segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Liturgia da 03ª semana do Tempo Ordinário



Segunda 27 de Janeiro de 2014
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 5,1-7.10)

5 1 Todas as tribos de Israel vieram ter com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Vê: não somos nós teus ossos e tua carne?
2 Já antes, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. O Senhor te disse: ‘és tu que apascentarás o meu povo e serás o chefe de Israel’”.
3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei em Hebron. Davi fez com eles um tratado diante do Senhor e eles sagraram-no rei de Israel.
4 Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos:
5 sete anos e meio sobre Judá, em Hebron, e depois trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.
6 Davi partiu com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que ocupavam a terra. Estes disseram a Davi: “Tu não entrarás aqui: cegos e coxos te repelirão!” (O que queria dizer: Davi não entrará jamais aqui.)
7 Mas Davi apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.
10 Davi ia-se fortificando, e o Senhor, Deus dos exércitos, estava com ele.


2 Samuel 5, 1-7.10 – “poder para enfrentar os desafios”

Quando Deus nos escolhe, Ele nos unge e dá poder para vencermos os maiores desafios. A certeza de que o Senhor nos escolheu para realizar uma missão é a maior garantia que temos para nos apossarmos da vitória. Foi isto que aconteceu com Davi que, com apenas trinta anos começou a reinar sobre Israel, e acontece também com cada um de nós, em qualquer idade que estejamos. O Senhor nos dá a UNÇÃO e não precisamos temer nem os “jebuseus” nem os “cegos” nem os “coxos” que tem de alguma forma queiram nos impedir de ir adiante. Quando nos chama o Senhor também nos concede a autoridade para fazer aliança com aquelas pessoas que se propõem a nos ajudar na tarefa que vamos desempenhar. Com esta aliança nós também cumprimos um voto de confiança mútua de acordo com a vontade suprema de Deus. Isto acontece em qualquer segmento da nossa vida, porém o lugar onde o Senhor mais quer que façamos uma aliança é dentro da nossa casa, na nossa família. Muitas vezes é lá o lugar mais difícil de entrar, por causa dos cegos e dos coxos que ainda convivem conosco. No entanto, o Deus todo poderoso está conosco, por isso, a vitória está garantida. Ele nos colocou lá para ser ponte, ser luz, confidentes, cúmplices e amigos. Não tenhamos medo de assumir, dentro da nossa casa a Missão de intercessor, de provedor, de psicólogo, médico, advogado e tudo quanto for preciso.

Salmo responsorial 88/89

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.

Outrora vós falastes em visões a vossos santos:
“Coloquei uma coroa na cabeça de um herói
e do meio deste povo escolhi o meu eleito.

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor,
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
Estará sempre com ele minha mão onipotente,
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele,
sua força e seu poder, por meu nome, crescerão.
Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares,
e a sua mão direita estenderei por sobre os rios”

Salmo 88 – “Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele”

O salmista, que é o próprio Davi, confirma para nós a mensagem com a qual refletimos. O Senhor garante unção, proteção e amparo para aquele que Ele escolheu para ser rei. Ser rei significa ser real, viver concretamente a realidade para a qual se é convocado. Para isso, no entanto, nós precisamos do poder do alto, a fim de que possamos nos revestir da verdade e do amor de Deus, pois estas são as armas que usaremos na nossa empreitada.

Evangelho (Marcos 3,22-30)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


3 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."
23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás?
24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar.
25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer.
26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá.
27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.
28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias;
29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno."
30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo."


Evangelho – Marcos 3, 22-30 – “o pecado contra o Espírito Santo”

Diante da rebeldia dos mestres da Lei Jesus dá um ensinamento prático, claro e concreto, que serve também para nós, hoje. “Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se” e acrescenta a mesma fórmula para a família. Esta constatação nós fazemos em cada circunstância em que vemos sociedades se desfazendo, famílias se desestruturando, irmãos em litígio por herança! Tudo caminha para o fracasso e nada é construído. Toda obra, porém, que é regida pelo Espírito Santo e orientada pela Palavra de Deus, tende a prosperar. O que acontece muitas vezes é que mesmo conhecendo o poder do Espírito Santo, mesmo sabendo que Ele é o doador dos dons e o próprio Deus que veio nos santificar e auxiliar, nós O desprezamos e deixamos de lado. Este é o pecado contra o Espírito Santo a que Jesus se refere: mesmo diante das evidências e das provas nós não queremos reconhecer o poder de Deus e, o pior, atribuímos a Ele o mal que nos acontece. Deus não pode fazer mal porque Ele É O BEM. Por isso é que para o pecado contra o Espírito Santo não há escapatória, a menos que se volte atrás e dê o seu ao seu dono. A Deus pertencem, o poder, a glória, o bem, o amor e tudo o que é de bom. O que é do demônio é o mal, a revolta, a mentira, a traição, a dissimulação, o desamor. Precisamos ter muito cuidado para não cairmos na tentação de pecar contra o Espírito Santo, atribuindo a Ele o mal que vem nos atingir ou ao demônio o bem que acontece conosco. O tempo da ignorância não conta mais, prossigamos dando a Deus o que é de Deus.


Oração
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer que na raiz de tua ação está o Espírito Santo trazendo libertação para a humanidade.


Terça 28 de Janeiro de 2014
Antífona da entrada: Os sábios refulgirão como o esplendor do firmamento; e os que ensinaram a mitos a justiça brilharão como estrelas para sempre (Dn 12,3).

Leitura (2 Samuel 6,12-15.17-19)

6 12 Foi anunciado ao rei que o Senhor abençoava a casa de Obed-Edom e todos os seus bens por causa da arca de Deus. Foi então Davi e fê-la transportar da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi, no meio de grandes regozijos.
13 Quando os carregadores da arca do Senhor completavam seis passos, sacrificavam-se um boi e um bezerro cevado.
14 Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho.
15 O rei e todos os israelitas conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta.
17 A arca foi introduzida e instalada em seu lugar, no centro do tabernáculo que Davi construíra para ela, e Davi ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos.
18 Terminadas essas cerimônias, abençoou o povo em nome do Senhor dos exércitos,
19 e distribuiu a toda a multidão do povo de Israel, tanto aos homens como às mulheres, a cada um, um bolo, um pedaço de carne e uma torta. E retirou-se toda a multidão, indo cada um para a sua casa.


2 Samuel 6,12-15.17-19 –“a alegria do Senhor é a nossa força”

A narrativa do livro de Samuel nos fala da alegria com que Davi transportou a arca de Deus para Jerusalém, oferecendo, a cada seis passos, sacrifícios em honra do Senhor, dançando, louvando, tocando trombetas, soltando gritos de júbilo. A arca de Deus é, hoje, a Sua presença no nosso coração, que nos impulsiona a caminhar em busca da Jerusalém Celeste, a Terra Prometida, em fim, a vida eterna que nós buscamos. Isto significa que a nossa vida também é uma caminhada que devemos fazer com alegria, expressando e contagiando o mundo com o nosso testemunho de júbilo pela presença do Senhor na nossa vida. Nós também transportamos a Arca de Deus quando comungamos o Corpo Eucarístico do Senhor, quando nos apossamos da Sua Palavra, quando vivenciamos os Seus Mandamentos, quando O servimos e O adoramos. Há muita alegria em servir a Deus, em adorá-Lo, em nos reunirmos em Seu Nome, em propagar a Sua Palavra, fazer o que é do Seu agrado. Temos que perceber que em Deus tudo é motivo de alegria e certeza de vitória! O Senhor deve estar no centro da nossa vida, ocupando os nossos pensamentos, sentimentos e ações. Como Davi, nós também recebemos a benção de Deus e abençoamos os que caminham conosco. A alegria do Senhor é a força que nos motiva a também, ir para nossa casa e dar testemunho de que transportar a Arca de Deus faz toda a diferença na vida de cada um.


Os centros de culto tradicionais eram Siquém, Betel, Guilgal, Mambré, Bersabé, entre outros. Jerusalém fora pagã até ontem. Daí o interesse de David em rodeá-la com uma aura religiosa. Nada melhor que torná-la sede da Arca da Aliança.
A Arca da Aliança continha as tábuas da Lei dadas por Deus a Moisés, no Sinai. Era símbolo da presença de Javé no meio do seu povo. Por isso, o tinha acompanhado nas peregrinações pelo deserto, até à conquista da Terra, e durante a guerra com os filisteus. O transporte da Arca para Jerusalém é ocasião de festa para o povo e para o rei: David manifesta abertamente a sua alegria dançando, cingido com o efod, a veste sagrada dos sacerdotes. Como ainda não há o templo, a Arca é colocada numa tenda, sinal da mobilidade do povo e do próprio Deus, que recorda aos Israelitas que não podem apoderar-se da presença de Deus, fazendo-o como que prisioneiro. Os holocaustos, os sacrifícios de comunhão e a refeição sagrada – o pão, a carne, as uvas – distribuídos por David a todos selam a cerimónia. A Arca instrumento de batalha durante a guerra contra os filisteus, torna-se sinal de paz e de prosperidade.
A partir de David, Jerusalém torna-se uma referência fundamental para o judaísmo e, mais tarde também para o cristianismo e para o islamismo.

Salmo responsorial 23/24

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“É o Senhor, o valoroso, o grandioso!”


“Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
A fim de que o rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente,
O Senhor, o poderoso nas batalhas!”

“Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
A fim de que o rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?”
“O rei da glória é o Senhor o onipotente,
O rei da glória é o Senhor Deus do universo!”

Salmo 23 – Dizei-nos: “Quem é este rei da glória? É o Senhor, o valoroso, o grandioso!”

O Rei da glória é o Senhor Deus Todo Poderoso que pede passagem para entrar no nosso coração. O Senhor é valoroso e onipotente, mas não invade o nosso interior se não quisermos. As portas somos nós, que às vezes, nos fechamos e não percebemos que o Senhor pede abertura para que Ele entre e permaneça para sempre conosco. Enquanto caminhamos aqui precisamos fazer com que o nosso coração já entre em sintonia com Aquele que nós iremos nos encontrar face a face no céu.

Evangelho (Marcos 3,31-35)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do réu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


3 31 Chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram."
33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."


Evangelho Marcos 3, 31-35 – “fazer a vontade de Deus, eis a questão”


Durante os três anos da Sua vida pública, Jesus se propôs a revelar ao mundo a vontade do Pai que O enviara. Assim sendo, Ele aproveitava todos os momentos para ensinar e se apoiava nas Escrituras para edificar o reino dos céus aqui na terra. A multidão O procurava porque estava buscando alento para as suas dores e dificuldades. Em outras palavras, aquele povo procurava a salvação e o perdão para os seus pecados. Jesus sabia que a Sua Missão era fazer a vontade do Pai e, naquele momento, a vontade do Pai consistia em que Ele pregasse, libertasse e curasse aquele povo dos males que o afligia. Por isso, naquele momento Ele aproveitou o exemplo da sua mãe e da sua família para mais uma vez exortar e dar um preceito àquelas pessoas que o escutavam: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Por conseguinte, hoje, Jesus também nos adverte e coloca claramente a condição “sine qua non” para que façamos parte da família de Deus aqui na terra: o cumprimento da vontade do Pai. Ser irmão de Jesus, ser da família de Jesus sugere para nós a necessidade de vivermos de acordo com a vontade do Pai a qual se expressa nos ensinamentos do Evangelho. Sabemos que fazemos a vontade de Deus quando estamos ajustados (as) à sua Palavra e vivenciando os Seus ensinamentos nos nossos relacionamentos dando verdadeiro testemunho de que somos da família de Jesus.

Oração
Senhor Jesus, concede-me a graça de submeter toda a minha vida à vontade do Pai, para que eu possa participar da nova família que inauguraste.


Quarta 29 de Janeiro de 2014


Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 7,4-17)

7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
6 Desde que tirei da terra do Egito os filhos de Israel até o dia de hoje, não habitei casa alguma, mas, qual um viandante, tenho-me alojado sob a tenda e sob um tabernáculo improvisado.
7 E em todo esse tempo que andei no meio dos israelitas, falei eu porventura a algum dos chefes de Israel que encarreguei de apascentar o meu povo: por que não me edificas uma casa de cedro?’
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
15 mas não lhe tirarei a minha graça, como a retirei de Saul, a quem afastei de ti.
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
17 Natã comunicou a Davi todas as palavras dessa revelação’.


A profecia de Natan vem desfazer as desconfianças e as reticências perante a monarquia. Até aí o povo de Israel estava organizado em tribos, que gozavam de certa autonomia. Com monarquia, o poder foi concentrado nas mãos do rei e em Jerusalém, capital do reino e cidade santa. Era uma inovação que nem todos aceitavam pacificamente. A profecia de Natan funciona como um referendo divino à instituição monárquica e, de modo muito especial, à dinastia de David: «A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre» (v. 16). David está consciente da solidez eterna da sua casa e do seu trono pois, ao morrer, pronuncia as seguintes palavras: «A minha casa está firme diante de Deus, porque Ele fez comigo uma aliança eterna» (2 Sam 23, 5). Este pacto de Deus com David manterá elevada a moral e a esperança do povo nos momentos difíceis.
O oráculo de Natan começa com uma pergunta retórica: «És tu que me vais construir uma casa para Eu habitar?» (v. 5). Esta pergunta faz um todo com a afirmação antitética do v. 11: «será Ele próprio (o Senhor), quem edificará uma casa para ti». Só depois da morte de David o Senhor suscitará o seu descendente (cf. v. 12). Como frequentemente acontece nos oráculos proféticos, são possíveis dois níveis de leitura: a referência imediata a Salomão que construirá o Templo em Jerusalém e a vinda do futuro Messias. O Messias construirá uma casa ao Nome de Deus, o seu reino será eterno, e aplica-se a ele a fórmula de adoção: «Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho» (v. 14).

