segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Liturgia da 03ª semana do Tempo Ordinário



Segunda 27 de Janeiro de 2014
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 5,1-7.10)

5 1 Todas as tribos de Israel vieram ter com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Vê: não somos nós teus ossos e tua carne?
2 Já antes, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. O Senhor te disse: ‘és tu que apascentarás o meu povo e serás o chefe de Israel’”.
3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei em Hebron. Davi fez com eles um tratado diante do Senhor e eles sagraram-no rei de Israel.
4 Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos:
5 sete anos e meio sobre Judá, em Hebron, e depois trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.
6 Davi partiu com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que ocupavam a terra. Estes disseram a Davi: “Tu não entrarás aqui: cegos e coxos te repelirão!” (O que queria dizer: Davi não entrará jamais aqui.)
7 Mas Davi apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.
10 Davi ia-se fortificando, e o Senhor, Deus dos exércitos, estava com ele.


2 Samuel 5, 1-7.10 – “poder para enfrentar os desafios”

Quando Deus nos escolhe, Ele nos unge e dá poder para vencermos os maiores desafios. A certeza de que o Senhor nos escolheu para realizar uma missão é a maior garantia que temos para nos apossarmos da vitória. Foi isto que aconteceu com Davi que, com apenas trinta anos começou a reinar sobre Israel, e acontece também com cada um de nós, em qualquer idade que estejamos. O Senhor nos dá a UNÇÃO e não precisamos temer nem os “jebuseus” nem os “cegos” nem os “coxos” que tem de alguma forma queiram nos impedir de ir adiante. Quando nos chama o Senhor também nos concede a autoridade para fazer aliança com aquelas pessoas que se propõem a nos ajudar na tarefa que vamos desempenhar. Com esta aliança nós também cumprimos um voto de confiança mútua de acordo com a vontade suprema de Deus. Isto acontece em qualquer segmento da nossa vida, porém o lugar onde o Senhor mais quer que façamos uma aliança é dentro da nossa casa, na nossa família. Muitas vezes é lá o lugar mais difícil de entrar, por causa dos cegos e dos coxos que ainda convivem conosco. No entanto, o Deus todo poderoso está conosco, por isso, a vitória está garantida. Ele nos colocou lá para ser ponte, ser luz, confidentes, cúmplices e amigos. Não tenhamos medo de assumir, dentro da nossa casa a Missão de intercessor, de provedor, de psicólogo, médico, advogado e tudo quanto for preciso.

Salmo responsorial 88/89

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.

Outrora vós falastes em visões a vossos santos:
“Coloquei uma coroa na cabeça de um herói
e do meio deste povo escolhi o meu eleito.

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor,
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
Estará sempre com ele minha mão onipotente,
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele,
sua força e seu poder, por meu nome, crescerão.
Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares,
e a sua mão direita estenderei por sobre os rios”

Salmo 88 – “Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele”

O salmista, que é o próprio Davi, confirma para nós a mensagem com a qual refletimos. O Senhor garante unção, proteção e amparo para aquele que Ele escolheu para ser rei. Ser rei significa ser real, viver concretamente a realidade para a qual se é convocado. Para isso, no entanto, nós precisamos do poder do alto, a fim de que possamos nos revestir da verdade e do amor de Deus, pois estas são as armas que usaremos na nossa empreitada.

Evangelho (Marcos 3,22-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


3 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."
23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás?
24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar.
25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer.
26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá.
27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.
28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias;
29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno."
30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo."


Evangelho – Marcos 3, 22-30 – “o pecado contra o Espírito Santo”

Diante da rebeldia dos mestres da Lei Jesus dá um ensinamento prático, claro e concreto, que serve também para nós, hoje. “Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se” e acrescenta a mesma fórmula para a família. Esta constatação nós fazemos em cada circunstância em que vemos sociedades se desfazendo, famílias se desestruturando, irmãos em litígio por herança! Tudo caminha para o fracasso e nada é construído. Toda obra, porém, que é regida pelo Espírito Santo e orientada pela Palavra de Deus, tende a prosperar. O que acontece muitas vezes é que mesmo conhecendo o poder do Espírito Santo, mesmo sabendo que Ele é o doador dos dons e o próprio Deus que veio nos santificar e auxiliar, nós O desprezamos e deixamos de lado. Este é o pecado contra o Espírito Santo a que Jesus se refere: mesmo diante das evidências e das provas nós não queremos reconhecer o poder de Deus e, o pior, atribuímos a Ele o mal que nos acontece. Deus não pode fazer mal porque Ele É O BEM. Por isso é que para o pecado contra o Espírito Santo não há escapatória, a menos que se volte atrás e dê o seu ao seu dono. A Deus pertencem, o poder, a glória, o bem, o amor e tudo o que é de bom. O que é do demônio é o mal, a revolta, a mentira, a traição, a dissimulação, o desamor. Precisamos ter muito cuidado para não cairmos na tentação de pecar contra o Espírito Santo, atribuindo a Ele o mal que vem nos atingir ou ao demônio o bem que acontece conosco. O tempo da ignorância não conta mais, prossigamos dando a Deus o que é de Deus.


Oração
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer que na raiz de tua ação está o Espírito Santo trazendo libertação para a humanidade.


Terça 28 de Janeiro de 2014
Antífona da entrada: Os sábios refulgirão como o esplendor do firmamento; e os que ensinaram a mitos a justiça brilharão como estrelas para sempre (Dn 12,3).

Leitura (2 Samuel 6,12-15.17-19)

6 12 Foi anunciado ao rei que o Senhor abençoava a casa de Obed-Edom e todos os seus bens por causa da arca de Deus. Foi então Davi e fê-la transportar da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi, no meio de grandes regozijos.
13 Quando os carregadores da arca do Senhor completavam seis passos, sacrificavam-se um boi e um bezerro cevado.
14 Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho.
15 O rei e todos os israelitas conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta.
17 A arca foi introduzida e instalada em seu lugar, no centro do tabernáculo que Davi construíra para ela, e Davi ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos.
18 Terminadas essas cerimônias, abençoou o povo em nome do Senhor dos exércitos,
19 e distribuiu a toda a multidão do povo de Israel, tanto aos homens como às mulheres, a cada um, um bolo, um pedaço de carne e uma torta. E retirou-se toda a multidão, indo cada um para a sua casa.


2 Samuel 6,12-15.17-19 –“a alegria do Senhor é a nossa força”

A narrativa do livro de Samuel nos fala da alegria com que Davi transportou a arca de Deus para Jerusalém, oferecendo, a cada seis passos, sacrifícios em honra do Senhor, dançando, louvando, tocando trombetas, soltando gritos de júbilo. A arca de Deus é, hoje, a Sua presença no nosso coração, que nos impulsiona a caminhar em busca da Jerusalém Celeste, a Terra Prometida, em fim, a vida eterna que nós buscamos. Isto significa que a nossa vida também é uma caminhada que devemos fazer com alegria, expressando e contagiando o mundo com o nosso testemunho de júbilo pela presença do Senhor na nossa vida. Nós também transportamos a Arca de Deus quando comungamos o Corpo Eucarístico do Senhor, quando nos apossamos da Sua Palavra, quando vivenciamos os Seus Mandamentos, quando O servimos e O adoramos. Há muita alegria em servir a Deus, em adorá-Lo, em nos reunirmos em Seu Nome, em propagar a Sua Palavra, fazer o que é do Seu agrado. Temos que perceber que em Deus tudo é motivo de alegria e certeza de vitória! O Senhor deve estar no centro da nossa vida, ocupando os nossos pensamentos, sentimentos e ações. Como Davi, nós também recebemos a benção de Deus e abençoamos os que caminham conosco. A alegria do Senhor é a força que nos motiva a também, ir para nossa casa e dar testemunho de que transportar a Arca de Deus faz toda a diferença na vida de cada um.


Os centros de culto tradicionais eram Siquém, Betel, Guilgal, Mambré, Bersabé, entre outros. Jerusalém fora pagã até ontem. Daí o interesse de David em rodeá-la com uma aura religiosa. Nada melhor que torná-la sede da Arca da Aliança.
A Arca da Aliança continha as tábuas da Lei dadas por Deus a Moisés, no Sinai. Era símbolo da presença de Javé no meio do seu povo. Por isso, o tinha acompanhado nas peregrinações pelo deserto, até à conquista da Terra, e durante a guerra com os filisteus. O transporte da Arca para Jerusalém é ocasião de festa para o povo e para o rei: David manifesta abertamente a sua alegria dançando, cingido com o efod, a veste sagrada dos sacerdotes. Como ainda não há o templo, a Arca é colocada numa tenda, sinal da mobilidade do povo e do próprio Deus, que recorda aos Israelitas que não podem apoderar-se da presença de Deus, fazendo-o como que prisioneiro. Os holocaustos, os sacrifícios de comunhão e a refeição sagrada – o pão, a carne, as uvas – distribuídos por David a todos selam a cerimónia. A Arca instrumento de batalha durante a guerra contra os filisteus, torna-se sinal de paz e de prosperidade.
A partir de David, Jerusalém torna-se uma referência fundamental para o judaísmo e, mais tarde também para o cristianismo e para o islamismo.

Salmo responsorial 23/24

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“É o Senhor, o valoroso, o grandioso!”


“Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
A fim de que o rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente,
O Senhor, o poderoso nas batalhas!”

“Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
A fim de que o rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“O rei da glória é o Senhor o onipotente,
O rei da glória é o Senhor Deus do universo!”

Salmo 23 – Dizei-nos: “Quem é este rei da glória? É o Senhor, o valoroso, o grandioso!”

O Rei da glória é o Senhor Deus Todo Poderoso que pede passagem para entrar no nosso coração. O Senhor é valoroso e onipotente, mas não invade o nosso interior se não quisermos. As portas somos nós, que às vezes, nos fechamos e não percebemos que o Senhor pede abertura para que Ele entre e permaneça para sempre conosco. Enquanto caminhamos aqui precisamos fazer com que o nosso coração já entre em sintonia com Aquele que nós iremos nos encontrar face a face no céu.

Evangelho (Marcos 3,31-35)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do réu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


3 31 Chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram."
33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."


Evangelho Marcos 3, 31-35 – “fazer a vontade de Deus, eis a questão”


Durante os três anos da Sua vida pública, Jesus se propôs a revelar ao mundo a vontade do Pai que O enviara. Assim sendo, Ele aproveitava todos os momentos para ensinar e se apoiava nas Escrituras para edificar o reino dos céus aqui na terra. A multidão O procurava porque estava buscando alento para as suas dores e dificuldades. Em outras palavras, aquele povo procurava a salvação e o perdão para os seus pecados. Jesus sabia que a Sua Missão era fazer a vontade do Pai e, naquele momento, a vontade do Pai consistia em que Ele pregasse, libertasse e curasse aquele povo dos males que o afligia. Por isso, naquele momento Ele aproveitou o exemplo da sua mãe e da sua família para mais uma vez exortar e dar um preceito àquelas pessoas que o escutavam: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Por conseguinte, hoje, Jesus também nos adverte e coloca claramente a condição “sine qua non” para que façamos parte da família de Deus aqui na terra: o cumprimento da vontade do Pai. Ser irmão de Jesus, ser da família de Jesus sugere para nós a necessidade de vivermos de acordo com a vontade do Pai a qual se expressa nos ensinamentos do Evangelho. Sabemos que fazemos a vontade de Deus quando estamos ajustados (as) à sua Palavra e vivenciando os Seus ensinamentos nos nossos relacionamentos dando verdadeiro testemunho de que somos da família de Jesus.

Oração
Senhor Jesus, concede-me a graça de submeter toda a minha vida à vontade do Pai, para que eu possa participar da nova família que inauguraste.


Quarta 29 de Janeiro de 2014


Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 7,4-17)

7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6 Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7 E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?’
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15 mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
17 Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação’.


A profecia de Natan vem desfazer as desconfianças e as reticências perante a monarquia. Até aí o povo de Israel estava organizado em tribos, que gozavam de certa autonomia. Com monarquia, o poder foi concentrado nas mãos do rei e em Jerusalém, capital do reino e cidade santa. Era uma inovação que nem todos aceitavam pacificamente. A profecia de Natan funciona como um referendo divino à instituição monárquica e, de modo muito especial, à dinastia de David: «A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre» (v. 16). David está consciente da solidez eterna da sua casa e do seu trono pois, ao morrer, pronuncia as seguintes palavras: «A minha casa está firme diante de Deus, porque Ele fez comigo uma aliança eterna» (2 Sam 23, 5). Este pacto de Deus com David manterá elevada a moral e a esperança do povo nos momentos difíceis.
O oráculo de Natan começa com uma pergunta retórica: «És tu que me vais construir uma casa para Eu habitar?» (v. 5). Esta pergunta faz um todo com a afirmação antitética do v. 11: «será Ele próprio (o Senhor), quem edificará uma casa para ti». Só depois da morte de David o Senhor suscitará o seu descendente (cf. v. 12). Como frequentemente acontece nos oráculos proféticos, são possíveis dois níveis de leitura: a referência imediata a Salomão que construirá o Templo em Jerusalém e a vinda do futuro Messias. O Messias construirá uma casa ao Nome de Deus, o seu reino será eterno, e aplica-se a ele a fórmula de adoção: «Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho» (v. 14).

Salmo responsorial 88/89

Guardarei eternamente para ele a minha graça.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
E por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência,
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.

Evangelho (Marcos 4,1-20)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação.

Evangelho – Marcos 4, 1-20 – “semente em terra boa!”

Neste Evangelho Jesus compara o nosso coração a um terreno onde é plantada uma semente. E explica que esta semente é a Palavra de Deus jogada na terra do nosso coração e que, na medida em que for acolhida será também, compreendida e em consequência vivenciada. Refletindo sobre a exposição que Jesus faz dos tipos de terrenos, todos nós temos a chance de sondar a terra do nosso coração e perceber se a Palavra está ou não dando frutos na nossa vida. Ou, se pelo contrário estamos apenas nos preocupando em ouvir falar das coisas de Deus, mas ela não dá fruto na nossa vida, porque não a estamos pondo em prática. Por causa das preocupações, do trabalho, das ocupações, das tribulações nós nos afastamos e não perseveramos adubando a terra e regando a semente. Percebemos que Jesus explicou a parábola apenas para aqueles que estavam próximos a Ele, os seus discípulos. Eles subiram na barca com Jesus, estavam perto Dele, O escutavam e, por isso, tinham a chance de apreender melhor. “Para os que estão fora, tudo acontece em parábolas”, foi esta a explicação que Jesus deu a eles! Assim sendo Jesus nos dá a chave do mistério do reino de Deus: estar próximo a Ele, subir na Sua barca que é a Igreja! Quem está longe das coisas de Deus, longe da Igreja, vê, mas não enxerga, escuta, mas não compreende, por isso não se converte e permanece na escuridão. Na Igreja e em comunidade nós temos a oportunidade de escutar melhor para entender os ensinamentos de Jesus. O terreno do nosso coração só será uma terra boa quando a Palavra acontecer na nossa vida e assim, mesmo no meio das provocações, nós darmos testemunho da nossa fé e confiança nos desígnios de Deus para nós.

Oração
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

Quinta 30 de Janeiro de 2014


Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 7,18-19.24-29)

7 18 O rei Davi veio apresentar-se ao Senhor e disse-lhe: Quem sou eu, Senhor Javé, e quem é a minha família, para que me tenhais trazido até aqui?
19 E como se isso parecesse pouco aos vossos olhos, Senhor Javé, fizestes promessas à casa de vosso servo, para tempos futuros! Acaso isso é normal para o homem, Senhor Javé?
24 Estabelecestes solidamente o vosso povo de Israel, para ser eternamente o vosso povo, e vós vos tornastes o seu Deus, ó Senhor.
25 E agora, Senhor Deus, cumpri para sempre a promessa que fizestes a respeito do vosso servo e da sua casa, e fazei como dissestes.
26 Então será para sempre exaltado o vosso nome, e dirão: o Senhor dos exércitos é o Deus de Israel. E permaneça estável diante do vós a casa de vosso servo Davi.
27 Porque vós mesmo, ó Senhor dos exércitos, fizestes ao vosso servo esta revelação: eu te construirei uma casa. Por isso o vosso servo atreveu-se a dirigir-vos esta prece.
28 Agora, ó Senhor Javé, vós sois Deus, e vossas palavras são a mesma verdade. Pois que prometestes ao vosso servo esta graça,
29 abençoai desde agora a sua casa, para que ela subsista para sempre diante de vós; porque sois vós, Senhor Javé, que falastes, e graças à vossa bênção a casa de vosso servo será abençoada para sempre.


Depois das promessas de Deus em relação a David, à sua descendência e a todo o povo (na primeira parte de 2Sam 7), o rei toma a palavra e pronuncia uma oração de louvor e de acção de graças. A oração é repetitiva e redundante: os conceitos «casa», «Senhor Deus» (Adonai Yahveh), «servo», «falar», «palavra» «eternamente», repetem-se várias vezes. Mas essa repetição acentua claramente as ideias principais nela expressas. Entre elas sobressai o conceito de «palavra»: promessa feita a David por meio de Natan; palavra eficaz e fonte de esperança nos momentos difíceis da história.
As razões pelas quais Deus recusa a construção do templo por David não estão muito claras. Mas o rei aceita a anulação dos seus projetos para que se realizem os de Deus: «Quem sou eu, Senhor Deus, e quem é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui?». Esta submissão e esta humildade aparecem nos relatos bíblicos de vocação (cf. Ex 3, 11; Jz 6, 15; Jer 1, 6).
A confiança de David apoia-se na memória das obras de Deus em favor do seu povo. David põe-se em sintonia com a palavra do Senhor, pedindo que ela se realize. Deus é fiel. É na fidelidade que se revela a sua grandeza. Uma vez que o Senhor «falou», não há que hesitar: «a casa do teu servo será abençoada eternamente», conclui David.

Salmo responsorial 131/132

O Senhor vai dar-lhe o trono
de seu pai, o rei Davi.


Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi
e de quanto vos foi ele dedicado;
do juramento que ao Senhor havia feito
e de seu voto ao poderoso de Jacó.

“Não entrarei na minha tenda, minha casa,
nem subirei à minha cama em que repouso,
não deixarei adormecerem os meus olhos
nem cochilarem em descanso minhas pálpebras,
até que eu ache um lugar para o Senhor,
uma casa para o forte de Jacó!”

O Senhor fez a Davi um juramento,
uma promessa que jamais renegará:
“Um herdeiro que é fruto do teu ventre
colocarei sobre o torno em teu lugar!

Se teus filhos conservarem minha aliança
e os preceitos que lhes dei a conhecer,
os filhos deles igualmente hão de sentar-se
eternamente sobre o trono que te dei!”

Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
“Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

Evangelho (Marcos 4,21-25)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).


Naquele tempo, 4 21 dizia-lhes Jesus ainda: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
22 Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça".
24 Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25 Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".


Evangelho – Marcos 4, 21-25 – “com a mesma medida”

Neste Evangelho Jesus nos orienta para que as nossas ações se comparem a lâmpadas acesas colocadas em lugar bem alto a fim de iluminar todas as pessoas. Em outras palavras Ele nos incentiva a sermos luzeiros a clarear o caminho de quem estiver necessitando do conhecimento de Deus. Por isso, as nossas ações devem revelar o que cultivamos dentro de nós mesmos (as)! Se cultivarmos em nós bons pensamentos e regarmos os nossos bons sentimentos poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas as quais podem ser vistas por todas as pessoas. Do contrário, quando falseamos, e blefamos escondendo as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que, mesmo aparentando gestos bondosos, são, no entanto, arapucas que armamos para que outros caiam. Aí, nós revelamos apenas a escuridão que há dentro do nosso coração. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”. Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com o próximo e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e,... por nós mesmos (as)! A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Portanto, que tenhamos o cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 
Oração
Senhor Jesus, que eu assuma minha fé com tal generosidade e disposição a ponto de, em mim, tua palavra se transformar em luz.

Sexta 31 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, diz o Senhor. O reino do céu pertence aos que se parecem com eles (Mc 10,14).

Leitura (2 Samuel 11,1-10.13-17)

11 1 No ano seguinte, na época em que os reis saíam para a guerra, Davi enviou Joab com seus suboficiais e todo o Israel. Eles devastaram a terra dos amonitas e sitiaram Raba. Davi ficara em Jerusalém.
2 Uma tarde, Davi, levantando-se da cama, passeava pelo terraço de seu palácio. Do alto do terraço avistou uma mulher que se banhava, e que era muito formosa.
3 Informando-se Davi a respeito dela, disseram-lhe: “É Betsabé, filha de Elião, mulher de Urias, o hiteu”.
4 Então Davi mandou mensageiros que lha trouxessem. Ela veio e Davi dormiu com ela. Ora, a mulher, depois de purificar-se de sua imundície menstrual, voltou para a sua casa,
5 e vendo que concebera, mandou dizer a Davi: “Estou grávida”.
6 Então Davi enviou uma mensagem a Joab, dizendo-lhe: “Manda-me Urias, o hiteu”. Joab assim fez.
7 Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra.
8 E em seguida disse-lhe: “Desce à tua casa, e lava os teus pés. Urias saiu do palácio do rei, e este mandou que o seguissem com um presente seu”.
9 Mas Urias não desceu à sua casa; dormiu à porta do palácio com os demais servos de seu amo.
10 Comunicaram-no a Davi: “Urias não foi à sua casa”. O rei então lhe disse: “Não voltaste porventura de uma viagem? Por que não vais à tua casa?”
13 Davi o convidou, fê-lo comer e beber em sua presença, e embriagou-o. Mas à noite, Urias não desceu à sua casa; saiu e deitou-se com os demais servos de seu senhor.
14 Na manhã seguinte Davi escreve uma carta a Joab, enviando-a por Urias.
15 Dizia na carta: “Coloca Urias na frente, onde o combate for mais renhido, e desamparai-o para que ele seja ferido e morra”.
16 Joab, que sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que estavam os mais valorosos guerreiros.
17 Saíram os assediados contra Joab, e tombaram alguns dos homens de Davi: morreu também Urias, o hiteu.


2 Samuel 11, 1-10.13-17 – “ o rei Davi e a mulher de Urias”

Quando lemos a história de Davi e de Urias, naturalmente nós nos revoltamos e nos indignamos com o seu procedimento, pois não entendemos o que o teria levado a cometer um pecado tão detestável, em vista de como ele sempre se portou! Ele que fora ungido pelo Senhor para ser o Rei de Israel, a quem o Senhor prometera uma dinastia e um reino estáveis, assim como também uma vida tranquila e uma descendência que nunca seria abandonada! Aquele que é-nos apresentado como um rei exemplar e que provou ser cheio de fé em Deus quando enfrentou e derrotou o gigante Golias tendo como arma apenas uma funda e cinco pedrinhas! O mesmo que soube respeitar os seus inimigos quando teve a vida de Saul em suas mãos e, podendo matá-lo não o fez. Poupou-lhe a vida porque Saul ainda era o rei de Israel, uma coisa rara em tempo de guerra e difícil de imaginar pudesse acontecer! O rei Davi sempre nos pareceu ser alguém irrepreensível! Até que um dia... Davi põe a baixo toda a sua reputação deixando de cumprir com a sua missão de rei quando não partiu para a guerra e enviou apenas os seus oficiais para enfrentar o inimigo, ficando em Jerusalém para descansar, ocasião em que passeando no jardim viu a bela mulher de Urias e se “encantou” por ela. Daí foi só dar asas aos seus desejos e maquinações, para cair estupidamente nas armadilhas do inimigo. O mesmo David que não atentou contra a vida de Saul mandou matar de forma expressa e covarde o seu subalterno Urias para se apossar da sua mulher. Mandou matar para esconder o que fez. Intervém na vida daquela família, separando os que estavam unidos pelo matrimônio. Desrespeita a si próprio. Davi chega ao auge da prepotência e da presunção quando abusa da sua autoridade, para ver realizado o seu intento. Apesar de “crucificarmos o rei Davi” se refletirmos sobre as nossas ações podemos também perceber que tudo isso também pode acontecer conosco. Como Davi nós também podemos ser um guerreiro bem-sucedido, mas um dia nos descuidarmos das nossas atribuições, ou deixarmos de nos dedicar à missão que Deus nos destinou relaxando nos nossos deveres, colocando outras pessoas para em nosso lugar enfrentar o inimigo transferindo os nossos encargos pra ficarmos mais “descansados”. É nesses momentos que também damos brecha ao Inimigo, e cairmos nas concupiscências que moram em nós, os sentimentos puramente carnais e os desejos próprios da nossa humanidade decaída. O pecado é isto: sabemos que uma coisa é mal, mas fazemo-la assim mesmo! A nossa infidelidade a Deus a nossa omissão e a ociosidade nos fazem procurar os lugares errados e lá nos deparar com o fruto proibido, alimentar pensamentos impuros, nos envolver em coisas erradas, mentir, e até maquinar a morte de alguém. Por isso, terminamos por fazer o que nem queríamos: ir contra a lei de Deus. E tudo isto porque no início a sedução foi maior que a razão e não tivemos como voltar atrás. Nunca podemos achar que estamos “blindados” para as seduções do mundo, ainda que tenhamos um comportamento irrepreensível. Por outro lado também não nos podemos “admirar” do pecado de alguém e apontar o dedo para quem errou. A história de Davi nos edifica e nos faz ficar mais conscientes da nossa miséria humana para confiar plenamente na misericórdia de Deus.

Salmo responsorial 50/51

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
exultarão estes meus ossos que esmagastes.
Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

Salmo 50 – “Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!”

O nosso ser pecador tem necessidade de implorar por misericórdia a todo instante. Mesmo que não tenhamos cometido conscientemente nenhuma má ação a nossa alma se ressente por que o nosso pecado está sempre à nossa frente. Por isso, é nosso dever reconhecer a nossa iniquidade e, assim como fez o salmista, orar ao Senhor: “Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!” A misericórdia de Deus atinge a nossa miséria e só quando nós nos reconhecemos miseráveis nós podemos abraçar o amor misericordioso do Pai.

Evangelho (Marcos 4,26-34)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).


Naquele tempo, 4 26 Jesus dizia também à multidão: “O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.
28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga.
29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita”.
30 Dizia ele: “A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?
31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes.
32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.
34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.


Evangelho – Marcos 4, 26-34 - “processo de conversão ”

Jesus explica para nós que o crescimento do reino dentro de nós é como uma semente que é espalhada na terra e, por si só, vai germinando e crescendo sem se sabermos como isso acontece. É o processo de conversão e maturidade espiritual que o corre quando nós acolhemos a Palavra de Deus como uma semente. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo. É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais vamos ficando plenos do poder do Espírito Santo que opera em nós mudando os nossos valores e as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações fazendo com que vamos nos afeiçoando a Jesus. O tempo da colheita é quando estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia. Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu. Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar, como consequência nós vivemos uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade. Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente. A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos.
Oração

Senhor Jesus, que eu seja capaz de perceber o dinamismo do Reino, frutificando de maneira discreta nos meandros da história humana.


Sábado, 01 de Fevereiro de 2014
3ª Semana do Tempo Comum
1ª LEITURA
Naqueles dias, 1o Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse: “Numa cidade havia dois homens, um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou-se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante”. 5Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: “Pela vida do Senhor, o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão”. 7aNatã disse a Davi: “Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11Assim diz o Senhor: Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12Tu fizeste tudo às escondidas. Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do sol”. 13Davi disse a Natã: “Pequei contra o Senhor”. Natã respondeu-lhe: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! 14Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá”. 15E Natã voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa, passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer nem tomar com eles alimento algum.

2 Samuel 12, 1-7.10-17 “A indignação de Davi”

Assim como nós, David também ficou indignado com o homem que se apoderara da “ovelhinha do pobre” para preparar um banquete para o seu hóspede e disse a Natã: “o homem que fez isso merece a morte!” Natã não se omitiu e abriu os seus olhos: “Esse homem és tu!” Apesar do horrendo pecado de Davi, Deus cumpriu a Sua Palavra e lhe foi fiel, mandando que Natã o admoestasse e lhe mostrasse o seu delito a fim de que ele pudesse reconhecer a sua miséria e pedir perdão. Mesmo sendo perdoado Davi foi perseguido pelas consequências do seu pecado e, por isso, sujeito a grandes humilhações. Na nossa vida também muitas vezes o Senhor nos envia os “Natãs” para nos exortar e abrir os nossos olhos quando cometemos algum erro, no entanto, nem sempre nós os acolhemos e admitimos os nossos deslizes. Assim como não reconhecemos as nossas fraquezas também não experimentamos o perdão de Deus. Nesse caso, o nosso orgulho e obstinação nos levam para a morte. O contrário é quando nos curvamos e recebemos humildemente as recriminações das pessoas que nos são enviadas pelo Senhor. Aí então experimentamos o refrigério e o alívio para as nossas feridas. Precisamos, portanto, ter consciência de que as consequências dos nossos pecados nos acompanham, porém nos servem de alerta e sinal na hora em que o inimigo nos quiser tentar. Davi até hoje é reconhecido como um rei irrepreensível e fiel porque admitiu a sua iniquidade, arrependeu-se, pediu perdão ao Senhor e ficou alerta para não magoar mais o coração de Deus.

SALMO DE RESPOSTA
— Criai em mim um coração que seja puro!
— Criai em mim um coração que seja puro!

— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.
— Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!


Salmo 50 – “Criai em mim um coração que seja puro”

Depois que nós reconhecemos o nosso pecado e pedimos o perdão de Deus é necessário que peçamos a Ele o auxílio para podermos caminhar na estrada do bem. Davi nos ensina a fazer isto quando diz: “criai em mim um coração que seja puro e dai-me de novo um espírito decidido”. Apesar do nosso pecado nunca podemos perder esperança e deixar de confiar na misericórdia do Senhor. Deus esquece o nosso passado e trabalha em nós em vista do nosso futuro. Peçamos ao Senhor, portanto, que Ele nos dê de novo tudo o que nós jogamos fora, e nos ensine a trilhar o caminho seguro e assim possamos também ajudar a todos os que se transviarem.

EVANGELHO
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”

Evangelho Marcos 4, 35-41 – “chamado à santidade”

Naquela tarde Jesus não só convida, mas dá uma ordem explícita aos Seus discípulos: “vamos para a outra margem!” Ele não mandou que os discípulos fossem sozinhos, mas se dispôs a ir junto com eles para enfrentar a fúria do mar. Os apóstolos ainda não sabiam o que iriam encontrar e encarar, no entanto, “despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca”, diz a Palavra. Pela narrativa podemos perceber que não foram eles que entraram na barca de Jesus, mas foi Jesus quem entrou na barca deles, para fazer-lhes companhia durante a travessia. Quando convivemos com Jesus nós também percebemos que em algum momento da nossa caminhada, (“ao cair da tarde”), Ele também nos convoca a nos afastarmos da multidão para ir mais além, para o outro lado, quem sabe, para alguma mudança de atitude e de mentalidade. Jesus nos convida à conversão e à mudanças de rumo e de situação de vida, no entanto, entra conosco na barca e a Sua presença é certa quando temos que enfrentar as tempestades, mesmo supondo que Ele esteja dormindo. Jesus nos chama para a outra margem, isto é, para um lugar mais próximo Dele, longe do mundo e das suas concepções. Ele nos chama para a santidade, mas não fica de fora, entra na nossa barca, na nossa vida e vem nos ajudar na viagem. Porém este chamado é pessoal! Jesus chama a cada um de nós em particular, pra levá-lo na nossa barca a um lugar, que só Ele sabe onde é o que tem lá e para que. A nossa parte é apenas acolhe-Lo na nossa vida do jeito que Ele está e não querendo dar nenhuma sugestão, apenas confiando em que Ele nos levará a um lugar “maravilhoso”. Se Ele nos chama é porque Ele quer nos formar em alguma coisa que ainda não vivemos e que é “novo”, outra maneira de agir, outra percepção das coisas, outra conscientização, em fim, à santidade. Como os discípulos, nós também precisamos ter consciência de que, mesmo que Jesus esteja na nossa barca, também enfrentaremos as tempestades, oriundas da nossa própria limitação e incapacidade. Quando entramos na barca com Jesus nós assumimos compromisso com o amor, com o serviço, e as dificuldades vêm balançar a nossa vida. Por isso, nós também começamos a temer, porque nos achamos entregues à sorte. Dizemos também como aqueles: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Quantas crises nós também, como Igreja, povo de Deus, como família e como comunidade experimentamos pela nossa falta de fé? Ainda que a barca de Jesus balance ao sabor dos ventos contrários, nós, que confiamos no poder do Espírito Santo, não poderemos nos atemorizar. Jesus Cristo tem poder para ordenar ao vento que estremece o mar o da nossa existência: “Silêncio! Cala-te!” Eis que tudo fica calmo quando nós confiamos em Jesus: os nossos medos se tornam fumaça e nós conseguimos atravessar as tempestades, certos de que Jesus não está dormindo, ele apenas espera a manifestação da nossa fé!”

Domingo, 02 de Fevereiro de 2014
Apresentação do Senhor


Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO : Vamos ao encontro do Senhor portando velas em nossas mãos. Ouçamos com atenção a exortação que a Igreja nos faz a respeito da apresentação de Cristo, que foi levado ao Templo, conforme exigia a Lei. Acendamos as velas em sinal de acolhimento ao Senhor que vem nos salvar.
INTRODUÇÃO : A apresentação de Jesus no Templo não é um mistério gozoso, mas doloroso. Maria apresenta a Deus o filho Jesus, oferece-o a Deus. Ora, toda oferta é uma renúncia. Começa o mistério do seu sofrimento, que atringirá o cume aos pés da cruz. A cruz é a espada que transpassará sua alma. Todo primogênito judeu era o sinal permanente e o memorial cotidiano da libertação da grande escravidão: os primogênitos no Egito haviam sido poupados. Jesus, porém, o Primogênito por excelência, não será popuado, mas com seu sangue trará a nova e definitiva libertação. O gesto de Maria que oferece se traduz em gesto litúrgico em cada eucaristia. Quando o pão e o vinho - frutos da terra e do trabalho do homem - nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo, nós também estamos na paz do Senhor, pois contemplamos sua salvação e vivemos à espera de sua vinda.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!
Comentário das Leituras: ... De coração iluminado, ouçamos as leituras que nos falam do mistério da Apresentação do Senhor e da salvação que ele traz aos que se unem ao seu Mistério pascal.

1ª LEITURA
Assim diz o Senhor: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer?
Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.

SALMO DE RESPOSTA
- O Rei da glória é o Senhor onipotente!
- O Rei da glória é o Senhor onipotente!

- "Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!"
- Dizei-nos: "Quem é este Rei da glória?". "É o Senhor, o valoroso, o onipotente, o Senhor, o poderoso nas batalhas!"
- "Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!"
- Dizei-nos: "Quem é este Rei da glória?". "O Rei da glória é o Senhor onipotente, o Rei da glória é o Senhor Deus do universo."

2ª LEITURA
Irmãos 14visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, 15e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. 16Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. 17Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo-sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. 18Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação.

EVANGELHO

PEvangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas
22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor".
24Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel".
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: "Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma". 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Liturgia da 02ª semana do Tempo Ordinário




Segunda 20 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65,4)

Leitura (1 Samuel 15,16-23)

15 16 Samuel disse-lhe: “Basta! vou cientificar-te do que o Senhor me disse esta noite”. “Fala”, disse Saul.
17 E Samuel: “Por pequeno que foste aos teus próprios olhos, acaso não te tornaste o chefe das tribos de Israel, e não te consagrou o Senhor, rei de Israel?
18 O Senhor te havia dado uma ordem, e te havia dito que votasses ao interdito esses pecadores, os amalecitas, combatendo-os até o completo extermínio.
19 Por que não ouviste a sua voz? Por que te lançaste sobre os despojos fazendo o mal aos olhos do Senhor?”
20 “Mas eu obedeci à voz do Senhor”, replicou Saul; “fui pelo caminho que ele me traçou, trouxe Agag, rei de Amalec, e votei ao interdito os amalecitas.
21 O povo somente tomou dos despojos algumas ovelhas e bois, à guisa de primícias do interdito, para os sacrificar ao Senhor, teu Deus, em Gálgala”.
22 Samuel replicou-lhe: “Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão vale mais que a gordura dos carneiros.
23 A rebelião é tão culpável quanto a superstição; a desobediência é como o pecado de idolatria. Pois que rejeitaste a palavra do Senhor, também ele te rejeita e te despoja da realeza!”


A desobediência de Saul às ordens do Senhor foi o que motivou Samuel a
destituí-lo da sua condição de rei de Israel. Saul excedeu na sua liberdade e foi mais além do que lhe competia por isso, o Senhor retirou dele o governo do povo de Israel. Ele infringiu as instruções do Senhor apoderando-se dos despojos dos povos vencidos. Assim como Deus o escolhera dentre muitos, para ser consagrado rei do Seu povo combatendo para defendê-lo dos inimigos, também, agora, o rejeita por desagradá-lo transgredido às Suas ordens. Nós também, muitas vezes com a desculpa de que temos autoridade porque estamos à frente de algum trabalho, cometemos injustiças e nos “apoderamos” do que não devíamos. Em Nome de Deus fazemos coisas que não condizem com os Seus ensinamentos e assim, também “desobedecemos” às Suas ordens. Enfraquecemos o nosso ministério e o Senhor nos tira a unção para entregar a outro. Por mais fracos que nos reconheçamos ser, temos que ter como meta principal a obediência ao que a Palavra de Deus nos orienta. A Palavra de Deus deve ser o farol que ilumina os nossos passos e as nossas ações. “A obediência vale mais que o sacrifício”, diz a Palavra... “A rebelião é um verdadeiro pecado de magia, um crime de idolatria, uma obstinação”. Assim sendo a Palavra de hoje
nos adverte para que não sejamos rebeldes, mas dóceis às sugestões do Espírito Santo. Quando nos revoltamos e nos insubordinamos nós estamos nos nivelando com aqueles que são adúlteros e traem a confiança de Deus.

Salmo responsorial 49/50

A todo homem que procede retamente
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


Eu não venho censurar teus sacrifícios,
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
não preciso dos novilhos de tua casa
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.

Como ousas repetir os meus preceitos
e trazer minha aliança em tua boca?
Tu, que odiaste minhas leis e meus conselhos
e deste as costas às palavras dos meus lábios!

Diante disso que fizeste, eu calarei?
Acaso pensas que eu sou igual a ti?
É disso que te acuso e repreendo
e manifesto essas coisas aos teus olhos.

Quem me oferece um sacrifício de louvor,
este, sim, é que me honra de verdade.
A todo homem que procede retamente
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

Salmo 49 – “A todo homem que procede retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus!”

O que agrada a Deus é que tenhamos um coração dócil e submisso a toda obra
boa que Ele deseja realizar em nós. Muitas vezes queremos fazer sacrifícios para
martirizar a nossa carne, no entanto, o Senhor se agrada do nosso louvor, do
nosso espírito rendido a Ele e da nossa adesão ao Seu projeto de Amor. A
confiança que tenhamos nos planos de Deus para nós é a prova de que estamos
procedendo retamente e de que a Sua justiça que é a nossa salvação se
concretiza na nossa vida.

Evangelho (Marcos 2,18-22)

Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

2 18 Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram-lhe perguntar: "Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?"
19 Jesus respondeu-lhes: "Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é -possível jejuar.
20 Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.
21 "Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão.
22 E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e perder-se-á juntamente com os odres mas para vinho novo, odres novos."


Evangelho – Marcos 2, 18-22 – “ vinho novo em odres novos”

Jesus Cristo veio instaurar na terra o reino de Deus que é completamente
diferente do reino dos homens. O reino dos céus tem o amor como primeira regra e tudo que foge a esta verdade destoa do que é proposto por Jesus Cristo. O homem de mentalidade mundana, não entende as coisas do espírito. Jesus nos adverte que para sabermos entender as coisas do alto nós precisamos de renovação, nascer de novo e ter uma nova visão sobre a realidade da vida. Por isso, Ele quis dá um novo sentido ao jejum que os fariseus praticavam, apenas para cumprir a lei. O jejum só tem sentido se for praticado movido por uma razão que tenha como fundamento o amor, a alegria, a satisfação. Por isso, Ele justifica o fato dos Seus discípulos não jejuarem porque não havia motivação, pois sentiam a alegria da Sua presença comparando isto a uma festa de casamento, onde todos se regalam por causa do noivo. Jejuar por obrigação, só para dar satisfação às regras impostas pelos homens se torna uma ação inócua - como que um vinho novo colocado em odres velhos - e talvez até seja rejeitada por Deus. O Jejum de coração, oferecido a Deus em vista de um bem maior é o vinho novo
colocado em odre também novo. Tudo o que nós fazemos forçados ou por
obrigação não tem ressonância em nós e não ajuda no nosso crescimento. O
remendo novo em pano velho rasga-o; o vinho novo em odre velho rompe-o.
Portanto, precisamos de nova mentalidade, necessitamos de abertura interior
para que aconteça em nós a purificação necessária e nos tornemos novos, para acolher o novo.

Oração
Senhor Jesus, transforma a minha mentalidade para que eu possa acolher a novidade do Reino trazido por ti e vivê-la no meu dia-a-dia.

Terça 21 de Janeiro de 2014

SANTA INÊS - VIRGEM E MÁRTIR
(Vermelho,)
Antífona da entrada: Esta é uma virgem sábia, do número das prudentes, que foi ao encontro de Cristo com sua lâmpada acesa.

Leitura (1 Samuel 16,1-13)

16 1 O Senhor disse-lhe: “Até quando chorarás tu Saul, tendo-o eu rejeitado da realeza de Israel? Enche o teu corno de óleo. Vai; envio-te a Isaí de Belém, porque escolhi um rei entre os seus filhos”.
2 Samuel respondeu: “Como hei de ir? Se Saul souber, matar-me-á”. O Senhor disse: “Levarás contigo uma novilha e dirás que vais oferecer um sacrifício ao Senhor.
3 Convidarás Jessé ao sacrifício, e eu te mostrarei o que deverás fazer. Ungirás para mim aquele que eu mandar”.
4 Fez Samuel como o Senhor queria. Ao chegar a Belém, os anciãos da cidade vieram-lhe ao encontro, inquietos: “É de paz a tua vinda?”, perguntaram-lhe.
5 “Sim”, disse ele; “venho oferecer um sacrifício ao Senhor; purificai-vos para a cerimônia”. Ele mesmo purificou Jessé e seus filhos e os convidou ao sacrifício.
6 Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: “Certamente é esse o ungido do Senhor”.
7 Mas o Senhor disse-lhe: “Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração”.
8 Jessé chamou Abinadab e fê-lo passar diante de Samuel. “Não é tampouco este”, pensou Samuel, “que o Senhor escolheu”.
9 Jessé fez passar Sama. Não é ainda este que escolheu o Senhor, pensou Samuel.
10 Jessé mandou vir assim os seus sete filhos diante do profeta, que lhe disse: “O Senhor não escolheu nenhum deles”.
11 E ajuntou: “Estão aqui todos os teus filhos?” “Resta ainda o mais novo”, confessou Jessé, “que está pastoreando as ovelhas”. Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos poremos à mesa antes que ele esteja aqui”.
12 E Jessé mandou buscá-lo. Ele era louro, de belos olhos e mui formosa aparência. O Senhor disse: “Vamos, unge-o: é ele”.
13 Samuel tomou o corno de óleo e ungiu-o no meio dos seus irmãos. E, a partir daquele momento, o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi. Samuel, porém, retomou o caminho de Ramá.

Salmo responsorial 88/89

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor.

Outrora vós falastes em visões a vossos santos:
“Coloquei uma coroa na cabeça de um herói
e do meio deste povo escolhi o meu eleito”.

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor,
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
Estará sempre com ele minha mão onipotente,
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Ele, então me invocará: `Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontra a salvação!´
e por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Evangelho (Marcos 2,23-28)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança! (Ef 1,17s)


2 23 Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas.
24 Os fariseus observaram-lhe: "Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?" Jesus respondeu-lhes:
25 "Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros?
26 Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros."
27 E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado;
28 e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado."

Comentário ao Evangelho

A QUESTÃO DO SÁBADO

A guarda do sábado era um ponto fundamental na piedade judaica. A tradição rabínica, porém, interpretou esta tradição de maneira tão severa a ponto de transformar o descanso sabático num verdadeiro tormento. Era preciso manter-se muito atento para não fazer, naquele dia, atividades proibidas.
A prática de Jesus foi na contramão da mentalidade em voga. Ele se mostrou perfeitamente livre diante do repouso sabático. Para Jesus, o sábado não se definia por um rosário de não se pode fazer ou é proibido fazer. O tempo sagrado não eximia ninguém de fazer a vontade do Pai. Por isso, mesmo em dia de sábado, ele atuava normalmente quando se tratava de fazer o bem ou quando a vida humana corria perigo.
O sábado, no horizonte de Jesus, estava em função do ser humano, para quem ele foi instituído. É tempo de repousar e recuperar as forças, tempo de celebrar e louvar a Deus com a comunidade, tempo de cessar o trabalho para conviver. Segundo este princípio, nada existe de inconveniente providenciar o alimento em dia de sábado, mesmo contrariando as normas em vigor. Se, num dia de sábado, colhe-se espigas para comer e matar a fome, embora seja proibido fazer colheita, não importa. Loucura seria morrer de fome, tendo o alimento à mão, só para cumprir a lei. Jesus não pactua com tal estreiteza.

Dias virão em que o esposo lhes será tirado e então jejuarão
O Evangelho, assim como o Reino, é uma novidade. Uma das tarefas mais urgentes da vida cristã é voltar a assumir o Evangelho e o Reino como novidade que a alegra e a torna nova. Tristemente, a vida cristã assumiu comportamento que, dando valor às normas e leis, deixa de lado a alegria do seguimento de Jesus e da experiência do Reino de Deus. Somos convidados à experiência do vinho novo, que deve agir em nosso modo de ser.
Temos que nos embriagar do vinho do Espirito para viver e expressar a proposta de Jesus ante o moral dúbia e a hipocrisia de quem domina e decide o destino do mundo, alienando a consciência de muitos que, com mente debilitada, são presas fáceis de propostas consumistas de bens inúteis ou de serviços religiosos que tiram a paz e oferecem falsas seguranças.
O vinho novo de que Jesus nos fala permite o surgimento de novas experiências de vida com os irmãos e novas relações com Deus. O amor com o próximo e a confiança no Pai de Jesus é a melhor mostra de que vivemos embriagados pela causa de Jesus.
Oração
Senhor Jesus, livra-me das interpretações estreitas da lei e dá-me abertura de mente para, em tudo, adequar meu agir ao querer do Pai.

Quarta 22 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65,4).

Leitura (1 Samuel 17,32-33.37.40-51)

17 32 Davi disse-lhe: “Ninguém desanime por causa desse filisteu! Teu servo irá combatê-lo”.
33 “Combatê-lo, tu?!”, exclamou o rei. “Não é possível. Não passas de um menino e ele é um homem de guerra desde a sua mocidade”.
37 “O Senhor”, acrescentou, “que me salvou das garras do leão e do urso, salvar-me-á também das mãos desse filisteu”. “Vai”, disse Saul a Davi; “e que o Senhor esteja contigo!”
40 E, tirando a armadura, tomou seu cajado e escolheu no regato cinco pedras lisas, pondo-as no alforje de pastor que lhe servia de bolsa. Em seguida, com a sua funda na mão, avançou contra o filisteu.
41 De seu lado, o filisteu, precedido de seu escudeiro, aproximou-se de Davi,
42 mediu-o com os olhos, e, vendo que era jovem, louro e de delicado aspecto, desprezou-o.
43 Disse-lhe: “Sou eu porventura um cão, para vires a mim com um cajado?” E amaldiçoou-o em nome de seus deuses.
44 “Vem”, continuou ele, “e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais da terra!”
45 Davi respondeu: “Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste. 46 Hoje o Senhor te entregará nas minhas mãos, e eu te matarei, cortar-te-ei a cabeça, e darei os cadáveres do exército dos filisteus às aves do céu e aos animais da terra. Toda a terra saberá que há um Deus em Israel;
47 e toda essa multidão saberá que não é com a espada nem com a lança que o Senhor triunfa, pois a batalha é do Senhor, e ele vos entregou em nossas mãos!”
48 Levantou-se o filisteu e marchou contra Davi. Davi também correu para a linha inimiga ao encontro do filisteu.
49 Meteu a mão no alforje, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte. A pedra penetrou-lhe na fronte, e o gigante caiu com o rosto por terra.
50 Assim venceu Davi o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra. E como não tinha espada na mão,
51 correu ao filisteu, subiu-lhe em cima, arrancou-lhe a espada da bainha e acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça. Vendo morto o seu campeão, os filisteus fugiram.


Não é pela espada nem pela lança que o Senhor nos concede a vitória, mas sim pelo nosso desvelo e dedicação em amá-Lo, servi-Lo e, principalmente, em confiar e estar em sintonia com Ele. A história de David e o Golias é um referencial para nós quando tivermos que enfrentar os gigantes do nosso dia a dia. Aos olhos de todos, inclusive de Saul, a juventude e inexperiência de David eram um empecilho para que ele pudesse vencer o tão temido Golias. Porém, Davi não confiava nele, mas sim no Deus que já o “livrara das garras do leão e do urso”. Por isso, ele estava firme de que seria salvo das mãos do filisteu, inimigo de Deus. Davi aproveitou o dom que tinha de lançar pedras e acertar na presa e fez a sua parte: “escolheu no regato cinco pedras bem lisas e colocou-a no seu alforje de pastor”, daí então, seguiu confiante, pois sabia que o Senhor estava com ele. David venceu o Golias com uma única pedra; na luta contra as dificuldades, tempestades e dificuldades da nossa vida, nós precisamos somente nos apossar das pedrinhas que o Senhor põe em nossas mãos. As nossas cinco pedrinhas são escolhidas por nós para as usarmos como armas de Deus no combate da vida. Cada um de nós pode procurar e selecionar as vivências que mais agradam ao Senhor para vivermos a batalha da fé: a nossa oração, a adoração, a meditação da Palavra, o serviço do reino, a Eucaristia, a oração do terço. Também serão pedrinhas a nosso favor as nossas ações, as nossas palavras, os nossos pensamentos, intenções, bons sentimentos, os nossos dons. O perdão, o diálogo, a compreensão, a aceitação, a renúncia. A confiança, a esperança, a convicção, a firmeza de propósitos são também armas que o Senhor nos concede para enfrentarmos o “inimigo”. Todos estes lembretes podem ser no momento preciso, uma pedra certeira que se encrava na testa dos Golias, que a cada momento tentam nos dominar. O Senhor, que muitas vezes já nos salvou das garras do leão e do urso, salvar-nos-á sempre que confiantes, pedirmos em oração que Ele seja “o árbitro da guerra da nossa vida”.

Salmo responsorial 143/144

Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

Bendito seja o Senhor, meu rochedo,
que adestrou minhas mãos para a luta
e os meus dedos treinou para a guerra!

ele é meu amor, meu refúgio,
libertador, fortaleza e abrigo;
é meu escudo: é nele que espero,
ele submete as nações a meus pés.

Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos,
nas dez cordas da harpa louvar-vos,
a vós, que dais a vitória aos reis
e salvais vosso servo Davi.

Salmo 143 – “Bendito seja o Senhor, meu rochedo!”

É o Senhor Deus Todo Poderoso quem adestra as nossas mãos para a luta da vida e, ao mesmo tempo nos protege das investidas do inimigo. O Senhor nos exercita quando nos capacita com o poder do Seu Espírito Santo e nos concede a vitória. Por isso, o nosso espírito se rejubila e a nossa alma canta um canto novo de vitória. Assim também nós podemos nos sentir como um rei ou uma rainha que vive a serviço do reino do céu aqui na terra.

Evangelho (Marcos 3,1-6)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).


Naquele tempo, 3 1 entrou Jesus na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca.
2 Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem.
3 Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio."
4 Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam.
5 Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada.
6 Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de perder.


Evangelho Marcos 3, 1-6 – “estende a tua mão seca”

Essa passagem do Evangelho nos apresenta um Jesus desafiador, que não se dobrava diante dos acordos nem dos juízos dos homens. A cura e a libertação do ser humano são primordiais no Plano que o Pai traçou para que ele tenha uma vida digna. Jesus também hoje desafia o mundo a fim de nos curar. A mão seca daquele homem é, hoje, a nossa cegueira espiritual, é a nossa falta de caridade com o próximo, é a nossa impotência diante do pecado, é a nossa indiferença, egoísmo, tudo o que nos faz defeituosos (as), que nos enfeia a alma e consequentemente distorce as nossas boas ações. “Estende a mão”, disse Jesus àquele homem. É também o que Ele nos diz: apresenta o teu defeito, revela a tua dificuldade, abre a tua boca, confessa o teu pecado e eu te curarei e te libertarei. Mas, para isso, nós precisamos reconhecer que temos defeitos e que precisamos de cura e libertação. Às vezes, nos refugiamos sob uma capa e não reconhecemos as nossas deficiências, por isso, não conseguimos cura e continuamos como o homem da mão seca, perdidos no meio da multidão e preocupados com o que poderão dizer de nós, se souberem das nossas limitações. Jesus quer nos colocar no centro como seus colaboradores, curados e apascentados pelo Seu Amor.

Oração
Senhor Jesus, tua liberdade para servir ao Pai e ao Reino são uma referência para mim. Que também eu seja livre para fazer sempre o bem ao meu próximo.


Quinta 23 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65,4)

Leitura (1 Samuel 18,6-9; 19,1-7)

18 6 Voltando o exército, depois de Davi ter matado o filisteu, de todas as cidades de Israel saíam as mulheres ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, ao som de tamborins e címbalos.
7 E enquanto dançavam, diziam umas às outras: “Saul matou seus milhares, e Davi seus dez milhares”.
8 Saul irritou-se em extremo, e desagradou-lhe tal coisa. “Dão dez mil a Davi”, disse ele, “e a mim apenas mil! Só lhe falta a coroa!”
9 E a partir daquele dia, Saul olhou Davi com maus olhos.
1 Saul falou ao seu filho Jônatas e a todos os servos, ordenando-lhes que matassem Davi. Mas Jônatas, que tinha grande afeição por Davi,
2 preveniu-o disso: “Saul, meu pai, procura matar-te. Está de sobreaviso amanhã cedo; esconde-te.
3 Sairei em companhia de meu pai ao campo onde estiveres. Falar-lhe-ei de ti, para ver o que ele diz, e te avisarei depois”.
4 Jônatas falou bem de Davi ao seu pai, e ajuntou: “Que o rei não faça mal algum ao seu servo Davi, pois que ele nunca te fez mal algum. Ao contrário, prestou-te grandes serviços.
5 Arriscou a sua vida para matar o filisteu, e o Senhor deu uma grande vitória a Israel. Foste testemunha disso e te alegraste. Por que queres pecar contra o sangue inocente, matando Davi sem motivo?”
6 Saul ouviu a voz de Jônatas, e fez este juramento: “Pela vida do Senhor, Davi não morrerá!”
7 Então Jônatas chamou Davi e contou-lhe tudo isso. Levou-o em seguida a Saul, para que ele retomasse o seu lugar como dantes.


1 Samuel 18, 6-9; 19, 1-7 – “a inveja mina a amizade ”

Saul não gostou do sucesso de David, pois a vitória sobre o Golias atraiu para ele a atenção das mulheres de todas as cidades de Israel que saíram ao encontro do rei Saul dançando e cantando alegremente para apregoar o grande feito de Davi. Desde então a inveja entrou no seu coração e começou a sua perseguição contra aquele que pôs em risco a sua vida para defendê-lo da mão do filisteu. Diante de Deus e sob a Luz do Espírito Santo precisamos, também, examinar a nossa consciência para pedir perdão pelas vezes em que nos sentimos ameaçados pelo sucesso das outras pessoas. Muitas vezes a vitória de alguém nos leva também a invejá-lo e até a tramar contra ele no nosso coração. A verdade é que nós também, muitas vezes, nos sentimos incapacitados para realizar alguma proeza e olhamos para as pessoas que são mais preparadas que nós, com olhos de crítica. Não sabemos nem elogiá-las e o sucesso delas nos incomoda porque é um atestado da nossa incapacidade. Porém, pelo contrário, o que precisaríamos fazer era sermos gratos a Deus pelo sucesso dos nossos irmãos e irmãs e pedir a Ele que também nos capacite para algumas coisas que nós ainda não conseguimos conquistar. Só Deus poderá nos ajudar a vencer as nossas limitações e quanto mais nos congratularmos com a prosperidade do nosso irmão, mais abertura nós daremos ao Senhor para trabalhar nas nossas áreas improdutivas.

Salmo responsorial 55/56

É no Senhor que eu confio e nada temo.

Tende pena e compaixão de mim, ó Deus,
pois há tantos que me calcam sob os pés
e agressores me oprimem todo dia!
Meus inimigos de contínuo me espezinham,
são numerosos os que lutam contra mim!

Do meu exílio registrastes cada passo,
em vosso odre recolhestes cada lágrima
e anotastes tudo isso em vosso livro.
meus inimigos haverão de recuar
em qualquer dia em que eu vos invocar;
tenho certeza: o Senhor está comigo!

Confio em Deus e louvarei sua promessa.
É no Senhor que eu confio e nada temo:
que poderia contra mim um ser mortal?
Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz
e vos oferto um sacrifício de louvor.


Salmo 55 – “É no Senhor que eu confio e nada temo.”

O salmo é a prece do homem que tem consciência de que recebe a proteção do Senhor, embora que os seus inimigos por isso, o invejem. Mesmo perseguido, oprimido e humilhado ele sabe que Deus está sempre perto e atento à sua oração. “É no Senhor que eu confio e nada temo”, “por isso, louvarei sua promessa e vos oferto um sacrifício de louvor”. Que esta seja a oração que os nossos lábios pronunciem em todos os momentos em que nos sentirmos acossados.

Evangelho (Marcos 3,7-12)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


3 7 Jesus retirou-se com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão, vinda da Galiléia.
8 E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do além-Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidônia veio a ele uma grande multidão, ao ouvir o que ele fazia.
9 Ele ordenou a seus discípulos que lhe aprontassem uma barca, para que a multidão não o comprimisse.
10 Curou a muitos, de modo que todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a ele para o tocar.
11 Quando os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: Tu és o Filho de Deus!
12 Ele os proibia severamente que o dessem a conhecer.


Evangelho – Marcos 3, 7-12 – “ Buscamos a Deus ou os Seus milagres?”

Algumas vezes Jesus fugiu da multidão que O perseguia e se sentiu sufocado pelo povo que o comprimia. O povo O buscava apenas para receber as coisas boas que Ele lhe podia oferecer. Buscavam os Seus prodígios e queriam experimentar a Sua força e poder. Por isso, Jesus também, procurava se afastar para um lugar mais reservado. Ele sabia o que fazia e tinha consciência da necessidade real daquela multidão que andava atrás de “benesses”. Jesus também conhece os nossos corações e sabe das nossas intenções e de que espírito nós estamos imbuído quando nos aproximamos Dele. Muitas vezes nós também perseguimos os milagres e prodígios de Deus e nos esquecemos de buscar o Deus que tem poder para nos transformar e nos libertar dos espíritos maus que nos induzem a sermos egoístas, interesseiros, corruptos e ambiciosos. O espírito do mal está sempre a nos rondar, por isso, precisamos permanecer perto do Jesus Salvador não somente para receber benesses, mas para desfrutar da Sua presença libertadora que modifica a nossa mentalidade individualista e cobiçosa e dá um novo sentido para os nossos anseios, desejos e ideais. Dessa forma, Jesus poderá também nos pedir que Lhe providenciemos uma barca, no entanto, nos deixará ficar perto Dele para que aprendamos a nova maneira de ser um filho de Deus comprometido com o Seu Reino. Nós também temos autoridade para em Nome de Jesus e sob o Seu olhar colocar por terra todos os espíritos maus que nos perseguem. Jesus é o Senhor e tem poder sobre o mal!

Oração

Senhor Jesus, Filho de Deus, que a tua presença purifique meu coração de todo espírito mal, que me mantem cativo do egoísmo.


Sexta 24 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

Leitura (1 Samuel 24,3-21)

24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.


1 Samuel 24, 3-21 – “prova de lealdade”

A atitude de fidelidade de Davi é para nós um exemplo a seguir todas as vezes que tivermos consciência da nossa eleição, da nossa escolha para alguma função, apesar de que alguém ainda não queira admitir o fato. Deus deu a David poder sobre Saul e entregou em suas mãos o destino do ex-rei de Israel dizendo: “Eu te entregarei o teu inimigo, para que faças dele o que quiseres”. David, porém, permaneceu fiel a Saul e não lhe fez mal algum, mas apenas, como prova da sua eleição, arrancou um pedaço do seu manto e o apresentou a ele a fim de provar a sua lealdade. Saul, finalmente acreditou e reconheceu que o Senhor entregara nas mãos do jovem Davi, o reino de Israel. Nós também não precisamos vencer quem é mal lhe fazendo mal, pois quando somos escolhidos (as) pelo Senhor para realizar alguma obra, naturalmente nós recebemos Dele o poder para derrotar a quem é instrumento do mal. Não precisamos nos rebelar contra as pessoas que ainda não nos aceitam, pois o Espírito Santo é quem age em nós e nelas também, é Ele quem nos convence. Se o Espírito do Senhor está conosco nada havemos de temer, mas somente confiar e agir sem precipitação. A Deus compete a vingança, por isso, nunca poderemos querer fazer justiça com as nossas próprias mãos, mesmo que sejamos perseguidos (as) pelos “reis” desse mundo. Saul foi mordido pelo bicho da inveja e do despeito, mas a lealdade de Davi fez com que ele abrisse os olhos para enxergar a sua insanidade.

Salmo responsorial 56/57

Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!

Salmo 56 – “Piedade, Senhor, tende piedade!”

Quando nos sentirmos perseguidos, ao invés de querermos fazer justiça com as nossas mãos, nós precisamos dirigir súplicas Àquele que pode nos libertar. “ Piedade, Senhor, tende piedade”! Esta é a nossa oração, pois a nossa alma precisa se abrigar à sombra da Misericórdia do Senhor, até que passe a tormenta que nos assola. Do céu é que vem a ajuda para vencermos os nossos opressores, pois de lá Deus nos envia a sua graça e só isto basta.

Evangelho (Marcos 3,13-19)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.


Evangelho – Marcos 3, 13-19 – “as nossas escolhas”

As escolhas do Senhor se dão naturalmente, sem grandes alardes, assim como fez Jesus quando chamou os doze. Jesus aproximou-se de cada um deles, conheceu a sua realidade, a sua história e chamou os que Ele quis. Jesus não fazia nada para impressionar nem provocar elogios, Ele tinha somente um objetivo: fazer a vontade do Pai para que não se perdesse ninguém. Ainda hoje as escolhas de Deus não têm lógica humana, mas o Seu chamado para nós é irrevogável! Ele vê o coração e faz as Suas escolhas dentro do que é justo e não de acordo com as nossas razões humanas, por isso, Ele escolhe pessoas que aos nossos olhos são incapazes, sem gabarito, despreparadas. Todavia sabemos que Ele capacita os que não têm capacidade e adestra os Seus escolhidos. No trabalho do reino vale mil vezes mais o que temos dentro do nosso coração do que a capacidade intelectual que possuímos. Se Jesus tivesse chamado muita gente, para agradar, ou para fazer justiça aos olhos do mundo, o trabalho do reino não teria sido eficaz. Portanto, Ele chamou aqueles que Ele quis para subir o monte com Ele. Nem todos poderiam subir. A metodologia de Jesus é muito simples e profunda, Ele chamou aqueles que poderiam ficar muito perto de si, gozando da sua intimidade, recebendo um ensinamento partilhado concretamente para que fosse frutuoso e depois eles pudessem lançar sementes em terra boa. Jesus sabia que na Sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os Seus escolhidos. Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não desistiu e foi com eles, até o fim. Esse é um valioso ensinamento para nós quando tivermos que fazer opções e usar critérios de escolha nos nossos empreendimentos. Precisamos examinar como é que estamos fazendo as nossas escolhas, principalmente entre as pessoas que caminham junto de nós; quais os critérios que nós usamos quando nos aproximamos de alguém para fazer parte do nosso círculo de amizade; se estamos fazendo algum cálculo racional ou se temos ideias formadas a respeito deles. As nossas amizades são consequência dos encontros da nossa vida por isso, precisamos também prestar atenção onde é que estamos encontrando os “nossos amigos”. Precisamos procurar descobrir com Jesus, na sua Palavra e em oração, qual é a vontade de Deus nas diversas circunstâncias da nossa vida, assim, também poderemos ir com os nossos escolhidos até o fim.
Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.


Sábado 25 de Janeiro de 2014

CONVERSÃO DE SÃO PAULO
(Branco)
Antífona da entrada: Sei em quem acreditei; e estou certo de que o justo juiz conservará a minha fé até o dia de sua vinda (2Tm 1,12; 4,8).

Leitura (Atos 22,3-16)

22 3 Continuou ele: “Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel, em toda a observância da lei de nossos pais, partidário entusiasta da causa de Deus como todos vós também o sois no dia de hoje.
4 Eu persegui de morte essa doutrina, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres.
5 O sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos me são testemunhas. E foi deles que também recebi cartas para os irmãos de Damasco, para onde me dirigi, com o fim de prender os que lá se achassem e trazê-los a Jerusalém, para que fossem castigados.
6 Ora, estando eu a caminho, e aproximando-me de Damasco, pelo meio-dia, de repente me cercou uma forte luz do céu.
7 Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’
8 Eu repliquei: ‘Quem és tu, Senhor?’ A voz me disse: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues’.
9 Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem falava.
10 Então eu disse: ‘Senhor, que devo fazer?’ E o Senhor me respondeu: ‘Levanta-te, vai a Damasco e lá te será dito tudo o que deves fazer’.
11 Como eu não pudesse ver por causa da intensidade daquela luz, guiado pela mão dos meus companheiros, cheguei a Damasco.
12 Um certo Ananias, homem piedoso e observador da lei, muito bem conceituado entre todos os judeus daquela cidade,
13 veio ter comigo e disse-me: ‘Irmão Saulo, recobra a tua vista. Naquela mesma hora pude enxergá-lo’.
14 Continuou ele: ‘O Deus de nossos pais te predestinou para que conhecesses a sua vontade, visses o Justo e ouvisses a palavra da sua boca,
15 pois lhe serás, diante de todos os homens, testemunha das coisas que tens visto e ouvido.
16 E agora, por que tardas? Levanta-te. Recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’.


Atos 22, 3-16 – “a caminho de Damasco”

Saulo, zeloso pela causa de Deus, perseguidor dos cristãos, foi escolhido para ter um “encontro pessoal” com Jesus no momento em que, cheio de razões, se dirigia a Damasco com o intuito de prender a todos a quem encontrasse seguindo o nome de Jesus. Apesar de ser ferrenho defensor da Lei, ele lutava contra o próprio Deus e, em nome desta Lei perseguia os seguidores do Filho de Deus.   No caminho de Damasco, porém, a sua história mudou e ele, diante da Luz se rendeu impotente, entendendo a grandeza do chamado de Deus e passando a ser apóstolo de Jesus e defensor do cristianismo. Como Saulo, nós também, muitas vezes, achamos que estamos “zelando” pela causa de Deus baseados na lei e nas “obrigações”, porém, na verdade  lutamos contra Deus quando não compreendemos o que Ele quer nos revelar. Assim como fez com Saulo o Senhor também providencia a ocasião para que tombemos do cavalo e humilhados, finalmente, percebamos a nossa incoerência. A luz de Jesus não nos deixa mais na dúvida e, diante dela, todos nós somos obrigados a nos abaixar ofuscados pelo Seu poder. Só Deus sabe o caminho certo para nós. A travessia da nossa vida é projeto Dele e Jesus Cristo é o dono da nossa existência. O nosso encontro pessoal com Jesus tem como consequência o colocar abaixo todas as nossas ideias e concepções próprias, vindas da nossa humanidade e do nosso “zelo” exagerado e sem razão de ser das coisas de Deus a fim de nos rendermos ao Seu Amor e assim podermos amar mais e compreender o nosso próximo. Assim como aconteceu com Saulo de Tarso poderá também suceder com cada um de nós. Mesmo diante da  rebeldia e prepotência que nos impedem de enxergar a verdade o Senhor nos manda os “Ananias” que tiram a venda dos nossos olhos  para que sejamos Suas testemunhas diante de todos os homens. Dar testemunho do Amor de Deus por nós é o que precisamos também fazer. O amor de Deus acontece em nós e nós o fazemos acontecer no mundo.   Depois que teve um encontro com Jesus Ressuscitado Saulo não foi mais o mesmo, recebeu o Batismo e começou a pregar em Seu Nome. Nós também fomos batizados em Cristo, portanto, que  possamos nos apropriar da verdade que possuímos para sermos cristãos autênticos que irradiam a Sua Luz por entre as nações.

Salmo responsorial 116/117

Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para convosco,
para sempre ele e fiel!


Salmo 116 – “Ide por todo o mundo, a todos pregai o evangelho!”

Pregar o Evangelho é dar testemunho do grande amor de Deus a todas as gentes, em todos os lugares e por onde andarmos. O Amor de Deus é comprovado por meio das nossas ações com o nosso próximo, pois quanto mais nos deixarmos amar por Deus mais teremos amor para amar. Assim, podemos festejar e cantar Seus louvores, com o coração agradecido porque Ele é fiel para conosco.

Evangelho (Marcos 16,15-18)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).


16 15 Disse Jesus aos seus discípulos: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
17 Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
18 manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.


Antes de subir aos céus Jesus enviou os onze discípulos pelo mundo inteiro anunciando o Seu Evangelho de Salvação para todos os povos. A condição, porém, para que os homens fossem salvos era a de crer e ser batizado em Seu Nome.
A fé em Jesus Cristo e na Sua Palavra, portanto, é o primeiro passo para que possamos aderir ao projeto de salvação que o Pai traçou para nós. Por isso, a liturgia de hoje nos propõe assumirmos a vida nova que Jesus Cristo veio nos trazer pela fé e conversão.  Converter-se é assumir o compromisso  com o reino que Jesus veio instaurar por meio da mudança de mentalidade e da participação efetiva na missão que Ele nos destinou. Consequentemente, quem crer e for batizado, diz o Evangelho, será salvo e quem não crer será condenado. Só podemos mudar a realidade à nossa volta quando também nós conseguimos mudar o nosso coração e somente a fé em Jesus poderá operar em nós as transformações e os milagres. Pela fé em Jesus seremos capazes de fazer as maiores façanhas, como, expulsar demônio, falar novas línguas, pegar em serpentes, beber veneno, curar doentes.  É pela força milagrosa do Amor de Deus que podemos testemunhar os sinais que Jesus nos autorizou realizar. Eles acontecem na nossa vida e na vida daquelas pessoas a quem anunciamos Jesus quando desafiamos as dificuldades, a doença, a morte, a tristeza com a esperança, com a alegria, com o poder do Cristo ressuscitado. Nem precisaremos realizar coisas difíceis nem tampouco muitas obras, mas apenas crer e dar testemunho da ação do Espírito Santo na nossa vida!  É para isto que somos chamados (as), e esta é a nossa missão de batizados (as). Quando falamos a nova linguagem do Amor de Deus nós verificamos as mudanças, as transformações, as conversões em nós e naquelas pessoas por quem oramos e intercedemos! Os demônios que perseguem a humanidade se rendem quando fazemos tudo por amor a Jesus! O pecado, veneno mortal, não consegue mais ter influência na vida daqueles que nos escutam falar em Nome de Jesus! É esta a nossa missão: o mundo inteiro é o lugar onde estivermos e toda criatura são aquelas pessoas a quem podemos dar testemunho dos prodígios que Jesus realizou na nossa vida.   Se formos obedientes ao mandado de Jesus, os sinais, com certeza, nos acompanharão. 

Oração
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.


26 de Janeiro de 2014
III DOMINGO DO TEMPO ORDINÁRIO

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A liturgia de hoje apresenta Jesus Cristo como a luz que brilha entre as nações e elimina as trevas do pecado e da morte. Da mesma forma, Jesus continua hoje, por meio da Igreja, reunindo o povo e convocando discípulos para a missão de anunciar o Evangelho até que a salvação seja proposta à humanidade inteira.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A luz é uma das necessidades primordiais do home. Não é apenas um elemento necessário à vida, mas como que a imagem da própria vida. Isso influi profundamente na linguagem, para aqual "ver a luz", "vir à luz" significa nascer; "ver a luz do sol" é sinônimo de viver... Ao contrário, quando um homem morre, diz-se que "apagou", que "fechou os olhos à luz"... A Bíblia usa esta palavra como símbolo da salvação. O salmo responsorial põe a luz em estreita ralação com a salvação. "O Senhor ´eminha luz e minha salvação". "Deus é luz e nele não há trevas" (1Jo 1,5) "Habita uma luz inacessível" (1Tm 6,16). Em Jesus, a luz de Deus vem brilhar sobre a terra: "Veio ao mundo a luz verdadeira que ilumina todo homem" (Jo 1,9). "Eu como luz vim ao mundo, para que todo o que crê não permaneça nas trevas" (Jo 12,46). Com Jesus passamos das trevas para a luz. Evangelização é luz. Conversão é luz.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!

Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).


Comentário das Leituras: ... Ouçamos com piedade as leituras que nos revelam o Cristo e nos ajudam a segui-lo com mais empenho e devoção.

Leitura (Isaías 8,23-9,3)

Leitura do livro do profeta Isaías.
8 23 No passado o Senhor humilhou a terra de Zabulon e de Neftali, mas no futuro cobrirá de honras o caminho do mar, a Transjordânia e o distrito das nações.
9 1 O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz.
2 Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos.
3 Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã.
Palavra do Senhor.

1ª. Leitura Isaías 8, 23-9,3 – “a luz que nos tira da escuridão”

“No passado, os habitantes do norte de Israel, (a terra de Zabulon e de Neftali), foram vitimados por tropas estrangeiras, que invadiram o território judeu. Além disso, para impor sua dominação, trocaram a população local por outra, trazida do exterior. Daí em diante, apelidou-se de “Galiléia dos Pagãos” o território ocupado por populações não judaicas, tendo abatido sobre elas, desde então, um grande desprezo”.

Refletindo, então, sobre o texto de Isaías nós percebemos que as profecias sobre a vinda do Messias nos revelam que a misericórdia e o poder de Deus se manifestam a todo o momento na vida dos homens. Uma terra que havia sido humilhada e desprezada pelos antigos tornou-se morada do Salvador que viria como Luz para iluminar as trevas. Deus está sempre a acenar para o homem dando a este, motivos para que tenha esperança de dias melhores. Na verdade, todos nós vivíamos na escuridão do pecado sem perspectiva de libertação, fadados a uma morte eterna. O jugo que nos oprimia, era a ignorância nas coisas de Deus, a angústia, tristeza, depressão, vazio, dureza de coração. As trevas vêm do mal, do demônio e seus anjos. A Luz vem do bem, de Deus e todos os que creem em Jesus são retirados da escuridão. Jesus Cristo é a Luz de Deus que veio ao mundo nos tirar das trevas do pecado e da morte. Portanto, o tempo passado, tempo da ignorância e do desconhecimento de Deus já não existe para nós assim como não existiu para os habitantes da terra de “Zabulon e de Neftali”. Peçamos, portanto, ao Senhor que Ele ilumine o nosso coração e tire de dentro de nós as trevas que porventura teimem em persistir. Que o Senhor abata em nós a carga que pesa sobre os nossos ombros, o pecado que às vezes, ainda nos escraviza. Que Ele nos renove e faça de nós, homens e mulheres novos, no Seu Amor.

Salmo responsorial 26/27

O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é a proteção da minha vida.


O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contemplá-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!

Salmo 26 – “O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida.”

Dentro do nosso coração, às vezes, há ainda muito medo e dúvidas, por isso, é muito bom que rezemos este salmo com bastante contrição. As perguntas que costumamos fazer a Deus quando não entendemos os acontecimentos da nossa vida, podem muito bem serem substituídas pelas afirmações e indagações do salmista: “O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida, perante quem eu tremerei”? Assim fazendo nós iremos exercitando a nossa fé e confiança nos planos de Deus para nós. O que precisamos dia a dia pedir e desejar é estar com Ele por toda a nossa vida, conscientes de que a Sua bondade é experimentada por nós, desde já.

Leitura (1 Coríntios 1,10-13.17)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 1 10 rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento.
11 Pois acerca de vós, irmãos meus, fui informado pelos que são da casa de Cloé, que há contendas entre vós.
12 Refiro-me ao fato de que entre vós se usa esta linguagem: "Eu sou discípulo de Paulo"; "eu, de Apolo"; "eu, de Cefas"; "eu, de Cristo".
13 Então estaria Cristo dividido? É Paulo quem foi crucificado por vós? É em nome de Paulo que fostes batizados?
17 Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo.
Palavra do Senhor.

2ª. Leitura – 1 Coríntios 1, 10-13.17 – “Será que Cristo está dividido?”

São Paulo nos exorta, em nome de Jesus, a não repartir o Corpo de Cristo com divisões e contendas entre nós, mas manter a unidade no Espírito Santo. As nossas preferências e discriminações em relação aos nossos irmãos vão minando a integração do Corpo de Cristo, que aqui é representado pela Igreja, pela Comunidade, pela Família e todos os cristãos. Apesar de sermos diferentes e únicos, cada um com a sua missão, com seus dons, atribuições e jeito de sermos nós precisamos, porém, ter um só objetivo, o mesmo ideal, com a mesma motivação. Jesus Cristo foi crucificado por amor a cada um de nós em particular, portanto, não há um melhor que o outro. Todos nós, somos iguais perante Ele. Isso vale também para cada circulo do qual nós participamos, dentro do nosso trabalho, na nossa família, na comunidade, no meio em que vivemos. Quando nós caminhamos tendo como preceito a Palavra de Deus nós conseguimos acolher os dons de cada um enxergando as suas virtudes e aceitando os seus defeitos, do mesmo modo que também reconhecemos as nossas falhas e assumimos os nossos talentos. Muitas famílias estão divididas e enfraquecidas por causa das preferências, das comparações, das rivalidades, sem razão de ser. Pela Palavra nós percebemos que diante de Deus todos nós somos maravilhosos e preciosos aos Seus olhos, por isso Ele cuida de cada um com zelo e carinho. Não podemos, portanto, perder o tempo que temos para Deus, em contendas com os Seus filhos. 

Evangelho (Mateus 4,12-23 ou 12-17)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Pois do reino a boa-nova Jesus Cristo anunciava, e as dores do seu povo, com poder, Jesus curava (Mt 4,23)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
4 12 Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia.
13 Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali,
14 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
15 "A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios,
16 este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte".
17 Desde então, Jesus começou a pregar: "Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo".
18 Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 E disse-lhes: "Vinde após mim e vos farei pescadores de homens".
20 Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
23 Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.

Evangelho – Mateus 4, 12-23 ou 12-17 – “pescadores de homens”

Jesus deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, justamente na região de Zabulon e Neftali que no passado fora considerada pagã, para que se cumprisse a profecia de Isaias: “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz”… Desde então, Ele começou a cumprir a Sua missão de Salvador da humanidade anunciando o reino de Deus. No entanto, Jesus não quis fazer tudo sozinho, embora tivesse o poder do Espírito Santo para isso. E começou a chamar os Seus discípulos no meio do povo, não procurou os mestres da lei nem os entendidos. Ao mesmo tempo em que Ele exortava: “Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo” Ele também dizia: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Jesus não se preocupou com o fato daqueles homens serem ignorantes e cheios de defeitos, mas com firmeza e convicção, os convocou para viver um tempo novo, abandonando tudo o que era velho. É assim que Ele faz até hoje, conosco também. Jesus nos chama, não porque sejamos os melhores e mais preparados, mas porque nos ama e quer nos regenerar, ao mesmo tempo em que, nos capacita a trabalhar no serviço do Seu reino. Jesus chamou os pescadores que eram homens acostumados com a busca do dia a dia, sem previsão de nada, sem planos, entregues à lida e às intempéries. Assim também é a missão de quem serve ao reino de Deus. Vai aonde Deus os manda e enfrenta todas as barreiras confiando somente Naquele que o chamou. Podemos dizer também que somos pescadores de homens e estamos a serviço do reino se nos desapegarmos das redes que nos amarram deixando-nos presos a nós mesmos e às nossas preocupações. Jesus chamou os seus discípulos, dois a dois, como para nos alertar que não podemos viver sozinhos entregues aos nossos ideais egoístas, mas precisamos uns dos outros para termos sucesso na nossa missão. Damos prova de que temos um coração convertido quando saímos de nós mesmos e buscamos salvar as almas para Jesus. 

Oração
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.