sábado, 5 de outubro de 2013

Liturgia da 26ª semana comum Ano impar

Liturgia da Segunda Feira — 30.09.2013
SÃO JERÔNIMO - PRESBÍTERO E DOUTOR
BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Que as palavras da Escritura estejam sempre em teus lábios, para que, meditando-as dia e noite, te esforces para realizar tudo aquilo que ensinam, e terá sentido e valor a tua vida (Js 1,8).
Leitura (Zacarias 8,1-8)
Leitura da profecia de Zacarias.
8 1 A palavra do Senhor foi-me de novo dirigida nestes termos: "Eis o que diz o Senhor dos exércitos:
2 consumo-me de ardente amor por Sião; estou animado em favor dela de uma violenta cólera.
3 Assim fala o Senhor: eis que volto a Sião, venho residir em Jerusalém. Jerusalém chamar-se-á a cidade-fidelidade, e a montanha de Sião, a montanha-santidade.
4 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ver-se-ão ainda velhos e velhas sentados nas praças de Jerusalém, tendo cada um na mão o seu bastão.
5 As praças da cidade regorgitarão de meninos e meninas que brincarão nas suas praças. 6 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: se isso parecer um milagre aos olhos dos sobreviventes desse povo, naqueles dias, acaso será impossível aos meus olhos? - oráculo do Senhor dos exércitos.
7 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das terras do Levante e do Poente
8 e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará; será o meu povo e eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça".
Salmo responsorial 101/102
O Senhor edificou Jerusalém
e apareceu na sua glória!
As nações respeitarão o vosso nome,
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém
e aparecer com gloriosa majestade,
ele ouvirá a oração dos oprimidos
e não desprezará a sua prece.
Para as futuras gerações se escreva isto,
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
Ele inclinou-se de seu templo nas alturas,
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
para os gemidos dos cativos escutar
e da morte libertar os condenados.
Assim também a geração dos vossos servos
terá casa e viverá em segurança,
e ante vós se firmará sua descendência.
Para que cantem o seu nome em Sião
e louve ao Senhor Jerusalém
quando os povos e as nações se reunirem
e todos os impérios o servirem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).

EVANGELHO (Lucas 9,46-50)
Naqueles tempo, 9 46 veio-lhes então o pensamento de qual deles seria o maior.
47 Penetrando Jesus nos pensamentos de seus corações, tomou um menino, colocou-o junto de si e disse-lhes:
48 "Todo o que recebe este menino em meu nome, a mim é que recebe; e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou; pois quem dentre vós for o menor, esse será grande".
49 João tomou a palavra e disse: "Mestre, vimos um homem que expelia demônios em teu nome, e nós lho proibimos, porque não é dos nossos".
50 Mas Jesus lhe disse: "Não lho proibais; porque, o que não é contra vós, é a vosso favor".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Entendemos mal o significado da palavra “Poder"
A palavra "poder" ganhou uma conotação do mal, por causa da opressão e da exploração, de alguns que ocupam o Poder, e a famigerada "busca do poder" virou sinônimo de coisa ruim, proveniente do maligno, algo que corrompe. Entretanto, basta ligarmos a palavra ao seu sentido correto que é a Possibilidade, poder, portanto, vem de possibilidade de fazer coisas e agir.
Na comunidade há pessoas que tem pouca possibilidade de fazer algo, outras, ao contrário, pela responsabilidade que tem, podem e devem fazer muito mais, pois tanto um quanto outro são carismas que Deus concedeu. Entre um irmão que se ocupa humildemente da limpeza do templo, e outro que tem a função de coordenar a comunidade, este último pode mais, não no sentido de mandar, de ser o maioral e o mais importante, mas no sentido de fazer, implementando as ações das quais a comunidade têm necessidade.
O Pároco tem Poder em uma paróquia, que poder é esse? As possibilidades decorrentes do ministério específico que exerce nesse sentido ele pode muito mais que todos, e por isso mesmo deve fazer mais do que todos. O Senhor Bispo Diocesano pode muito mais, e deve fazer mais do que todos o seu trabalho de supervisor. A questão não é o que fazemos, mas como fazemos...
Não podemos nos esquecer que o próprio Senhor, delegou a Pedro a Chefia da Igreja, nunca no sentido de ficar dando ordens, e ser o todo poderoso chefão, mas no sentido de fazer muito mais que os outros. Mas os discípulos não haviam, compreendido isso, e os cristãos dos nossos tempos também não....Pensavam em qual deles era o mais importante, o maioral, aquele que tinha de ser obedecido, e que dominaria sobre os demais....Jesus não desmonta a hierarquia, ao contrário, lhe dá um significado novo. Poder torna-se sinônimo de serviço e nessa ótica, o todo Poderoso é aquele que serve. O próprio Jesus usa o seu Poder para tornar-se um Servo, eis aí algo que o homem nunca conseguirá compreender, um Deus Todo Poderoso que se faz servo.
Mas servir a quem? Na sociedade, servir a alguém poderoso dá status e prestígio, mas servir aos miseráveis, marginalizados, sem voz e sem poder algum, um morador de rua, um dependente químico, que recebe carinho e atenção, como ele poderá retribuir? Por isso Jesus faz a dinâmica do acolhimento e serviço colocando no meio deles uma criança, mostrando então que esses pequenos, totalmente dependentes, devem ser o centro das atenções dos servos e servas de Deus. Quanto mais insignificante for a pessoa a quem se serve, mais autêntico será o amor manifestado, porque é sempre feito em nome de Jesus de Nazaré, o Deus que inverteu o quadro e se fez um Deus Servidor dos Homens, por isso agora vem até eles naqueles que têm necessidades.
Por isso quando alguém de fora do grupo anuncia o evangelho, realiza curas e prodígios, em sintonia com Jesus, o que lhe dá autenticidade é a ação em si, e não a fachada religiosa a qual pertence. Não dá para monopolizar o amor e por isso Jesus censura os discípulos que o haviam proibido de fazê-lo em nome de Jesus, se o que se faz em nome de Jesus, é um ato de amor, seja no anúncio da Palavra libertadora, ou em um gesto de solidariedade com quem sofre e passa alguma necessidade, essa ação torna-se autêntica e ninguém poderá impedi-la de ser feita...
2. O maior é o menor no Reino de Deus.
O evangelho desta segunda-feira é o último episódio da primeira parte do evangelho segundo Lucas (4,14–9,50), dominado pelo tema da identidade de Jesus como profeta (ver: 7,16.39).
A discussão entre os discípulos de quem seria o maior é a sequência do segundo anúncio da paixão-morte-ressurreição (cf. vv. 43b-45), e igualmente expressão da incompreensão dos discípulos (cf. v. 44). A condição do discípulo é ser servo como seu Senhor, que se fez servo de todos. O maior é o menor no Reino de Deus.
A "criança" é, aqui, símbolo do próprio Cristo, o "menor" de todos porque se fez servo de todos (cf. v. 48).
O nome de Jesus, isto é, sua pessoa, não é propriedade ou monopólio de quem quer que seja (cf. vv. 49-50). Os seus "atos de poder" e o seu ensinamento, que libertam o homem das cadeias do mal, não se circunscrevem nos limites de um único grupo. Ninguém pode fazer o bem se Deus não mover o coração. Dito de outra maneira, Deus está na origem do bem.
Por isso Jesus diz: "... quem não é contra vós, está a vosso favor" (v. 50). É pela autoridade de Cristo (= no nome de) que o mal é vencido.
ORAÇÃO
Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, os mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo.
3. PENSAMENTO INCONVENIENTE
Jesus e os discípulos caminhavam em direções opostas. Enquanto Jesus preanunciava seu destino de sofrimento e morte, os discípulos nutriam ideais de grandeza, preocupados em saber quem dentre eles seria o maior.
Descurando as exortações recebidas, anteviam um destino de glória e esplendor para si e para o Mestre. E procuravam organizar seu futuro a partir desta lógica mundana. Em outras palavras, eram incapazes de imaginar um projeto de vida fora de relações desiguais, próprias de uma sociedade de classes.
Jesus tentava fazê-los compreender ser possível viver de uma maneira nova, dentro e fora da comunidade. Dentro da comunidade, as relações interpessoais seriam regidas pelo princípio da igualdade e do serviço. Prestígio, poder e autoridade nenhuma importância teriam. Com os de fora da comunidade, o Reino exigia ser tolerante e respeitoso, superando toda tentação de sectarismo e de fanatismo.
Os velhos esquemas deveriam ser invertidos, ou melhor, substituídos pela novidade do Reino. Grandes seriam os menores da comunidade. Os desprezados, como as crianças, tornar-se-iam objeto de atenção. O Messias glorioso deveria ser encontrado nas pessoas marginalizadas, pois a grandeza do Reino é bem diferente daquela que os discípulos imaginavam.
Oração
Espírito de igualdade, tira de mim todo ideal de grandeza que consiste no domínio sobre meu semelhante, e torna-me servidor humilde dos mais pequeninos.
Liturgia da Terça-Feira
SANTA TERESINHA - VIRGEM E DOUTORA
BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DAS VIRGENS – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Deus cercou-a de cuidados e a instruiu, guardou-a como a pupila dos seus olhos. Ele abriu suas asas como a águia e em cima dos seus ombros a levou. E só ele, o Senhor, foi o seu guia (Dt 32,10ss).
Leitura (Zacarias 8,20-23)
Leitura da profecia de Zacarias.
8 20 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: "virão ainda muitos povos e habitantes de grandes cidades:
21 os habitantes de uma cidade convidarão os habitantes de outra, dizendo: 'Vamos e roguemos ao Senhor! Busquemos o Senhor dos exércitos! - Também eu irei'. -
22 Virão muitos povos e poderosas nações buscar o Senhor dos exércitos em Jerusalém, e implorar a face do Senhor".
23 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: "naquele dia dez homens de todas as línguas das nações tomarão um judeu pela orla de seu manto, e dirão: 'queremos ir convosco, porque soubemos que Deus está convosco'".
Salmo responsorial 86/87
Nós temos ouvido que Deus está convosco.
O Senhor ama a cidade
que fundou no Monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
Dizem coisas gloriosas
da Cidade do Senhor.
Lembro o Egito e Babilônia
entre os meus veneradores.
Na Filistéia ou em Tiro
ou no país da Etiópia,
este ou aquele ali nasceu.
De Sião, porém, se diz:
"Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança".
Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
"Foi ali que estes nasceram".
E por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
"Estão em ti as nossas fontes!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).

EVANGELHO (Lucas 9,51-56)
9 51 Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: "Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?"
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 "O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las". Foram então para outra povoação.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Serenidade, a marca do Discípulo
Há uma virtude que é essencial em um Discípulo: a serenidade! Jesus está na reta final da sua missão que terá o ponto culminante em Jerusalém e enviou á frente, pelo caminho, seus discípulos. Já se faz tarde e é preciso pensar em uma pousada para dar continuidade no dia seguinte á caminhada. Samaria seria o ponto de parada e os discípulos incumbidos dessa providência, Tiago e João enfrentam a hostilidade de Samaritanos, que se recusam a receber como hóspede um homem que vai para Jerusalém, pois Judeus e Samaritanos não se davam, eram como duas torcidas de dois grandes times, em dia de clássico, cada um por um caminho senão a briga era inevitável e o ódio explodia.
Tiago e João ficam indignados e perguntam a Jesus se este não quer que eles roguem uma boa praga sobre aqueles ingratos, fazendo chover fogo do céu em suas cabeças... Pronto! Perderam a serenidade diante da rejeição á Jesus! Em nossas comunidades sempre há os defensores ferrenhos da Igreja, da Verdade, do Bispo e do Padre, se alguém falar alguma coisa contra á religião, já querem partir para a ignorância. Uma vez presenciei um membro de comunidade, que se atracou com um Espírita, por causa da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Já vi também na fábrica, pessoas perderam a amizade por causa de discussões religiosas. Se o Cristão perder a serenidade, diante das contrariedades, a missão vai por água abaixo pois perde-se o foco da mesma...
Lucas nos apresenta Jesus determinado, decidido, resoluto a cumprir a missão que terá o seu desfecho em Jerusalém, nada mais o irá deter, muito menos aquela rejeição dos Samaritanos, que também, juntamente com toda humanidade, irão ser Salvos pela sua obra. Discípulo que não aguenta as contrariedades, que perde a estribeira diante de fatos como este, demonstra não ter maturidade suficiente na Fé, agindo sob impulso da paixão, em um fanatismo que destrói a essência de qualquer religião.
Samaritanos também se salvam, os que hoje rejeitam o evangelho, os que atacam a nossa Igreja, os que ridicularizam com as coisas Sagradas da nossa Igreja, inclusive os Ministérios, também poderão ser salvos, pois, responder rejeição com rejeição, ódio com ódio, preconceito com preconceito, jamais será digno de um cristão porque contradiz o Mandamento maior do Amor, que a tudo perdoa, compreende e dialoga. Em nenhum momento de sua vida Jesus odiou os que o rejeitaram e o condenaram á morte, ao contrário, do alto da cruz, agonizante, pediu ao Pai que os perdoasse, porque não sabiam o que estavam fazendo. O equilíbrio na Fé nos permite estarmos sempre abertos ao diálogo com o “diferente”. O nosso querido Papa Francisco vem fazendo isso com grande maestria. Vamos imitá-lo!
2. Viu a cidade e chorou sobre ela.
O versículo 51 do capítulo 9 é o início da seção central do evangelho segundo Lucas. Trata-se de um versículo importante, pois ele dá o sentido da subida de Jesus para Jerusalém. A melhor tradução do v. 51, a nosso ver, é a seguinte: "Tendo chegado o tempo em que ia ser arrebatado, ele endureceu a sua face para caminhar para Jerusalém".
A expressão "endurecer a face" tem um sentido de julgamento (Is 50,7; Jr 3,12; 21,20), especialmente como se encontra em Ezequiel (6,2; 13,17; 20,46; 21,2). Em outras passagens do seu evangelho, Lucas utiliza Ezequiel (Lc 19,41-44; 21,20-24; e Ez 4,1-3; 21,6-12.22). Certamente é do texto grego de Ezequiel que Lucas tira a expressão do versículo 51. A passagem de Ezequiel na qual, muito provavelmente, Lucas se inspirou é Ez 21,2-7.
Tanto num como noutro livro, o "endurecimento da face" está referido a Jerusalém. Como Ezequiel sofreu e disse uma palavra de julgamento contra Jerusalém e seus santuários, do mesmo modo Jesus vai fazê-lo ao chegar próximo da cidade santa: "Como estivesse perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: 'Ah! Se neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz!'" (Lc 19,41-44; Ez 21,2-6). Jesus vai a Jerusalém para julgá-la!
ORAÇÃO
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.
3. O FANATISMO CONDENADO
As divergências entre judeus e samaritanos eram bem conhecidas, no tempo de Jesus. Por razões históricas, eles se tinham na conta de inimigos, recusando-se a se reconciliar. Atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém, era sempre perigoso. Podia-se contar, com certeza, com a hostilidade dos samaritanos.
Mesmo assim, Jesus tomou a decisão de atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém. E, mais, seus discípulos entraram num povoado samaritano, pedindo hospedagem para o Mestre. A rejeição foi imediata. Os samaritanos recusaram-se a dar-lhes acolhida, pois souberam que estavam a caminho de Jerusalém.
Tiago e João, apelidados de "filhos do Trovão", desafogam seu fanatismo, pedindo que o Mestre destrua os inóspitos samaritanos, com fogo enviado do céu. A intolerância desses dois discípulos era sintoma de seus ideais messiânicos, feitos de gestos espetaculares, nos moldes dos antigos profetas. O profeta Elias, por exemplo, havia destruído com o fogo do céu os emissários do rei, enviados para prendê-lo. Coisa semelhante desejavam ver Tiago e João!
O pedido dos discípulos foi rechaçado por parte Jesus. Antes, eles foram severamente repreendidos, por sua dureza de coração. Seu fanatismo era fruto da incompreensão do projeto do Mestre. A rejeição dos samaritanos era insignificante diante da que ele haveria de padecer em Jerusalém
Oração
Espírito de tolerância, ajuda-me a ser compreensivo e paciente nas experiências de fracasso, sem nutrir desejos de ódio e de vingança.
Liturgia da Quarta-Feira
SANTOS ANJOS DA GUARDA
BRANCO, PREFÁCIO DOS ANJOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Anjos todos do Senhor, bendizei o Senhor; cantai a sua glória, louvai-o eternamente (Dn 3,58).
Leitura (Êxodo 23,20-23)
Leitura do livro do Êxodo.
Assim diz o Senhor: 23 20 "Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei.
21 Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está nele.
22 Mas, se lhe obedeceres pontualmente, se fizeres tudo o que eu te disser, serei o inimigo dos teus inimigos, e o adversário dos teus adversários.
23 Porque meu anjo marchará adiante de ti e te conduzirá entre os amorreus, os hiteus, os ferezeus, os cananeus, os heveus e os jebuseus, que exterminarei". 
Salmo responsorial 90/91
O Senhor deu uma ordem aos seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Quem habita ao abrigo do altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente
diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".
Do caçador e do seu laço ele te livra.
Ele te salva da palavra que destrói.
Com suas asas haverá de proteger-te,
com seu escudo e suas armas, defender-te.
Não temerás terror algum durante a noite
nem a flecha disparada em pleno dia;
nem a peste que caminha pelo escuro
nem a desgraça que devasta ao meio-dia.
Nenhum mal há de chegar perto de ti,
nem a desgraça baterá à tua porta;
pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis suas vontade! (Sl 102,21).

Evangelho (Mateus 18,1-5.10)
18 1 Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: "Quem é o maior no Reino dos céus?"
2 Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse:
3 "Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus.
4 Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus.
5 E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.
10 Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Servir com alegria aos menos importantes
A gente está habituado a servir, ser gentil e acolhedor, com gente importante, no trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo, mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo. Quando esse modo de agir é uma obcessão, determinando nossas relações com essas pessoas, acaba se tornando puxa-saquice sem tamanho, mas no fundo é isso mesmo, gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse modo de agir para a comunidade, o pessoal da liturgia trata o Padre de um jeito, o Diácono de outro, e o coitado do Ministro da Palavra é o último que fala e o primeiro que apanha. Por que isso? Por que se observa as pessoas através de uma visão hierarquizada. Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores” vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção maior ao sacerdote, ao arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos pastores que nos orientam, nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso. Mas as pessoas são iguais e o espírito cristão tem que nos levar a agir dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além e coloca como referência as criancinhas e os meninos, que naquele tempo eram insignificantes na sociedade, além das mulheres. Criança nem entrava nas estatísticas e eram totalmente dependentes dos adultos, começando pelos pais e parentes. Não tinham nenhuma autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o que os adultos mandavam, diferente de hoje quando há até leis específicas que garante o direito das pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Os discípulos fizeram uma pergunta “Quem é o maior no Reino dos Céus?” porque seguiam essa lógica da submissão a quem é o maior. Jesus, entretanto desmonta esse esquema de domínio sobre as pessoas e afirma que no Reino, os pequenos, pobres, insignificantes, é que devem ser servidos. Esse ensinamento, tanto nos tempo dos discípulos e das primeiras comunidades, como em nossos dias,  parece absurdo porque na lógica humana somente as pessoas importantes são valorizadas. Mas Jesus não está fazendo um belo discurso demagógico como o de alguns políticos, pois na conclusão do evangelho, com a parábola da ovelha desgarrada, ele nos mostra que o Pai do Céu age assim com todos nós,buscando a ovelha perdida e a valorizando mais que as outras.
2. É preciso mudar a mentalidade.
O capítulo 18 do evangelho segundo Mateus é denominado "discurso eclesial" ou discurso sobre a Igreja. Trata-se de instruções para a vida comunitária.
"Quem é o maior no Reino dos céus?" (v. 1). O maior é o menor. Por isso, Jesus afirma que é preciso se converter (v. 3). É preciso mudar de mentalidade porque o maior no Reino dos céus é o que serve a todos: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos" (Mc 9,35). A "criança" símbolo do próprio Cristo, que se fez servo de todos (cf. v. 5), ele que "sendo de condição divina não se apegou o seu ser igual a Deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo" (Fl 2,6-7a).
Os "pequenos" (v. 10) são os membros da comunidade; nos versículos 12-14 eles são identificados com as ovelhas. Os pequenos são, ainda, aqueles membros mais recentes da Igreja que precisam ser fortalecidos pelo testemunho e pela paciência daqueles que já percorreram um determinado itinerário no amadurecimento da fé. Da comunidade eclesial é exigido empenho para que os seus membros não se dispersem. Caso a dispersão aconteça, a comunidade deve fazer todo esforço possível para recuperar a ovelha que se desgarrou (vv. 10-14; ver Ez 34,11-16).
ORAÇÃO
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
3. AMAR OS PEQUENINOS
O amor aos pequeninos deve ser um ponto de honra para a comunidade cristã. Trata-se, aqui, de atitudes concretas de apreço, incentivo e estima, mormente em relação a quem está dando os primeiros passos na fé, uma vez que, nem sempre, é capaz de superar os obstáculos com que se defronta. Corre-se o grande perigo de assumir, diante desses pequeninos, uma atitude farisaica de rigorismo, apresentando-lhes exigências descabidas, a ponto de jogá-los fora da comunidade cristã e afastá-los da salvação.
A exortação de Jesus - "Cuidem de não desprezar um só destes pequeninos" - revela que a fé é uma dinâmica, cujos passos vão sendo dados pouco a pouco. É inútil querer impor-se aos demais, e determinar o ritmo que devem seguir.
Quem está dando os primeiros passos deve ser objeto de especial atenção. O abandono de certos hábitos e a acolhida do modo de ser próprio do discípulo do Reino, muitas vezes, é muito penoso. A simples força de vontade ou a firme decisão de ser diferente podem mostrar-se insuficientes quando se trata de mudar de vida. O efetivamente conseguido não corresponde àquilo que se deseja. Nem por isso, a comunidade tem o direito de desfazer-se de quem vai caminhando com dificuldade. Pelo contrário, este deve ser objeto de atenção redobrada, para não vir a esmorecer na sua opção pelo Reino.
Oração
Espírito de apreço e estimulo, torna-me especialmente atento em relação a quem dá os primeiros passos na fé, buscando, penosamente, trilhar os caminhos da fidelidade ao Reino.
Liturgia da Quinta-Feira
BEATOS ANDRÉ E AMBRÓSIO - PRESBÍTEROS E MÁRTIRES
VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Pelo amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso sua recompensa é eterna.
Leitura (Neemias 8,1-12)
Leitura do livro de Neemias.
8 1 Todo o povo se reuniu então, como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água, e pediu a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia prescrito a Israel.
2 O sacerdote Esdras trouxe a lei diante da assembléia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês.
3 Esdras fez então a leitura da lei, na praça que ficava diante da porta da Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, mulheres e das (crianças) capazes de compreender; todos escutavam atentamente a leitura.
4 O escriba Esdras postou-se num estrado de madeira que haviam construído para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita, Matatias, Semeías, Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão.
5 Esdras abriu o livro à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado acima da multidão. Quando o escriba abriu o livro, todo o povo levantou-se.
6 Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: "Amém! Amém!" Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra.
7 E Josué, Bani, Serebias, Jamin, Acub, Seftai, Odias, Maasias, Celita, Azarias, Josabed, Hanã, Falaías e outros levitas explicavam a lei ao povo, e cada um ficou no seu lugar.
8 Liam distintamente no livro da lei de Deus, e explicavam o sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
9 Depois Neemias, o governador, Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que instruíam o povo, disseram a toda a multidão: "Este é um dia de festa consagrado ao Senhor, nosso Deus; não haja nem aflição, nem lágrimas. Porque todos choravam ao ouvir as palavras da lei".
10 Neemias disse-lhes: "Ide para as vossas casas, fazei um bom jantar, tomai bebidas doces, e reparti com aqueles que nada têm pronto; porque este dia é um dia de festa consagrado ao nosso Senhor; não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força".
11 Os levitas acalmavam o povo. Calai-vos, diziam eles, este é um dia santo; não vos aflijais.
12 E todo o povo se foi para beber e comer, dar porções aos pobres e entregar-se a grandes alegrias. Porque haviam entendido o sentido das palavras que lhes foram explicadas. 
Salmo responsorial 18/19
Os ensinos do Senhor são sempre retos,
alegria ao coração.
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.
Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.
Mais desejáveis do que o ouro são eles,
do que o ouro refinado.
Suas palavras são mais doces que o mel,
que o mel que sai dos favos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando!

EVANGELHO (Lucas 10,1-12)
10 1 Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir.
2 Disse-lhes: "Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe.
3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.
4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho.
5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: 'Paz a esta casa!'
6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós.
7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir.
9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus está próximo'.
10 Mas se entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saindo pelas suas praças, dizei:
11 'Até o pó que se nos pegou da vossa cidade, sacudimos contra vós; sabei, contudo, que o Reino de Deus está próximo'.
12 Digo-vos: naqueles dias haverá um tratamento menos rigoroso para Sodoma". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Enviados
Nada melhor do que uma conversa (ainda que seja em nosso imaginário) para apimentarmos a nossa reflexão , fomos atrás de um dos 72 enviados
___ Assim que vocês foram enviados, Jesus falou aquela frase de caráter vocacional”A messe é grande e os operários são poucos. Por que?
Disc. Anônimo ___ Bom, a frase expressa a realidade daquele tempo, depois dos tempos pós-pascais, projetando-se para o futuro e chegando hoje a vocês também, a demanda de pessoas a serem evangelizadas será sempre maior do que os missionários.
___ E por que tem que rezar ao Dono da Messe, para que resolva a situação enviando mais operários?
Disc. Anônimo ___ ah...isso é importante, ninguém se torna missionário evangelizador por conta própria, se o próprio Senhor não suscitar em seu coração esta graça, em suma, não se trata de um empreendimento humano....
___ Ser enviado como cordeiro no meio de lobos, é algo meio desanimador, não é?
Disc. Anônimo ___ sim, mas é um alerta que o Senhor nos faz, cordeiro representa a fraqueza, a fragilidade do missionário diante dos poderes do mundo, estaremos sempre em menor número, sempre haverá alguém, alguma força ou ideologia que quer devorar e exterminar quem anuncia a Boa Nova. O texto aponta para os últimos 40 anos do primeiro século, quando a perseguição aos cristãos foi intensa.
___ Então hoje estamos livres dos lobos?
Disc. Anônimo ___ claro que não! O cordeiro é presa fácil nas garras do lobo, os cristãos discípulos missionários pagam um alto preço pela sua fidelidade nos dias de hoje. Os lobos famintos para destruir a vida, estão por toda parte....
___ Há uma série de recomendações para os discípulos, dá para resumir tudo isso, ou cada uma delas têm um significado especial?
Disc. Anônimo ___ Primeiramente o texto afirma que o discípulo missionário é um peregrino por este mundo, daí vem as recomendações de desapegar-se de toda e qualquer segurança que esta vida possa nos oferecer.
___ E a questão da hospedagem, que não pode ser mudada do começo ao fim da missão?
Disc. Anônimo ___ Em encontros de CEBs e outros movimentos populares, as comunidades oferecem hospedagem aos que vêm de fora, nas casas de membros da própria comunidade, imagine você querer um hotel 5 estrelas e acaba pegando uma casa mais modesta? O autêntico discípulo missionário contenta-se como o que lhe oferecem, pois não anda atrás de luxo e grandezas mas o seu foco é o anúncio da Palavra.
___ Finalmente a  última e mais intrigante exortação, que negócio é esse , de quando não for bem recebido, saia na rua e rogar uma praga pro Dono da casa, batendo os pés no chão para deixar a poeira? Não parece coisa de cristão, não é?
Disc. Anônimo ___ Espere aí, não é praga ou maldição, como muita gente pensa. Esse gesto é um profundo apelo á conversão, pois a pessoa têm o direito de rejeitar a Palavra de Deus, é livre para isso, porém, o discípulo missionário, não pode compactuar com essa recusa e deve mostrar que a pessoa está fazendo uma ruptura com Deus, está recusando o maior dos tesouros que é a sua Palavra. Não deve, portanto o discípulo missionário calar-se diante dessa recusa, mas de alguma forma mostrar que ouve esta ruptura entre a Palavra de Deus e a Vida daquela pessoa.  Um dia, pela graça de Deus aquela pessoa cairá em si, percebendo a besteira que fez ao recusar ouvir a Palavra, se estiver ainda nesta vida, poderá retornar em tempo, mas se for na outra, então o rigor será bem maior, pois, terá plena consciência de que a Verdade lhe foi comunicada, mas só que agora a ruptura é definitiva e NUNCA mais ouvirá Deus lhe falando....
___ Ou seja, desperdiçou a maior chance de sua vida, ao recusar ouvir a Palavra?
Disc. Anônimo ___ Pois é isso. Todo ser humano sem exceção tem a oportunidade de encontrar-se com Deus em sua Santa Palavra. Ouvi-la e abrir á ela é uma decisão que compete a cada homem...
2. O discípulo é portador da paz.
Setenta ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados. Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que compõem a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, "a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir" (v. 1). Trata-se de colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus (cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29). Para esta missão universal é que Jesus dá as orientações.
O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de Deus, anúncio que deve ser feito mesmo em situações adversas (cf. vv. 9.11).
Como o discípulo não é maior que o Mestre, os discípulos enviados devem ter presente a possibilidade de hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: "Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas não se paga o mal com o mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é dom do Cristo Ressuscitado: "… dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!'" (v. 5). Na rejeição, sacudir o pó da sandália (v. 11), isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a segurança e a força vêm do Senhor.
ORAÇÃO
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
3. COMO CORDEIROS ENTRE LOBOS
A metáfora da condição dos discípulos é uma forma de descrever o futuro da missão. Ser cordeiros entre lobos não dá margem para dúvidas: a missão está destinada a ser uma batalha desigual, onde toda prudência é pouca. Nada de ilusões!
Humanamente falando, as orientações dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo está disposto a ajudar. Quem depende de esmolas, está sujeito a toda sorte de ironia, gozações e humilhações, sem contar o risco de sofrer agressões físicas.
A recomendação de não escolher casa ou cidade onde entrar - os discípulos deveriam ir a toda cidade e lugar por onde Jesus passaria - obrigava-os a visitar até mesmo povoados hostis, especialmente os situados na região da Samaria. Se a hospitalidade em uma cidade lhes fosse recusada, eles não teriam o direito de fazer uso da força ou da violência. Bastava-lhes sacudir o pó das sandálias, e seguir adiante.
Falando na perspectiva do Reino, a ação missionária oferecida aos setenta e dois discípulos exigia deles serem testemunhas do mundo novo proclamado por Jesus. Aí os bens materiais deveriam ser relativizados, não tendo primazia no coração humano. A solidariedade seria um imperativo, e a violência, banida. Por conseguinte, a reação dos apóstolos diante de situações adversas já seria uma ação evangelizadora.
Oração
Espírito de denodo, bane para longe de mim todo medo diante das dificuldades na missão, e dá-me a mesma coragem e disposição de Jesus.
Liturgia da Sexta-Feira
SÃO FRANCISCO DE ASSIS - RELIGIOSO E PAI DA ECOLOGIA
BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Francisco de Assis, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu com amor.
Leitura (Baruc 1,15-22)
Leitura do livro de Baruc.
1 15 Eis o que direis: O Senhor, nosso Deus, é justo. Nós, porém, devemos, hoje, corar de vergonha, nós, homens de Judá e habitantes de Jerusalém,
16 nossos reis e príncipes, sacerdotes, profetas e nossos pais,
17 porque pecamos contra o Senhor.
18 Nós lhe desobedecemos; recusamo-nos a ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, e a seguir os mandamentos que nos deu.
19 Desde o dia em que o Senhor tirou nossos pais do Egito até agora, persistimos em nos mostrar recalcitrantes contra o Senhor, nosso Deus, e, em nossa leviandade, recusamos escutar-lhe a voz.
20 Por isso, como agora o vemos, persegue-nos a calamidade assim como a maldição que o Senhor pronunciara pela boca de Moisés, seu servo, quando este fez com que saíssem do Egito nossos pais, a fim de nos proporcionar uma terra que mana leite e mel.
21 Contudo, a despeito dos avisos dos profetas que nos enviou, não escutamos a voz do Senhor, nosso Deus.
22 Seguindo cada um de nós as inclinações perversas do coração, servimos a deuses estranhos e praticamos o mal ante os olhos do Senhor, nosso Deus.
Salmo responsorial 78/79
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos, ó Senhor!
Invadiram vossa herança os infiéis,
profanaram, ó Senhor, o vosso templo,
Jerusalém foi reduzida a ruínas!
Lançaram aos abutres como pasto
os cadáveres dos vossos servidores;
e às feras da floresta entregaram
os corpos dos fiéis, vossos eleitos.
Derramaram o seu sangue como água
em torno das muralhas de Sião,
e não houve quem lhes desse sepultura!
Nós nos tornamos o opróbrio dos vizinhos,
um objeto de desprezo e zombaria
para os povos e àqueles que nos cercam.
Mas até quando, ó Senhor, veremos isto?
Conservareis eternamente a vossa ira?
Como fogo arderá a vossa cólera?
Não lembreis as nossas culpas do passado,
mas venha logo sobre nós vossa bondade,
pois estamos humilhados em extremo.
Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador!
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

EVANGELHO (Lucas 10,13-16)
Naquele tempo, disse Jesus: 10 13 "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza.
14 Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós.
15 E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos infernos.
16 Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Tenho medo do Cristo que passa...
Neste mês da Bíblia, na minha comunidade, para acolher a Santa Palavra, antes das leitura cantamos esse hino que é muito significativo "É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa, tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal/  tenho medo de me esconder, de fingir que não escutei, tenho medo do Cristo que passa, oferece uma graça e eu digo que não, tenho medo de virar as costas, fingir que a coisa não é comigo, enfim, ser indiferente as manifestações de Deus em nossa vida...
Seria este o contexto da reflexão, as cidades de Coroazim, e Betsaida, conheceram Jesus, viram seus prodígios mas o rejeitaram. A responsabilidade de quem ouviu o anúncio e conheceu a Jesus Cristo, o seu Reino e seu evangelho, é enorme de grande.
As cidades de Tiro e Sidônia, habitada por pagãos, ainda não haviam tido essa experiência com Jesus, não o conheciam, nada sabiam das escrituras ou sobre o tal Messias. É difícil afirmar quem conhece a Jesus e quem ainda não o conhece, a verdade é que, na Força do Espírito Santo,  Deus chega a todos os homens e consegue penetrar-lhes no mais profundo do coração e da alma.
Neste evangelho poderíamos refletir sobre o nosso papel de Cristãos no mundo enquanto Igreja de Cristo.  Temos os Sacramentos, a Palavra Viva de Deus em nossas liturgias, e o mais importante, temos a Santa Eucaristia, presença real do Senhor, que nos fortalece.
Tudo isso é pura Graça de Deus, dom imerecido de nossa parte, com todos esses dons, cada um de nós deverá ter feito uma profunda experiência com Jesus Cristo, e a partir disso dar o testemunho a todas as pessoas com quem convivemos ou que de algum modo fazem parte de nossa vida.
Se essas pessoas ainda não conhecem Jesus, a responsabilidade é toda nossa, que não o testemunhamos, principalmente fora da comunidade, na Família, no trabalho, na escola, enfim, onde estivermos. A esse respeito lembro-me de Iris Gomes, uma negra que deu o seu testemunho a mais de 80 Bispos em um encontro no Rio de Janeiro, ela queria ser religiosa de Vida Consagrada, mas o seu Diretor Espiritual orientou que o seu lugar não era no convento, mas sim no mundo do trabalho.
Iris trabalha há mais de 20 anos nos bastidores das novelas da Rede Globo, e diante deste evangelho, fiquei pensando, que se ela insistisse na ideia de ser Religiosa, ficar fechada em um convento, quantos artistas teriam deixado de conhecer a Jesus...
Lá onde parece que só há hostilidade contra o evangelho de Jesus, é o melhor lugar para se viver autenticamente o cristianismo. Esse evangelho nos convence disso, e o mundo aguarda ansioso, pelos Discípulos Missionários do Senhor, você, eu e nós todos, que somos batizados e termos algo importante a dizer em todos esses ambientes, aparentemente hostis ao evangelho. Vamos nessa?
2. Apelo veemente à conversão
O texto está diretamente ligado ao envio dos setenta e dois discípulos. É uma lamentação de Jesus sobre as cidades próximas ao Mar da Galileia, lugar privilegiado do ensinamento e da ação de Jesus. Não obstante terem sido beneficiadas pela presença do Senhor, não se converteram. Em razão de sua resistência em acolher Jesus e reconhecer, por ele, o tempo da visita salvífica de Deus, são comparadas a Tiro e Sidônia, símbolos da infâmia e exploração dos mais frágeis (ver: Is 23,1-11; Ez 26–28).
As palavras de Jesus sobre estas cidades não são, antes de tudo, um juízo condenatório, mas um apelo veemente à conversão. Não são aos discípulos simplesmente que estas cidades mencionadas rejeitam, mas ao próprio Senhor, pois há uma identificação profunda entre os discípulos e seu Mestre: "Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza" (v. 16). E como há uma comunhão profunda entre o Pai e o Filho, quem despreza o Filho despreza, igualmente, Aquele que o enviou (v. 16).
ORAÇÃO
Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o apelo da salvação.
3. EXTREMO APELO À CONVERSÃO
É admirável o modo sincero e transparente como Jesus partilha com os discípulos, enviados em missão, sua própria experiência de fracasso. Longe de revelar fraqueza, suas palavras revelam o respeito que ele tinha pela liberdade humana. Em hipótese alguma, a proposta do Reino tornou-se imposição na vida das pessoas. Diante do Reino, deveriam decidir-se livremente e assumir as conseqüências desta decisão.
Várias cidades ao redor do lago de Genesaré fecharam-se à pregação de Jesus. Corozaim, Betsaida e Cafarnaum estão entre aquelas que não aderiram nem se mostraram capazes de dar ouvido aos ensinamentos do Mestre. Os milagres nelas efetuados teriam sido suficientes para converter até mesmo cidades pagãs, motivando-as a fazer penitência.
A lamentação profética de Jesus: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida!" comporta um apelo extremo à conversão. Apelo amargo e incisivo! Fechando-se para o Reino, as cidades impenitentes corriam o risco de ter uma sorte dramática, no dia do juízo. Por quê? Por se terem mostrado hostis para com o Filho de Deus, rejeitando o convite divino à conversão que ele lhes dirigia.
O fracasso missionário de Jesus não significava que essas cidades impenitentes seriam poupadas do castigo. O mesmo acontecerá com as cidades que, eventualmente, se recusarem a ouvir os enviados de Jesus, e os repelirem.
Oração
Espírito que transforma os corações, torna-me solícito em ouvir os apelos de conversão que Jesus me faz. Faze com que eu os acate e me converta, sem demora.
Liturgia do Sábado
XXVI SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo o que fizestes conosco, com razão o fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia.
Leitura (Baruc 4,5-12.27-29)
Leitura do livro de Baruc
5Coragem, meu povo, que sois a lembrança viva de Israel:
6fostes vendidos às nações, mas não para serdes exterminados; por terdes provocado a ira de Deus é que fostes entregues aos inimigos.
7Exasperastes aquele que vos criou, oferecendo sacrifícios aos demônios, e não a Deus.
8Esquecestes o Deus que vos alimentou, o Deus eterno, e entristecestes aquela que vos nutriu, Jerusalém.
9Ela viu desabar sobre vós a ira de Deus e disse: “Escutai, vizinhas de Sião: Deus fez cair sobre mim uma grande aflição.
10Eu vi o cativeiro de meus filhos e filhas, que o eterno lhes infligiu.
11Eu os havia criado com alegria; com lágrimas e luto os vi partir.
12Ninguém se alegre por ver-me viúva e abandonada por muitos! Por causa dos pecados de meus filhos, fiquei deserta; eles se desviaram da lei de Deus.
27Animai-vos, meus filhos, e clamai a Deus; ele, que vos fez sofrer, há de lembrar-se de vós.
28Como por livre vontade vos desviastes de Deus, agora, voltando, buscai-o com zelo dez vezes maior;
29aquele que trouxe sofrimento para vós, para vós trará, com a vossa salvação, eterna alegria.
Salmo responsorial 68
— Nosso Deus atende a prece dos seus pobres.
— Nosso Deus atende a prece dos seus pobres.
— Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos. Que céus e terra glorifiquem o Senhor com o mar e todo ser que neles vive!
— Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, reconstruindo as cidades de Judá, onde os pobres morarão, sendo seus donos. A descendência de seus servos há de herdá-las, e os que amam o santo nome do Senhor dentro delas fixarão sua morada!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. Alegrai-vos, diz o Senhor, os vossos nomes estão escritos no céu.

Evangelho (Lucas 10,17-24)
Naquele tempo, 17os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”.
18Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago.
19Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal.
20Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes!
24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os discípulos entram em campo
Quando militei no jornalismo da minha cidade, acompanhava o campeonato varzeano e gostava de estar no vestiário das equipes, antes e depois de uma partida importante. Havia um técnico que tinha um discurso assim, quando a equipe vencia um jogo importante "Ganhamos só uma partida, ainda não somos campeões de nada!".
Claro que ele vibrava muito com o desempenho da sua equipe, a frase não queria acabar com a festa, mas apenas lembrar que havia  outras partidas a serem vencidas á frente.
Jesus colocou os seus discípulos em "campo" isso é, enviou-os em missão e deu-lhes poder sobre o mal, não podemos aqui pensar em um Poder sobrenatural de realizar prodígios, senão uma pessoa comum que vive a sua Fé nos dias de hoje, jamais iria entender o discipulado como missão, ou acharia que se trata de pessoas especiais, ungidas, fora do comum.
Geralmente, a maioria dos técnicos de times de várzea, já foram jogadores das equipes da cidade, conhecem bem as estratégias e artimanhas do adversário, conhece o campo e sabe onde seus pupilos irão pisar e é comum que em jogos importantes e decisivos, transmitam essa bagagem e experiência aos jogadores, que tem disposição, energia, mas ás vezes falta-lhes experiência para o confronto.
Assim, é Jesus Cristo na relação com os discípulos, ele é homem, conhece o Bem que habita plenamente nele enquanto Deus, mas conhece também as Forças do Mal, sabe qual a estratégia do inimigo do Reino, sabe que a missão dos discípulos não será um mar de rosas e os envia, não sem antes instruí-los e municiá-los com dons, carismas e todo conhecimento. A missão foi bem sucedida, a se julgar pela euforia dos discípulos, eles ganharam o jogo, e agora Jesus, como aquele técnico prudente, quer prepará-los para novos combates contra o mal. "Não vos alegreis porque os espíritos se sujeitaram a vocês, mas sim porque estão fortalecidos para o resto do combate que terá um final de glória para o Reino de Deus.”
Os discípulos são superhomens, são pessoas comuns, que seguem a Jesus e Nele acreditam, na sociedade daquele tempo, de nada valiam, não eram poderosos, nem ricos ou importantes, mas perceberam que o Reino Messiânico está em Jesus e não nas Instituições Humanas. Por isso Jesus louva o Pai extravasando toda sua alegria, os poderosos não sabem, mas ali naquele grupo de homens humildes algo grandioso está surgindo e se tornando realidade, marcando o início de um reino que prevalecerá sobre todos os reinos e impérios do mundo, em todos os tempos.
Hoje os discípulos somos nós, e, portanto, a cada dia devemos também nos recolher em Jesus Cristo louvando e agradecendo, porque em sua Graça vivemos mais um dia comprometidos com o Bem, e usando a liberdade que a sua Salvação nos conferiu, em nossas ações e palavras, botamos o Mal prá correr, reafirmando assim a nossa esperança na plenitude do Reino que já está entre nós...
2. A verdadeira alegria do discípulo
Os setenta e dois voltam alegres da missão para onde foram enviados, pois fizeram a experiência de que o poder de Jesus atuava por meio deles e prolongava o "hoje" da salvação (cf. Lc 4,21), através da vitória sobre o poder demoníaco que tira do coração do ser humano o brilho original da criação (vv. 18-19; Ap 12,7-12; Dn 12,1-3).
Jesus alerta os discípulos entusiasmados pelo sucesso da missão a não se deixarem levar pelo prestígio pessoal ou pela fama, pois o importante é pertencer a Deus e viver os valores do Reino: "... não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus" (v. 20). A verdadeira alegria do discípulo é a comunhão com Deus (v. 20; Ex 32,32; Is 4,3).
ORAÇÃO
Pai, por ter meu nome inscrito no céu e por estar unido a ti, única fonte de vida e de libertação, ajuda-me a lutar contra o mal que mantém a humanidade cativa do egoísmo.
Liturgia do Domingo 06.10.2013
27º DOMINGO DO TEMPO COMUM — ANO C

VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "O justo vive da fé" __
OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Senhor aqui nos reúne. É ele que nos chama. Mais uma vez, somos convidados a tomar parte na Ceia do Senhor. Buscando nosso aperfeiçoamento, somos chamados a encontrar, no Pão da vida eterna, força e alimento para nossa vida de fé. Na escuta da Palavra de Deus, confiamos a Ele nossas aflições e dificuldades, na certeza de sua presença junto de nós. Estamos iniciando o mês de outubro, mês missionário e dedicado a Nossa Senhora e à recitação do Rosário. O testemunho de fé de Maria, junto à cruz, nos mostra o real valor da fé para aquele que crê. Sua esperança nos mostra o verdadeiro significado da espera e da confiança daquele que nos chama à vida em plenitude.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Nesta Ceia participamos do Mistério de Cristo e assumimos a sua páscoa como nossa páscoa. Somos chamados a redefinir os rumos da nossa cultura por meio da adesão ao amor de Deus derramado em nossos corações. Uma grande missão para a cultura cristã é a defesa da vida desde a concepção até a morte natural. É nesse sentido que celebramos, no próximo dia 8, o Dia do Nascituro. Iniciamos também o Mês missionário. Pela Campanha Missionária, toda a comunidade cristã é convidada a renovar seu compromisso batismal em conformidade ao mandato de Jesus Cristo, "Ide e fazei discípulos todas as nações" (Mt 28, 19).Rezemos para que o Ano da Fé renove os cristãos e ajude o Brasil a reconstruir uma cultura na qual a cruz de Cristo e o amor de Deus sejam a referência para a vida cultural de um País cristão.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O evangelho de hoje nos oferece um ensinamento sobre a fé, provocado por uma súplica dos discípulos. Eles compreenderam bem que só se tivessem fé, se estivessem convencidos de que vale a pena deixar tudo para seguir o Mestre, é que poderão guardar distância das riquezas e se decidir pelo Reino. Jesus aprova essa convicção e declara implicitamente como tal decisão só pode ser fruto da fé. Temos também um ensinamento sobre a humildade, pois o cristão não deve jamais orgulhar-se de ter cumprido o seu dever.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
A FORÇA DE QUEM TEM FÉ
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder, e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra, e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo!
Comentário das Leituras: Diante de um mundo cada vez mais agressivo, porque está sedento de dinheiro e lucro, a Palavra de Deus proclama que o justo vive pela fé. É através da fé, mesmo se pequena como a semente de mostarda, que resistimos à violência e iniquidade social. Ouçamos com fé a Palavra que nos dá a confiança que gera a total entrega da nossa vida a Deus.
Primeira Leitura (Hab 1,2-3; 2,2-4)
Leitura de Profecia de Habacuc
2Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: "Violência!", sem me socorreres?
3Por que me fazes ver iniqüidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia.
2,2Respondeu- me o Senhor, dizendo: "Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade.
3A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará.
4Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé".
Salmo responsorial 95/94
Não fecheis o coração, ouvi vosso Deus!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao
seu encontro caminhemos com louvores, e
com cantos de alegria o celebremos!
Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho, as
ovelhas que conduz com sua mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz; não fecheis
os corações como em Meriba, como
em Massa, no deserto, aquele dia, em que
outrora vossos pais me provocaram, apesar
de terem visto as minhas obras.
Segunda Leitura (2Tm 1,6-8.13-14)
Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo.
Caríssimo: 6Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.
7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade.
8Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.
13Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus.
14Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A Palavra do Senhor permanece para sempre; e esta é a Palavra que vos foi anunciada.

EVANGELHO (Lc 17,5-10)
Naquele tempo, 5os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!"
6O Senhor respondeu: "Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: 'Arranca-te daqui e planta-te no mar', e ela vos obedeceria.
7Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: 'Vem depressa para a mesa?'
8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepara- -me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?
9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?
10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'".
LEITURAS DA SEMANA DE 07 a 13 de Outubro de 2013:
2ª Vd - At 1,12-14; Med.: Lc 1,46-55; Lc 1,26-38
3ª Vd - Jn 3,1-10; Sl 129(130); Lc 10,38-42
4ª Vd - Jn 4,1-11; Sl 85(86); Lc 11,1-4
5ª Vd - Ml 3,13-20a; Sl 1; Lc 11,5-13
6ª Br - Jl 1,13-15; 2,1-2; Sl 9a(9); Lc 11,15-26
Sb Vd - Est 5,1b-2; 7,2b-3; Sl 44(45); Ap 12,1.5.13a15-16a; Jo 2,1-11
28º DTC Vd - 2Rs 5,14-17; Sl 98(97); 2Tm 2,8-13; Lc 17,11-19
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O que é a Fé?
Eis um evangelho onde, se o leitor não prestar muita atenção, irá pensar que são dois assuntos diferentes que Jesus está tratando. Os apóstolos lhe fazem um pedido que nós todos sempre fazemos: Para que Deus aumente a nossa Fé! Jesus acolhe o pedido, mas vai lhes dizer que “Se a Fé que eles tinham fosse tão pequenina como o de um grão de mostarda, conseguiriam até arrancar uma amoreira e fazê-la sozinha plantar-se ao mar”, ou seja, com um pouco se faz muito além do que se pode.
Arrancar qualquer árvore adulta, usando as próprias mãos, já requer um grande esforço, uma amoreira mais ainda, pois sua raiz é grande e muito entrelaçada, exatamente como suas ramagens se apresentam. Arrancá-la dando uma simples ordem verbal, sem por as mãos, e ainda fazê-la plantar-se ao mar, ora, a amoreira teria que afundar, atingir o solo do fundo do mar e penetrar na terra. Mesmo estando em um contexto longe da narrativa do evangelho, do Jesus Histórico e seus seguidores, a gente conclui que essa seria uma ação impossível humanamente falando.
Se a reflexão parasse por aqui a conclusão seria essa: Os apóstolos não tinham nenhuma Fé, pois se tivessem, poderiam fazer grandes proezas, como aquela que Jesus lhes propôs como exemplo. Se a Fé fosse isso, seria tão bom para todos nós. Faríamos grandes proezas e não passaríamos mais nenhuma necessidade. Essa é a Fé Mágica que muitos querem ter pois sempre diante de algo difícil de se conseguir, não falta quem diga “Você precisa ter mais Fé”
Mas a reflexão tem sequência quando Jesus lhes fala da relação entre servo e seu Senhor. Mudou o assunto? Não. Jesus agora irá aprofundar o ensinamento. Os apóstolos, embora seguidores de Jesus, ainda não tinham conseguido mudar a mentalidade sobre o Messias e no fundo pensavam como a Comunidade Judaica, principalmente os Fariseus e Doutores da Lei, para os quais, Deus estava á sua inteira disposição, desde que cumprissem toda Lei de Moisés, atendendo rigorosamente a todas as prescrições e determinações. Com uma conduta e procedimento de um Justo, Deus era obrigado a atendê-los concedendo todas as bênçãos e promessas feitas a Abraão e sua descendência, pois tornavam-se merecedores.
Entre nós, quando alguém recebe algum benefício, ou acontece algo de bom que vai lhe trazer vantagens, principalmente financeiras e materiais, os mais próximos o saúdam e o cumprimentam, dizendo “Olha, você merece!”. Essa mentalidade Farisaica perpassa o tempo e o espaço, e ainda contamina nosso coração diante de Deus, pois, quando peco mereço o castigo, quando me confesso e procuro viver bem, na Graça de Deus, então sou merecedor das bênçãos e do Céu, que um dia Deus me dará, porque sou realmente muito bom, como Cristão.
Fé consistente, não é aquela que faz coisas prodigiosas, sem explicação, mas sim aquela que consegue transformar a nossa mentalidade religiosa, e consequentemente a nossa relação com Deus! Algo tão difícil como arrancar uma amoreira com raiz e tudo e fazê-la plantar ao mar... Os Dons maravilhosos que o Senhor nos concede, são todos imerecidos.
Um coração contaminado pelo orgulho, vaidade e prepotência, nem sempre aceita o que é de graça, porque isso seria reconhecer a superioridade de quem nos concede, por isso os pobres e pequenos sempre foram os preferidos de Deus.
De igual forma os que se julgam pecadores e estão afastados da comunidade, em geral estão sempre abertos para essa experiência impar com a gratuidade do grandioso Amor Divino, que na sua Graça nos transforma por inteiro, arrancando de nosso coração as raízes entrelaçadas de pensamentos egoístas, que nos impedem de nos abrir á Deus.
2. Importância da Fé
O que importa, aqui, não é o tamanho da fé, mas em que ela nos faz apoiar nossa vida e nossa vocação.
Talvez, muitos leitores do evangelho de hoje se sintam confusos pelo que aí é dito; outros tantos se deixarão levar pelo imediatamente percebido na leitura, sem aprofundar o sentido do texto. Tentemos ajudar o leitor a conhecer a mensagem que o autor quis transmitir com o seu texto.
"Aumenta a nossa fé!" (v. 5). Esta é a súplica dos apóstolos, os enviados. A fé é fundamentalmente adesão à pessoa de Jesus Cristo e, em razão dessa adesão, ela se transforma em testemunho. Tendo já sido enviados em missão (9,1-6), os apóstolos experimentaram a necessidade de uma comunhão estreita com Jesus. Sem esta relação estreita, o "sucesso" da missão fica comprometido. A fé oferece a possibilidade de fazer tudo em Deus, sem se deixar seduzir pelo prestígio, nem desanimar pelo fracasso. A fé está ligada à missão. Diante da súplica dos Doze, que também é a nossa, Jesus responde: "Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: 'Arranca-te daqui e planta-te no mar', e ela vos obedeceria" (v. 6). A fé, dizemos nós, remove montanhas! É preciso bem compreender, pois o que importa, aqui, não é o tamanho da fé, mesmo porque ela não é mensurável, mas em que ela nos faz apoiar nossa vida e nossa vocação. É a confiança no poder de Deus, na palavra de Cristo, que pode transformar a realidade tanto pessoal como social. É Deus quem age, não importa qual seja a nossa fé ou o nosso grau de confiança nele. Quando a ação do discípulo no desempenho de sua missão é feita em nome do evangelho, não há nada que seja impossível. "Para Deus tudo é possível", dirá o Anjo Gabriel a Maria (1,37). Para o discípulo apoiado na palavra de Jesus Cristo, não há nada que possa desencorajá-lo.
"Somos simples servos…" (v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: "Somos servos inúteis!". Se o fôssemos, porque Deus nos chamaria ao seu serviço? A questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos homens. Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um trabalho a ser feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf. At 1,8). Em segundo lugar, a expressão "simples servos, pois fizemos o que devíamos ter feito" diz respeito à gratuidade do serviço. A recompensa do apóstolo é Deus mesmo, seu verdadeiro salário é ser admitido como operário na vinha do Senhor. Quem é enviado não tem nenhum direito sobre Deus, nem sobre seus semelhantes. A gratuidade exige não só deixar de buscar recompensa, mas renunciar ao prestígio pessoal e à segurança pessoal. Deus é a sua força e proteção.
ORAÇÃO
Espírito de fé operosa, robustece minha fé pequena, capacitando-me para realizar as obras do amor e da misericórdia.


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