença, com o "santo" e as "pérolas", em oposição aos "cães" e aos "porcos", é tão estranha aqui no Sermão da Montanha quanto discriminatória. Embora imprópria, há quem a interprete como uma advertência para se evitar a insistência do anúncio evangélico a quem demonstre má vontade.
A sentença que se segue é conhecida pela formulação: "Fazei aos outros tudo o que quereis que eles vos façam". Esta é uma máxima antiga que faz parte da cultura universal. Jesus resume a Lei e os Profetas na prática desta máxima. A expressão "fazei... tudo..." indica o compromisso concreto e total com o próximo.
A última sentença apresenta as duas "portas" e os dois "caminhos". Trata-se da porta de uma cidade, aonde se chega após caminhar pela estrada. As estradas e portas largas eram as grandes obras do império romano, construídas para melhor explorar os dominados.
As estradas e as portas estreitas são as que levam aos excluídos em suas humildes vilas. O discípulo deve rejeitar as estradas do império e seguir o caminho ao encontro dos excluídos.
Oração
Espírito de sacrifício, dá-me força para abraçar as propostas do Reino, embora tenha de pagar um preço elevado por esta minha opção.
3. DUAS PORTAS - DOIS CAMINHOS
As metáforas evangélicas confrontam o discípulo com a decisão que deve tomar entre duas formas opostas de existência. Não é qualquer modo de viver que pode conduzir o ser humano à salvação. Existem opções enganosas, cuja falsidade só será perceptível no final do percurso. Existem também critérios inconvenientes. Optar pelo mais cômodo, fácil e menos exigente é arriscado. Portanto, que caminho trilhar, e por que porta entrar, quando se quer ter acesso à vida eterna?
Os escribas e fariseus optaram pela observância meticulosa da Lei, esperando com isto obter a salvação. Jesus criticou tal opção, porque facilmente levava ao exibicionismo e à hipocrisia, e criava a expectativa de receber o reconhecimento dos outros. Isto sem falar da tentação de manipular a Lei em benefício próprio.
Os discípulos foram orientados a optar pela justiça do Reino, tal como o Mestre ensinara ao longo do Sermão da Montanha. Aqui não se apresenta a perspectiva de recompensa humana, mas de perseguições, por ser um caminho que comporta oposição às injustiças do mundo, e uma porta aberta somente para o amor e a misericórdia. A porta e o caminho estreitos correspondem à proposta do Reino apresentada por Jesus. Quem fizer a opção por ela, deverá agüentar as conseqüências. Mas, somente assim é que se alcança a salvação.
Oração
Espírito de sacrifício, dá-me força para abraçar as propostas do Reino, embora tenha de pagar um preço elevado por esta minha opção.
Liturgia da Quarta-Feira
XII SEMANA COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Leitura (2 Reis 22,8-13; 23,1-3)
Leitura do segundo livro dos Reis.
22 8 O sumo sacerdote Helcias disse ao escriba Safã: "Encontrei no templo do Senhor o livro da Lei". Helcias deu esse livro a Safã, 
9 o qual, depois de tê-lo lido, voltou ao rei e prestou-lhe contas da missão que lhe fora confiada: "Teus servos juntaram o dinheiro que se encontrava no templo e entregaram-no aos encarregados do templo do Senhor". 
10 O escriba Safã disse ainda ao rei: "O sacerdote Helcias entregou-me um livro". 
11 E leu-o em presença do rei. Quando o rei ouviu a leitura do livro da Lei, rasgou as vestes, 
12 e ordenou ao sacerdote Helcias, a Aicão, filho de Safã, a Acobor, filho de Mica, ao escriba Safã e ao seu oficial Azarias, o seguinte: 
13 "Ide e consultai o Senhor de minha parte, da parte do povo e de todo o Judá, acerca do conteúdo deste livro que acaba de ser descoberto. A cólera do Senhor deve ser grande contra nós, porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, nem puseram em prática tudo o que aí está prescrito". 
1 O rei convocou à sua presença todos os anciãos de Judá e de Jerusalém, 
2 e subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, profetas e todo o povo, pequenos e grandes. Leu então, diante deles, o texto completo do livro da Aliança que fora descoberto no templo do Senhor. 
3 O rei, de pé na tribuna, renovou a aliança em presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus mandamentos, suas instruções e suas leis, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e a cumprir todas as cláusulas da aliança contida no livro. Todo o povo concordou com essa aliança. 

Salmo responsorial 118/119
Ensinai-me a viver vossos preceitos, ó Senhor!
Ensinai-me a viver vossos preceitos; 
quero guarda-los fielmente até o fim!
Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei, 
e de todo o coração a guardarei.
Guiai meus passos no caminho que traçastes, 
pois só nele encontrarei felicidade.
Inclinai meu coração às vossas leis, 
e nunca ao dinheiro e à avareza.
Desviais o meu olhar das coisas vãs, 
dai-me a vida pelos vossos mandamentos!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Ficai em mim e eu em vós ficarei, diz Jesus; quem em mim permanece há de dar muito fruto (Jo 15,4s).

Evangelho (Mateus 7,15-20)
7 15 Disse Jesus: "Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. 
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? 
17 Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. 
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. 
19 Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. 
20 Pelos seus frutos os conhecereis". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.  “Os Frutos não mentem...”
O que caracteriza e dá identidade a uma laranjeira são,  evidentemente as laranjas colhidas dos seus galhos, a Videira a mesma coisa, sabemos que na parreira iremos encontrar os deliciosos cachos de uva, já um espinheiro nada vai dar além de espinhos, também não se pode esperar algum fruto de uma moita de urtigas. Este raciocínio é óbvio demais, entretanto, é essa comparação que Jesus faz para falar com os discípulos sobre o perigo dos falsos profetas de ontem, e dos falsos cristãos de hoje, que além de nada produzirem de bom, ainda contaminam a comunidade com suas ideologias aparentemente cristãs, mas que trazem incertezas, intrigas e divisões.
Os que ocupam cargos de coordenações dentro da grande Eclesia, ou mesmo nos nossos movimentos, tão importantes na evangelização da pós modernidade, podem sim, ter segundas intenções naquilo que fazem. É preciso ter cautela pois é fácil identificar a autenticidade dessas lideranças, pelos seus frutos. Nos dias de hoje em nossas comunidades o grande pecado ainda são as divisões e aí os tais Falsos Profetas são os principais articuladores.
Podemos atualizar este evangelho e filtrar melhor certas conversas e conselhos. Lideranças que se preocupam excessivamente só com a sua pastoral ou Movimento, não dando muita importância a comunhão com a paróquia como um todo. Pessoas que defendem de unhas e dentes os interesses da SUA comunidade, contra o bem comum de toda a paróquia. Pessoas que fazem duras críticas a outras lideranças, e tentam ainda colocar o povo de Deus contra os Ministros ordenados, tornando a público suas falhas e pecados.
Pessoas que querem dominar a tudo e a todos, brigando com quem quer que seja, para defender seu ponto de vista, sempre acreditando e dizendo que só quer o melhor para a paróquia. Os frutos de quem semeia tanta discórdia, inimizada e intriga, logo vem, e são azedos e intragáveis. As ações do agente de Pastoral autêntico, ao contrário, sempre promovem a união e comunhão de vida, sempre valoriza as demais pessoas e usa de misericórdia e compreensão com quem errou.
Os frutos dessa ação são doces e saborosos, portanto, Jesus pede neste evangelho, para não dar ouvido a quem parece ser tão bonzinho, mas que no fundo é cordeiro disfarçado de Lobo...
2. Os bons frutos
Esta advertência, bastante contundente, contra os falsos profetas, como alguém pouco conhecido que vem de fora da comunidade, permite que se pense que, em sua origem, ela tenha sido pronunciada contra os fariseus, com sua doutrina enganosa. João Batista, em sua pregação dirigida aos fariseus e saduceus, já havia usado a metáfora da árvore e seus frutos. "Produzi fruto digno de arrependimento... toda árvore que não produzir bom fruto será cortada e lançada ao fogo" (Mt 3,8.10). Mateus incorpora esta advertência no Sermão da Montanha, neste bloco de orientações internas para as comunidades de discípulos.
Percebe-se que havia nas comunidades de Mateus alguns problemas de comportamento. As duas metáforas, a dos lobos vestidos de ovelhas e a da árvore e seus frutos, são advertências sobre as falsas aparências que ocultam a realidade. Não são as solenes profissões de fé ortodoxa, ou as palavras agradáveis que importam, mas sim a autenticidade e veracidade da conduta.
Os verdadeiros profetas que anunciam a presença de Deus no meio do povo dão frutos de serviço, acolhida, respeito, compaixão e promoção da vida, tecendo os laços do amor e da paz entre os povos.
Oração
Pai, dá-me o discernimento necessário para perceber quem, revestido de pele de cordeiro, pode levar-me a arrefecer meu entusiasmo por ti e por teu Reino.
3. FALAR E AGIR
O discípulo do Reino sabe compaginar, perfeitamente, palavra e ação. Sua vida decorre de sua pregação, a ponto de seu testemunho de vida ser o melhor atestado da veracidade de suas palavras. Caso contrário, atuaria na comunidade como um falso profeta. A falsidade, neste caso, poderia acontecer de duas formas. A primeira consistiria em desconectar vida e pregação. A outra se dá, quando alguém cultiva uma virtude aparente, sem consistência. É o que se chama hipocrisia. Por fora, dá mostras de ser virtuoso, quando, de fato, é um grande perverso.
A comunidade cristã não está isenta de ver-se às voltas com pessoas deste tipo. Jesus alertou os discípulos e lhes indicou um critério para verificar a autenticidade das palavras do pregador cristão: observar se ele as pratica. De nada valem suas palavras bonitas, bem expressadas e convincentes, se não são vividas por quem as anuncia. Será preciso acautelar-se de tais pregadores, pois dizem, mas não fazem. Se, pelo contrário, a vida do pregador cristão corresponde à sua pregação, aí sim, será prudente dar-lhe ouvidos, pois "toda árvore boa só dá bons frutos".
Com este critério, os discípulos estavam aptos para precaver-se dos lobos infiltrados na comunidade.
Oração
Espírito de sinceridade, faze com que minha vida seja sempre mais coerente com minha fé e minhas palavras.
Liturgia da Quinta-Feira
Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Leitura (2 Reis 24,8-15)
Leitura do segundo livro dos Reis.
24 8 Joaquin tinha dezoito anos quando começou a reinar, e reinou durante três meses em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Noesta, filha de Elnatã, e era natural de Jerusalém. 
9 Fez o mal aos olhos do Senhor, como o tinha feito seu pai. 
10 Foi nesse tempo que vieram os homens de Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra Jerusalém, e sitiaram-na. 
11 Depois, Nabucodonosor veio pessoalmente diante da cidade, enquanto suas tropas a sitiavam. 
12 Joaquin, rei de Judá, foi ter com o rei de Babilônia, ele e sua mãe, suas tropas, seus oficiais e seus eunucos; e o rei de Babilônia o prendeu. Isso foi no oitavo ano de seu reinado. 
13 E como o Senhor tinha anunciado, levou dali todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, e quebrou todos os objetos de ouro que Salomão, rei de Israel, tinha feito para o santuário do Senhor. 
14 Levou para o cativeiro toda a Jerusalém, todos os chefes e todos os homens de valor, ao todo dez mil, com todos os ferreiros e artífices; só deixou os pobres. 
15 Deportou Joaquin para Babilônia, com sua mãe, suas mulheres, os eunucos do rei e os grandes da terra. 
16 Todos os homens de valor, em número de sete mil, os ferreiros e os artífices, em número de mil, e todos os homens aptos para a guerra, o rei de Babilônia os deportou para Babilônia. 
17 Em lugar de Joaquin, o rei de Babilônia constituiu rei seu tio Matanias, cujo nome mudou para Sedecias. 

