terça-feira, 27 de agosto de 2013

Liturgia da 21ª semana comum Ano Impar

Liturgia da Segunda Feira — 26.08.2013
XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (2 Tessalonicenses 1,1-5.8-10)
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
1 1 Paulo, Silvano e Timóteo à igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo.
2 A vós, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo!
3 Sentimo-nos na obrigação de incessantemente dar graças a Deus a respeito de vós, irmãos. Aliás, com muita razão, visto que a vossa fé vai progredindo sempre mais e desenvolvendo-se a caridade que tendes uns para com os outros.
4 De sorte que nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, pela vossa constância e fidelidade no meio de todas as perseguições e tribulações que sofreis.
5 Elas constituem um indício do justo juízo de Deus e de que sereis considerados dignos do Reino de Deus, pelo qual padeceis.
8 Em verdade, partindo de vós, não só ressoou a palavra do Senhor pela Macedônia e Acaia, mas também se propagou a fama de vossa fé em Deus por toda parte, de maneira que não temos necessidade de dizer coisa alguma.
9 De fato, a nosso respeito, conta-se por toda parte qual foi o acolhimento que da vossa parte tivemos, e como abandonastes os ídolos e vos convertestes a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro,
10 e aguardardes dos céus seu Filho que Deus ressuscitou dos mortos, Jesus, que nos livra da ira iminente.
Salmo responsorial 149
O Senhor ama seu povo de verdade.
Cantai ao Senhor Deu um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez
e Sião se rejubile no seu rei!
Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.
Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos
com louvores do Senhor em boa.
Eis a glória para todos os seus santos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).

EVANGELHO (Mateus 23,13-22)
Naquele tempo disse Jesus: 23 13 "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.
14 15 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos.
16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: 'Se alguém jura pelo templo, isto não é nada; mas se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento'.
17 Insensatos, cegos! Qual é o maior: o ouro ou o templo que santifica o ouro?
18 E dizeis ainda: 'Se alguém jura pelo altar, não é nada; mas se jura pela oferta que está sobre ele, é obrigado'.
19 Cegos! Qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
20 Aquele que jura pelo altar, jura ao mesmo tempo por tudo o que está sobre ele.
21 Aquele que jura pelo templo, jura ao mesmo tempo por aquele que nele habita.
22 E aquele que jura pelo céu, jura ao mesmo tempo pelo trono de Deus, e por aquele que nele está sentado". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quando não se distingue o importante do secundário
Podemos ver neste evangelho um pouco do ambiente tenso que as primeiras comunidades cristãs passaram no início do cristianismo no seio do judaísmo. Os Escribas e Fariseus eram os defensores ferrenhos do Judaísmo e da Lei de Moisés e assim, assumiram uma postura de defesa contra os primeiros seguidores de Jesus nas comunidades, eles não aceitavam a Jesus e a seu Reino e tudo faziam para impedir que os outros o fizessem.
Neste evangelho percebe-se como Jesus está exaltado contra esse tipo de pessoa, que quer ser o guia dos demais, a referência da moral e da doutrina, criando leis e normas que priorizam coisas que não são tão importantes e deixam de lado o que é essencial na Vida de Fé.
A reflexão engloba também as comunidades do primeiro século, principalmente as que tinham em seu meio,  Judeus conservadores e aí o conflito era inevitável. O Evangelho não é um olhar para o passado mas sim para o presente pois nele estamos todos nós como comunidade e como igreja e nos dias de hoje sempre é perigoso a influência maléfica do farisaísmo nos irmãos e irmãs que exercem algum trabalho, principalmente o de coordenação em alguma pastoral, ou até mesmo entre os ministros ordenados.
Há sempre esse risco de nos desviarmos do essencial que é o amor traduzido em serviço, essência do projeto da salvação realizado em Jesus, e que buscamos viver em nossas comunidades. As vezes nos deparamos com muita burocracia nos meios pastorais, por causa de normas e determinações que não levam a lugar nenhum, servindo apenas para exaltar o ego de quem coordena.
Então, diante deste evangelho, busquemos aquilo que é essencial na Vida de Fé, e que em nossos trabalhos comunitários, sejam eles quais forem, não tropecemos em nosso próprio ego, mas como Jesus, nosso Mestre e Senhor, nos disponham,os a servir sempre, levando e conduzindo os irmãos e irmãs á Jesus Cristo, seu evangelho e seu Reino que é o essencial.
2. O caminho que conduz a Deus é Jesus.
O capítulo 23 de Mateus é uma forte crítica aos escribas e fariseus que, ao longo do evangelho, foram, e continuaram a sê-lo, os adversários mais importantes de Jesus. O objeto da crítica é a hipocrisia deles. As lamentações de Jesus contra eles se repetem como um refrão ao longo do capítulo. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!" (vv. 13.15.16.23.27.29). Eles têm autoridade para interpretar e ensinar a Lei de Moisés (v. 2), mas são hipócritas: dizem aos outros o que tem de ser feito, mas eles mesmos não o fazem (v. 3) – nisto consiste a hipocrisia deles.
Eles são como "porteiros": põem tantas proibições no que diz respeito às práticas religiosas que ocultam aos outros a ação de Deus na história. Nisto eles desestimulam os outros a entrar no Reino dos céus. Mas eles mesmos não entram por causa de sua hipocrisia (cf. v. 13). A campanha proselitista que eles promovem não visa à conversão dos pagãos ao Deus único e verdadeiro, mas às suas próprias concepções; por isso fazem dos prosélitos merecedores do inferno. São "guias cegos", pois desviam o povo do verdadeiro caminho que conduz a Deus. O caminho que conduz a Deus é Jesus.
Jesus repudia todo tipo de juramento (cf. Mt 5,33-37). Dizer que são guias cegos significa também afirmar que a prática que eles propõem não vem da iluminação da Palavra de Deus.
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser um evangelizador sincero. E livra-me da hipocrisia de exigir dos outros o que eu mesmo não faço.
3. GUIAS CEGOS!
No intuito de precaver os seus discípulos, Jesus alertava-os quanto ao modo de viver incoerente dos mestres da Lei e dos fariseus. Estes, na ilusão de estarem vivendo uma vida modelar, comportavam-se como cegos que querem ser guias dos outros cegos. A incompatibilidade da pretensão deles manifesta-se de muitas maneiras.
