terça-feira, 12 de maio de 2015


Igreja Católica Apostólica Brasileira-ICAB (IGREJA BRASILEIRA)

* CELEBRAMOS a "SANTA MISSA" em Capelas e festejos particulares em povoados, localidades, nas residências e outros, em qualquer cidade do Piauí.

* BATIZAMOS e consagramos crianças, jovens e adultos, nas RESIDÊNCIAS,  povoados, localidades e outros lugares em qualquer cidade do Piauí. Os pais e padrinhos não precisam serem casados, batizamos filhos(as) de mães solteiras. Entregamos o BATISTÉRIO na mesma hora.
- "NÃO FAZEMOS E NEM PRECISA REUNIÕES"!
- "Nossos documentos são VÁLIDOS e reconhecido pelo o ESTADO BRASILEIRO". Também deixo claro que a Igreja Católica Apostólica Romana, NÃO ACEITA NOSSOS DOCUMENTOS.

* CELEBRAMOS a "SANTA MISSA" de AÇÃO DE GRAÇAS: aniversário, 15 anos, formatura e outros, nas residências, clubes e outros lugares.

* CELEBRAMOS a "SANTA MISSA" de 07 dias, 15 dias, 30 dias, 01 ano e etc, pela alma de seu familiar, ente querido, intenção, nas residências, cemitérios e etc.
- FAZEMOS a incomendacão do corpo de seu familiar, ente querido (EXÉQUIAS). Não cobramos por isso, pedimos apenas que venham nos pegar e deixar

* CASAMENTO  de pessoas juntas, divorciadas, solteiras em clubes, sítio e outros, só no religioso ou com efeito civil. Taxa a partir de R$ 200,00
* CRISMAMOS pessoas de todas as idades.

Eu PADRE JOCIMAR pertenço a IGREJA BRASILEIRA, não faço parte da Igreja Católica Apostólica Romana.

ACEITAMOS CARTÕES

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PADRE JOCIMAR ICAB
Vigário de Teresina-PI
Em missão no Piauí

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VAMOS AONDE NOS CHAMAM!

A Igreja que ama você!

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Liturgia da 04ª semana da Páscoa Ano São Mateus

Segunda 12 de Maio de 2014
IV SEMANA DA PÁSCOA *
Antífona da entrada: Cristo, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia! (Rm 6,9)

Leitura (Atos 11,1-18)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, 11 1 os apóstolos e os irmãos da Judéia ouviram dizer que também os pagãos haviam recebido a palavra de Deus. 
2 E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis que eram da circuncisão repreenderam-no: 
3 "Por que entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles?" 
4 Mas Pedro fez-lhes uma exposição de tudo o que acontecera, dizendo: 
5 "Eu estava orando na cidade de Jope e, arrebatado em espírito, tive uma visão: uma coisa, à maneira duma grande toalha, presa pelas quatro pontas, descia do céu até perto de mim. 
6 Olhei-a atentamente e distingui claramente quadrúpedes terrestres, feras, répteis e aves do céu. 
7 Ouvi também uma voz que me dizia: ‘Levanta-te, Pedro! Mata e come’. 
8 Eu, porém, disse: ‘De nenhum modo, Senhor, pois nunca entrou em minha boca coisa profana ou impura’. 
9 Outra vez falou a voz do céu: ‘O que Deus purificou não chames tu de impuro’. 
10 Isto aconteceu três vezes e tudo tornou a ser levado ao céu. 
11 Nisso chegaram três homens à casa onde eu estava, enviados a mim de Cesaréia. 
12 O Espírito me disse que fosse com eles sem hesitar. Foram comigo também os seis irmãos aqui presentes e entramos na casa de Cornélio. 
13 Este nos referiu então como em casa tinha visto um anjo diante de si, que lhe dissera: ‘Envia alguém a Jope e chama Simão, que tem por sobrenome Pedro’. 
14 Ele te dirá as palavras pelas quais serás salvo tu e toda a tua casa. 
15 Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós. 
16 Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: ‘João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. 
17 Pois, se Deus lhes deu a mesma graça que a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, com que direito me oporia eu a Deus?" 
18 Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: "Portanto, também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!"

Atos 11, 1-18 -  “no reino de Deus não há distinção de pessoas”

A imagem que Jesus mostrou a Pedro retrata também a imagem que muitas vezes, nós criamos das outras pessoas que não comungam das nossas idéias, das nossas concepções, das nossas preferências e a quem também nós discriminamos. Deus nos purifica e através de nós Ele chama todas as pessoas. Não podemos ir contra elas, combatemos as idéias. Não podemos discriminar ninguém porque Deus concede a todos o mesmo dom que deu a nós e todos são chamados a pertencer ao Seu reino. Somos nós essas pessoas que carregamos coisas puras e coisas impuras dentro do nosso coração. Os nossos sentimentos, paixões, emoções muitas vezes denotam o nosso estado de impureza. No entanto, o Senhor nos purifica e nos prepara para um tempo novo. O Senhor Deus dará a vida gerada no Espírito, a quem Ele nos mandar ir e, assim como Pedro visitou a casa dos pagãos e o Espírito foi derramado em profusão, também pelo poder do Espírito Santo Ele purifica os corações das pessoas e através de nós Ele visita os corações.   Não podemos desprezar a nossa família quando entendemos e dizemos que lá não conseguimos realizar a nossa missão nem às pessoas que não estão dentro da Igreja ou que pertencem à outra religião que não é a nossa. Jesus nos mandar ir a todos com a vivência do amor. Ele quer santificar as nossas famílias através de nós e das nossas fraquezas e elevar o mundo com a nossa fé.

Salmo responsorial 41/42

Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.

Assim como a corça suspira
pelas águas correntes,
suspira igualmente minha alma
por vós ó meu Deus!

A minha alma tem sede de Deus
e deseja o Deus vivo.
Quando terei a alegria de ver
a face de Deus?

Enviai vossa luz, vossa verdade:
elas serão o meu guia;
que me levem ao vosso monte santo,
até a vossa morda!