Salmo responsorial 78/79
Por vosso nome e vossa glória, 
Libertai-nos, ó Senhor.
Invadiram vossa herança os infiéis, 
profanaram, ó Senhor, o vosso Templo, 
Jerusalém foi reduzida a ruínas! 
Lançaram aos abutres como pasto 
os cadáveres dos vossos servidores; 
e às feras da floresta entregaram 
os corpos dos fiéis, vossos eleitos.
Derramaram o seu sangue como água 
em torno das muralhas de Sião, 
e não houve quem lhes desse sepultura! 
Nós nos tornamos o opróbrio dos vizinhos, 
um objeto de desprezo e zombaria 
para os povos e àqueles que nos cercam. 
Mas até quando, ò Senhor, veremos isto? 
Conservareis eternamente a vossa irá? 
Como fogo arderá a vossa cólera?
Não lembreis as nossas culpas do passado, 
mas venha logo sobre nós vossa bondade, 
pois estamos humilhados em extremo. 
Ajudai-nos, nosso Deus e salvador! 
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! 
Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Quem me ama realmente guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

EVANGELHO (Mateus 7,21-29)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 21 "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 
22 Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?' 
23 E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! 
24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 
25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 
26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 
27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína". 
28 Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. 29 Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Quando vêm os temporais e enchentes...”
A Palavra provação não significa que Deus desconfia de nós e quer nos provar, se fosse assim, Ele já teria desistido de nos amar, pois nenhum ser humano, nem os mais Santos, passariam nessa prova.
O evangelho de hoje é o texto que vem na sequência do Sermão da Montanha, parece que Jesus fez um belo resumo de tudo o que já havia ensinado aos discípulos e agora os exorta a colocarem em prática as “Bem Aventuranças” e a primeira coisa a fazer é ouvir a Palavra.
Claro que esse ouvir a palavra requer uma abertura de coração para aceitá-la, durante o dia ouvimos muitas coisas, mas nem sempre estamos focados naquilo que ouvimos, a Palavra de Deus, para ser eficaz em nós precisa ser buscada, desejada, e deve despertar em nós um encanto naquilo que transmite, a ponto de nela descobrirmos a razão e o sentido de nossa Vida, não é uma palavra qualquer, dita por acaso, jogada no ar a esmo, ela tem a direção certa do nosso coração e do nosso existir, podemos até dizer que, nos momentos e circunstâncias em que Deus nos comunica de alguma forma a sua Santa Palavra ele têm um propósito a nosso respeito e espera de nós uma resposta.
Pela sua Palavra a nós anunciada, Deus não quer aplausos, elogios ou arrebatamentos, mas quer abertura e disponibilidade para coloca-la em prática, pois esta é a única forma de darmos a ele uma resposta positiva e aqui evocamos Maria, ao ser anunciada “Faça-se em mim...”, isto é, que a Vontade Divina, manifesta na Palavra, se torne em minha vida uma ação concreta.
Se a nossa decisão a favor da Palavra, e a nossa adesão a Jesus Cristo é sincera e autentica, vamos prova-la nas tempestades, ventanias e enchentes que enfrentamos nesta vida. Quando a nossa Fé é infantil e nossa relação com Deus baseada no medo, qualquer ventinho das contrariedades nos faz cair. Quando a nossa Fé é baseada em um rito mágico, onde tudo depende só de Deus, na primeira oportunidade que Ele não nos atender, também caímos por terra e tudo se desmorona.
Mas quando temos uma Fé firme e inabalável, vivida no encanto do anúncio de Jesus, mas também na realidade dessa vida, onde vamos colaborando concretamente para o Reino aconteça, as revezes da vida, longe de nos fazer cair, mais nos fortalecem, porque, entendendo os nossos limites e fraquezas, nos atiramos confiantes nos Braços do Pai.
Essa Fé madura, marcada pelo equilíbrio das nossas ações, fortalecida pela Eucaristia e a Palavra de Deus, mantida pela oração, é base sólida que jamais cairá.
E um dia, quando estivermos diante do juízo de Deus, seremos por ele confirmados, como bons construtores e empreendedores, porque fomos capazes de olhar para o Transcendente, sem tirar os pés do chão da nossa história.
2. Que todos tenham vida em abundância
Com uma sentença muito clara e uma parábola singela, Jesus encerra o Sermão da Montanha, conforme apresentado no evangelho de Mateus. A invocação "Senhor! Senhor!" sugere uma piedade cultual que por si só é inconsequente. A piedade se concretiza no agir de acordo com as palavras de Jesus, que revelam a vontade do Pai. E a vontade do Pai, Deus de amor, é que todos tenham vida em abundância, usufruindo dos bens da criação, eliminando-se as cercas e os muros que protegem as minorias privilegiadas e relegam as maiorias ao empobrecimento e à exclusão.
Oração
Pai, eu quero caminhar com sinceridade para a comunhão contigo, no teu Reino. Que todos os meus gestos e palavras estejam sempre alicerçados na tua vontade.
3. O DISCÍPULO PRUDENTE
O discípulo do Reino é convidado a aderir à mensagem de Jesus, de modo a deixá-la permear todos os meandros de sua existência e levá-lo a agir de maneira compatível com sua opção. Não basta uma aceitação puramente intelectual da mensagem. Nem, tampouco, limitar-se à profissão verbal da fé em Jesus. A condição de discípulo é expressa com a vida.
Pautar a vida pelas palavras de Jesus é sinal de sensatez. Uma vida assim alicerçada prepara o discípulo para enfrentar toda sorte de contradições e dificuldades, sem se deixar abalar. Embora seu modo de vida o transforme em alvo de seus adversários, nem por isso ele pensa em desanimar. Antes, continua impávido seu caminho.
Não pautar a vida pelas palavras de Jesus é sinal de insensatez. A condição de discípulo, neste caso, não passa de mera formalidade. Jesus não chega a ser realmente o Senhor de sua vida. Resultado, será incapaz de manter-se de pé quando sua fé for submetida à prova. Então, será revelada a fragilidade de sua opção pelo Reino.
Jesus denunciou a existência de pessoas deste segundo tipo na comunidade cristã. Eles profetizavam, exorcizavam, faziam milagres em seu nome. Mas, ele mesmo declara desconhecê-los. Pelo fato de não se submeterem, realmente, à vontade do Pai do céu, seu agir aparentemente bom se tornava prática de iniqüidade. Eles não eram discípulos.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a sensatez necessária para que eu deixe tuas palavras transformarem toda a minha existência.
Liturgia da Sexta-Feira
XII SEMANA COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Leitura (2 Reis 25,1-12)
Leitura do segundo livro dos Reis.
25 1 No ano nono de seu reinado, no décimo dia do décimo mês, Nabucodonosor veio com todo o seu exército contra Jerusalém; levantou seu acampamento diante da cidade e fez aterros em redor dela. 
2 O cerco da cidade durou até o décimo primeiro ano do reinado de Sedecias. 
3 No nono dia do (quarto) mês, como a cidade se visse apertada pela fome e a população não tivesse mais o que comer, 
4 fizeram uma brecha na muralha da cidade, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta que está entre os dois muros, junto do jardim do rei. Entretanto, os caldeus cercavam a cidade. Os fugitivos tomaram o caminho da planície do Jordão, 
5 mas o exército dos caldeus perseguiu o rei e alcançou-o nas planícies de Jericó. Então as tropas de Sedecias o abandonaram e se dispersaram. 
6 O rei foi preso e conduzido a Rebla, diante do rei de Babilônia, o qual pronunciou sentença contra ele. 
7 Degolou na presença de Sedecias os seus filhos, furou-lhe os olhos e o levou para Babilônia ligado com duas cadeias de bronze. 
8 No sétimo dia do quinto mês, no décimo nono ano do reinado de Nabucodonosor, rei de Babilônia, Nabuzardã, chefe da guarda e servo do rei de Babilônia, entrou em Jerusalém. 
9 Incendiou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas da cidade. 
10 E as tropas que acompanhavam o chefe da guarda demoliram o muro que cercava Jerusalém. 
11 Nabuzardã, chefe da guarda, deportou para Babilônia o que restava da população da cidade, os que já se tinham rendido ao rei de Babilônia e todo o povo que restava. 
12 O chefe da guarda só deixou ali alguns pobres como viticultores e agricultores. 

