segunda-feira, 2 de julho de 2012

Liturgia da 13ª semana comum Par


Liturgia da Segunda Feira 
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Amós 2,6-10.13-16)
Leitura da profecia de Amós.
2 6 Oráculo do Senhor: "Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não mudarei meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias, 
7 porque esmagam no pó da terra a cabeça do pobre, e transviam os pequenos, porque o filho e o pai dormem com a mesma jovem, o que é uma profanação do meu santo nome, 
8 porque se estendem ao pé de cada altar sobre vestes recebidas em penhor, e bebem no templo do seu Deus o vinho dos que foram multados. 
9 E, todavia, fui eu que exterminei diante deles os amorreus, cuja estatura se igualava à dos cedros, e que eram fortes como os carvalhos; destruí seus frutos de cima e suas riquezas de baixo; 
10 fui eu que vos tirei do Egito e vos conduzi, através do deserto, durante quarenta anos, para vos dar a posse da terra dos amorreus; 
13 Pois bem! Eis que eu vos vou fazer ranger como um carro carregado de feno. 
14 Não haverá mais fuga possível para o homem ágil, o forte não encontrará mais sua força, o valente não salvará sua vida, 
15 o arqueiro não poderá resistir, nem o homem de pés ligeiros poderá escapar, nem o cavaleiro salvará sua vida, 
16 e o mais corajoso entre os valentes fugirá nu, naquele dia" - oráculo do Senhor. 

Salmo responsorial 49/50
Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!
"Como ousas repetir os meus preceitos 
e trazer minha aliança em tua boca? 
tu que odiaste minhas leis e meus conselhos 
e deste as costas às palavras dos meus lábios!
Quando vias um ladrão, tu o seguias 
e te juntavas ao convívio dos adúlteros. 
Tua boca se abriu para a maldade 
e tua língua maquinava a falsidade.
Assentado, difamavas teu irmão 
e ao filho de tua mãe injuriavas. 
Diante disso que fizeste, eu calarei? 
Acaso pensar que eu sou igual a ti? 
É disso que te acuso e repreendo 
e manifesto essas coisas aos teus olhos.
Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, 
para que eu não arrebate a vossa vida 
sem que haja mais ninguém para salvar-vos! 
Que me oferece um sacrifício de louvor, 
este, sim, é que me honra de verdade. 
A todo homem que procede retamente 
eu mostrarei a salvação que vem de Deus".
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

Evangelho (Mateus 8,18-22)
8 18 Certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago. 
19 Nisto aproximou-se dele um escriba e lhe disse: "Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores". 
20 Respondeu Jesus: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". 
21 Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: "Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai". 
22 Jesus, porém, lhe respondeu: "Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “O Discípulo não vive de Euforia e nem de respostas esfarrapadas”
Do Aprendiz para o Discípulo Anônimo 
O que o Senhor tem a dizer sobre esses dois tipos de discipulado que aparece neste evangelho?
Do Discípulo anônimo para o Aprendiz
 Primeiro temos aqui um Discípulo  Eufórico, empolgadíssimo com Jesus, e que se mostra um “Pau prá qualquer obra”, nas  comunidades sempre aparecem tipos  assim, saem de um retiro ou de um encontro “pisando nas nuvens”, Jesus é seu tudo, sua vida, juram que por ele  são capazes de morrer, enfim, estão dispostos a fazerem  qualquer coisa...Mas um belo dia essa euforia vai se esfriando por várias razões, até que acaba em nada.
O outro tipo é aquele que dá eternas desculpas para não ser discípulo de verdade. “Ah quando eu me aposentar me aguardem, vou fazer de tudo pela comunidade”. Conheci um que fazia planos de monumentais  obras de caridade, caso acertasse na mega sena acumulada. Um outro, cismou que o seu carisma maior estava na política e tentava convencer a comunidade a Elegê-lo, pois seria o melhor dos políticos. E ainda outro que, só estava esperando o Padre ser transferido, porque não se dava com ele, mas assim que ele se fosse, voltaria a vida de doação pela comunidade... Enfim, há sempre um caminhão de desculpas para se prorrogar o compromisso com Jesus. Mais tarde, ..., daqui um tempo, ..., no ano que vem ...
Claro que não há nada de mal em alguém ir enterrar o próprio Pai, é até um belo ato de caridade cristã. Mas o que Jesus censura no sujeito, é esse “deixar para depois”. O verdadeiro discípulo de Jesus é como jogador de Futsal,  mesmo num espaço pequeno, marcado pelo adversário, ele dribla, faz o giro e se sai bem da jogada. O Discípulo autêntico nunca deixa para depois o compromisso maior com o seu discipulado.
O Reino é agora, naquele momento. Ali o discípulo tem de fazer o Reino acontecer, em seu compromisso com o evangelho. Em, seu dia a dia, nas relações familiares, no trânsito, no Banco, na rua, enfim, onde estiver em que circunstância for, o discipulado tem de ser praticado...
2. Seguir Jesus exige rupturas
Ao passar para a outra margem, Jesus quer não só evitar as multidões, mas também ampliar seu ministério às populações gentílicas vizinhas.
Mateus aborda o tema do seguimento de Jesus com dois casos opostos. Primeiro, alguém que não é discípulo aproxima-se de Jesus. É um escriba. Outras vezes eles vinham com armadilhas. Agora se pode pensar que o escriba esteja bem intencionado. Ele afirma-se disposto a seguir Jesus. Diante de tal ímpeto de disponibilidade, Jesus mostra cautela. Afirma seu estilo de vida despojado, itinerante, sem segurança, que nem as raposas e as aves têm. Não se sabe a reação do escriba. Parece ter desistido, como o caso do jovem rico em outra narrativa (Mt 19,16-22).
No segundo caso trata-se de um discípulo que pede tempo para enterrar o pai. A resposta negativa de Jesus, tomada ao pé da letra, parece um tanto rude. Pode-se ver aí uma simbologia, na qual "o pai" deste discípulo significa a tradição do judaísmo, que tem na família a célula de reprodução do "povo eleito", superior e separado dos demais. Esta resposta de Jesus completa a anterior: seguir Jesus significa uma ruptura pura e simples com as antigas tradições mortas, que não favorecem a vida, e a adesão ao amor vivificante do Pai.
Oração
Pai, confronta-me, cada dia, com as exigências do discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.
3.DISPOSTOS A SEGUIR JESUS
O seguimento de Jesus tem seus pré-requisitos. Além da disposição de tornar-se discípulo, é preciso saber o que o seguimento exige de cada categoria de pessoas. O Evangelho refere-se ao caso de um escriba e de um discípulo. São dois exemplos ilustrativos do que se passa com quem se predispõe a seguir Jesus.
O mestre da Lei judaica é advertido para não tomar uma decisão apressada e superficial. Talvez confundindo Jesus com os rabinos da época, não tinha consciência de um dado importante: para seguir o Mestre Jesus era preciso estar pronto para abraçar a pobreza e o despojamento. Seria ilusório escolher segui-lo, pensando em poder levar uma vida de bem-estar e segurança. As exigências da pobreza deveriam ser previamente conhecidas e aceitas.
Quanto ao discípulo, parece não ter-se dado conta das reais exigências de sua opção. Por isso, pede ao Mestre para interromper sua missão e voltar para casa, a fim de cumprir seu dever de filho, e dar uma sepultura digna a seu velho pai. O pedido não é aprovado, pois, na família, deve haver quem se preocupe em fazer este gesto de misericórdia.
Qualquer que seja a questão, Jesus pensa o discipulado como uma escolha coerente, total e radical, feita para toda a vida, e que se torna a opção fundamental do discípulo. Diante dela, tudo é relativizado, mesmo as coisas mais caras ao ser humano.
Oração
Espírito de afeição ao Reino, predispõe-me a ser discípulo de maneira radical e coerente, a ponto de relativizar tudo, mesmo aquilo que considero mais querido.
Liturgia da Terça-Feira
SÃO TOMÉ - APÓSTOLO
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Vós sois o meu Deus e eu vos dou graças; vós sois o meu Deus e eu vos exalto: eu vos dou graças porque sois o meu salvador (Sl 117,28).
Leitura (Efésios 2,19-22)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
2 19 Conseqüentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, 
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. 
21 É nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo no Senhor. 
22 É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus. 
Salmo responsorial 116/117
Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, 
povos todos, festejai-o!
Pois comprovados é seu amor para conosco, 
para sempre ele é fiel!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Acreditaste, Tomé, porque me viste. Felizes os que crêem sem ter visto (Jo 20,29)

Evangelho (João 20,24-29)
20 24 Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 
25 Os outros discípulos disseram-lhe: "Vimos o Senhor". Mas ele replicou-lhes: "Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!" 
26 Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!" 
27 Depois disse a Tomé: "Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé". 
28 Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" 
29 Disse-lhe Jesus: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Ressurreição: mistério para se acolher e contemplar...”
Hoje é Dia de São Tomé e o evangelho evidentemente não traz a ele uma crítica, antes, um elogiou e louvor pela sua atitude, pois ao contrário do que se pensa, São Tomé deixou-se levar pela Fé no Ressuscitado... Mas o modo como está relatado, parece que ele faltou na celebração e depois,  ainda duvidou do anúncio e testemunho dos seus irmãos de comunidade. A  atitude de Tomé é a do homem que se deixa levar pela Fé, permitindo que ela seja, a partir de agora, esse novo jeito de se relacionar com Jesus Ressuscitado. Claro que aqui se toma o exemplo de um, que é São Tomé, para falar da experiência de todos e principalmente das comunidades cristãs do primeiro século da Igreja, que fizeram essa experiência.
Sabemos que Jesus Ressuscitado vai á frente de todas nossas comunidades cristãs, mas não podemos vê-lo e nem tocá-lo, mas o vemos pela Fé ( sem precisar usar o nosso imaginário sobre o tipo físico de Jesus, do mesmo modo que, a sua presença real na Eucaristia não é fruto da nossa imaginação).
O testemunho da nossa Fé no Cristo Ressuscitado, só se torna mais consistente quando vivemos em comunidade onde celebramos aquilo que Cremos e quem não participa da comunidade não consegue crer na Ressurreição do Senhor. A Comunidade não se reúne de vez em quando, para matar a saudades de Jesus e ficar o recordando mas a cada oito dias se reúnem em torno da Palavra e do Pão.
E por fim uma observação importante, Jesus não vai dizer a Tomé, ao final do evangelho, “Credes porque me tocastes”, mas sim “Credes porque me vistes...”. Para fazer esta belíssima profissão de Fé, que ainda hoje podemos rezar solenemente diante da apresentação do Cordeiro, por parte do sacerdote, Tomé não precisou tocar nas marcas da paixão que o Senhor lhe apresentou  (O evangelho não fala que ele tocou) E Jesus vai dizer que ele o viu “Credes porque me vistes...”.
Trata-se de um modo novo de olhar para Jesus, pois o Crucificado é o Ressuscitado, e agora a Fé, é o único modo de vê-lo, e sentir a sua presença na Igreja. Essa profissão solene de Fé, também é o ato de Fé das primeiras comunidades, que contrariando o poder do império romano, professava o Senhorio de Jesus, Único Deus e Senhor, e não o do Imperador, que tinha as prerrogativas divinas e exigia culto de adoração.
2. Bem-aventurados os que não viram e creram
Jesus continua presente entre seus discípulos, após a sua crucifixão. A humanidade de Jesus, o Filho de Deus, desde seu nascimento, está inserida na vida divina e eterna. As aparições não são fundamentais para a fé em Jesus, na sua divindade e na sua eternidade. O próprio evangelho de João narra como o discípulo que Jesus amava, vendo o túmulo vazio, teve fé, sem ver o Ressuscitado.
Os evangelhos de Mateus, Lucas e João narram aparições do Ressuscitado a algumas mulheres e apóstolos. Testemunhar ter visto, tocado e comido com o Ressuscitado pode ser um fator de convencimento do fato da ressurreição.
Porém, em continuidade ao movimento de Jesus, ao longo dos séculos, os discípulos creram sem ver o Ressuscitado. Esta narrativa de João acentua este aspecto. Se Tomé fez questão de tocar e ver para crer, não é exemplo para os demais. Bem-aventurados são os que não viram e creram.
Oração
Espírito de fé no Ressuscitado, a exemplo do discípulo amado, faze-me professar a fé no Senhor que está vivo e presente em nosso meio, sempre pronto a nos ajudar.
3.CRER SEM VER
Tomé é a tipologia do "ver para crer". A esta, Jesus contrapõe a bem-aventurança dos que creram sem ver.
Entre as primeiras comunidades vinculadas à comunidade de Jerusalém, surgiu a tradição do ver o ressuscitado como condição para as primeiras lideranças. A partir daí, somos chamados a crer nestas testemunhas, sem ver.
O episódio do Evangelho de hoje relativiza as narrativas de visões do ressuscitado. Na cena do encontro do túmulo vazio, o discípulo que Jesus amava creu sem ver o ressuscitado. Para crer não é necessário ver.
A fé brota da experiência de amor que os discípulos tiveram no convívio com Jesus, e da mesma experiência de amor que se pode ter, hoje, nas relações fraternas de acolhimento, de doação e serviço, de misericórdia e compaixão, na fidelidade às palavras do Mestre.
Liturgia da Quarta-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Amós 5,14-15.21-24)
Leitura da profecia de Amós.
5 14 Buscai o bem e não o mal, e vivereis; e o Senhor Deus dos exércitos estará convosco, como o dizeis. 
15 Detestai o mal, amai o bem, fazei reinar a justiça nas vossas assembléias; talvez então o Senhor, o Deus dos exércitos, tenha piedade do que resta de José! 
21 "Aborreço vossas festas; elas me desgostam; não sinto gosto algum em vossos cultos; 
22 quando me ofereceis holocaustos e ofertas, não encontro neles prazer algum, e não faço caso de vossos sacrifícios e animais cevados. 
23 Longe de mim o ruído de vossos cânticos, não quero mais ouvir a música de vossas harpas; 
24 mas, antes, que jorre a eqüidade como uma fonte e a justiça como torrente que não seca". 
Salmo responsorial 49/50
A todos os que procedem retamente 
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
"Escuta, ó meu povo, eu vou falar; 
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: 
eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!
Eu não venho censurar teus sacrifícios, 
pois sempre estão perante mim teus holocaustos; 
não preciso dos novilhos de tua casa 
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.
Porque as feras da floresta me pertencem 
e os animais que estão nos montes aos milhares. 
Conheço os pássaros que voam pelos céus 
e os seres vivos que se movem pelos campos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas (Tg 1,18).

Evangelho (Mateus 8,28-34)
8 28 No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram ao encontro de Jesus. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali. 
29 Eis que se puseram a gritar: "Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" 
30 Havia, não longe dali, uma grande manada de porcos que pastava. 
31 Os demônios imploraram a Jesus: "Se nos expulsas, envia-nos para aquela manada de porcos". 
32 "Ide", disse-lhes. Eles saíram e entraram nos porcos. Nesse instante toda a manada se precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas. 
33 Os guardas fugiram e foram contar na cidade o que se tinha passado e o sucedido com os endemoninhados. 
34 Então a população saiu ao encontro de Jesus. Quando o viu, suplicou-lhe que deixasse aquela região. 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.  “O Reino chega além-fronteira”
Para ser possível entendermos esse milagre relatado por São Mateus e assim fazer a nossa reflexão, vamos fazer um corte no evangelho. De um lado temos a Galiléia e toda a região onde Jesus anuncia o Reino, e que não é muito extensa. O lago é o elemento divisor, não só geograficamente, mas teologicamente, assim como o Rio Jordão que aparece constantemente nos evangelhos.
De um lado Jesus, seus seguidores, o ideal do Reino pregado, que visa a salvação do homem, entendida na libertação plena de tudo o que possa oprimir o ser humano, inclusive as enfermidades, em sua grande maioria atribuídas a possessão demoníaca, porque a medicina era precária e não conseguia dar conta de explicar e combater essas enfermidades.Então, as coisas nessa área da saúde, que não se conseguia explicar, atribuía-se á Força demoníaca, um pouco parecido com o que hoje se vê nas igrejas neo-pentecostalistas onde alimenta-se o poder dos supostos “ministros de Deus”, com a expulsão dos demônios.
O que temos do outro lado, nessa terra dos Gadarenos? Exatamente o contrário, lá as pessoas paganizadas não conhecem os profetas, a Lei de Moisés, nem imaginam quem é Jesus e nem querem dele saber, sendo ele um intruso, um estranho no ninho e por conta disso, o ser humano é escravo e possesso do mal, do pecado e do egoísmo nele presente.
O evangelho nos apresenta o confronto entre esses dois mundos tão diferentes: o do Reino de Deus, que traz Vida e Liberdade para todos, e o Reino do Mal, que aprisiona e esmaga o homem dentro de si mesmo, no submundo das trevas, da ignorância, arrogância e prepotência, distantes de Deus e longe desse Reino Novo. Qualquer semelhança com a pós-modernidade, será mera coincidência.
“Que tens a ver conosco, Filho de Deus?”. O que Deus tem a ver com a nossa vida, com a Família, Vida conjugal, vida social, política e economia? A nossa Igreja, portadora do anúncio da Salvação, é constantemente rechaçada na pós-modernidade, quando fala em questões de ética, moral, defesa da Vida, da Família e da Dignidade humana. As ideologias contrárias aos princípios cristãos, vem de encontro á Igreja, para questioná-la com a mesma arrogância e prepotência dos demônios que possuíam esses dois infelizes relatados no evangelho ”Que tens a ver conosco, Jesus, Filho de Deus, viestes nos atormentar?”. De fato, para a Força do mal presente na sociedade, o anúncio do evangelho é um tormento porque questiona, gera discernimento e nos leva a tomar decisão contrária aos interesses do mal.
Com respeito a manada de porcos, faço, por minha conta uma ponte com o evangelho de Lucas onde na parábola do Filho Pródigo, este acaba sendo um limpador de chiqueiro de porcos. Despojado da sua dignidade, o homem escravo do pecado, acaba se submetendo á força do mal, da qual torna-se um servidor, como no caso do Filho Pródigo que era “cuidador de porcos”.
Os demônios imploram a Jesus que querem ir para os porcos, pois diante dele o Mal reconhece o seu lugar. E por fim, a manada de porcos se precipita ao lago do alto de um penhasco perecendo afogados. Lago e mar têm o mesmo significado no evangelho: é o domínio das forças do mal, de monstros como Leviantã, potência máxima do Mal.
2. O grande poder de Jesus
Mateus reproduz aqui uma narrativa de milagre que Marcos já incluíra em seu evangelho, alguns anos antes. Embora mencione dois possessos, e não um, Mateus resume a narrativa de Marcos e a inclui no bloco de dez milagres, em seguida ao milagre da tempestade no mar acalmada. Com estes milagres, Mateus prepara o envio dos doze e o discurso missionário.
Enquanto em Marcos a narrativa destaca a dimensão amorosa e libertadora de Jesus em face dos vários sistemas opressores, tanto na área de influência judaica como em território gentílico, em Mateus o destaque é o grande poder de Jesus. O seu poder é sobre a natureza e sobre os demônios. Assim revestido de poder, Jesus é apresentado com os traços do messias esperado pelo judaísmo.
Percebem-se, assim, as diferenças de enfoques sob os quais é visto Jesus: por um lado, Jesus libertador e amoroso, por outro lado, Jesus poderoso. 

Oração
Pai, coloca-me bem junto de teu Filho Jesus, para que as forças do mal não prevaleçam contra mim nem me mantenham prisioneiro de seu poder opressor.
3.A VITÓRIA SOBRE O MAL
O incidente com a vara de porcos, em território pagão, esconde uma temática teológica, retrabalhada pelo evangelista a partir de um motivo folclorístico, com traços de comicidade: o Filho de Deus venceu o mal, libertando a humanidade do poder demoníaco.
Os espíritos malignos, tendo-se apoderado dos dois gadarenos, tornaram-nos refratários a Jesus, levando-os a rejeitar sua presença. Insociáveis e violentos, esses homens viviam no mundo da morte, pois moravam nos sepulcros, seu lugar de habitação, tendo sido reduzidos a um estado de total desumanização.
A presença de Jesus reverteu este quadro. Era impossível que ele ficasse impassível diante de uma situação tão deplorável! Sua atitude imediata foi libertar os gadarenos, ordenando aos demônios que voltassem para o mundo da impureza, simbolizada pelos porcos presentes nas imediações. Foi deles a iniciativa de pedir para serem mandados para lá. Afinal, os homens tinham sido recuperados para a vida, libertados do mal.
Os habitantes de Gadara não foram capazes de reconhecer o poder de Jesus. Um misto de medo, confusão e ressentimento pela perda dos porcos apoderou-se deles. Por isso, pediram que ele se retirasse de seu território.
Em todo caso, doravante os dois homens miraculados seriam um símbolo vivo do poder libertador do Messias Jesus.
Oração
Espírito que liberta do mal, purifica meu coração de tudo quanto me desumaniza e me impede de viver em comunhão com meus semelhantes.
Liturgia da Quinta-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Amós 7,10-17)
Leitura da profecia de Amós.
7 10 Amasias, sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: "Amós conspira contra ti no meio dos israelitas. A terra não pode mais suportar os seus discursos. 
11 Ele diz que Jeroboão perecerá pela espada e que Israel será deportado para longe de seu país!" 
12 Amasias disse a Amós: "Vai-te daqui, vidente, vai para a terra de Judá e ganha lá o teu pão, profetizando. 
13 Mas não continues a profetizar em Betel, porque aqui é o santuário do rei, uma residência real". 
14 Amós respondeu a Amasias: "Eu não sou profeta nem filho de profeta. Sou pastor e cultivador de sicômoros. 
15 O Senhor tomou-me de detrás do meu rebanho e disse-me: 'Vai e profetiza contra o meu povo de Israel'". 
16 Ouve, pois, agora, a palavra do Senhor: "'Tu me dizes: 'Não profetizarás contra Israel, não falarás contra a casa de Isaac'. 
17 Pois bem! Eis o que diz o Senhor: 'tua mulher será violada em plena cidade, teus filhos e tuas filhas cairão sob a espada, teu campo será repartido a cordel; quanto a ti, morrerás numa terra impura, e Israel será deportado para longe de seu país'". 
Salmo responsorial 18/19
Os julgamentos do Senhor são corretos 
e justos igualmente.
A lei do Senhor Deus é perfeita, 
conforto para a alma! 
O testemunho do Senhor é fiel, 
sabedoria dos humildes.
Os preceitos do Senhor são precisos, 
alegria ao coração. 
o mandamento do Senhor é brilhante, 
para os olhos é uma luz.
É puro o temor do Senhor, 
imutável para sempre. 
os julgamentos do Senhor são corretos 
e justos igualmente.
Mais desejáveis do que o ouro são eles, 
do que o ouro refinado. 
suas palavras são mais doces que o mel, 
que o mel que sai dos favos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2cor 5,19).

EVANGELHO (Mateus 9,1-8)
9 1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade. 
2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados." 
3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema." 
4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações? 
5 Que é mais fácil dizer: 'Teus pecados te são perdoados', ou: 'Levanta-te e anda?' 
6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa." 
7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. 
8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O perdão dos pecados
No bloco de dez milagres coletados por Mateus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, temos, hoje, a narrativa de cura de um paralítico. Mateus resume a narrativa de Marcos, rica em pitorescos detalhes. No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal.
As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei.
A própria doença era considerada como fruto do pecado. A libertação do pecado só poderia ser feita no Templo, mediante ofertas, em nome de Deus. Agora, o homem paralítico, considerado pecador, está libertado por Jesus, pode mover-se e ter iniciativas. Em Jesus, Deus dá aos humanos o poder de libertar-se dos pecados, e no amor e na prática da justiça, transformar o mundo.
Oração
Pai, que minha fé ilimitada em teu Filho Jesus seja penhor de perdão e cura. Que o poder de Jesus me cure a partir do meu interior.
2.PODER DIVINO DADO À HUMANIDADE
Os mestres da Lei foram incapazes de compreender as ações de Jesus. Fidelíssimos à tradição, sabiam distinguir claramente entre ação divina e ação humana, ou seja, aquilo que só a Deus compete fazer, e aquilo que é permitido ao ser humano operar.
Contudo, aplicado a Jesus, este esquema era insuficiente. Sem titubear, ele realizava o que não compete ao ser humano: perdoar os pecados e curar. Ao perdoar os pecados, colocava-se no lugar do próprio Deus, a quem se ofende com as ações pecaminosas. Ao curar, restituía a vida, dom divino para a humanidade, sobre o qual somente Deus tinha poder.
No julgamento apressado dos mestres da Lei, a ação de Jesus tinha a conotação de blasfêmia. Era um insulto a Deus e uma usurpação de seu poder. Nada mais digno de censura!
As multidões, talvez menos viciadas pelo rigorismo da tradição teológica, estavam mais abertas para compreender o que se passava com Jesus. E glorificavam a Deus por ter dado à humanidade um tal poder. Isto significava reconhecer a divindade da ação de Jesus, embora sendo ele um ser humano. E mais, reconheciam que Deus não se atinha aos esquemas nos quais os mestres da Lei queriam enquadrá-lo. Ele estava agindo, no seio da humanidade, por meio de Jesus. Por isso, era possível identificar nas ações do Mestre o amor de Deus atuando na história humana. Era isso exatamente o que os mestres da Lei recusavam-se a aceitar.
Oração
Espírito de abertura para o Senhor, liberta-me da rigidez teológica que me impede de reconhecer, nos gestos de Jesus, o amor de Deus derramando-se na nossa história.
Liturgia da Sexta-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Amós 8,4-6.9-12)
Leitura da profecia de Amós.
4 Ouvi isto, vós que engolis o pobre, e fazeis perecer os humildes da terra, 
5 dizendo: "Quando passará a lua nova, para vendermos o nosso trigo, e o sábado, para abrirmos os nossos celeiros, diminuindo a medida e aumentando o preço, e falseando a balança para defraudar? 
6 (Compraremos os infelizes por dinheiro e os pobres por um par de sandálias.) Venderemos até o refugo do trigo". 
9 "Acontecerá naquele dia" - oráculo do Senhor Javé – "que farei o sol se pôr ao meio-dia, e encherei a terra de trevas em pleno dia. 
10 Converterei vossas festas em luto, e vossos cânticos em elegias fúnebres. Porei o saco em volta de todos os rins, e a navalha em todas as cabeças. E farei (a terra) debulhar-se em pranto, como se chora um filho único, e seu porvir será um dia de amargura. 
11 Virão dias - oráculo do Senhor Javé - em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas (fome e sede) de ouvir a palavra do Senhor". 
12 Andarão errantes de um mar a outro, vaguearão do norte ao oriente; correrão por toda parte buscando a palavra do Senhor, e não a encontrarão. 
Salmo responsorial 118/119
O homem não vive somente de pão, 
mas de toda palavra da boca de Deus.
Feliz o homem que observa seus preceitos 
e de todo o coração procura a Deus!
De todo o coração eu vos procuro, 
não deixeis que eu abandone a vossa lei!
Minha alma se consome o tempo todo 
em desejar as vossas justas decisões.
Escolhi seguir a trilha da verdade, 
diante de mim eu coloquei vossos preceitos.
Como anseio pelos vossos mandamentos! 
Dai-me a vida, ó Senhor, porque sois justo!
Abro a boca e aspiro largamente, 
pois estou ávido de vossos mandamentos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).

EVANGELHO (Mateus 9,9-13)
9 9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: "Segue-me". O homem levantou-se e o seguiu. 
10 Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com ele e seus discípulos. 
11 Vendo isto, os fariseus disseram aos discípulos: "Por que come vosso mestre com os publicanos e com os pecadores?" 
12 Jesus, ouvindo isto, respondeu-lhes: "Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. 
13 Ide e aprendei o que significam estas palavras: 'Eu quero a misericórdia e não o sacrifício'. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus inaugura um novo mundo
Os grupos típicos marginalizados pelo sistema religioso-político do Templo e das sinagogas eram os publicanos, prostitutas, gentios e doentes, enquadrados como impuros e pecadores, e excluídos pela Lei. O publicano, humilhado por este sistema, agindo como instrumento de coleta de impostos, na realidade era um explorado pelas elites abastadas, que o usavam como instrumento de enriquecimento.
Os inúmeros critérios de exclusão servem para afirmar a superioridade e garantir privilégios de um grupo de poder. Jesus vem remover estas barreiras libertando e promovendo estes marginalizados.
Os impuros e pecadores, com os quais Jesus comia, eram absolutamente excluídos da mesa dos fariseus e demais chefes religiosos. O "estar à mesa", isto é, a refeição partilhada, é um gesto profundo de comunhão e intimidade entre as pessoas. Com a referência ao profeta Oseias, "misericórdia é que eu quero, e não sacrifícios" (Os 6,6), Jesus vai inaugurando e consolidando sua prática renovadora para um mundo novo onde a fraternidade, o amor e a paz prevaleçam.
Oração
Pai, coloca-me sempre junto àqueles que mais carecem de tua salvação, e liberta-me de toda espécie de preconceitos que contaminam o meu coração.
2. QUERO MISERICÓRDIA!
A censura dos fariseus por Jesus se ter sentado à mesa com os cobradores de impostos e os pecadores serviu de ocasião para explicitar um aspecto fundamental de sua ação missionária: no trato com as pessoas, buscava ser o máximo misericordioso, não se deixando levar por preconceitos, nem se desesperando quanto à possibilidade de conversão de seus interlocutores. Exatamente o contrário da atitude dos fariseus!
Como a missão de Jesus consistia em colocar-se a serviço dos pecadores, nada mais conveniente do que ser misericordioso para com eles. Sendo o Messias, podia dar-se ao luxo de assumir uma postura de juiz e condená-los desapiedadamente. Ou então, mantendo-se à distância, denunciar-lhes o pecado e tentar arrancá-los do mundo pecaminoso em que viviam. A opção de Jesus vai numa outra direção. Coloca-se no meio daqueles aos quais veio anunciar a salvação, exercendo sua missão mediante a partilha de vida. Este é o canal pelo qual o amor de Deus atinge aqueles que o preconceito religioso relegou à condição de malditos e condenados. Jesus salva pela misericórdia!
Sua ação pauta-se por uma lógica irrefutável: coloca-se entre os pecadores, por ter vindo para eles. Assim como os médicos vão em busca de pessoas doentes, Jesus vai ao encalço de quem, de fato, necessita ser salvo. Portanto, longe de estar agindo de maneira censurável, seu gesto é cheio de sentido divino.
Oração
Espírito de acolhimento, torna-me sensível e misericordioso, sobretudo, para com aqueles aos quais a salvação deve ser anunciada.
Liturgia do Sábado
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA)
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Amós 9,11-15)
Leitura do livro de Amós.
9 11 "Naquele dia, levantarei a cabana arruinada de Davi, repararei as suas brechas, levantarei as suas ruínas, e a reconstruirei como nos dias antigos, 
12 para que herdem o que resta de Edom, e de todas as nações sobre as quais o meu nome foi invocado - oráculo do Senhor, que executará estas coisas. 
13 Eis que vêm dias - oráculo do Senhor - em que seguirão de perto o que planta e o que colhe, o que pisa os cachos e o que semeia; o mosto correrá pelas montanhas, todas as colinas se derreterão. 
14 Restaurarei então o meu povo de Israel: reconstruirão as cidades devastadas e as habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho, cultivarão pomares e comerão os seus frutos. 
15 Implantá-los-ei no seu solo, e não serão mais arrancados da terra que lhes dei" oráculo do Senhor, teu Deus.
Salmo responsorial 84/85
O Senhor anunciará a paz para o seu povo!
Quero ouvir o que o Senhor irá falar: 
É a paz que ele vai anunciar; 
A paz para o seu povo e seus amigos, 
Para os que voltam ao Senhor seu coração.
A verdade e o amor se encontrarão, 
A justiça e a paz se abraçarão; 
Da terra brotará a fidelidade, 
E a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, 
E a nossa terra nos dará suas colheitas; 
A justiça andará na sua frente 
E a salvação há de seguir os passos seus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem! (Jo 10,27)

Evangelho (Mateus 9, 14-17)
9 14 Então os discípulos de João, dirigindo-se a ele, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?" 
15 Jesus respondeu: "Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão. 
16 Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. 
17 Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Controvérsia sobre o jejum
O jejum era uma das mais simbólicas observâncias do judaísmo, as quais davam margem à hipocrisia da classe religiosa dirigente. Proclamavam-se fiéis observantes da Lei, mas faltava-lhes o amor para com o povo humilde e frágil.
A tônica desta narrativa, também encontrada em Marcos e Lucas, é o questionamento sobre a observância do jejum. Em contraposição a esta tradicional observância, Jesus destaca que é chegado o momento do banquete nupcial, com a presença do noivo entre os convidados. Jesus usa esta expressiva imagem, tradicional no Antigo Testamento, para designar a alegria e felicidade e o desabrochar da vida que sua presença traz para seus discípulos.
As duas parábolas domésticas, sobre a roupa e sobre os odres, que são anexadas à narrativa como seu complemento, apresentam a chegada do Reino em uma dimensão revolucionária e não reformista: o velho sistema ideológico de dominação e poder não suporta a nova mensagem e a prática de Jesus, reveladoras do amor libertador e vivificante de Deus.
Oração
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
2. PENITÊNCIA E SALVAÇÃO
As práticas de penitência, em geral, são entendidas como mérito pessoal a fim de ganhar a salvação. É uma concepção no modelo de troca comercial. Com este sentido eram exigidas as inúmeras observâncias da Lei. Particularmente, no Templo de Jerusalém, com as ofertas sacrificais pretendia-se obter o perdão dos pecados. João Batista anunciara o batismo da conversão à justiça como caminho para a libertação dos pecados. Porém, após a sua prisão, seus discípulos ainda se mantêm atrelados à algumas antigas observâncias judaicas, como esta do jejum. De sua parte, Jesus continua seu empenho em libertar seus próprios discípulos destas práticas. Jesus usa a imagem das núpcias, extraída do Primeiro Testamento, com a presença do noivo entre os convidados, para designar a alegria e a felicidade que sua presença traz para seus discípulos, promovendo a libertação e o desabrochar da vida. Com a imagem do remendo novo em roupa velha, Jesus afirma a contradição entre sua prática e a antiga doutrina dos fariseus.
Liturgia do Domingo — 08.07.2012
14º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)
 "O Profeta: aquele que anuncia com temor e coragem" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Hoje nossa Liturgia nos leva a confirmar que seguimos aquele que foi rejeitado por ser trabalhador, filho de Maria, uma pessoa comum de seu tempo, vindo de uma aldeia e, por isso, motivo de desprezo e rejeição. Movidos por esta fé, nos reunimos em assembleia celebrante onde, pela sua palavra, Jesus nos leva a assumir nossa evidente fragilidade sem precisar mascará-la com falsa grandeza e a buscar, em sua graça, a nossa força. Celebramos a fé naquele que se encarnou no seio de Maria, se fez homem, sofreu, foi morto, sepultado e ressuscitou. Estabelecer comunhão com ele é encarnar-se também e correr todos os riscos: indiferença e rejeição, injúrias, perseguições e angústias.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Depois de termos celebrado a Festa de São Pedro e São Paulo, celebramos neste domingo o ministério de Cristo entre seus parentes e amigos. Porém, devido à familiaridade da parentela e proximidade dos que se conhecem desde pequenos, muitos tiveram dificuldade de aceitar Jesus como Messias e, por isso, ele não pode realizar em Nazaré as obras de salvação, já que "um profeta não é valorizado em sua casa". ao contrário deles, façamos nosso ato de fé incondicional, proclamando Jesus como Deus e Salvador, e vivamos essa verdade em nossas atitudes, assumindo também a missão de levar a todos o conhecimento da fé que nos congrega na Eucaristia.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Primeira Leitura (Ezequiel 2,2-5)
Leitura da profecia de Ezequiel.
2 2 Enquanto ela me falava, entrou o espírito em mim, e me fez ficar de pé; então ouvi aquele que me falava. 
3 "Filho do homem, dizia-me, envio-te aos israelitas, a essa nação de rebeldes, revoltada contra mim, a qual, do mesmo modo que seus pais, vem pecando contra mim até este dia. 
4 É a esses filhos de testa dura e de coração insensível que te envio, para lhes dizer: oráculo do Senhor Javé. 
5 Quer te ouçam ou não (pois é uma raça indomável), hão de ficar sabendo que há um profeta no meio deles!" 
Salmo responsorial 122/123
Os nossos olhos estão fitos no Senhor: 
tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
Eu levanto os meus olhos para vós, 
que habitais nos altos céus. 
Como os olhos dos escravos estão fitos 
nas mãos do seu senhor.
Como os olhos das escravas estão fitos 
nas mãos de sua senhora, 
assim os nossos olhos, no Senhor, 
até de nós ter piedade.
Tende piedade, ó Senhor, tende piedade; 
já é demais esse desprezo! 
Estamos fartos do escárnio dos ricaços 
e do desprezo dos soberbos!
Segunda Leitura (2 Coríntios 12,7-10)
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios.
12 7 Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. 
8 Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. 
9 Mas ele me disse: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força". Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. 
10 Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção; enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação (Lc 4,18).

EVANGELHO (Marcos 6,1-6)
6 1 Depois, ele partiu dali e foi para a sua pátria, seguido de seus discípulos. 2 Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: "Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? 
3 Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?" E ficaram perplexos a seu respeito. 
4 Mas Jesus disse-lhes: "Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa". 
5 Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 
6 Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Preces ou Oração da comunidade: os nossos pedidos
Formamos com Jesus um só corpo; por isso, as preces são o clamor, a prece do próprio Cristo. Seu grito na cruz continua ecoando no grito de quem sofre. Ressuscitado, ele continua intercedendo continuamente junto do Pai por todos nós. "Também o Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza porque não sabemos pedir o que convém. O próprio Espírito suplica por nós com gemidos inefáveis; só ele sabe o que é preciso pedir, só ele conhece o coração de Deus"(cf. Rm 8,26-27). Não se trata, portanto, de simplesmente ler as preces que vêm escritas em folhetos. Elas devem brotar do fundo do coração, tocado pela Palavra de Deus e movido pelo seu Espírito, no momento da celebração. As preces que já vêm prontas no folheto ou no missal podem até ajudar, mas não dispensam a oração que brota da comunidade celebrante, que ouviu com atenção a Palavra e, com fidelidade, deseja vivê-la. É necessário, então, deixar espaço para a participação com preces espontâneas ou mesmo feitas em silêncio. E quem preside finaliza com uma oração conclusiva, apresentando-as ao Pai por meio de Jesus. É muito bom que a resposta às preces seja cantada. Isso ajuda a criar uma atitude mais profunda de oração, uma relação mais afetuosa com Deus Pai. O canto atinge todo o ser, nos une mais intimamente uns aos outros e com Deus na oração. O lugar apropriado para apresentar as preces é o ambão ou mesa da Palavra. É, sobretudo, através das preces que a comunidade revela a intensidade com que a Palavra de Deus ecoou em seu coração, suscitou-lhe um desejo sincero de vivê-la e, como corpo de Cristo, continuar sua ação libertadora no mundo.
Deus recebe o dízimo que oferecemos a Ele?
Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a Ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para Ele, mas precisa para a Sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus, que os agentes da Pastoral do Dízimo o utilizam para amenizar o sofrimento dos irmãos e irmãs mais carentes da comunidade. Faça a doação do seu dízimo e participe também das atividades da pastoral ajudando os mais necessitados.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª Br - Os 2,16.17b-18.21-22; Sl 144(145); Mt 9,18-26
3ª Vd - Os 8,4-7.11-13; Sl 113b(115); Mt 9,32-38
4ª Br - Os 10,1-3.7-8.12; Sl 104(105); Mt 10,1-7
5ª Vd - Os 11,1-4.8c-9; Sl 79(80); Mt 10,7-15
6ª Vd - Os 14,2-10; Sl 50(51); Mt 10,16-23
Sb Vd - Is 6,1-8; Sl 92(93); Mt 10,24-33
15º DTC: Am 7,12-15; Sl84(85); Ef 1,3-14 ou Ef 1,3-10; Mc 6,7-13

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A difícil missão do profeta
Esta narrativa de Marcos tem como núcleo a proclamação de Jesus: "Um profeta só não é valorizado na sua própria terra". É a sua rejeição pelos frequentadores da sinagoga e por seus familiares. É uma ruptura com as tradicionais estruturas sociorreligiosas de parentesco do judaísmo, que se afirma como povo eleito a partir dos vínculos carnais de consanguinidade, comprovados por genealogias. Já João Batista em sua pregação advertia: "Produzi fruto de arrependimento e não penseis que basta dizer: 'Temos por pai Abraão'". Com Jesus a família fica caracterizada pela união em torno do cumprimento da vontade do Pai.
No evangelho de Marcos, esta é a terceira e última vez que Jesus vai a uma sinagoga, cada vez tendo ocorrido um conflito com os chefes religiosos. Jesus exerce seu ministério na Galileia e territórios gentílicos vizinhos, tendo a "casa" como centro de irradiação da missão.
Percebe-se, bem, como os evangelhos deixam transparecer a dificuldade que os discípulos, e os demais que conviveram com Jesus, tiveram em compreender sua identidade. Quem é Jesus? Durante cerca de trinta anos Jesus viveu com sua família, na Galileia, sem nada excepcional que chamasse a atenção sobre sua pessoa. É o Filho de Deus presente no mundo, em comunicação com as pessoas, certamente de maneira humilde, digna e com amor. É a condição humana, na simplicidade do dia a dia, que é valorizada pelo Pai, o qual, em tudo que nela há de bom, justo e verdadeiro, a assume no seu amor e na sua vida eterna. Após ser batizado por João, Jesus durante cerca de três anos passa a revelar ao mundo este projeto vivificante do Pai. É o Reino de Deus presente entre nós.
Ao fazer, com sabedoria, o seu anúncio profético do Reino, seus conterrâneos se admiravam, mas não o valorizaram, pois sempre o conheceram na sua simplicidade de carpinteiro, filho de Maria. Esta reação do povo indica que Jesus não tinha nenhuma origem davídica, pelo que, se fosse o caso, seria exaltado por todos.
O judaísmo tinha uma expectativa messiânica segundo a qual um dia viria um líder que, com carismas especiais, conduziria a nação judaica e a elevaria a um status de glória, riqueza e poder acima das demais nações. Era um ungido (messias, do hebraico; cristo, do grego) à semelhança de Davi, ungido rei, que, segundo a exaltação da tradição, teria criado um glorioso império, o que foi incorporado na memória do povo. Ao longo do ministério de Jesus, os seus discípulos de origem do judaísmo começaram a ver nele este messias poderoso. Esta falta de compreensão foi frequentemente censurada por Jesus.
O crer em Jesus é ver, na sua humildade e em seus atos de amor, a presença de Deus, cumprindo a vontade do Pai de comunicar a vida aos empobrecidos e marginalizados, os quais são assumidos como filhos, em Jesus. O verdadeiro ato de fé é ver Deus, despido de poder, vivendo entre nós, humildemente, na plenitude do amor.
Paulo testemunha que a missão é feita com humildade e não com atos de poder (segunda leitura). Foi, também, na simples condição da fragilidade humana, como "filho do homem", que Ezequiel foi enviado a profetizar a um povo rebelde (primeira leitura).
Oração
Pai, abre minha mente e meu coração, para que eu possa compreender que tu te serves de meios humanamente modestos para realizar as tuas maravilhas.
2. O MINISTÉRIO DE JESUS
O evangelista Marcos narra que Jesus foi para "sua própria terra", isto é, para sua cidade de origem, a cidade de sua família, Nazaré. O fato de os seus discípulos o acompanharem indica que não é apenas uma visita familiar, mas também uma visita já em vista do anúncio de sua Boa-Nova.
Neste Evangelho, esta é a terceira e última vez que Jesus aparece no espaço simbólico da sinagoga, e todas as ocasiões em clima de contestação e conflito com os chefes religiosos e sua doutrina. Jesus, exercendo seu ministério na Galiléia e nos territórios gentílicos vizinhos, abandona a sinagoga e tem a "casa" como centro de irradiação da missão.
Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que dizia, mas o rejeitaram. E Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não é ele o carpinteiro?" diziam, com desprezo. Faltava-lhes a fé.
A sentença "Um profeta só não é valorizado na sua própria terra" é um patrimônio da cultura antiga, sendo citada em documentos do Antigo Egito. Como palavra de Jesus, exprime sua rejeição pelos freqüentadores da sinagoga e por seus familiares. A mensagem central deste episódio é o distanciamento de Jesus em relação às tradicionais estruturas sociorreligiosas de culto e parentesco do judaísmo.
Este se afirmava como povo divinamente eleito a partir dos vínculos carnais de consangüinidade, provados por genealogias, com a ascendência abraâmica, e na obediência à Lei de Moisés.
Afastando-se das sinagogas, Jesus exerce seu ministério percorrendo os povoados da Galiléia e regiões vizinhas, ensinando. Com ele, o espaço do encontro com Deus é a casa, onde se reúne a comunidade; e a família fica caracterizada pela união em torno do cumprimento da vontade do Pai.
Percebe-se bem como os Evangelhos deixam transparecer a dificuldade que aqueles que conviveram com Jesus tiveram em compreender sua identidade. Quem é Jesus?
Durante cerca de trinta anos ele viveu com a família, na Galiléia, sem nada excepcional que chamasse a atenção sobre sua pessoa. É o Filho de Deus presente no mundo, em comunicação com todos, certamente de maneira humilde, digna e com amor.
É a condição humana, na simplicidade do dia-a-dia, que é valorizada pelo Pai e que, em tudo o que nela há de bom, justo e verdadeiro, a assume no seu amor e na sua vida eterna.


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