segunda-feira, 9 de julho de 2012

Liturgia da 14ª semana comum Ano Par


Liturgia da 14ª semana comum Ano Par
Liturgia da Segunda Feira
Antífona da entrada: A estrada dos justos é como a luz, cresce do amanhecer até o pleno dia (Pr 4,18).
Leitura (Oseias 2,16-18.21-22)
Leitura da profecia de Oseias.
2 16 "Por isso a atrairei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração. 
17 Dar-lhe-ei as suas vinhas e o vale de Acor, como porta de esperança. Aí ela se tornará como no tempo de sua juventude, como nos dias em que subiu da terra do Egito. 
18 Naquele dia - diz o Senhor - tu me chamarás: 'Meu marido', e não mais: 'Meu Baal'. 
21 Desposar-te-ei para sempre, desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com benevolência e ternura. 
22 Desposar-te-ei com fidelidade, e conhecerás o Senhor".
Salmo responsorial 144/145
Misericórdia e piedade é o Senhor.
Todos os dias haverei de bendizer-vos, 
hei de louvar o vosso nome para sempre. 
Grande é o Senhor e muito digno de louvores, 
e ninguém pode medir sua grandeza.
Uma idade conta à outra vossas obras 
e publica os vossos feitos poderosos; 
proclamam todos o esplendor de vossa glória 
e divulgam vossas obras portentosas!
Narram todos vossas obras poderosas, 
e de vossa imensidade todos falam. 
eles recordam vosso amor tão grandioso 
e exaltam, ó Senhor, vossa justiça.
Misericórdia e piedade é o Senhor, 
ele é amor, é paciência, é compaixão. 
O Senhor é muito bom para com todos, 
sua ternura abraça toda criatura.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Evangelho (Mateus 9,18-26)
18 Jesus ainda falava, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse:   "Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá". 
19 Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos. 
20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto. 
21 Dizia consigo: "Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada". 
22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: "Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou". E a mulher ficou curada instantaneamente. 
23 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes: 
24 "Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme". Eles, porém, zombavam dele. 
25 Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. 
26 Esta notícia espalhou-se por toda a região. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Tua fé te salvou"
Um homem, importante chefe da sinagoga, pede a Jesus por sua filha morta. Uma mulher, excluída pelo sistema por sofrer de hemorragias, já há doze anos, toca na veste de Jesus. Ela era impura, mas no toque em Jesus o que prevalece não é esta impureza, mas a pureza de Jesus que se comunica à mulher. Jesus, priorizando a mulher, a chama de "filha" e declara sua libertação pela fé. A filha de Jairo, Jesus chama de "menina". Entre zombarias dos que estavam diante da casa, Jesus entra, pega a menina pela mão e ela se levanta.
Podemos perceber na narrativa uma orientação para o fortalecimento da fé em uma primitiva comunidade de cristãos convertidos dentre os dirigentes religiosos e dentre os excluídos pelo sistema. "Tua fé te salvou." É a fé que leva ao abandono a Jesus, confiando e sendo fiel no cumprimento de suas palavras.
Oração
Pai, que minha resposta imediata aos apelos de meus semelhantes manifeste a veracidade do que proclamo por meio de palavras.
2. A FÉ SALVADORA
Tanto a cura da mulher, vítima de uma persistente hemorragia, quanto a ressurreição da filha de uma pessoa importante acontecem no âmbito da fé. Observando os fatos com um olhar superficial, parece que a mulher e o chefe judeu tinham uma visão mágica do poder taumatúrgico do Mestre. Tem-se a impressão de que o chefe pensava que a ressurreição de sua filha pudesse depender da imposição das mãos de Jesus, ou seja, que a menina retornaria à vida mediante um gesto mágico, e que, por sua vez, a mulher acreditasse poder ser curada por meio de um simples toque no manto dele.
Sabemos que no coração da mulher havia algo mais que uma esperança mágica. Havia muita fé! E isto o deduzimos da declaração de Jesus: "Tua fé te salvou". O que vale também para o homem, cuja filha tinha morrido. Apenas uma visão mágica do poder taumatúrgico do Mestre seria insuficiente para movê-lo a beneficiar alguém.
A fé consiste em abandonar-se totalmente nas mãos de Jesus, pondo nele toda a confiança. Portanto, acontece num contexto de relações interpessoais, e não apenas entre uma pessoa e um objeto, como se passa no mundo da magia. E mais, a fé interpela a pessoa a fazer espaço, em sua vida, para acolher Jesus, deixando-se transformar por ele. Por conseguinte, para ser salvífica, a fé deve ser existencial e abrir o fiel para o amor.
Oração 
Espírito de abandono nas mãos do Senhor, leva-me a colocar nele toda a minha confiança, de forma a abrir meu coração para uma fé portadora de salvação.
Liturgia da Terça-Feira
XIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA)
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Oseias 8,4-7.11-13)
Leitura da profecia de Oseias.
8 4 "Constituíram reis sem minha aprovação, e chefes sem meu conhecimento. Fizeram para si ídolos de sua prata e de seu ouro, para a sua própria perdição. 
5 Rejeito teu bezerro (de ouro), ó Samaria! Minha cólera inflamou-se contra eles. Até quando não poderão eles purificar-se? 
6 Porque (esse bezerro) é obra de Israel, foi um artista que o fez; ele não é um deus, será, pois, despedaçado o bezerro de Samaria. 
7 Visto que semearam ventos, colherão tempestades; não terão sequer uma espiga, e o grão não dará farinha; e, mesmo que a desse, seria comida pelos estrangeiros. 
11 Efraim multiplicou os altares, e seus altares só lhe serviram para pecar. 
12 Mesmo que eu lhe escreva todos os preceitos de minha lei, ele a estimará como uma lei estrageira. 
13 Oferecem vítimas em sacrifício e comem-lhes as carnes, mas o Senhor não se compraz nelas. Doravante ele se lembrará da iniqüidade deles, e punirá os seus pecados: voltarão para o Egito". 
Salmo responsorial 113B/115
Confia, Israel, no Senhor!
É nos céus que está o nosso Deus, 
Ele faz tudo aquilo que quer. 
São os deuses pagãos ouro e prata, 
Todos eles são obras humanas.
Te boca e não podem falar, 
Têm olhos e não podem ver; 
Têm nariz e não podem cheirar, 
Tendo ouvidos, não podem ouvir.
Têm mãos e não podem pegar, 
Têm pés e não podem andar. 
Como eles serão seus autores, 
Que os fabricam e neles confiam.
Confia, Israel, no Senhor. 
Ele é teu auxílio e escudo! 
Confia, Aarão, no Senhor. 
Ele é teu auxílio e escudo!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Evangelho (Mateus 9,32-38)
9 32 Logo que se foram, apresentaram a Jesus um mudo, possuído do demônio. 
33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: "Jamais se viu algo semelhante em Israel". 
34 Os fariseus, porém, diziam: "É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios". 
35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. 
36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. 
37 Disse, então, aos seus discípulos: "A messe é grande, mas os operários são poucos". 
38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Boa-Nova de Jesus
Com esta cura do possesso mudo, que segue a cura dos dois cegos, Mateus encerra a seção de dez milagres que preparam as orientações missionárias, que se seguirão. Uma das características dos evangelhos são estas narrativas de milagres e curas. Elas remetem a Jesus como aquele que, cheio de compaixão pelo povo cansado e abatido, se empenha em sua libertação e vivificação.
O povo admira-se com Jesus: "Nunca se viu coisa igual em Israel". Por outro lado, os líderes religiosos, que mantêm o povo na exclusão, procuram difamar Jesus, com receio de sua popularidade. Estes são os falsos pastores que enganam as ovelhas.
A Boa-Nova de Jesus é a libertação dos excluídos oprimidos e o dom da vida plena para todos.
A proclamação final tem o caráter de uma campanha missionária. Orar a Deus para que cresça o número daqueles que se empenham na evangelização. proclamando a vida e o amor.
Oração
Pai, faze-me compassivo diante do sofrimento de tantos irmãos e irmãs, movendo-me a ser, efetivamente, solidário com eles.
2. UM FATO ADMIRÁVEL
A ação taumatúrgica de Jesus deixava as multidões estupefatas. Na opinião delas, jamais havia acontecido algo semelhante em Israel. Esta sensibilidade diante dos milagres de Jesus predispunha as pessoas a acolhê-lo na fé, e a aceitar tornar-se discípulo dele.
Onde se situava a admirabilidade dos milagres de Jesus? Quais eram suas peculiaridades? Ele agia com um poder vindo diretamente de Deus. Não pretendia chamar a atenção sobre si mesmo. Curava os doentes e expulsava os demônios por força de sua palavra cheia de autoridade, sem recorrer a gestos ou palavras mágicas. Seus milagres não eram feitos para agradar ou captar a benevolência de ninguém.
Tudo se passava no âmbito de uma fé profunda. Evitava qualquer tipo de exibicionismo de poder, que transformaria seus milagres em verdadeiros shows. Os milagres de Jesus correspondiam às esperanças messiânicas, que atribuíam ao Messias o poder de realizar prodígios reveladores de sua identidade. Por fim, correspondiam, também, aos anseios humanos de vida, saúde e libertação.
Mesmo assim, os milagres não chegavam a convencer a quem estivesse fechado para Jesus. É por isso que os fariseus não hesitavam em atribui-los a um poder recebido do príncipe dos demônios.
Oração
Espírito de admiração, ao contemplar os milagres de Jesus, tenha eu sensibilidade para descobrir neles o poder divino atuando em favor da humanidade carente de vida.
Liturgia da Quarta-Feira
 (BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Senhor, porção de minha herança e minha taça, tendes em mãos o meu destino; coube-me por sorte a boa parte; sim, é bela a herança que me cabe! (Sl 15,5s).
Leitura (Oseias 10,1-3.7-8.12)
Leitura da profecia de Oseias.
10 1 Israel era uma vinha frondosa, que dava muitos frutos. Porém, quanto mais frutos, mais multiplicava seus altares; quanto mais prosperou a terra, mais ricas estelas construiu. 
2 Hipócrita é o seu coração: vai receber o devido castigo; ele mesmo vai derrubar seus altares e quebrar suas estelas. 
3 E dizem, com efeito: "Não temos rei, porque não tememos o Senhor; e que nos fará o nosso rei?" 
7 Samaria está aniquilada, seu rei é como espuma à tona da água. 
8 Serão destruídos os lugares altos de Bet-Aven, o pecado de Israel. Espinhos e abrolhos crescerão nos seus altares; dirão então às montanhas: "Cobri-nos!" E às colinas: "Caí sobre nós!" 
12 Semeai na justiça, e colhereis bondade em proporção. Lavrai novas terras! É tempo de buscar o Senhor, até que venha espalhar a justiça sobre vós. 
Salmo responsorial 104/105
Buscai constantemente a face do Senhor!
Cantai, entoai salmos para ele, 
Publicai todas as suas maravilhas! 
Gloriai-vos em seu nome que é santo, 
Exulte o coração que busca a Deus!
Procurai o Senhor Deus e seu poder, 
Buscai constantemente a sua face! 
Lembrai as maravilhas que ele fez, 
Seus prodígios e as palavras de seus lábios!
Descendentes de Abraão, seu servidor, 
E filhos de Jacó, seu escolhido, 
Ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, 
Vigora suas leis em toda a terra.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Evangelho (Mateus 10,1-7)
10 1 Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade. 
2 Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. 
3 Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. 
4 Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 
5 Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as seguintes instruções: Não ireis ao meio dos gentios nem entrareis em Samaria; 
6 ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel. 
7 Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Envio dos discípulos
De maneira sucinta, Mateus narra o envio dos doze discípulos, que, em seguida, ele menciona como "doze apóstolos". A lista dos "doze" provavelmente seria o nome daqueles que assumiram a liderança da comunidade de Jerusalém. Os "doze" formariam o novo Israel, em substituição aos doze filhos de Jacó com as doze tribos de Israel.
Contudo, a experiência do tribalismo desapareceu com a monarquia, particularmente com a monarquia de Davi e seus descendentes em Judá e Jerusalém. Com o desaparecimento de Israel, ao norte, Judá, e o judaísmo posterior, assumiu o nome de Israel.
Aos "doze" é dado o poder de libertar os oprimidos pelos espíritos impuros e pelas doenças características das precárias condições do povo excluído e humilhado.
O envio exclusivo às ovelhas perdidas de Israel, excluindo os pagãos, é típico de Mateus. Ele prioriza o   envio a Israel para contemplar sua comunidade constituída por cristãos oriundos do judaísmo.
Oração
Pai, tu me escolheste para ser companheiro de missão de teu Filho Jesus. Que eu seja capaz de percorrer, com fidelidade, o mesmo caminho trilhado por ele.
2. O NOVO ISRAEL
O número doze, relativo aos primeiros apóstolos, não é casual. Ele se reveste de uma rica simbologia, cara ao mundo judaico, por evocar as antigas doze tribos de Israel, e chamar a atenção para o novo Israel que estava para nascer.
Os doze apóstolos seriam o germe do Israel escatológico, sem qualquer limite de raça, povo, língua, cultura ou nação. Deixando de lado a Lei mosaica, doravante este novo povo pautaria sua vida pelos valores do Reino dos Céus, explicitados no Sermão da Montanha.
O novo Israel nasceu sob o signo do serviço à vida. Ao ser chamado, foi-lhe dada como tarefa: expulsar os espíritos impuros e curar toda sorte de doença e enfermidade. Por conseguinte, deveria eliminar tudo quanto põe em risco a vida, ou a debilita, de forma que a humanidade seja reabilitada.
Essa nova humanidade era constituída por pessoas com os caracteres mais diversos. Quanta diferença entre Pedro e Judas Iscariotes, entre Felipe e Tomé! Mesmo assim foram convocados para formar uma comunidade solidária e fraterna, em torno do Mestre, pronta a entregar-se ao serviço da evangelização da humanidade.
Jesus sabia muito bem o que queria, quando constituiu seu grupo de auxiliares diretos.
Oração
Espírito que recria, dá forças à Igreja para que assuma seu papel de servidora da vida, de re-humanizadora da humanidade e formadora de um povo novo e solidário.
Liturgia da Quinta-Feira
XIV SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Oseias 11,1-4.8-9)
Leitura da profecia de Oseias.
11 1 "Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. 
2 Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos. 
3 Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles. 
4 Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento. 
8 Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. 
9 Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir". 
Salmo responsorial 79/80
Sobre nós iluminai a vossa face 
E, então, seremos salvos, ó Senhor!
Ó pastor de Israel, prestai ouvidos. 
Vós, que sobre os querubins vos assentais, 
Despertai vosso poder, ó nosso Deus, 
E vinde logo nos trazer a salvação!
Voltai-vos para nós, Deus do universo! 
Olhai dos altos céus e observai. 
Visitai a vossa vinha e protegei-a! 
Foi a vossa mão direita que a plantou; 
Protegei-a, e ao rebento que firmastes!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15).

EVANGELHO (Mateus 10,7-15)
10 7 Disse Jesus: "Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. 
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai! 
9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, 
10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.
11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida. 
12 Entrando numa casa, saudai-a: 'Paz a esta casa'. 
13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós. 
14 Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. 
15 Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.O Reino de Deus está próximo
A orientação de Jesus, aos apóstolos enviados em missão, é a proclamação e a libertação. A proclamação é a de João Batista (Mt 3,2), já retomada por Jesus no início de seu ministério na Galileia (Mt 4,17), assumida plenamente pelo Espírito. É a chegada do Reino da justiça.
Na prática da justiça alcança-se a libertação de toda opressão e exclusão que causam a proliferação de doenças e presença dos demônios das ideologias entre as multidões. A supressão destas leva à restauração da vida. As curas, os ressuscitamentos, as purificações e as expulsões dos demônios significam o "levantar-se" e integrar-se no convívio social.
A missão consiste em uma presença no mundo para a libertação e a salvação total dos homens e mulheres. É o anúncio, acompanhado de gestos concretos de promoção da vida plena.
Oração
Pai, faze de mim um instrumento para a construção da paz desejada por Jesus. Paz que se constrói na comunicação dos bens divinos a cada pessoa humana.
2. IDE E PROCLAMAI
Uma das tarefas dos apóstolos consistia em proclamar, aos quatro ventos, o anúncio da chegada do Reino. Finalmente realizavam-se as esperanças do povo.
E essa proclamação deveria ser feita com palavras, quanto com ações. Aliás, as ações próprias do Reino seriam a melhor prova da presença desta novidade, na história de Israel. Os gestos de curar doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios provavam cabalmente a irrupção do Reino na história. Significavam que a vida humana fora recuperada no seu frescor original; fora libertada de todo tipo de escravidão; que o ser humano fora salvo da marginalização, tendo adquirido plenos direitos sociais e religiosos. Sobretudo, indicavam que finalmente Deus tinha a primazia sobre vida humana, livrando-a do poder da morte.
A gratuidade no ministério também seria um excelente testemunho de serviço ao Reino. Quem recebeu de graça, deve dar de graça, para fazer frente à tentação de acumular e querer impor-se pela riqueza. A falta de gratuidade pode levar o discípulo a tornar-se escravo do dinheiro, a ponto de esquecer-se da primazia de Deus e de seu Reino. Isto seria um contratestemunho.
Oração
Espírito que restaura a vida, faze de mim um arauto do Reino, colocando-me todo a serviço da libertação do meu próximo.
Liturgia da Sexta-Feira
XIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Oseias 14, 2-10)
Leitura da profecia de Oseias.
Assim fala o Senhor: 14 2 "Muni-vos de palavras (de súplicas) e voltai ao Senhor. Dizei-lhe: 'Perdoai todos os nossos pecados, acolhei-nos favoravelmente. Queremos oferecer em sacrifício a homenagem de nossos lábios. 
3 O assírio não nos salvará, não mais montaremos nossos cavalos, e não mais teremos como Deus obra alguma de nossas mãos, porque só junto de vós encontra o órfão compaixão'. 
4 Curarei a sua infidelidade, amá-los-ei de todo o coração, (porque minha cólera apartou-se deles). 
5 Serei para Israel como o orvalho; ele florescerá como o lírio, e lançará raízes como o álamo. 
6 Seus galhos estender-se-ão ao longe, sua opulência igualará à da oliveira e seu perfume será como o odor do Líbano. 
7 (Os de Efraim) virão sentar-se à sua sombra. Cultivarão o trigo. Crescerão com a vinha. E serão famosos como o vinho do Líbano. 
8 Que terá ainda Efraim de comum com os ídolos? Eu mesmo, que o afligi, torná-lo-ei feliz. Eu sou como o cipreste sempre verde: graças a mim é que produzes fruto. 
9 Quem é sábio atenda a estas coisas! Que o homem inteligente reflita nelas, porque os caminhos do Senhor são retos. Os justos andam por eles, mas os pecadores neles tropeçam". 
Salmo responsorial 50/51
Minha boca anunciará vosso louvor!
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! 
Na imensidão de vosso amor, purificai-me! 
Lavai-me todo inteiro do pecado 
e apagai completamente a minha culpa!
Mas vós amais os corações que são sinceros, 
Na intimidade me ensinais sabedoria. 
Aspergi-me e serei puro do pecado, 
E mais branco do que a neve ficarei.
Criai em mim um coração que seja puro, 
Dai-me de novo um espírito decidido. 
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face 
Nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
Dai-me de novo a alegria de ser salvo 
E confirmai-me com espírito generoso! 
Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, 
e minha boca anunciará vosso louvor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Quando o paráclito vier, o Espírito da verdade, ele vos conduzirá a toda a verdade, lembrar-vos-á de tudo o que eu tenho falado (Jo 16,13; 14,26).

EVANGELHO (Mateus 10,16-23)
10 16 Disse Jesus: "Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. 
17 Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. 
18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. 
19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. 
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. 
21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. 
22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. 
23 Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do Homem". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.O seguimento de Jesus inclui tribulações
Enviando os discípulos em missão, Jesus fala sobre provações por que passarão. O compromisso com Jesus é fonte de alegria, o que não exclui as atribulações que advirão, no que serão assistidos pelo Espírito do Pai.
Na proclamação das bem-aventuranças, na abertura do Sermão da Montanha, Jesus já anunciara a bem-aventurança dos que são injuriados e perseguidos por causa da justiça.
O contexto do missionário será como ovelhas no meio de lobos. A descrição dos conflitos a serem enfrentados é feita no estilo escatológico-apocalíptico, no qual o fim dos tempos é caracterizado por drama violento e generalizado. O texto de Mateus reflete, em parte, as perseguições sofridas pelos cristãos na época em que escreve.
As perseguições e mortes realmente aconteceram, não só com o próprio Jesus, mas com inúmeros cristãos, vítimas tanto do judaísmo como do império romano, e se prolongam ao longo do tempo, até hoje, sob formas diversificadas. 

Oração
Pai, reveste-me com a força do teu Espírito a fim de que eu tenha força suficiente para perseverar, até o fim, no cumprimento da missão recebida de Jesus.
2. PRUDÊNCIA E SIMPLICIDADE
Ao recomendar prudência e simplicidade aos seus apóstolos, Jesus colocava-os diante da dureza da missão. Seria injusto enganá-los, e fazê-los correr o risco de se decepcionarem, ao se darem conta das conseqüências da tarefa recebida. Eles deviam ser realistas, sem nutrir falsas esperanças a respeito do futuro.
A virtude da prudência ser-lhes-ia necessária para enfrentarem a malícia e a violência dos adversários. Ao serem entregues aos tribunais, castigados nas sinagogas, levados diante de reis e governadores, odiados e perseguidos, não deveriam ser ingênuos, nem se intimidar, perdendo a chance de dar testemunho diante deles. A prudência, portanto, iria requerer outras virtudes: coragem, intrepidez, confiança, perseverança etc.
A simplicidade faria o discípulo desmascarar a arrogância inútil de seus carrascos, como também daqueles que se julgavam senhores da vida e da morte dos demais, acreditando-se detentores de um poder ilimitado. A simplicidade também se desdobraria em outras virtudes: transparência, mansidão, paz, consciência serena, convicção de estar agindo de maneira correta etc.
Sendo prudente e simples, o discípulo dá mostras de que o Reino produziu frutos em seu coração.
Oração
Espírito de prudência e simplicidade, dá-me as virtudes necessárias que me capacitem para testemunhar o Reino, mormente nos momentos difíceis, sem me deixar intimidar.
Liturgia do Sábado
XIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Isaías 6,1-8)
Leitura do livro do profeta Isaías.
6 1 No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. 
2 Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par (de asas) velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. 
3 Suas vozes se revezavam e diziam: "Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!" 
4 A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa, encheu-se de fumo. 
5 "Ai de mim", gritava eu. "Estou perdido porque sou um homem de lábios impuros, e habito com um povo (também) de lábios impuros e, entretanto, meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!" 
6 Porém, um dos serafins voou em minha direção; trazia na mão uma brasa viva, que tinha tomado do altar com uma tenaz. 
7 Aplicou-a na minha boca e disse: "Tendo esta brasa tocado teus lábios, teu pecado foi tirado, e tua falta, apagada".
8 Ouvi então a voz do Senhor que dizia: "Quem enviarei eu? E quem irá por nós?" "Eis-me aqui", disse eu, "enviai-me". 
Salmo responsorial 92/93
Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
Deus é rei e se vestiu de majestade, 
Revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes o universo inabalável, 
Vós firmastes vosso trono desde a origem, 
Desde sempre, ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros são os vossos testemunhos, 
Refulge a santidade em vossa casa, 
Pelos séculos dos séculos, Senhor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).

Evangelho (Mateus 10,24-33)
24 Disse Jesus: "O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. 
25 Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa! 
26 Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. 
27 O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. 
28 Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. 
29 Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. 
30 Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. 
31 Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. 
32 Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. 
33 Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus". 

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.Anunciar e denunciar sem temor
Mateus reúne, aqui, outro bloco de ditos de Jesus, compondo o discurso apostólico para fortalecimento e estímulo das comunidades. Os discípulos terão as mesmas provações de Jesus, sob as ameaças e perseguições dos poderosos. Contudo, devem anunciar e denunciar, sem nenhum temor, pois o Pai os tem em conta mais do que tudo.
Não se trata de disputar o poder com o opressor, mas sim de nunca deixar de proclamar a mensagem libertadora dos oprimidos, sem ódio e sem medo da própria morte.
Declarar-se por Jesus diante dos homens é viver o amor, a justiça e a fraternidade, em união com Ele e, por Ele, com o Pai.
Oração
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem levar-me a ser infiel à missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir adiante, com coragem.
2. O MESTRE E O DISCÍPULO
Na perspectiva de Jesus, o ideal do discípulo é ser como o mestre. Em outras palavras, é no mestre que o discípulo deve se espelhar.
Se consideramos as instruções recebidas pelos discípulos, constatamos que Jesus propõe-lhes como projeto de vida, os mesmos princípios que pautaram a sua ação missionária. Como ele, os discípulos teriam a missão de ir pelo mundo anunciar o Evangelho, e realizar os sinais indicativos da presença do Reino. Deveriam abrir mão de qualquer recompensa e viver a gratuidade e a pobreza.
Deveriam estar preparados para a rejeição, a perseguição, o martírio. Contudo, não deveriam se preocupar, pois estariam sob a proteção do Espírito do Pai. Este lhes inspiraria a respeito do testemunho a ser dado. Por sua vez, o Pai irá preparar-lhes uma recompensa condigna, por terem vivido o discipulado com fidelidade.
Tudo isto já tinha sido experienciado por Jesus, desde o início de seu ministério. Portanto, sua proposta aos discípulos é um projeto existencial, não uma imposição. Ele a pôs em prática, antes de transformá-la em pauta de ação para os seus seguidores. No exercício de sua missão, os discípulos encontram em Jesus um modelo consumado de vivência missionária.
Só quem estiver disposto a partilhar a mesma sorte do Mestre, estará em condições de se tornar seu seguidor.
Oração
Espírito de conformidade com Jesus, disponha-me a partilhar a missão do Mestre, fazendo-me como ele, fiel até o fim, ao projeto do Pai.
Liturgia do Domingo
15.07.2012
15º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Evangelizar: uma exigência para o mensageiro" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Pai nos chama e nos confia uma missão a ser desempenhada ao estilo de Jesus, que veio para curar, consolar, libertar, destruindo tudo o que oprime e escraviza e abrindo possibilidades de vida feliz e abundante. Participando da celebração, Ele nos consagra como enviados, entregando-nos seu Espí- rito, e nos fortalece para que nunca percamos o entusiasmo e a alegria em nossa missão. Somos convidados a indagar-nos: como nos posicionamos diante do chamamento que Deus nos faz? Nosso compromisso é a resposta.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos neste domingo o envio dos discípulos por Cristo para anunciar o Reino de amor, expulsar os demônios e curar os doentes. Essa missão hoje é colocada em nossas mãos, que vivemos num mundo em dificuldade de crer e amar, sendo, por isso mesmo, refém do mal e das enfermidades. Por isso preparamo-nos para celebrar, a partir de 11 de outubro, o Ano da Fé, instituído pelo Papa Bento XVI. Assim a Igreja pode renovar o movimento dos discípulos de Jesus, que acataram o mandamento do Amor e levaram-no ao mundo inteiro. Procuremos atuar em nossa Igreja de São Paulo com o mesmo ardor que marcou a evangelização da primeira hora.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Antífona da entrada: Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória (Sl 16,15).
Primeira Leitura (Amós 7,12-15)
Leitura da Profecia de Amós.
7 12 Amasias disse a Amós: "Vai-te daqui, vidente, vai para a terra de Judá e ganha lá o teu pão, profetizando. 
13 Mas não continues a profetizar em Betel, porque aqui é o santuário do rei, uma residência real". 
14 Amós respondeu a Amasias: "Eu não sou profeta nem filho de profeta. Sou pastor e cultivador de sicômoros. 
15 O Senhor tomou-me de detrás do meu rebanho e disse-me: ´Vai e profetiza contra o meu povo de Israel´". 
Salmo responsorial 84/85
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade 
e a vossa salvação nos concedei!
Quero ouvir o que o Senhor irá falar: 
é a paz que ele vai anunciar. 
Está perto a salvação dos que o temem, 
e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão, 
a justiça e a paz se abraçarão; 
da terra brotará a fidelidade, 
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, 
e a nossa terra nos dará suas colheitas; 
a justiça andará na sua frente 
e salvação há de seguir os passos seus.
Segunda Leitura (Efésios 1,3-14 ou 3-10)
Leitura da carta de São Paulo aos Efésios.
1 3 Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo, 
4 e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. 
5 No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, 
6 para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado. 
7 Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça 
8 que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência. 
9 Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, 
10 para realizá-lo na plenitude dos tempos - desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra. 
11 Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, 
12 para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo. 
13 Nele também vós, depois de terdes ouvido a palavra da verdade, o Evangelho de vossa salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido, 
14 que é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo nos dê do saber o Espírito; conheçamos, assim, a esperança à qual nos chamou como herança (Ef 1,17s).

EVANGELHO (Marcos 6,7-13)
6 7 Então, Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. 
8 Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto; 
9 como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas. 
10 E disse-lhes: "Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali. 
11 Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele". 
12 Eles partiram e pregaram a penitência. 
13 Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam. 
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Apresentação dos dons
A apresentação dos dons, também conhecida por muitos como "ofertório", dá início na Missa ao momento da liturgia eucarística. Após ter sido convenientemente nutrida com as lições da Sagrada Escritura e com a explicação que a seguiu, e ter-se dirigido ao Senhor na Oração dos Fiéis, a comunidade cristã prepara-se agora para ser alimentada com o Corpo e o Sangue de Cristo. Antes, porém, precisa arrumar a mesa eucarística, receber e dispor sobre ela os dons e, em seguida, dar graças sobre o pão e o vinho, partir o pão e distribuí-lo aos participantes. O Concílio Vaticano II, devendo reorganizar o rito de apresentação dos dons segundo o espírito da primitiva Igreja, esforçou-se por deixar claro que só no momento da prece eucarística se dá a verdadeira oferta eclesial. Conservou-se, assim, a procissão dos fiéis, que levam dons em direção do altar, e inseriu uma oração utilizada no mundo hebraico para a bênção do pão e do vinho: "Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão (vinho) que recebemos de vossa bondade, fruto da terra (da videira) e do trabalho humano, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar pão da vida (vinho da salvação)". Tal oração, bela e expressiva, recitada quando o presidente apresenta a Deus as oferendas, mostra que estas, fruto da terra e da fadiga humana, se orientam na Eucaristia a um destino salvífico. Geralmente falamos que este momento se chama ofertório, no entanto, é mais correto denominá-lo de "apresentação dos dons".
Deus recebe o dízimo que oferecemos a Ele?
Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a Ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para Ele, mas precisa para a Sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus, que os agentes da Pastoral do Dízimo o utilizam para amenizar o sofrimento dos irmãos e irmãs mais carentes da comunidade. Faça a doação do seu dízimo e participe também das atividades da pastoral ajudando os mais necessitados.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª Br - Zc 2,14-17; (Sl) Lc 1,46-55; Mt 12,46-50
3ª Vd - Is 7,1-9; Sl 47(48); Mt 11,20-24
4ª Vd - Is 10,5-7.13-16; Sl 93(94); Mt 11,25-27
5ª Vd - Is 26,7-9.12.16-19; Sl 101(102); Mt 11,28-30
6ª Vd - Is 38,1-6.21-22.7-8; Cânt.: Is 38,10-16; Mt 12,1-8
Sb Vd - Mq 2,1-5; Sl 9b(10); Mt 12,14-21
16ºDTC: Jr 23,1-6; Sl 22 (23),1-3a.3b-4.5.6 (R/.1.6a); Ef 2,13-18; Mc 6,30-34 (Urgência da missão)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.A missão exige despojamento
A narrativa do envio dos Doze encontra-se nos três evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), com algumas variantes peculiares a cada evangelista. Marcos já registrara que Jesus constituíra os Doze para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar (Mc 3,14).
Depois de um tempo de convívio, conhecimento e experiência comum de vida, Jesus, agora, os envia integrando-os em sua própria missão. Marcos destaca que os discípulos foram enviados dois a dois. O chamado dos discípulos, no início do ministério de Jesus, também fora de dois em dois. Na missão prevalece a dimensão da parceria, do diálogo e da solidariedade, na corresponsabilidade, sem disputas de liderança.
Marcos não mostra um maior interesse quanto ao desenvolvimento e sucesso da missão a que os Doze foram enviados, dedicando a isto apenas alguns versículos (6,12s.30). Ele consagra seu texto às instruções de Jesus. O seu interesse maior é destacar a metodologia a ser assumida, que serve de paradigma para as comunidades em continuidade à missão de Jesus e de seus discípulos.
O despojamento proposto é essencial à missão. A pobreza deve ser assumida, não como ostentação de virtude, mas como abandono real nas mãos de Deus, confiantes na bondade e na hospitalidade daqueles que encontrarem pelo caminho. O que for necessário para a caminhada deve ser levado pelos discípulos, por exemplo, as sandálias e o cajado (em Mateus eles estão proibidos, e Lucas os omite). A casa é a base da missão. Aquelas em que os discípulos forem recebidos podem ser novos centros de missão, formando uma rede missionária.
A proclamação à conversão é ousada e contundente, como testemunhou o profeta Amós, denunciando uma religião a serviço do poder, tendo seu santuário como dependência do palácio real (primeira leitura). No mesmo estilo foi erigido o Templo de Jerusalém, como anexo do palácio de Salomão, no qual eram acumuladas imensas riquezas. Jesus, no seu tempo, o denunciará como sendo covil de ladrões.
Na carta aos Efésios (segunda leitura), que na tradição cristã havia sido atribuída a Paulo, é destacada a redenção operada por Cristo, na perspectiva sacrifical característica das comunidades primitivas vinculadas a Jerusalém. Porém, na perspectiva da simplicidade da encarnação, já se tem a revelação do imenso amor de Deus, Pai e Mãe. Pela vida de Jesus de Nazaré, Filho de Deus e filho de Maria, em seus anos de convívio amoroso com seus discípulos e as multidões, Deus revelou a sua escolha a todos os homens e mulheres para participarem de sua Vida divina e eterna, na prática do amor, seguindo o caminho de Jesus.
Oração
Pai, ajuda-me a superar toda tentação de acomodar-me, pois, como apóstolo do teu Reino, tenho de estar, continuamente, a caminho.
2. EVANGELIZAR É PRECISO!
Os evangelistas mencionam, com freqüência, o ensino de Jesus. No Evangelho de Marcos, este ensino não é tanto com palavras, mas sim com o próprio testemunho de vida de Jesus. Com seu "ensino", Jesus prepara os discípulos (Mc 6,6). Em seguida, envia-os. Testemunho e envio estão intimamente ligados. E, após o envio, os discípulos "saíram para proclamar".
Contudo, a proclamação é acompanhada de gestos concretos de libertação. Marcos destaca o poder sobre os espíritos impuros. É o espírito da sinagoga que dominava um homem, tendo sido este libertado por Jesus (Mc 1,23).
Jesus, progressivamente, inclui os discípulos no seu ministério. O despojamento deles não tem o caráter de um ascetismo heróico. Significa o testemunho da confiança na bondade humana. É um ousado testemunho que, certamente, toca os corações. A segurança vem da confiança no amor, e não no poder da riqueza.
O testemunho de Jesus não é o de austeridade pela austeridade, mas sim o do desprendimento e da confiança em Deus e no próximo: os discípulos devem se entregar, com confiança, aos cuidados daqueles que encontrarem no caminho. Confiam na acolhida e na capacidade de partilha de cada um. Este ato de entrega e confiança liberta nas pessoas seu potencial de acolhida, solidariedade e amor.
O missionário, de maneira profética, denuncia a opressão e a violência dos poderosos, como o profeta   Amós (primeira leitura), e anuncia a projeto de Deus de nos adotar como filhos, nos comunicando sua vida através da encarnação de seu Filho, Jesus (segunda leitura).
A ação missionária, restaurando nas pessoas sua dignidade e capacidade de amar, as liberta da opressão, dando-lhes sentido à vida.

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