segunda-feira, 11 de junho de 2012

Liturgia da 10ª semana comum


Liturgia do Domingo 10.06.2012
10º Domingo do Tempo Comum  ANO B
(VERDE
"Fazer a vontade de Deus"
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Somos família de Deus. Nossa liturgia nos ilumina a respondermos quem é Jesus e nele encontrarmos o sentido da vida cristã. O próprio Jesus Cristo prepara em nós a vida da "nova família", ou seja, aqueles que vivem segundo a vontade de Deus. A relação mais íntima com Jesus Cristo não se faz com o parentesco de sangue, mas em sintonia com a sua prática. É preciso aprender a comungar os ideais. E assim respondemos a pergunta: "quem são meus parentes?" São aqueles que fazem a vontade do Pai.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste domingo recordamos a vida pública de Jesus, tempo do anúncio da Palavra e do ensino da fé. As intervenções de Jesus na vida das pessoas são tão concretas e sua palavra é tão clara que ignorá-las constitui pecado contra o Espírito Santo. Por outro lado, quem se torna discípulo e missionário de Cristo se associa intimamente à família de Deus, da qual nunca se aparta, pois fazer a vontade de Deus é a perfeita comunhão com o mistério de Cristo. Celebramos na próxima sexta-feira a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, festa que recorda, por meio do símbolo universal do amor, a infinita misericórdia de Deus. Essa festa lembra também a realização da profecia de que a misericórdia de Deus abraça todas as criaturas.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
Antífona da entrada: O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Primeira Leitura (Gênesis 3,9-15)
Leitura do Livro do Gênesis.
3 9 Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: "Onde estás?"10 E ele respondeu: "Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me."11 O Senhor Deus disse: "Quem te revelou que estavas nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido de comer?"12 O homem respondeu: "A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi."13 O Senhor Deus disse à mulher: Porque fizeste isso?" "A serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu comi." 
14 Então o Senhor Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. 
15 Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar."

Salmo responsorial 129/130
No Senhor, toda graça e redenção!
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! 
Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!
Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? 
Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.
No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. 
A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora.
Espere Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! 
Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. 
Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.
Segunda Leitura (2 Coríntios 4,13-5,1)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.
4 13 Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: Eu cri, por isto falei, também nós cremos, e por isso falamos. 
14 Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco. 
15 E tudo isso se faz por vossa causa, para que a graça se torne copiosa entre muitos e redunde o sentimento de gratidão, para glória de Deus. 
16 É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia. 
17 A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. 
18 Porque não miramos as coisas que se vêem, mas sim as que não se vêem . Pois as coisas que se vêem são temporais e as que não se vêem são eternas. 
5 1 Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu. 

Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
O príncipe deste mundo agora será expulso; e eu, da terra levantado atrairei todos a mim mesmo (Jo 12,31s).

EVANGELHO (Marcos 3,20-35)
Naquele tempo, 3 20 Dirigiram-se em seguida a uma casa. Aí afluiu de novo tanta gente, que nem podiam tomar alimento. 
21 Quando os seus o souberam, saíram para o reter; pois diziam: "Ele está fora de si." 
22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios." 
23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás? 
24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. 
25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer. 
26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá. 
27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa. 
28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; 
29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno." 
30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo." 
31 Chegaram sua mãe e seus irmãos e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo. 
32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram." 
33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" 
34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 
35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe." 
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª Vm - At 11,21b-26; 13,1-3; Sl 97(98); Mt 10,7-13
3ª Vd - 1Rs 17,7-16; Sl 4; Mt 5,13-16
4ª Br - 1Rs 18,20-39; Sl 15(16); Mt 5,17-19
5ª Vd - 1Rs 18,41-46; Sl 64(65); Mt 5,20-26 
6ª Br - Os 11,1.3-4.8c-9; Is 12,2-6; Ef 3,8-12.14-19; Jo 19,31-37
Sb Br - Is 61,9-11; 1Sm 2,1.4-8; Lc 2,41-51
11º DTC: Ez 17,22-24; Sl 91 (92),2-3.13-14.15-16 (R/. cf. 2a); 2Cor 5,6- 10; Mc 4,26-34 (A semente e o grão de mostarda)


TEMA
SAUDADE DO PARAÍSO, VIVÊNCIA DO REINO E IMORTALIDADE NA RESSURREIÇÃO

As leituras de hoje nos levam a refletir sobre a nossa condição humana de viver optando ora pelo bem, ora pelo mal. Estivemos no simbólico paraíso terrestre e decidimos sair dele para viver lutando pela sobrevivência, em meio a espinhos e dores. Muitos dos conterrâneos de Jesus não o aceitaram como enviado de Deus e lhe fizeram oposição, até mesmo seus irmãos. Após a morte de Jesus, viver, para o cristão, passou a ser a certeza de que reconquistaremos a nossa morada eterna e definitiva. Vejamos como as leituras que ouvimos nos ajudam a compreender esses mistérios.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Gênesis 3,9-15
— Leitura do Livro do Gênesis. 3 9 Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: "Onde estás?"10 E ele respondeu: "Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me."11 O Senhor Deus disse: "Quem te revelou que estavas nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido de comer?"12 O homem respondeu: "A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi."13 O Senhor Deus disse à mulher: Porque fizeste isso?" "A serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu comi." 14 Então o Senhor Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. 15 Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar."

A astuta serpente / o mal engana as pessoas
A primeira leitura de hoje faz parte de um bloco maior de texto: Gn 2,4b-3,24, escrito no século IX a.E.C. Trata-se de narrativa mitológica da condição humana no paraíso e fora dele. O trecho do qual nos ocupamos aqui fala da expulsão do paraíso. O que vem antes é bem conhecido de todos nós, ou seja: não havia ser humano para cultivar o solo. Havia um jardim com quatro rios e, no meio dele, duas árvores, uma da vida e outra do conhecimento do bem e do mal. Deus cria os seres humanos com o objetivo de eles gerarem filhos; Adão e Eva, o tirado da terra e a mãe dos viventes, que representam o ser humano de forma geral. Nunca existiram como personagens. Trata-se de profundo simbolismo; sua verdade não é da ordem da história positivista.
O casal é colocado nu no jardim, com a proibição de comer o fruto da árvore do conhecimento. Até que um dia a serpente, na sua estultícia, os engana, e eles comem do fruto proibido. O medo se apodera deles. Ambos abrem os olhos, veem-se nus e passam a ter vergonha, a ponto de terem de se cobrir com vestes de folhas que eles mesmos teceram. Ouvindo os passos de Deus, que passeava pelo jardim, eles se escondem, porque também já sentem medo. Deus os interroga pelo ato de desobediência. Homem e mulher acusam a serpente. Todos os três recebem um castigo do Criador. A serpente se arrastará e será pisada pela mulher, que, agora, chamada de Eva – a mãe dos viventes –, passará a ter dores de parto e desejo voltado para o homem; já o homem terá de tirar do solo maldito o sustento com o suor do seu rosto. O fim é trágico: a perda do paraíso. Para cobrir as vergonhas, eles recebem de Deus uma roupa de pele. Fora do paraíso, uma nova etapa se inicia na vida deles. O cultivo do solo para comer passa a ser um labor pesado e diário. O paraíso é lacrado. Um querubim e uma espada fulgurante passam a guarnecê-lo, impedindo ao ser humano o acesso ao caminho da árvore da vida.
Esse clássico texto da literatura bíblica foi, ao longo da história da humanidade, fonte de inspiração para tantos outros, para pinturas, discursos poéticos e moralistas. A esperança de retorno ao paraíso perdido e a saudade dele foram, e continuam sendo, objeto de desejo dos humanos, sejam eles judeus, sejam cristãos. Na sinagoga judaica, a árvore da vida recebe os nomes dos falecidos. Para os cristãos, Jesus é o caminho, a verdade e a vida em Gn 2,4b-3,24. Com a sua morte e o seu sangue derramado na terra outrora maldita, a vida eterna volta a ser condição para o ser humano, que ressuscitará com ele. Na organização dos livros que compõem a Bíblia, há o cuidado de colocar, como livro final, o Apocalipse, que descreve uma nova Jerusalém Celeste – um novo Éden Celeste –, tendo no seu centro, também, uma árvore da vida. Alguns elementos desse mito que explicam a condição humana e sua relação com o sagrado merecem destaques, tais como:

a) Jardim: símbolo do paraíso terrestre. "Jardim" em hebraico é gan, que também significa proteger. No Oriente Antigo, na Pérsia e na Babilônia, era muito comum a construção de um jardim cercado. Os jardins podiam ser propriedade exclusiva de um rei, bem como simbolizavam o poder real e o seu controle sobre a agricultura e as fontes de água. Muitos deles eram ornamentais e serviam para o descanso do rei ou para a sua sepultura (2Rs 21,18.26). Na leitura, o jardim é chamado de Éden. Éden é substantivo hebraico que significa "delícias". O jardim passa a ser um paraíso celeste. Um paraíso das delícias em um jardim plantado no Éden (Gn 2,8), região e lugar da felicidade plena. Deus é o companheiro do ser humano, que vive em plena liberdade sem se preocupar com nada. O mito expressa o desejo humano, que, na sua relação com o Sagrado (Vida), foi possível outrora e será novamente. Jardim é sinônimo de esperança, de vida realizada. Não é por menos que Is 51,3 chama o Éden de "Jardim do Senhor".

b) Árvores da vida e do conhecimento: a primeira árvore é o símbolo da imortalidade, a segunda, do conhecimento do bem e do mal. No último livro da Bíblia, o Apocalipse cita a árvore da vida no centro da Nova Jerusalém (Ap 22,2). A nova árvore da vida representa o novo céu e a nova terra. Trata-se de uma inclusão. Sabedor de sua condição mortal, o ser humano almeja a imortalidade. Ele sabe também que essa condição só é possível no Sagrado, em Deus. Por isso, o seu desejo será sempre o da imortalidade. Ninguém quer morrer, à exceção daqueles que perdem o sentido da vida. Na mitologia, a fonte da vida está na divindade, nos deuses, os quais não aceitam repassar esse segredo para o ser humano. No texto em questão, o fato de Deus passear pelo jardim demonstra que a vida humana está, no paraíso, bem próxima de Deus. Há, no entanto, um contraste: o fruto da árvore da vida confere imortalidade, o da árvore do conhecimento, a morte. Ao ser humano fica expressa a proibição divina de não comer o segundo fruto (Gn 2,17). Ao ser humano, após comer mitologicamente esse fruto, é conferida a faculdade de optar pelo bem ou pelo mal. A primeira consequência de tudo isso foi a perda do paraíso.

c) Serpente: um animal astuto e falador, portador de falsas promessas, deixando as consequências para os humanos. A serpente no mundo antigo tinha vários simbolismos, sobretudo aqueles relacionados com a vida e o poder opressor de um país. O faraó tinha uma serpente sobre a sua cabeça para representar o seu poder, a vida e sua imortalidade. Na Babilônia, a divindade principal, Marduk, era representada por uma serpente-dragão. Em Israel, a partir de Gênesis, a serpente passou a significar a força do mal.

d) Punição: o encontro da serpente com os humanos se transformou em punição para a serpente, que deverá se arrastar pela terra e terá a descendência da mulher como sua inimiga. A mulher, por sua vez, terá dores de parto, e o homem terá de cultivar a terra com seu suor. A parceria entre Eva, Adão e a serpente resulta em sofrimento. O poder da serpente leva o homem a viver de suor e fadigas. A serpente, o poder dominador, precisa desse trabalho forçado para sobreviver. O homem se torna pó da terra e morre de tanto trabalhar. O mito explica o sofrimento pelo viés da opressão, que o lavrador conhecia.
Salmo Responsorial

SALMO RESPONSORIAL – Sl 129/130
No Senhor, toda graça e redenção!
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!
Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.
No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra.
A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora.
Espere Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! 
Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção.
 

Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.
Segunda Leitura

2 Coríntios 4,13-5,1
— Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios. 4 13 Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: Eu cri, por isto falei, também nós cremos, e por isso falamos. 14 Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco. 15 E tudo isso se faz por vossa causa, para que a graça se torne copiosa entre muitos e redunde o sentimento de gratidão, para glória de Deus. 16 É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia. 17 A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. 18 Porque não miramos as coisas que se vêem, mas sim as que não se vêem . Pois as coisas que se vêem são temporais e as que não se vêem são eternas. 5 1 Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu.

A ressurreição nos confere a imortalidade querida pelo ser humano no paraíso

A primeira leitura nos apresentou o Éden como morada paradisíaca da condição humana, que, por sua opção, diante da liberdade proporcionada por Deus, acaba por perdê-lo.
O ser humano alimenta uma saudade eterna por ele. Já o evangelho nos anuncia que Jesus é a esperança que nos mostra o caminho de volta. Ele age em parceria com o Espírito Santo e com todos os que são seus irmãos.
Nesta segunda leitura, Paulo expressa sua firme convicção de fé na ressurreição de todos nós, no mesmo Deus que ressuscitou Jesus (2Cor 4,13-15). O apóstolo lembra que vivemos num corpo, morada terrestre que será destruída em favor de uma morada eterna em Deus. Morre o ser humano exterior para viver o interior.
É como se dissesse: saímos de Deus para morar num paraíso, perdemo-lo, mas, com a graça de Deus e o testemunho vivo de Jesus, voltaremos para a eternidade. A imortalidade querida pelo ser humano, ao comer o fruto proibido, só será possível com a ressurreição.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
O príncipe deste mundo agora será expulso; e eu, da terra levantado atrairei todos a mim mesmo (Jo 12,31s).
Evangelho

Marcos 3,20-35
— Naquele tempo, 3 20 Dirigiram-se em seguida a uma casa. Aí afluiu de novo tanta gente, que nem podiam tomar alimento. 21 Quando os seus o souberam, saíram para o reter; pois diziam: "Ele está fora de si." 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebu: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios." 23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás? 24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. 25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer. 26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá. 27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa. 28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; 29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno." 30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo." 31 Chegaram sua mãe e seus irmãos e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo. 32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram." 33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" 34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."

Escribas e irmãos de Jesus se opõem ao projeto de reino de Jesus, o novo Éden. A serpente/satanás continua agindo

O evangelho de hoje mostra Jesus na sua casa, a física e a dos pobres, por quem ele tinha especial apreço. Seus familiares, sabendo de suas ações, tentaram impedi-lo, julgando-o louco. Antes que chegassem seus irmãos, os escribas já dão a sentença: "Ele está possuído por Belzebu, bem como realiza tudo em parceria com satanás" (v. 22). Jesus se defende, dizendo que as suas ações não podem ser feitas em parceria com quem já é seu inimigo, satanás. Fazendo jogo com o substantivo "satanás", aquele que divide, assim como a serpente da primeira leitura, Jesus demonstra que um reino e uma casa divididos não podem subsistir. Assim como no paraíso Deus condena a serpente, Jesus condena os escribas, acusando-os de blasfemadores do Espírito Santo, seu real parceiro na missão, e decreta que eles não terão perdão por tal atitude.
Nesse momento, Maria e os irmãos de Jesus chegam para se encontrar com ele. Tendo a multidão impedido a passagem deles, Jesus, avisado do fato, declara em alto e bom som que sua mãe e seus irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus. A resposta de Jesus, dura em um primeiro momento, teve várias repercussões entre os intérpretes desse texto. Irmão, em hebraico 'ah, significa irmão de sangue, mas também parentes próximos, patrícios e vizinhos. São Jerônimo dirá que no evangelho se trata de primos de Jesus.
Os evangelhos apócrifos nos conservaram a tradição de que José, ao ser escolhido para casar-se com Maria, era viúvo, tinha 90 anos, quatro filhos – Judas, Justo, Tiago e Simeão – e duas filhas, Lísia e Lídia. Quando Maria chegou à casa de José, logo se afeiçoou a Tiago, o filho menor de José, que ainda sofria a ausência da mãe. Maria cuidou dele como mãe. O Evangelho de Mateus fala, por isso, de Maria, a mãe de Tiago (Mt 27,56), embora ela não o fosse. Sendo assim, os irmãos de Jesus são de criação. Portanto, Jesus, seguindo o mesmo trocadilho feito com o substantivo "satanás", quis dizer que irmãos seus são também os que seguem os seus ensinamentos, povo e discípulos(as), incluindo sua mãe. Jesus não nega os seus irmãos, tampouco sua mãe. Isso não era possível na cultura judaica. Irmão aqui quer dizer aquele que assume a causa, ao contrário de satanás, aquele que divide, tornando-se uma serpente, assim como agiram os escribas.
DICAS PARA REFLEXÃO
– Demonstrar à comunidade que a nossa vida é marcada pela lembrança do paraíso perdido e pelo mal que nos levou a perdê-lo. A parceira com a serpente, inclinação para o mal, ocasionou isso. Cabe-nos esmagar-lhe a cabeça, o lugar pensante de toda vil estrutura humana injusta.
– Os irmãos de Jesus somos todos nós, seus seguidores. Muitas vezes, no entanto, tornamo-nos seus opositores, com satanás. A Igreja é a grande irmã de Jesus na construção da sociedade justa, espelho de seu reino. É uma pena que muitos cristãos e igrejas caminhem em sentido oposto. O reino de Deus é a nossa esperança de um novo Éden, já presente, mas em caminhada para a plenitude.

10º Domingo do Tempo Comum — ANO B
"PECADO SEM PERDÃO"
Quando a gente está super ocupado , costuma-se dizer que não se tem tempo nem para comer, esse evangelho começa constatando exatamente isso, pois Jesus e seus discípulos chegaram na casa de alguém onde pretendiam tomar uma refeição, mas um  grande número de pessoas foram ali á sua procura e Jesus teve que lhes dar atenção. Não ter mais tempo para si,  vai ter  para os seus parentes a conotação de loucura “Ele está fora de si”.
Amar as pessoas preocupar-se com elas, doar-se aos serviços da comunidade para servir a Deus e aos irmãos, nos tempos da pós-modernidade também soa como uma loucura, pois vivermos no mundo das relações mercantilizadas onde tempo é dinheiro e perder  tempo com coisas que não dão nenhum  retorno, é realmente coisa de louco.
Pior que esses parentes de Jesus que não entendiam á sua missão, eram  os escribas que atribuíam suas ações libertadoras e curas prodigiosas  á Belzebu, príncipe dos demônios, acusando Jesus de fazer o Bem , através da força do mal, o que era uma grande incoerência, pois Bem e Mal são duas coisas que jamais podem agir em conjunto, se as obras de Jesus eram boas em si mesmo, curava e libertava as pessoas, elas jamais poderiam provir do mal.
Em nossa sociedade também sofremos desse mal,  porém no sentido contrário,  querendo atribuir ao Bem algo que provém do mal, senão vejamos, para muitos, inclusive cristãos, a pena de morte, o aborto, o divórcio, a eutanásia, são coisas do Bem, e tem até traficante de Favela pousando de herói do povo, defensor dos pobres, dos velhos e das crianças. Quando isso acontece e essa mentalidade começa a dominar a todos, é porque se está cometendo o temível pecado contra o Espírito Santo, que Jesus afirma não ter perdão. E que pecado terrível será este?
Exatamente o mesmo que os Escribas e os parentes de Jesus cometiam: o de não acreditar e não aceitar a Graça que Jesus nos trouxe, em uma recusa contra a ação Divina, libertadora e Salvadora nele presente, e colocada a favor das pessoas. Quem comete esse pecado está apostando todas as suas fichas nas forças do Mal presente no mundo, por crer no fundo, que esta é mais poderosa que o Bem supremo que Jesus nos oferece.
O Mal já foi derrotado por Jesus, mas o homem ainda não se apercebeu disso, o Reino está presente na vida da humanidade, não de maneira ostensiva como a Força do  mal, mas como semente em desenvolvimento e que requer cuidado e atenção para crescer e ser a maior de todas as árvores, mas o homem imediatista deste tempo prefere acreditar no Mal e deixa de investir e acreditar no Bem.
10º Domingo do Tempo Comum — ANO B
1. “Duas questões”
O Evangelho de hoje apresenta-nos duas questões difíceis: o pecado contra o Espírito Santo e o os “irmãos” de Jesus.
“Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; mas todo o que tiver blasfemado contra o espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno” (Mc 3,28-29).
O Catecismo da Igreja Católica dá a interpretação autêntica dessa passagem com as seguintes palavras: “A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna” (Cat. 1864). No fundo, o pecado contra o Espírito Santo é um endurecimento interior que não permite a pessoa se arrepender dos próprios pecados. Logicamente, sem arrependimento não há perdão! Por outro lado, é muito difícil verificar se alguém pecou contra o Espírito Santo; na prática, até o final da vida de uma pessoa não se pode saber se tal impenitência foi um pecado contra o Espírito Santo. Em efeito, uma pessoa poderia se arrepender nos últimos momentos de sua existência e ser alcançado pela salvação. Definitivamente, a resposta a essa questão – foi ou não um pecado contra o Espírito Santo? – continuará, enquanto não chega o juízo final, conhecida somente por Deus e pela pessoa em questão.
Falar sobre o pecado contra o Espírito Santo deveria nos ajudar a ver que o arrependimento dos nossos pecados é uma graça de Deus. Ao mesmo tempo essa graça só nos alcança se nós quisermos: a salvação é obra de Deus em nós, mas não sem nós. Nesse sentido, a nossa súplica poderia ser semelhante àquela que muitos sacerdotes ainda rezam antes da Santa Missa: “Concedei-nos, Senhor onipotente e misericordioso, a alegria com a paz, a emenda de vida, o tempo para fazer penitência, a graça e a consolação do Espírito Santo e a perseverança nas boas obras. Amém”.
Quanto à segunda questão, vamos ler de novo o texto do Evangelho. Alguns disseram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram” (Mc 3,31). Jesus teve outros irmãos? Caso a resposta fosse afirmativa, Maria teria tido outros filhos. Mas isso não pode ser!
Nesse caso, a Bíblia Ave-Maria traz uma boa explicação no seu índice doutrinal: “São indicados: Tiago, José, Judas, Simão: Mc 6,3. Não se trata, porém, de irmãos no sentido estrito, filhos dos mesmos pais. Os evangelistas afirmam que Jesus foi o filho único da Virgem Maria: Mc 6,3; Jo 19,26ss. Nem há motivo para supor que São José tivesse outros filhos de um matrimônio anterior. Por outro lado, a palavra “primo” não existe nem no hebraico nem no aramaico. Os “irmãos de Jesus” tinham outra mãe que não Maria Santíssima. São Mateus em 27,56 menciona, entre as mulheres presentes à crucificação de Cristo, Maria, mãe de Tiago e José. Essa Maria é esposa de Cléofas, conforme Jo 19,25. Provavelmente se trata de uma irmã de Maria, mãe de Jesus. Portanto, Maria e seu esposo Cléofas eram os pais de Tiago e de José. Eles tinham ainda outro filho por nome Judas, que em sua epístola se diz irmão de Tiago. Esse Tiago só pode ser filho de Cléofas, pois o outro Tiago era irmão de São João Evangelista, que era filho de Zebedeu. Resta Simão. Egesipo o dá também como filho de Cléofas. Não constam seus pais. Tenha-se em conta que Nossa Senhora é chamada “mãe de Jesus” e nunca “mãe dos irmãos de Jesus”. Se Maria tivesse outro filho, Jesus não a teria confiado a João, filho de Zebedeu. A família de Nazaré aparece apenas com três pessoas: Jesus, Maria e José. Aos doze anos, Jesus vai ao templo exclusivamente com Maria e José”. Ainda que se trate de uma exegese complexa, é válida! Maria só teve um Filho: Jesus Cristo. Ela é a Virgem-Mãe!