Salmo responsorial 136/137
Que se prenda a minha língua ao céu da boca 
se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!
Junto aos rios da Babilônia 
nos sentávamos chorando, 
com saudades de Sião. 
Nos salgueiros por ali 
penduramos nossas harpas.
Pois foi lá que os opressores 
nos pediram nossos cânticos; 
nossos guardas exigiam 
alegria na tristeza: 
"Cantai hoje para nós 
algum canto de Sião!"
Que se cole a minha língua 
e se prenda ao céu da boca 
se de ti não me lembrar! 
Se não for Jerusalém 
minha grande alegria!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas (Mt 8,17).

EVANGELHO (Mateus 8,1-4)
8 1 Tendo Jesus descido da montanha, uma grande multidão o seguiu. 
2 Eis que um leproso aproximou-se e prostrou-se diante dele, dizendo: "Senhor, se queres, podes curar-me". 
3 Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: "Eu quero, sê curado". No mesmo instante, a lepra desapareceu. 
4 Jesus então lhe disse: "Vê que não o digas a ninguém. Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em testemunho de tua cura". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Jesus quebra o protocolo religioso”
Caro Discípulo anônimo, começaríamos indagando se concorda com o título da reflexão, pois assim nos parece, que Jesus não obedeceu a norma prescrita em Levíticos. Será por isso que Jesus pediu sigilo desse milagre? E por que o homem curado da lepra é orientado a procurar o Sacerdote? Jesus é quem cura e o Sacerdote é que homologa a ação?
Do Discípulo amado para o Aprendiz
Amado, primeiramente concordo com o título, de fato havia a proibição de se tocar, ou até mesmo de se chegar perto de um leproso, ele próprio tinha que alertar as pessoas aos gritos de “impuro... impuro!”. Por isso, também o Leproso infligiu a Lei Religiosa, mas a questão que o evangelho apresenta é o porquê dessa atitude.
Da parte do leproso vemos um belíssimo ato de Fé, perceba as palavras ricas de significado que ele dirige ao Mestre “Senhor, se queres...”, essa expressão, somada á sua atitude de prostrar-se diante de Jesus, revela a grande confiança que ele deposita naquele homem e assim ele supera toda a liderança religiosa do seu tempo, que olhava Jesus com desconfiança, isso é, não o aceitava como Senhor.
É bom lembrar que o leproso era alguém excluído e banido do sistema religioso, pois sendo impuro, não tinha a menor chance de ser salvo.
Vocês aí do ano de 2012 tem pessoas assim na sociedade, excluídas não só do ambiente religioso, mas até da sociedade, e qualquer um desses pode conquistar a atenção e a misericórdia de Deus, superando todos os que andam “Religiosamente corretos”.
Por seu lado, Jesus age com toda misericórdia, que é a base das relações de Deus para com o homem “Estendeu a mão, tocou-o e disse: eu quero, sê curado”. No templo, o reconhecimento da cura passava por todo um ritual onde o homem curado tinha de oferecer alguma oferta. Diante de Jesus o homem reconheceu-se pequeno, totalmente dependente da misericórdia Divina: se queres...
Para que a cura se tornasse oficial, de fato era necessária a homologação do templo, através do ritual conduzido pelo Sacerdote. Jesus não menospreza a religião do Judaísmo, apenas quer mostrar que a cura verdadeira de todo ser humano, isto é, a Salvação, vem de Deus, onde o rito, e as normas religiosas, eram apenas um sinal, uma visibilidade da Graça concedida. É uma forma de dizer aos seus conterrâneos que Aquele que era maior que a Lei, já estava no meio deles.
A Igreja com toda a sua liturgia, sacramentos e práticas pastorais, deve a todo o momento ter essa consciência de que ela é o Sacramento da Salvação, e que a Graça concedida e o Reino inaugurado, são maiores que a própria Igreja.
2. Jesus reintegra o excluído
Jesus veio não para o "pequeno resto de Israel", como se consideravam as elites religiosas de Jerusalém, mas para a comunicação e a comunhão com as multidões. Todos os quatro evangelistas mencionam continuamente a presença de Jesus entre estas multidões, tanto de gentios como de judeus, acolhendo-as, deixando-se tocar por elas e as tocando, dirigindo-lhes a palavra e resgatando-lhes a vida e a dignidade.
O leproso que se aproxima de Jesus, caindo de joelhos, pede por sua purificação. A lepra era caracterizada pela impureza e não pela doença, incorrendo nas exclusões legais. O leproso devia afastar-se das comunidades, viver isolado, com vestes rasgadas e má aparência, gritando: "Impuro, impuro..." (Lv 13,44-46), e quem o tocasse tornar-se-ia também um impuro.
Jesus toca o leproso, transgredindo a lei, porém, em vez de tornar-se impuro, é o leproso que é purificado. Jesus, compassivo, conscientemente despreza a estrutura religiosa legalista e excludente, emanada do Templo de Jerusalém e das sinagogas, desobedecendo e removendo seus critérios. Jesus reintegra o excluído pelo sistema legal religioso, infringindo os preceitos e normas deste sistema.
Oração
Pai, purifica o meu coração, de modo que esteja a salvo do egoísmo desumanizador.
3. SEJA PURIFICADO!
A cena do encontro de Jesus com um leproso, e sua cura, é carregada de sentido.
O milagre acontece no âmbito de relações interpessoais. De um lado, está Jesus, cujo poder taumatúrgico é muito conhecido, bem como sua disposição a colocar-se a serviço dos oprimidos de todos os tipos. De outro, encontra-se um indivíduo estigmatizado por causa de uma doença, que afastava de si as pessoas e o obrigava a viver segregado de qualquer contato social. Havia algo ainda mais grave: a lepra excluía-o da comunidade religiosa, portanto, de Deus.
O milagre de Jesus consistirá em refazer a rede de relações da qual o leproso fora afastado.
O segundo é o âmbito da vontade livre. Aí, Jesus age de maneira bem simples: nada de gestos mágicos nem de cerimônias. O leproso recorre a ele, com toda a liberdade e confiança: "Senhor, se tu queres, tens o poder de purificar-me". E Jesus o cura com um ato de sua vontade: "Eu quero, fique purificado". A doença do leproso não o compele a buscar a cura, independentemente de sua vontade.
O terceiro é o âmbito da fé. Se o homem recorreu a Jesus, foi porque reconhecia seu poder. Sem este pressuposto, não seria movido a desrespeitar uma convenção social, e a aproximar-se do Mestre.
Oração 
Espírito de purificação, tira do meu coração o egoísmo que contamina e corrompe minha relação com o Pai e com os meus semelhantes.
Liturgia do Sábado
XII SEMANA COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).
Leitura (Lamentações 2,2.10-14.18-19)
Leitura do livro das Lamentações.
2 2 O Senhor destruiu sem piedade todas as moradias de Jacó. E em seu furor arruinou as fortificações da filha de Judá. Lançou por terra e conspurcou o reino e seus príncipes. 
10 Sentados no chão, taciturnos, jazem os anciãos da filha de Sião. Jogaram poeira sobre os cabelos; vestiram-se com sacos; e as virgens de Jerusalém pendem a fronte para a terra. 
11 Ardiam-me os olhos, de tantas lágrimas; fremiam minhas entranhas. Minha bílis se espalhou por terra, ante a ruína da filha de meu povo, quando nas ruas da cidade desfaleciam os meninos e as crianças de peito. 
12 "Onde há pão (e onde há vinho)?!", diziam eles às mães, desfalecendo, quais feridos, nas ruas da cidade, e entregando a alma no regaço materno. 
13 Que dizer? A quem te comparar, filha de Jerusalém? Quem irá salvar-te e consolar-te, ó virgem, filha de Sião? É imensa como o mar tua ruína: quem poderá curar-te? 
14 Os teus profetas tinham visões apenas extravagantes e balofas. Não manifestaram tua malícia, o que teria poupado teu exílio. Os oráculos que te davam eram apenas mentiras e enganos. 
18 Seu coração clama ao Senhor. Ó muralha da filha de Sião, transborda dia e noite a torrente de tuas lágrimas! Não te dês descanso, e teus olhos não cessem de chorar! 
19 Levanta-te à noite; grita ao início de cada vigília; que se derrame teu coração ante a face do Senhor. Ergue para ele as mãos, pela vida de teus filhos que caem de inanição, em todos os cantos das ruas. 
Salmo responsorial 73/74
Não esqueçais até o fim 
a humilhação dos vossos pobres.
Ó Senhor, por que razão nos rejeitais para sempre 
e vos irais contra as ovelhas do rebanho que guiais? 
Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, 
desta tribo que remistes para ser a vossa herança 
e do monte de Sião que escolhestes por morada!
Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: 
no santuário o inimigo destruiu todas as coisas; 
e, rugindo como feras, no local das grandes festas, 
lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.
Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, 
ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos. 
Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! 
Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!
Recordai vossa aliança! A medida transbordou, 
porque nos antros desta terra só existe violência! 
Que não se escondam envergonhados o humilde e o pequeno, 
mas glorifiquem vosso nome o infeliz e o indigente!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
O Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas (Mt 8,17).

