segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Liturgia da 27ª semana comum Ano Impar

Liturgia da Segunda Feira — 07.10.2013
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
BRANCO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Ave, Maria, Cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre (Lc 1,28.42).
Leitura (Atos 1,12-14)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
1 12 Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado.
13 Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago.
14 Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.
Salmo responsorial Lc 1
Bendita sejais, ó virgem Maria;
trouxestes no ventre a palavra eterna!
A minha alma engrandece ao Senhor,
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.
Pois ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!
Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, sem nada, os ricos.
Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28)

EVANGELHO (Lucas 1,26-38)
1 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "JESUS, O FILHO DE MARIA!"
Depois do nome, a referência mais importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade, sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e agüentar as conseqüências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia idéia do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu reino...
2. Maria, é a mulher que acolhe a Palavra e se deixa conduzir por ela
O anúncio de Gabriel a Maria faz parte dos relatos denominados de evangelhos da infância. Está relacionado com a gravidez de Isabel. Isto porque os evangelhos da infância estão construídos num paralelismo constante entre João Batista e Jesus, com a finalidade de mostrar que Jesus é maior que João; que João é o precursor e Jesus, o Messias.
O relato enfatiza a iniciativa absoluta de Deus na encarnação do seu Filho. A iniciativa de Deus conta com a colaboração de Maria, que, modelo do discípulo, é a mulher que acolhe a Palavra e se deixa conduzir por ela: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (v. 38).
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu me deixe modelar pelo exemplo de Maria, a serva humilde que se fez capaz de assumir, com total disponibilidade, o projeto de Deus.
3. CONCEBIDA SEM PECADO
A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar em Maria como a perfeita discípula que correspondeu plenamente aos anseios de Deus, movida pela graça. A fidelidade de Maria decorreu de um especial dom divino, o dom de nascer mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e de acolher a proposta divina.
O anjo Gabriel alude a este dom divino quando a saudou como "repleta de graça". Toda envolvida pelo amor divino, Maria soube colocar-se, em total disponibilidade, nas mãos de Deus, para cumprir sua santa vontade: "Eis a serva do Senhor, faça-me em mim conforme a tua palavra". Uma tal comunhão com Deus excluía qualquer traço de egoísmo e de pecado. Só a plenitude da graça permitiu-lhe ser totalmente despojada de si para cumprir o projeto de Deus. Daqui brota a fé de que Maria, mesmo antes de nascer, foi preservada do pecado.
A condição de agraciada por Deus não a eximiu do esforço de ser peregrina na fé, necessitada de crescer e de aprender, como acontece com todo ser humano. Sua originalidade consistiu em ter trilhado um caminho sempre positivo, sem fazer concessões às paixões desordenadas, ou ao próprio querer. A grandeza de seu testemunho de fé expressou-se na humildade com que o viveu, num contínuo esforço de discernir a vontade de Deus e em ser solícita em cumpri-la.
Oração
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.
Liturgia da Terça-Feira
XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Jonas 3,1-10)
Leitura da profecia de Jonas.
3 1 A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos:
2 "Vai a Nínive, a grande cidade, e faze-lhe conhecer a mensagem que te ordenei".
3 Jonas pôs-se a caminho e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era, diante de Deus, uma grande cidade: eram precisos três dias para percorrê-la.
4 Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída".
5 Os ninivitas creram (nessa mensagem) de Deus, e proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior até o menor.
6 A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
7 Em seguida, foi publicado pela cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: "Fica proibido aos homens e aos animais, tanto do gado maior como do menor, comer o que quer que seja, assim como pastar ou beber.
8 Homens e animais se cobrirão de sacos. Todos clamem a Deus, em alta voz; deixe cada um o seu mau caminho e converta-se da violência que há em suas mãos.
9 Quem sabe, Deus se arrependerá, acalmará o ardor de sua cólera e deixará de nos perder!"
10 Diante de uma tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou.
Salmo responsorial 129/130
Se levardes em conta nossas faltas,
quem haverá de subsistir?
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,
escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos,
ao clamor da minha prece!
Se levardes em conta nossas faltas,
quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão,
eu vos temo e em vós espero.
Espere Israel pelo Senhor
mais que o vigia pela aurora!
Pois no Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção.
ele vem libertar a Israel
de toda a sua culpa.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,27)

EVANGELHO (Lucas 10,38-42)
Naquele tempo, 10 38 estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa.
39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar.
40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude".
41 Respondeu-lhe o Senhor: "Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas;
42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. SER ou FAZER, eis a questão!
Pensei em conversar com Maria ou a própria Marta, mas o Evangelista São Lucas seria o mais indicado, afinal como autor ele é imparcial na história dessas duas mulheres.
___São Lucas, quem ganha essa parada, Marta ou Maria? Está muito claro que Maria escolheu a melhor parte, será que a reflexão é só isso mesmo?
São Lucas____ Não podemos nos esquecer que o evangelho é uma reflexão das comunidades onde nós evangelistas estávamos em contato permanente, e é como uma colcha de retalhos, pegavam uma palavra de Jesus aqui, um relato diferente acolá, alguma coisa que alguém de outra comunidade falou sobre o fato, costura-se tudo e se faz o evangelho, sempre inspiração do Espírito Santo, no chão das comunidades, Palavra de Deus revelada.
___O Senhor está querendo com isso, dizer o que? Que esse episódio não ocorreu?
São Lucas____ Quero dizer que o mais importante é prestarmos muita atenção na reflexão em si, que se tira desse ensinamento do mestre, a reflexão é a essência, é como uma laranja onde a casca é importante, mas não mais do que aquilo que está dentro. Ao chupar uma laranja, se você ficar prestando atenção excessivamente nos detalhes da casca, irá perder o melhor, que são os gomos com o suco doce.
___Mas São Lucas, Jesus ia sempre hospedar-se na casa dessas duas irmãs, que são também irmãs de Lázaro, não?
São Lucas____ Claro que sim, eles formavam a Comunidade Betânia, mas sendo escrito pós pascal, por trás de Marta e Maria há duas comunidades, isso é muito claro. Uma dessas comunidades, muito hospitaleira por sinal, havia ao que parece muitas atividades que hoje chamaríamos de pastorais. Era uma correria com reunião prá cá, reunião para lá, decisões e encontros, planejamento. Um ativismo exacerbado.
___Opa! Parece que o Senhor está falando de nossas comunidades? Ás vezes é assim também aqui em nosso tempo!
São Lucas ____ E a outra comunidade fazia um pouco menos de todas essas tarefas, pois tinham como prioridade as celebrações com a escuta da Santa Palavra, dos ensinamentos de Jesus. Não chegava a ser uma comunidade contemplativa, mas eram capazes de ficar horas e horas meditando a Palavra e não se cansavam em ouvi-la.
_____ São Lucas, nem precisa dizer mais nada, agora ficou fácil a meditação. Pois o Documento 94 das DGAE (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora) nos ensina a fazer tudo, A PARTIR DE JESUS.  Ele é o ponto inicial e o ponto final, sem ele, não caminhamos e nem chegamos a lugar nenhum. Uma Igreja Sacramentalista e Pastoralista parece Marta, que até acolhe, mas depois prioriza o FAZER em detrimento do SER, e o ideal mesmo é ser como Maria, primeiro o SER que vem com a Palavra de Jesus que transforma o nosso íntimo, daí o nosso FAZER será requalificado.
2. Apelo a dar prioridade à escuta da palavra do Senhor
O evangelho não apresenta uma oposição entre ação e contemplação. Neste caso, Jesus daria prioridade à contemplação sobre a ação. Aqui, a questão é bem outra: trata-se de receber Jesus, e de recebê-lo de verdade.
Foi Marta quem o recebeu (cf. v. 38). Daí que é não só precipitado, mas uma má leitura do texto, desqualificar Marta. Jesus aceita o convite de Marta. Aliás, ele espera ser convidado: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo" (Ap 3,20). Nós temos sempre uma porta a abrir para acolher Jesus. A fé em Jesus é hospitalidade – trata-se de recebê-lo em si, em sua intimidade pessoal e familiar. E recebê-lo bem! Receber bem é deixar o outro falar e se dispor a ouvi-lo.
Frequentemente, há muito barulho à nossa volta, muito barulho em nós. Escutar alguém exige atenção. Escutar distraidamente, continuando a fazer as tarefas, é um modo de dizer àquele que fala que o que ele diz não tem nada de decisivo.
Nosso relato tem um valor simbólico. Ele responde a uma questão fundamental para o cristão: o que é ser, realmente, discípulo de Jesus? A lição deste episódio é que ele não opõe duas opções. Ele afirma uma prioridade: escutar, receber uma palavra que se instala em nós como um hóspede se instala em nossa casa. Nosso texto é um apelo a dar prioridade à escuta da palavra do Senhor.
ORAÇÃO
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
3. QUEM AGIU CORRETAMENTE?
A experiência de acolhida e hospitalidade na casa de uma família amiga é um alívio para Jesus, depois dos tristes episódios de rejeição, na sua longa marcha para Jerusalém.
Afinal, a cena evangélica torna-se uma ilustração viva das diferentes maneiras de acolher Jesus. Marta e Maria expressam duas formas de acolhimento: por um lado, o serviço generoso; por outro, a escuta atenta. Qual das duas atitudes apresenta-se como mais conveniente?
O texto evangélico recupera o papel da mulher, na comunidade cristã. Marta representa o tipo tradicional de mulher, ocupada nas lides domésticas. A atitude de Maria tem um quê de novidade: ela assume a condição de discípula, que se coloca aos pés do Mestre para escutá-lo e, posteriormente, torna-se apóstola do Evangelho. Evangelicamente, só tem sentido escutar a Palavra, se fôr para colocá-la em prática. Esta é a situação de Maria. Sua escuta não é mero passatempo, nem puro gesto de deferência a Jesus.
A atitude de Maria corresponde a um avanço em relação àquela de Marta. A mulher cristã pode também tornar-se apóstola, superando o simples âmbito doméstico de sua ação. O único pré-requisito é estar em profunda comunhão com o Mestre, compreender o sentido de suas palavras e esforçar-se para testemunhá-las com a vida.
Oração
Espírito de escuta, predispõe-me para ouvir as palavras de Jesus, assimilá-las e testemunhá-las com a minha vida.
Liturgia da Quarta-Feira
XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Jonas 4,1-11)
Leitura da profecia de Jonas.
4 1 Jonas ficou profundamente indignado com isso e, muito irritado, dirigiu ao Senhor esta prece: "Ah, Senhor, era bem isto que eu dizia quando estava ainda na minha terra! É por isso que eu tentei esquivar-me, fugindo para Társis,
2 porque sabia que sois um Deus clemente e misericordioso, de coração grande, de muita benignidade e compaixão pelos nossos males.
3 Agora, Senhor, toma a minha alma, porque me é melhor a morte que a vida".
4 O Senhor respondeu-lhe: "Julgas que tens razão para te afligires assim?"
5 Então saiu Jonas da cidade e fixou-se a oriente da mesma cidade. Fez uma cabana para si e lá permaneceu, à sombra, esperando para ver o que aconteceria à cidade.
6 O Senhor Deus fez crescer um pé de mamona, que se levantou acima de Jonas, para fazer sombra à sua cabeça e curá-lo de seu mau humor. Jonas alegrou-se grandemente com aquela mamoneira.
7 Mas, no dia seguinte, ao romper da manhã, mandou Deus um verme que roeu a raiz da mamona, e esta secou.
8 Quando o sol se levantou, Deus fez soprar um vento ardente do oriente, e o sol dardejou seus raios sobre a cabeça de Jonas, de forma que o profeta, desfalecido, desejou a morte, dizendo: Prefiro a morte à vida.
9 O Senhor disse a Jonas: "Julgas que fazes bem em te irritares por causa de uma planta?" Jonas respondeu: "Sim, tenho razão de me irar até a morte".
10 "Tiveste compaixão de um arbusto", replicou-lhe o Senhor, "pelo qual nada fizeste, que não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu.
11 E então, não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e uma inumerável multidão de animais?"
Salmo responsorial 85/86
Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.
Piedade de mim, ó Senhor,
porque clamo por vós todo o dia!
Animai e alegrai vosso servo,
pois a vós eu elevo a minha alma.
Ó Senhor, vós sois bom e clemente,
sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece,
o lamento da minha oração!
As nações que criastes virão
adornar e louvar vosso nome.
Sois tão grande e fazeis maravilhas:
vós somente sois Deus e Senhor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Recebestes um espírito de adoção, no qual chamamos Aba! Pai! (Rm 8,15).

Evangelho (Lucas 11,1-4)
11 1 Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos".
2 Disse-lhes ele, então: "Quando orardes, dizei: 'Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino;
3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento;
4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação'".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Uma Oração que compromete
No tempo de Jesus havia dois modos de se rezar, um que era a mais pura ostentação, rezava porque "se achava" justo, piedoso, modelo de pessoas, quem rezava, se orgulhava de ser bom, e louvava a Deus por isso, tudo bem que eles observavam a Lei de MOISÉS, que Deus tinha dado, mas acontece que achavam isso suficiente para a salvação e aí estava o grande problema...
Mas havia também naquele tempo, como também há hoje, uma oração muito ingênua, conseqüência de uma Fé infantil que quer tudo "mastigado" e reza para que Deus os atenda desse modo. Os discípulos percebiam que Jesus rezava diferente, não era uma oração nem só de pedidos e muito menos de ostentação, pois em sua oração Jesus louvava o Pai do Céu e não a si próprio.
O que Jesus ensina aos discípulos é a oração do compromisso, pede-se o Reino, mas ao mesmo tempo se compromete em fazê-lo acontecer. O Pai Nosso é a oração universal de todos os que se dizem, cristãos, mas desde que estejam comprometidos com a construção do Reino, ou seja, em uma linguagem mais simples, comprometer-se com o Reino é refletir a imagem de Deus para com o próximo, em uma relação pautada sempre pela misericórdia, amor, compreensão e perdão, só isso já é o suficiente para dar uma visibilidade ao Reino que Jesus inaugurou.
Podemos nessa vida cair em tentação sim, a tentação de ignorar nosso compromisso com o Reino, deixando tudo por conta de Deus, e a proteção Divina nesse sentido vai se fazendo sentir em nossa vida, quando Ele coloca-nos diante de situações onde temos que fazer nossas escolhas e tomar decisões. Deus sinaliza o Reino, nas pessoas que conosco convivem, nos acontecimentos da nossa vida, crer nele e estabelecê-lo como parâmetro, é algo que compete a cada pessoa, lembrando sempre que o Reino de Deus é de todos e para todos, e nesse sentido a oração nos compromete também com as pessoas, por isso somos comunidade e dizemos Pai Nosso, e não Pai Meu
2. A oração do Pai-Nosso
Esta oração é o que o discípulo deve ter presente no seu relacionamento com Deus.
O modo como Jesus vive a sua vida e, em particular, a sua relação com o Pai provoca os discípulos, pois eles são chamados a se identificarem com o seu Mestre (cf. Lc 6,40; Mt 10,24-25). Constantemente, Lucas apresenta Jesus em oração (3,21; 5,16; 6,12; 9,29). Por isso, depois da sua oração, os discípulos apresentam este pedido: "... ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos" (v. 1).
O que Jesus ensina é o que, hoje, nós chamamos de Pai-Nosso. A versão de Lucas é mais breve que a de Mateus (Mt 6,9-13). Não se trata de multiplicar palavras, pois Deus nos conhece profundamente (cf. Sl 139[138]) e sabe do que necessitamos. A atitude de escuta (cf. 10,30-42) deve caracterizar a oração do discípulo. Tantas vezes nós atropelamos Deus com nossas muitas palavras e nossa ansiedade.
A oração do Pai-Nosso é o que o discípulo deve ter presente no seu relacionamento com Deus: em primeiro lugar, ela exprime, da parte do discípulo, seu engajamento filial diante do Pai; depois, a súplica por questões fundamentais da vida concreta do ser humano: pão e perdão das ofensas, como nós perdoamos aos que nos ofendem; finalmente, como o mal está presente no mundo, a súplica de não cair no poder da tentação, e de não ser enredado na armadilha do mal.
ORAÇÃO
Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se expresse em gestos de solidariedade e de reconciliação, sinais inequívocos de minha comunhão contigo.
3. QUANDO REZAREM, DIGAM...
A oração era um elemento importante no dia-a-dia de Jesus. Os Evangelhos observam seu costume de rezar, por exemplo, nos momentos-chaves de seu ministério, quando deveria dar passos decisivos.
Vendo o seu Mestre rezar, os discípulos interessaram-se também pela prática da oração. O testemunho de Jesus impele-os a pedir-lhe orientações a respeito do modo mais conveniente de buscar a intimidade com Deus. Foi a prática de Jesus, e não uma bela teoria sobre a oração, que motivou os discípulos.
A oração ensinada pelo Mestre deveria ter como efeito inculcar, nos seus seguidores uma série de atitudes. Em relação ao Pai: o esforço para santificar-lhe o nome, ou seja, superar toda idolatria e pôr em prática as exigências do Reino, de modo que a história humana fosse regida pela vontade divina.
Em relação ao próximo: criar o sentido da partilha fraterna dos bens, superando a tentação de reter tudo para si; viver o perdão e a reconciliação, sem dar lugar ao ódio e à violência; não se deixar levar pelas sugestões do espírito mau, cuja ação principal consiste em desviar o ser humano da vontade de Deus.
Por conseguinte, a oração cristã é um caminho de compromisso e comunhão, um projeto de vida. Ela consiste na busca de conformação da própria vida com o querer divino.
Oração
Espírito de intimidade com o Pai, dá-me a graça da oração, pela qual descubro o caminho do compromisso e da comunhão, como projeto de vida.
Liturgia da Quinta-Feira
XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Malaquias 3,13-20)
Leitura da profecia de Malaquias.
3 13 "Tendes proferido palavras violentas contra mim - diz o Senhor. E perguntais: 'O que é que dissemos contra vós?'
14 Dissestes: 'É trabalho perdido servir a Deus. Que ganhamos com a obediência às suas ordens e com as procissões de luto diante do Senhor dos exércitos?
15 Agora, temos por ditosos os arrogantes e prosperam os que cometem a iniqüidade; ousam, até, tentar a Deus e escapam ao castigo'".
16 Assim falavam os que temem o Senhor. Mas o Senhor ouviu atento: diante dele foi escrito o livro que conserva a memória daqueles que temem o Senhor e respeitam o seu nome.
17 "Eles serão para mim um bem particular - diz o Senhor dos exércitos - no dia em que eu agir; tratá-los-ei benignamente como um pai trata com indulgência o filho que o serve.
18 E vereis de novo que há uma diferença entre justo e ímpio, entre quem serve a Deus e quem não o serve.
19 Porque eis que vem o dia, ardente como uma fornalha. E todos os soberbos, todos os que cometem o mal serão como a palha; este dia que vai vir os queimará - diz o Senhor dos exércitos - e nada ficará: nem raiz, nem ramos.
20 Mas, sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios". 
Salmo responsorial 1
É feliz quem a Deus se confia!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14)

EVANGELHO (Lucas 11,5-13)
Naquele tempo, 11 5 disse Jesus aos seus discípulos: "Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: ´Amigo, empresta-me três pães,
6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer´;
7 e se ele responder lá de dentro: ´Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães´;
8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá.
11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?
12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?
13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Não pedir o peixe pronto!
Na reflexão anterior dizíamos que a Oração requer comprometimento, não tem sentido pedir "tudo mastigado" a Deus, infelizmente há muitos cristãos bem intencionados em nossas comunidades, mas que costumam pedir o "Peixe" já frito, daí a gente só tem o trabalho de sentar e comer...
O evangelho nos dá uma informação importante, se soubermos pedir, a nossa oração jamais deixará de ser atendida, Deus não condiciona os pedidos, ele não faz uma seleção de quais orações irá atender, e também não adiante imaginar que, os que tem mais Fé terão prioridade no atendimento das orações encaminhadas a Deus.
Então, o ensinamento é muito claro, o que pedimos a Deus É O CANIÇO completo, com todas as condições necessárias para que a pescaria tenha êxito, e o meio para termos as nossas orações atendidas, é o Espírito Santo, que é Perfeito em si mesmo, ele nos dá o discernimento do que devemos pedir, e depois nos capacita com seus dons celestiais, nos dá força e coragem para irmos a luta e vermos realizado tudo o que pedimos, claro que se pedirmos algo que esteja direcionado para o mal, não seremos atendidos.
A insistência e a perseverança na oração autêntica é por demais importante, pois quanto mais pedimos der maneira insistente, Deus em seu Espírito vai nos mostrando e nos dando o discernimento, e daí a experiência da Vida nos ensina o quanto Deus nos ama. Digo isso porque na minha vida, andei pedindo a Deus certas coisas, que se Ele atendesse, provavelmente não seria hoje um escriba da sua Santa Palavra. Já pedi muito "peixe pronto" a Deus, confesso aos leitores, mas Deus com o passar do tempo foi me moldando, me ajustando, e o seu Espírito Santo foi apontando as saídas, e algumas ferramentas importantes para conquistar o que eu tinha pedido, posso garantir que não foi da noite para o dia...
Ser sempre insistente e perseverante, ter um foco e um sentido para a nossa Vida, acreditar nos sonhos e projetos, principalmente quando se sabe que eles estão em sintonia com os desígnios de Deus, oração assim, Deus não resiste e atende de maneira generosa, sempre nos dando mais do que pedimos.
2. Perseverança na súplica
A parábola, como toda parábola, se oferece a muitas interpretações. Ligada ao tema da oração, ela, em primeiro lugar, apresenta a necessidade de perseverar na súplica pelo que é essencial para acolher e servir os outros (cf. v. 8).
A perseverança na súplica é importante, pois só Deus pode nos dar o que realmente necessitamos. Tudo é dom dele.
A súplica perseverante exige confiança de ser atendido: "... pedi e vos será dado…" (vv. 9-10). Mas a oração deve ser marcada por uma súplica irrenunciável: a súplica pelo Espírito Santo, que é o dom escatológico de Deus por excelência (cf. At 1,5; 2,1-11).
ORAÇÃO
Pai, que a minha oração seja plena de confiança em ti, pois sei que queres dar-me o que tens de melhor, o Espírito Santo.
3. A ORAÇÃO CONFIANTE
O modo como a pessoa reza depende da imagem de Deus que traz no coração. Quanto mais correta for esta imagem, mais disposição terá para a oração, e mais confiante e perseverante esta será.
A primeira parábola ensina como a pessoa de fé sabe a quem recorrer, sem se importar com as circunstâncias. Aquele que crê, tem absoluta certeza de ser atendido, mesmo devendo esperar.
Jesus apresenta o Pai como quem jamais decepciona aos que recorrem a ele. Ao pedir, a pessoa recebe; ao buscar, encontra; ao bater, abre-se-lhe a porta. De maneira nenhuma, existe frustração.
É próprio do Pai manifestar seu imenso amor a todos os seus filhos. Da comparação com o modo de agir dos pais da Terra, deduz-se a atitude do Pai do Céu. Se um pai, por pior que seja, jamais frustra as expectativas de seu filho, dando-lhe coisas ruíns, quando lhe pede coisas boas, quanto mais o fará Pai celeste!
Jesus indica qual é o dom principal que devemos pedir ao Pai: o Espírito Santo. E quem se dirige a ele, pedindo esse dom, pode estar certo de que será atendido. A bondade do Pai é insuperável. Jamais um ser humano poderá superar sua misericórdia.
Oração
Espírito de confiança em Deus, dá-me a graça de perseverar na oração, certo de que o Pai atenderá, com bondade, os meus anseios profundos.
Liturgia da Sexta-Feira
XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Joel 1,13-15;2,1-2)
Leitura da profecia de Joel.
1 1 Oráculo do Senhor dirigido a Joel, filho de Fatuel.
2 Ouvi isto, anciãos, estai atentos, vós todos habitantes da terra! Aconteceu uma coisa semelhante em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
3 Narrai-o a vossos filhos, vossos filhos a seus filhos, e estes à geração seguinte!
4 O que a lagarta deixou, o gafanhoto devorou; o que deixou o gafanhoto, o roedor devorou; e o que ficou do roedor, o devastador comeu.
5 Despertai, ó ébrios, e chorai; bebedores de vinho, lamentai-vos, porque o suco da vinha foi tirado da vossa boca!
6 Minha terra foi invadida por um povo forte e inumerável; seus dentes são dentes de leão, e tem mandíbulas de leoa.
7 Devastou o meu vinhedo, destruiu minha figueira, descascou-a completamente, lançou-a por terra e seus ramos tornaram-se brancos.
8 Clama como uma virgem cingida de saco para chorar o prometido de sua juventude.
9 Já não há oferta nem libação no templo do Senhor. Os sacerdotes, servos do Senhor, estão de luto.
10 Os campos estão devastados, o solo enlutado. O trigo foi destruído, o mosto perdido, o óleo estragado.
11 Os lavradores estão desamparados, os vinhateiros lamentam-se por causa do trigo e da cevada, porque a colheita foi destruída.
12 A vinha secou, a figueira murchou; a romãzeira, a palmeira, a macieira, todas as árvores definham; a alegria, envergonhada, foi para longe dos homens.
13 Revesti-vos de sacos, sacerdotes, e batei no peito! Lamentai-vos, ministros do altar! Vinde, passai a noite vestidos de saco, servos de meu Deus!
15 Clamai ao Senhor: "Ai, que dia!" O dia do Senhor, com efeito, está próximo, e vem como um furacão desencadeado pelo Todo-poderoso.
1 Tocai a trombeta em Sião, dai alarme no meu monte santo! Estremeçam todos os habitantes da terra, eis que se aproxima o dia do Senhor,
2 dia de trevas e de escuridão, dia nublado e coberto de nuvens. Tal como a luz da aurora, derrama-se sobre os montes um povo imenso e vigoroso, como nunca houve semelhante desde o princípio, nem depois haverá outro até as épocas mais longínquas. 
Salmo responsorial 9A(9)
O Senhor há de julgar o mundo inteiro com justiça!
O Senhor, de coração vos darei graças,
as vossas maravilhas cantarei!
Em vós exultarei de alegria,
cantarei ao vosso nome, Deus altíssimo!
Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
Mas Deus sentou-se para sempre no seu torno,
preparou o tribunal do julgamento;
julgará o mundo inteiro com justiça
e as nações há de julgar com equidade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Agora o príncipe deste mundo há de ser lançado fora; quando eu for elevado da terra, atrairei para mim todo ser (Jo 12,31s).

EVANGELHO (Lucas 11,15-26)
11 15 Jesus estava expulsando um demônio e alguns diziam: "Ele expele os demônios por Beelzebul, príncipe dos demônios".
16 E para pô-lo à prova, outros lhe pediam um sinal do céu.
17 Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: "Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros.
18 Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul.
19 Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes!
20 Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus.
21 Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui.
22 Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos.
23 Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha.
24 Quando um espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; não o achando, diz: 'Voltarei à minha casa', donde saí.
25 Chegando, acha-a varrida e adornada.
26 Vai então e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele e entram e estabelecem-se ali. E a última condição desse homem vem a ser pior do que a primeira". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Mais uma tentativa de desmoralizarem Jesus...
Quem é mais poderoso Deus ou o Demônio? Qualquer pessoa, independente se tem uma Vida pautada pela Fé ou não, irá responder que o Poder Divino supera e muito o poder das forças do mal. Mas Deus não é como um lutador de ringue, que precisa da aposta e do incentivo da torcida para sair-se vencedor sobre o seu adversário, ou seja, Deus não é maior forte que o mal porque nós cremos Nele e lhe damos nosso crédito. Deus é completo e perfeito em si mesmo, em nada depende do homem.
As forças e o poder de Deus se manifestam plenamente em Jesus de Nazaré o Filho de Deus encarnado em nossa natureza humana. Suas ações a favor do Bem são indiscutíveis, nenhuma força maligna pode superá-lo. As forças demoníacas sempre farão suas incursões no coração e na mente do ser humano, em uma tentativa de dominá-lo e subjugá-lo, minando-lhe a razão e a capacidade de impor a sua vontade e de tomar decisões. Jesus, ao trazer a Salvação á toda humanidade, trouxe-nos o antídoto contra a força maligna, que é Ele próprio.
Os conterrâneos de Jesus, apegados á doutrina Judaica, a Lei de Moisés, e aos ritos do templo, sentiam-se poderosos contra a ação do maligno e não poderiam jamais admitir que um homem tivesse em si, mais força e poder do que a Instituição Religiosa daquele tempo. Por esta razão, para salvaguardarem o poder religioso, do qual só eles tinham a chave, resolvem desmoralizar Jesus atribuindo suas ações a favor da Vida, ás Forças do Mal, insinuando desta forma, que Jesus é subjulgado por Belzebu – príncipe dos demônios.
O Poder de Jesus vem de Deus, pois só ele é o sumo Bem e não há outro. Bem e Mal não se misturam e nem podem ser confundidos. O que vemos no mundo é o mal maquiado de Bem, sistemas diabólicos querendo apresentar-se como um sinal do Reino de Deus. Enfim, Jesus reverte o quadro e vai acusar seus opositores de estarem sendo dominados pelo mal, ao se colocarem contra o Reino de Deus Nêle manifestado. Um Homem forte e bem armado, que guarda a própria casa – faz alusão a Instituição Judaica que é a defensora e guardiã da tradição e de uma doutrina intocável. Entretanto, no coração das autoridades religiosas, o Mal poderoso se instalou arrancando-lhes a armadura na qual se apegavam, corrompendo corações e pensamentos, transformando suas ações em maldade.
Um Sistema Religioso que não esteja seriamente comprometido com o Reino de Deus manifestado e instalado por Jesus, praticando na integridade os valores do evangelho, poderá sim, sucumbir diante das forças do mal, cometendo atrocidades disfarçadas do Bem, gerando divisões, desigualdades e injustiças, e insubordinando-se contra a Verdade Absoluta que é Jesus Cristo, ainda que tenha uma bela fachada Religiosa.
2. É o Espírito Santo que impele a falar
O v. 14, que não está no texto de hoje, é que nos dá o contexto da acusação de alguns dentre a multidão. A mudez era considerada possessão demoníaca. O mal impede de falar, de bem falar; o mal distorce a linguagem.
Expulsando o demônio, que impedia de falar, Jesus faz o mudo renascer para a palavra. Ora, o próprio Lucas, na segunda parte da sua obra, os Atos dos Apóstolos, diz que é o Espírito Santo quem faz falar as maravilhas de Deus (cf. At 2,1-11). À admiração da multidão, opõe-se a resistência de alguns.
O leitor do evangelho já sabe que Jesus possui o Espírito de Deus (Lc 3,21-22; 4,1.18). Dizer que é por Beelzebu que Jesus expulsa os demônios é falta de discernimento, é confundir o Espírito Santo com Beelzebu – eis aí o mal!
ORAÇÃO
Pai, afasta de meu coração todos os preconceitos que me impedem de acolher Jesus Cristo como teu enviado para trazer ao mundo a salvação e a libertação.
3. O PODER DO ESPÍRITO
Não faltou quem interpretasse, de maneira maldosa, os milagres de Jesus. Havia quem os atribuísse a um poder de origem demoníaca. Jesus estaria pactuando com Satanás, seus milagres seriam uma macabra prova deste conluio.
Tal interpretação foi veementemente refutada pelo Mestre. Seu argumento era muito simples.
A cura de um possesso significa que Satanás deixou de ter poder sobre um ser humano. Para expulsar Satanás, é preciso que o exorcista seja seu inimigo e se oponha a ele, de forma radical. Se não fosse assim, algo de errado estaria acontecendo no mundo dos demônios.
Ao curar os possessos, Jesus impunha uma derrota fatal a Satanás, uma vez que a ação do Mestre tinha sua origem em Deus, portanto, indicava, claramente, que Deus estava exercendo seu senhorio sobre a história humana. Doravante, as pessoas não mais iriam viver submetidas às forças do mal. Em nome de Deus, Jesus viera para libertá-las desta opressão.
O Reino de Deus fazia-se presente no meio do povo, por meio do Filho. Seus gestos poderosos eram um claro sinal desta novidade. Portanto, a expulsão dos demônios era prenúncio de que o esquema antigo do pecado tinha sido abalado nos seus alicerces.
Oração
Senhor Jesus, faze-me ver, nos teus gestos poderosos, a presença do Reino de Deus atuando em nossa história, para trazer-nos libertação.
Liturgia do Sábado
NOSSA SENHORA APARECIDA - PADROEIRA DO BRASIL
BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE )
Antífona da entrada: Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias.
Primeira Leitura (Ester 5,1-2;7,2-3)
Leitura do livro de Ester.
5 1 Três dias depois Ester se revestiu de seus trajes reais e se apresentou na câmara interior do palácio, diante do aposento real, onde estava o rei sentado sobre seu trono, diante da porta de entrada do edifício.
2 Logo que o rei viu a rainha Ester no átrio, esta conquistou suas boas graças, de sorte que ele estendeu o cetro de ouro que tinha na mão. E Ester se aproximou para tocá-lo.
7 2 No segundo dia, bebendo vinho, disse ainda o rei a Ester: "Qual é teu pedido, rainha Ester? Será atendido. Que é que desejas? Fosse mesmo a metade de meu reino, tu obterias".
3 A rainha respondeu: "Se achei graça a teus olhos, ó rei, e se ao rei lhe parecer bem, concede-me a vida, eis o meu pedido; salva meu povo, eis o meu desejo". 
Salmo responsorial 44/45
Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
que o rei se encante com vossa beleza!
Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
"Esquecei vosso povo e casa paterna!
Que o rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso senhor!
O povo de Tiro vos traz seus presentes,
os grandes do povo vos pedem favores.
Majestosa, a princesa real vem chegando,
vestida de ricos brocados de ouro.
Em vestes vistosas ao rei se dirige,
e as virgens amigas lhe formam cortejo;
entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real"
Segunda Leitura (Apocalipse 12,1.5.13.15-16)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
12 1 Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.
5 Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.
13 O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino.
15 A Serpente vomitou contra a Mulher um rio de água, para fazê-la submergir.
16 A terra, porém, acudiu à Mulher, abrindo a boca para engolir o rio que o Dragão vomitara. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Disse a mãe de Jesus aos serventes: "Fazei tudo o que ele disser!" (Jo 2,5)

Evangelho (João 2,1-11)
Naquele tempo, 2 1 três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus.
2 Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.
3 Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: "Eles já não têm vinho".
4 Respondeu-lhe Jesus: "Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou".
5 Disse, então, sua mãe aos serventes: "Fazei o que ele vos disser".
6 Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas.
7 Jesus ordena-lhes: "Enchei as talhas de água". Eles encheram-nas até em cima.
8 "Tirai agora" , disse-lhes Jesus, "e levai ao chefe dos serventes". E levaram.
9 Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo
10 e disse-lhe: "É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora".
11 Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Aparecida e o Vinho Novo
Pertencemos a uma sociedade sacudida pela violência, diante da qual nos sentimos impotentes, onde predomina o sentimento de insegurança e medo, a chacina de jovens e adolescentes vai ganhando proporções alarmantes e assustadoras, há, por outro lado, uma falta de perspectiva por parte dos jovens, os escândalos de ordem moral, em instituições consideradas inabaláveis, são denunciados a cada dia pela grande mídia. Dizem que o Brasil, não tem mesmo jeito, porque a nossa origem lá na época do descobrimento, já estava podre e corrompida, e quem veio para cá era gente sem moral, sem escrúpulo e sem nenhum compromisso com a ética e a moral.
Na família, há centenas de casamentos de curta duração, uniões ilegítimas aumentam, o estado quer reconhecer como legítima, uma horrível caricatura da Instituição Familiar, desmantelam e desmoronam valores sagrados na ética e na moral cristã, se de um lado a humanidade avança em velocidade espantosa no mundo científico, tecnológico, nas comunicações e informática, por outro, as pessoas vão sendo acometidas de inúmeras enfermidades orgânicas e psicossomáticas, as coisas boas e os acontecimentos alegres duram pouco, e não conseguem nos livrar do peso das forças do mal, que vão nos levando para o caos em meio a desordem estabelecida.
Nem o fenômeno religioso consegue reverter esse quadro, os templos suntuosos cada vez mais lotados, tomados por uma multidão de coração vazio, que busca muitas vezes na espiritualidade algo que ela não pode dar: a solução de tantos problemas originados pelo pecado, como o egoísmo, a luxúria, a proliferação de falsas divindades que prometem vida, felicidade e liberdade, e que arrebanham a cada dia novos adeptos, arrastados impiedosamente para a desgraça e a morte, entre eles a Droga e a Prostituição, uns dizem que já chegamos ao fundo do poço, outros mais pessimistas, acham que o pior ainda não aconteceu. O fato é que certa tristeza tem invadido o coração do homem deste terceiro milênio.
Em uma sociedade assim, inquieta, insegura e temerosa, traumatizada por tanta dor e sofrimento, marcada pela injustiça e desigualdade, a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, realizada de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida, resgata o nosso papel de Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, fazendo um forte apelo para que proclamemos aos homens a Verdade de Deus, revelada em Jesus Cristo, porém, o que leva alguém a ser cristão não é uma decisão ética ou uma grande idéia, mas sim um encontro com um acontecimento, com uma pessoa: Jesus Cristo, que dá um novo horizonte à vida, e com isso uma orientação decisiva de se viver bem, vivendo em Deus. Foi essa a experiência dos primeiros discípulos, que os evangelhos nos apresentam, um encontro de fé com a pessoa de Jesus.
Neste dia de Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil, o evangelho das Bodas de Caná é um convite a irmos ao encontro do único e verdadeiro amor de nossas vidas, Maria aparece como a intercessora e mediadora, aquela que sabendo olhar a necessidade dos irmãos, vai dizer ao Filho que está faltando algo essencial para uma festa.
A devoção popular é citada pelo documento de Aparecida, que tornou-se uma importante referência nas reflexões da Igreja, como um dos muitos elementos que propiciam esse encontro pessoal com Jesus Cristo e nesse sentido, considerando-se toda a história de Aparecida, desde o século XVIII, podemos afirmar sem medo, que Maria nunca deixou faltar no coração dos cristãos da América Latina, esse vinho novo da graça de Deus.
O Deus dos cristãos continua obstinado em seu amor pelos homens. Com a mediação de Maria, Jesus oferece em nossos conturbados tempos, o Vinho novo, de incomparável sabor, que não caiu do céu, mas surgiu a partir da água da purificação, Jesus transforma a antiga forma de se relacionar com Deus, no Judaísmo, em uma relação nova, onde basta ao homem crer e abrir o seu coração para esta graça que une para sempre Deus e o homem, solidificando a comunhão um dia rompida, e pela qual Jesus pagou com a vida ao morrer na cruz., descendo com o homem ao fundo do poço para de lá resgatá-lo e libertá-lo, vitorioso e ressuscitado, arrancando-o da vida sem graça, dominada pela morte do pecado, e devolvendo-o ao paraíso, na condição de Filhos e Filhas de Deus.
Esse processo de ressurreição é dinâmico e acontece todo dia, hora e momento, o Cordeiro Santo, Perfeito e Imaculado, se casa com a sua Igreja, tornando-a sem ruga e sem mancha, de modo que nem os pecados da Igreja conseguem abalar esta íntima comunhão. Esse casamento de Deus com o homem, na encarnação de Jesus, deverá ter um final feliz, porém, como povo da Nova Aliança, não teremos uma segunda chance, quem recusar esse amor e buscar os amores ilusórios e efêmeros, nos amantes e deuses da Modernidade, sentirá um dia na pele e no coração, a dor de ter perdido para sempre o autêntico e verdadeiro amor de sua vida.
Somos essa Igreja, a noiva do Senhor, por quem ele dá a vida, a espera da Lua de Mel, da Vida Eterna, para a qual ele nos conduzirá. Por hora, só é preciso uma coisa: FAZER TUDO O QUE ELE NOS DISSER, como nos pede Maria, Mãe de Jesus, a primeira a experimentar a delícia desse amor Divino.
Essa noiva das Bodas de Caná tem um rosto e um nome, é você, sou eu, são todos os que buscam a Deus em Jesus Cristo, é também o rosto de cada homem, desfigurado pela tristeza do pecado, a espera desse vinho da eterna alegria...
2. A Mãe de Jesus, símbolo da Igreja que espera
Hoje é festa da padroeira maior do Brasil: N. Sra. da Conceição Aparecida. Ela, modelo de todo discípulo, intercede junto a Deus por todos nós para que sejamos, como ela, ouvintes da Palavra.
O texto das "Bodas de Caná" mostra o primeiro sinal que Jesus realiza, no evangelho segundo João. Dizer que é o primeiro ou o início dos sinais significa dizer que ele é o fundamento de todos os demais: "Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele" (v. 11), isto é, revelou o que ele efetivamente é: o Messias.
Os sinais que Jesus realiza se relacionam à fé dos discípulos. O sinal, sendo por natureza ambíguo, necessita ser bem interpretado e discernido. Oferecendo, das próprias talhas de purificação, o vinho novo da salvação, Jesus inaugura um novo tempo em que já não se está mais sobre o regime da Lei, mas sob o da graça, conforme está no Prólogo: "Da sua plenitude nós recebemos graça no lugar de graça" (Jo 1,16).
A festa de casamento é, para a tradição bíblica, símbolo do Reino de Deus, do amor do Senhor por seu povo. A mãe de Jesus, chamada de "mulher" no relato, é símbolo da Igreja que espera, suplica e vê realizada a salvação, em Jesus. As Bodas de Caná têm um valor simbólico: é símbolo da união do Messias com sua Igreja.
ORAÇÃO
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu coração, transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa conduzir muitas outras pessoas a crerem em teu Filho.
3. O FIM DO REINO DO MAL
MÃE E DISCÍPULA
Embora as atenções do texto evangélico se concentrem em Jesus, não se pode subestimar o papel de Maria, co-protagonista no primeiro sinal que ele realizou, como manifestação do amor misericordioso de Deus derramado sobre a humanidade.
Sua condição de "mãe de Jesus", sua maternidade e os vínculos de dependência com o seu filho passam para um segundo plano. Destaca-se, sim, sua adesão pessoal e sua confiança radical em Jesus. Por sua intervenção, o Messias antecipou a "hora" de se manifestar ao mundo. A transformação da água em vinho de excelente qualidade simboliza os tempos messiânicos, tempo de festa e de alegria pela salvação operada por Deus.
Por outro lado, Maria conduz os discípulos à fé em Jesus: "Façam tudo o que ele mandar!". Ela os estimula a assumir uma postura de acolhida obediente em relação aos ensinamentos de Jesus, desempenhando uma função pedagógica e orientadora. Ensina-os a serem servidores e amigos de Jesus, perfeitamente sintonizados com ele.
A postura de Maria é uma luz para a comunidade empenhada viver com perfeição o discipulado cristão. Sua dupla atenção, a Jesus e ao que acontecia a seu redor, permitiu-lhe intervir a favor de um casal de noivos em apuros. Assim se comporta o discípulo no seu esforço de coadunar fé (adesão a Jesus) e vida (profunda atenção às necessidades do próximo). Como Maria, o discípulo deve ajudar as pessoas a abrirem o coração para a fé.
Oração
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu coração, transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa conduzir muitas outras pessoas a crerem em teu Filho.
Liturgia do Domingo  13.10.2013
28º DOMINGO DO TEMPO COMUM — ANO C

VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "Uma exigência da fé: viver sempre em contínuo agradecimento!" __
OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Nossas comunidades são um espaço onde o Deus da vida se manifesta. Não nos reunimos para "pagar graças", e sim para celebrar o Deus que dá gratuitamente a vida para todos. A gratidão, embora todos a queiram, poucos a manifestam com sinceridade. Ela é um ornamento da humildade. Por isso, o senso de gratidão revela o interior do ser humano, tendo como elemento importante para sua vivência a fé o amor. A ausência do senso de gratidão é, evidente manifestação de egoísmo e de incapacidade de perceber como Deus age em favor do ser humano necessitado.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Como Jesus curou os que recorreram ao seu poder, hoje também ele transforma as nossas vidas, curando e libertando das enfermidades e desvios. Neste mês missionário, reforcemos nossa convicção de que todos os cristãos devem ser anunciadores desta verdade, de forma que a Igreja esteja sempre em constante estado de missão. Conscientes de que a salvação vem pela fé na pessoa e na obra de Jesus, reforcemos, no Ano da Fé, nossa adesão a Cristo. E comemorando o Dia do Professor, na próxima terça-feira, rezemos pela valorização dos professores que trabalham no Ensino e lutemos por uma educação de qualidade e acessível a todos.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O anúncio do reino de Deus é anúncio de salvação, proclamado não só com a palavra, mas também com ações. Os milagres confirmam o triunfo do Espírito sobre satanás, e é por isso que Jesus, investido do Espírito, entra em luta com satanás no deserto. O Cristo é o homem forte, que, lutando arduamente, tira o espírito do mal aquilo que ele usurpou. Jesus inaugura o reino messiânico destruindo a obra do adversário.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
A FÉ SE TORNA AÇÃO DE GRAÇAS
Antífona da entrada: Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel (129,3s).
Comentário das Leituras: A liturgia da Palavra de hoje, convida-nos a refletir sobre a gratidão. Dimensão, aliás, muito esquecida em nossa sociedade. Em nossos dias de individualismo e de egocentrismo exacerbado, por causa do mito do bemestar e da idolatria do mercado, a gratidão brilha como uma luz nas trevas. Ouçamos como a Palavra realiza maravilhas na história e glorifiquemos a Deus para sempre.
Primeira Leitura (2 Reis 5,14-17)
Leitura do segundo livro dos Reis.
2 14 Naamã desceu ao Jordão e banhou-se ali sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e sua carne tornou-se tenra como a de uma criança.
15 Voltando então para o homem de Deus, com toda a sua comitiva, entrou, apresentou-se diante dele e disse: "Reconheço que não há outro Deus em toda a terra, senão o de Israel. Aceita este presente do teu servo".
16 "Pela vida do Senhor a quem sirvo, replicou Eliseu, não aceitarei nada". E apesar da instância de Naamã, ele recusou.
17 Então Naamã disse: "Se não o aceitas, permite ao menos que se dê ao teu servo da terra deste país, tanto quanto possam carregar duas mulas, porque doravante este teu servo não oferecerá mais holocausto nem sacrifício a outros deuses, mas só ao Senhor".
Salmo responsorial 97/98
O Senhor fez conhecer a salvação
e às nações revelou sua justiça.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Segunda Leitura (2 Timóteo 2,8-13)
Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.
2 8 Lembra-te de Jesus Cristo, saído da estirpe de Davi e ressuscitado dos mortos, segundo o meu Evangelho,
9 pelo qual estou sofrendo até as cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus, esta não se deixa acorrentar.
10 Pelo que tudo suporto por amor dos escolhidos, para que também eles consigam a salvação em Jesus Cristo, com a glória eterna.
11 Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos.
12 Se soubermos perseverar, com ele reinaremos.
13 Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus convosco em Cristo Jesus (1Ts 5,18).

EVANGELHO (Lucas 17,11-19)
17 11 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia.
12 Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando:
13 Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!
14 Jesus viu-os e disse-lhes: "Ide, mostrai-vos ao sacerdote". E quando eles iam andando, ficaram curados.
15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz.
16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano.
17 Jesus lhe disse: "Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?
18 Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!"
19 E acrescentou: "Levanta-te e vai, tua fé te salvou". 
LEITURAS DA SEMANA DE 14 a 20 Outubro de 2013:
2ª Br - Rm 1,1-7; Sl 97(98); Lc 11,29-32
3ª Vd - Rm 1,16-25; Sl 18(19); Lc 11,37-41
4ª Vm - Rm 2,1-11; Sl 61(62); Lc 11,42-46
5ª Vm - Rm 3,21-30; Sl 129(130); Lc 11,47-54
6ª Vd - 2Tm 4,10-17b; Sl 144(145); Lc 10,1-9
Sb Vd - Rm 4,13.16-18; Sl 104(105); Lc 12,8-12
29º DTC Vd - Ex 17,8-13; Sl 120 (121); 2Tm 3,14–4,2; Lc 18,1-8 (Juiz iníquo e viúva)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. De novo Israel perde para um estrangeiro...
Mateus, que escreve para os Judeus, não provocaria dessa maneira seus leitores, mas estamos diante de Lucas, para quem Jesus é o Salvador e a oferece gratuitamente a todos os homens. Por isso o personagem em evidência é novamente um estrangeiro, um Samaritano, mal visto pelos Judeus, considerado impuro e que por isso mesmo jamais iria ser salvo, uma vez que não tinha acesso aos ritos de purificação e expiação dos pecados. A palavra “Estrangeiro” com a qual Jesus se refere ao Samaritano nos induz a pensar que os outros nove eram Judeus. Por que será que não voltaram?
A primeira leitura nos dá uma dica importante quando Naamã, ao ver-se curado totalmente da lepra, como predissera Eliseu que o mandou mergulhar sete vezes no rio Jordão, ele quer de alguma forma retribuir ao profeta com presentes, que Eliseu recusa veementemente. Naamã professa uma fé maravilhosa mas se vê na obrigação de “dar algo em troca da cura”. O judeu pensa a mesma coisa “Deus faz, mas eu preciso dar algo, eu preciso merecer, com minhas boas ações, rituais, holocaustos e a prática da Lei. Eis aí porque os outros não voltaram, pensavam assim: se foram curados,  é porque mereceram aquela ação Divina a seu favor e agora o mais importante a fazer era apresentar-se diante do Sacerdote do templo, que iria homologar a cura” .Depois certamente iriam procurar Jesus para agradecê-lo. Mas o Samaritano não pensa assim, para ele, a sua cura não está em nível institucional, mas físico e espiritual. Cura de lepra, por aquele tempo, era algo fantástico, que somente o Poder Divino poderia fazê-lo. Lepra significava pecado, e a Instituição apenas separava os “Impuros”   dos  “puros” , os pecadores dos que estavam salvos. Era a religião altamente excludente!
Compreender a Graça como Dom realmente gratuito não é nada fácil, até mesmo para nós,pois,  quando alguém de nossas relações, recebe algum ganho ou benefício, seja ele material ou espiritual, logo dizemos “Você merece!”. Por que será que Deus atende a alguns, cura esses, e não cura aqueles? Parece que atende mais a oração de alguém em especial. Isso me lembra “Súplica Cearense” onde a certa altura da música, a letra diz “Desculpe, eu não rezei direito o Senhor me perdoe, eu acho que a culpa foi, deste pobre que não sabe fazer oração”. Existirá uma fórmula certa para se rezar? O Segredo está no mais íntimo do ser humano, quando percebemos Deus e a sua Graça agindo em nossas entranhas, somos impelidos a louvá-lo, manifestando assim nossa gratidão.
O Samaritano deixa que o coração fale mais alto, não há nada com que possa retribuir aquela cura, que para ele, diferente do modo de pensar dos outros nove, era imerecida! Só Deus poderia manifestar um amor tão grande, gratuito e incondicional, por isso ele volta e se prostra aos pés de Jesus, reconhecendo o seu messianismo, possivelmente disposto a tornar-se um seguidor. Os outros nove como já o dissemos anteriormente, também viriam agradecê-lo, mas certamente não iriam se prostrar, pois a Ação Divina estava no templo e no sacerdote, que para eles estava acima de qualquer coisa.
Não coloquemos a Instituição, nossas virtudes e labutas pastorais, como uma paga á Deus pelos inúmeros benefícios que Ele nos concede no dia a dia. Antes, sintamos a alegria da sua Graça presente em nós, e que é muito maior que nossos pecados e limitações. Gratidão e louvor que expressamos em nossas liturgias, por esse Deus manifestado em Jesus, e que nos ama do jeito que somos agora. Dando abertura a essa Graça, como aquele Samaritano, sentiremos sempre uma alegria inexplicável, que um dia se tornará plena, quando o Reio de Deus for manifestado á toda a Humanidade!
2. É uma palavra que comunica o Sopro de Deus e faz viver
O episódio da purificação do sírio Naamã, um pagão, pelo profeta Eliseu, já foi evocado por Jesus, no início do terceiro evangelho (4,25-27), para responder às objeções dos nazarenos do porquê Jesus não havia realizado em sua própria pátria os atos de poder realizados em Cafarnaum: "Certamente ireis me citar o provérbio: 'Médico, cura-te a ti mesmo'. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze-o, também, aqui, em tua pátria" (4,23). Mas a falta de fé impedia os conterrâneos de Jesus de acolhê-lo como dom de Deus e de ver em sua pessoa a irrupção da vida de Deus em favor de toda a humanidade. O que eles pensavam saber de Deus os cegava. Desse modo, Nazaré passará a ser o protótipo de Israel, que rejeita a salvação no modo como ela é oferecida por Deus ao seu povo, na plenitude do tempo. Essa rejeição será utilizada, no Novo Testamento, como um dos argumentos para afirmar a abertura da salvação aos pagãos.
O evangelho deste domingo trata da cura por Jesus de dez leprosos, entre os quais um samaritano, um estrangeiro (cf. v. 18), o único que retorna a Jesus para agradecer (cf. v. 16). Nós já conhecemos a situação dos leprosos e como, mesmo do ponto de vista religioso, eles eram desprezados e excluídos da graça de Deus. O Levítico descreve a situação com detalhes: "O leproso portador desta enfermidade trará suas vestes rasgadas e seus cabelos sem pentear; cobrirá o bigode e clamará: Impuro! Impuro!… morará à parte: sua habitação será fora do acampamento" (Lv 13,45-46). A lepra era tida como castigo de Deus e somente Deus podia libertar a pessoa de tal enfermidade (cf. Nm 12,9-13). Há uma outra purificação de um leproso, em Lucas 5,12-14, com o mesmo alcance messiânico. "Dez" era o número dos leprosos que gritam implorando compaixão (cf. vv. 12-13). Não há qualquer gesto, ao contrário da história de Eliseu; somente a palavra de Jesus foi suficiente para purificá-los. É uma palavra que é e comunica o Sopro de Deus que faz viver; palavra eficaz, pois, "enquanto estavam a caminho, foram purificados" (v. 14). "Dez" é um número que simboliza a totalidade de um povo. Todo um povo é visitado pela graça de Deus. No entanto, dos dez somente um retorna para agradecer; os outros nove não souberam reconhecer o tempo da graça e da salvação. A cura da lepra é um dos sinais dos tempos messiânicos (cf. 7,22-23).
A salvação da qual Jesus é portador e oferta a todos. Mas, se os dez foram beneficiados pela Palavra do Senhor, por que somente o samaritano reconheceu e retornou para agradecer? "Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?" (v. 17). Somente o samaritano, considerado herético pelos judeus, é que retornou cumprindo a missão de Israel (cf. Sl 96[95],1-3). O texto interpela o leitor do evangelho: quão difícil é reconhecer o Reino de Deus que se aproxima. O que é necessário fazer ou cultivar para que não percamos a oportunidade de reconhecer o tempo em que somos visitados?
Não obstante nós mesmos, "Deus permanece fiel, mesmo quando nós lhe somos infiéis, pois não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2,13).
ORAÇÃO
Pai, que o meu coração, repleto de fé, reconheça Jesus como a mediação de todas as graças e favores que recebo de ti.
3. O PECADO DA INGRATIDÃO
O modo como os leprosos agem em relação ao benefício recebido de Jesus corresponde às nossas atitudes perante a misericórdia divina.
No seu desespero, os leprosos recorrem a Jesus, implorando piedade. Era insuportável a situação em que se encontravam, vítimas da doença. Mesmo para recorrer ao Mestre, deviam manter-se à distância, como mandava a Lei. Esta os obrigava a andar com as vestes rasgadas, com os cabelos desgrenhados e a barba coberta. E mais, deveriam habitar fora da cidade, e gritar: "impuro, impuro!", quando alguém se aproximasse, para evitar a contaminação. Situação dolorosa!
A súplica pungente do grupo de doentes encontra guarida no coração de Jesus. Ele os atende imediatamente, ordenando que se apresentem aos sacerdotes, como se já estivessem curados.
Só um sentiu-se motivado a voltar atrás e agradecer a quem o havia curado. Jogou-se aos pés de Jesus, dando gritos de louvor a Deus. E este era um samaritano, membro de um povo inimigo dos judeus, visto com desprezo.
A gratidão brotou-lhe espontânea do coração. Já os outros nove, judeus de origem, esqueceram-se de agradecer. Assim, deram mostras de não ter dado o passo da fé, reconhecendo a condição messiânica de Jesus. E perderam a chance de receber os benefícios da salvação.
Oração
Espírito de agradecimento, torna-me sensível aos benefícios que eu recebo cada dia, e dá-me um coração que seja sempre capaz de agradecer.


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