domingo, 25 de novembro de 2012

Liturgia da 34ª semana comum Ano Par

Liturgia da Segunda Feira — 26.11.2012
XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: O Senhor fala de paz a seu povo e as seus amigos e a todos os que se voltam para ele (Sl 84,9).
Leitura (Apocalipse 14,1-5)
Leitura do livro do Apocalipse de São João.
Naquele tempo, 14 1 Eu, João, vi ainda: o Cordeiro estava de pé no monte Sião, e perto dele cento e quarenta e quatro mil pessoas que traziam escritos na fronte o nome dele e o nome de seu Pai. 
2 Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído de muitas águas e ao ribombar de potente trovão. Esse coro que eu ouvia era ainda semelhante a músicos tocando as suas cítaras. 
3 Cantavam como que um cântico novo diante do trono, diante dos quatro Animais e dos Anciãos. Ninguém podia aprender este cântico, a não ser aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra. 
4 Estes são os que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens. São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que vá; foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro. 
5 Em sua boca não se achou mentira, pois são irrepreensíveis. 
Salmo responsorial 23/24
É assim a geração dos que buscam vossa face, 
Ó Senhor, Deus de Israel.
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, 
O mundo inteiro com os seres que o povoam; 
Porque ele a tornou firme sobre os mares 
E, sobre as águas, a mantém inabalável.
"Quem subirá até o monte do Senhor, 
quem ficará em sua santa habitação?" 
"Quem tem mãos puras e inocente coração, 
que não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do Senhor 
E a recompensa de seu Deus e salvador."
"É assim a geração dos que o procuram 
e do Deus de Israel buscam a face."
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44)

Evangelho (Lucas 21,1-4)
21 1 Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo. 
2 Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas, 
3 e disse: "Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros. 
4 Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Nossas moedinhas
Eu fiquei pensando seriamente nessas duas moedinhas da viúva, que foram depositadas no cofre do templo, e que, conforme o próprio Jesus, era tudo o que ela tinha,  provavelmente o dinheiro do pão e do leite. Aquelas moedinhas que “esquecemos” no console do carro, e que quando algum pedinte vem com a “Caixinha”  nos semáforos, a gente pega e dá. No nosso caso é sobra, no da viúva era um valor importante na sua modesta economia. Tem-se a impressão de que no dia seguinte a coitada ficou sem tomar café.
Uma interpretação literal desse evangelho seria mais ou menos assim: você faz a sua compra do mês, mas em vez de levar para sua casa, leva na casa de alguém muito pobre, e você  só terá o dinheiro para compra no outro mês. Não é isso? Tirar da boca para dar aos outros.
Mas notem que as duas moedinhas não foram dadas de esmola, mas era uma oferta dentro de uma celebração, então foram dadas a Deus, eis aí a diferença fundamental. Talvez a gente até pense que, agora ficou bem mais fácil de imitar a viúva, dar aquilo que para mim é essencial, para Deus. E por que será que Deus vai querer as nossas moedinhas? O que  nossas miseráveis ofertas vão acrescentar a grandiosidade de Deus? Nada! Então por que abrir mão daquilo que nos é essencial? Quando falamos de bens materiais, inclusive dinheiro, o que damos na verdade é o que sobra e até mesmo o nosso Dízimo, é o último valor que entra no nosso orçamento mensal “Posso dar que não vou me apertar!” pensamos sempre de maneira um tanto mesquinha. Quanto mais rico mais posso dar, mas sempre o que me sobra. Claro que dar em nome de Cristo é uma obra de caridade. Fiquem tranquilos...
Em uma visão bem pastoral a reflexão é muito bonita. Há algo sim, que podemos dar a Deus na comunidade, algo precioso que nos é essencial, e que parece que ninguém tem sobrando... o tempo! É a primeira justificativa que damos quando somos convidados para “dar” algo essencial de nós,  em algum trabalho pastoral ou ministério “Ah estou sem tempo...”, as pessoas até já introduzem a conversa dizendo “Olha, se tiver um tempinho...”.
Eis aí as nossas pequeninas moedinhas da pós-modernidade: nosso tempo. Para ouvir as pessoas, para visitar um doente, para visitar alguém que sumiu da comunidade, para ir consolar alguém que perdeu seu ente querido, para compartilhar meu conhecimento profissional em algum curso de formação.  Nesse sentido,  nossas pastorais são aquele cofre do templo,  onde ás vezes colocamos grandes fortunas, mas que está nos sobrando “Ah hoje eu não ia fazer nada mesmo...”.
Porém, o que Jesus nos pede é uma doação verdadeira, dar um tempo em algum trabalho pastoral, para alguma pessoa, um tempo que vai nos fazer falta pela sua preciosidade, digamos assim, no meu justo descanso da tarde de um domingo, vou fazer algum trabalho pastoral. Deixamos de descansar no conforto de nossa casa, para nos doar a alguém. Será´ que tudo o que fazemos na pastoral ou no ministério, não é apenas uma terapia ocupacional para “matarmos” o tempo que nos está sobrando? A verdade é que as moedinhas da viúva nos fazem pensar no assunto...
2. Jesus denuncia o sistema opressor
Jesus, tendo vindo da Galileia para Jerusalém, leva até o fim o seu confronto com o sistema do Templo e seus chefes religiosos. A repressão à prática libertadora e vivificante de Jesus aproxima-se da suprema violência.
O Templo caracterizava-se por seu imenso luxo e riqueza, com suas muralhas de pedra, seus pátios com arcadas e a grande construção central, decorada com placas e florões de ouro maciço. A ostentação da riqueza é um instrumento de dominação através da humilhação dos pobres e pequeninos. Desde a sua construção por Salomão (1Rs 7,51), o Templo tinha um anexo, o Tesouro (gazophilakion), onde eram guardadas as grandes riquezas acumuladas a partir das ofertas do povo.
Pelo Templo circulavam os escribas e os sacerdotes, com roupas ostentando prestígio, e os ricos que faziam suas ostensivas ofertas. Desfilavam, também, multidões de populares e camponeses, tímidos e humilhados, que, com muito sacrifício traziam suas ofertas de obrigação ao Templo.
Certamente o montante das ofertas da multidão pobre superava de muito a soma das ofertas dos poucos ricos. Jesus, destacando a oferta da pobre viúva que ofereceu tudo o que tinha para viver, faz sua última denúncia do luxuoso Templo como sendo um sistema de exploração do povo. 

Oração
Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.
3. A OFERTA DO POBRE
É inútil querer fazer bela figura diante de Deus, pensando que ele se deixa impressionar pelas grandezas humanas. O Reino de Deus subverte as categorias humanas. Assim, o que é grande aos olhos humanos, é desprezível para Deus. E vice-versa: o que o mundo desvaloriza, encontra valor aos olhos de Deus.
Quando os ricos colocavam no cofre do templo generosas ofertas, acreditavam estar fazendo um gesto altamente louvado por Deus, e com isso, crescendo em mérito diante dele. A atitude deles humilhava a quem pouco possuía para oferecer e causava inveja e espírito de competição. Era uma exibição de generosidade, com um detalhe: davam do seu supérfluo e não teriam de sofrer na pele os efeitos de sua esmola.
Em contraposição, as duas moedinhas lançadas pela pobre viúva tinham um valor inestimável para Deus. Oferecendo aquilo que lhe restava para viver, a mulher colocava-se toda nas mãos do Pai e fazia sua vida depender totalmente dele. Ela se recusava buscar segurança nos bens materiais, nem acreditava que o acúmulo de bens, qualquer que fosse, pudesse trazer-lhe alegria e felicidade. Reconhecia que tudo, em sua vida, era dom de Deus. Por isso, com toda a liberdade e sem a ânsia de possuir, foi capaz de arriscar tudo.
Esta é a oferta que tem valor diante de Deus.
Oração
Senhor Jesus, liberta meu coração da ânsia de possuir e acumular. Faze-me, antes, compartilhar, com toda a liberdade, todos os meus bens.
Liturgia da Terça-Feira
XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor fala de paz a seu povo e as seus amigos e a todos os que se voltam para ele (Sl 84,9).
Leitura (Apocalipse 14,14-19)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
14 14 Eu vi ainda uma nuvem branca, sobre a qual se sentava como que um "Filho do Homem", com a cabeça cingida de coroa de ouro e na mão uma foice afiada. 
15 Outro anjo saiu do templo, gritando em voz alta para aquele que estava assentado na nuvem: "Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois está madura a seara da terra". 
16 O Ser que estava assentado na nuvem lançou então a foice à terra, e a terra foi ceifada. 
17 Outro anjo saiu do templo do céu. Tinha também uma foice afiada. 
18 E outro anjo, aquele que tem poder sobre o fogo, saiu do altar e bradou em alta voz para aquele que tinha a foice afiada: "Lança a foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque maduras estão as suas uvas". 
19 O anjo lançou a sua foice à terra e vindimou a vinha da terra, e atirou os cachos no grande lagar da ira de Deus. 
Salmo responsorial 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra.
Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!"
Ele firmou o universo inabalável,
e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira. 
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei! (ap 2,10).

Evangelho (Lucas 21,5-11)
Naquele tempo, 21 5 como chamassem a atenção de Jesus para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: 
6 "Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído". 
7 Então o interrogaram: "Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?" 
8 Jesus respondeu: "Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu'; e ainda: 'O tempo está próximo'. Não sigais após eles. 
9 Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim". 
10 Disse-lhes também: "Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. 
11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Entrevista com Mateus
____São Mateus, esse evangelho que é atribuído ao Senhor, fala do Fim do Mundo?
____(Mateus rindo...) Claro que não! O nosso Mestre e Senhor Jesus falava de um fato histórico que iria ocorrer no ano 70, quando o templo de Jerusalém foi destruído totalmente.
___Mas para o judeu, a destruição do templo era o fim do mundo, certo?
___(Mateus)  sem dúvida! O templo era o centro não só religioso, mas também econômico e político. Não chegava nem aos pés do primeiro, construído pelo Rei Salomão, mesmo assim era belo e a comunidade Judaica falava dele com alegria e um santo orgulho, como essas pessoas que comentam com o Mestre sobre ele.
___São Mateus, mas além de profetizar o fato histórico, deve haver algo a mais, senão o Senhor e suas comunidades não teriam refletido e escrito sobre esse fato, que a primeira vista parece não ter nenhum significado especial. Certo?
___(Mateus) Claro, é isso mesmo ! Nenhuma Instituição Humana, mesmo as de caráter Religioso, não são o Reino de Deus mas apenas um Sinal Sacramental da Salvação que o Reino oferece. O Reino em sua base, que se fundamenta na Justiça e no direito, é eterno e imutável, já as instituições estão sujeitas aos percalços da História Humana e o fim de uma Instituição não significa o Fim do Reino de Deus. 
___Opa São Mateus, agora a gente levou um susto, quer dizer que a Igreja Instituição, fundada pelo próprio Jesus, Nosso Senhor e Salvador, vai acabar um dia? 
___(Mateus rindo...) Cadê a Igreja Imperialista, cadê a Igreja Medieval? Cadê o Modelo de Igreja antes do Concílio Vaticano II? De certo modo ela não acabou? Não surgiram novos métodos de ser igreja, fala-se até em uma nova evangelização...
____Mas tem muita gente hoje querendo viver do saudosismo de Modelos de Igreja do passado....
____Mateus -  Pois é, aí é que está o grande perigo, de se valorizar mais a própria Instituição e sua estrutura, do que os valores do Reino e do Evangelho, que são eternos. Naquele tempo, os Judeus não admitiam que houvesse alguma outra religião que não tivesse o templo como centro de tudo. E o templo acabou....
___Mateus, e esses acontecimentos tenebrosos, que envolvem conflitos humanos e até intempéries da natureza, o que significam?
___Mateus -  Toda mudança é traumatizante, você mesmo acabou de dizer que ainda há pessoas de dentro da Igreja, que aí em 2012 ficam olhando para o passado, para a Instituição daquele tempo, porque ficaram abalados com as mudanças e não conseguem olhar e aceitar os desafios do presente....O Mestre citou tais fatos, que nos deixam abalados, para exemplificar essa dificuldade. 
___Ah bom...Agora ficou claro, podemos então compreender que a Instituição, com toda a sua estrutura e complexidade, é apenas um meio e não o fim, pois este é o Reino de Deus que jamais passará, enquanto que as nossas Instituições...
____Mateus ----  Isso mesmo, não anunciem aos homens a Instituição, mas o Reino, que é coinstruído com os valores ensinados no evangelho. Chupem e se deliciem com a Laranja doce e saborosa, e deixem a “casca” de lado, ela é apenas a proteção do que está dentro.
2. Dar lugar à novidade de Jesus
O Templo era a sede do judaísmo, no tempo de Jesus. Jesus já denunciara que o Templo tornara-se um antro de ladrões (cf. 23 nov.). A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além do fato histórico, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.
As religiões excludentes, que consolidam grupos privilegiados religiosos ou raciais, são descartadas para a grande revelação do Deus de amor universal, que chama a si todos os povos e todas as raças, comunicando-lhes sua vida divina e eterna.
Após a menção do Templo, Jesus descarta que o advento de falsos profetas ou de guerras e abalos telúricos sejam sinais da proximidade do fim. Os discípulos devem despertar para a presença atual do Filho do Homem, na pessoa de Jesus, transformando o mundo por sua palavra e sua prática amorosa.
Oração
Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.
3. NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA
A imponência do templo de Jerusalém não impressionava Jesus. As belas pedras e os ex-votos que o adornavam, não passavam de exterioridade. Seu fim se aproximava.
A pregação de Jesus contra o templo situava-se na tradição dos antigos profetas de Israel, que o desmitificaram, anunciando-lhe a destruição. O templo podia vir a baixo, pois havia perdido sua finalidade, passando a acobertar as injustiças cometidas contra o povo. O Deus de Israel fora substituído pelos ídolos. Não tinha sentido acobertar com a capa da fé uma idolatria desenfreada, com sérias conseqüências para a vida do povo pobre.
A situação não era muito diferente no tempo de Jesus. O templo e o sacerdócio estavam sob o domínio de uma aristocracia pouco preocupada com os pobres do País. O templo não era mais a casa do Deus verdadeiro, e sim, de falsos deuses que não questionavam a injustiça cometida contra os indefesos, nem a marginalização em que se encontrava grande parte da população. Eram os deuses dos privilegiados e beneficiados pelo sistema. Portanto, não era o Deus do Reino anunciado por Jesus.
A destruição do templo eliminaria a falsa segurança religiosa de muita gente. E evitaria que se servissem do nome de Deus para acobertar maldades cometidas em nome da fé. É blasfêmia fazer o Deus verdadeiro compactuar com a injustiça.
Oração
Senhor Jesus, destrói todas as falsas seguranças religiosas às quais, porventura, eu esteja apegado, e faze-me acolher as exigências do Deus verdadeiro.
Liturgia da Quarta-Feira
XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos o que se voltam para ele (Sl 84,9).
Leitura (Apocalipse 15,1-4)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
15 1 Vi ainda, no céu, outro sinal, grande e maravilhoso: sete Anjos que tinham os sete últimos flagelos, porque por eles é que se deve consumar a ira de Deus. 
2 Vi também como que um mar transparente, irisado de fogo, e os vencedores, que haviam escapado à Fera, à sua imagem e ao número do seu nome, conservavam-se de pé sobre esse mar com as cítaras de Deus. 
3 Cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: "Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus Dominador. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 
4 Quem não temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome? Só tu és santo e todas as nações virão prostrar-se diante de ti, porque se tornou manifesta a retidão dos teus juízos". 
Salmo responsorial 97/98
Como são grandes e admiráveis vossas obras,
Ó Senhor e nosso Deus onipotente!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação,
e, às nações, sua justiça; 
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Aplauda o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com eqüidade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Permanece fiel até a morte e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2,10)

Evangelho (Lucas 21,12-19)
Naquele tempo, 21 12 disse Jesus aos seus discípulos: "Antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. 
13 Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. 
14 Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, 
15 porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. 
16 Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.
17 Sereis odiados por todos por causa do meu nome. 
18 Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 
19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Perseguição e Perseverança
Há uma música belíssima de Elvis Presley que se chama "Bridge Over Troubled Water" e que se traduz "Como uma Ponte sobre as águas turbulentas". Nesse evangelho Jesus encoraja seus discípulos, principalmente os da comunidade de Lucas, quase no final do primeiro século da Era Cristã, a resistirem firmes a perseguição que iniciou-se mais ou menos no ano de 54 pelo Império Romano, mas os primeiros perseguidores do cristianismo foram os Judeus que viam os cristãos como uma seita.
Haveria alguma relação dos fatos vividos por essas comunidades, com as nossas comunidades atuais?
Todos falam da liberdade para se professar a Fé, desde que seja uma religião que não atrapalhe a Pós modernidade, seus usos e costumes, desde que essa religião não venha querer ditar normas para se viver. A Igreja jamais foi contra o avanço e progresso do homem, suas conquistas científicas, sua rápida evolução na tecnologia, na comunicação, na medicina, no campo da informática, mas sempre tem algo a dizer aos homens quando a Vida humana é colocada em segundo plano, e ela tem a sua dignidade desrespeitada.
Pode se dizer que não há uma perseguição sistemática contra quem é cristão, entretanto, basta tomar posição publicamente diante de algo polêmico que envolva a Vida do Homem, e que contrarie os ensinamentos do Santo Evangelho, e a pessoa com certeza vai estar arrumando uma bela de uma encrenca. Na fábrica onde trabalhei conheci um Cristão evangélico, que por ocasião do carnaval, recusou-se a ajudar na distribuição de preservativos em sua seção, em uma campanha feita pela Área de Medicina Industrial, o rapaz posicionou-se contrário alegando que para combater a AIDS o mais importante era orientar os jovens sobre a promiscuidade do que incentivá-los dando-lhes o preservativo, este é um pensamento cristão, por isso, foi o que bastou para que o seu superior mudasse o relacionamento para com ele, perdendo o prestígio no ambienta de trabalho. Também conheci uma jovem que passou a ser mal vista pela patota da escola, quando descobriram que ela era virgem, porque queria casar-se casta como ensina a Igreja. Esses e outros exemplos acontecem todos os dias nos mais variados ambientes de ensino ou de trabalho, e mostra que ser cristão comprometido com o evangelho, não é coisa tão fácil na pós modernidade.
O que Jesus afirma nesse evangelho, é que ele próprio será a força e a coragem de quem se mantiver fiel, exatamente como uma ponte, sobre a qual poderemos atravessar para chegar incólumes do outro lado, permanecendo fiéis naquilo que cremos.
Bridge Over Troubled Water: Como uma ponte sobre as águas turbulentas eu irei me colocar...
2. Alegria na perseguição
Com o anúncio da destruição do Templo de Jerusalém, Jesus dá início ao discurso cuja ênfase é a ruína deste Templo e da cidade. O conteúdo deste discurso é encontrado, com bastantes semelhanças, no envio dos apóstolos em missão, em Mateus (cf. 13 jul., 26 dez.), e no discurso escatológico, tanto em Mateus (Mt 24) como em Marcos (Mc 13,1-22).
Os discípulos serão perseguidos pelas sinagogas dos judeus, pelos tribunais dos romanos, e até no seio da própria família haverá discórdias à medida que se rompem as tradições conservadores que reproduzem a submissão ao interesse dos poderosos. Porém, este quadro, com traços apocalípticos, não intimida o discípulo empenhado no seguimento de Jesus em sua missão libertadora.
A missão o enche de alegria pelo convívio fraterno, pela comunicação com os irmãos, pela solidariedade que leva os pobres e humildes a sorrirem e a terem esperanças. E a alegria maior é fazer tudo em união com Jesus e com o Espírito de amor do Pai.
Oração
Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.
3. A PERSEVERANÇA QUE SALVA
O futuro dos discípulos do Reino descortina-se num horizonte de perseguições, falsos testemunhos, prisões e até de morte. Essa seria a sorte de Jesus. Não poderia ser diferente a de quem, como ele, assumiu idêntico projeto de fidelidade ao Reino.
Exige-se, do discípulo, coragem e perseverança. O discípulo corajoso não teme diante da perspectiva de ser levado perante reis e governadores, por causa de sua fé. E saberá desempenhar sua missão de servidor do Reino até as últimas conseqüências. O discípulo perseverante não fica a meio caminho, nem se deixa vencer pelo desânimo ou cansaço. Sua fé está tão solidamente fundada, que arrisca tudo para atingir sua meta: a comunhão definitiva com o Pai.
Fator de segurança é a promessa de Jesus: colocar na boca do discípulo corajoso e perseverante as palavras necessárias para se defender diante das calúnias e dos falsos testemunhos. Ele pode se despreocupar, porque lhe será dada uma sabedoria, de origem divina, a qual ninguém será capaz de contradizer.
Portanto, o discípulo goza da contínua assistência do Espírito Santo, do qual lhe vem a força para resistir, mesmo à pressão de seus entes queridos. Desta forma, dará testemunho do senhorio de Deus em sua vida e será sinal do Reino para seus próprios perseguidores.
Oração
Senhor Jesus, faze-me perseverar na fé e no serviço aos irmãos, mesmo em meio a tribulações, de modo que eu seja uma testemunha autêntica do Reino.
Liturgia da Quinta
XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos os que se voltam para ele (Sl 84,9).
Leitura (Apocalipse 18,1-2. 21-23; 19,1-3.9.)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
18 1 Depois disso, vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a terra foi iluminada por sua glória. 
2 Clamou em alta voz, dizendo: "Caiu, caiu Babilônia, a Grande. Tornou-se morada dos demônios, prisão dos espíritos imundos e das aves impuras e abomináveis". 
21 Então um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma grande mó de moinho e lançou-a no mar, dizendo: "Com tal ímpeto será precipitada Babilônia, a grande cidade, e jamais será encontrada. 
22 Já não se ouvirá mais em ti o som dos citaristas, dos cantores, dos tocadores de flauta, de trombetas. Nem se encontrará em ti artífice algum de qualquer espécie. Não se ouvirá mais em ti o ruído do moinho, 
23 não brilhará mais em ti a luz de lâmpada, não se ouvirá mais em ti a voz do esposo e da esposa; porque teus mercadores eram senhores do mundo, e todas as nações foram seduzidas por teus malefícios". 
19 1 Depois disso, ouvi no céu como que um imenso coro que cantava: "Aleluia! A nosso Deus a salvação, a glória e o poder, 
2 porque os seus juízos são verdadeiros e justos. Ele executou a grande Prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição, e pediu-lhe contas do sangue dos seus servos". 
3 Depois recomeçaram: "Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos". 
9 Ele me diz, então: "Escreve: Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro".
Salmo responsorial 99/100
São bem-aventurados os que foram convidados
Para a ceia nupcial das bodas do Cordeiro!
Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
ide a ele cantando jubilosos!
Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,
ele mesmo nos fez, e somos seus,
nós somos seu povo e seu rebanho.
Entrai por suas portas dando graças,
e em seus átrios com hinos de louvor;
dai-lhe graças, seu nome bendizei!
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28)

EVANGELHO (Lucas 21,20-28)
Naquele tempo, 21 20 disse Jesus aos seus discípulos: "Quando virdes que Jerusalém foi sitiada por exércitos, então sabereis que está próxima a sua ruína. 
21 Os que então se acharem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade retirem-se; os que estiverem nos campos não entrem na cidade. 
22 Porque estes serão dias de castigo, para que se cumpra tudo o que está escrito. 
23 Ai das mulheres que, naqueles dias, estiverem grávidas ou amamentando, pois haverá grande angústia na terra e grande ira contra o povo. 
24 Cairão ao fio de espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos pagãos, até se completarem os tempos das nações pagãs. 
25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. 
26 Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. 
27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. 
28 Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Sem medo de ser Feliz...
Se lermos esse evangelho e o interpretarmos ao “Pé da Letra”, vamos ficar cismados que o nosso velho mundo está no fim,  e quando cruzarmos essas informações com os estudos do nosso universo, dando conta que um Satelite ou um Cometa de proporções colossais está em rota de colisão com a terra, vamos começar a acreditar nas previsões catastróficas que tem até data marcada: dezembro de 2012.
É próprio do ser humano especular sobre o fim do mundo, antigamente a ciência não tinha avançado tanto e a previsão vinha mesmo dos meios religiosos, e como o Mundo acabou em água no Dilúvio, então agora vai acabar em fogo. Hoje já se fala nisso de um modo mais avançado, e do universo virá a tragédia que acabará com a raça humana. E há as pessoas simples que até começam a pensar todo dia nessa história e nada mais conseguem fazer a não ser esperar pelo “Dia do Senhor” que está aí as portas.
Nas primeiras comunidades Cristãs também se vivia esse clima de espera, e de vez em quando se retomava a linguagem apocalíptica, um estilo próprio para escrever sobre esses acontecimentos causando impacto nos ouvintes, que rapidinho buscavam a Deus e se convertiam. Então, por que esse evangelho chegou até nós com essa linguagem? Que mensagem ele nos traz? Será que Deus quer nos assustar com a sua Santa Palavra? Claro que não!
Jesus está falando aos seus conterrâneos sobre um acontecimento histórico, que foi a invasão e a destruição da cidade de Jerusalém no ano 70,  quando os Judeus se espalharam pelo mundo inteiro. E O Judaísmo que se gabava tanto da beleza e suntuosidade do seu templo, acabou em nada.  Mas se for só isso, podemos pular esse evangelho pois para nós não há mensagem? Há sim, e das mais belas.
Os Homens definharão de medo...O Ser Humano arrogante e prepotente, que há muito enveredou-se pelo caminho do ateísmo, negando Deus e a sua Verdade absoluta, apostando todas as suas fichas no Materialismo, reduzindo seu projeto de Felicidade aos bens de consumo, fazendo dos grandes Shoppings suas grandes catedrais, irá tomar um grande susto ao descobrir de repente que Deus existe e que toda humanidade caminha para Ele. Esse abalo que o Ser Humano irá tomar, quando descobrir que Deus existe e que há uma forma de se relacionar com Ele chamada Religião, vai deixá-lo estarrecido, pois muitos há que passam a vida e não fizeram ainda essa descoberta.
Por isso o evangelho é bem claro, não quer aterrorizar a ninguém, mas apenas  acende uma luzinha amarela piscante, a nos dizer; Olha, Deus existe sim e um dia qualquer, toda a humanidade irá estar diante dele e o seu Reino definitivo será inaugurado.
Os que já professam e vivem a sua Fé, de modo autêntico e sincero não terão o que temer,pois  erguerão a cabeça seguros de si, convictos de que fizeram a escolhae a decisão acertada ao viverem essa Vida em comunhão com Deus presente em Jesus e agora, neste último ato da humanidade, percebem felizes que chegou o grande dia  de serem acolhidos definitivamente na Comunhão Eterna com o Deus da Vida e da Esperança, com quem sempre caminharam em sua existência.Terão confirmadas perante toda a humanidade a sua esperança e a sua Fé, eles mesmos confirmarão cheios de alegria que, viver uma religião não foi perda de tempo, ópio ou alienação, como certas ideologias apregoavam o tempo todo.
Todo dia é dia de mudança de mentalidade e conversão. Só depende de nós... acreditar e viver a Palavra, ou então ignora-la e acreditar somente nos “grandiosos” projetos humanos, que sempre prometem o mundo e o fundo, mas que nada garantem no pós morte.
2. Discurso escatológico
O discurso escatológico, no evangelho de Lucas, inicia-se com o prenúncio da destruição do Templo e, nesta parte final, faz a narrativa da destruição de Jerusalém. Lucas escreve seu evangelho na década de oitenta, cerca de dez anos após Jerusalém ter sido destruída pelas tropas do general romano Tito, e seu texto inspira-se no fato já acontecido.
O fim de Jerusalém, na visão dos cristãos convertidos do judaísmo, tinha o caráter escatológico da inauguração dos novos tempos, com a manifestação plena do Filho do Homem, no desabrochar da nova humanidade libertada e glorificada em Jesus.
Oração
Pai, faze-se adequar meu existir à novidade que me é oferecida por Jesus, como dom teu à humanidade, de modo que eu possa usufruir dos benefícios de tua salvação.
3. A LIBERTAÇÃO SE APROXIMA
A descrição evangélica do fim do mundo reúne uma variedade de elementos. Seu objetivo é motivar a esperança e a perseverança no coração do discípulo. O pano de fundo do relato é a destruição de Jerusalém pelas tropas romanas e a narração de sinais cósmicos, de caráter apocalíptico, postos em relação com a vinda de Jesus, como juiz libertador.
As vicissitudes causadas pela invasão romana são expressas na fuga apressada para os montes, em busca de esconderijo, na matança da qual o povo foi vítima, e no cativeiro que foi imposto aos judeus. A situação das mulheres grávidas foi particularmente delicada, por não poderem fugir com a pressa exigida pela situação. A destruição de Jerusalém teve um sabor de fim do mundo. De fato, era como se o mundo tivesse vindo a baixo.
Segundo os textos proféticos, a intervenção salvífica de Deus, na história humana, seria acompanhada de fenômenos cósmicos aterradores. E o universo inteiro seria abalado pelo poder absoluto de Deus. Neste contexto, é descrita a visão de Jesus, o Filho do Homem, manifestando-se como juiz de toda a humanidade.
Jesus é o penhor da libertação do ser humano, e deve ser esperado com vigilância e fidelidade. Não importa quando isto acontecerá. Importa, sim, que o discípulo não esteja desprevenido. Vigilância e fidelidade acontecem quando se pratica a misericórdia.
Oração
Senhor Jesus, que eu esteja vigilante e fiel à tua espera, pois vens como libertador.
Liturgia da Sexta-Feira
SANTO ANDRÉ - APÓSTOLO
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Junto ao mar da Galiléia, viu o Senhor dois irmãos: Pedro e André, que pescavam. Ele os chamou: "Vinde comigo; eu vos farei, de hoje em diante, pescadores de homens" (Mt 4,18s).
Leitura (Romanos 10,9-18)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
10 9 Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 
10 É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação. 
11 A Escritura diz: "Todo o que nele crer não será confundido". 
12 Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam, 
13 porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 
14 Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? 
15 E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito: "Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas?" 
16 Mas não são todos que prestaram ouvido à boa nova. É o que exclama Isaías: "Senhor, quem acreditou na nossa pregação"? 
17 Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo. 
18 Pergunto, agora: "Acaso não ouviram? Claro que sim! Por toda a terra correu a sua voz, e até os confins do mundo foram as suas palavras". 
Salmo responsorial 18/19A
Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
Os céus proclamam a glória do Senhor,
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite essa mensagem,
a noite à noite publica essa notícia.
Não são discursos nem frases ou palavras,
nem são vozes que possa ser ouvidas;
seu som ressoa e se espalha em toda a terra,
chega aos confins do universo a sua voz.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vinde após mim, disse o Senhor, e eu ensinarei a pescar gente (Mt 4,19).

EVANGELHO (Mateus 4,18-22)
4 18 Jesus, caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 
19 E disse-lhes: "Vinde após mim e vos farei pescadores de homens". 
20 Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram. 
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os, 
22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Especial: Uma conversa com o Santo do Dia...
____Olha Santo André, para nós aqui do ano de 2012, esse evangelho parece um tanto ingênuo, então o Senhor e o seu irmão Pedro, e mais o Tiago e o João, estavam lá no seu trabalho profissional, lançando as redes no mar, para sustentar a vocês e as famílias, e de repente Jesus passa e chama, e daí vocês encerram a atividade na mesma hora e vão embora com ele. Foi assim mesmo? 
___André rindo ---- Claro que não, acho que todos os Cristãos de 2012, já sabem que os evangelhos não são uma reportagem jornalística e nem um Diário onde os fatos são narrados meticulosamente.... Trata-se de uma reflexão das comunidades cristãs.
___Certo Santo André, mas como aconteceu então?  Vocês realmente abandonaram as barcas, as redes e a Família, para se tornarem discípulos? 
____André ----- Olha, ter família e trabalhar para a sobrevivência faz parte de todo ser humano, e com os discípulos do Senhor não é diferente. Ninguém deve deixar a esposa ou os pais, e o seu emprego e sair por aí virando um “Místico”  ou “Visionário”. Não é esse o ensinamento que o Senhor nos faz neste evangelho. 
___Nossa ! Que alívio, pensei que ia ter de  fazer as malas e cair no mundão, para anunciar o evangelho...Então quer dizer que há uma mensagem e um ensinamento
___André  -  Primeiro precisamos saber que naquele tempo histórico ,os pregadores  eram itinerantes, percorriam as grandes cidades, iam de uma região para outra. Não  se tinha carros, motos, celular, internet, a pregação era no corpo a corpo. Foi assim que Nosso Mestre e Senhor começou a sua vida pública. 
___E por que ele escolheu vocês? 
___André ---  Veja bem, naquele tempo os Mestres passavam pregando, a gente ouvia e se gostássemos do jeito do Fulano, começávamos a segui-lo tornando discípulo, que significa aluno ou aprendiz. Jesus mudou a norma, e foi o primeiro Mestre a escolher seus discípulos a partir de um convite.
___Ah, entendi. Vocês então eram “Os Caras”, tinham virtudes, qualidades e condições de serem discípulos?
___André, rindo de novo---- Imagine! Ao contrário, nosso grupo deixava muito a desejar, ou vocês pensam que só o Judas não prestava?  Mesmo quando começamos a nossa missão, depois que o Senhor nos deu esse mandato, ainda estávamos inseguros, havia entre nós aqueles que ainda não acreditavam....Chegaram até a dizer que nosso Mestre eram “Ruim da Cabeça” de andar por todos os lados com a nossa turminha....Entendam bem que o Senhor não fez uma Seleção dos melhores, ao contrário....
___Bom Santo André, pode arrematar com o ensinamento, acho que agora está claro para todos nós, suas respostas foram super esclarecedoras.... E parabéns pelo seu Dia que é hoje!
___André ----Primeira coisa, o Senhor propõe e convida, não para termos com ele um relacionamento particular e intimista, marcado por privilégios e regalias, além de certos poderes. Mas ele nos chama junto com outras pessoas, para vivermos essa experiência do discipulado em comunidade, isso é, junto com outras pessoas. 
Segundas coisa, a resposta a esse chamado deve ser a coisa mais importante entre todas as demais coisas da nossa vida. O Cristianismo não é apenas uma alternativa a mais, do modo de se viver, ele é a essência, somente a partir dele é que todas as outras coisas, inclusive família e trabalho, adquirem um sentido novo para nós.
2. Venham comigo
Esta narrativa do chamado dos quatro primeiros discípulos é encontrada, praticamente sem alterações, também no Evangelho de Marcos. Já Lucas insere o episódio no contexto de uma pesca milagrosa, e no Evangelho de João o chamado se dá por ocasião do batismo de Jesus feito por João Batista. Pedro e André são originários de Betsaida, região gentílica de fronteira, no norte do lago da Galiléia. André é um nome grego, o que aponta para as raízes gentílicas dos dois irmãos.
Nos Evangelhos, encontramos significativas referências a André. Em Marcos, Mateus e João ele é nomeado entre os quatro primeiros discípulos chamados por Jesus. E está na relação dos doze apóstolos em todos os sinóticos.
No Evangelho de João, é mencionado na narrativa da partilha dos pães e, ainda, com Filipe, é intermediário entre os gregos que queriam ver Jesus. Da mesma forma, no Evangelho de Marcos ele participa do diálogo com Jesus sobre a destruição do templo.
A tradição guarda a memória de um amplo apostolado de André na Ásia Menor, tendo sido martirizado em uma cruz em forma de X, na Acaia.
Oração
Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.
3. COMPANHEIROS NA MISSÃO
O chamado de Jesus deu uma guinada vida de um grupo de pescadores do Mar da Galiléia. O Mestre os queria como companheiros na missão, para fazer deles pescadores de homens. O seguimento exigia várias rupturas. A mais imediata consistiu em "deixar as redes e o barco", seus instrumentos de trabalho, para assumir um tipo novo de atividade.
A segunda diz respeito ao mundo familiar: os filhos "deixam o seu pai". Como conseqüência, devem deixar sua terra e suas tradições para se colocar a serviço de um projeto de alcance universal.
A metáfora da pescaria sublinha aspectos importantes do exercício da missão. Enquanto pescadores de homens, deverão ser pacientes e perseverantes, quando os resultado do trabalho não corresponder ao esforço empregado. Deverão enfrentar, sem medo, as tempestades e as adversidades, quando no horizonte da missão despontar perseguição e morte. Deverão estar sempre dispostos para o trabalho, alimentados por uma forte dose de otimismo e de alegria. Sobretudo, deverão ser movidos pela esperança de, apesar das adversidades, ver seu trabalho reconhecido pelo Pai.
A decisão de deixar tudo associava, definitivamente, os discípulos ao Mestre Jesus. Como o Mestre, estariam a serviço da implantação do Reino de Deus na história, esperando contemplar a vitória do bem, da verdade, da justiça, do perdão, da igualdade e do respeito por todos, sem distinção. Este foi o projeto de vida levado a cabo por Jesus, embora sua caminhada se concluísse com a morte de cruz. Por esse caminho, seguem também seus companheiros.
Oração
Pai, dá-me forças para ser verdadeiro companheiro na missão de seu Filho Jesus, mesmo devendo sofrer perseguições e contrariedades.
Liturgia do Sábado
XXXIV SEMANA COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos o que se voltam para ele (Sl 84,9).
Leitura (Apocalipse 22,1-7)
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
22 1 A mim, João, mostrou-me então o anjo um rio de água viva resplandecente como cristal de rocha, saindo do trono de Deus e do Cordeiro. 
2 No meio da avenida e às duas margens do rio, achava-se uma árvore da vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas da árvore para curar as nações. 
3 Não haverá aí nada de execrável, mas nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Seus servos lhe prestarão um culto. 
4 Verão a sua face e o seu nome estará nas suas frontes. 
5 Já não haverá noite, nem se precisará da luz de lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus a iluminará, e hão de reinar pelos séculos dos séculos. 
6 Ele me disse: "Estas palavras são fiéis e verdadeiras, e o Senhor Deus dos espíritos dos profetas enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer em breve. 
7 Eis que venho em breve! Felizes aqueles que põem em prática as palavras da profecia deste livro". 
Salmo responsorial 94/95
Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva! 
Ao seu encontro caminhemos com louvores,
e, com cantos de alegria, o celebremos!
Na verdade, o Senhor é o grande Deus,
o grande rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, 
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez,
e a terra firme suas mãos a modelaram.
Vinde adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o filho do homem! (Lc 21,36).

Evangelho (Lucas 21,34-36)
21 34 Disse Jesus aos seus discípulos: "Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. 
35 Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. 
36 Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Vestir a Camisa com Fé e ficar em pé!
Liturgicamente hoje termina o nosso ano Litúrgico “B”  e amanhã  começa o novo ano, que na liturgia é identificado pela letra “C”.  Chegamos ao fim de uma caminhada e vamos iniciar outra.  Nesse contato contínuo com a Santa Palavra, nesse espaço, nas Celebrações Eucarísticas ou da própria Palavra, nas milhares de comunidades espalhadas pelo mundo afora, nos alimentamos dessa Vida Nova que a Graça nos transmite.
Também, com o passar do tempo, sempre tendo como sentido e referência única a Palavra de Deus, fomos tirando dos nossos corações aquelas coisas que antes considerávamos tão importantes, mas que diante da urgência da nossa conversão, fomos achando que eram inúteis, e assim o nosso coração ficou mais leve e arejado.
O evangelho de hoje recorda-nos tudo e nos questiona se essa caminhada valeu a pena. Portanto hoje a Palavra nos convida a olharmos para dentro de nós, bem lá dentro do nosso coração. Que sonhos e que anseios há nele? Estamos já convencidos de que o Reino que Jesus inaugurou entre nós, cuja causa nós abraçamos, vestindo a “Camisa”, é a coisa mais importante desse mundo, ou ainda vacilamos na Fé e temos o coração pesado, nesse sentido?
O que têm nos sustentado nessa caminhada? Nossas orações se tornam também ações a favor desse Reino, ou ainda somos daqueles que ficamos o tempo todo rezando para que as coisas melhorem em nossa vida e na vida das pessoas?
Pois, se vivemos uma Fé desse jeito, não entendemos nada do que a Palavra nos falou ao longo de todo esse tempo e o que é pior, quando o Reino chegar em definitivo, será para nós uma grande armadilha e iremos nos apresentar diante  de Deus, não em pé e com a cabeça erguida, mas deitados, derrotados e cabisbaixos por termos negligenciado a Força da Graça de Deus, que nos capacita a todo momento, a construímos esse Reino com as nossas próprias mãos.
2. A pessoa em primeiro lugar
O discurso escatológico teve início com a fala de Jesus anunciando a destruição do Templo de Jerusalém, quando os discípulos se admiravam da beleza e do luxo do mesmo. Esta admiração dos discípulos é característica de uma tradição na qual os ricos são admirados por seu poder e pompa, enquanto os pobres são tratados com indiferença. Com o anúncio da destruição do Templo, Jesus remove tal tradição, propondo um novo olhar sobre o mundo, resgatando a dignidade e a vida das pessoas.
Os discípulos devem estar atentos para não se deixar seduzir pelas propagandas e os projetos de sucesso oferecidos pelo sistema sob controle dos poderosos, que escravizam o povo. Estes poderosos forjam armadilhas para manter o povo iludido, esperançoso e dependente, usado como instrumento de lucro do sistema. Corre-se atrás do dinheiro e das benesses dos poderosos, curvando-se aos seus interesses e desumanizando-se. Cai-se, assim, na embriaguez da riqueza, com a preocupação em conquistá-la e, se o consegue, em preservá-la, tornando-se escravos da mesma.
Os falsos valores vão sendo derrubados, mas os discípulos, perseverantes na oração, dedicam-se à construção do novo mundo de justiça e paz, e permanecem de pé diante de Jesus, o Filho do Homem.
Oração
Pai, ajuda-me a estar em permanente vigilância e oração, preparando-me para o encontro com teu Filho Jesus e ser acolhido por ele.
3. FIQUEM ATENTOS!
A demora da vinda do Senhor pode ter como efeito, no coração do discípulo, uma espécie de torpor espiritual, que o leva a viver sem esperança no futuro, e sem criatividade no presente. Jesus quis manter viva, no discípulo, a chama da esperança, de forma a impedi-lo de enveredar-se pelo caminho da busca desenfreada de prazeres mundanos e de limitar-se a preocupações mesquinhas centradas em coisas irrelevantes.
Vigilância e oração seriam a forma de manter viva a esperança. A vigilância confronta continuamente o discípulo com as realidades escatológicas, não permitindo que ele ceda à tentação de acomodar-se e levar uma vida medíocre. Essa vigilância apresenta-lhe as exigências atuais do Reino como pré-condição para ser acolhido no Reino definitivo, e o move a viver conformando sua vida com elas.
A oração, por sua vez, faz o discípulo viver em comunhão com o Senhor que vem. Ou seja, já no presente, o discípulo orante experimenta a comunhão que, no futuro, se plenificará. Este íntimo relacionamento com o Senhor reflete-se na vigilância.
O discípulo orante tudo fará para ser fiel ao Senhor e ao seu Reino. A oração leva-o a ter uma atenção redobrada, para não perder de vista o Senhor que vem. Leva-o, também, a antecipar as alegrias do Reino.
Oração
Senhor Jesus, pela oração e pela vigilância, quero estar sempre à tua espera, ansiando por experimentar a plenitude das alegrias do Reino.
Liturgia do Domingo  02.12.2012
1º Domingo do Advento — ANO C

Início do Novo Ano Litúrgico - 2012/2013 - ANO C

(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Levantai a cabeça! Cristo vem!" __
Ambientação:
(Valorizar os símbolos do Advento: coroa, velas, manjedoura vazia...)
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Iniciando mais um Ano Litúrgico, começamos com o Tempo do Advento, que nos convida a alimentar a esperança, pois Cristo vem. E ele deve nos encontrar preparados, acordados de cabeça erguida! Não sufocados pelas preocupações da vida, alienados e sem consciência como quem dorme, cabisbaixos e desanimados como quem já se cansou. Este tempo fala forte de alguém especial que vem. Ele nos convida a viver na inquientante expectativa da realização plena das "promessas" de Deus, das quais Cristo é o penhor.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Iniciamos um novo Ano Litúrgico, celebrando o Tempo do Advento. Ao acender a primeira vela da coroa do Advento, façamos deste tempo sagrado um roteiro espiritual de oração e boas obras; tempo também de reunir as famílias nos grupos de novena, para que o verdadeiro espírito do Natal reine nos lares cristãos e aproxime as pessoas afastadas da fé. Neste Ano da Fé, refaçamos nossa adesão ao mistério de Cristo, numa caminhada que culmina com a próxima Festa de Cristo Rei.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem da "vinda" do Senhor. Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um "rebento" da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do Messias. O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: "alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projecto desse mundo novo". É preciso, no entanto, reconhecê-l'O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz. A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
Uma nota especial do Webmaster para esta data:
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Como dito nas introduções e Ambientação, acima, hoje se inicia um novo Ano Litúrgico, ou seja, as Leituras e Liturgias de cada tempo ou ciclo do ano litúrgico são diferenciadas e organizadas em ANO A, ANO B e ANO C. Isto significa que o cristão, católico assíduo que vá à missa todos os dias ou que pelo menos leia e estude a Liturgia Diária, em três anos completos terá lido e estudado toda a Bíbilia, e mais ainda: se praticar com amor em sua vida o que ler e aprender todos os dias, em três anos terá acumulado bençãos incalculáveis no caminho da Paz e da Santidade. - Clique aqui para saber mais sobre o Ano Litúrgico
I SEMANA DO ADVENTO - INÍCIO DO ANO LITÚRGICO "C"
Antífona da entrada: A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera (Sl 24,1ss).
Comentário das Leituras: Como cristãos, sabemos que nosso destino é a vida eterna. Vida eterna que terá início no encontro com Jesus Cristo, em sua segunda vinda. Para que o broto da eternidade, plantado por Deus em nós, produza flores e frutos, é preciso viver na santidade, estar vigilantes e nos distanciar de toda espécie de vício. A sobriedade e a perseverança no amor são garantias de salvação. Ouçamos com atenção as Leituras e a Homilia de hoje.
Primeira Leitura (Jeremias 33,14-16)
Leitura do livro do profeta Jeremias.
33 14 "Eis que outros dias virão. 
15 E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a eqüidade na terra. 
16 Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será chamada Javé-nossa-justiça". 
Salmo responsorial 24/25
Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos 
e fazei-me conhecer a vossa estrada! 
Vossa verdade me oriente e me conduza, 
porque sois o Deus da minha salvação!
O Senhor é piedade e retidão 
e reconduz ao bom caminho os pecadores. 
Ele dirige os humildes na justiça, 
e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Verdade e amor são os caminhos do Senhor 
para quem guarda sua aliança e seus preceitos. 
O Senhor se torna íntimo aos que o temem 
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Segunda Leitura (1 Tessalonicenses 3,12-4,2)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
3 12 Que o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco. 
13 Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos! 
4 1 No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais. 
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8)

EVANGELHO (Lucas 21,25-28.34-36)
21 25 Disse Jesus a seus discípulos: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. 
26 Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. 
27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. 
28 Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação. 
34 Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. 
35 Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. 
36 Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem". 
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Rito da Comunhão
A comunhão, tanto do sacerdote como dos fiéis, conservou sempre uma extrema simplicidade. Todavia, trata-se sempre de um momento grave e rico em simbolismo, pois através dele entramos em verdadeira comunhão com o próprio Senhor Jesus Cristo. Para a comunhão dos cristãos, recomenda-se hoje que o Corpo do Senhor seja distribuído, na medida do possível, com hóstias consagradas na própria Missa à qual se participa. Por outro lado, a Instrução Geral do Missal Romano oportunamente recorda que: "A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como em relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai."
CARÍSSIMOS IRMÃOS E IRMÃS:
O próximo sábado, dia 08 de dezembro, é a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, uma das quatro festas de preceitos, além dos domingos, o que implica a participação na Eucaristia.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Br – Is 2,1-5; Sl 121 (122); Mt 8,5-11
3ª Rx - Is 11,1-10; Sl 71 (72); Lc 10,21-24
4ª Rx - Is 25,6-10a; Sl 22 (23); Mt 15,29-37
5ª Br - Is 26,1-6; Sl 117 (118); Mt 7,21.24-27
6ª Br - Is 29,17-24; Sl 26(27); Mt 9,27-31
Sb Br – Gn 3,9-15.20; Sl 97 (98); Ef 1,3-6.11-12; Lc 1,26-38
2º DOM. ADVENTO Br - 5,1-9; Sl 125(126),1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R/.3); Fl 1,4-6.8-11; Lc 3,1-6 (O Precursor)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Erguei a vossa cabeça
O gesto de ficar de cabeça baixa tem muitos significados, quando se perde a honra e a dignidade, quando pesa sobre nós alguma acusação grave, quando sentimos o peso de nossas misérias, ou quando há em nós alguma culpa ou remorso, por algo de mal que cometemos. Antigamente, os filhos ou filhas, ouviam a correção paterna de cabeça baixa, sinal de vergonha, humilhação e arrependimento. Em um tribunal, o réu permanece de cabeça baixa diante do magistrado. Pode ser um gesto imposto, mas também pode ser um ato voluntário. Quem tem coração marcado por alguma culpa, não consegue olhar nos olhos de alguém que lhe é superior nas virtudes. Na minha infância, quando os valores familiares e comunitários eram um patrimônio sagrado, havia certos olhares que evitávamos, quando havíamos cometido algum deslize, o olhar do pai e da mãe, o olhar dos nossos mestres na escola, o olhar do sacerdote na igreja, ou mesmo o olhar da nossa catequista, ou daquelas pessoas que considerávamos muito bondosas. Sempre que algo pesava em nossa consciência era muito difícil erguermos a cabeça e olharmos de frente para essas pessoas. Talvez seja por isso, que nesses tempos da pós modernidade, algumas pessoas mais antigas, vira e mexe, comenta “Que o mundo véio virou de ponta cabeça”, referindo-se a essa inversão de valores no campo da ética e da moral.
Parece que hoje em dia há um sentimento de culpa, no coração de quem quer se comprometer com o Bem , que é o próprio Deus revelado em Jesus Cristo, pois a perversidade, a maldade, a mentira e o cinismo, estão presentes em todas as classes ou categorias de pessoas, fazendo com que instituições, antes intocáveis, agora sejam vistas com certa desconfiança.. E assim, muitas pessoas acabam desistindo de ser boas, honestas, íntegras em seu ambiente, por terem vergonha de ser uma exceção. Tive uma amiga que saiu de uma empresa, porque na sua área de trabalho, embora jovem, e sendo casada, era a única que não tinha ainda saído com o chefe e dizia-me que sentia-se muito mal em meio as outras meninas.
É o relativismo nefasto e cruel, que vai sufocando os valores da dignidade humana e que invadiu todos os ambientes, até mesmo nossas comunidades cristãs, corrompendo o coração de muitos crentes testemunhas de Jesus. Quando o homem passa a ser referência de si mesmo, sem a índole do cristianismo, o mundo verdadeiramente acaba “virando de cabeça para baixo”.
Sol, lua e estrelas simbolizam algo que toda a humanidade pode ver. De fato, em toda a terra tem-se a impressão de que o Mal se tornou soberano e nos filmes catastróficos, algo apavorante é o barulho do mar e as ondas gigantescas que engolem em poucos minutos, toda uma civilização. Para o povo antigo, o mar era o domínio das forças do mal, eis aqui a causa da angústia humana: medo de que o Bem Supremo não exista, de que tudo o que ouvimos falar de Deus seja uma mentira e que a Obra da Criação e a Salvação que Jesus nos trouxe, não passe de uma bela história, inventada por grupos religiosos.O ser humano tem medo da sua própria verdade, e mais ainda, da Verdade Divina.
O Evangelho desse primeiro domingo do advento, quando no calendário litúrgico inicia-se um novo ano, desfaz essa grande mentira do Mal “Vencedor”. “Então eles verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens, com grande Poder e Glória!”. Haverá um epílogo na História da Humanidade, tudo irá convergir para Deus. Naquele momento irá se revelar quem é o ser humano, criado por Deus e chamado para viver a vocação do amor em sua plenitude, todos os homens se encontrarão com Cristo, Senhor do céu e da terra, o primogênito de vivos e mortos, o homem verdadeiro nascido do desejo de Deus, feito á sua imagem e semelhança.
“Quando todas essas coisas começarem a acontecer..” Isso é, quando tudo parecer estar perdido, quando o homem perder toda sua dignidade e rastejar-se diante das forças do mal, enfim, quando a derrota do Bem parecer iminente, o cristão altivo, que professa sua fé em Jesus Cristo, único Deus e Senhor de toda a História, deverá levantar-se e erguer a cabeça, porque a redenção está próxima. O seu testemunho firme e resoluto irá desmascarar o mal, onde ele estiver, e como a neve tênue, o Mal não conseguirá resistir ao raio de sol do Bem Supremo que é Jesus Cristo.
Quanto aos que acreditaram nas potestades do mal e em seu livre arbítrio trilharam os caminhos da escuridão, naquele momento irão abaixar a cabeça envergonhados, porque não conseguirão contemplar o Cristo Glorioso sobre as nuvens estes tomarão consciência da vitória definitiva do Bem e depois, assistirão estupefatos a instauração definitiva do Reino, e depois, cabisbaixos seguirão adiante, mergulhando na angústia eterna, tendo a sã consciência de que tiveram mil oportunidades na vida, para conhecerem o Senhor, mas que desgraçadamente fizeram a Opção errada!
2. Estar vigilante
Hoje, com o primeiro domingo do Advento, inicia-se o novo ano litúrgico, antecipando-se ao início do ano civil. O Advento é um tempo de aprofundamento do grande acontecimento da encarnação do Filho de Deus, já em processo desde a concepção de Jesus no ventre de Maria, comemorada em 25 de março, na festa da Anunciação, e manifestada no seu nascimento, comemorado no Natal, em 25 de dezembro.
A tradição litúrgica abre o tempo do Advento com a leitura de um trecho do discurso escatológico dos evangelhos, com a advertência aos discípulos para permanecerem vigilantes. Dessa maneira, para a Igreja, o nascimento de Jesus é compreendido como a chegada de um novo tempo, o qual deve ser acolhido com uma fé atenta e vigilante.
Quando Jesus falara sobre a destruição do Templo de Jerusalém (cf. 27 nov.), os discípulos perguntaram sobre quando isto ocorreria e qual seria o sinal. Estes discípulos tinham ainda a expectativa da restauração política da Judeia, tendo Jerusalém como o centro de poder mundial, com seus critérios próprios de justiça e direito para o julgamento dos demais povos (primeira leitura). Jesus apresentara, na terra, os sinais das guerras, dos terremotos, pestes e fomes. Menciona, agora, alguns sinais cósmicos, com caráter simbólico, próprio da literatura apocalíptica. Estes sinais indicam o desmoronamento da ordem social injusta, seja no mundo religioso judaico, seja no mundo gentílico, a qual cede lugar a um mundo novo possível. "As potências celestes serão abaladas", indica o fim dos poderes que usam a religião e o nome de Deus como instrumento de opressão e lucro. "E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória." É o poder do amor e da vida (cf. segunda leitura) que frustra os objetivos dos poderes da morte.
Pode-se ver no título de "Filho do Homem", atribuído a Jesus, a expressão da humanidade, em toda sua simplicidade, humildade e fragilidade, assumida em Jesus, pela encarnação. Envolvida pelo amor de Deus Pai e Mãe, esta humanidade é filialmente revestida de divindade e eternidade. A comunhão com Jesus se dá na libertação das preocupações da vida submissa aos interesses dos ricos poderosos, e na vigilância e na oração contínua, na atenção e no serviço aos mais carentes de vida e amor neste mundo.
Vivemos o dia da presença do Reino de Deus no mundo, que vem como uma armadilha para aqueles que estão seduzidos pelo poder deste mundo. Os poderosos do mundo procuram apanhar a todos com outras armadilhas, que não vêm de Deus. Eles têm como meta suprema a acumulação de riqueza, que é feita a partir da exploração dos empobrecidos. Sua principal armadilha é a ideologia que infundem, incutindo nos empobrecidos a esperança de que um dia alguns deles poderão tornar-se ricos também. Os iludidos, mesmo vivendo em condições de carência e exclusão, são tomados pela ansiedade do enriquecimento, tornando-se indiferentes à solidariedade fraterna que leva à comunhão de vida. A atenção à palavra de Deus e a oração libertam os discípulos destas armadilhas.
Lucas associa a oração contínua à vigilância escatológica. A oração contínua é a oração do coração e do compromisso, na presença de Deus, que completa a vida em comunhão fraterna.
Hoje é o tempo de amar, é o dia de comunicar a liberdade e a vida, semeando a Paz, na alegria da fraternidade dos filhos de Deus.
Oração
Espírito de oração vigilante, conserva-me em estado de contínuo alerta, a fim de que eu me prepare, pela vivência do amor, para a chegada do Cristo que vem.
3. SEJAM VIGILANTES!
A exortação de Jesus à vigilância visava criar, no coração de seus discípulos, a atitude correta de quem deseja acolher o Senhor que vem. A incerteza da hora poderia ter como efeito desviá-los do caminho certo, levando-os a se afastarem, perigosamente, do Reino.
Vigiar significa por em prática as palavras de Jesus, especialmente o mandamento do amor. Significa enfrentar a tentação do egoísmo, que leva o discípulo a convencer-se da inutilidade de fazer o bem. Significa acreditar que vale a pena lutar para construir o Reino, a exemplo de Jesus, num mundo onde a injustiça e a maldade parecem falar mais alto. Significa estar sempre disposto a perdoar e a se reconciliar, revertendo a espiral da violência que assume proporções sempre maiores.
A vigilância cristã é perseverante e se alimenta da esperança. A pessoa vigilante não se abate, ainda que a realidade seja desesperadora. O discípulo do Reino sabe olhar para além da História e contemplá-la na perspectiva de Deus, segundo o ensinamento de Jesus. A vigilância, portanto, faz com que ele não seja esmagado pelo peso da história humana. Pelo contrário, o permite descobrir nela uma lógica inacessível para quem não tem fé.
O discípulo esforça-se para não se deixar vencer pelo sono da infidelidade ao Senhor e ao Reino. Ser encontrado, assim, seria a sua ruína.
Oração
Senhor Jesus, que eu esteja vigilante à tua espera, para ser encontrado perseverante no amor e cheio de esperança de ser acolhido por ti.