Pensando ser os autênticos intérpretes da Palavra de Deus, acabavam por desencaminhar as pessoas, impedindo-as de entrar no Reino dos Céus. Insistiam nos detalhes da Lei, mas descuravam o fundamental. Preocupados com a exterioridade, não permitiam que a vontade de Deus penetrasse, realmente, em seus corações.
Resultado: ao invés de serem portadores de salvação, acabavam sendo motivo de condenação tanto para os judeus quanto para os pagãos, convertidos ao judaísmo por sua ação proselitista. O fanatismo dos convertidos tornava-os merecedores de duplo castigo.
Outra atitude equivocada dos mestres da Lei e dos fariseus consistia em confundir as pessoas, por meio de uma casuística estéril, levando-as a se afastarem da vontade de Deus. É pura perda de tempo fazer distinções capciosas em torno do mandamento divino se, no fundo do coração, a pessoa não tem a intenção de pautar sua vida por ele. Este tipo de casuísmo é resultado de uma cegueira insensata.
Oração
Espírito de clarividência, sê meu guia seguro no caminho da fidelidade ao Reino, precavendo-me contra quem, indevidamente, quer arvorar-se em líder.
Liturgia da Terça-Feira
SANTA MÔNICA - ESPOSA, MÃE E VIÚVA
BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: A mulher que teme a Deus será louvada; seus filhos a proclamam feliz e seu marido a elogia (Pr 31,30.28).
Leitura (1 Tessalonicenses 2,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
2 1 Bem sabeis, irmãos, que a nossa ida a vós não foi em vão.
2 Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como sabeis, ousamos, confiados em nosso Deus, pregar-vos o Evangelho de Deus em meio de muitas lutas.
3 A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de engano.
4 Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.
5 Com efeito, nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por fins interesseiros. Deus é testemunha.
6 Não buscamos glórias humanas, nem de vós nem de outros.
7 Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a acariciar os seus filhinhos,
8 assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito queridos. 
Salmo responsorial 138/139
Senhor, vós me sondais e me conheceis!
Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos,
percebeis quando me deito e quando eu anda,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.
A palavra nem chegou à minha língua,
e já, Senhor, a conheceis inteiramente.
Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Essa verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é via e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

EVANGELHO (Mateus 23,23-26)
Naquele tempo, 23 23 disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
24 Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um bem humorado bate papo com Mateus       Embora pareça tão claro por ser quase que uma repetição do de ontem, achamos oportuno aprofundar  a reflexão em uma conversa com o autor desse evangelho.
Anônimo __São Mateus, parece que logo de início Jesus está dizendo sobre dízimo, que o pessoal pagava em espécie, parece que ele não quer que pague o dízimo?
São Mateus __( rindo) Nada disso, o que o nosso Mestre dizia, em mais esse confronto com os Fariseus, era exatamente que não adianta só pagar o Dízimo e achar que  está muito bom.
Anônimo _____ Olha que coisa, pensei mesmo nisso, da pessoa ofertar o dízimo e achar que é uma prestação paga, para ter direito a ir para o céu!
São Mateus____Bem pensado, é por aí mesmo, os Fariseus cumpriam a lei ao pé da letra, nos mínimos detalhes, mas naquilo que lhes interessava. Eles deixavam de lado as coisas mais importantes.
Anônimo _____  Pagavam o dízimo em espécie até de plantas rasteiras como a hortelã e a erva doce, mas parece que Justiça, misericórdia e fidelidade, não era com eles?
São Mateus ____ Isso mesmo, e você sabe o que isso significa?
Anônimo ____ Que falta sinceridade e coerência, seria isso?
São Mateus ____Exatamente, e quando faltam essas duas coisas, sinceridade e coerência, cai naquele adágio popular que vocês conhecem “Por Fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
Anônimo ____Ah entendi...Religião brota aqui de dentro, é coisa do coração, é uma postura íntima Eu e Deus....
São Mateus_____ Exatamente. Vive-se a Fé e a celebra em Comunidade, mas cada um deve ter para com Deus essa relação íntima, da qual toda a exterioridade é apenas um sinal.
Anônimo ____Mas São Mateus, e quando a coisa fica apenas no sinal exterior, porque parece que isso que está tirando o Mestre do Sério diante dessa gente falsa e fingida?!
São Mateus ____ Certo! Quando isso acontece você tem o Farisaísmo e a Hipocrisia, em lugar da sinceridade e do testemunho, apresentando-se uma vida de Fé, mas que é só de fachada, sem compromisso com os irmãos.  Mas você que está aí na Pós modernidade, diga a palavra final, olhando para a sua comunidade e para você mesmo....
Anônimo ___Bom, Jesus pede para que tiremos a máscara, para que pareçamos menos e façamos mais. Vixe! A coisa não é lá com eles há dois mil anos atrás, o assunto é com nós da Igreja do ano 2013.
2. A lei visa proteger a vida e a liberdade Povo de Deus.
O objeto da crítica de Jesus aos escribas e fariseus é a hipocrisia deles.
Hipócrita é a palavra para dizer do ator de teatro que representa uma peça. A hipocrisia dos escribas e fariseus consiste, no que se refere à Lei de Moisés, na dissociação entre dizer e fazer (v. 23).
A Lei é expressão do amor de Deus por seu povo e visa proteger a vida e a liberdade dos membros do Povo de Deus. É inadmissível um modo de praticar a Lei que prescinda da misericórdia e do amor – é distanciar-se do espírito da Lei (cf. vv. 23-24). A prática obsessiva da Lei de Deus cega e fecha o coração para a necessidade dos outros. Nós sabemos, pelas controvérsias galileanas de Marcos (2,1-3,6), com suas paralelas em Mateus, o quanto a misericórdia esteve ausente dos adversários de Jesus: "No dia de sábado, é permitido fazer o bem ou o mal, salvar uma vida ou perdê-la?" (Mc 3,4). O amor, a fidelidade, a misericórdia precedem e têm precedência sobre tudo.
O interior, a "pureza de coração" (cf. Mt 5,8; Mc 7,20-23), é mais importante que o exterior, a aparência (vv. 25-26). O que importa é uma verdadeira purificação interior, uma verdadeira e profunda conversão.
ORAÇÃO
Pai, dá-me pureza de coração para que do meu interior brotem a justiça, a misericórdia e a fidelidade, e assim, eu possa guiar meus semelhantes na caminhada para ti.