Evangelho (Mateus 8,5-17)
8 5 Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: 
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito". 
7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei". 
8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. 
9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: 'Vai', e ele vai; a outro: 'Vem', e ele vem; e a meu servo: 'Faze isto', e ele o faz. 
10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. 
11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, 
12 enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes". 
13 Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: "Vai, seja-te feito conforme a tua fé. Na mesma hora o servo ficou curado". 
14 Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. 
15 Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los. 
16 Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos. 
17 Assim se cumpriu a predição do profeta Isaías: "Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Um exemplo de Fé, que não veio da Comunidade...”
Há dois anos, acompanhei o meu pároco em  visita ao Hospital, levando a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que todos os anos visita a nossa cidade. Fomos escoltados por uma viatura da PM e ao chegar ao Hospital, o Sargento que estava na viatura aproximou-se do Padre e pediu para tirar uma foto com a imagem e que também queria uma bênção sobre ele.
Achei interessante porque na sua profissão de policial graduado, certamente atua com rigor com os marginais, demonstra ser alguém firme, e até insensível, que só crê no poder que exerce na sociedade, entretanto, na hora da bênção, tendo nas mãos a imagem de Nossa Senhora, eu o vi derramando lágrimas, emocionando até mesmo os seus dois comandados. Mas logo depois voltou a ser o sargento rigoroso e disciplinado, orientando o trânsito e abrindo espaço para passarmos em meio a centenas de pessoas que ali estavam mais á nossa frente à entrada do Hospital.
Associei esse episódio ao evangelho de hoje. Com certeza os discípulos de Jesus não “morriam de amores” pelos oficiais romanos, afinal, eles representavam o poder institucional, talvez até pensassem em alguma represália quando o viram aproximar-se de Jesus, mas naquele dia ele não estava a serviço, embora estivesse fardado.
E o homem que comandava Cem soldados SUPLICOU a Jesus, por um servo que estava enfermo. Ele não pertencia á comunidade Israelita, nada conhecia das promessas dos Profetas ou das Leis de Moisés. Era apenas alguém a serviço do Sistema, mas tinha um coração aberto e disponível ao dom da Fé e reconhece algo especial em Jesus de Nazaré, diferente dos líderes religiosos que tinham o coração fechado ao transcendente.
Por causa disso, sua relação com o próximo é diferente, vem suplicar a Jesus pelo seu servo, alguém que está a seu serviço e que se encontra gravemente enfermo e paralítico em uma cama. Jesus vê tudo isso naquele Centurião Romano e corresponde com generosidade “Eu irei e o curarei”.
E aqui mais uma surpresa para todos... Ir á casa de um oficial certamente era algo que dava status, afinal, ele era alguém importante. Mas o Centurião inverte esse quadro, considera-se indigno da Graça que está para alcançar, não é da comunidade, não frequenta o templo ou a sinagoga, não oferta o dízimo e nem é piedoso. Sente-se pequeno diante daquele que seu coração descobriu e experimentou; aquele que tudo pode... E manifesta mais uma vez a sua Fé autêntica, desprovida de qualquer merecimento, porque se trata de um dom: “Senhor, não sou digno que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e meu servo ficará curado”.
E o seu testemunho de Fé foi exaltado por Jesus que o contrapõe a Israel e suas tradições patriarcais. E a Igreja, Sábia Mestra, adotou essas palavras para nos colocar diante da Grandeza de um Deus que se rebaixa diante do Homem na Eucaristia, “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizeis uma só palavra e minha alma será salva”.
Esse é o canto do Centurião, que perpassa já três milênios de história, na boca dos que creem, mas sabem que a Fé é dom, dado com a Graça imerecida...
2.Jesus veio para servir
Entre o Sermão da Montanha e as orientações de Jesus aos apóstolos, para a missão, Mateus insere dez milagres, dois dos quais temos hoje. Estas narrativas de milagres de cura e exorcismo reforçam a imagem de Jesus como a presença de Deus entre nós, libertando e comunicando vida.
Na narrativa de cura do criado do centurião o destaque é a fé do soldado romano, atestada por Jesus como maior do que a de ninguém em Israel.
A restauração da sogra de Pedro, que estava com febre, narrativa que Marcos e Lucas colocam após a expulsão do espírito impuro na sinagoga, é inserida por Mateus em sua coleção dos dez milagres. Jesus liberta a mulher para a prática do serviço, característica fundamental das novas comunidades, a exemplo dele próprio, que não veio para ser servido, mas para servir.
Oração
Pai, a solidariedade de Jesus com os doentes e sofredores foi exemplar. Faze-me também ser solidário com quem necessita ser libertado de suas opressões.
3. UMA FÉ ADMIRÁVEL
Nos contatos interpessoais, a atenção de Jesus concentrava-se na presença, ou não, da fé no coração de seus interlocutores. Pouco lhe importava a condição social ou racial, nem o maior ou menor grau de instrução que podiam ter. Desde que se mostrassem sensíveis à fé, era possível estabelecer com o Mestre uma profunda comunhão de interesses.
O pedido que lhe dirigiu o oficial romano ilustra esta disposição interna de Jesus. Aquele recorrera ao Mestre, em favor de um empregado, que era paralítico e sofria muito. Tratava-se de um pagão, a serviço dos opressores romanos, que pedia um milagre para outro pagão, sem nenhum vínculo especial com o povo de Israel. Isto seria suficiente para que Jesus se recusasse a atender a um tal pedido. Mas isto era secundário! Interessava-lhe saber se o oficial estava sendo movido pela fé. Na verdade, estava. E por uma fé tão grande, que achou desnecessária a presença física de Jesus, para ser atendido. Bastava "uma só palavra sua" para que seu servo ficasse curado.
Jesus possuía um poder inaudito de curar. Nada poderia impedi-lo de atender a um desejo.
Enquanto seus familiares e conterrâneos recusavam-se a reconhecê-lo, Jesus dava-se conta de que algo extraordinário acontecendo entre os pagãos. Abertos para a fé, estavam mais aptos, do que os judeus, a se tornarem beneficiários do Reino.
Oração
Espírito de confiança incondicional, dá-me uma fé tão profunda, como a do oficial romano, que me predisponha a ser beneficiário da misericórdia do Messias Jesus.


domingo, 17 de junho de 2012

11º domingo e semana do tempo comum


11º Domingo do Tempo Comum  ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)
"A semente cresce sem intervenção humana"
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Fazemos memória de Jesus que, como pequeno grão, aceitou ser lançado na terra pelo Pai e, na força amorosa do Espírito, rompeu-se e desabrochou vitorioso no mistério de sua Páscoa. Confessamos confiantes e humildes nossa fragilidade e pequenez e suplicamos que o Senhor multiplique o pouco que somos segundo a medida de seu amor. Damos graças unindo-nos a todos que se fizeram sementes do reino e oferecemos nossa vida a serviço da VIDA.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste Domingo somos convidados a meditar sobre a força do amor de Deus, que, quando envolve a nossa realidade, faz a pequena árvore tornar-se tão majestosa como o cedro do Líbano. O amor é também como o grão de mostarda, que, embora sendo uma pequenina semente, quando germina e cresce, torna-se a maior das hortaliças. É assim que a força do Amor, dia após dia, se implanta na história.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
TEMA
O REINO DE DEUS, SEMENTE QUE GERMINA E CRESCE
A primeira leitura e o evangelho de hoje tratam do desejo do povo judeu exilado de tornar-se liberto, uma grande e soberana árvore, e da definição que Jesus deu do reino de Deus. As duas posturas incomodam; a primeira exige coragem e esperança, a segunda, desinstalação. O reino, por si só, mostra sua força a quem o acolhe e a quem o rejeita.
A DINÂMICA DO REINO

Para falar da dinâmica do reino de Deus, Jesus se serve das características da semente, figura presente nas duas parábolas de hoje. Se a semente plantada encontra as condições de germinação e crescimento, vai se desenvolvendo por si mesma e acaba se tornando arbusto ou árvore.
Ao interpretar essas parábolas, é recomendável o cuidado para não cair na visão triunfalista ou sensacionalista de Igreja. Hoje essa tentação é forte, principalmente quando vemos e aplaudimos os grandes shows religiosos que se multiplicam em todo o Brasil.
Não é no espetacular que a Igreja mostra sua força, mas em sua pobreza e disponibilidade. As parábolas sugerem a imagem de uma Igreja pobre, que não anuncia nem busca a si mesma, mas se desapega de toda riqueza e se liberta de qualquer aliança ou compromisso com as "potências modernas": dinheiro, mídia, política, poder...
O reino de Deus não se mede pelo número de batismos, crismas ou casamentos religiosos nem pelo número ou tamanho de nossas igrejas; tampouco pela imponência de nossas assembleias litúrgicas. Não esqueçamos que o reino é impulsionado pela força do Espírito de Deus. Não nos é lícito, com nossa pretensão de grandeza, sufocá-lo. Ele cresce à medida que o Espírito Santo não encontra obstáculos.
A exemplo da semente, somos lançados à vida por Deus e um dia, ao fim de nossa peregrinação terrestre, seremos por ele colhidos. Antes disso, porém, devemos amadurecer e produzir os frutos que Deus e a comunidade esperam de nós. Nesse tempo de fertilidade, não é preciso produzir ações estrondosas. Os pequenos gestos do dia a dia favorecem o crescimento do reino e todos podem se beneficiar disso. Ao crescer na fé, na esperança e na caridade, tornamo-nos árvore capaz de abrigar quem necessita e alimentar aqueles que buscam a fraternidade e a justiça.

Pe. Nilo Luza, ssp
O REINADO DE DEUS

Reino é palavra central no Evangelho de Marcos. Mas não se trata de palavra inventada pelo evangelista. Ele faz uma catequese considerando a caminhada de fé do povo da Bíblia e alimentando a esperança de sua comunidade. Hoje a mensagem é dirigida a nós.
A narrativa bíblica, desde Gênesis 1, na cena da criação, enfatiza o domínio de Deus sobre o universo. E depois, narrando a história da salvação, as Escrituras ensinam que Deus escolheu (Ex 19,5) um pequeno povo (Israel) por meio do qual o seu nome seria conhecido por todas as nações. O reinado de Deus, porém, encontra a plenitude em Jesus Cristo.
Para Marcos, Jesus é o Messias, o ungido por Deus para tornar realidade o reinado da justiça e do direito. Ele assinala o acontecimento do tempo novo e do tempo último. O pensamento do povo bíblico concebia a existência de um tempo imperfeito, que passa, e de um tempo novo que vai chegar. Em Jesus o tempo novo chegou. O Cristo é a irrupção do novo. Ele é reflexo da glória de Deus, expressão do seu ser, e tudo sustenta com sua palavra poderosa (Hb 1).
Em Jesus Cristo começa o tempo definitivo. Nele se realiza aquilo que Deus quer mesmo: o novo tempo. Por isso, a narrativa de Marcos se inicia proclamando a virada dos tempos: "Cumpriu-se o prazo e está próximo o reinado de Deus: arrependei-vos e crede na boa notícia" (Mc 1,15). Para dizer: terminou o tempo da profecia, começa a renovação. O plano original de Deus é restabelecido.
Desse modo, a primeira coisa que Jesus faz é convocar discípulos (Mc 1,14-20). Reino e discipulado são palavras-chave em Marcos. Jesus convoca simples pescadores. Agora serão pescadores de gente. Farão parte de uma rede que puxa os peixes para o reino. O discipulado, por sua vez, pauta-se pela opção radical pela novidade do reino. Para pertencer a essa nova realidade é necessário seguir Jesus, ir "atrás dele". Isso tem implicações!
Assim, o discípulo de Jesus, de todos os tempos e lugares, é chamado a viver e anunciar o reino, fazendo da vida uma "parábola viva". O reino não cresce pelo esforço humano, ele é dádiva de Deus. Cabe-nos ceder o terreno de nosso coração, servir o reino com alegria e caminhar na esperança. A vitalidade da semente quem dá é Deus.

Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Sl 26, 7.9
ANTÍFONA DE ENTRADA: Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica. Vós sois o meu refúgio: não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
Introdução ao espírito da Celebração
Estamos em tempo de crise. Todos apelam a que não se cruzem os braços. O Reino de Deus também viverá em crise? O Profeta Ezequiel, 17, 22-24 diz-nos: «Do cimo do grande cedro, dos seus ramos mais altos, o Senhor Deus vai colher um ramo novo, vai plantá-lo num monte muito alto. Abato a árvore elevada e elevo a árvore abatida, faço que seque a árvore verde e reverdesça a árvore seca. Eu, o Senhor, o afirmei e o hei-de realizar.» Tudo depende do Senhor mas Ele espera a nossa colaboração. São Paulo (2.º Coríntios, 5, 6-10) recorda-nos que seremos julgados por Deus após esta vida. Mais uma vez somos alertados para o dever de trabalhar no Reino de Deus. Em São Marcos, 4, 26-34 o Reino de Deus é comparado à semente que é lançada à terra. Também nós faremos tudo para que a semente produza cem por um?
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
Monição:  De um ramo novo, de cedro muito alto, pode surgir outro cedro ainda mais alto. Deus o fará mas conta connosco.
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Ezequiel 17,22-24
— Leitura da profecia de Ezequiel. 17 22 Eis o que diz o Senhor: Pegarei eu mesmo da copa do grande cedro, dos cimos de seus galhos cortarei um ramo, e eu próprio o plantarei no alto da montanha. 23 Eu o plantarei na alta montanha de Israel. Ele estenderá seus galhos e dará fruto; tornar-se-á um cedro magnífico, onde aninharão aves de toda espécie, instaladas à sombra de sua ramagem. 24 Então todas as árvores dos campos saberão que sou eu, o Senhor, que abate a árvore soberba, e exalta o humilde arbusto, que seca a árvore verde, e faz florescer a árvore seca. Eu, o Senhor, o disse, e o farei.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
O Profeta Ezequiel, após a denúncia das infidelidades do seu povo sujeito ao duro castigo do exílio babilónico, fala agora em nome do Senhor Deus, anunciando a restauração final do povo exilado, como obra do próprio Deus. De um simples ramo – outra forma de referir o resto de Israel – Ele fará surgir um cedro majestoso, a dar frutos, e em cujos ramos «farão ninho todas as aves» (v. 23), numa visão universalista escatológica, que preanuncia a universalidade do Reino de Deus, que Jesus descreve na parábola do grão de mostarda do Evangelho de hoje.
Israel é como uma árvore frondosa e liberta do reino opressor

Ezequiel, o homem que se tornou profeta no exílio da Babilônia (597-536 a.E.C.), animou o seu povo a permanecer firme na aliança com Deus, pois o sofrimento do desterro haveria de chegar ao fim com o advento da era messiânica e de um novo tempo para os judeus. Deus haveria de extirpar o inimigo.
Fazendo uso do simbolismo do broto de cedro, árvore de boa qualidade, que seria colhido e plantado sobre o alto monte de Israel, o profeta explicita a sua mensagem de fé. Essa árvore, Israel, tornar-se-ia grande, produziria frutos e serviria de abrigo para os pássaros. A comparação serviu de consolo para os oprimidos. Um novo tempo haveria de surgir, não obstante os sofrimentos. E assim ocorreu: a Pérsia dominou a Babilônia e o seu rei, Ciro, permitiu ao povo retornar e recomeçar a vida em Judá.
Desse modo, concretizou-se a profecia: "Deus abaixa a árvore grande (império babilônico) e eleva a árvore pequena (os israelitas oprimidos)". Ademais, o Deus de Israel, por ter poder sobre a vida, é capaz de secar a árvore verde e fazer brotar a árvore seca. Deus fala e realiza a sua promessa.
Salmo Responsorial
Monição:  Se o homem confia no Senhor, florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano.
SALMO RESPONSORIAL – Sl 91/92
Como é bom agradecermos ao Senhor.
Como é bom agradecermos ao Senhor 
e cantar salmos de louvor ao Deus altíssimo! 
Anunciar pela manhã vossa bondade 
e o vosso amor fiel à noite inteira.
O justo crescerá como a palmeira, 
florirá igual ao cedro que há no Líbano; 
na casa do Senhor estão plantados, 
nos átrios de meu Deus florescerão.
Mesmo no tempo da velhice darão frutos, 
cheios de seiva e de folhas verdejantes; 
e dirão: É justo mesmo o Senhor Deus: 
meu rochedo, não existe nele o mal!
Segunda Leitura
Monição:  Estou neste mundo de passagem. Caminhamos para a eternidade onde cada um receberá o que tiver feito pelo Reino de Deus.
2 Coríntios 5,6-10
— Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios. 5 6 Por isso, estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. 7 Andamos na fé e não na visão. 8 Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. 9 É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe. 10 Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo.

Na primeira parte da 2ª Carta aos Coríntios (cap. 1 a 7), S. Paulo, depois de fazer a sua defesa perante as acusações dos adversários, faz a apologia do seu ministério apostólico; e, no meio de tribulações sem conta (4, 7-12), é a fé em Jesus ressuscitado e a esperança no Céu que o leva a não desfalecer (4, 13 – 5, 10). O desejo de se «exilar do corpo», isto é, de deixar esta vida terrena, «para habitar junto do Senhor» no Céu (v. 8) leva-o ao empenho em lutar por Lhe agradar (v. 9). E não deixa de aproveitar a ocasião para expor aos fiéis uma verdade de fé fundamental que nos responsabiliza, a saber, que todos havemos de ser julgados por Deus no fim desta vida. É a este mesmo «tribunal de Cristo» (v. 10) que se refere o nº 1022 do Catecismo da Igreja Católica: «Cada homem recebe, na sua alma imortal, a retribuição eterna logo depois da sua morte, num juízo particular que põe a sua vida na referência de Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do Céu, quer para se condenar imediatamente para sempre». Chamamos a atenção para o modelo antropológico grego que S. Paulo aqui adopta; como bom comunicador, costuma lançar mão da linguagem que mais se presta a ser bem compreendido pelos destinatários.
A fé no reino exige responsabilidades 

Em oposição ao pensamento de muitos irmãos de Corinto, que, diante do sofrimento e das perseguições, pensavam que o melhor seria morrer, Paulo afirma que esse poderia ser, sim, um bom caminho, mas melhor ainda é assumir as responsabilidades inerentes à fé até o dia de nossa prestação de contas no tribunal de Cristo (v. 10).
A fé no reino exige responsabilidades. Esse pensamento complementa as leituras anteriores, quando nos mostra o valor da fé e suas consequências em nossa vida e até mesmo em nosso corpo mortal.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou (Lc 8,11).
Evangelho
Monição:  Quando falha a sementeira, a culpa nunca é de Cristo mas de cada um de nós.
Marcos 4,26-34
— 4 26 Disse Jesus: "O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. 27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. 28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. 29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita. 30 Dizia ele: A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. 32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". 33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.

Após a interrupção com o tempo da Quaresma e da Páscoa, retomamos hoje a sequência da leitura do evangelista do ano, S. Marcos, com duas parábolas do Reino de Deus no final do cap. 4, a saber, a do germinar e crescer da semente e a do grão de mostarda. A primeira (vv. 26-29) é uma das poucas passagens exclusivas de S. Marcos; ela apresenta o processo do desenvolvimento da semente, deveras misterioso sobretudo para os antigos, pois tudo acontece sem que o semeador saiba como e sem que ele intervenha de qualquer modo: «Dorme e levanta-se, de noite e de dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como» (v. 27). O Reino de Deus cresce não pela virtude, preocupação ou mérito do pregador, mas pela sua energia interna, pela força da graça de Deus que actua onde, como e quando quer. São Paulo dirá aos Coríntios, ufanos em grupos à volta dos diversos pregadores do Evangelho: «Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento. Assim, nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus, que faz crescer» (1 Cor 3, 6-7). Também se pode fazer uma leitura espiritual (lectio divina) da parábola aplicando-a à acção da graça na alma: Deus faz que brotem dentro de nós, sem sabermos como, santas inspirações, boas resoluções, fidelidade, maior entrega… Ele realiza em nós e à nossa volta aquilo que nem sequer podíamos sonhar, desde que lancemos a semente e não estorvemos a obra de Deus.
30-32 A pergunta retórica com que a parábola do grão de mostarda é introduzida – «a que havemos de comparar o Reino de Deus? – é um recurso bem semítico destinado a atrair a atenção dos ouvintes. O grão de mostarda era a semente mais pequena então conhecida, que pode em pouco tempo vir a dar uma planta de cerca de três metros. Esta parábola põe em evidência a desproporção entre a insignificância dos começos do Reino de Deus e a sua vasta e rápida expansão. O livro de Actos dos Apóstolos sublinha constantemente o crescimento progressivo da Igreja; por sua vez, em S. Lucas, Jesus anima-nos a não temer a insignificância dos começos: «Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino» (Lc 12, 32).
O reino de Deus é como a semente

O evangelho do domingo passado tratou da crise entre Jesus, seus irmãos e os escribas, que se opunham ao seu ensinamento. Em continuidade a esse episódio, hoje Jesus aparece, conforme o relato da comunidade de Marcos, ensinando de novo (Mc 4,1), mas em forma de parábola, isto é, de modo comparativo. Jesus faz uso da realidade agrária da Palestina para fazer os seus seguidores entenderem a sua mensagem. Ele não explica a comparação, mas deixa o ouvinte pensando sobre o fato. Aos seus discípulos(as), no entanto, ele explicava em particular (4,34).
O evangelho de hoje trata de duas parábolas do reino: a da semente e a do grão de mostarda. Cada uma delas tem um centro, um entendimento possível.
A semente que germina por si só: crescer por si só é o centro dessa parábola. A mensagem é simples: basta semear o reino e ele crescerá, mesmo que os opositores não queiram. O importante é semear sempre. Jesus incentiva os seus seguidores, seus irmãos na fé, a permanecer no árduo trabalho de semear o reino. A semente, o reino, cresce por si só. Não há como impedi-lo.
A pequena semente: essa interpretação é a mais recorrente. O centro da parábola consiste na passagem do pequeno para o grande. A pequena semente de mostarda é o novo Israel, isto é, os seguidores de Jesus, os quais se tornarão "grandes árvores". Cada seguidor do reino é chamado a lavrar constantemente o seu interior para deixar a semente do reino crescer e produzir abundantes frutos.
A mostarda que cresce e incomoda: a mostarda é uma planta medicinal e culinária que chega a medir, no máximo, 1,5 m de altura. Ela se desenvolve melhor ao ser transplantada. Temos dois tipos de mostarda, a selvagem e a culinária. Por ser uma planta impura, o código deuteronômico (Dt 22,9) proíbe a sua plantação. Assim é o reino de Deus, como a erva que chega e se esparrama. Não pode ser controlada, torna-se abundante como a nossa tiririca. Assim como o reino, a mostarda é motivo de escândalo e incômodo para muitos.
O reino é indesejável para muitos e questionador das regras de pureza. Essa interpretação nos ajuda a compreender o valor do reino e sua ação transformadora em nossa vida, mesmo para aqueles que nele não acreditam.
III. DICAS PARA REFLEXÃO
– Levar as comunidades a perceber que o fruto do reino de Deus aparece lentamente. Quando menos esperamos, algo acontece. 
– Demonstrar, por outro lado, que, quando agimos em prol do reino, somos como a tiririca, que cresce sem pedir licença, ao incomodar os inimigos do reino da justiça e da paz. 
– Por sermos cristãos, temos uma força advinda do reino da qual não nos damos conta. Deus se dá a conhecer por sua força libertadora que se encontra no povo e em cada cristão.
Sugestões para a homilia
ATENÇÃO: Na página do Evangelho do Dia aqui no NPDBRASIL, no final de cada Liturgia Diária você encontra também mais 3 sugestões de Homilias Diárias.
1. Eu, O Senhor o afirmei e o hei-de realizar (Ezequiel, 17, 24)
Quem acredita em Deus olha para o passado e por ele compreende o futuro.
Ezequiel nasceu em 620 antes de Cristo, em Jerusalém, na época do rei Josias. Em 597 os judeus são deportados para Babilónia e Ezequiel também.
O sofrimento dos exilados era muito grande; sobretudo porque se encontravam longe da pátria, de Jerusalém e do Templo. O Salmo 137 é uma autêntica balada dos exilados, traduzindo a amargura e a saudade do povo, a quem os dominadores pediam «cânticos de alegria» (Salmo 137) «Junto aos rios da Babilónia nos sentámos a chorar, recordando-nos de Jerusalém… Os que nos levaram para ali cativos pediam-nos um cântico…» – «Cantai-nos um cântico de Jerusalém…» – «Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor, estando numa terra estranha? Se me esquecer de ti, Jerusalém, fique ressequida a minha mão direita! Pegue-se-me a língua ao paladar… se não fizer de Jerusalém a minha suprema alegria»!
Atenção ao pequeno pormenor que vem a seguir: «A tentação da dúvida e do desespero ameaçava profundamente os Judeus. Muitos pensavam: o nosso Deus abandonou o seu povo; os deuses pagãos levaram a melhor sobre o Deus de Israel!». Isto não era verdade. Deus nunca abandona os que O amam. Apenas os coloca em provações. Tudo o que relatámos parece repetir-se. Os povos do mundo inteiro quase ignoram Deus para confiar apenas nas leis dos governantes e na técnica.
A humanidade estará de regresso a Deus? A parábola do filho pródigo é sempre actual… Voltemos ao convívio íntimo com Deus, e seremos salvos.
2. «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra». Como ajudá-la a crescer e a dar fruto?
O processo de desenvolvimento da semente é um facto misterioso. O Reino de Deus cresce não por virtude ou mérito dos apóstolos, mas com a força da graça de Deus. São Paulo dirá aos Coríntios (1 Cor 3, 6-7): «Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento». Assim, nem o que planta, nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus faz crescer».
Mas o plantar e regar é ou não imperativo e imprescindível?
Claro que sim. Jesus fundou a Igreja e conta com os leigos, os sacerdotes e os Bispos, para que o Reino de Deus se dilate. A formação dos leigos, sacerdotes e Bispos deve ser integral.
Basta que falhe alguma das partes para que a acção de cada pessoa seja um fracasso.
Qualidades humanas, cultura intelectual, e vida de santidade são dados inseparáveis. As pessoas muito activas mas onde falta a vida de oração, de frequência dos sacramentos, Eucaristia e comunhão diária, confissão frequente, direcção espiritual, meditação, exame diário de consciência, recitação diária da Liturgia das Horas, reza diária do Terço, outras práticas de devoção a Nossa Senhora, devoção ao Anjo da Guarda, a São José, etc, fazem muito barulho mas não conseguem levedar o meio em que vivem.
Estamos convencidos de que em primeiro lugar está a santidade e só depois a acção?
Corremos todos o risco de muita operosidade e pouca santidade.
Rezemos, façamos sacrifícios, transformemos o trabalho em oração, mantenhamos a união com Deus ao longo do dia e Deus fará o resto.
Para terminar, reparemos nestas palavras de São Lucas, 13, 32: «Não temais pequeno rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino».
Não devemos esquecer este pormenor. No mistério da conversão e santificação de cada cristão também conta o respeito de Deus pela liberdade de cada pessoa. Ninguém se converte contra sua vontade.
Homilias Feriais
ATENÇÃO: Na página do Evangelho do Dia aqui no NPDBRASIL, no final de cada Liturgia Diária você encontra também 3 sugestões de Homilias Diárias, para cada dia da semana.
11ª SEMANA
2ª Feira, 18-VI: Uma nova mentalidade.
Cor 6, 1-10 / Mt 5, 38-42
Ouvistes que foi dito aos antigos: olho por olho, dente por dente. Pois eu digo-vos: não resistais ao malvado. Jesus pede uma nova mentalidade no relacionamento com as outras pessoas. É altura de acabar com a lei de Talião. Agora deve prevalecer o amor ao próximo, que exige capacidade de humilhação, desprendimento do próprio eu, espírito de serviço desinteressado, ajuda aos mais necessitados. É também ocasião de darmos um bom exemplo: pela constância nas tribulações, nas adversidades, nos açoites… pela ciência e pela paciência, pela bondade, pela palavra da verdade e pela força de Deus (cf Leit)
3ª Feira, 19-VI: A riqueza da caridade.
Cor 8, 1-9 / Mt 5, 43-48
Ele (Jesus), que era rico, fez-se pobre por vossa causa, para que vos tornásseis ricos pela sua pobreza. S. Paulo reconhece que os fiéis de Corinto são ricos em tudo: na fé, na eloquência, na doutrina, nas atenções e na caridade (cf Leit). Precisamos descobrir o tesouro do amor aos inimigos, aqueles que nos incomodam: «No sermão da montanha, o Senhor lembra o preceito: ‘Não matarás’, e acrescenta-lhe a proibição da ira, do ódio e da vingança. Mais ainda: Cristo exige que o seu discípulo ofereça a outra face, que ame os seus inimigos (Ev)» (CIC, 2262). Este amor é uma consequência do amor que Deus semeia nos nossos corações.
4ª Feira,20-VI: Sementeira com generosidade e alegria.
Cor 9, 6-11 / Mt 6, 1-6. 16-18
Quem semeia pouco, também colherá pouco, e quem semeia com largueza colherá com largueza. Com esta imagem da sementeira, S. Paulo anima-nos a semear com generosidade e alegria: «Deus ama quem dá com alegria» (Leit). Mas não esqueçamos que a semente é fornecida por Deus (cf Leit). Essa mesma generosidade na sementeira há-de notar-se nas formas de penitência interior: «A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobretudo em três: o jejum, a oração e a esmola (Ev), que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros» (CIC, 1434).
5ª Feira,21-VI: O pão nosso de cada dia.
Cor 11, 1-11 / Mt 6, 7-15
Orai, pois, deste modo: Pai nosso… o pão nosso de cada dia nos dai hoje. Ao pedirmos o pão nosso de cada dia reconhecemos que toda a nossa existência depende de Deus. Pedimos, em primeiro lugar, o necessário para resolver as necessidades de cada dia; e, depois, o que é necessário para a salvação da alma. O pão nosso «tomado à letra (sobre-substancial), designa directamente o Pão da vida, o corpo de Cristo, ‘remédio de imortalidade’, sem o qual não temos a vida em nós… A Eucaristia é o nosso pão de cada dia… E também são pão de cada dia as leituras que em cada dia ouvimos na igreja» (CIC, 2837).
Homilia do Diácono José da Cruz – 11º Domingo do Tempo Comum  ANO B
"O REINO É OBRA DE DEUS!"
Nos meus tempos de criança na Vila Albertina, lembro-me que quando a antiga casa da família Develis foi demolida, para dar lugar a uma construção mais ampla e arrojada, costumávamos conversar com um servente de pedreiro que trabalhava na obra, e a pergunta era sempre a mesma “O que vão construir nesse lugar?”. Ele respondia que era uma casa bem maior do que a que fora demolida, e quando perguntávamos quando ela ficaria pronta, se seria bonita e luxuosa, como a gente pensava, o servente desconversava “olha, sei que é uma casa, mas sou apenas um servente, só o mestre de obras que conhece o projeto, saberia dizer. A gente apenas obedece e vai executando o serviço do jeito que ele pede, e só no final, quando tudo estiver pronto e acabado, é que teremos idéia, daquilo que ajudamos a construir”.
O evangelho desse Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum ajuda a desfazer esse equívoco presente até nos dias de hoje, que é o da gente querer ser Mestre de Obras no Reino de Deus. Na minha caminhada de igreja já vi um pouco de tudo, conheci pessoas que se apresentavam como Engenheiros do Reino de Deus, com planos mirabolantes de ideologias humanas, belíssimas por sinal, mas achando que isso era o reino , grupos que desenvolveram uma espiritualidade muito forte e rigorosa, pensando que isso era o reino. E não faltam também os que inventam Doutrinas religiosas afirmando que se as mesmas não forem seguidas, o reino não acontecerá, e vem uma linha mais tradicional de ser igreja, outro mais clássico e institucional, outro mais liberal e até ensinamentos totalmente contrários ao cristianismo, onde o pregador “jura de pé junto” que está anunciando a Verdade, porque fala em nome de Jesus.
Vi questionamentos até cômicos: será que Deus é Socialista, Marxista, ou tende mais para o Neoliberalismo? Provavelmente não faltou quem pensasse em filiar Jesus Cristo ao seu partido político, aliás, pregação política em nome dele é o que não falta. Confesso que nos anos 80 eu passei por um drama de consciência muito grande ,quando diziam que a gente não podia ficar em cima do muro, tinha que se definir ou pela direita ou pela esquerda. Surgiram novas igrejas e religiões que parecem mesmo ter procuração do Senhor, para falar do reino e do seu evangelho. Essa é uma realidade que não se pode ignorar, Jesus mesmo falou “muitos virão em meu nome dizendo: o Messias está aqui, o Reino está aqui, O Senhor já está voltando!” Nunca vi tanta bobagem junta! As igrejas cristãs anunciam o reino e são um sinal dele, entretanto o Dono do Projeto é Jesus Cristo, que vai fazendo o reino acontecer, independente de qualquer ideologia humana, política, social ou religiosa.
É a primeira parábola do evangelho, onde tanto faz o homem dormir ou ficar acordado, a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. Podemos dizer que Jesus, não só é o semeador, como também a própria semente. O seu projeto, que se consolidou na cruz do calvário, parece ter sido um grande fracasso, até para os seus seguidores fiéis, foi muito difícil acreditar que o Reino que ele tanto falava, fosse vingar e dar certo, pois humanamente falando, o sistema religioso o havia desmascarado, o Nazareno parecia tão perigoso, pela liderança que exercia, pelos ensinamentos revolucionários que pregava, entretanto, a morte infame, vergonhosa e humilhante o havia calado para sempre. Ninguém diria que aquela pequenina semente, esmagada no calvário e depois escondida no sepulcro, fosse brotar e viria a se transformar na maior de todas as árvores.
As palavras de Jesus nesse evangelho querem nos transmitir confiança na sua ação Divina, e isso parece algo difícil e desafiador para todos nós, é difícil acreditar no Reino, quando olhamos ao redor e só vemos o caos do pecado dominando o ser humano, é verdade que há pessoas que acreditam em um futuro melhor e o ajudam a construir no presente, mas a grande maioria não crê em mais nada, “não há igreja que seja boa, todas são pecadoras e eu não vou em nenhuma delas”, “não quero saber de política, pois não existe político honesto, eu não acredito em mais ninguém e não voto em ninguém, pode ser até da comunidade”, e assim, há os que não acreditam mais no casamento, na família, nas instituições, está tudo irremediavelmente perdido.
Qualquer pessoa pode pensar, falar e até agir desta forma, mas nós cristãos não! Pois estaríamos negando o reino que Jesus plantou no coração do homem, estaríamos duvidando do seu poder de fazer germinar essa semente, estaríamos desconfiando que a sua graça não serve para nada, e o que é pior, estaríamos achando que o poder das forças do mal, presente na sociedade, é muito maior do que a Salvação, a graça e a redenção que Jesus realizou a nosso favor e nesse caso, participar da Santa Missa seria fazer memória desse grande fracasso que é o Cristianismo, impotente para transformar o coração humano. De quem somos discípulos e testemunhas afinal? De Jesus de Nazaré e do seu Reino, que está acontecendo misteriosamente e irá levar os homens de Boa Vontade á sua plenitude, ou dos projetos megalomaníacos do homem da modernidade, que insiste em construir um reino Antropocêntrico, deixando Deus em um segundo plano?
E aqui retomo aquele hino que me provocava calafrios nos anos 80 : Hei você, de que lado está você? ( XI Domingo do Tempo Comum Mc 4, 26-34)
 “Apostolado de filhos de Deus”
Você sabe como é um grande jogo de futebol. Antes do jogo, há uma concentração para os atletas e uma preparação psicológica para os torcedores. A televisão dá notícias da situação histórica das duas equipes: pontos ganhos e pontos perdidos, titulares que vão começar jogando e reservas que vão para o banco.
De repente, as equipes entram em campo. Muitas palmas, rojões, bandeiras se agitam e a emoção toma conta de todos. Começa a partida. Bola na trave, a torcida vibra, grita, pula. Alguém aproveita o rebote, enche o pé… é gooool! Um mar humano se levanta e delira, agitando as mãos e gritando em coro. O artilheiro dá cambalhotas, cai de joelhos, jogadores se abraçam. É festa! Uma grande “celebração”, num rito solene de alegria expressado por todos os gestos. Caso seja o fim de campeonato, pode haver alguém atravessando o estádio de joelhos com as mãos erguidas para o céu, o povão invadindo o gramado e carregando os heróis.
Quanta emoção! Tudo aqui é esplendor, é festa. Parece bastante diferente do que acontece com a semente lançada à terra, comparada ao Reino de Deus, que o Senhor nos conta hoje. No entanto, apesar de a semente não crescer com um espetáculo comparado a um jogo de futebol, nós, apóstolos do Reino de Deus precisamos ter um entusiasmo semelhante para anunciá-Lo. Fá-lo-emos com grande alegria, com todo o entusiasmo, pois sabemos que essa semente vai crescer e produzir muitos frutos, frutos abundantes, frutos de vida eterna.
São Jerônimo explicava a parábola do grão que germina dizendo que a semente simboliza o Verbo da vida, Jesus Cristo; a terra, os corações dos homens. A semente cai na terra. O dormir do semeador é comparado à morte de Jesus Cristo, pois depois da morte de Cristo o número de fiéis cresce cada vez mais entre adversidades e bonanças.
A semente de mostarda, que tem um diâmetro aproximado de 1,6 milímetros, resultava numa árvore que às margens do lago da Galileia media entre 2 a 4 metros. Os primeiros cristãos começaram a lançar a semente do Reino de Deus. Curioso! Enquanto mais perseguidos, mais aumentava o número de cristãos. Tanto é assim que Tertuliano, um advogado que se converteu ao cristianismo no ano 197 e que depois passou a ser catequista na Igreja, dizia que “o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos”. Hoje como outrora, não somos a maioria da população, mas continuamos chamados a conquistar o mundo para Cristo.
Olhemos mais uma vez para os nossos irmãos da aurora do cristianismo, agora através da epístola a Diogneto, um dos primeiros escritos cristãos: “Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, a cada pátria é estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Põe a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem as leis estabelecidas, as com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e tem abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida. Pelos judeus são combatidos como estrangeiros, pelos gregos são perseguidos, a aqueles que os odeiam não saberiam dizer o motivo do ódio”.
Talvez o que impede sermos apóstolos entusiasmados da Boa-Nova seja o nosso comodismo: já têm muitas pessoas falando de Jesus, eu… para quê? Minha mãe já reza bastante, desse jeito todo o mundo se converterá, inclusive eu. Meu irmão já vai à Missa todos os domingos, para que irei eu?
Também a falta de fé impede a evangelização que devemos, como cristãos, realizar. Muitos católicos vivem aburguesados, estão tranquilos por falta de fé. Se a fé fosse viva, se a caridade ardesse em seus corações quereriam conquistar todos para Deus, fazendo apostolado com a sua vida e com a sua palavra de fogo em todos os ambientes dessa nossa sociedade.
A falta de estratégia as vezes nos deixa na inatividade: conversas vulgares, sempre as mesmas (além das piadas malsonantes, vocabulário baixo). É preciso saber elevar o nível, fazer-nos amigos de nossos conhecidos, atrai-los através da mansidão. Mãe, um segredo: não se consegue a conversão dos filhos aos gritos. Jovem, você não conseguirá a conversão daquele seu amigo sem rezar e sem se sacrificar por ele. É preciso viver a caridade através dos serviços que prestamos; fazer com que eles, através da nossa amizade, abram o coração; enfim, precisamos fazer um apostolado de amizade, esse dá certo em qualquer ambiente: no trabalho, na escola, na faculdade, nas fábricas, nos laboratórios etc. Como apóstolos dos tempos modernos, o que precisamos é ter uma grande confiança no Senhor. Com fé, esperança e caridade, seguiremos avante, por Cristo e com Cristo.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa