segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Semana do Natal

Liturgia da Segunda Feira — 31.12.2012
OITAVA DO NATAL *
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado mensageiro do conselho de Deus (Is 9,6).

Leitura (1 João 2,18-21)
Leitura da primeira carta de são João.
2 18 Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. 
19 Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. 
20 Vós, porém, tendes a unção do Santo e sabeis todas as coisas. 
21 Não vos escrevi como se ignorásseis a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.
Salmo responsorial 95/96
O céu se rejubile e exulte a terra!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação.
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).

Evangelho (João 1,1-18)
1 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 
2 Ele estava no princípio junto de Deus. 
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. 
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. 
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. 
15 João dá testemunho dele, e exclama: "Eis aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim'". 
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Parábola do Menino de rua...
Era um menino pobre  que vivia na miséria total, dormia em baixo da ponte ou nas marquises dos prédios, não tinha a segurança de um lar, de uma família, não tinha quem olhasse por ele. Um certo dia um homem sentou-se ao seu lado e começou a conversar com ele.
Comprou e comeu com ele um cachorro quente e um refrigerante, depois passou uma noite com o menino, dormiram em baixo de uma marquise porque naquela noite choveu muito e de manhã convidou o menino a ir para sua casa.
___O Senhor tem uma casa? Uma família? Como é isso...? 
___Sim, tenho uma família e uma casa e queria levar você para morar com a gente. 
___Mas por quanto tempo vou poder ficar por lá? Perguntou o menino desconfiado. 
___Filho, você não vai como hóspede, mas sim como membro da família, poderá ficar a vida inteira e tudo o que é nosso será também seu, e um dia serás Herdeiro...
Uma pergunta para os leitores: Quem é que recusaria uma proposta dessa? Só se o sujeito for ruim da cabeça e não estiver em seu juízo perfeito, não é mesmo?
Pois aqui está o evangelho de São João, neste último dia do ano civil, a encarnação de Jesus, aquele que pré existia junto ao Pai, e que assumiu a nossa natureza humana, tornando-se um de nós, nos convida a participarmos na comunhão de vida com a Trindade Santa, Jesus não só assumiu a nossa natureza humana, mas nos divinizou fazendo-nos participantes da Trindade, mesmo na caminhada terrena, com as nossas fragilidades.
É isso que João Batista anunciou: mudança de casa, mudança de rumo e de direção, a Graça e a Verdade em Cristo Revelada nos deu acessibilidade total á comunhão com Deus. Agora acabou o tempo da Lei, pois em vez de simplesmente obedecermos ordens (seguirmos a Lei) nos tornamos íntimos daquele que nos deu a Lei, e por esta nossa ligação com Jesus o Pai nos acolhe em sua casa e somos inseridos na comunhão, podendo contemplar a sua glória e a sua luz maravilhosa.
Encarnação, assim resumida por João, consiste precisamente nisso: Jesus vem á nossa vida e nos leva a participar da Vida de Deus. Nele nasce um Novo homem, que agora renovado pela Graça e Salvação, se reencontra diante de Deus em imagem e semelhança, como em sua origem...
2. Um mundo novo
Já brilha a luz da qual João Batista foi testemunha, a qual iluminará o novo ano civil que se aproxima. Esta luz é a vida comunicada pela Palavra de Deus que veio habitar entre nós. Toda a criação foi feita pela Palavra e, agora, quem crer nela e a acolher torna-se filho de Deus, participante de sua vida eterna. Tudo foi feito pela Palavra e o universo criado é a expressão do poder de Deus.
E o Verbo se faz carne, Jesus nasce. A carne, a individualidade de Jesus, é solidária com todo o universo. Jesus é o homem novo e com ele surgem os novos homens e as novas mulheres, o novo céu e a nova Terra, transcendendo o tempo.
Agora, homens e mulheres que creem na Palavra são gerados por Deus, na comunicação do seu amor. Na sua relação com os homens e as mulheres, Deus é amor. Deus comunica sua vida a eles por amor. E este amor é plenamente revelado e glorificado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
3. A TENDA DIVINA ARMADA ENTRE NÓS
Só uma reflexão atenta sobre o nascimento de Jesus permitiu ao evangelista compreender, em profundidade, o que se passou na humildade de Belém. Aí, o Filho de Deus armou sua tenda entre nós, na qualidade de enviado para nos falar de Deus e nos levar a conhecê-lo. Ele veio para nos transmitir tudo quanto aprendeu do Pai.
Sua condição divina foi descrita num linguajar elevado. Ele era a Palavra de Deus, estava em Deus e gozava da condição divina. Toda a Criação traz a sua marca, por ser obra sua. Nenhum ser existe independente de seu querer, pois nele estava a fonte da vida. Foi ele que arrancou o ser humano das trevas do erro, sendo uma luz brilhando nas trevas. Desde então, toda pessoa pode beneficiar-se desta luz, oferecida abundantemente.
Fazendo-se carne, em Jesus de Nazaré, a Palavra divina tornou-se visível. E assim, toda a humanidade passou a ter acesso a Deus, de maneira nova, por meio do Filho único, "cheio de graça e verdade". Só ele pode nos falar do Pai.
Todas estas credenciais não foram suficientes para que os seus acolhessem Jesus. Antes, movidos pelas paixões humanas – "a vontade da carne" –, muitos o rejeitaram recusando-se a partilhar da plenitude que lhes tinha sido oferecida.
Contudo, a insensatez humana não foi suficientemente forte para anular o projeto do Pai. A tenda do Verbo encarnado continua armada entre nós. Aproximemo-nos dela!
Oração
Pai, em teu Filho Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado.
Liturgia da Terça-Feira  01.01.2013
SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS — ANO C

(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
__ "Maria meditava tudo em seu coração" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste primeiro dia do ano civil, a Igreja celebra o mistério da maternidade divina, realizado em Maria, apresentando-a como protótipo do cristão, que medita a Palavra e os acontecimentos da vida. Por isso, Maria, a Mãe do Senhor, encarna o ideal dinâmico da presença ativa da mulher na Igreja e é o ponto mais alto da estima dos valores femininos que Cristo testemunhou com sua atitude diante da mulher. Neste Dia Mundial da Paz, iniciando um novo ano, a paz é desejada, suplicada como sinal de benção e da proteção permanente de Deus. Com o exemplo de Maria no seu sim incondicional, assumamos a proposta de Jesus de sermos promotores da paz em nossos lares e na sociedade em que vivemos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no alvorecer do Ano Novo, nos coloca diante da Esperança que foi gerada no ventre virginal de Nossa Senhora. Deixemo-nos, pois, inundar pela paz que Jesus trouxe e nos confiemos à constante proteção da Virgem Maria. Depositemos aos pés da Mãe de Deus nossas esperanças e nosso compromisso de, neste ano, nos empenharmos mais na busca da paz e no aprofundamento da fé.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Hoje celebramos a Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Deus em sua plenitude e em sua infinita bondde mostra que precisa de nós, seres humanos, para realizar suas grandiosas obras. É através da família que seu amor infinito se espalha pelo mundo, contagiando a todos com a beleza da santidade e do amor ao próximo.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
MARIA, MÃE DE DEUS
Antífona da entrada: Salve, ó santa mãe de Deus, vós destes à luz o rei que governa o céu e a terra pelos séculos eternos (Sedúlio).
Oração do dia
Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário das Leituras: A Palavra nos incentiva a invocar a bênção divina, para que a paz tome conta de nossas vidas, pois somos filhos e filhas do Deus da paz. A meditação silenciosa de Maria, Mãe de Deus, é exemplo e caminho de como beber a paz divina e ser promotor dessa mesma paz, através de nossos relacionamentos.
Primeira Leitura (Números 6,22-27)
Leitura do livro dos Números.
6 22 O Senhor disse a Moisés: 
23 "Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos de Israel: 
24 O Senhor te abençoe e te guarde! 
25 O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! 
26 O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! 
27 E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei". 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 66/67
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,
e sua face resplandeça sobre nós!
Que na terra se conheça o seu caminho
e a sua salvação por entre os povos.
Exulte de alegria a terra inteira,
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão
e guiais, em toda a terra, as nações.
Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,
que todas as nações vos glorifiquem!
Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,
e o respeitem os confins de toda a terra!
Segunda Leitura (Gálatas 4,4-7)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
4 4 Irmãos, quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, 
5 a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. 
6 A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! 
7 Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus. 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; 
nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1s).

EVANGELHO (Lucas 2,16-21)
2 16 Os pastores foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura. 17 Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino. 
18 Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores. 
19 Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração. 
20 Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito. 
21 Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno. 
BÊNÇÃO DO INÍCIO DO ANO
Presid.: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.
Presid.: Que o Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda a bênção, vos conceda a sua graça, derrame sobre vós as suas bênçãos e vos guarde sãos e salvos todos os dias deste ano.
Todos: Amém.
Presid.: Que ele vos conserve íntegros na fé, pacientes na esperança e perseverantes até o fim na caridade.
Todos: Amém.
Presid.: Que ele disponha em sua paz vossos atos e vossos dias, atenda sempre as vossas preces e vos conduza à vida eterna.
Todos: Amém.
Presid.: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. BÊNÇÃO E PAZ!
A Igreja celebra em todo dia primeiro de ano a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, onde a primeira leitura nos apresenta a chamada “Bênção de Aarão” que traz uma tríplice invocação de Deus, precedida de uma ação.
Para o homem bíblico, bênção tinha muitos significados e há correntes religiosas que em nossos dias ainda vê a bênção dentro desses conceitos do Antigo Testamento, o que é perigoso, pois pode gerar uma distorção nos ensinamentos básicos do Cristianismo, transmitidos por Jesus.
Bênção não é uma superproteção divina para alguns privilegiados, nem tão pouco aumento de patrimônio e conquista de riqueza, porque nesse caso, o homem Jesus de Nazaré seria o mais rico que já pisou nessa terra e seu nome estaria evidentemente relacionado entre as maiores fortunas do mundo, e Jesus também não teria proclamado que os pobres e pequenos são os prediletos no Reino de Deus.
A bênção também não é um amuleto de sorte ou uma fórmula mágica para se fazer uso quando algo dá errado em nossa vida. Na verdade, bênção é todo bem que desejamos e que Deus quer nos dar, não porque sejamos merecedores, mas porque a sua misericórdia nos concede gratuitamente.
E qual é o maior bem que podemos desejar? O mundo responde que é o “ter” e o “poder”, porém, infeliz do homem que assim pensar. A segunda leitura dessa liturgia nos dá a resposta e nos leva ao coração de Deus porque fala da bênção na sua essência, pois o Bem mais supremo e a maior de todas as bênçãos que Deus nos concede é Jesus Cristo, que nos transforma de escravos, porque éramos devedores de Deus, em filhos, herdeiros da sua graça!
É exatamente nesse ato da bondade divina que se concretiza a bênção de Aarão – Em Cristo, Deus nos guarda, nos mostrou a sua face, concedeu-nos a sua graça, voltou para nós o seu olhar e nos concedeu a verdadeira Paz.
E quem é portador dessa bênção? São pessoas especiais, dotadas de poderes sobrenaturais? O evangelho de Lucas, que narra alguns episódios da infância de Jesus, nos mostra que é portador dessa bênção, quem crê e vive essa grande esperança chamada Jesus. A narrativa coloca em realce Maria e os pastores, que eram pessoas simples do meio do povo. Os pastores viviam isolados em suas aldeias próximas a pastagem e não tinham acesso ao sistema religioso, porque sua conduta não era das melhores já que tinham fama de mentirosos e violentos. Maria é de um vilarejo pobre, Nazaré, que em nada poderia contribuir para alguma mudança na humanidade. É no coração dessas pessoas, excluídas do sistema religioso e econômico, que Deus age.
O poder religioso da época jamais admitiria que Jesus fosse o Messias prometido; já os pastores, ao ouvirem o anúncio na noite santa, puseram-se a caminho. Lucas gosta da palavra “pressa” (ele a utiliza para Maria, na visita a sua prima Isabel: Maria foi às pressas...) e nesse domingo novamente menciona que os pastores foram as pressas... Ter pressa nos sugere movimentos feitos com rapidez, mostrando-nos assim que o anúncio da Boa Nova requer certo dinamismo, uma ação eficiente e objetiva.
Quando o nosso agir emana da fé, nossas atitudes e palavras provocam admiração; porém, o verdadeiro anunciador da Boa Nova jamais aponta para si mesmo, mas para o “outro”. A admiração das pessoas é porque vê nos pastores o agir de Deus, é Ele quem causa admiração. As pessoas na verdade descobrem Deus no agir de quem o anuncia. Essa ação de Deus em nossa vida, nem sempre pode ser explicada, pois a fé é por si um mistério. Há muita gente que quando depara com o mistério em sua vida, e não consegue explicação lógica para certos acontecimentos , acabam desistindo de viver a fé.
O texto dá a entender que Maria e José se admiraram das coisas que os pastores anunciaram. Maria é por excelência a portadora de Jesus para o mundo, mas não sabe tudo e vai descobrindo a verdade aos poucos, sabendo reconhecer Deus nas palavras daqueles homens rudes. Por isso, ela guardava todas essas coisas no coração.
A exemplo de Maria e dos pastores, louvemos e glorifiquemos a Deus, adorando-o no mais íntimo do nosso ser a cada dia de nossa vida, e neste primeiro dia do ano rezemos como o salmista “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”. Amém.
2. Esperanças de um feliz ano novo
Começar o ano civil com esta festa é significativo, pois nos põe na perspectiva do discipulado. Maria é modelo do discípulo: mulher que escuta a Palavra e põe em prática o que escutou. O evangelho de hoje faz parte de um conjunto de textos denominados "evangelhos da infância". O anúncio dos anjos aos pastores, uma das classes mais esprezadas da época, introduz uma novidade na história do povo eleito: ninguém está excluído da salvação, muito pelo contrário.
A salvação, o amor de Deus pela humanidade, se faz experimentar, agora,numa carne como a nossa, num coração como o nosso, em Jesus de Nazaré. É dessa mensagem que os anjos são portadores e de que Maria "conservava e meditava no seu coração". Se a mensagem causa admiração, ela exige a atitude requerida pelo mistério: escuta e meditação. A atitude de Maria é pedagógica: a compreensão do mistério de Deus supõe tempo e um itinerário pelo qual o ouvinte é conduzido ao mistério Pascal de Jesus Cristo, lugar teológico a partir do qual toda a história da salvação é compreendida na sua unidade.

Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
3. GUARDAVA TUDO NO CORAÇÃO
Os fatos ocorridos em torno do nascimento de Jesus exigiram de Maria muita atenção. A acolhida do projeto divino – "Faça-se em mim segundo a tua palavra" – de modo algum proporcionou-lhe um conhecimento preciso e exaustivo do que estava para acontecer. O "sim" de disponibilidade exigiu dela jogar-se toda nas mãos de Deus e adaptar-se aos contínuos imprevistos preparados pelo mistério divino.
As palavras dos pastores a respeito de Jesus pegaram-na de surpresa. Eles falavam das coisas maravilhosas comunicadas pelos anjos: o recém-nascido era o Salvador da humanidade, o Messias Senhor, motivo de grande alegria para todo o povo.
Maria "observava tudo, guardando no coração o que ouvia". Ela registrava na memória os fatos presenciados, buscando seu sentido profundo, para além das aparências. Com a ajuda do Espírito, esforçava-se para interpretar tudo quanto dizia respeito a seu filho, cuja missão salvífica começava a se esboçar, desde o seu nascimento.
Portanto, a fé da Mãe de Deus foi pouco a pouco se consolidando. Embora "cheia de graça", não deixou de se esforçar para captar cada pequeno sinal do desígnio de Deus para si e para seu filho. Não foi agraciada com conhecimentos excepcionais que lhe proporcionassem tranqüilidade em relação ao mistério que a envolvia. A sua foi uma exigente vida de fé.
Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
Liturgia da Quarta-Feira
SANTOS BASÍLIO E GREGÓRIO - BISPOS E DOUTORES 
(BRANCO, PREFÁCIO DO NATAL OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34 11.23s).
Leitura (1 João 2,22-28)
Leitura da primeira carta de são João.
2 22 Irmãos, quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho. 
23 Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai. Todo aquele que proclama o Filho tem também o Pai. 
24 Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e no Pai. 
25 Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 
26 Era isto o que eu vos tinha a escrever a respeito dos que vos seduzem. 
27 Quanto a vós, a unção que dele recebestes permanece em vós. E não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, assim é ela verdadeira e não mentira. Permanecei nele, como ela vos ensinou. 
28 E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando aparecer, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele, na sua vinda. 
Salmo responsorial 97/98
Os confins do universo contemplaram
A salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
Porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s).

Evangelho (João 1,19-28)
1 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: "Quem és tu?" 
20 Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: "Eu não sou o Cristo". 
21 "Pois, então, quem és?", perguntaram-lhe eles. "És tu Elias?" Disse ele: "Não o sou". "És tu o profeta?" Ele respondeu: "Não". 
22 Perguntaram-lhe de novo: "Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?" 
23 Ele respondeu: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías'". 
24 Alguns dos emissários eram fariseus. 
25 Continuaram a perguntar-lhe: "Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?" 
26 João respondeu: "Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. 
27 Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado". 
28 Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Pregador não era credenciado...
___Vocês já foram lá sondar aquele pregador que está soltando o seu vozeirio e atraindo o povo?
___Ainda não Senhor, mas ele é mais um desses loucos que pregam um Messias que está para vir...
___Não dá para facilitar hoje em dia, formem uma delegação e vão lá checar, se ele tem credencial para andar pregando por aí, falando do Messias.
___Sim Senhor, vamos até lá, o Messianismo é assunto nosso, só nós sabemos a história e temos em nossos arquivos a  profecia....
Inquirido pela comissão investigatória, o Batista declarou logo de início que não era o Cristo.
__Menos mal ----- comentou um dos enviados - Mas será que ele não é Elias? João negou.
Não era o Cristo Ungido e esperado por todos, e nem o grande profeta Elias, que iria voltar lá do céu para instaurar o novo Reino, portanto não estava ligado a Religião oficial, não tinha credencial para falar do tal Messias, mas como não havia muito o que fazer, a Comissão decidiu ir embora.
Um deles lembrou que não adiantaria dizer quem João não era, o "Pessoal lá de cima" não iria gostar da resposta. E voltaram a bombardeá-lo para saber quem era, se fosse alguém importante que dissesse logo, pois o Poder religioso precisava monitorar a sua pregação e conceder-lhe um alvará para continuar o trabalho.
Daí a comissão de Sacerdotes e Levitas, vindos de Jerusalém começaram a preocupar-se quando João citou Isaias 40,3 se auto definindo como uma voz que clama no deserto "Preparai os caminhos do Senhor".
Precisavam fazer aquele homem calar a boca, afinal ele era um pregador autônomo sobre o qual eles não tinham nenhum controle, e o povão andava o rodeando pois não pregava a mesmice dos outros pregadores, mas falava de algo novo. Então pensaram em proibir -lhe de batizar e a melhor forma seria fazê-lo ver que não era credenciado para aquilo. Só o Cristo, Elias ou um dos Profetas que estavam para voltar, é que poderiam apresentar um rito novo de purificação. Lugar de se purificar era no templo...
E João aproveitou para dizer que, tudo o que se tinha de rito purificador, que tentava reaproximar o homem de Deus, passaram a ser velharias perto do novo Batismo que Alguém, muito maior que ele estava por fazer.
A comissão voltou até os poderosos e resolveram botar panos quentes em cima do assunto "Vamos esperar esse que ele está anunciando, parece que aí é que está o perigo que nós todos tememos..."
O Reino de Deus não está atrelado a nenhum poder ou instituição deste mundo, mesmo as religiosas, nossa Igreja, tal como João Batista, é apenas uma voz que anuncia a presença do Reino, é apenas um sinal desse Reino que é maior do que qualquer instituição. Aquele que todos nós anunciamos, é infinitamente maior que nós, age em total liberdade e penetra nos corações que desejar, independente de Credo,  conhecimento ou posição social da pessoa.
Precisamos saber bem disso, para não termos a tentação de sermos os "Donos" da Santa Palavra que anunciamos.
2. João Batista dá testemunho de Jesus
A noção de testemunho caracteriza o quarto evangelho. João Batista, com vários outros personagens, forma uma verdadeira corrente de testemunhos, em que o "discípulo amado" é expoente, e que tem por objetivo conduzir o leitor ou ouvinte do evangelho a crer que Jesus é o Messias, o Filho de Deus (cf. Jo 20,30-31).
O evangelho não nos diz, neste ponto, da atividade anterior do Batista, talvez deixando entender que o leitor ou ouvinte já o soubesse. O interrogatório a que João Batista é submetido revela que o movimento começado por ele conquistou uma amplitude que preocupava as autoridades judias. O testemunho de João (cf. v. 19) consiste em dirimir o equívoco de que ele fosse o Messias (cf. v. 20) e aponta para aquele que vem "depois dele" (v. 27).

Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes de João.
3. QUEM ÉS TU?
O ministério de João Batista foi importante para se conhecer o sentido do ministério de Jesus. Faziam-se a respeito dele muitas perguntas. Sua vida austera deixava transparecer a condição de homem de Deus, totalmente confiado na Providência divina, sem ambições mundanas. Tampouco iludia-se com a fama que seu comportamento podia provocar. Suas palavras cortantes tinham o sabor da pregação dos antigos profetas, a ponto de ser confundido com Elias.
Entretanto, João rebatia com firmeza qualquer tentativa de fazê-lo passar por aquilo que sabia não ser: Messias, profeta ou algo que o valha.
Sua humilde função consistia em "dar testemunho" do Messias vindouro, na qualidade de voz que, no deserto, convoca os pecadores a se prepararem para acolher o enviado de Deus. Portanto, uma tarefa que terminaria tão logo despontasse, na história de Israel, o Messias esperado.
O Batista relativizava sua pessoa e sua missão. Comparando-se ao Messias, tinha consciência de não ser digno nem mesmo de desatar-lhe a correia das sandálias, gesto reservado aos criados. Sua compreensão ia além: o Messias havia-o precedido e lhe tomaria a dianteira.
Desta forma, João Batista deu mostras de estar totalmente sintonizado com a vontade divina. Ele nada mais era do que um modesto servidor de Deus.
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes de João.
Liturgia da Quinta-Feira
TEMPO DO NATAL *
(BRANCO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA II SEMANA)
Antífona da entrada: No princípio e antes dos séculos o Verbo era Deus, e dignou-se nascer para salvar o mundo (Jo 1,1).
Leitura (1 João 2,29-3,6)
Leitura da primeira carta de são João.
2 29 Se sabeis que ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. 
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. 
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. 
3 E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro. 
4 Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei. 
5 Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. 
6 Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu. 
Salmo responsorial 97/98
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).

EVANGELHO (João 1,29-34)
1 29 No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 
30 É este de quem eu disse: 'Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim'. 
31 Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel. 
32 (João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.) 
33 Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo. 
34 Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O FRÁGIL CORDEIRO DE DEUS...
Houve um tempo na minha infância, em que os Reis do Ringue influenciavam nossas brincadeiras e disputava-se em duplas, fazendo do campinho de final de rua, nosso ringue improvisado. Havia um garoto novo, mas muito encorpado, e além do mais com uma agilidade incrível para lutar, quem lutava ao seu lado, saia-se vencedor. Nós éramos franzinos e ele era sempre o destaque, considerado forte, sempre com pose de campeão.
Quando as lutas eram com algum menino de outro bairro, para intimidar o adversário, o apontávamos como o grande campeão e vencedor nato, e assim, por muito tempo foi considerado o melhor lutador da região, ninguém ousava enfrentá-lo.
João Batista aponta aos discípulos e demais seguidores, o grande Messias, o esperado por todos, o Ungido de Deus e revestido de todo poder, mas o título que lhe confere deve ter provocado risos em alguns mais céticos: Cordeiro de Deus ! Poderia utilizar-se de um título mais condizente com o poder do Messias, quem sabe Leão ou até mesmo Urso, animal forte e poderoso entre os demais, com força descomunal.
Mas Cordeiro era motivo até para chacota, pois o cordeiro é frágil, indefeso, incapaz de qualquer reação diante dos que atentam contra sua vida. Quanto á sua ação de “tirar o pecado do mundo”, esperava-se alguém que acabasse definitivamente com os maus, premiasse os bons e eliminasse todas as forças do mal, não muito diferente de hoje, quando diante do quadro triste de um mundo marcado por tanto pecado, muitos nutrem no coração, a falsa esperança de que Jesus venha nas nuvens para desmascarar o Mal e fazer triunfar o Bem. Seria assim a vingança dos bons e justos, ver os maus serem esmagados e aniquilados por Jesus triunfante e glorioso. Acredita-se que o traidor Judas, no fundo pensava em uma “virada” na situação e por isso entregou Jesus aos seus inimigos, para deliciar-se ao ver a reação der Jesus na hora “H”. Esse pensamento equivocado prevaleceu até na hora derradeira quando entre outros insultos se dizia “Se és de fato o Messias, desce da cruz agora...”
Não é errado pensarmos desse modo, diante do Poder e Perfeição de Deus, e de nossas fragilidades, até João Batista tinha uma compreensão messiânica rigorosa e severa, vivia falando em fogo que devora, em palha que iria ser queimada quando o Reino se instalasse, para que os maus tremessem na base e se convertessem.
Mas no evangelho de hoje, parece que “caiu a ficha” de João, duas vezes ele declara que não conhecia Jesus, e que chegou a esse conhecimento porque Aquele que o tinha enviado para Batizar, o revelara.
Não se compreende as coisas de Deus, o seu pensamento e seu agir, a partir da lógica humana, mas pode-se ver os sinais que ele realiza, e João VIU , logicamente esse Ver Teológico, transcende a nossa limitada visão carnal, ver os sinais que Deus realiza, só é possível com os olhos da Fé, em outras palavras, quem vive na Fé, começa a ver os acontecimentos e as pessoas com um olhar diferente e o quadro inverte-se: aquilo que é Forte e poderoso se tornará em ruína, aquilo que é fraco, indefeso, insignificante, irá realizar a salvação completa, não só dos Israelitas, mas de toda humanidade.
Na primeira Leitura o Profeta, que é a Boca de Deus, já havia dito sobre o Servo de Javé, que ele seria a Luz das Nações, e aqui, o servo de Javé é aplicado ao povo, que estava cativo na Babilônia, totalmente derrotado e massacrado, sem pátria e sem identidade, aliás, nas duas leituras, não é homem que se sente forte e preparado, para algo grandioso, mas é Deus que chama através da Vocação, o apóstolo Paulo apresenta-se desse modo á comunidade, e Deus nunca chama os arrogantes, os prepotentes, os mais fortes, e que tem panca de vencedor, como o meu amigo de infância, a quem me referi no início e que nós chamávamos de “Homem Montanha”, ao contrário, Deus se alia aos pobres, fracos, desprezados, por isso o título “Cordeiro de Deus” evoca realmente quem é Jesus, o Deus Todo Poderoso encarnado na fragilidade humana para vencer em definitivo as forças do mal e tirar o pecado do mundo.
O Cordeiro de Deus, o Deus imortal, Criador de todas as coisas, Onipotente, Onipresente e Onisciente, vem como Cordeiro indefeso diante da violência humana, vai para o matadouro mudo, sem reclamar, sem praguejar contra o Pai, sem maldizer a própria sorte. Porque somente assim realizará sua Missão de Salvar os homens, só o amor salva, e só DEUS É AMOR.
Aprofundar no conhecimento de Deus e poder dar testemunho como João Batista, requer de cada cristão esse VER constante no dia a dia, os atos de mais puro amor que Deus vai realizando, mas é sempre preciso ter em mente esse modo de agir Divino, que sempre engana os homens que se julgam sábios e espertalhões. Olhemos para a Eucaristia, ponto convergente da Igreja e cume da Liturgia, o Sacerdote ergue uma hóstia frágil, que cabe na palma da nossa mão, e que até um ventilador ligado pode fazê-la sair voando...
Entretanto, ali está escondido e oculto aos olhos dos que não crêem o maior e mais valioso de todos os tesouros da terra. A graça de Deus em forma de pão que alimenta e restaura as nossas forças, ajudando-nos a atravessar o deserto da Vida terrena, como aquele Maná descido do céu ajudou o povo na travessia do deserto, milhares de vezes ao dia esse gesto se repete, a hóstia é apresentada repetindo-se as palavras de João: Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo...
Como diz São Paulo, Jesus Cristo é o mesmo ontem, Hoje e sempre, e ainda prefere ocultar todo o seu Poder, graça, Glória e Salvação, em algo frágil. Que a exemplo de João Batista, possamos também VER , e dar testemunho de que naquele pedacinho de pão está o Filho de Deus, Cristo Jesus, nosso Deus e Senhor, aquele que criou o céu e a terra, e salva e santifica a todos os que Nele crêem, em meio a toda humanidade.
2. O Cordeiro de Deus
O testemunho de João Batista é situado no tempo: "no dia seguinte" (v. 29). A história é o lugar aberto ao testemunho. Há uma tríplice afirmação sobre Jesus: ele é o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (v. 29), aquele sobre quem o Espírito permanece (cf.vv. 32-33), ele é o Filho de Deus (v. 34).
A expressão "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" aparece uma única vez no Novo Testamento. Rica de significado, ela é um título cristológico. Pode evocar tanto o servo sofredor de Is 53,7 quanto o cordeiro imolado de Ap 14,10; 17,14, ou ainda o cordeiro pascal(cf. Jo 19,14), sem defeito, de quem nenhum osso foi quebrado (cf. Jo 19,31-36).

Oração
Pai, tu enviaste Jesus com a missão de nos introduzir no Reino da fraternidade. Dá-me a graça de reconhecê-lo e fazer-me seguidor dele.
3. EIS O CORDEIRO DE DEUS!
A proclamação de João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus" sublinha a função salvadora de Jesus, presente desde o início de seu ministério. Como pano de fundo desta imagem de Jesus-Cordeiro de Deus está a tradição do êxodo, suporte de toda a teologia bíblica.
Dois textos do evangelho joanino aludem à imagem enunciada pelo Batista. O primeiro é o discurso eucarístico no qual, ao falar em "comer a minha carne e beber o meu sangue", Jesus referia-se a si mesmo como o cordeiro imolado na cruz, à semelhança do cordeiro sacrificado por ocasião da Páscoa. Na ceia pascal, os judeus comem a carne do cordeiro, recordando a libertação do Egito. No passado, o sangue do cordeiro, aspergido nos frontais das casas, indicava pertença ao povo eleito, e o livrava do castigo divino. O que o cordeiro pascal representou para o antigo Israel, Jesus representa para o verdadeiro Israel, cuja origem foi seu serviço obediente ao Pai.
O segundo corresponde à cena da cruz, quando Jesus foi traspassado pela lança. O evangelista recorda ter sido a tarde do dia em que se faziam os preparativos para a Páscoa o momento em que, com um golpe de lança, um soldado traspassou o peito de Jesus, sem lhe quebrar nenhum osso. Ou seja, na hora da imolação do cordeiro para a celebração da páscoa nas famílias, seguindo o rito como o cordeiro deveria ser sacrificado. Portanto, imolado na cruz, Jesus cumpriu o papel de Cordeiro de Deus "que tira o pecado do mundo".
Oração
Pai, que eu possa a acolher a salvação realizada por teu Filho Jesus, o qual veio abolir todo pecado deste mundo. Que o meu pecado também seja abolido!
Liturgia da Sexta
TEMPO DO NATAL *
(BRANCO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Para os retos de coração surgiu nas trevas uma luz: o Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111,4).
Leitura (1 João 3,7-10)
Leitura da primeira carta de João.
3 7 Filhinhos, ninguém vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo.
8 Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio.
9 Todo o que é nascido de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus.
10 É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão.
Salmo responsorial 97/98
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais, pelos profetas, muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s).

EVANGELHO (João 1,35-42)
1 35 No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36 E, avistando Jesus que ia passando, disse: "Eis o Cordeiro de Deus".
37 Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?"
39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.
41 Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o Messias" (que quer dizer o Cristo).
42 Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas" (que quer dizer pedra).
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Recontando a História...
Eram dois catequizandos, André e um outro amigo, o catequista era João Batista, pessoa muito cativante, que falava com muita sabedoria sobre o Salvador, os catequizandos sentiam-se muito atraídos por ele, até que um dia, durante a catequese, João apontou para alguém que passava e disse com alegria e convicção "Eis o Cordeiro de Deus".
Nem houve festa de despedida, os dois alunos discípulos, na mesma hora  foram atrás de Jesus que passava e de repente Jesus parou e perguntou "O que estão procurando?. O que os nossos catequizandos, terminada a primeira fase da catequese procuram? Será que a nossa catequese os deixa encantados por Jesus a ponto de querer conhecê-lo melhor?
Como catequista, João foi aprovado com louvor, pois seus dois catequizandos, não só quiseram conhecer melhor a Jesus Cristo, mas foram morar com ele, isso é, sentiram-se despertos a viverem com ele em comunhão. Catequista e pregador autêntico jamais aponta para si mesmo, mas revela e anuncia Jesus Cristo, e deve fazê-lo de um modo que convença, que o discípulo catequizando sinta-se encantado pelo que ouve e vê...
Quando se faz essa experiência íntima com Jesus Cristo, no mais íntimo do nosso ser, é impossível não ser missionário, assim aconteceu com a mulher Samaritana, lembram-se? Ela foi correndo anunciar aos Samaritanos sobre Jesus e a experiência que com ele acabara de fazer,  assim aconteceu com todos os que foram tocados pela graça Divina manifestada em Jesus, ontem e hoje...
Do Discipulado surge à missão, André vai anunciar ao irmão Simão, e o levou a Jesus, esse levar até Jesus tem um sentido teológico e retoma a essência do anúncio kerigmático: nosso anúncio deve levar as pessoas a Jesus, não para que a pessoa venha fazer parte do Fã Clube de Jesus de Nazaré, não para que ela seja agora mais um membro do nosso grupo ou da nossa Igreja...isso é apenas consequência...
Mas sim para tenham também elas uma experiência profunda com Aquele que nos renova e nos transforma, que nos faz ser outra pessoa. A História do  Apóstolo Pedro, uma das colunas da nossa Igreja, começou naquele dia, quando tocado pelo anúncio de André, trocou um profundo olhar com o Mestre. E de Pedro tornou-se Cefas, que quer dizer Pedra.
Em nossas comunidades cristãs há histórias tão bonitas como esta, mas o que importa na reflexão é que possamos a todo momento recontar a nossa história, aumentando assim o nosso fervor, a nossa Fidelidade, o nosso amor e encanto por Jesus de Nazaré - Nosso Único Deus e Senhor. Jesus olhou profundamente para Pedro e agora olha também para cada um de nós... Amém...
2. Características do discípulo de Jesus
O testemunho de João Batista suscita nos seus ouvintes o seguimento do Senhor. Já dissemos anteriormente que uma das características do quarto evangelho é a corrente de testemunhas desencadeada pelo encontro com Jesus Cristo.
Salvaguardando a cristologia como tema central, em que se afirma que Jesus é o "Cordeiro de Deus", o evangelho de hoje apresenta algumas características fundamentais do discípulo, segundo o evangelho de João: é aquele que ouve e recebe o testemunho, que busca encontrar o Senhor, que deseja conhecê-lo e que aceita o convite do "Rabbi": vai, vê, permanece e se torna testemunha do Messias.

Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo autêntico, e que minha vida se espelhe na tua.
3. O ENCONTRO COM O MESSIAS
O encontro de Jesus com seus primeiros discípulos é apresentado sob uma luz messiânica.
Dois discípulos de João Batista, um dos quais era André, seguiram o novo Mestre, assim que foram informados tratar-se do "Cordeiro de Deus". Encontrando-se com Simão Pedro, André, seu irmão, anuncia-lhe ter encontrado o Messias.
O desejo de conhecer Jesus fez com que os dois primeiros discípulos o seguissem e ficassem com ele um dia inteiro. Foram movidos por um interesse que ia muito além de constatar as condições de vida do novo Mestre. Eles queriam averiguar em que sentido ele era o "Cordeiro de Deus".
O diálogo com Jesus serviu para esclarecer sua condição de enviado, com a tarefa precisa de reconciliar a humanidade pecadora com o Pai, eliminando o pecado que impede o ser humano de ter acesso a Deus.
A libertação do passado continuava a se efetivar no presente, por meio do ministério de Jesus. Sua condição de "Cordeiro" era claro indício de que a salvação comportaria sacrifício e morte. Se quisessem tornar-se discípulos seus, André e João deveriam considerar, desde já, este aspecto do discipulado.
Convivendo com o Mestre, entenderam tratar-se do Messias. Por isso é que André, plenamente convicto, foi até seu irmão Simão para dar-lhe a notícia: 'Nós encontramos o Messias". Movido por esta certeza, Simão não hesitou em deixar o antigo mestre – João Batista – e começar um discipulado totalmente novo.
Oração
Pai, faze-me permanecer sempre junto a teu Filho Jesus, enviado por ti para realizar todas as nossas esperanças de salvação.
Liturgia do Sábado
TEMPO DO NATAL 
(BRANCO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4,4s).
Leitura (1 João 3,11-21)
Leitura da primeira carta de são João.
3 11 Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
12 Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas.
13 Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.
15 Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino.
16 Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos.
17 Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?
18 Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade.
19 Nisto
é que conheceremos se somos da verdade, e tranqüilizaremos a nossa consciência diante de Deus,
20 caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que nossa consciência e conhece todas as coisas.
21 Caríssimos, se a nossa consciência nada nos censura, temos confiança diante de Deus.
Salmo responsorial 99/100
Aclamai o Senhor, ó terra inteira!
Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
ide a ele cantando jubilosos!
Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, 
ele mesmo nos fez, e somos seus,
nós somos seu povo e seu rebanho.
Entrai por suas portas dando graças
e em seus átrios com hinos de louvor;
dai-lhe graças, seu nome bendizei!
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Um dia sagrado brilhou para nós: nações, vinde todas adorar o Senhor, pois hoje desceu grande luz sobre a terra.

Evangelho (João 1,43-51)
1 43 No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: "Segue-me".
44 (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)
45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José".
46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".
47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade".
48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira".
49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel".
50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".
51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Superação de barreiras
Essa experiência profunda com Jesus Cristo, o Filho de Deus, não acontece em um passe de mágica. Quando falamos que Jesus nos encanta e nos atrai, não se trata de uma atração fatal.  Ao contrário, ele nos atrai para nos dar Vida,  propõe e nos chama, mas sempre respeita as nossas decisões, afinal quer nos fazer livres e não escravos...
Na nossa Vida somos marcados por muitos preconceitos, de cor, de etnias, de raça, e até de religião, não podemos permitir que esses preconceitos nos impeçam de conhecer Jesus e de fazer com ele essa experiência tão necessária para descobrir quem somos, e encontrarmos a nossa realização como pessoa humana, Filhos e Filhas do Pai Eterno.
Natanael era um bom cristão, porém muito fechado em seu grupo, sua comunidade, sua igreja, costumava meditar a Palavra de Deus em baixo de uma Figueira, então isso significa que ele buscava a Deus de coração sincero e quando isso acontece, Jesus nos encontra primeiro, a iniciativa é sempre dele.
Filipe anunciou Jesus a Natanael, mas quando este soube da sua origem, Nazaré, colocou objeção para fazer a experiência. A Vila de Nazaré tinha de tudo e sua fama, nos meios religiosos, não era lá muito boa, era quase que impossível que de Nazaré viesse um Profeta poderoso.
Mas Natanael não se deixou prender a esse preconceito, aceitou o convite de Filipe "Vem e vê" e na comunidade Natanael conheceu Jesus e ali deu o seu testemunho, tornando pública a sua Fé "Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel...".
O texto mais uma vez evidencia a impoortância da Comunidade, como lugar teológico para se fazer a experiência de Deus manifestado em Jesus. Para tanto é necessário superar dificuldades, desafios e preconceitos, para se viver a comunhão em Cristo e com os irmãos e irmãs.
Quem não participa de uma comunidade cristã, porque não consegue superar os desafios e preconceitos para se viver a comunhão, nunca verá o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Só vê o Céu aberto quem aceita viver a comunhão com a Igreja Santa e Pecadora, vivendo o amor fraterno junto aos irmãos e irmãs.
O egoísmo fecha-NOS as portas do céu, e anula qualquer possibilidade de experimentar Deus em nossa vida.
2. O chamado dos primeiros discípulos
Continua, sob o dinamismo de uma corrente de testemunhos, o chamado dos primeiros discípulos.
A afirmação de fé de Filipe é fruto da experiência e releitura pascal: ". encontramos. aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, assim como os Profetas" (v. 45). O convite de Filipe a Natanael se faz com os mesmos termos com os quais Jesus convida André, irmão de Simão, e outro discípulo, cujo nome não nos é revelado: "Vem e vê" (v. 46; cf. v. 39).
É o Senhor que, de fato, está na origem do chamado de Natanael: "Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi" (v. 48). Isso irá provocar a profissão de fé de Natanael: "Tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel" (v. 49).

Oração
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
3. O MESSIAS IDENTIFICADO
Ao poucos, os primeiros discípulos foram identificando Jesus, ao se darem conta de quem se tratava. Filipe exprimiu sua fé messiânica ao defini-lo como Jesus de Nazaré, filho de José, "aquele de quem Moisés escreveu na Lei e também os profetas". Reconhecia-o como o personagem central de toda a história da salvação, para o qual apontava cada página das Escrituras.
O judeu fiel que aceitava como verdadeiras as Escrituras forçosamente deveria acolher o Messias. Seria injustificável a rejeição dele por parte de quem pretendia ser fiel às tradições mosaicas. Por isso, a incredulidade das lideranças religiosas da época foi fortemente denunciada por Jesus.
Natanael, após o diálogo enigmático com o Mestre, fez sua profissão de fé messiânica, identificando-o como "Filho de Deus e Rei de Israel". Evidencia-se, assim, um dos traços mais característicos da identidade de Jesus: sua condição de Filho. De fato, ele se proclamava enviado do Pai, com a tarefa de salvar a humanidade. Revelava ao povo o que havia aprendido junto do Pai. Buscava, em tudo, fazer a vontade divina e levar a cumprimento seu projeto de salvação. Tinha consciência de estar a caminho da casa do Pai, onde prepararia um lugar para todos os que, pela fé, haveriam de acolhê-lo.
Assim, os primeiros discípulos foram aprofundando a descoberta da identidade de Jesus: Messias, centro e o objetivo da história da salvação, e Filho de Deus.
Oração
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
Liturgia do Domingo — 06.01.2013
Solenidade da Epifania do Senhor Jesus  ANO C

(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
__ "Em Jesus, a salvação é oferecida a todos. Na Igreja, Cristo se revela a todos os povos!" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A festa de hoje, que popularmente chamamos de "dia de Reis", é chamada pela liturgia de "Epifania" do Senhor. Epifania é uma palavra grega e significa Manifestação da Divindade, e que passou para a liturgia latina por influxo da Igreja Oriental. A manifestação da salvação de Deus em Jesus Cristo é, portanto, a ideia central que hoje celebramos. Por isso, a festa de hoje é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo. Essa é, no fundo, a expectativa de Deus que transparece em toda a Bíblia. Mas é em Jesus que ela toma corpo e forma, aparecendo como proposta oferecida a todos. Superada, portanto, a etapa dos intermediários, Deus teve por bem se revelar a nós por seu próprio Filho em pessoa.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Cristo se manifestou ao mundo inteiro, quando acolheu a visita dos Magos do Oriente. Consequentemente, celebramos também a vocação missionária da Igreja, que deve anunciar a salvação a todos os povos. A Igreja é chamada a difundir a Boa Nova e suscitar a fé, que gera a obediência ao amor de Deus. Que neste Ano da Fé nos deixemos plasmar pelo dom de crer e professemos com entusiasmo o que cremos, para que nosso testemunho seja verdadeiro.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Deus hoje revela seu Filho às nações, guiando-as pela estrela e concede a todos nós, seus servos e servas que já o cnhece pela fé, a certeza de um dia poder comtemplá-Lo face a face no céu, junto a Jesus Cristo. Esta Unidade nos permite sentir aqui na terra, um pouco da felicidade que teremos junto ao Pai, na casa que Ele preparou para nós.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
EPIFANIA DO SENHOR 
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
Antífona da entrada: Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza (Ml 3,1; 1Cr 19,12).
Comentário das Leituras: As três leituras bíblicas de hoje, em perfeita unidade temática e em dinâmica ascendente, afirmam claramente a universalidade da salvação de Deus por Cristo para todos os homens e nações.
Primeira Leitura (Isaías 60,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
60 1 Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti.
2 Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina. 
3 As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora. 
4 Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa. 
5 Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará, porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das nações. 
6 Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madiã e de Efá; virão todos de Sabá, trazendo ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor.
Salmo responsorial 71/72
As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
Nos seus dias a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio, 
e desde o rio até os confins de toda a terra!
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir
e oferecer-lhe seus presentes e seus dons;
e também os reis de Seba e de Sabá
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.
Libertará o indigente que suplica
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terra pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.
Segunda Leitura (Efésios 3,2-3.5-6)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
Irmãos, 3 2 vós deveis ter aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso respeito. 
3 Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar. 
5 que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas. 
6 A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2).

EVANGELHO (Mateus 2,1-12)
2 1 Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. 
2 Perguntaram eles: "Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo". 
3 A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 
4 Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. 
5 Disseram-lhe: "Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta: 
6 'E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo'". 
7 Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 
8 E, enviando-os a Belém, disse: "Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo". 
9 Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. 
10 A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 
11 Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 
12 Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
ANO DA FÉ
No dia 11 de outubro do ano passado, iniciamos o "Ano da Fé", proclamado pelo Papa Bento XVI, pela ocasião do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, no dia 24 de novembro do ano corrente. Qual o sentido do ano da fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo marcado pela miséria, fome, guerras, onde Deus parece não ter mais lugar, nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé? O cristão diante dessa problemática não se cala. Devemos descobrir, na oração, os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Descobrir e responder: eis a atitude que se faz necessária para todos os que desejam viver sua fé, com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós, guardada e esquecida em um canto perdido da própria vida, não tendo nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se. Assim nos convida o Papa Bento XVI: "Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo da graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais conscientes e revigorarem a sua adesão ao evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está vivendo. [...] Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão, forma de fazer publicamente a profissão do Credo" (Porta Fidei, n. 8).
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª 1 Jo 3,22-4,6; Sl 2; Mt 4,12-17.23-25
3ª 1 Jo 4,7-10; Sl 71 (72); Mc 6,34-44
4ª 1 Jo 4,11-18; Sl 71 (72); Mc 6,45-52
5ª 1 Jo 4,19-5,4; Sl 71 (72); Lc 4,14-22a
6ª 1 Jo 5,5-13; Sl 147 (147B); Lc 5,12-16
Sb 1 Jo 5,14-21; Sl 149; Jo 3,22-30
Batismo do Senhor: Is 42,1-4. 6-7; Sl 28(29), 1a. 2. 3ac-4. 3b. 9b-10 (R/. 11b); At 10,34-38; Lc 3,15-16. 21-22
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. VIMOS A SUA ESTRELA...
Na Liturgia da igreja, ainda dentro das festividades do natal celebra-se nesse domingo a Festa da Epifania que significa Manifestação de Deus. Há quem pense de maneira bem equivocada, que o cristianismo é um grupo fechado para o qual Jesus se manifestou e se revelou com exclusividade e por conta desse pensamento muitos há que se apossam da salvação como se esta também fosse particular. Há outros ainda mais ousados que tendo séria dificuldade para ser seguidor fiel de Cristo e do seu santo evangelho, procuram adaptá-lo de acordo com suas conveniências ou interesses.
No passado realmente Deus escolheu o povo de Israel em particular para revelar-se porém, chegando a plenitude dos tempos, enviou–nos seu Filho Jesus Cristo que veio trazer a Salvação a toda humanidade e não mais a uma pessoa ou a um grupo em particular.
No evangelho desse domingo, uns magos do oriente, sobre os quais há muitas histórias, viram no céu um sinal e seguindo a estrela chegaram até Jesus na manjedoura. Não conheciam as profecias, eram de outra cultura religiosa, mas assim que viram a estrela no céu, puseram-se a caminho.
Não é de hoje que a humanidade sonha com uma Paz que reúna os homens do mundo inteiro, em uma unidade que não exclua a diversidade, afinal a humanidade tem algo em comum, somos todos filhos e filhas de Deus, irmanados em Jesus, de diferente nacionalidade, cultura, contexto histórico, social e político, mas somos iguais porque Jesus veio para todos.
Ser igual não significa necessariamente um mesmo jeito de rezar, de se relacionar com Deus, um mesmo rito e uma mesma maneira de manifestar a fé, se fosse assim, os magos do oriente não teriam jamais visto o sinal no céu. Quando pensamos na unidade de todos os povos e nações diante de Deus, estaríamos sendo ingênuos se desejássemos uma uniformidade, Deus não nos criou em série, mas temos cada um a nossa identidade própria, em uma diversidade, que longe de ser obstáculo para a unidade, é fator que enriquece e que solidifica a unidade.
O que faz a diferença é a fé, através da qual nos abrimos para Deus na medida em que o buscamos. Deus se manifesta a todos mas a reação de cada homem é diferente. Os poderosos e prepotentes como o Rei Herodes, embora tenham o conhecimento sobre a manifestação de Deus, em vez de se alegrarem, se sentem perturbados com esta manifestação divina, que os levará a rever seus princípios e ideologias. Mas em todos os tempos da nossa história sempre houve pessoas como os magos, que ao menor sinal de Deus, se põe a caminho e ao encontrá-lo na simplicidade da vida, não hesitam em adorá-lo e reconhecê-lo como único Deus e Senhor.
Abrir os cofres significa abrir o coração e a mente para uma compreensão clara de quem é Jesus, pois ouro, incenso e mirra significam a divindade, a realeza e a humanidade de Jesus. Deus é muito simples e está sempre ao alcance de todos, nós é que às vezes complicamos demais, quando queremos inventar fórmulas mirabolantes para se experimentar Jesus em nossa vida.
Os Magos na viagem de volta mudaram o percurso, iluminados pela luz da fé, todo aquele que conhece Jesus e o aceita como Salvador e Senhor, começa a percorrer um outro caminho, que não passa pela ambição dos poderosos e auto suficientes, mas sim pelo sonho dos que acreditam e lutam por um mundo novo, onde embora diferentes, todos os homens se reconheçam como irmãos e irmãs em Jesus, Filhos e Filhas de um mesmo Pai, que os criou para viverem na plenitude do amor.
A Jerusalém envolta em luz e que atrai a si todos os homens de todas as nações, não significa apenas um templo, mas sim uma grande assembléia na qual se insere todos os homens e mulheres de boa vontade, inclusive os pagãos, que como nos ensina o apóstolo Paulo, na graça santificante reconheceram a presença de Deus em Jesus Cristo.
2. Universalidade da salvação
Com o domingo da Epifania termina o tempo do Natal. A solenidade da Epifania do Senhor é a festa da universalidade da salvação oferecida como dom de Deus a toda a humanidade. Desde todo o sempre Deus quis que todos os povos fossem iluminados.
Na vigília do Natal, nós já tínhamos ouvido: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Sobre aqueles que habitavam a terra da sombra uma luz resplandeceu". O texto de Isaías deste domingo é ainda mais claro: "As nações caminharão à tua luz, os reis,ao brilho do teu esplendor" (Is 60, 3).
A cada uma das nações da terra é dirigido este apelo: "Deixa-te iluminar". Todos, judeus e pagãos, são beneficiários da mesma promessa, herdeiros da mesma riqueza da graça de Deus, em Cristo Jesus. No Verbo encarnado todas as fronteiras são rompidas e Deus visita todas as pessoas indistintamente.
O texto de Nm 24,17 é portador da seguinte profecia: um dia "se levantará de Jacó uma estrela". Essa profecia, os judeus do primeiro século da nossa era aplicavam à vinda do Messias. Os magos, símbolo das "nações", vindos do Oriente para adorarem o Senhor, trazem os seus presentes, isto é, fazem sua profissão de fé naquele que, por amor de Deus, assumiu a nossa humanidade. Os presentes oferecidos afirmam simbolicamente a divindade, a realeza e o sacerdócio do menino nascido em Belém.
De todos nós que nos reunimos para celebrar a solenidade da Epifania do Senhor é exigido o engajamento próprio da fé. O presente a ser oferecido Àquele que assumiu a nossa humanidade é a nossa própria vida, ela mesma dom de Deus. É este engajamento que nos faz sentir a "grande alegria" anunciada aos pastores (Lc 2,10) e que os magos puderam experimentar(cf. Mt 2,10), alegria da salvação, alegria de Deus que nenhuma situação da existência humana pode tirar nem ninguém subtrair.

Oração
Pai, com discernimento e humildade, os magos deixaram-se guiar até Jesus. Concede-me as mesmas virtudes, para que eu siga o caminho que me leva a teu Filho.
3. GUIADOS PELA ESTRELA!
A intenção dos magos era muito simples. Guiados pela estrela, procuravam o "rei dos judeus", com a objetivo de prestar-lhe homenagem. Tratava-se de astrólogos orientais que misturavam seus conhecimentos dos astros com a predição do futuro, o qual, segundo eles, os próprios astros comunicavam. Este foi o motivo que os levou à cidade santa de Jerusalém. Entretanto, o desfecho de sua busca foi encontrar o Messias de Israel, salvador da humanidade.
Um texto do Antigo Testamento afirmava: "Surgirá um astro de Jacó e se levantará um cetro em Israel". A partir disto, passou-se a relacionar o Messias e com a estrela. Tanto assim que um dos muitos pretendentes ao título de Messias ficou conhecido, em Israel, com o apelido de "Filho da Estrela". Portanto, a estrela apontava para o recém-nascido Messias Jesus, e guiou os magos até o lugar onde ele se encontrava.
As lideranças religiosas de Jerusalém, seguras com a sabedoria que possuíam, não chegavam a perceber o que para os pagãos parecia visível: a presença da salvação na história humana. Quiçá a segurança religiosa que julgavam possuir os tornava pouco atentos aos verdadeiros desígnios de Deus. Os pagãos demonstraram mais sensibilidade. Por isso, foram recompensados com a graça de serem de fato os primeiros a reconhecer o Messias Jesus, mesmo não sendo este o motivo primeiro de sua viagem. Sua busca, portanto, foi recompensa muito além de suas expectativas.
Oração
Pai, com discernimento e humildade, os magos deixaram-se guiar até Jesus. Concede-me as mesmas virtudes, para que eu siga o caminho que me leva a teu Filho.