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

2. Jesus revela novos laços familiares no Reino
O evangelho de Marcos revela a nova relação entre o povo e Deus, que se estabelece através de Jesus. O que se vê é uma grande multidão de excluídos (ochlós), seja dentre os gentios, seja da dispersão do judaísmo, que se reúne em torno da casa onde se encontra Jesus. Esta multidão se diferencia do "pequeno resto", estabelecido na sinagoga e no Templo, gozando de privilégios e isolado da maioria do povo, considerada pecadora por infringir qualquer um dos 613 mandamentos da Lei, tendo como protótipo Eva, que infringiu a proibição do Criador (primeira leitura).
Com Jesus temos uma nova realidade, destacada pelos evangelhos ao mencionarem cento e quarenta e nove vezes a "multidão" que se relaciona com Jesus. Esta relação é uma característica muito mais marcante da índole e da personalidade de Jesus do que as narrativas de seus milagres possam significar. É uma chave de leitura para compreendermos a presença de Jesus no mundo, em relação com todos os povos e culturas, não se limitando a grupos religiosos específicos.
O termo grego traduzido por "familiares" pode significar uma proximidade consanguínea ou de amizade. Pode-se também interpretar que o verbo usado no texto, "enlouqueceu", refira-se a Jesus ou à multidão. Assim, pode-se entender que, ou os familiares ou os discípulos de Jesus, não o compreendendo e julgando-o fora de si, queiram retê-lo, ou julgando a multidão demais agitada queiram protegê-lo.
Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastar o povo dele. O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.
A partir de uma referência à sua família carnal, Jesus afirma: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?... Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". É a união em torno da prática da vontade de Deus que cria os novos laços familiares no Reino.
Viver o amor, o serviço, a partilha, a misericórdia, solidariamente com os mais necessitados, é inserir-se na família de Jesus, quer seja por laços consanguíneos, quer não, certos da comunhão de vida eterna com Jesus (segunda leitura).
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer a ação do Espírito em ti e a perceber a misericórdia do Pai atuando por teu intermédio.
3. O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Existe um tipo de pecado para o qual não haverá perdão. É o pecado contra o Espírito Santo. Em que consiste a gravidade deste pecado que o torna imperdoável? Jesus, desde o seu batismo, foi apresentado como o Filho de Deus, a quem se devia dar ouvido. Ele foi constituído mediador da salvação divina oferecida a toda humanidade. Suas palavras e ações, porém, tinham como princípio dinamizador o Espírito Santo, poder de Deus atuando nele, manifestado já por ocasião do batismo.
Portanto, a atitude de seus parentes, que o acusavam de louco ao verem as multidões acorrerem a ele, e a interpretação dos mestres da Lei, para quem ele agia pelo poder de Belzebu, chocava-se com a realidade da ação divina em Jesus. Pois significava negar que o Espírito Santo agia através de Jesus e atribuir ao demônio o que pertencia ao Espírito de Deus. Eis uma autêntica blasfêmia!
As acusações contundentes levantadas contra Jesus manifestam um fechamento à ação do Espírito. Assim como Jesus agia pela força do Espírito, do mesmo modo só quem se deixasse iluminar pelo Espírito poderia percebê-la. Quem se fechava ao Espírito, tornava-se incapaz de discernir a manifestação da misericórdia de Deus, em Jesus. Fechar-se para Jesus, portanto, significa fechar-se para Deus e, por conseguinte, tornar-se indigno de perdão.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer a ação do Espírito em ti e a perceber a misericórdia do Pai atuando através de ti.
Liturgia da Segunda Feira
SÃO BARNABÉ - APÓSTOLO
(VERMELHO, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Feliz foi Barnabé, santo de Deus, que mereceu ser contado entre os apóstolos. Era na verdade um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11,24).
intrepidamente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 11,21- 26; 13,1-3)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 11 21 A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor. 
22 A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram então Barnabé até Antioquia. 
23 Ao chegar lá, alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a perseverar no Senhor com firmeza de coração, 
24 pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão uniu-se ao Senhor. 
25 Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e levou-o para Antioquia. 
26 Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. 13 1 Havia então na Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles Barnabé, Simão, apelidado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo. 
2 Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: "Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado". 
3 Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e os despediram. 
Salmo responsorial 97/98
O Senhor fez conhecer seu poder salvador 
E, às nações, sua justiça.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
Porque ele fez prodígios! 
Sua mão e o seu braço forte e santo 
Alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação 
E, às nações, sua justiça; 
Recordou o seu amor sempre fiel 
Pela casa de Israel!
Os confins do universo contemplam 
A salvação do nosso Deus. 
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, 
Alegrai-vos e exultai!
Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa 
E da cítara suave! 
Aclamai, com os clarins e as trombetas, 
Ao Senhor, o nosso rei!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Ide ao mundo e ensinai a todas as noções! 
Eis que eu estou convosco até o fim do mundo! (Mt 28,19s)