Então irei aos altares do Senhor,
Deus da minha alegria.
Vosso louvor cantarei ao som da harpa,
meu Senhor e meu Deus!

Salmo 41 – “Minha alma suspira por vós, ó meu Deus!”

Esta é uma grande verdade. Se no for dada a graça de poder sondar o mais profundo do nosso ser nós iremos perceber que as palavras do salmista são o grito da nossa alma. Anelamos e desejamos ardentemente viver na presença de Deus. Este é o maior desejo do coração do homem. Conscientes disto, nós podemos experimentar, desde já, da Luz que vem do céu e nos guia aqui na terra. Somos novas criaturas quando deixamos que a luz do céu entre no nosso coração.

 

Evangelho (João 10,1-10)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Naquele tempo, disse Jesus: 10 1 “Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 
2 Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem. 
4 Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz. 
5 Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 
6 Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar. 
7 Jesus tornou a dizer-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 
8 Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 
9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. 
10 O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância”. 

A atitude mais dignificante de um pastor consiste em estar disposto a dar a sua vida em defesa do rebanho. Esquecendo-se de si mesmo, luta para garantir a sobrevivência de suas ovelhas, embora venha a morrer. Não existe forma melhor de comprovar a condição de guia do rebanho! Só quem age assim merece o título de pastor.
No trato com seus discípulos, Jesus inspirava-se neste modelo de pastor. Conhecia os que havia chamado para estar com ele e partilhar a sua missão e o seu destino. Colocava-se no meio deles como amigo e servidor, interessado em que tivessem vida abundante – a vida eterna, oferecida pelo Pai. Cuidava para que a ação perversa dos adversários – certas alas radicais do farisaísmo, as autoridades religiosas e políticas etc. – não viesse a prejudicá-los. Defendia-os dos ataques dos inimigos, calando a boca de acusava falsamente seus discípulos. Colocava-se a serviço deles, desejoso de que fizessem uma verdadeira experiência de Deus, reconhecido como Pai misericordioso. Lutava para congregar quem vivia disperso, vagando por caminhos impróprios, por ser mal-orientados.
Toda esta ação de Jesus resultava do cumprimento da ordem que recebera de seu Pai: ser Mestre para guiar a humanidade para ao reencontro com Deus.

Oração
Pai, que eu saiba entregar-me com toda confiança nas mãos de teu Filho – o bom Pastor –, pois só assim estarei seguro de estar trilhando o caminho para ti.


Terça 13 de Maio de 2014

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

A 13 de Maio de 1917, Nossa Senhora apareceu aos Três Pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta. Nos meses seguintes, até Outubro inclusive, a Virgem Maria voltaria a manifestar-se nos dias 13, exceto em Agosto, quando se manifestou no dia 19, nos Valinhos. Nesses encontros, Nossa Senhora recordou, em linguagem muito simples, acessível aos pastorinhos, as verdades fundamentais do Evangelho. A sua mensagem pode resumir-se nos termos de “oração e penitência”, oração e conversão. As aparições foram reconhecidas pela Igreja como dignas de fé. Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI foram peregrinos de Fátima.

Primeira leitura: Apocalipse 21, 1-5a

Eu, João, vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. 2E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo. 3E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia:«Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram.» 5O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.»
           
A grande utopia da ressurreição do homem e do mundo chegará a ser realidade. A cidade nova não tem nada da antiga: nem da Jerusalém israelita, nem sequer da Igreja cristã. É algo de novo que integra aquilo que o antigo tinha de melhor numa espécie de continuidade descontínua. João admira-se de não haver templo na cidade nova. Para o cristianismo, todo o universo é templo: Deus pode revelar-se onde quiser.
A liturgia aplica este texto a Maria. Deus revelou-se nela. Ela foi a verdadeira Arca de Deus no meio do seu povo. Glorificada no Céu, não esquece aqueles que lhe foram confiados como filhos. Daí, as suas numerosas intervenções ao longo da história, como as de Fátima, em 1917. Ela faz tudo para que, em cada um dos seus filhos, se realize o que já se realizou n´Ela.

Salmo responsorial 86/87

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.

O Senhor ama a cidade
que fundou no monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
Dizem coisas gloriosas
da cidade do Senhor.
Lembro o Egito e a Babilônia
entre os meus veneradores.
Na Filistéia ou em Tiro
ou nos país da Etiópia,
este ou aquele ali nasceu.
De Sião, porém, se diz:
“Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança”.
Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
“Foi ali que estes nasceram”.
E por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
“Estão em ti as nossas fontes!”

Evangelho: João 19, 25-27

Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» 27Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

A mãe de Jesus aparece no princípio e no fim da vida pública de Jesus, ou seja, nas bodas de caná (Jo 2, 1ss.) e junto à cruz do Senhor (Jo 19, 1ss.). Nas bodas de Caná, Jesus dirige-lhe palavras que devem entender-se no sentido de separação: Jesus diz-lhe que não intervenha na fase da sua vida pública, que estava a iniciar. A partir desse momento, Maria como que desaparece de cena. Mas, agora que chegou a hora de Jesus, Maria reaparece, pois é também a sua hora. Em ambas as situações Jesus se lhe dirige chamando-a “mulher” e não mãe, como seria normal. O Senhor parece querer apresentá-la como a mulher estreitamente unida a Ele na realização da obra da redenção, a mulher de que se fala no Génesis (Gn 3, 15) e no Apocalipse (Ap 12). As palavras que Jesus dirige a Maria: “Eis o teu filho!” têm um sentido mais profundo do que o imediatamente literal. A Igreja encarregou-se de aprofundá-lo. O afeto e a relação maternal – a maternidade espiritual de Maria – concentrar-se-ão naqueles por quem o seu Filho está a dar a vida. João personifica todos os seguidores de Jesus. Segundo a teologia paulina, os crentes são “irmãos” de Cristo, participantes da sua filiação. 