Salmo responsorial 88/89

Guardarei eternamente para ele a minha graça.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
E por isso farei dele o meu filho primogênito,
sobre os reis de toda a terra farei dele o rei altíssimo.

Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência,
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.

Evangelho (Marcos 4,1-20)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação.

Evangelho – Marcos 4, 1-20 – “semente em terra boa!”

Neste Evangelho Jesus compara o nosso coração a um terreno onde é plantada uma semente. E explica que esta semente é a Palavra de Deus jogada na terra do nosso coração e que, na medida em que for acolhida será também, compreendida e em consequência vivenciada. Refletindo sobre a exposição que Jesus faz dos tipos de terrenos, todos nós temos a chance de sondar a terra do nosso coração e perceber se a Palavra está ou não dando frutos na nossa vida. Ou, se pelo contrário estamos apenas nos preocupando em ouvir falar das coisas de Deus, mas ela não dá fruto na nossa vida, porque não a estamos pondo em prática. Por causa das preocupações, do trabalho, das ocupações, das tribulações nós nos afastamos e não perseveramos adubando a terra e regando a semente. Percebemos que Jesus explicou a parábola apenas para aqueles que estavam próximos a Ele, os seus discípulos. Eles subiram na barca com Jesus, estavam perto Dele, O escutavam e, por isso, tinham a chance de apreender melhor. “Para os que estão fora, tudo acontece em parábolas”, foi esta a explicação que Jesus deu a eles! Assim sendo Jesus nos dá a chave do mistério do reino de Deus: estar próximo a Ele, subir na Sua barca que é a Igreja! Quem está longe das coisas de Deus, longe da Igreja, vê, mas não enxerga, escuta, mas não compreende, por isso não se converte e permanece na escuridão. Na Igreja e em comunidade nós temos a oportunidade de escutar melhor para entender os ensinamentos de Jesus. O terreno do nosso coração só será uma terra boa quando a Palavra acontecer na nossa vida e assim, mesmo no meio das provocações, nós darmos testemunho da nossa fé e confiança nos desígnios de Deus para nós.

Oração
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

Quinta 30 de Janeiro de 2014


Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6).

Leitura (2 Samuel 7,18-19.24-29)

7 18 O rei Davi veio apresentar-se ao Senhor e disse-lhe: Quem sou eu, Senhor Javé, e quem é a minha família, para que me tenhais trazido até aqui?
19 E como se isso parecesse pouco aos vossos olhos, Senhor Javé, fizestes promessas à casa de vosso servo, para tempos futuros! Acaso isso é normal para o homem, Senhor Javé?
24 Estabelecestes solidamente o vosso povo de Israel, para ser eternamente o vosso povo, e vós vos tornastes o seu Deus, ó Senhor.
25 E agora, Senhor Deus, cumpri para sempre a promessa que fizestes a respeito do vosso servo e da sua casa, e fazei como dissestes.
26 Então será para sempre exaltado o vosso nome, e dirão: o Senhor dos exércitos é o Deus de Israel. E permaneça estável diante do vós a casa de vosso servo Davi.
27 Porque vós mesmo, ó Senhor dos exércitos, fizestes ao vosso servo esta revelação: eu te construirei uma casa. Por isso o vosso servo atreveu-se a dirigir-vos esta prece.
28 Agora, ó Senhor Javé, vós sois Deus, e vossas palavras são a mesma verdade. Pois que prometestes ao vosso servo esta graça,
29 abençoai desde agora a sua casa, para que ela subsista para sempre diante de vós; porque sois vós, Senhor Javé, que falastes, e graças à vossa bênção a casa de vosso servo será abençoada para sempre.


Depois das promessas de Deus em relação a David, à sua descendência e a todo o povo (na primeira parte de 2Sam 7), o rei toma a palavra e pronuncia uma oração de louvor e de acção de graças. A oração é repetitiva e redundante: os conceitos «casa», «Senhor Deus» (Adonai Yahveh), «servo», «falar», «palavra» «eternamente», repetem-se várias vezes. Mas essa repetição acentua claramente as ideias principais nela expressas. Entre elas sobressai o conceito de «palavra»: promessa feita a David por meio de Natan; palavra eficaz e fonte de esperança nos momentos difíceis da história.
As razões pelas quais Deus recusa a construção do templo por David não estão muito claras. Mas o rei aceita a anulação dos seus projetos para que se realizem os de Deus: «Quem sou eu, Senhor Deus, e quem é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui?». Esta submissão e esta humildade aparecem nos relatos bíblicos de vocação (cf. Ex 3, 11; Jz 6, 15; Jer 1, 6).
A confiança de David apoia-se na memória das obras de Deus em favor do seu povo. David põe-se em sintonia com a palavra do Senhor, pedindo que ela se realize. Deus é fiel. É na fidelidade que se revela a sua grandeza. Uma vez que o Senhor «falou», não há que hesitar: «a casa do teu servo será abençoada eternamente», conclui David.

Salmo responsorial 131/132

O Senhor vai dar-lhe o trono
de seu pai, o rei Davi.


Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi
e de quanto vos foi ele dedicado;
do juramento que ao Senhor havia feito
e de seu voto ao poderoso de Jacó.

“Não entrarei na minha tenda, minha casa,
nem subirei à minha cama em que repouso,
não deixarei adormecerem os meus olhos
nem cochilarem em descanso minhas pálpebras,
até que eu ache um lugar para o Senhor,
uma casa para o forte de Jacó!”

O Senhor fez a Davi um juramento,
uma promessa que jamais renegará:
“Um herdeiro que é fruto do teu ventre
colocarei sobre o torno em teu lugar!

Se teus filhos conservarem minha aliança
e os preceitos que lhes dei a conhecer,
os filhos deles igualmente hão de sentar-se
eternamente sobre o trono que te dei!”

Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
“Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

Evangelho (Marcos 4,21-25)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).


Naquele tempo, 4 21 dizia-lhes Jesus ainda: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
22 Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça".
24 Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25 Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".


Evangelho – Marcos 4, 21-25 – “com a mesma medida”

Neste Evangelho Jesus nos orienta para que as nossas ações se comparem a lâmpadas acesas colocadas em lugar bem alto a fim de iluminar todas as pessoas. Em outras palavras Ele nos incentiva a sermos luzeiros a clarear o caminho de quem estiver necessitando do conhecimento de Deus. Por isso, as nossas ações devem revelar o que cultivamos dentro de nós mesmos (as)! Se cultivarmos em nós bons pensamentos e regarmos os nossos bons sentimentos poderemos também realizar boas obras as quais são como lâmpadas acesas as quais podem ser vistas por todas as pessoas. Do contrário, quando falseamos, e blefamos escondendo as nossas reais intenções nós também somos capazes de praticar ações duvidosas que, mesmo aparentando gestos bondosos, são, no entanto, arapucas que armamos para que outros caiam. Aí, nós revelamos apenas a escuridão que há dentro do nosso coração. Jesus continua nos advertindo em relação às nossas ações e, agora também, quanto aos nossos julgamentos quando diz: “com a mesma medida com que medirdes também vós sereis medidos”. Muitas vezes nós usamos critérios muito exigentes para com o próximo e não nos apercebemos de que com o mesmo rigor nós também seremos julgados (as), e,... por nós mesmos (as)! A medida, então, é a que nós usamos, isto é, a nossa medida. Portanto, que tenhamos o cuidado de purificar os nossos pensamentos e sentimentos a fim de que possamos atuar com sinceridade e com transparência irradiando ao mundo a Luz que vem do Senhor. E que as nossas ações e os nossos julgamentos para com os nossos irmãos (ãs) sejam feitos com uma medida ajustada à nossa própria fraqueza, portanto, cheios de misericórdia e compaixão. 
Oração
Senhor Jesus, que eu assuma minha fé com tal generosidade e disposição a ponto de, em mim, tua palavra se transformar em luz.

Sexta 31 de Janeiro de 2014

Antífona da entrada: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, diz o Senhor. O reino do céu pertence aos que se parecem com eles (Mc 10,14).

Leitura (2 Samuel 11,1-10.13-17)

11 1 No ano seguinte, na época em que os reis saíam para a guerra, Davi enviou Joab com seus suboficiais e todo o Israel. Eles devastaram a terra dos amonitas e sitiaram Raba. Davi ficara em Jerusalém.
2 Uma tarde, Davi, levantando-se da cama, passeava pelo terraço de seu palácio. Do alto do terraço avistou uma mulher que se banhava, e que era muito formosa.
3 Informando-se Davi a respeito dela, disseram-lhe: “É Betsabé, filha de Elião, mulher de Urias, o hiteu”.
4 Então Davi mandou mensageiros que lha trouxessem. Ela veio e Davi dormiu com ela. Ora, a mulher, depois de purificar-se de sua imundície menstrual, voltou para a sua casa,
5 e vendo que concebera, mandou dizer a Davi: “Estou grávida”.
6 Então Davi enviou uma mensagem a Joab, dizendo-lhe: “Manda-me Urias, o hiteu”. Joab assim fez.
7 Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra.
8 E em seguida disse-lhe: “Desce à tua casa, e lava os teus pés. Urias saiu do palácio do rei, e este mandou que o seguissem com um presente seu”.
9 Mas Urias não desceu à sua casa; dormiu à porta do palácio com os demais servos de seu amo.
10 Comunicaram-no a Davi: “Urias não foi à sua casa”. O rei então lhe disse: “Não voltaste porventura de uma viagem? Por que não vais à tua casa?”
13 Davi o convidou, fê-lo comer e beber em sua presença, e embriagou-o. Mas à noite, Urias não desceu à sua casa; saiu e deitou-se com os demais servos de seu senhor.
14 Na manhã seguinte Davi escreve uma carta a Joab, enviando-a por Urias.
15 Dizia na carta: “Coloca Urias na frente, onde o combate for mais renhido, e desamparai-o para que ele seja ferido e morra”.
16 Joab, que sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que estavam os mais valorosos guerreiros.
17 Saíram os assediados contra Joab, e tombaram alguns dos homens de Davi: morreu também Urias, o hiteu.


2 Samuel 11, 1-10.13-17 – “ o rei Davi e a mulher de Urias”

Quando lemos a história de Davi e de Urias, naturalmente nós nos revoltamos e nos indignamos com o seu procedimento, pois não entendemos o que o teria levado a cometer um pecado tão detestável, em vista de como ele sempre se portou! Ele que fora ungido pelo Senhor para ser o Rei de Israel, a quem o Senhor prometera uma dinastia e um reino estáveis, assim como também uma vida tranquila e uma descendência que nunca seria abandonada! Aquele que é-nos apresentado como um rei exemplar e que provou ser cheio de fé em Deus quando enfrentou e derrotou o gigante Golias tendo como arma apenas uma funda e cinco pedrinhas! O mesmo que soube respeitar os seus inimigos quando teve a vida de Saul em suas mãos e, podendo matá-lo não o fez. Poupou-lhe a vida porque Saul ainda era o rei de Israel, uma coisa rara em tempo de guerra e difícil de imaginar pudesse acontecer! O rei Davi sempre nos pareceu ser alguém irrepreensível! Até que um dia... Davi põe a baixo toda a sua reputação deixando de cumprir com a sua missão de rei quando não partiu para a guerra e enviou apenas os seus oficiais para enfrentar o inimigo, ficando em Jerusalém para descansar, ocasião em que passeando no jardim viu a bela mulher de Urias e se “encantou” por ela. Daí foi só dar asas aos seus desejos e maquinações, para cair estupidamente nas armadilhas do inimigo. O mesmo David que não atentou contra a vida de Saul mandou matar de forma expressa e covarde o seu subalterno Urias para se apossar da sua mulher. Mandou matar para esconder o que fez. Intervém na vida daquela família, separando os que estavam unidos pelo matrimônio. Desrespeita a si próprio. Davi chega ao auge da prepotência e da presunção quando abusa da sua autoridade, para ver realizado o seu intento. Apesar de “crucificarmos o rei Davi” se refletirmos sobre as nossas ações podemos também perceber que tudo isso também pode acontecer conosco. Como Davi nós também podemos ser um guerreiro bem-sucedido, mas um dia nos descuidarmos das nossas atribuições, ou deixarmos de nos dedicar à missão que Deus nos destinou relaxando nos nossos deveres, colocando outras pessoas para em nosso lugar enfrentar o inimigo transferindo os nossos encargos pra ficarmos mais “descansados”. É nesses momentos que também damos brecha ao Inimigo, e cairmos nas concupiscências que moram em nós, os sentimentos puramente carnais e os desejos próprios da nossa humanidade decaída. O pecado é isto: sabemos que uma coisa é mal, mas fazemo-la assim mesmo! A nossa infidelidade a Deus a nossa omissão e a ociosidade nos fazem procurar os lugares errados e lá nos deparar com o fruto proibido, alimentar pensamentos impuros, nos envolver em coisas erradas, mentir, e até maquinar a morte de alguém. Por isso, terminamos por fazer o que nem queríamos: ir contra a lei de Deus. E tudo isto porque no início a sedução foi maior que a razão e não tivemos como voltar atrás. Nunca podemos achar que estamos “blindados” para as seduções do mundo, ainda que tenhamos um comportamento irrepreensível. Por outro lado também não nos podemos “admirar” do pecado de alguém e apontar o dedo para quem errou. A história de Davi nos edifica e nos faz ficar mais conscientes da nossa miséria humana para confiar plenamente na misericórdia de Deus.

Salmo responsorial 50/51

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
exultarão estes meus ossos que esmagastes.
Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

Salmo 50 – “Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!”

O nosso ser pecador tem necessidade de implorar por misericórdia a todo instante. Mesmo que não tenhamos cometido conscientemente nenhuma má ação a nossa alma se ressente por que o nosso pecado está sempre à nossa frente. Por isso, é nosso dever reconhecer a nossa iniquidade e, assim como fez o salmista, orar ao Senhor: “Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!” A misericórdia de Deus atinge a nossa miséria e só quando nós nos reconhecemos miseráveis nós podemos abraçar o amor misericordioso do Pai.

Evangelho (Marcos 4,26-34)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).


Naquele tempo, 4 26 Jesus dizia também à multidão: “O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.
28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga.
29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita”.
30 Dizia ele: “A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?
31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes.
32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.
34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.


Evangelho – Marcos 4, 26-34 - “processo de conversão ”

Jesus explica para nós que o crescimento do reino dentro de nós é como uma semente que é espalhada na terra e, por si só, vai germinando e crescendo sem se sabermos como isso acontece. É o processo de conversão e maturidade espiritual que o corre quando nós acolhemos a Palavra de Deus como uma semente. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo. É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais vamos ficando plenos do poder do Espírito Santo que opera em nós mudando os nossos valores e as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações fazendo com que vamos nos afeiçoando a Jesus. O tempo da colheita é quando estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia. Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu. Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar, como consequência nós vivemos uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade. Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente. A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos.
Oração

Senhor Jesus, que eu seja capaz de perceber o dinamismo do Reino, frutificando de maneira discreta nos meandros da história humana.


Sábado, 01 de Fevereiro de 2014
3ª Semana do Tempo Comum
1ª LEITURA
Naqueles dias, 1o Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse: “Numa cidade havia dois homens, um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou-se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante”. 5Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: “Pela vida do Senhor, o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão”. 7aNatã disse a Davi: “Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11Assim diz o Senhor: Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12Tu fizeste tudo às escondidas. Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do sol”. 13Davi disse a Natã: “Pequei contra o Senhor”. Natã respondeu-lhe: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! 14Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá”. 15E Natã voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa, passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer nem tomar com eles alimento algum.

2 Samuel 12, 1-7.10-17 “A indignação de Davi”

Assim como nós, David também ficou indignado com o homem que se apoderara da “ovelhinha do pobre” para preparar um banquete para o seu hóspede e disse a Natã: “o homem que fez isso merece a morte!” Natã não se omitiu e abriu os seus olhos: “Esse homem és tu!” Apesar do horrendo pecado de Davi, Deus cumpriu a Sua Palavra e lhe foi fiel, mandando que Natã o admoestasse e lhe mostrasse o seu delito a fim de que ele pudesse reconhecer a sua miséria e pedir perdão. Mesmo sendo perdoado Davi foi perseguido pelas consequências do seu pecado e, por isso, sujeito a grandes humilhações. Na nossa vida também muitas vezes o Senhor nos envia os “Natãs” para nos exortar e abrir os nossos olhos quando cometemos algum erro, no entanto, nem sempre nós os acolhemos e admitimos os nossos deslizes. Assim como não reconhecemos as nossas fraquezas também não experimentamos o perdão de Deus. Nesse caso, o nosso orgulho e obstinação nos levam para a morte. O contrário é quando nos curvamos e recebemos humildemente as recriminações das pessoas que nos são enviadas pelo Senhor. Aí então experimentamos o refrigério e o alívio para as nossas feridas. Precisamos, portanto, ter consciência de que as consequências dos nossos pecados nos acompanham, porém nos servem de alerta e sinal na hora em que o inimigo nos quiser tentar. Davi até hoje é reconhecido como um rei irrepreensível e fiel porque admitiu a sua iniquidade, arrependeu-se, pediu perdão ao Senhor e ficou alerta para não magoar mais o coração de Deus.

SALMO DE RESPOSTA
— Criai em mim um coração que seja puro!
— Criai em mim um coração que seja puro!

— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.
— Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!


Salmo 50 – “Criai em mim um coração que seja puro”

Depois que nós reconhecemos o nosso pecado e pedimos o perdão de Deus é necessário que peçamos a Ele o auxílio para podermos caminhar na estrada do bem. Davi nos ensina a fazer isto quando diz: “criai em mim um coração que seja puro e dai-me de novo um espírito decidido”. Apesar do nosso pecado nunca podemos perder esperança e deixar de confiar na misericórdia do Senhor. Deus esquece o nosso passado e trabalha em nós em vista do nosso futuro. Peçamos ao Senhor, portanto, que Ele nos dê de novo tudo o que nós jogamos fora, e nos ensine a trilhar o caminho seguro e assim possamos também ajudar a todos os que se transviarem.

EVANGELHO
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”

Evangelho Marcos 4, 35-41 – “chamado à santidade”

Naquela tarde Jesus não só convida, mas dá uma ordem explícita aos Seus discípulos: “vamos para a outra margem!” Ele não mandou que os discípulos fossem sozinhos, mas se dispôs a ir junto com eles para enfrentar a fúria do mar. Os apóstolos ainda não sabiam o que iriam encontrar e encarar, no entanto, “despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca”, diz a Palavra. Pela narrativa podemos perceber que não foram eles que entraram na barca de Jesus, mas foi Jesus quem entrou na barca deles, para fazer-lhes companhia durante a travessia. Quando convivemos com Jesus nós também percebemos que em algum momento da nossa caminhada, (“ao cair da tarde”), Ele também nos convoca a nos afastarmos da multidão para ir mais além, para o outro lado, quem sabe, para alguma mudança de atitude e de mentalidade. Jesus nos convida à conversão e à mudanças de rumo e de situação de vida, no entanto, entra conosco na barca e a Sua presença é certa quando temos que enfrentar as tempestades, mesmo supondo que Ele esteja dormindo. Jesus nos chama para a outra margem, isto é, para um lugar mais próximo Dele, longe do mundo e das suas concepções. Ele nos chama para a santidade, mas não fica de fora, entra na nossa barca, na nossa vida e vem nos ajudar na viagem. Porém este chamado é pessoal! Jesus chama a cada um de nós em particular, pra levá-lo na nossa barca a um lugar, que só Ele sabe onde é o que tem lá e para que. A nossa parte é apenas acolhe-Lo na nossa vida do jeito que Ele está e não querendo dar nenhuma sugestão, apenas confiando em que Ele nos levará a um lugar “maravilhoso”. Se Ele nos chama é porque Ele quer nos formar em alguma coisa que ainda não vivemos e que é “novo”, outra maneira de agir, outra percepção das coisas, outra conscientização, em fim, à santidade. Como os discípulos, nós também precisamos ter consciência de que, mesmo que Jesus esteja na nossa barca, também enfrentaremos as tempestades, oriundas da nossa própria limitação e incapacidade. Quando entramos na barca com Jesus nós assumimos compromisso com o amor, com o serviço, e as dificuldades vêm balançar a nossa vida. Por isso, nós também começamos a temer, porque nos achamos entregues à sorte. Dizemos também como aqueles: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Quantas crises nós também, como Igreja, povo de Deus, como família e como comunidade experimentamos pela nossa falta de fé? Ainda que a barca de Jesus balance ao sabor dos ventos contrários, nós, que confiamos no poder do Espírito Santo, não poderemos nos atemorizar. Jesus Cristo tem poder para ordenar ao vento que estremece o mar o da nossa existência: “Silêncio! Cala-te!” Eis que tudo fica calmo quando nós confiamos em Jesus: os nossos medos se tornam fumaça e nós conseguimos atravessar as tempestades, certos de que Jesus não está dormindo, ele apenas espera a manifestação da nossa fé!”

Domingo, 02 de Fevereiro de 2014
Apresentação do Senhor


Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO : Vamos ao encontro do Senhor portando velas em nossas mãos. Ouçamos com atenção a exortação que a Igreja nos faz a respeito da apresentação de Cristo, que foi levado ao Templo, conforme exigia a Lei. Acendamos as velas em sinal de acolhimento ao Senhor que vem nos salvar.
INTRODUÇÃO : A apresentação de Jesus no Templo não é um mistério gozoso, mas doloroso. Maria apresenta a Deus o filho Jesus, oferece-o a Deus. Ora, toda oferta é uma renúncia. Começa o mistério do seu sofrimento, que atringirá o cume aos pés da cruz. A cruz é a espada que transpassará sua alma. Todo primogênito judeu era o sinal permanente e o memorial cotidiano da libertação da grande escravidão: os primogênitos no Egito haviam sido poupados. Jesus, porém, o Primogênito por excelência, não será popuado, mas com seu sangue trará a nova e definitiva libertação. O gesto de Maria que oferece se traduz em gesto litúrgico em cada eucaristia. Quando o pão e o vinho - frutos da terra e do trabalho do homem - nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo, nós também estamos na paz do Senhor, pois contemplamos sua salvação e vivemos à espera de sua vinda.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!
Comentário das Leituras: ... De coração iluminado, ouçamos as leituras que nos falam do mistério da Apresentação do Senhor e da salvação que ele traz aos que se unem ao seu Mistério pascal.

1ª LEITURA
Assim diz o Senhor: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer?
Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.

SALMO DE RESPOSTA
- O Rei da glória é o Senhor onipotente!
- O Rei da glória é o Senhor onipotente!

- "Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!"
- Dizei-nos: "Quem é este Rei da glória?". "É o Senhor, o valoroso, o onipotente, o Senhor, o poderoso nas batalhas!"
- "Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!"
- Dizei-nos: "Quem é este Rei da glória?". "O Rei da glória é o Senhor onipotente, o Rei da glória é o Senhor Deus do universo."

2ª LEITURA
Irmãos 14visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, 15e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. 16Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. 17Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo-sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. 18Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação.

EVANGELHO

PEvangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas
22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor".
24Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel".
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: "Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma". 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.



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