Evangelho (Mt 10,7-13)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 7 "Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. 
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai! 
9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, 
10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.
11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida. 
12 Entrando numa casa, saudai-a: ´Paz a esta casa´. 
13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “O Reino está ao nosso alcance”
Meditando esse evangelho, a primeira impressão que se tem, é que o Reino de Deus vai acontecer somente  a partir das obras de libertação e de curas, e a conduta dos discípulos diante das pessoas a quem  forem anunciar o evangelho do Reino. Isso poderia significar que caso os discípulos se omitissem, ou se recusassem a fazer todas essas coisas, tendo esse comportamento, o Reino então ficaria distante. Primeiramente precisamos entender que o Reino é dom Divino que nos foi concedido em Jesus Cristo. Os procedimentos e a conduta recomendados por Jesus, é apenas um sinal de que o Reino de Deus já chegou e está entre eles, isso é, á disposição e ao alcance de todos. Diante disso vamos entender mais facilmente as recomendações de Jesus.
Onde está o Reino não pode haver enfermos nem mortos, nem pessoas impuras e afastadas da Salvação, que eram os leprosos, e muito menos pessoas escravizadas as forças  do Demônio, esclarecendo que todas as enfermidades não compreendidas se dizia ser obra do demônio. Onde o Reino está as relações deverão sempre ser marcadas pela gratuidade “o que recebestes de Graça, dai também de graça”.
Onde o Reino está acontecendo nenhuma segurança humana o supera, daí a orientação para que eles sejam despojados dos bens materiais mais essenciais, isso é, que a preocupação com a sobrevivência não os desvie da missão de  anunciadores do Reino, de alguma forma tudo isso lhe será assegurado, o que também não quer dizer que vivam no “Béim-Bão sem fazerem nada. Ao entrar em uma aldeia, informai-vos antes se há ali alguém digno de vos receber, isso também não quer dizer que os Discípulos Missionários sejam pessoas especiais e que só aceitam hospedagem 5 estrelas. Pessoa digna de receber o anuncio são todas aquelas que estão abertas á Palavra de Deus, buscando a sua Graça e Salvação.
Ficai ali até a vossa partida, isso é, não deixem a casa antes de terem pregado e feito todo o anúncio, pois quem está aberto á Palavra de Deus, como os Discípulos de Emaús vão sentir co coração arder e terem o desejo de ouvirem mais, para que a experiência seja mais profunda.
E finalmente a última recomendação, ao entrar em uma casa deseja-lhe a paz, se na casa as pessoas estiverem abertas ao anúncio, acolherão a paz com grande alegria, caso contrário, a paz retornará ao discípulo missionário, porque Paz tem o significado da saudação hebraica do Shalon, que significa “Deus esteja com você”,  em sentido bem simples, e Deus manifestado em Jesus, só entra aonde for acolhido e desejado e por isso, no coração do discípulo missionário ele está sempre presente como um dom precioso a ser oferecido aos que ouvirem a sua palavra e o acolherem.
2. Ao missionário é fundamental o despojamento
O evangelho delineia o procedimento do missionário. O centro do anúncio é a proximidade do Reino dos Céus. João Batista inaugurara este anúncio. A proximidade do Reino significa que ele está ao nosso alcance, para ser vivido dia a dia. A natureza do Reino é a prática da justiça que liberta e regenera a vida.
Ao missionário é fundamental o despojamento. Os filósofos itinerantes gregos praticavam tal tipo de despojamento para demonstrar austeridade. Contudo, para o missionário o despojamento não é um fim em si. É um ato de libertação para colocar-se inteiramente a serviço da missão. E é um ato de confiança na providência de Deus, que opera através dos homens e mulheres. Pelo seu despojamento o missionário abre os corações daqueles a quem ele é enviado. Nas cidades ou povoados o missionário não deve procurar a sinagoga, mas a casa de alguém digno. Podemos ver aí os critérios para a fundação e articulação de novas comunidades domésticas, que poderiam acolher outros missionários.
Oração
Pai, faze de mim um instrumento para a construção da paz desejada por Jesus. Paz que se constrói na comunicação dos bens divinos a cada pessoa humana.
3. O REINO CHEGOU
Os discípulos foram enviados em missão com a tarefa de dar continuidade à missão de Jesus. A dupla face do messianismo de Jesus se expressaria no ministério dos apóstolos. Não somente com palavras, mas também com obras eles se poriam a serviço do Reino.
Aos apóstolos competia proclamar a chegada do Reino dos Céus na pessoa de Jesus. De que modo? Deus foi plenamente Senhor da vida de Jesus. Nada nem ninguém jamais o desviou do caminho traçado pelo Pai. Somente ao querer do Pai ele se submeteu. Jamais cedeu a qualquer tipo de tentação. Por isso, o Reino dos Céus se encarnou na sua pessoa e ação. Este evento deveria ser proclamado a todos os povos.
Por outro lado, como sucedeu com Jesus, a pregação dos apóstolos encontraria apoio nos milagres realizados por eles. Os quatro milagres apontados relacionam-se com a proteção da vida humana da investida das doenças, da morte e dos espíritos impuros. O ministério apostólico, portanto, estava destinado a colocar-se a serviço da vida. Onde a vida fosse defendida, restaurada ou garantida, aí estaria acontecendo o milagre do Reino, cuja presença seria historicamente perceptível.
A vida de Jesus é o ponto de referência da ação do apóstolo. A fidelidade à missão acontece na medida em que realmente Jesus continua atuando na pessoa de seus enviados.
Oração 
Senhor Jesus, dá-me coragem suficiente para levar adiante tua missão, proclamando a chegada do Reino e me colocando a serviço da vida.
Liturgia da Terça-Feira
X SEMANA COMUM 
(VERDE
Antífona da entrada: O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (1 Reis 17,7-16)
Leitura do Livro dos Reis
17 7 Passado algum tempo, secou-se a torrente, porque não chovia mais na terra. 
8 Então o Senhor disse-lhe: 
9 "Vai para Sarepta de Sidon e fixa-te ali: ordenei a uma viúva desse lugar que te sustente". 
10 Elias pôs-se a caminho para Sarepta. Chegando à porta da cidade, viu uma viúva que ajuntava lenha. Chamou-a e disse-lhe: "Por favor, vai buscar-me um pouco de água numa vasilha para que eu beba". 
11 E indo ela buscar-lhe a água, gritou-lhe Elias: "Traze-me também um pedaço de pão". 
12 "Pela vida de Deus", respondeu a mulher, "não tenho pão cozido: só tenho um punhado de farinha na panela e um pouco de óleo na ânfora; estava justamente apanhando dois pedaços de lenha para preparar esse resto para mim e meu filho, a fim de o comermos, e depois morrermos". 
13 Elias replicou: "Não temas; volta e faze como disseste; mas prepara-me antes com isso um pãozinho, e traze-mo; depois prepararás o resto para ti e teu filho. 
14 Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra". 
15 A mulher foi e fez o que disse Elias. Durante muito tempo ela teve o que comer, e a sua casa, e Elias. 
16 A farinha não se acabou na panela nem se esgotou o óleo da ânfora, como o Senhor o tinha dito pela boca de Elias. 

Salmo responsorial 4
Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!
Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! 
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição, 
atendei-me por piedade e escutai minha oração! 
Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? 
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?
Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo 
que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece! 
Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira; 
meditai nos vossos leitos e calai o coração!
Muitos há que se perguntam: "Quem nos dá felicidade?" 
Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face! 
Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração 
do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vós sois a luz do mundo; brilhe a todos vossa luz. Vendo eles vossas obras, dêem glória ao Pai celeste! (Mt 5,16)

Evangelho (Mateus 5,13-16)
5 13 Disse Jesus: "Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 
14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 
15 nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 
16 Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Cristãos Apareçam!”
Um dia alguém meditava esse evangelho e comentava que a compreensão do texto pode levar a pessoa a pensar que se trata de uma incoerência, pois parece que o recado é para que os cristãos “apareçam”, sejam vistos e notados, então como é que fica a questão da humildade, de não querer ser mais que os outros?
Sal, Luz e uma cidade no alto da montanha têm algo em comum: os três não dá para se esconder, uma comida sem sal logo será notada por alguém que tem o paladar aguçado, uma luz que fica no alto sempre vai ser vista, e o mesmo acontece com uma cidade edificada no alto de um monte. As três coisas aparecem e são notadas, não dá para se esconder.
Além do mais outro detalhe importante é que o sal, especificamente, dá gosto e sabor a comida, embora seja só uma pitadinha. Jesus está falando da importância do testemunho e do que acontece quando ele não é dado. Mas é bom alertar eu não se trata de testemunho falado diante da comunidade, em um retiro ou em um encontro, claro que esses também ajudam para que outros se convertam, mas há sempre o risco deles não serem autênticos, isso é, não sejam vividos tal qual foram falados. Já vi testemunhos maravilhosos de casais dentro de Movimentos, mas que um belo dia se separaram, sem mais sem menos.
Também já vi testemunho de pessoas que se disseram tocadas pela graça de Deus, e que suas vidas tomaram outro rumo e direção, e que um belo dia sumiram da comunidade, tornaram-se descrentes ou buscaram outras Igrejas. Jesus aqui fala da prática, do jeito de viver e de pensar, e que chama a atenção das pessoas.
“Por que você não pensa e não faz o que a maioria pensa e faz”, com relação a integridade, honestidade, vida conjugal, Fidelidade, adultério, fidelidade na  Fé e compromisso com a comunidade, justiça, partilha, solidariedade, conduta no trabalho, no ambiente de estudo, no namoro, na Balada, o Cristão que dá testemunho de Cristo e seu evangelho, pode e deve ir a qualquer lugar, sem ter medo de ser dominado pelo pensamento da maioria, e ali, exatamente ali a sua luz vai brilhar, o seu sabor especial vai ser sentido pelas pessoas.
O grande problema é que as vezes entendemos errado o que é dar testemunho e achamos que apenas a comunidade é esse lugar e daí as luzes que as vezes brilham são as da vaidade dos carismas, o sal que tem o sabor de sucesso, prestigio, fama e os “egos” inflamados ficam se dando trombadas a todo momento porque na comunidade, um quer aparecer mais que o outro, não é esse o sentido do “aparecer” do cristão, que está nesse evangelho.
No seu trabalho, na sua escola, no seu bairro, no seu partido político ou sindicato, no meio da torcida, no meio da galera, é aí nesses lugares que você tem que ser notado, pelo seu jeito diferente de ser e viver, é aí o lugar certo para dar o seu testemunho e levar as pessoas a conhecerem Aquele que é causa de você ser assim: Cristo Jesus, Nosso Deus e Senhor. Cristãos, apareçam!
2. Alegria e verdade: manifestações do amor
Após a proclamação das bem-aventuranças, Mateus apresenta uma coleção de sentenças no estilo sapiencial, formando o "Sermão da Montanha".
Os atributos do sal, usado na primeira sentença como metáfora aplicada a pessoas, são conservar certos alimentos ou dar sabor à comida, em quantidade suave. Aqui é destacado o aspecto do sabor. Aos discípulos é recomendado que sejam agradáveis e alegres em seu relacionamento com o mundo, particularmente por sua palavra pronunciada com sensatez: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um" (Cl 4,6).
Os discípulos são também a luz do mundo. O evangelho de João aplicará inúmeras vezes esta metáfora da luz a Jesus. A luz revela os detalhes da natureza dos objetos, inundando as trevas. É como a verdade, que revela a realidade dos fatos e da vida, afastando a falsidade e a mentira. Se a palavra do discípulo deve ser agradável, ela também não deixará de ser uma luz que revela a vontade de Deus denunciando a falácia dos valores e as ofertas de um mercado globalizado a serviço do dinheiro.
A alegria e a verdade são manifestações do amor que une os discípulos em comunidades e que se irradiam, transformando o mundo.
Oração
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
3. SAL E LUZ
As parábolas do sal e da luz confrontam os discípulos do Reino com sua responsabilidade perante a realidade humana, apelando para a força transformadora de sua presença no mundo. Na medida em que se revelam servidores, manifestam a profundidade de sua adesão ao projeto de Deus.
A vocação de servidor concretiza-se na ajuda às pessoas a fim de que elas enfrentem as insinuações do maligno que quer corrompê-las pela maldade e pelo egoísmo.
Se, diante da corrupção do mundo, o discípulo permanece impassivo, recusando-se a agir, será como o sal insosso. Logo, tornar-se-á imprestável, e deverá ser jogado fora. A cozinheira não terá por que conservá-lo. Algo semelhante passa-se com o Pai em relação ao discípulo omisso diante da realidade a ser transformada.
Por outro lado, o discípulo mostra-se servidor, quando irradia a luz de Cristo para que seus semelhantes trilhem o caminho da verdade, do amor e da justiça. Sem esta luz, correriam o risco de descambar para a mentira, o egoísmo e a injustiça, com uma conseqüente condenação. No entanto, ele deverá buscar a posição adequada para que seu testemunho de vida abranja o maior número possível de pessoas. Sua luz deve chegar a todos os seres humanos, sem distinção, de modo a fazê-los encontrar o caminho para Deus.
Oração 
Espírito de responsabilidade, que o meu testemunho de vida tenha ajude as pessoas a encontrarem o caminho para Deus.
Liturgia da Quarta-Feira
Antífona da entrada: Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).
Leitura (1 Reis 18,20-39)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
18 20 Mandou Acab avisar a todos os israelitas e reuniu os profetas no monte Carmelo. 
21 Elias, aproximando-se de todo o povo, disse: "Até quando claudicareis dos dois pés? Se o Senhor é Deus, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal!" O povo nada respondeu. 
22 Elias continuou: "Eu sou o único dos profetas do Senhor que fiquei, enquanto os de Baal são quatrocentos e cinqüenta. 
23 Dê-se-nos, portanto, um par de novilhos: eles escolherão um, fá-lo-ão em pedaços, e o colocarão sobre a lenha, mas sem meter fogo por baixo; eu tomarei o outro novilho e pô-lo-ei sobre a lenha, sem meter fogo por baixo. 
24 Depois disso, invocareis o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor. Aquele que responder pelo fogo, esse será reconhecido como o (verdadeiro) Deus". Todo o povo respondeu: "É boa a proposta". 
25 Então disse Elias aos profetas de Baal: "Escolhei vós primeiro um novilho e preparai-o, porque sois mais numerosos, e invocai o vosso deus, mas não ponhais fogo". 
26 Eles tomaram o novilho que lhes foi dado e fizeram-no em pedaços. Em seguida, puseram-se a invocar o nome de Baal desde a manhã até o meio-dia, gritando: "Baal, responde-nos!" Mas não houve voz, nem resposta. E dançavam ao redor do altar que tinham levantado. 
27 Sendo já meio-dia, Elias escarnecia-os, dizendo: "Gritai com mais força, pois (seguramente!) ele é deus; mas estará entretido em alguma conversa, ou ocupado, ou em viagem, ou estará dormindo... e isso o acordará". 
28 Eles gritavam, com efeito, em alta voz, e retalhavam-se segundo o seu costume, com espadas e lanças, até se cobrirem de sangue. 
29 Passado o meio-dia, enquanto continuavam em seus transes proféticos, chegou a hora da oblação. Mas não houve voz, nem resposta, nem sinal algum de atenção. 
30 Então Elias disse ao povo: "Aproximai-vos de mim", e todos se aproximaram. Elias reparou o altar demolido do Senhor. 
31 Tomou doze pedras, segundo o número das doze tribos saídas dos filhos de Jacó, a quem o Senhor dissera: "Tu te chamarás Israel". 
32 E erigiu com essas pedras um altar ao Senhor. Fez em volta do altar uma valeta, com a capacidade de duas medidas de semente. 
33 Dispôs a lenha e colocou sobre ela o boi feito em pedaços. 
34 E disse: "Enchei quatro talhas de água e derramai-a em cima do holocausto e da lenha". Depois disse: "Fazei isso segunda vez". Tendo-o eles feito, disse: "Ainda uma terceira vez". Eles obedeceram. 
35 A água correu em volta do altar e a valeta ficou cheia. 
36 Chegou a hora da oblação. O profeta Elias adiantou-se e disse: "Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, saibam todos hoje que sois o Deus de Israel, que eu sou vosso servo e que por vossa ordem fiz todas estas coisas. 
37 Ouvi-me, Senhor, ouvi-me: que este povo reconheça que vós, Senhor, sois Deus, e que sois vós que converteis os seus corações!" 
38 Então, subitamente, o fogo do Senhor baixou do céu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a poeira e até mesmo a água da valeta. 
39 Vendo isso, o povo prostrou-se com o rosto por terra, e exclamou: "O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!" 