IV SEMANA DA PÁSCOA
Antífona da entrada: Alegremo-nos, exultemos de demos glória a Deus, porque o Senhor todo-poderoso tomou posse do seu reino, aleluia! (Ap 19,7.6)

Leitura (Atos 11,19-26)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
11 19 Entretanto, aqueles que foram dispersados pela perseguição que houve no tempo de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, pregando a palavra só aos judeus. 
20 Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene, entrando em Antioquia, dirigiram-se também aos gregos, anunciando-lhes o Evangelho do Senhor Jesus. 
21 A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor. 
22 A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram então Barnabé até Antioquia. 
23 Ao chegar lá, alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a perseverar no Senhor com firmeza de coração, 
24 pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão uniu-se ao Senhor. 
25 Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e levou-o para Antioquia. 
26 Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. 

Atos 11, 19-26 – “a perseguição nos leva a caminhar com mais firmeza”

Ninguém segura o poder de Deus! A perseguição por conta da morte de Estevão fez com que os discípulos se dispersassem e se espalhassem por vários lugares chegando a outras regiões. Deste modo, eles tiveram a oportunidade de anunciar a boa nova de Jesus em outras cidades, aos judeus e, também, aos gregos. Assim se cumpria o mandamento de Jesus: “Ide e evangelizai”! Mesmo que “aparentemente” as coisas não estejam dando certo, a obra do Senhor se realiza na medida em que nós somos fiéis e permanecemos confiantes nas Suas promessas. O que visivelmente era considerado uma derrota, foi ao contrário, um ensejo de crescimento para a Igreja de Jesus. Na nossa vida também podemos observar que a perseguição nos desacomoda, nos desinstala e nos leva a caminhar e crescer com mais firmeza. Toda dificuldade pela qual tivermos que passar será, para nós, uma ocasião propícia para que percebamos a força de Deus agindo em nós e por nosso intermédio. Com efeito, firmados na Sua palavra, podemos dar ao mundo um testemunho de vida nova, de transformação e de conversão. A iniciativa é de Deus. Aquele (a) que está de coração aberto, Deus o (a) faz Seu instrumento. É assim que o reino cresce! O Espírito Santo é quem nos sustenta e nos capacita! Deus dá a graça a quem permanece firme Nele. Ele tem um plano a realizar a partir da nossa compreensão para as coisas que nos são humanamente incompreensíveis. Precisamos perceber e avaliar se as dificuldades pelas quais estamos passando, atualmente, estão sendo para nós motivo de crescimento. Deste modo, nós também poderemos nos alegrar e permanecermos fiéis ao Senhor, com perseverança e de coração.

Salmo responsorial 86/87

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.

O Senhor ama a cidade
que fundou no monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
Dizem coisas gloriosas
da cidade do Senhor.

Lembro o Egito e a Babilônia
entre os meus veneradores.
Na Filistéia ou em Tiro
ou nos país da Etiópia,
este ou aquele ali nasceu.
De Sião, porém, se diz:
“Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança”.

Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
“Foi ali que estes nasceram”.
E por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
“Estão em ti as nossas fontes!”

Salmo 86 – “Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.”

O salmista exalta a terra em que nascem aqueles (as) que têm Deus como sua segurança. Todo homem que confia no Senhor tem sua origem na cidade Santa, isto é, o monte santo que é o coração de Deus. No coração do Senhor, como num livro, estão inscritos os nomes de todos os que têm fé. A fé em Jesus nos faz sermos Seus irmãos e irmãs e nos dá a unidade e comunhão com todos os que Nele confiam. O Senhor é a fonte da alegria que nos motiva a cantar e dançar alegremente os seus louvores. 

Evangelho (João 10,22-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz,
eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).


10 22 Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno. 
23 Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão. 
24 Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: “Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente”. 
25 Jesus respondeu-lhes: “Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. 
26 Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 
27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 
28 Eu llhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. 
29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. 
30 Eu e o Pai somos um”. 

UMA INCÓGNITA SOBRE JESUS
O modo de proceder de Jesus bem com os seus ensinamentos deixavam desconcertados os seus adversários. Embora realizasse gestos prodigiosos, suficientes para revelar sua plena comunhão com o Pai, e falasse de maneira até então desconhecida, permanecia uma incógnita a seu respeito. Os judeus, que tinham tudo para reconhecê-lo como o Messias, permaneciam na incerteza. Por isso, ficavam à espera de que Jesus lhes "dissesse abertamente" quem ele era. 
A postura assumida pelos adversários impedia-os de compreender a verdadeira identidade messiânica de Jesus. Movidos pela suspeita, pela malevolência e pela crítica mordaz, jamais conseguiriam chegar à resposta desejada. Daí a tendência a acusar Jesus de blasfemo e imputar-lhe toda sorte de desvios teológicos e políticos.
Em contraste com os adversários estavam os discípulos. Estes, sim, colocavam-se numa atitude humilde de escuta, atentos às palavras do Mestre, buscando desvendar-lhes seu sentido mais profundo. Dispuseram-se a segui-lo, para serem instruídos não só por suas palavras, mas também por seus gestos concretos de misericórdia, para com os mais necessitados. A comunhão de vida com o Mestre permitia-lhes descobrir sua condição de Messias, o enviado do Pai.
A incógnita sobre Jesus permanece para quem se posiciona diante dele como adversário. Quem se faz discípulo, não tem dificuldade de reconhecê-lo como Messias.

Oração
Pai, dá-me um coração de discípulo que se deixa guiar docilmente pelo Mestre Jesus, tornando-se, assim, apto para reconhecer sua condição de Messias de Deus.

Quarta 14 de Maio de 2014

SÃO MATIAS 
APÓSTOLO 

(Vermelho)
Antífona da entrada: Não fostes vós que mês escolhestes. Fui eu que vos escolhi e vos enviei para produzirdes fruto e o vosso fruto permaneça, aleluia! (Jo 15,16)

Oração do dia

Ó Deus, que associastes são Matias ao colégio apostólico, concedei, por sua intercessão, que, fruindo da alegria do vosso amor, mereçamos ser contados entre os eleitos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Atos 1,15-17.20-26)

Leitura dos Atos dos apóstolos.
1 15 Num daqueles dias, levantou-se Pedro no meio de seus irmãos, na assembléia reunida que constava de umas cento e vinte pessoas, e disse: 
16 “Irmãos, convinha que se cumprisse o que o Espírito Santo predisse na escritura pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus. 
17 Ele era um dos nossos e teve parte no nosso ministério. 
20 Pois está escrito no livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e ainda mais: Que outro receba o seu cargo’. 
21 Convém que destes homens que têm estado em nossa companhia todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, 
22 a começar do batismo de João até o dia em que do nosso meio foi arrebatado, um deles se torne conosco testemunha de sua Ressurreição”. 
23 Propuseram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo, e Matias. 
24 E oraram nestes termos: Ó Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste 
25 para tomar neste ministério e apostolado o lugar de Judas que se transviou, para ir para o seu próprio lugar. 
26 Deitaram sorte e caiu a sorte em Matias, que foi incorporado aos onze apóstolos. 

Atos 1, 15-17.20-26 – “a escolha de Matias”

Como as Escrituras já previam Judas Iscariotes, o qual participara do mesmo ministério que os Apóstolos, pois fora um dos escolhidos por Jesus, foi o guia dos que prenderam Jesus e O crucificaram. Na história dos homens há sempre alguém que se desvia da verdade e segue a senda do mal. Assim também aconteceu na história de Jesus. Os apóstolos, então, seguindo o que já dizia o Livro dos Salmos, “que outro ocupe o seu lugar” sentiram a necessidade de escolher alguém que se ajuntasse a eles. Por isso, com uma simples, mas poderosa oração, eles elegeram o substituto de Judas, o traidor. A confiança deles no Espírito era tão grande que não precisaram de grandes lances nem de planos estruturados. Apenas sugeriram o nome de dois homens e oraram pedindo ao Espírito Santo que indicasse o nome daquele que era o escolhido de Deus. Fizeram um sorteio e com muita confiança, sem nenhuma dúvida, eles acolheram o nome de Matias. Em qualquer situação da nossa vida quando precisamos fazer as nossas escolhas nós também podemos contar com a assistência do Espírito Santo, o qual conhece o coração de todos e pode nos ajudar nas nossas resoluções. Se, ao invés de muitos debates em reuniões de negócios, os homens resolvessem também pedir a ajuda do alto, com certeza, os acertos seriam muito maiores do que os fracassos. Que nós possamos, firmados no exemplo dos apóstolos e, com muita confiança na condução do Espírito Santo, fazer também as opções para a nossa vida, sem temor e com muita simplicidade.

Salmo responsorial 112/113

O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.

Louvai, louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!

Do nascer do sol até o seu ocaso,
louvado seja o nome do Senhor!
O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.

Quem pode comparar-se ao nosso Deus,
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono
e se inclina para olhar o céu e a terra?

Levanta da poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho,
para faze-lo assentar-se com os nobres,
assentar-se com os nobres do seu povo.

Salmo 112 – “O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.”

O Senhor nos dá vida nova, levanta-nos da poeira, da lama e nos retira do lixo, diz o salmista. E não faz somente isso, mas nos assenta com os nobres, com os justos, com os santos. Será isso pouco para que nós possamos louvar o Seu Nome e exaltá-lo do nascer ao por do sol?

Evangelho (João 15,9-17)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça (Jo 15,16).

15 9 Disse Jesus: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 
11 Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 
12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 
13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 
14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 
15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 
16 Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. 
17 O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”. 

UMA FELIZ COMPARAÇÃO 
A situação de uma mulher em trabalho de parto serviu para ilustrar a situação dos discípulos às voltas com o mistério pascal. Esta imagem, simples de ser entendida, devia levá-los a intuir o sentido das palavras enigmáticas de Jesus. Era mister compreender devidamente as exortações do Mestre, para evitar futuras decepções. 
Todo o processo do parto transcorre em meio a dores e sofrimentos. Hoje, a medicina procura aliviar, ao máximo, esses sofrimentos, realizando partos indolores. Isto não significa negar que o parto seja, por si, doloroso. O grau de suportação da mãe torna-se quase infinito, quando ela pensa no desfecho do seu sofrimento: a vinda de um ser humano ao mundo. A expectativa do filho, que está para nascer, leva-a a relativizar sua dor. 
Os discípulos passariam por uma experiência parecida com essa. O mistério pascal teria seu componente necessário de sofrimento e de tristeza. Não seria possível prescindir deles, nem abrandá-los. Uma dor cruel esperava-os, ao contemplar o próprio Mestre pendendo de uma cruz. Entretanto, algo de sumamente importante aconteceria no final de tudo isto: o Pai haveria de restituir-lhe a vida. Para os discípulos, a esperança da ressurreição não lhes suavizou a dor de ver o amigo crucificado, mas devolveu-lhes a alegria, e uma alegria tal, que dela ninguém jamais poderá privá-los. 

Oração 
Espírito de felicidade, que a certeza da ressurreição me ajude a suportar as dores e os sofrimentos, sem desfalecer. 

Quinta 15 de Maio de 2014

IV SEMANA DA PÁSCOA
Antífona da entrada: Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia! (Sl 67,8s.20)

Leitura (Atos 13,13-25)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
13 13 Paulo e os seus companheiros navegaram de Pafos e chegaram a Perge, na Panfília, de onde João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. 
14 Mas eles, deixando Perge, foram para Antioquia da Pisídia. Ali entraram em dia de sábado na sinagoga, e sentaram-se. 
15 Depois da leitura da lei e dos profetas, mandaram-lhes dizer os chefes da sinagoga: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação ao povo, falai-a. 
16 Paulo levantou-se, fez um sinal com a mão e falou: "Homens de Israel e vós que temeis a Deus, ouvi. 
17 O Deus do povo de Israel escolheu nossos pais e exaltou este povo no tempo em que habitava na terra do Egito, de onde os tirou com o poder de seu braço. 
18 Por espaço de quarenta anos alimentou-os no deserto. 
19 Destruiu sete nações na terra de Canaã e distribuiu-lhes por sorte aquela terra durante quase quatrocentos e cinqüenta anos. 
20 Em seguida, lhes deu juízes até o profeta Samuel. 
21 Pediram então um rei, e Deus lhes deu, por quarenta anos, Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim. 
22 Depois, Deus o rejeitou e mandou-lhes Davi como rei, de quem deu este testemunho: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades. 
23 De sua descendência, conforme a promessa, Deus fez sair para Israel o Salvador Jesus. 
24 João tinha pregado, desde antes da sua vinda, o batismo do arrependimento a todo o povo de Israel. 
25 Terminando a sua carreira, dizia: ´Eu não sou aquele que vós pensais, mas após mim virá aquele de quem não sou digno de desatar o calçado´".