3. CEGUEIRA E HIPOCRISIA
O exagero dos mestres da Lei e dos fariseus em cumprir, minuciosamente, certas prescrições, tinha como contraponto o desprezo pelo que, de fato, era importante. Os exemplos oferecidos por Jesus eram contundentes. Embora fossem fiéis no pagamento do dízimo das hortaliças, até mesmo das ervas mais comuns, deixavam de praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Agindo dessa forma, invertiam os valores: o prioritário ocupava o segundo lugar, tornando-se menos importante, ao passo que o elemento secundário passava a ter primazia.
Esta visão desfocada da realidade pode ser fatal. Deixando de lado o que é fundamental, a pessoa estará investindo sua vida numa causa perdida. A condenação virá na certa, por se tratar de um projeto de vida sem consistência. Só a justiça, a misericórdia e a fidelidade podem projetar a existência humana na perspectiva da salvação.
A distorção da realidade acontece também no cuidado que os mestres da Lei e dos fariseus tinham com a limpeza das louças, para não contrair impureza, enquanto seu interior estava repleto de maldade. Sem a pureza interior, a preocupação com a pureza das coisas materiais de uso diário perde seu sentido. A impureza do coração afasta a pessoa da vontade de Deus. Pelo contrário, buscando-se a pureza interior, tudo o mais torna-se puro.
Portanto, é prudente não dar ouvidos aos ensinamentos dos falsos mestres.
Oração
Espírito de sabedoria, ensina-me a distinguir as coisas fundamentais das secundárias, de maneira a não me equivocar na realização da vontade do Pai.
Liturgia da Quarta-Feira
SANTO AGOSTINHO - BISPO E DOUTOR
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: No meio da Igreja, o Senhor colocou a palavra nos seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de glória (Eclo 15,5).
Leitura (1 Tessalonicenses 2,9-13)
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 9 Vós vos lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de Deus.
10 Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes.
11 E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos:
12 nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória.
13 Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.
Salmo responsorial 138/139
Senhor, vós me sondais e me conheceis!
Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.
Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me, com firmeza, a vossa destra.
Se eu pensasse: "A escuridão venha esconder-me
e que a luz ao meu redor se faça noite!"
Mesmo as trevas, para vós, não são escuras,
a própria noite resplandece como o dia.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente (1Jo 2,5).

Evangelho (Mateus 23,27-32)
23 27 Disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
28 Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas.
31 Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas.
32 Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!" 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Síndromes do Farisaísmo
A gente olha para os Fariseus e os Escribas, em seu contexto religioso e ficamos surpresos: ”Como podem ser tão falsos e incoerentes com aquilo que creem e pregam...”
Em maior ou menor escala, nós cristãos desde segundo milênio, temos também a Síndrome do Farisaísmo, quando não ligamos pensamento e ação, quando não há nenhum vínculo entre Fé e Vida. Não precisa se ir muito longe para encontrar um fariseu, às vezes o homem ou a mulher que atua na Pastoral ou no  Movimento, e que são um testemunho espetacular de casal que vive bem a sua Fé, na fidelidade ao Evangelho, no amor a Eucaristia e a oração, e são até solicitados às vezes a darem conselhos a outros casais que têm dificuldades em seu relacionamento. Mas lá um belo dia a “Casa Cai” e o casal se separa...
O maridão que era um agente de pastoral firme e exemplar vai se embora com uma mocinha do grupo de jovens, troca a esposa e filhos por um amor ardente, movido pela paixão. Essa ruptura entre ambos não ocorreu de um dia para outro. Já fazia tempo que a relação ia de mal a pior. Por que não pediram ajuda? Por que não procuraram um sacerdote? Precisavam manter a aparência da fama conquistada na comunidade. Imaginem o casal que ajuda a resolver casos difíceis e faz orações poderosas, admitir que estão quase se separando, por que não se entendem mais.
Farisaísmo não é “doença” só de leigo. Há membros do clero que há tempo apenas mantém a aparência de vocacionado, nada sobrou de sua vocação ingênua, baseada em fantasias de endeusamento do seu Ego, e que não resistiu á dura realidade do dia a dia. Ser Padre ou Diácono por causa do “status” dentro da própria igreja. Pregar a Palavra de Deus faz parte da Vida Ministerial, mas a vivência cristã, pautada pela sinceridade, autenticidade de uma Fé íntegra, há muito se perdeu , e os seus maus testemunhos falam mais alto que suas belas pregações.
Há farisaísmo nas relações, tanto do clero como do Laicato, que deveriam ser pautadas pela fraternidade e misericórdia, mas que na verdade são marcadas tristemente pela inveja, ciúmes, disputas e contendas que parecem não ter mais fim. Depois, leigos e Clero vão para a Santa Assembleia, ouvir a Santa Palavra, em torno da mesma mesa, demonstrando que tudo está bem, quando na verdade, até ali na Assembleia Litúrgica dão vazão ao egoísmo e egocentrismo de Egos exaltados.
O Farisaísmo nas reuniões de Conselho, de Leigos que querem ser os “Donos da Bola” nos assuntos em pauta, o Farisaísmo da guerrinha fria que ainda persiste, entre os defensores de uma Eclesiologia mais tradicional, ou Progressista, contra Movimentos de Linha pentecostal, dentro da própria Igreja, e a guerra se amplia, saindo das discussões do dia a dia, indo para a grande Mídia, onde um tenta minimizar o “sucesso” do outro. Estou olhando para a nossa Igreja, mas em todas as Igrejas Cristãs, o Farisaísmo nefasto traz cada vez mais divisões diabólicas.
Nas realizações ou empreendimentos arquidiocesanos, não se veste a camisa da Unidade e Comunhão com o Bispo, mas enfileira-se neste ou naquele grupo, liderado por este ou aquele pensamento. E isso fora as ideologias estranhas que alguns “Iluminados” querem  colocar no cristianismo, contrariando a Sã Doutrina. Todos nós Cristãos, em menor ou maior escala, contribuímos para a conservação desse Farisaísmo, quando deixamos de falar a Verdade, quando nos omitimos na comunidade, quando preferimos deixar o barco correr, sem dar a nossa opinião, porque temos medo de magoar esse ou aquele.
O Papa Francisco tem combatido incansavelmente essa Igreja do estrelismo, do alisamento do Ego, que nada mais é do que fruto do Farisaísmo presente em nosso meio. Humildemente peçamos perdão! E eu o faço em primeiro lugar...
2. Deus não se deixa levar pela aparência.
Os vv. 27-28 repetem a mesma ideia dos versículos anteriores: a hipocrisia dos escribas e fariseus; neste capítulo 23, o objeto da lamentação de Jesus é a oposição entre interior e exterior. Mas a aparência de justiça, ao empenhar-se nas práticas religiosas só para serem vistas pelos homens, não impede Deus de penetrar no coração, na verdade de cada pessoa. Deus não se deixa levar pela aparência.
É este o apelo de Jesus aos discípulos: "Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens só para serdes vistos por eles" (6,1).
Deus vê no segredo (cf. 6,4.6.18). Nos versículos 29-32, Jesus lamenta a hipocrisia dos escribas e fariseus, porque eles utilizam da glória dos profetas em beneficio próprio.
O seu rigor legalista e, em razão dele, suas faltas presentes, os tornam coniventes com a morte dos profetas. Não é exatamente o que farão ao condenar Jesus como blasfemo?
É bom que tenhamos claro que não é a observância da Lei que é atacada por Jesus, mas a sua deformação.
ORAÇÃO
Pai, torna-me de tal modo transparente que meu íntimo possa ser revelado por meus gestos e atitudes. Livra-me de ser como um sepulcro caiado!
3. AI DE VÓS, HIPÓCRITAS
Por sete vezes Mateus usa a expressão "ai de vós" para introduzir as acusações dirigidas contra os escribas e fariseus. No Evangelho de hoje, temos os dois últimos "ai de vós" da seqüência. A repetição explícita, "ai de vós, escribas e fariseus hipócritas...", mostra-nos a contundência da censura. Na ocasião das grandes festas, os sepulcros eram caiados para evitar algum contato involuntário de alguém que, assim, se tornaria impuro.
A comparação com o sepulcro tem duplo sentido: a contradição entre a aparência e o interior, e o foco de contaminação. Os escribas e fariseus aparentam justiça, mas por dentro estão cheios de injustiça, e sua doutrina é contaminadora.
No sétimo "ai", quando os escribas e fariseus enfeitam os túmulos afirmando que, se tivessem vivido no tempo de seus pais, não teriam cumplicidade na morte dos profetas, eles estão reconhecendo que são filhos dos assassinos. E atingem o auge da hipocrisia, pois querem fazer o que negam: matar Jesus.
Liturgia da Quinta-Feira
MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA
VERMELHO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Diante dos reis falo da vossa aliança, sem temer a vergonha. Encontro alegria em vossos preceitos, porque muito os amo (Sl 118,46s).
Leitura (Jeremias 1,17-19)
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Salmo responsorial 70/71
Minha boca anunciará vossa justiça.
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.
Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)

EVANGELHO (Marcos 6,17-29)
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Herodes, um Cristão sem convicção.
Herodes gostava muito de João Batista e suas pregações no deserto, achava as palavras bonitas e a mensagem chegava a tocar o seu coração. Era um ouvinte entusiasta da Palavra de Deus, poderia tornar-se um discípulo, sua alta posição não o impedia de viver a sua Fé. Entretanto parece que a semente da Palavra caiu em uma terra sufocada pelos espinhos, Herodes estava amasiado com sua cunhada Herodíades e quando João Batista acusou o seu pecado de adultério, Herodes não gostou muito da idéia, começou a pensar que João Batista ainda era um bom pregador, mas que de vez em quando se equivocava, quando queria interferir na vida dos outros, pois cada um deve viver do jeito que quiser e fazer também o que quiser, sem que a Religião interfira em suas decisões, dizendo o que é certo ou o que é errado.
É o cristianismo do oba-oba, sem nenhum compromisso com as virtudes do evangelho, e com as verdades ensinadas por Jesus. Herodes se sairia muito bem neste mundo da pós- modernidade onde as pessoas, em sua grande maioria também são assim, até mesmo aquelas ligadas a alguma pastoral ou movimento, elas pensam assim “Está tudo lindo e maravilhoso, mas que a Igreja não me venha dizer o que devo fazer em certas questões da minha vida”
A Igreja como portadora e anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a sua missão profética, aonde a verdade do evangelho for violada ou ignorada, devem os pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a verdade denunciando a ação pecaminosa de quem a comete. Herodes colocou o prazer da sua relação com Herodíades acima de qualquer princípio, e na sua Festa de aniversário, achando-se um deus, que tudo pode, decidiu fazer o gosto da dançarina, poderia ela pedir qualquer coisa que ele a daria.
Hoje em dia, na busca do prazer e da satisfação dos desejos, vale tudo e pode de tudo. Qualquer profeta intrometido que quiser ser um estraga-prazer deverá ser tirado do caminho, e Herodíades, a amasiada de Herodes, nem pensou duas vezes para pedir a cabeça de João Batista em uma bandeja. Fazemos parte de uma sociedade onde a Vida Humana nada vale; na busca do prazer e do poder estamos diante de um “Vale Tudo”, haja vista os mártires da igreja, que aqui e ali, continuam incomodando e por isso, como João Batista acabam sendo eliminados, por causa do evangelho.
A Igreja precisa cada vez mais de cristãos iguais a João Batista, que sejam capazes de dar a vida pela Verdade, pois de cristãos do tipo Herodes, que praticam a religião do descompromisso, muitos templos andam sempre lotados...
2. A tentação de calar a voz que denuncia o mal.
João Batista é o mártir da moral. Ele foi posto na prisão por ter denunciado uma união ilegal entre Herodes e Herodíades, mulher de Filipe, irmão do Tetrarca.
A palavra movida só pela emoção e ilusão é portadora da morte: "(Herodes) prometeu, com juramento, dar a ela (filha de Herodíades) tudo o que pedisse". É a vida de João que Herodíades reivindica. Busca eliminar a "voz" que denuncia o seu mal. É provável que o sofrimento e a morte de João Batista prefigurem a paixão e morte de Jesus Cristo. Ambos tidos como profetas (13,57; 14,5), conhecerão a sorte dos profetas: "Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados…" (Mt 14,1-12;Lc 13,34-35).
ORAÇÃO
Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.
3. UM EXEMPLO DE LIBERDADE
O relato do destino trágico de João Batista serve de lição para os discípulos de Jesus, no exercício da missão. A liberdade, que o Precursor demonstrou, deverá ser imitada por quem está a serviço do Reino, e se defronta com tiranos e prepotentes, que intimidam e querem calar quem lhes denuncia as mazelas.
Prevalecendo-se de sua condição, Herodes seduziu a mulher do irmão para se casar com ela. João Batista não teve medo de enfrentá-lo, e dizer-lhe não ser permitido conservar como esposa, quem não lhe pertencia. Sua condição real não lhe dava o direito de praticar tamanha arbitrariedade.
O profeta João sabia exatamente com quem estava falando. Ele um "zé ninguém", questionando uma autoridade estabelecida pelo imperador, com direitos quase absolutos sobre os cidadãos. Por isso, não lhe parecia errado atropelar o direito sagrado de seu irmão, de ter uma esposa.
Por outro lado, todos conheciam muito bem o espírito violento da família de Herodes. Mesmo assim, João não hesitou em denunciá-lo publicamente.
Quiçá não contasse com a ira de Herodíades, atingida também pela denúncia. Foi ela quem instigou Herodes a consumar sua maldade: decapitar a quem mandara lançar na prisão, por ter-lhe lançado em rosto o seu pecado.
O testemunho de João Batista inspira a quem se tornou discípulo da verdade.
Oração
Espírito de liberdade, não permitas que eu tema os grandes e prepotentes, quando se trata de denunciar-lhes os pecados e as injustiças.
Liturgia da Sexta-Feira
XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (1 Tessalonicenses 4,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 1 No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais.
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.
3 Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza;
4 que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
5 sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus;
6 e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o Senhor faz justiça de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e asseverado.
7 Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
8 Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu o seu Espírito Santo.
Salmo responsorial 96/97
Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Deus é rei! Exulte a terra de alegria
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.
As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.
O Senhor ama os que detestam a maldade,
ele protege seus fiéis e suas vida
e da mão dos pecadores os liberta.
Uma luz já se levanta para os justos,
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36)

EVANGELHO (Mateus 25,1-13)
Naquele tempo, 25 1 disse Jesus aos seus discípulos: "O Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.
2 Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes.
3 Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo.
4 As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas.
5 Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram.
6 No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: 'Eis o esposo, ide-lhe ao encontro'.
7 E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas.
8 As tolas disseram às prudentes: 'Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando'.
9 As prudentes responderam: 'Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós'.
10 Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta.
11 Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: 'Senhor, senhor, abre-nos!'
12 Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: não vos conheço!'
13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Não emprestamos Fé, não insista
A Fé é como esses cartões de créditos Bancários, pessoal e intransferível, não se dá, não se empresta e muito menos se barganha. Tem muita gente querendo salvar-se pegando carona na Fé dos avós ou dos pais, tem muito adulto que as vezes quer pegar carona na Fé de um filho mais jovem. Enfim, há muitos cristãos com a lamparina apagada porque o reservatório de combustível está totalmente seco. Se quiserem usar algo mais moderninho, tem muito cristão com a lanterna as escuras porque não trocou a bateria ou a pilha.
E nesse caso, o que é que se perde? Simplesmente uma festança e tanto, daquelas que tem hora para começar e não tem hora para terminar. A parábola, um pouco fora do nosso contexto, retrata umas Bodas, onde as amigas da noiva, depois de um ano da Promessa e acerto entre as duas famílias, vão a casa da noiva, para acompanhá-la até a casa do noivo onde vai se iniciar as núpcias ou a nossa conhecida “Luz de Mel”.Tinha muita música, dança, comida, bebida e alegria.
Há também na parábola um caráter escatológico, o cristão está a espera da Festa celestial que acontecerá um dia, mas é preciso estar com as lâmpadas acesas em meio a tantos pontos obscuros dessa vida, na comunidade adquirimos esse azeite precioso da Palavra e da Eucaristia, que aumenta a nossa Fé, e assim, vamos mantendo a lâmpada sempre acesa e o reservatório de azeite, sempre cheio, nunca na Reserva. Mas se na comunidade encontramos esse azeite, é na comunidade também que temos uma antecipação da Festa das Núpcias que um dia virá.
Em cada celebração renovamos a aliança selada com o sangue do Cordeiro imolado Jesus Cristo, que um dia também virá buscar a sua Igreja, para levá-la para sempre em sua casa. Nesse dia a Festa verdadeira irá começar e nunca mais terá um fim.
Mas quem estiver com a lâmpada vazia, porque não buscou o azeite que o próprio Senhor oferecia nas comunidades cristãs, vai ficar do lado de fora "chupando o dedo" porque o Dono da Festa não o reconhecerá. E não haverá modo algum de se conseguir, em um só momento, aquilo que não se buscou e não se teve a Vida inteira.
2. Estar vigilante
O texto apresenta um grupo de dez virgens, cinco das quais eram previdentes e as outra cinco, imprevidentes.
As previdentes são caracterizadas pelo fato de levarem "jarros de óleo" para alimentar as lâmpadas; as imprevidentes levaram as lâmpadas, mas não o suprimento de óleo. Com o atraso do noivo, acabaram, todas elas, dormindo. Ao grito que anunciava a chegada do noivo, todas despertaram e prepararam as lâmpadas. As imprevidentes se deram conta, então, de que o óleo não seria suficiente. Ter que providenciar o óleo à chegada do noivo fez com que as imprevidentes perdessem a oportunidade de entrar para a festa de casamento.
Depois de tudo isso, qual é a mensagem para os discípulos? O que é preciso fazer? As virgens previdentes desejavam fortemente participar das bodas; por isso, não mediram esforços nem imaginação para que tal acontecesse. Elas preveniram e previram o que poderia acontecer. Daí que, desde o início, elas participaram das bodas. As imprevidentes se deixaram levar por outras preocupações e se contentaram com o mínimo necessário: uma lâmpada e um pouco de óleo – não puderam, por culpa delas mesmas, entrar na festa.
ORAÇÃO
Pai, seja a minha vida uma contínua preparação para o encontro contigo e com teu Filho Jesus. Que nada seja suficientemente forte para frustrar este encontro tão esperado.
3. PRUDÊNCIA E INSENSATEZ
Jesus serviu-se de um fato da cultura da época para alertar os seus discípulos a se manterem vigilantes à espera da vinda definitiva do Cristo. O atraso do noivo - símbolo da indefinição da chegada do Messias - cria uma situação que revela o caráter de cada uma das dez moças que vieram participar da festa de núpcias.
As cinco prudentes, que providenciaram azeite de reserva para reabastecer suas lamparinas, apontam para os discípulos, cuja vivência intensa e sincera dos valores do Reino, especialmente a exigência do amor, reforça sua capacidade de esperar o Messias, embora este possa demorar. Eles têm suficiente fôlego espiritual para não esmorecer, enquanto esperam. A prudência leva-os a perseverar no amor.
As cinco insensatas, cujas lâmpadas se apagaram enquanto esperavam e não tinham como reabastecê-las, aludem àqueles discípulos que, cansados com a demora do Senhor, vêem esvair-se suas reservas espirituais. Faltam-lhes os meios para recarregá-las, pois, há muito se afastaram da misericórdia e da justiça. A chegada do Senhor pega-os despreparados para participarem com ele das alegrias do Reino.
Diante destes dois modelos, os discípulos são instados a tomar uma decisão. Jesus deseja que imitem as moças prudentes. Esta é a única maneira de não esperar em vão.
Oração
Espírito de sensata prudência, faze-me perseverar no amor, de modo a ser continuamente preparado para a longa espera da chegada do Senhor.
Liturgia do Sábado
XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (1 Tessalonicenses 4,9-11)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 9 A respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.
10 E é o que estais praticando para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais.
11 Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas e trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado.
Salmo responsorial 97/98
O Senhor julgará as nações com justiça.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda o mar com tudo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Evangelho (Mateus 25,14-30)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24 14 "Será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.
15 A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.
16 Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco.
17 Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois.
18 Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor.
19 Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas.
20 O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco: 'Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei'.
21 Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
22 O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: 'Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei'.
23 Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
24 Veio, por fim, o que recebeu só um talento: 'Senhor', disse-lhe, 'sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste.
25 Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence'.
26 Respondeu-lhe seu senhor: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei.
27 Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu.
28 Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.
29 Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter.
30 E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes'". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. LUCROS E PERDAS DA NOSSA FÉ
O evangelho nos coloca a parábola dos talentos, que poderá ser mal compreendida, se não aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante de um simples acerto de conta entre um patrão e seus servos, mas diante de algo muito mais sério que é o sentido da nossa vida. A grande pergunta que estará em nosso coração e em nossa mente, quando esta vida estiver se esvaindo, é exatamente essa: Investimos a nossa existência em que? A vida valeu à pena?
Na contabilidade há um demonstrativo em cada final de exercício, que mostra aos investidores e acionistas, de que modo foi investido o capital por eles disponibilizado, esse balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os ganhos e perdas da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores a receber e suas contas a pagar, seu acréscimo patrimonial ou suas perdas, caso houver. Esta visão permite ao acionista decidir se continuará investindo ou se vai procurar outro negócio mais rentável.
Ora, Deus Pai investiu tudo em nós, o Filho pagou um alto preço, mais que todo o ouro, toda a prata e todas as fortunas que há no mundo, é um direito Dele portanto, querer saber no final de nossa vida, o que foi que fizemos com o nosso viver, com a sua graça, com a vida nova que tivemos acesso, com a obra da salvação, uma pessoa extremamente bondosa e amorosa para conosco, nunca nos cobra nada, pois o seu amor é incondicional e gratuito, mas a gente se sente na obrigação de dar um retorno, que pode ser uma grande alegria, como a dos dois primeiros servos, que duplicaram os talentos que lhes foram confiados, ou então será um momento de grande tensão e angústia, marcado pelo medo, por causa de uma relação distorcida com o Patrão. Podemos perceber que os outros dois não tiveram a preocupação de justificar o porquê,  aplicaram bem o talento recebido, pois independente do rigorismo e da exigência do Patrão, sentiram-se no dever de corresponder à confiança neles depositada.
Deus reconhece as nossas limitações, ele sabe muito bem que nem todos irão viver bem, descobrindo o sentido da vida e vivendo na essência do seu amor, e por isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço de se viver, segundo suas leis e sua santa palavra. Podemos até dizer, que o talento dado, é a própria existência, visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos com um bom investimento, são as graças sobrenaturais que antecipam em nosso caminhar, esta vida nova que Jesus nos presenteou. Na hora certa, esta vida não nos será tirada, mas enriquecida com os demais talentos ,quando vivemos bem a nossa vida terrena, entendendo que ela é muito mais do que aquilo que se vê, São Paulo chama isso de caminhar na Fé.
Porém, aquele que se apegou a esta simples existência, limitando-se a viver apenas na visão, alimentando sua esperança apenas com aquilo que esta vida terrena pode dar, este é o servo Mau e preguiçoso, que investiu mal a sua vida, e que no balanço final da sua existência, já diante de Deus, irá constatar horrorizado, que não auferiu nenhum lucro, e que o que pensava ser um grande lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que terminou o seu exercício terreno com um saldo negativo, devendo algo para Deus.
Há uma música pastoral belíssima, cujo refrão diz “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!” Eis o grande segredo que o homem precisa descobrir, que o viver não se restringe aos limites do corpo, mas que o homem traz em si as sementes da eternidade, de uma Vida renovada pela qual vale a pena lutar para buscá-la e mantê-la a cada dia, porque os nossos horizontes são muito mais amplos do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta prodigiosa que muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive na Fé.
Ainda tomando o exemplo da Contabilidade empresarial, mês a mês se faz o balancete, que como o próprio nome diz, trata-se de um Balanço menor, que mostra os valores movimentados e ajudam o empresário a redirecionar seus investimentos, caso o resultado do balancete não seja bom, por isso esse evangelho nos convida também a um bom exame de consciência diante de Deus no sentido de saber com clareza e sinceridade, o que é que estamos fazendo da nossa vida, que são os talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos converter, de acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na caridade, no amor, na solidariedade, com os lucros auferidos da Palavra de Deus e da força da Eucaristia.
A grande diferença da nossa vida de fé e de um controle contábil, é que o nosso Deus não é avarento nem egoísta, e o pouco que conseguirmos lucrar com a prática do amor cristão, já será suficiente para ouvirmos dele a palavra que o nosso coração anseia: “Porque foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” Alegria que já experimentamos ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos talentos para servir os nossos irmãos, ajuntando um tesouro no céu. Este evangelho fecha com chave de ouro este mês Vocacional pois Vocação e Talento tem tudo a ver!
2. O medo impede de ir além do dever.
A parábola dos talentos é a mais longa do evangelho de Mateus. Ela insiste sobre o juízo do terceiro servo. Os dois primeiros não se limitaram em executar ordens; tomaram a iniciativa de fazer frutificar os bens do seu patrão. A questão-chave do comportamento do terceiro é o medo (v. 25; ver: Rm 8,15). É a escravidão e a mentalidade de escravo que são reprovadas pelo patrão. O espírito servil faz com que a pessoa não faça nada além do seu dever.
O elogio dos dois primeiros servos e a repreensão do terceiro indicam qual tipo de colaborador o Senhor deseja. É preciso fazer valer o dom de Deus.
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em discípulo responsável que sabe aproveitar cada circunstância para fazer frutificar os dons que me concedes, colocando-os a serviço do meu próximo.
3. A ALEGRIA DA FIDELIDADE
Os três servos, aos quais o senhor confiou uma certa soma de dinheiro, servem para ilustrar dois diferentes tipos de discípulos, com relação aos dons que receberam de Deus.
Os dois primeiros representam os discípulos que se servem do tempo presente para viver intensamente o amor e a justiça. Incansavelmente procuram praticar o bem, fazendo crescer os laços que os unem a Deus. A fidelidade ao Pai impede-os de cruzar os braços e viver na inatividade. Existe sempre algo de bom a ser realizado.
O terceiro servo, medroso e ocioso, contrasta com os dois primeiros, corajosos e operosos. Seu modo de agir é uma alusão ao comportamento dos discípulos que, embora não façam nada de errado, são incapazes de um gesto grandioso de solidariedade, ou de jogar-se de corpo e alma na causa da justiça. São os que pensam ter observado com fidelidade os mandamentos, só porque os cumpriram, ponto por ponto, embora não pratiquem o que é mais fundamental: a misericórdia, o amor e a justiça. Vivendo uma vida mesquinha e sem relevância, tais discípulos vegetam espiritualmente. Eles se conservam distantes dos grandes desafios da humanidade, especialmente dos pobres e dos sofredores. E pensam que a realização de um punhado de normas seja suficiente para colocá-los em dia com as exigências do Reino.
O castigo aplicado ao servo inútil não deixa margem para dúvidas. É hora de agir!
Oração
Espírito de ação, que eu saiba aproveitar cada momento de minha vida para dar mostras de fidelidade ao Pai, realizando gestos concretos de amor.
Liturgia do Domingo 01.09.2013
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANOC

VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "Modéstia e gratuidade" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Um dos temas mais difícil de ser compreendido pela cultura contemporânea é o da humildade. De fato, a proposta de Jesus para sentar-se no último lugar é estranha à nossa cultura, que preza pela busca da promoção e dos primeiros postos; quanto mais aparecer, melhor, nem que para isso seja necessário pisar sobre os outros. A humildade não é a prudência do tímido ou do incapaz nem o medo de se expor, que não passa pelo egoísmo. A verdadeira humildade é a consciência de ser pequeno e ter de receber para poder comunicar. Por isso, quem é humilde não tem medo de ser generoso, pois é capaz de receber. Gostará de partilhar, porque sabe receber; e de receber, para poder repartir. Como Jesus naquele banquete, também nós estamos diante do banquete da vida. Quanto mais humilde for o modo de nos aproximar do banquete da vida, tanto mais nos aproximamos dos irmãos e, por conseguinte, de Deus. Aí reside o segredo da felicidade e da alegria interior.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Iniciamos o mês da Bíblia pedindo que a Palavra de Deus seja a luz dos nossos passos e o clarão das nossas consciências. Que a leitura orante e o estudo das Escrituras nos levem a aderir ao Mistério Pascal de Jesus Cristo. Celebremos esta Eucaristia dominical em comunhão com a Região Belém que hoje faz sua peregrinação à Catedral da Sé, por ocasião do ano da Fé.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A morte de Cristo nos apresenta o Deus "novo", o Deus cuja sabedoria é imprevisível e impensável, tão distante da sabedoria humana que ninguém poderia encontrá-la. O início da verdadeira sabedoria, diz-nos aquele que perscruta os pensamentos de Deus, é o reconhecimento de que a fonte da verdade não está naquilo que o homem experimenta ou deseja espontaneamente. Deus oferece a glória não aos poderosos, mas aos fracos; cerca de dúvida e de mistério os que presumem além de suas possibilidades. Só Deus conhece o que há de secreto em todos os corações e pode revelar-lhes o mistério de verdade que trazem em sí mesmos.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
A escolha do último lugar
Antífona da entrada: Tende compaixão de mim, Senhor; clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam..
Comentário das Leituras: Uma grande mesa é preparada por Deus, onde a vida é servida com fartura. Todos são chamados a se aproximarem dessa mesa com humildade e em espírito de serviço. A arrogância e o orgulho impedem a partilha e a gratuidade do serviço fraterno. A vida cristã deve ser uma lição de humildade e sabedoria.
Primeira Leitura (Ecl 3,19-21.30-31)
LEITURA DO LIVRO DO ECLESIÁSTICO.
19Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem generoso.
20Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios.
21Pois grande é o poder do Senhor, mas ele é glorificado pelos humildes.
30Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele, e ele não compreende.
31O homem inteligente reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido atento deseja a sabedoria.
Salmo responsorial 68/67
Com carinho preparastes uma mesa para o pobre!
Os justos se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome!
O seu nome é Senhor: exultai diante dele!
Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor: é assim o nosso Deus em sua santa habitação.
É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
Derramastes lá do alto uma chuva generosa, e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
e ali vosso rebanho encontrou sua morada; com carinho preparastes essa terra para o pobre.
Segunda Leitura (Hb 12,18-19.22-24a)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos: 18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: "fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade,
19som da trombeta e voz poderosa", que os ouvintes suplicaram não continuasse.
22Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos;
23da assembléia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição;
24ade Jesus, mediador da nova aliança. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração!

EVANGELHO (Lucas 14,1.7-14)
1 Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam.
7 Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola:
8 "Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu,
9 e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: 'Dá o lugar a ele'. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar.
10 Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: 'Amigo, vem mais para cima'. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados.
11 Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado".
12 E disse também a quem o tinha convidado: "Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa.
13 Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.
14 Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos".
LEITURAS DA SEMANA DE 02 a 08 de Setembro de 2013:
2ª Vd - 1Ts 4,13-18; Sl 95(96); Lc 4,16-30
3ª Br - 11Ts 5,1-6.9-11; Sl 26(27); Lc 4,31-37
4ª Vd - Cl 1,1-8; Sl 51(52); Lc 4,38-44
5ª Vd - Cl 1,9-14; Sl 97(98); Lc 5,1-11
6ª Vd - Cl 1,15-20; Sl 99(100); Lc 5,33-39
Sb Vd - Cl 1,21-23; Sl 53(54); Lc 6,1-5
Dm Vd - 23º DTC Sb 9,13-19 (gr. 13-18b); Sl 89 (90),3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17 (R/. 1); Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33 (Condições para ser discípulo)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. QUEM SE EXALTA SERÁ HUMILHADO
Lucas ao iniciar esse evangelho, faz questão de nos dizer que o Fariseu tinha uma “Ficha Limpa”, era alguém notável, íntegro, de boa índole, uma referência para a comunidade. Por ser admirado como grande Mestre, Jesus era sempre muito solicitado para estar á mesa com eles, na casa de algum líder da comunidade. O texto nos informa que “eles” o observavam, talvez para ver se tinha boas maneiras, se seguia a risca as determinações judaicas para se tomar uma refeição, ou simplesmente porque Jesus irradiava algo de sobrenatural, e cada gesto ou palavra sua, tinham um significado profundo.
Sem se sentir o centro das atenções e sem querer ser o grande “astro” ou celebridade, Jesus também se põe a observar o modo como os convidados do Fariseu escolhiam os primeiros lugares à mesa, e que era naturalmente os mais próximos ao Dono da Casa. Não sabemos em que lugar Jesus tomou assento, mas certamente não foi no lugar mais importante, julgando-se pela sua observação...
Penso ainda, que naquela refeição, Jesus notou que os serviçais tiveram que, educadamente, tirarem de seus lugares alguns que se julgavam o máximo e que deles haviam se apossado. Imaginem o “mico” de sair de um lugar mais importante para sentar-se em outro, menos importante. Vai ver que alguém se apressou em chamar Jesus para ocupar o lugar principal ao lado do Fariseu Anfitrião. Ao ver o constrangimento desses convivas, Jesus deve ter esboçado um leve sorriso aos que estavam ali por perto.
Em nossas comunidades algo semelhante ocorre nas ações litúrgicas, principalmente quando se trata da Santa Missa. Os lugares mais próximos do Padre são os mais visados e disputados nas escalas. Aliás, Liturgia é uma das maiores vitrines da nossa Igreja, nela os Egos são alisados, e os prazeres e alegrias plenamente satisfeitos. E quando a Paróquia realiza algum evento, como um Jantar Dançante, por exemplo, as mesas mais próximas a do Padre são as mais procuradas, ás vezes até reservadas com antecedência. Há muitas disputas para cargos que “aparecem”, mas por trabalhos humildes, que ficam quase no anonimato, não há disputas ou concorrências.
Poderia se disputar, por exemplo, quem faz mais visitas aos enfermos, aos pobres, aos presos, quem se doa mais a essas classes sofridas e injustiçadas, às vezes até dentro da própria comunidade. O que isso nos mostra?
Que o Amor doação, que se faz serviço desinteressado ao outro, anda meio longe de nossas comunidades, em certas ocasiões. É nesse sentido que Jesus alerta para esse perigo em nossas comunidades, onde quem se exalta vai acabar sendo humilhado, de que jeito? No dia em que a casa cair e todos ficarem sabendo de suas reais intenções. A humilhação será grande e a pessoa, envergonhada por ser desmascarada, vai acabar sumindo da comunidade. O que Jesus exalta nesse evangelho é exatamente a gratuidade nas relações fraternas, uma ajuda, um trabalho, uma ação feita a favor do outro, e que nada espera de recompensa ou gratificação. Nessa linha que devemos compreender a exortação de não convidar pessoas importantes para almoçar em nossa casa, mas sim de pessoas que nunca poderão retribuir. Jesus não é contra a ideias de acolhermos pessoas queridas em nossa casa para uma refeição, o que ele ensina é que, a conduta de um cristão, dentro da comunidade e fora dela, deve ser pautada pelos valores do evangelho, e não pelas grandezas fantasiosas que o mundo nos propõe. No mundo o que vale é o TER, na comunidade é o SER.
A interferência do TER no SER na Vida eclesial resulta em numa comunidade de relações mercantilizadas, onde cada um busca o benefício próprio e não o Bem Comum.
2. Um convite à generosidade.
Jesus continua sua subida para Jerusalém. À medida que faz seu caminho para o Pai, ele vai instruindo os seus discípulos. Um israelita de verdade mantém os ouvidos sempre abertos, pois ele sabe que toda sabedoria vem de Deus, e se deixa instruir por Deus: "O homem sensato medita as máximas em sua oração, ouvido atento, eis o que o sábio deseja" (Eclo 3,29).
O episódio do evangelho deste domingo se dá durante uma refeição, "na casa de um dos chefes fariseus" (v. 1). Duas outras vezes Jesus foi, segundo Lucas, a uma refeição na casa de fariseus (7,36; 11,37). Há entre Jesus e os fariseus uma mescla de simpatia e resistência. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei.
Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Tal modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e pôr em prática a palavra do Senhor: "É misericórdia que eu quero, e não sacrifícios" (Os 6,6).
A refeição na casa de um dos chefes dos fariseus acontece num sábado, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão.
Mesmo que em nosso relato os interlocutores sejam os que estavam na casa dos fariseus, são os discípulos os instruídos; é a comunidade cristã que deve aprender como se comportar no novo tempo. A instrução é motivada pela observação de "como os convidados escolhiam os primeiros lugares" (v. 7). A parábola utiliza a imagem do casamento, em que os lugares já eram predeterminados.
Há duas lições: o lugar é recebido de quem convidou para a festa (cf. v. 8-11). Certamente é outro modo de dizer: "Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles" (Mt 6,1; ver também: Pr 25,6-7). A segunda é um convite à generosidade: "... quando deres um banquete, convida os [que] não têm como te retribuir!" (cf. vv. 12-14). É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição: "Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim. Se fazeis o bem aos que no-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim… E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que graça alcançais?... Fazei o bem e empresteis sem esperar coisa alguma em troca" (Lc 6,32-35).
ORAÇÃO
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.