Salmo responsorial 15/16
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! 
Digo ao Senhor: "Somente vós sois meu Senhor".
Multiplicam, no entanto, suas dores, 
os que correm para os deuses estrangeiros; 
seus sacrifícios sanguinários não partilho, 
nem seus nomes passarão pelos meus lábios.
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, 
meu destino está seguro em vossas mãos! 
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, 
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; 
junto a vós, felicidade sem limites, 
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4s)

Evangelho (Mateus 5,17-19)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
5 17 Disse Jesus: "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. 
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.  “A Lei Verdadeira”
Diz o salmo 19,7 que “A Lei do Senhor é perfeita, restaura a alma e o coração...”, mas a Lei que os Doutores da Lei, Escribas e Fariseus haviam inventado a partir do decálogo, esta estava realmente ultrapassada e se constituía em um peso na costa do povo. Quando Jesus diz nesse evangelho que não veio para revogar a Lei mas sim leva-la á sua plenitude, estava se referindo á Lei de Deus, aquela Lei perfeita como diz o nosso salmo, e que permitia sintetiza-la no “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, é precisamente esta lei que na profecias de Ezequiel Deus irá gravar no coração do homem e não mais em uma pedra.
As 613 leis que regiam a Vida e o quotidiano dos Judeus eram a princípio um desdobramento ou uma tentativa de interpretar a Lei, que assim foi se ramificando, em seus mínimos detalhes chegando até ao ponto de determinar, por exemplo, quantos passos alguém poderia dar no Sábado, que era para eles o Dia do Descanso, fundamentado no livro do Gênesis. Esses pormenores minuciosos da Lei Jesus combateu duramente, pois a defesa e a preservação da Vida Humana, que era a essência da Lei de Deus, tinha sido deixado de lado há muito tempo. Mas quando aquele Doutor da Lei perguntou-lhe qual era a Lei mais importante em todo aquele conjunto, Jesus imediatamente se reportou ao coração do Decálogo, o amor a Deus em primeiro lugar, e ao próximo, em segundo, ressaltando que toda Lei e os Profetas estão fundamentados nessa lei.
Em nossa vivência cristã sempre há esse perigo de criarmos certas normas e regrinhas que são periféricas na verdade, isso pode acontecer, como de fato acontece, em alguns movimentos dos nossos tempos, que sem uma boa assessoria religiosa, pode ter em seus estatutos uma excessiva preocupação com a conduta moral menosprezando aquilo que é essencial. Mas não são só nos movimentos, pois também as nossas pastorais podem ser deturpadas em seus trabalhos, com certas regras inventadas pela coordenação, sem nenhum conhecimento do Direito Canônico e sem o aval do Padre, que quando as coisas dão erradas, acabam pagando o pato sem saberem do que se trata, como aquele Ministro da Eucaristia que em uma celebração da Palavra junto com outro ministro, na hora da comunhão, tirou da fila um colega de trabalho,  que segundo ele, estava em sério pecado mortal e não poderia comungar. E tudo isso fora o drama das mães solteiras e dos casais de segunda união, que na maioria das vezes, não resistindo a pressão e marcação acirrada, acabam deixando a comunidade.
Por isso é bom nos acautelarmos contra acontecimentos assim, não só em nossas comunidades como também em nossas famílias, a plenitude da Lei de Deus é o Amor, quanto ao resto, de normas de conduta moral, principalmente, não nos esqueçamos daquele sábio ditado popular “Por trás de um grande moralista, está sempre um grande vigarista”.
2. Amor e misericórdia acima da Lei
Este texto pode parecer contraditório em relação às frequentes advertências de Jesus sobre a prática dos chefes do judaísmo de seu tempo. A legislação de Israel e, depois, do judaísmo sofreu modificações e acréscimos ao longo da história, sempre apresentada como promulgada por Moisés. Aí se mesclam fidelidades e distorções. O cerne da Lei, apresentada como divina, é a obediência cega. Assim o povo era oprimido em nome de Deus. Jesus renova este enfoque, colocando o amor e a misericórdia, que animam a vida, acima da Lei.
Mateus escreve para sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo, com a mente solidamente formada pela doutrina tradicional. Mateus reinterpreta esta tradição no sentido de que a Lei e os Profetas apontam para Jesus como o realizador de todas as esperanças verdadeiras aí contidas. Com a alusão a "estes mandamentos", a atenção é dirigida às bem-aventuranças do Reino dos Céus, acabadas de ser proclamadas, nas quais não há a mínima referência à Lei. Estas bem-aventuranças são os novos mandamentos que substituem os antigos e são o fardo leve de Jesus. Somos convidados a construir o mundo novo de partilha, justiça, misericórdia, mansidão e paz.
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
3. A LEI PLENIFICADA
As suspeitas dos adversários a respeito de Jesus não tinham fundamento. Se, à primeira vista, ele parecia estar passando por cima da Lei, negando-lhe qualquer valor, na realidade, só tinha a intenção de cumpri-la de maneira plena. A afirmação seria mal-interpretada, se levasse a pensar que Jesus estivesse disposto a porfiar com os escribas e fariseus, conhecidos por seu servilismo às prescrições da Lei.
Longe de pretender ser um super-fariseu, a intenção de Jesus era bem outra. Para ele, o pleno cumprimento da Lei, a que se dispunha, consistiria em sintonizar com o pensamento e a vontade do Pai, autor e princípio da Lei, antes mesmo de ela ter sido formulada. Esta, ao ser elaborada, visava ajudar a humanidade, marcada pelo pecado, a encontrar o caminho de volta para Deus. Destinava-se a um povo pecador, necessitado de ser guiado no seu processo de conversão!
A intenção de Jesus era a de retroceder ao momento anterior ao pecado, quando o projeto de Deus tinha como objetivo colocar a humanidade em comunhão com ele. Tratava-se de plenificar maximamente, no ser humano, seu lado positivo.
Esta é a vontade radical de Deus, que não deve ser violada, nem na sua exigência mais insignificante. O discípulo do Reino saberá praticá-la e transmiti-la com a vida.
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
Liturgia da Quinta
X SEMANA COMUM 
(VERDE
Antífona da entrada: O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (1 Reis 18,41-46)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
18 41 Então Elias disse a Acab: "Vai, come e bebe, porque já ouço o ruído de uma grande chuva". 
42 Voltou Acab para comer e beber, enquanto Elias subiu ao cimo do monte Carmelo, onde se encurvou por terra, pondo a cabeça entre os joelhos. 
43 Disse ao seu servo: "Sobe um pouco, e olha para as bandas do mar". Ele subiu, olhou (o horizonte) e disse: "Nada". Por sete vezes, Elias disse-lhe: "Volta e (olha)". 
44 Na sétima vez o servo respondeu: "Eis que, sobe do mar uma pequena nuvem, do tamanho da palma da mão". Elias disse-lhe: "Vai dizer a Acab que prepare o seu carro e desça, para que a chuva não o detenha". 
45 Num instante, o céu se cobriu de nuvens negras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu ao seu carro e partiu para Jezrael. 
46 A mão do Senhor veio sobre Elias, o qual, tendo cingido os rins, passou adiante de Acab e chegou à entrada de Jezrael. 
Salmo responsorial 64/65
Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!
Visitais a nossa terra com as chuvas, 
e transborda de fartura. 
Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, 
e preparais o nosso trigo.
É assim que preparais a nossa terra: 
vós a regais e aplanais, 
os seus sulcos com a chuva amoleceis 
e abençoais as sementeiras.
O ano todo coroais com vossos dons, 
os vossos passos são fecundos; 
transborda a fartura onde passais. 
Brotam pastos no deserto, 
as colinas se enfeitam de alegria.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34)