Atos 13, 13-25 – “ uma palavra de alento ”


O objetivo de Paulo era encorajar o povo desanimado e sem fé que estava reunido para ouvir sobre a lei e os profetas. Tomando a palavra, Ele recordou para eles a sua própria história, isto é a história de Israel. Partindo da sua origem ele relembrou a sua passagem pela escravidão do Egito quando Deus de lá os tirou com braço poderoso, tendo-os, cercado de cuidados no deserto, durante quarenta anos. Discorrendo sobre os reis, desde Saul até Davi, Paulo anunciou o Nome de Jesus Cristo, Aquele que fora prometido por Deus para salvar Israel. Assim, ele mostrou àquele povo que havia um sentido para o seu viver e que ele precisava abraçar a salvação de Jesus, homem segundo o coração de Deus, enviado para fazer a Sua vontade. Falar dos antepassados, reviver a vida é rebuscar em cada coração os acontecimentos passados que nos permitiram encontrar a proteção de Deus que cuida do nosso caminhar. Somos hoje como esse povo sem coragem que passou pelas dificuldades, superou barreiras, mas, às vezes ainda não entendeu o porquê e para que as coisas aconteceram. A consciência da dor, da dificuldade, da luta é bem firme em nós, porém o sabor da vitória e da proteção do Senhor nas horas difíceis é quase imperceptível. Baseando-nos nisto, nós também, precisamos recordar a história da nossa salvação, partindo das nossas origens, do nosso berço até os dias de hoje quando nós já tivemos a experiência com Jesus ressuscitado. Esse exercício nos fará recordar as maravilhas que têm acontecido na nossa vida, os pequenos milagres e, com certeza, servirá para nós como alento, para que possamos mudar o rumo das nossas preocupações. É muito bom que de vez em quando nós façamos uma retrospectiva na nossa existência, até para descobrir também, em que erramos e em que acertamos para que nos sirva de crescimento humano e espiritual. - Faça hoje você também como Paulo: recorde a sua história, desde cedo, desde o berço. Perceba o que melhorou na sua vida, na vida da sua família. – E se ainda não está bom, perceba que você ainda tem o tempo de agora para confiar que tudo irá melhorar!

Salmo responsorial 88/89

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

“Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor,
e o ungi para ser rei, com meu óleo consagrado.
Estará sempre com ele minha mão onipotente,
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Não será surpreendido pela força do inimigo,
nem o filho da maldade poderá prejudicá-lo.
Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores,
ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele,
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!’”

Salmo 88 – “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor”

O amor de Deus é garantido para sempre na vida daqueles que cantam a Sua verdade. Assim, de geração a geração a graça do Senhor se manifesta e se expande como uma bênção eterna. Se cultivarmos o hábito de dar graças a Deus e de louvá-Lo, com certeza, os nossos descendentes assim também o farão e com eles também sempre estará o braço poderoso do Senhor. Sua verdade e o Seu amor são como uma corrente elétrica que se distribui através dos tempos.

Evangelho (João 13,16-20)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Jesus Cristo, a fiel testemunha, primogênito dos mortos, nos amou e do pecado nos lavou em seu sangue derramado (Ap 1,5). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. 
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 13 16 "em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. 
17 Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes. 
18 Não digo isso de vós todos; conheço os que escolhi, mas é preciso que se cumpra esta palavra da Escritura: ´Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar´. 19Desde já vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais e reconheçais quem sou eu. 
20 Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou".

O AMIGO TRAIDOR
A traição de Judas não pegou Jesus de surpresa. O comportamento do discípulo deve ter chamado a atenção do Mestre. Sem dúvida, havia em Judas algo revelador de sua pouca sintonia com ele. 
O gesto desse discípulo não deixa de ser intrigante. Por que trair um Mestre como Jesus, que superava, em sabedoria e poder, todos os demais até então conhecidos? Por que uma atitude tão mesquinha em relação a quem se mostrara tão misericordioso e compassivo?
Só existe uma resposta para este questionamento: a liberdade de Judas. Embora escolhido por Jesus para fazer parte do círculo dos íntimos aos quais tinham sido confiados os ministérios necessários para o anúncio do Reino, o traidor não foi capaz de abrir mão de seus esquemas mentais, e contar, efetivamente, com Jesus. Embora convivesse com o Mestre, este, porém, não exercia influência sobre ele. Pelo contrário, Judas deixava-se influenciar pelas forças demoníacas do dinheiro e do poder político. 
A traição, neste caso, situa-se num contexto de esperanças frustradas. Judas preferiu dar ouvido ao tentador. Foi sua desgraça! Deixou-se dominar pelos salteadores, ao invés de dar ouvido à voz do Pastor!
O gesto tresloucado de Judas é um alerta para os discípulos de todos os tempos. Ninguém está isento de passar de amigo a traidor. Sem obediência total à voz do pastor, não existe discipulado que se sustente.

Oração
Espírito de arrependimento toca o meu coração, para que eu me penitencie pelas vezes que traí o amigo Jesus.
Sexta 16 de Maio de 2014

IV SEMANA DA PÁSCOA 
Antífona da entrada: Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9s)

Leitura (Atos 13,26-33)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
13 26 “Irmãos, filhos de Abraão, e os que entre vós temem a Deus: a nós é que foi dirigida a mensagem de salvação. 
27 Com efeito, os habitantes de Jerusalém e os seus magistrados não conheceram Jesus, e, sentenciando-o, cumpriram os oráculos dos profetas, que cada sábado são lidos. 
28 Embora não achassem nele culpa alguma de morte, pediram a Pilatos que lhe tirasse a vida. 
29 Depois de realizarem todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, puseram-no num sepulcro. 
30 Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos. 
31 Durante muitos dias apareceu àqueles que com ele subiram da Galiléia a Jerusalém, os quais até agora são testemunhas dele junto ao povo. 
32 Nós vos anunciamos: a promessa feita a nossos pais, 
33 Deus a tem cumprido diante de nós, seus filhos, suscitando Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: ‘Tu és meu Filho, eu hoje te gerei’." 

O discurso de Paulo, em Antioquia da Pisída, pode resumir-se assim: o evangelho é a consumação de tudo quanto Deus fez, anunciou e prometeu ao seu povo. No fundo, Paulo usa os mesmos argumentos de Pedro no seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes. Provavelmente era um esquema habitual para quem anunciava o Evangelho em ambientes judaicos. Jesus, injustamente condenado, foi reconhecido justo por Deus na ressurreição. É esta a palavra de salvação, a boa nova, a realização da promessa feita aos pais (cf. v. 32). Deus é suficientemente forte para vencer o mal, ainda o mais horrível. Deus salva aqueles que acreditam no seu poder, esse poder com que ressuscitou Jesus.
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».

Salmo responsorial 2

Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

“Fui eu mesmo que escolhi este meu rei
e, em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
O decreto do Senhor promulgarei,
foi assim que me falou o Senhor Deus:
“Tu és meu filho, e eu hoje te gerei!”

Podes pedir-me e, em resposta, eu te darei
por tua herança os povos todos e as nações,
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
Com cetro férreo haverás de dominá-los
e quebra-los como um vaso de argila!

E agora, poderosos, entendei;
soberanos, aprendei esta lição:
com temos servi a Deus, rendei-lhe glória
e prestai-lhe homenagem com respeito!

Evangelho (João 14,1-6)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14,6)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
14 1 Disse Jesus: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. 
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. 
3 Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. 
4 E vós conheceis o caminho para ir aonde vou”. 
5 Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 
6 Jesus lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. 

NÃO SE PERTURBE!
O discípulo do Ressuscitado vê-se confrontado com duas situações que, se mal compreendidas, poderão ser causa de perturbação. Por um lado, tem diante de si um projeto, cujas exigências e conseqüências são preocupantes: pautar a própria vida pelo ideal do Reino, num mundo hostil e refratário ao amor, tem um preço a ser pago. Por outro lado, o discípulo pergunta-se pelo fim de tudo isto, pela meta para onde caminha. O sentido da caminhada e o ânimo com que ela é feita, dependem de uma certa lucidez. Caso contrário, o discípulo deixar-se-á vencer pelo desânimo.
Jesus tomou a iniciativa de tranqüilizar os discípulos, apelando para a fé: "Assim como vocês acreditam em Deus, acreditem também em mim". Suas palavras elucidavam as dúvidas que povoavam o coração deles. Acolhidas na fé, essas palavras surtiriam o efeito tranqüilizador desejado.
Para os discípulos, abriu-se uma perspectiva de comunhão escatológica com o Pai. Simbolicamente, Jesus referiu-se à casa com muitas moradas. O vocábulo casa evoca afeto, convivência, intimidade. As muitas moradas significam a disposição do Pai para acolher a todos, sem exceção. Quem chegar na casa do Pai, será recebido por ele. 
Esse lugar de acolhida será preparado por Jesus, o qual precederá os seus discípulos. Com uma tal certeza, pode-se deixar de lado todo receio. Basta seguir o caminho aberto por Jesus.

Oração
Espírito de tranqüilidade afasta para longe de mim toda perturbação, e faze-me confiar plenamente nas palavras de Jesus, que já nos preparou um lugar na casa do Pai.

Sábado 17 de Maio de 2014

IV SEMANA DA PÁSCOA 

Antífona da entrada: Povo resgatado por Deus, proclamai suas maravilhas: ele vos chamou das trevas à sua luz admirável, aleluia! (1Pd 2,9)

Leitura (Atos 13,44-52)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
13 44 No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. 
45 Os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e puseram-se a protestar com injúrias contra o que Paulo falava. 
46 Então Paulo e Barnabé disseram-lhes resolutamente: “Era a vós que em primeiro lugar se devia anunciar a palavra de Deus. Mas, porque a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os pagãos. 
47 Porque o Senhor assim no-lo mandou: ‘Eu te estabeleci para seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra’”. 
48 Estas palavras encheram de alegria os pagãos que glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam predispostos para a vida eterna fizeram ato de fé. 
49 Divulgava-se, assim, a palavra do Senhor por toda a região. 
50 Mas os judeus instigaram certas mulheres religiosas da aristocracia e os principais da cidade, que excitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e os expulsaram do seu território. 
51 Estes sacudiram contra eles o pó dos seus pés, e foram a Icônio. 
52 Os discípulos, por sua vez, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. 

É breve o intervalo que separa o discurso de Paulo em Antioquia e a continuação do seu ensino, no sábado seguinte, na sinagoga. Mas este intervalo tem por fim mostrar o interesse que a pregação do Apóstolo desperta entre judeus e pagãos. Querem ouvir mais, e Paulo exorta-os a permanecerem na graça de Deus, isto é, na escuta do Evangelho. De facto, no sábado seguinte «quase toda a cidade» (v. 44) acorre a escutar a Palavra de Deus. Mas os judeus encheram-se de inveja e «judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade» contra Paulo e Barnabé, que são expulsos do território. É nesse momento que se dá a separação definitiva entre o Evangelho e o Judaísmo.
Paulo reafirma o direito dos judeus a serem evangelizados antes de mais ninguém… Mas, uma vez que recusavam o evangelho, era a vez de o anunciarem aos pagãos. Em Antioquia, os missionários declaram que se voltam para os pagãos, não só por causa da recusa dos judeus, mas também por causa das palavras de Isaías que fala da luz para todos os povos (49, 6). Os cristãos são herdeiros do destino glorioso que estava reservado a Israel, que se tornou incapaz de o realizar, uma vez que recusou Jesus Cristo. Lucas termina a narrativa de um modo positivo: «Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo» (v. 52).

Salmo responsorial 97/98

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.


Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!

Evangelho (João 14,7-14)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Se guardais minha palavra, diz Jesus, realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
14 7 Disse Jesus: “Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”. 
8 Disse-lhe Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”. 
9 Respondeu Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: ‘Mostra-nos o Pai’ 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. 
13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 
14 Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei”. 

JESUS E O PAI
Não se pode de compreender a existência de Jesus, prescindindo de sua íntima comunhão com o Pai. Suas palavras e seus gestos foram sempre referidos ao Pai. A consciência de ser o Filho enviado estava sempre presente em tudo quanto fazia. E mais: tinha consciência de estar chegando a hora de voltar para junto do Pai.
Sendo assim, o Filho divino pode ser considerado como a transparência do Pai. Quem o conhece, conhece o Pai. Quem o vê, vê também o Pai. Ouvi-lo, significa ouvir o Pai. Contemplar seus milagres, corresponde a contemplar o Pai manifestando seu amor pela humanidade. É, pois, inútil pretender ter acesso a Deus, prescindindo de Jesus.
Evidentemente, o Pai não é Jesus. E Jesus não é o Pai. As palavras de Jesus não dão margem para equívocos. Seria falsa qualquer identificação, e não corresponderia ao pensamento de Jesus. A comunhão entre ambos não redunda da fusão de um no outro.
Apesar disto, Jesus não titubeou em fazer esta afirmação ousada: "Quem me vê, vê o Pai". Da contemplação da vida de Jesus, é possível chegar a compreender quais são as pautas da ação de Deus, ou seja, a maneira como ele se relaciona com os seres humanos, e o que espera deles. 
Portanto, não é preciso ir longe para encontrar Deus. Jesus é o caminho pelo qual chegamos até o Pai. 

Oração
Espírito de discernimento ilumina minha mente e meu coração para que eu possa reconhecer o Pai na contemplação do Filho Jesus.

18 de Maio de 2014
V DOMINGO DA PÁSCOA 

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO : A Páscoa não é uma alegria passageira. Páscoa é, mais do que tudo, um projeto de vida que tem como fim a Vida. Coração perturbado não compreende a grandiosidade desse mistério. Por isso o Senhor nos exortará: “Não se perturbe o vosso coração”. Jesus nos fala da casa do Pai, assegurando- -nos que lá tem muitas moradas, as quais ele mesmo preparará. É o amor que ama até o fim e para lá do fim! Jesus quer todos consigo, seja aqui, seja depois daqui. No entanto, a atitude de apreensão é muito humana e muito nossa, como muito humano e muito nosso é o desejo dos apóstolos de ver o Pai. Vivemos uma permanenente procura de Deus, sentimos um desejo, menos intenso, mais intenso de ver o rosto de Deus. E na procura de Deus, precisamos de pontos de referência para não nos perder. Jesus se coloca como ponto de refrência, seja para vencer a angústia pelo que pode acontecer, seja para encontrar a casa do Pai e fazer comunhão com Ele.
INTRODUÇÃO: Neste quinto Domingo do Tempo Pascal, celebramos a unidade perfeita entre o Pai e Filho. A morte e a ressurreição de Cristo abriu-nos o caminho para chegarmos à fonte e origem do Amor. É nessa perspectiva que caminhamos para a festa de Pentecostes.
INTRODUÇÃO: A afirmação de Jesus personaliza os temas bíblicos característicos e permite a toda experiência humana confrontar-se com ele sobre o sentido fundamental da existência. Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado como homem aos homens, fala as palavras de Deus e consuma a obra de salvação a ele confiada pelo Pai. Eis por que ele, ao qual quem vê, vê também o Pai, pela plena presença e manifestação de si mesmo por palavras e obras, sinais e milagres, e especialmente por sua morte e gloriosa ressurreição dentre os mortos, enviado finalmente o Espírito de verdade, aperfeiçoa e completa a revelação e a confirma com o testemunho divino de que Deus está conosco para libertar-nos das trevas do pecado e da morte e para ressuscitar-nos para a vida eterna.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor!
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, porque ele fez maravilhas; e revelou sua justiça diante das nações, aleluia! (Sl 97,1s)

Comentário das Leituras: A fé cristã que se torna adulta deixa de ser crença e passa a se manifestar concretamente na vida pessoal e na vida da comunidade. A fé adulta é fonte de novos ministérios na comunidade, faz de Jesus a pedra angular, o confessa como Caminho, Verdade e Vida e espera com ele viver eternamente feliz. Abramos os nossos corações às leituras deste Domingo, a fim de testemunharmos com mais entusiasmo a fé em Jesus Cristo e fazer de nossa comunidade um centro de divulgação do Evangelho.

Leitura (Atos 6,1-7)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, 6 1 como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. 
2 Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: "Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar. 
3 Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício. 
4 Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra". 
5 Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 
6 Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos. 
7 Divulgou-se sempre mais a palavra de Deus. Multiplicava-se consideravelmente o número dos discípulos em Jerusalém. Também grande número de sacerdotes aderia à fé.

Este é o texto que refere a instituição dos diáconos, como colaboradores dos Apóstolos e participantes de uma parte da sua missão.
1 «aumentando o número dos discípulos». A cada passo S. Lucas insiste no aumento dos cristãos. Outras insistências: Act 2, 41; 5, 14; 6, 7; 9, 31; 11, 21.24; 12, 24; 14, 1; etc.). Estes «helenistas» eram cristãos convertidos de entre os judeus emigrantes, que na diáspora falavam a língua grega e se encontravam agora na situação de retornados à Terra Santa. Pelos nomes gregos que têm, os primeiros 7 diáconos pertenceriam na generalidade a este grupo.
2-4 «Vamos dedicar-nos totalmente à oração…». Como a missão dos Apóstolos era ingente, impunha-se que estes não se dispersassem por actividades que outros podiam desempenhar. Foi a circunstância providencial para a primeira ordenação dos diáconos, que não eram meros agentes sociais, pois tinham também uma função sagrada, como a distribuição da Eucaristia, a pregação do Evangelho e a administração do Baptismo (cf. Act 8, 5.7.16); constituíam um verdadeiro grau da hierarquia, distinto do presbiterado (cf. 1 Tim 3, 8). A oração, a que se dedicavam intensamente os Apóstolos, não era apenas a oração oficial das reuniões comunitárias, mas a oração pessoal, a sós com Deus, segundo se deduz de Act 10, 9. Na oração intensa residia o segredo da sua eficácia apostólica e da transformação do mundo que operaram, um segredo cheio de actualidade.

Salmo responsorial 32/33

Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!


Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Aos retos fica bem glorificá-lo.
Daí graças ao Senhor ao som da harpa,
n lira de dez cordas celebrai-o.

pois reta é a palavra do Senhor,
tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
Transborda em toda a terra a sua graça.

O Senhor pousa o olhar sobe os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vida
e alimentá-los quando é tempo de penúria.

O salmista convida-nos insistentemente a aclamar, louvar e cantar salmos ao Senhor, pois a Sua Palavra realiza a verdade, a justiça e o amor.

Leitura (1 Pedro 2,4-9)

Leitura da primeira carta de são João. 
2 4 Achegai-vos a ele, pedra viva que os homens rejeitaram, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus; 
5 e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 
6 Por isso lê-se na Escritura: "Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa: quem nela puser sua confiança não será confundido". 
7 Para vós, portanto, que tendes crido, cabe a honra. Mas, para os incrédulos, "a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço, uma pedra de escândalo". 
8 Nela tropeçam porque não obedecem à palavra; e realmente era tal o seu destino. 
9 Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa.

Temos aqui um texto de excepcional riqueza eclesiológica, em que os privilégios do antigo Povo de Deus são transpostos para o novo Povo de Deus, a Igreja, por meio dum método hermenêutico de actualização (deraxe) de textos do A. T., nomeadamente de Is 8, 14; Ex 19, 5-6; Os 1, 6.9; 2, 3.25. Esses privilégios são basicamente a eleição, consagração e a missão de «anunciar os louvores d’Aquele que vos chamou…». Este texto é o ponto de partida para um dos ensinamentos nucleares do Vaticano II, sobre o sacerdócio comum dos fiéis e a dignidade e missão dos leigos: todas as realidades mundanas diárias transformadas em oferta – «sacrifícios espirituais» (v. 5) – a Deus (LG 34).
4 «Cristo, a Pedra viva…». O termo grego, lithos, designa uma pedra trabalhada, preparada; Jesus é a pedra escolhida por Deus, mas rejeitada pelos homens, o alicerce e a pedra angular sobre a qual repousa todo o edifício da Igreja (cf. Mt 16, 18; 21, 42-46; cf. Salm 117 (118), 22; Is 8, 14; Act 4, 11).
5 «Vós mesmos, como pedras vivas, entrai…». Aqui temos uma das muitas imagens com que é representada a Igreja, «edifício de Deus» (cf. 1 Cor 3, 9.11), um edifício que cresce sempre, edificado por Deus, tendo Cristo como pedra angular e os Apóstolos como alicerce (cf. Ef 2, 19-22).
9 «Sacerdócio real…». Ex 19, 6 diz «reino de sacerdotes», que os LXX traduziram por «sacerdócio régio» (basileion hieráteuma); por sua vez, Apoc 1, 5 diz: «reis e sacerdotes»; 1 Pe 2, 9 segue a Septuaginta.

Evangelho (João 14,1-2)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor; quem em mim permanece; esse dá muito fruto (Jo 15,4s). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. 
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 14 1 "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. 
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. 
3 Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. 
4 E vós conheceis o caminho para ir aonde vou". 
5 Disse-lhe Tomé: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" 
6 Jesus lhe respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. 
7 Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". 
8 Disse-lhe Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta". 
9 Respondeu Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai... 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai".

Temos na leitura uma pequena parte do chamado discurso do adeus, o início do capítulo 14 de S. João. As palavras de Jesus, «não se perturbe o vosso coração» aparecem com grande relevo, pois se repetem no v. 27.
2-3 Nestes versículos, que admitem diversas traduções, Jesus esclarece os seus discípulos de que a sua partida é para lhes abrir caminho para a casa do Pai, o Céu, a meta final para todos os fiéis, por isso diz que ali há «muitas moradas», isto é, lugar para todos (cf. Lc 16, 9; Jo 13, 36; 12, 26.32; 17, 24). A casa de Deus era o templo (2, 16-17) que se tornou o símbolo da comunhão com Deus na bem-aventurança eterna; neste sentido esta é a única vez que a expressão «moradas» aparece em todo o N. T., além da alusão em Heb 6, 19-20 (ver Henocetiópico, 39, 4; 41, 2).
6-9 Jesus é o «caminho» não apenas pelos seus ensinamentos e exemplos, mas porque Ele mesmo se identifica com a «verdade» (é o Verbo, a expressão adequada do Pai – Jo 1, 1.14.18) e a «vida» (Jo 1,
4.14.16; 3, 16; 6, 47; 10, 9-10; 11, 25-26): Ele está no Pai e o Pai está n’Ele (vv. 10-11; 10, 38; 17, 21), fazendo Um com Ele (10, 30; 17, 11.21-22), por isso afirma que «quem Me vê, vê o Pai»(v. 9). Aqui radica o facto de Jesus ser não apenas caminho, mas o único caminho para o Pai, talvez por isso o cristianismo era designado inicialmente como o caminho (Act 9.2; 18, 25; 24, 22). Neste versículo a revelação de Jesus aos seus atinge o clímax e é uma das mais expressivas sínteses de todo o Evangelho.
12 A garantia das «obras maiores» dos discípulos (entendam-se as obras relativas à expansão da obra salvadora de Jesus) é a ida de Jesus para o Pai, que põe em acto o poder da sua mediação e o envio do Espírito Santo.

Oração
Pai, não deixes que jamais o medo tome conta de meu coração, a ponto de impedir-me de caminhar rumo à tua casa, pelo caminho aberto por teu Filho Jesus.