EVANGELHO (Mateus 5,20-26)
5 20 Disse Jesus: "Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 
22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: 'Raca', será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: 'Louco', será condenado ao fogo da geena. 
23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 
24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 
26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “O Aprimoramento da Lei”
Há muitos cristãos que seguem a risca as leis religiosas, mas o fazem por uma dessas duas razões: ou seguem a lei para garantirem seu lugar no céu, ou para não correrem o risco de irem para o inferno. E isso é muito triste e lamentável para quem  diz ter um espírito e princípio cristão. Os escribas e Fariseus agiam assim, e se achavam merecedores da Salvação de Deu, sem o mínimo espírito de comunhão com o restante da comunidade, aliás, em termos de salvação era cada um para si e Deus por todos.
O desdobramento da palavra “Não Matar” é bem amplo e Jesus vai falar sobre isso, deixando muito claro que qualquer ira, ofensa ou agressão, física ou moral pode sim matar o irmão. Há certos olhares ou gestos que as vezes dirigimos a algumas pessoas, que matam mais que uma arma de fogo. Muitas vezes se faz acusações contra cristãos que estão á frente de algum trabalho, ou mesmo um sacerdote, com insinuações maldosas, ditas pela inveja, essa é uma forma muito discreta de se matar alguém na comunidade.
Fazermos a parte que é para Deus, mas não fazermos a parte que é ao próximo, de nada adianta, o evangelho nos diz que Deus não aceita ofertas de quem age dessa forma, e essas ofertas não só em valor ou em espécie, mas os nossos trabalhos pastorais, nossas ações no ministério, na catequese, na liturgia, há outros que pensam que é suficiente estarem de bem com o padre, o resto não têm muita importância.
No final o evangelho fala de uma dívida pela qual seremos todos cobrados e aqui bastar nos lembrarmos do que diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,8 “!A ninguém devais coisa alguma a não ser o amor...”. A prisão como castigo, a que se refere o evangelho, é a prisão em si mesmo, em um egoísmo que sufoca, essa solidão dolorosa já ocorre nesta vida, mas poderá tornar-se eterna na outra, se não descobrirmos a tempo que o amor ao próximo, marcado por relações sempre fraternas, está no centro da Vida de quem professa a Fé Católica.
2. Pela reconciliação é mantida a paz e a vida
No evangelho de Mateus são frequentes as referências à justiça. A justiça é a prática pela qual homens e mulheres, todos, tenham garantidos seus direitos que proporcionam uma vida digna e plena. Do ponto de vista religioso, a justiça era interpretada, pelos escribas e fariseus, como sendo o tratamento diferenciado de Deus para com os "justos" e para com os "pecadores".
O preceito do decálogo, "não matarás", vigorava para o convívio no seio do povo de Israel. Contra os inimigos deste povo, contudo, seria exercida a vingança exterminadora de Deus.
O texto, com uma hipérbole literária, exprime que a novidade recebida de Jesus é que, mais do que não matar, não se pode desprezar ou odiar o irmão. E mais importante do que qualquer ato de culto é a reconciliação. Pela reconciliação é mantida a paz, a unidade e a vida na comunidade.
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
3. RESPEITO PELO PRÓXIMO
O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divina.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: "não matarás".
Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo. Nas ações litúrgicas, Jesus exigia dos discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de forma que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
Liturgia da Sexta-Feira
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
Antífona da entrada: Eis os pensamentos do seu coração, que permanecem ao longo das gerações: libertar da morte todos os homens e conservar-lhes a vida em tempo de penúria (Sl 32,11.19)
Primeira Leitura (Oséias 11,1.3-4.8-9)
Leitura da profecia de Oséias.
Assim diz o Senhor: 11 1 "Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. 
3 Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles. 
4 Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento. 
8 Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. 
9 Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir". 

Salmo responsorial Is 12
Com alegria bebereis do manancial da salvação.
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; 
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
com alegria bebereis no manancial da salvação 
e direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor, 
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, 
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, 
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! 
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, 
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!"
Segunda Leitura (Efésios 3,8-12.14-19)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
3 8 A mim, o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a graça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo, 
9 e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou. 
10 Assim, de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer, pela Igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina, 
11 de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 
12 Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus. 
14 Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, 
15 ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, 
16 para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. 
17 Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, 
18 a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, 
19 isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus. 

Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Tomai sobre vós o meu jogo e de mim aprendei, que sou manso e humilde de coração (Mt 11,29).

EVANGELHO (João 19,31-37)
19 31 Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 
32 Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 
33 Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 
34 mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 
35 O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 
36 Assim se cumpriu a Escritura: "Nenhum dos seus ossos será quebrado". 
37 E diz em outra parte a Escritura: "Olharão para aquele que transpassaram". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Nasce a Igreja”
A primeira mulher foi tirada der uma costela de Adão, o primeiro homem, os noivos quando se apresentam no altar para celebrarem o Matrimônio, cada um tem o seu lado certo de modos que a noiva esteja bem perto do coração do noivo. Eis aí onde nasceu a nossa Igreja:  do coração transpassado de Cristo na cruz do calvário! Essa afirmativa não diminui a importância de Pentecostes, pois naquele dia a Igreja, nascida do coração de Jesus, foi manifestada ao mundo. João, o autor do evangelho, aproveitou-se de um costume religioso,  observado em relação aos condenados em dia de Sexta Feira, quando havia execução. Os crucificados morriam asfixiados por nãop terem mais forças para inalarem o ar para os pulmões, eles se apoiavam nos pés para conseguir respirar um pouco, ao terem as pernas quebradas eles perdiam essa precária sustentação e morriam, sendo então retirados do madeiro antes do anoitecer, quando já começa o preceito sabático.
Jesus já estava morto, por isso não houve essa necessidade, mas um dos soldados, abriu-lhe o lado com uma lança. Para João esse gesto violento e cruel torna-se uma das mais belas expressões de amor do Sagrado Coração de Jesus: saiu sangue e água, sinais Sacramentais do Batismo e Eucaristia. Água pura que nos faz renascer nas fontes da Graça de Deus, sangue que nos redimiu, nos lavou e nos purificou, é assim que nos tornamos membros da Igreja.
Jesus nos amou com um coração humano, coração Fonte de eterno amor e ternura em Cristo manifestada a todos nós, Coração infinitamente misericordioso, de bondade também infinita. Coração da mais pura mansidão e humildade, diante do qual o mundo torna-se pequeno diante da grandiosidade desse amor. Mas era um coração humano, e por isso por ele fomos todos capacitados a amar desse mesmo modo, pois nosso coração é igual ao Dele...
“Jesus manso e Humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso”, não semelhante na estrutura da carne, mas na grandeza de um amor que seja sempre sem medidas...
2. Sangue e água, amor e vida
As narrativas da Paixão se diversificam nos evangelhos, trazendo a marca de cada evangelista. 
Segundo João, Jesus é crucificado na véspera ("preparação") da Páscoa, que naquele ano coincidiu com o sábado. Com hipocrisia, para que a solenidade da Páscoa não fosse profanada pelos mortos, os judeus se preocupam em retirar das cruzes Jesus e os outros dois.
Era comum os crucificados se sustentarem sobre o apoio dos pés na ânsia de evitar a morte. Os romanos só os retirariam mortos; assim, os judeus pedem que lhes quebrem as pernas para acelerar sua morte. A Jesus, já encontraram morto, porém um soldado golpeia seu lado com uma lança, saindo sangue e água. No sangue temos a expressão do amor de Jesus, que se doou sem limites, e na água temos a expressão da origem da vida nova no Espírito de amor, doado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, que a água e o sangue, jorrados de teu coração transpassado, revigorem o amor e a fidelidade que estão no meu coração.
3. O AMOR DE DEUS POR NÓS
O Evangelho de João, que manifesta afinidade com os samaritanos remanescentes do antigo Israel, apresenta Jesus em conflito com o judaísmo em geral. A última ceia de Jesus, neste Evangelho, realizou-se um dia antes da ceia da Páscoa dos judeus. Com a expressão "tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13,1), João apresenta o fim do ministério de Jesus como uma missão de amor pleno, e não como uma missão sacrifical.
Com hipocrisia, os judeus se preocupam em retirar os corpos das cruzes, para não profanar o sábado. Os romanos só os retirariam mortos; assim, os judeus pedem que lhes quebrem as pernas para acelerar a morte. No sangue que sai do lado ferido de Jesus, temos a expressão do seu amor, em um dom sem limites; e, na água, temos a expressão da origem da vida nova no Espírito, doado por Jesus.
Liturgia do Sábado
IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA 
(BRANCO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura (Isaías 61,9-11)
Leitura do livro do profeta Isaías.
61 9 Sua raça tornar-se-á célebre entre as nações, e sua descendência entre os povos: todos, vendo-os, reconhecerão que são a abençoada raça do Senhor. 
10 Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas jóias. 
11 Porque, quão certo o sol faz germinar seus grãos e um jardim faz brotar suas sementes, o Senhor Deus fará germinar a justiça e a glória diante de todas as nações. 
Salmo responsorial 1Sm 2
Meu coração se regozija no Senhor.
Exulta no Senhor meu coração 
e se eleva a minha fronte no meu Deus; 
minha boca desafia os meus rivais 
porque me alegro com a vossa salvação.
O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, 
mas os fracos se vestiram de vigor. 
Os saciados se empregaram por um pão, 
mas os pobres e os famintos se fartaram. 
Muitas vezes deu à luz a que era estéril, 
mas a mãe de muitos filhos definhou.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, 
faz descer à sepultura e faz voltar; 
é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, 
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.
O Senhor ergue do pó o homem fraco, 
do lixo ele retira o indigente, 
para fazê-los assentar-se com os nobres 
num lugar de muita honra e distinção.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Bendita é a virgem Maria, que guardava a palavra de Deus, meditando-a no seu coração (Lc 2,19).

Evangelho (Lucas 2,41-51)
2 41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. 
42 Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 
43 Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. 
44 Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. 
45 Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. 
46 Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 
47 Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. 
48 Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: "Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição". 
49 Respondeu-lhes ele: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" 
50 Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera. 
51 Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Guardar no coração...”
Em seu pronunciamento no mês de maio, sobre o “46º Dia das Comunicações”, o Papa Bento XVI destacou a forte relação entre a Comunicação e o Silêncio, não como duas coisas diferentes mas complementares, sem o silêncio a comunicação não será eficiente e a principal função do silêncio na comunicação é justamente esse interiorizar no mais profundo do nosso coração, a Palavra que Deus nos comunica. Em nossos tempos a comunicação muitas vezes, deixa de ser um serviço para ser sinal de poder, e por isso, até mesmo na vida de Igreja, falamos de mais e ouvimos de menos.
Eu imagino o serão que Maria, se quisesse, poderia ter feito ao menino desobediente, que ficara em Jerusalém sem o consentimento dos pais, Maria estaria cheia de moral para falar grosso e colocar até o dedo na cara do pré adolescente que havia lhe respondido meio mal á sua queixa de mãe que estava aflita, juntamente com o esposo José. Na comunidade, quando estamos com plena razão, qual é a nossa conduta? Como se diz nessas ocasiões, em que a razão está toda do nosso lado, “Não se pode deixar barato”.
Mas Maria agia diferente, Lucas faz questão de mencionar que ela guardava todas essas coisas em seu coração e quando se guarda no coração, não é porque vai se esperar o momento certo para dizer o que se está entalado na garganta, mas é porque tudo o que se guarda no coração, resulta em uma atitude marcada pelo amor para com as pessoas, o Cristão, sem descartar a razão, move-se pelo coração.  Sem fazer discurso ou exigir submissão do seu filho, Maria como mãe amorosa o ensinou, com seu silêncio... No silêncio ouvimos, crescemos e amamos, eis a razão do nosso Papa ter ressaltado em seu escrito, para o Dia da Comunicação, a importância do silêncio.
Aquela atitude da mãe fez Jesus pensar e refletir, (mesmo que tenhamos toda razão, deixemos nessas horas que o coração fale mais alto). Podemos dizer que Jesus apreendeu com Maria e mais tarde, aos 33 anos, na sua condenação, ele usará do silêncio diante das autoridades romanas e Judaicas. Quanta coisa poderia ter dito naquele momento para colocar aquela autoridade em seu devido lugar. Jesus prefere o silêncio, não o silêncio carregado de ódio e indignação, mas o silêncio que será quebrado na cruz para dizer “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”.
2. Características do ministério de Jesus
Nesta narrativa de Lucas são colocados, de maneira simbólica, alguns aspectos fundamentais que caracterizarão o ministério de Jesus.
 Jesus revela-se como o Filho de Deus. O novo que surge em Jesus vem superar as tradições mantidas pelos mestres do Templo. 
 Jesus afirma que deve estar na casa de seu Pai. No fim de seu ministério, após as várias vicissitudes vividas, novamente no Templo, em Jerusalém, Jesus afirma: "Minha casa será casa de oração. Vós fizestes dela um covil de ladrões". 
 Com sua dedicação àquilo que é do seu Pai, Jesus proclama sua autonomia em relação aos costumes familiares estratificados em tradições ultrapassadas.
Guardando tudo em seu coração, na meditação e na oração, Maria irá percebendo a missão libertadora e vivificante de seu filho Jesus.
Oração
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer, cada dia, em sabedoria e graça, buscando, como Jesus, adequar minha vida ao querer do Pai.
3. A GENEROSIDADE LOUVADA
A FAMÍLIA

No Evangelho de Lucas prevalece o sentido teológico sobre o sentido histórico do texto. Situando Jesus em Jerusalém, na sua infância, e, depois, estabelecendo o dom do Espírito Santo também nesta cidade, Lucas sugere que as novas comunidades são continuidade do antigo Israel. Jesus, com a idade de iniciação às observâncias do judaísmo, mostra autonomia tanto em relação à família, seus pais, quanto ao sistema do templo.
A sua missão é estar naquilo que é de seu Pai. Era a festa de Páscoa na qual se fazia a memória do êxodo. Da mesma forma, em uma festa de Páscoa Jesus será morto. O êxodo de Jesus é a saída da instituição judaica para a comunicação do amor universal de Deus ao mundo, com o dom da vida eterna.
Liturgia do Domingo — 17.06.2012
11º Domingo do Tempo Comum  ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)
"A semente cresce sem intervenção humana"

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Fazemos memória de Jesus que, como pequeno grão, aceitou ser lançado na terra pelo Pai e, na força amorosa do Espírito, rompeu-se e desabrochou vitorioso no mistério de sua Páscoa. Confessamos confiantes e humildes nossa fragilidade e pequenez e suplicamos que o Senhor multiplique o pouco que somos segundo a medida de seu amor. Damos graças unindo-nos a todos que se fizeram sementes do reino e oferecemos nossa vida a serviço da VIDA.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste Domingo somos convidados a meditar sobre a força do amor de Deus, que, quando envolve a nossa realidade, faz a pequena árvore tornar-se tão majestosa como o cedro do Líbano. O amor é também como o grão de mostarda, que, embora sendo uma pequenina semente, quando germina e cresce, torna-se a maior das hortaliças. É assim que a força do Amor, dia após dia, se implanta na história.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XI SEMANA COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo: tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor: não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26,7.9)
Primeira Leitura (Ezequiel 17,22-24)
Leitura da profecia de Ezequiel.
17 22 Eis o que diz o Senhor: Pegarei eu mesmo da copa do grande cedro, dos cimos de seus galhos cortarei um ramo, e eu próprio o plantarei no alto da montanha. 
23 Eu o plantarei na alta montanha de Israel. Ele estenderá seus galhos e dará fruto; tornar-se-á um cedro magnífico, onde aninharão aves de toda espécie, instaladas à sombra de sua ramagem. 
24 Então todas as árvores dos campos saberão que sou eu, o Senhor, que abate a árvore soberba, e exalta o humilde arbusto, que seca a árvore verde, e faz florescer a árvore seca. Eu, o Senhor, o disse, e o farei. 

Salmo responsorial 91/92
Como é bom agradecermos ao Senhor.
Como é bom agradecermos ao Senhor 
e cantar salmos de louvor ao Deus altíssimo! 
Anunciar pela manhã vossa bondade 
e o vosso amor fiel à noite inteira.
O justo crescerá como a palmeira, 
florirá igual ao cedro que há no Líbano; 
na casa do Senhor estão plantados, 
nos átrios de meu Deus florescerão.
Mesmo no tempo da velhice darão frutos, 
cheios de seiva e de folhas verdejantes; 
e dirão: "É justo mesmo o Senhor Deus: 
meu rochedo, não existe nele o mal!"
Segunda Leitura (2 Coríntios 5,6-10)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
5 6 Por isso, estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. 
7 Andamos na fé e não na visão. 
8 Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. 
9 É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe. 
10 Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou (Lc 8,11).

EVANGELHO (Marcos 4,26-34)
4 26 Disse Jesus: "O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. 
27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. 
28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. 
29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita. 
30 Dizia ele: A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 
31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. 
32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". 
33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender. 
34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos. 
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Profissão de Fé na Missa - resposta do povo celebrante à proposta de Deus!
Na origem, o Credo foi uma profissão de fé individual, destinada à liturgia do batismo, como ainda hoje é o Símbolo dos Apóstolos. Assim, diz a Instrução Geral sobre o Missal Romano: "O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar o povo a dar sua resposta de adesão à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra de fé antes de começar a celebrar a Eucaristia" (IGMR, 43). Trata- -se de um rito em que a assembleia, de pé, renova o compromisso de pautar sua vida na Palavra do Senhor, aguardando a plena realização de seu Reino. O Credo é a "fé de nossos pais" que "ainda vive" e pela qual tantos deram a vida! Ele nos capacita a entrar no ministério intercessor dos santos pela "oração dos fiéis". Portanto, não deve ser reduzida à simples recitação de uma oração decorada. As formas mais comuns de profissão de fé são o chamado Símbolo Niceno: "Creio em um só Deus..." e o Símbolo dos Apóstolos: o "Creio em Deus Pai...", mais bíblico, mais próximo do querígma original (querígma = anúncio pascal), encontrado em textos do Novo Testamento, como At 2,22-23; 3,13-17; 10,39-40. É rezado na liturgia batismal e nas devoções populares, inclusive no início do terço. A profissão de fé, realizada aos domingos e solenidades, é ação de todo o povo, ao qual se une o presidente. Quando cantada deve ser feita por todo o povo, seja por inteira, seja alternadamente (cf. IGMR n. 44). Em algumas ocasiões é possível também retomar a forma dialogal prevista para a celebração do batismo ou a Vigília Pascal, seguida da bênção e aspersão com água, ou mesmo, ser substituída por uma profissão de fé mais relacionada com o mistério do dia. Na dinâmica da aliança, como herdamos do povo da Bíblia, permanece a liturgia eucarística como a ritualização mais completa de nossa adesão à Palavra, a profissão mais importante de nossa fé, resposta comunitária à proposta de Deus realizada em Jesus, no mistério de sua Páscoa e acontecendo, no hoje, da comunidade reunida.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª Vd - 1Rs 21,1-16; Sl 5; Mt 5,38-42
3ª Vd - 1Rs 21,17-29; Sl 50(51); Mt 5,43-48
4ª Vd - 2Rs 2,1.6-14; Sl 30(31); Mt 6,1-6.16-18
5ª Vd - Ecle 48,1-15; Sl 96(97); Mt 6,7-15
6ª Br - 2Rs 11,1-4.9-18.20; Sl 131(132); Mt 6,19-23
Sb Br - 2Cr 24,17-25; Sl 88(89); Mt 6,24-34
Dom. NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA Is 49,1-6; Sl 138(139); At 13,22-26; Lc 1,57-66.80

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "O REINO É OBRA DE DEUS!"
Nos meus tempos de criança na Vila Albertina, lembro-me que quando a antiga casa da família Develis foi demolida, para dar lugar a uma construção mais ampla e arrojada, costumávamos conversar com um servente de pedreiro que trabalhava na obra, e a pergunta era sempre a mesma “O que vão construir nesse lugar?”. Ele respondia que era uma casa bem maior do que a que fora demolida, e quando perguntávamos quando ela ficaria pronta, se seria bonita e luxuosa, como a gente pensava, o servente desconversava “olha, sei que é uma casa, mas sou apenas um servente, só o mestre de obras que conhece o projeto, saberia dizer. A gente apenas obedece e vai executando o serviço do jeito que ele pede, e só no final, quando tudo estiver pronto e acabado, é que teremos idéia, daquilo que ajudamos a construir”.
O evangelho desse Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum ajuda a desfazer esse equívoco presente até nos dias de hoje, que é o da gente querer ser Mestre de Obras no Reino de Deus. Na minha caminhada de igreja já vi um pouco de tudo, conheci pessoas que se apresentavam como Engenheiros do Reino de Deus, com planos mirabolantes de ideologias humanas, belíssimas por sinal, mas achando que isso era o reino , grupos que desenvolveram uma espiritualidade muito forte e rigorosa, pensando que isso era o reino. E não faltam também os que inventam Doutrinas religiosas afirmando que se as mesmas não forem seguidas, o reino não acontecerá, e vem uma linha mais tradicional de ser igreja, outro mais clássico e institucional, outro mais liberal e até ensinamentos totalmente contrários ao cristianismo, onde o pregador “jura de pé junto” que está anunciando a Verdade, porque fala em nome de Jesus.
Vi questionamentos até cômicos: será que Deus é Socialista, Marxista, ou tende mais para o Neoliberalismo? Provavelmente não faltou quem pensasse em filiar Jesus Cristo ao seu partido político, aliás, pregação política em nome dele é o que não falta. Confesso que nos anos 80 eu passei por um drama de consciência muito grande ,quando diziam que a gente não podia ficar em cima do muro, tinha que se definir ou pela direita ou pela esquerda. Surgiram novas igrejas e religiões que parecem mesmo ter procuração do Senhor, para falar do reino e do seu evangelho. Essa é uma realidade que não se pode ignorar, Jesus mesmo falou “muitos virão em meu nome dizendo: o Messias está aqui, o Reino está aqui, O Senhor já está voltando!” Nunca vi tanta bobagem junta! As igrejas cristãs anunciam o reino e são um sinal dele, entretanto o Dono do Projeto é Jesus Cristo, que vai fazendo o reino acontecer, independente de qualquer ideologia humana, política, social ou religiosa.
É a primeira parábola do evangelho, onde tanto faz o homem dormir ou ficar acordado, a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. Podemos dizer que Jesus, não só é o semeador, como também a própria semente. O seu projeto, que se consolidou na cruz do calvário, parece ter sido um grande fracasso, até para os seus seguidores fiéis, foi muito difícil acreditar que o Reino que ele tanto falava, fosse vingar e dar certo, pois humanamente falando, o sistema religioso o havia desmascarado, o Nazareno parecia tão perigoso, pela liderança que exercia, pelos ensinamentos revolucionários que pregava, entretanto, a morte infame, vergonhosa e humilhante o havia calado para sempre. Ninguém diria que aquela pequenina semente, esmagada no calvário e depois escondida no sepulcro, fosse brotar e viria a se transformar na maior de todas as árvores.
As palavras de Jesus nesse evangelho querem nos transmitir confiança na sua ação Divina, e isso parece algo difícil e desafiador para todos nós, é difícil acreditar no Reino, quando olhamos ao redor e só vemos o caos do pecado dominando o ser humano, é verdade que há pessoas que acreditam em um futuro melhor e o ajudam a construir no presente, mas a grande maioria não crê em mais nada, “não há igreja que seja boa, todas são pecadoras e eu não vou em nenhuma delas”, “não quero saber de política, pois não existe político honesto, eu não acredito em mais ninguém e não voto em ninguém, pode ser até da comunidade”, e assim, há os que não acreditam mais no casamento, na família, nas instituições, está tudo irremediavelmente perdido.
Qualquer pessoa pode pensar, falar e até agir desta forma, mas nós cristãos não! Pois estaríamos negando o reino que Jesus plantou no coração do homem, estaríamos duvidando do seu poder de fazer germinar essa semente, estaríamos desconfiando que a sua graça não serve para nada, e o que é pior, estaríamos achando que o poder das forças do mal, presente na sociedade, é muito maior do que a Salvação, a graça e a redenção que Jesus realizou a nosso favor e nesse caso, participar da Santa Missa seria fazer memória desse grande fracasso que é o Cristianismo, impotente para transformar o coração humano. De quem somos discípulos e testemunhas afinal? De Jesus de Nazaré e do seu Reino, que está acontecendo misteriosamente e irá levar os homens de Boa Vontade á sua plenitude, ou dos projetos megalomaníacos do homem da modernidade, que insiste em construir um reino Antropocêntrico, deixando Deus em um segundo plano?
E aqui retomo aquele hino que me provocava calafrios nos anos 80 : Hei você, de que lado está você? ( XI Domingo do Tempo Comum Mc 4, 26-34)
2. O que parece insignificante pode conter a grandiosidade de Deus
Chama a atenção nas narrativas dos evangelhos a abundância de parábolas atribuídas a Jesus. As parábolas pertencem ao gênero da sabedoria e, a partir de situações comuns de vida, permitem que seja extraído um ensinamento ou uma motivação à ação.
Particularmente, servem também para ilustrar os mistérios de Deus. Pela simplicidade das imagens usadas por elas, as parábolas têm um sentido didático de favorecer a compreensão da revelação de Deus. As parábolas utilizadas por Jesus, com um determinado sentido original, frequentemente foram, pelo processo histórico de transmissão, adaptadas às novas situações das comunidades.
Estas duas parábolas do evangelho de hoje são um estímulo e um fortalecimento da esperança nas comunidades. O lavrador aplica-se com esforços na semeadura e no cultivo de sua plantação. Porém, a vida que se desenvolve a partir da semente é obra de Deus. E uma insignificante semente já tem em si certa grandiosidade que é revelada com o decorrer do tempo.

Os sistemas opressores tecnológicos e econômicos, hegemônicos neste mundo, defendem um determinismo do progresso que os beneficia. Este progresso é proclamado como inevitável, e as exclusões e sacrifícios de vidas decorrentes são consideradas necessárias. Porém, estas parábolas das sementes vão no sentido de fortalecer o projeto do Reino de Deus que vem resgatar a vida sobre a terra. O projeto de Jesus parece frágil diante dos poderes deste mundo. Contudo, o desabrochar e o crescimento deste projeto é a obra de Deus que não será tolhida por ninguém.
Com imagens tão simples e belas da natureza compreende-se que Deus comunica sua vida a todos, sem discriminações, não havendo ninguém que possa impedi-lo. Ainda mais, o que parece insignificante hoje, está a caminho de sua plena realização. O Reino de Deus é o banquete da celebração da vida plena para todos, e esta vida vai se manifestando até atingir sua plenitude.
Aos discípulos é esclarecido o sentido das parábolas. "Discípulos" são aqueles, dentre a multidão, que acolhem em seus corações as palavras de Jesus e se aproximam dele, formando comunidade. Comunidade, não hermética, de iluminados, mas aberta, de corações acolhedores, solidários e compassivos.
A tradição de Israel expressa pelo profeta Ezequiel colocava sua esperança em atingir, sobre o monte Sião, a estatura grandiosa dos cedros do Líbano (primeira leitura). Contudo, Jesus descarta esta imagem, substituindo-a pela hortaliça mostarda, que, sem grandiosidades, se multiplica às margens do Mar da Galileia e, humildemente, abriga as aves dos céus.
A segunda leitura, da Segunda Carta aos Coríntios, que era atribuída a Paulo apóstolo, ainda traz as marcas de uma visão dualista na qual o corpo é descartável, com a condenação de uns e salvação de outros.
Oração
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.
3. A SEMENTE E O GRÃO DE MOSTARDA
Estas duas parábolas, introduzidas por "Jesus dizia-lhes...", encerram o breve discurso de Jesus. Com imagens tiradas do mundo rural, destaca-se a ação da "semeadura", ou seja, o anúncio da Palavra. A primeira parábola, exclusiva de Marcos, evidencia que o crescimento do Reino resulta da ação de Deus. Embora o agricultor tenha empenho e cuidados em semear, irrigar e remover ervas daninhas, é admirável o germinar da semente, de maneira autônoma, o seu crescer e os frutos produzidos. O desabrochar da vida é obra de Deus. Assim, é Deus quem, na intimidade de cada um, move à conversão ao amor os corações que recebem a Palavra semeada pelos discípulos.
A tradição de Israel expressa pelo profeta Ezequiel (primeira leitura) colocava sua esperança em atingir, sobre o monte Sião, a estatura grandiosa dos majestosos cedros do Líbano. Contudo, Jesus descarta esta imagem, substituindo-a pela hortaliça mostarda, que, sem grandiosidade, se multiplica às margens do Mar da Galiléia. Assim também é admirável, na segunda parábola, como algo tão pequeno como a semente de uma mostarda se transforme em um arbusto, podendo atingir até três metros de altura, com capacidade para abrigar os pássaros do céu na sombra de galhos. Com imagens tão simples e belas da natureza, compreende-se que Deus comunica sua vida a todos, sem discriminações, não havendo ninguém que possa impedi-lo.
Ainda mais, o que parece insignificante hoje está a caminho de sua plena realização. Aos discípulos é esclarecido o sentido das parábolas. "Discípulos" são aqueles, dentre a multidão, que abrem seu coração às palavras de Jesus e se aproximam dele, formando comunidade. Comunidade não hermética, de iluminados, mas aberta, de corações acolhedores, solidários e compassivos.
A segunda leitura, da Segunda Carta aos Coríntios, atribuída a Paulo apóstolo, ainda traz as marcas de uma visão dualista na qual o corpo é descartável, com a condenação de uns e salvação de outros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário