segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Liturgia da 04ª semana do Advento e Natal




Segunda 23 de Dezembro de 2013

IV SEMANA DO ADVENTO *
(Roxo, )
Antífona da entrada: Nascerá para nós um pequenino: ele será chamado Deus e forte; nele serão abençoados todos os povos da terra (Is 9,6; Sl 71,17).

Leitura (Malaquias 3,1-4.23-24)

Leitura da profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 3 1 "Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros.
3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm.
4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
23 Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor,
24 e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra".

Salmo responsorial 24/25

Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima!


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.

Evangelho (Lucas 1,57-66)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.

Comentário ao Evangelho

01 - O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.

Este salmo nos ensina a pedir ao Senhor que nos mostre os Seus caminhos e nos faça conhecer a Sua estrada. A estrada que o Senhor abriu para nós é o Plano de Amor que Ele já elaborou para que nós coloquemos em prática. Nesse projeto o Senhor imprimiu como alicerce a justiça que consiste na verdade e no amor. Para isso, Ele nos dá conhecer a Sua aliança, na medida em que mais íntimos (as) Dele, nós nos tornamos. É por meio da oração que nós interagimos com o Senhor e aprendemos a andar nos Seus caminhos.
02 - Dentro do Projeto de Deus para a humanidade há sempre algo destinado a cada pessoa que vem ao mundo. Não importando as circunstâncias, o nascimento de uma criança é sempre motivo de alegria e de esperança.  Deus pensou em tudo para nós. Mesmo que os nossos pais tenham desejado para nós algo de muito especial, não se compara com o que o Pai planejou para a nossa felicidade.  O plano de Deus para nós é especial e também se revela no significado do nosso nome. Por isso, com certeza, foi Ele quem também inspirou a pessoa que escolheu o nome pelo qual nós fomos apelidados. Portanto, no dia em que nascemos todos ficaram alegres com a nossa chegada, mas somente o Senhor sabia realmente qual seria a nossa missão aqui na terra.  O nome pelo qual somos chamados é muito importante, pois divulga a nossa identidade como pessoa humana, mas também como filho (a) de Deus batizados em Nome de Jesus.     Somos também alguém como João Batista muito importante para o reino de Deus. Para nós também Deus tem um projeto especial e não podemos nos acomodar diante dos acontecimentos da história sem dar a nossa contribuição. 
Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

 Terça 24 de Dezembro de 2013

IV SEMANA DO ADVENTO
(Roxo)
Antífona da entrada: Eis que já veio a plenitude dos tempos, em que Deus mandou à terra o seu Filho (Gl 4,4).

Leitura (2 Samuel 7,1-5.8-12.14.16)

Leitura do segundo livro de Samuel.
2 1 Ora, tendo o rei Davi acabado de instalar-se em sua residência, e tendo-lhe o Senhor dado paz, livrando-o de todos os inimigos que o cercavam,
2 disse ele ao profeta Natã: "Vê: eu moro num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!"
3 Natã respondeu-lhe: "Pois bem: faze o que desejas fazer, porque o Senhor está contigo!"
4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 "Vai e dize ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor: ‘Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’".

Salmo responsorial 88/89

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.

Evangelho (Lucas 1,67-79)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó sol da manhã, ó sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 1 67 Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, nestes termos:
68 "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo,
69 e suscitou-nos um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo
70 (como havia anunciado, desde os primeiros tempos, mediante os seus santos profetas),
71 para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam.
72 Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais, e se recorda de sua santa aliança,
73 segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor,
74 libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo
75 em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida.
76 E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho,
77 para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados.
78 Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente,
79 que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz".

Comentário ao Evangelho

01 - LOUVOR E PROFECIA
Zacarias soube reconhecer a salvação de Deus, cumprindo-se na história de Israel, por meio da libertação trazida pelo poderoso Salvador, Jesus, suscitado no meio do povo. Finalmente, a tão esperada visita de Deus se concretizava, e a libertação, há séculos acalentada, se fazia verdade. A seu filho recém-nascido competia a tarefa de preparar os caminhos da libertação que estava próxima.
Com Jesus, renascia a esperança no coração do povo. Deus não se esquecera das antigas profecias. As promessas seriam realizadas e o povo, resgatado da escravidão a que fora reduzido. Sem dúvida, a servidão pior era a do pecado e do egoísmo. Fazia-se necessário uma remissão urgente. Só assim seria possível servir a Deus, de maneira agradável, na justiça e na santidade.
O Altíssimo, do qual João seria profeta, despontaria como luz para tirar a humanidade das trevas e das sombras da morte, a que o pecado a havia reduzido. Doravante, seria possível trilhar os caminhos da paz, deixando para trás a injustiça e a iniqüidade, fruto do pecado.
O canto de Zacarias, saudando o nascimento de seu filho, era de louvor pelas promessas cumpridas, mas também profecia do que Deus iria realizar.

02 - Nas narrativas de infância de João Batista e Jesus, Lucas insere três hinos das primeiras comunidades dos cristãos convertidos do judaísmo, adaptando-os à interpretação da encarnação de Jesus. São os cânticos de Maria, de Simeão e Zacarias, que havia ficado mudo ao vacilar diante do anúncio do anjo Gabriel.
Zacarias, que emudeceu por causa da sua incredulidade, empresta agora a sua boca ao Espírito Santo para cantar as bênçãos que o Senhor derramou sobre o seu povo. Tendo assumido o nome de João para seu filho, recupera a fala e profetisa com seu hino. Após uma retrospectiva da história de Israel, centrada na figura de Davi, com os embates contra seus inimigos, afirma a manifestação da misericórdia de Deus.
Portanto, a primeira parte é um resumo geral da história da salvação. O tema é a misericórdia divina e a fidelidade de Deus à sua aliança.
A segunda parte é dirigida a João, o menino que será chamado “profeta do Altíssimo” porque irá à frente do Senhor, preparando-lhe os caminhos. A ele caberá dar a conhecer ao povo o caminho da salvação pela prática da justiça e com o perdão dos pecados. Em Jesus, iluminando os que estão nas trevas, Deus revelará a plenitude de sua misericórdia e o caminho da paz.
Jesus fez-se criança para que ninguém tivesse medo nem receio algum d’Ele. Enquanto aguardamos o seu nascimento, contemplemos seu amor sem fim e, neste dia internacional do perdão, aprendamos a nos perdoar mutuamente como Deus nos perdoa sem cessar.
Oração
Senhor Jesus, como Zacarias, eu louvo ao Pai pela fidelidade em cumprir suas promessas e agradeço o que sua misericórdia realiza em favor da humanidade.
O Cântico de Zacarias conta-nos as maravilhas de Deus, as bênçãos que o Senhor derramou sobre o seu povo amado.

Quarta 25 de Dezembro de 2013

NATAL - MISSA DO DIA
(Branco, Glória, Creio, Prefácio do Natal)


INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: É Natal! Jesus nasceu! As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós! No Natal não só recordamos o fato histórico do nascimento de Jesus Cristo, mas o celebramos, isto é, o fazemos presente, o fazemos fato nosso. Assim, a festa do Natal é a festa de Deus que veio “armar sua tenda entre nós” e é, ao mesmo tempo, a festa nossa, porque hoje nascemos para a vida divina. O Filho de Deus entrou na vida humana e nós entramos na vida divina. Por isso, o Natal não é uma festa para ser assistida como convidados. É uma festa para ser vivida. Somos parceiros e protagonistas desta festa. Somos a massa fermentada pelo Cristo e juntos formamos o pão. Massa e fermento inseparáveis. Quando tomamos consciência desse feliz e vital encontro, podemos dizer com São Paulo: “Já não sou que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje a Igreja celebra a encarnação do Verbo divino e se alegra pelo nascimento de Jesus. A alegria que tomou conta dos pastores de Belém é também nossa alegria. Nossa comunidade participa, por meio desta celebração, do mistério que fez desta noite um dia iluminado pela glória de um recém-nascido que nos trouxe a plenitude do amor de Deus. Aclamemos com o salmista: Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele exultemos.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Para reconquistar os homens, para elevá-los a sí, para falar com eles, Deus veio a este mundo como uma criança; como um balbucio que é fácil de sufocar. E, de fato, o sufocam. Sufocam-no fazendo do Natal a festa da sociedade de consumo, do esbanjamento institucionalizado; festa dos presentes e das decorações luminosas, do décimo terceiro salário e dos champanhes e panetones; festa de certa poesia e bondade generalizada, de um difuso sentimentalismo com verniz de generosidade e emoção. Outrros sufocam o Deus-Menino impedindo-o de crescer: Deus permanece criança por toda sua vida; uma frágil estatueta de terracota, relegada a uma caixa, que se coloca no presépio uma vez por ano; é preciso um pretexto para dar certa aparência religiosa a esse natal pagão. As palavras que essa Criança trouxe aos homens não são ouvidas; são exigentes demais e inoportunas, enquanto um cristianismo adocicado e conveniente à nossa vida sem a presença real dEle pois é muito mais cômodo...
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!


Antífona da entrada: Um menino nasceu para nós: um filho nos fai dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “mensageiro do conselho de Deus” (Is 9,6).

Leitura (Isaías 52,7-10)

Leitura do livro do profeta Isaías.
52 7 Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: “Teu Deus reina!”
8 Ouve! Tuas sentinelas elevam a voz, e todas juntas soltam alegres gritos, porque vêem com seus próprios olhos o Senhor voltar a Sião.
9 Prorrompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor se compadece de seu povo, e resgata Jerusalém!
10 O Senhor descobre seu braço santo aos olhares das nações, e todos os confins da terra verão o triunfo de nosso Deus.

Salmo responsorial 97/98

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.


Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!

Leitura (Hebreus 1,1-6)

Leitura da carta aos Hebreus.
1 1 Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas.2 Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas.3 Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus,4 tão superior aos anjos quanto excede o deles o nome que herdou.
5 Pois a quem dentre os anjos disse Deus alguma vez: “Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”? Ou então: “Eu serei seu Pai e ele será meu Filho”?
6 E novamente, ao introduzir o seu Primogênito na terra, diz: “Todos os anjos de Deus o adorem”.

Evangelho (João 1,1-18 ou 1-5.9-14)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Despontou o santo dia para nós: ó nações, vinde adorar o Senhor Deus, porque hoje grande luz brilhou na terra!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim”.
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.

Comentário ao Evangelho

01 - O VERBO SE FEZ CARNE
Pelo mistério da Encarnação, estabeleceu-se uma comunhão indissolúvel entre a divindade e a humanidade. Jesus foi o ponto de encontro deste movimento que ligou a Terra ao Céu, o homem a Deus, a história à eternidade.
Vindo de junto do Pai, Jesus é a Palavra de Deus que se tornou visível na história humana. Sua existência iria manifestar os desígnios divinos, tanto no seu falar quanto no seu agir. A vida que haveria de transmitir, mediante gestos poderosos, provinha da abundância da vida herdada do Pai. Sua presença se constituiria em luz para orientar a humanidade dacaída, ansiosa de salvação. Por meio dele, seria possível chegar até Deus e experimentar a comunhão divina.
Todavia, este Jesus era plenamente humano, excluindo-se apenas a experiência do pecado. Não lhe foram concedidas regalias, pelo fato de ser o Filho de Deus. Por isso, experimentou a rejeição exatamente daqueles para os quais fora enviado. Sua não-acolhida revelar-se-ia em forma de perseguição, hostilidades e abandono, para culminar na morte de cruz. Na medida em que descia aos porões da humanidade, Jesus ia comunicando ao ser humano, ferido pelo pecado, o lenitivo da salvação. Desta forma, as pessoas reconciliavam-se com Deus e recuperavam sua dignidade original. Nisto consiste o mistério do Natal!

02 1ª leitura - Somos hoje os mensageiros dos quais Isaías profetizou! Temos a missão de caminhar sobre os montes e anunciar a paz que veio do céu, o bem e a salvação de Jesus. Caminhar sobre os montes é andar pelo mundo vencendo as dificuldades vivenciando a Palavra de Deus que se fez carne e veio habitar entre nós. Somos chamados a anunciar a paz e o amor não apenas com palavras bonitas, mas vivendo de acordo com os ensinamentos do Evangelho de Jesus. A alegria é a primeira manifestação de que a paz de Jesus mora no nosso coração e que podemos levantar a voz da nossa consciência, através das nossas ações, das nossas atitudes e comportamento. Cada um de nós é um mensageiro da salvação de Jesus, chamado a ir por todas as nações, até os confins da terra anunciando o tempo da graça do Senhor. Os nossos pés também se tornam belos, quando espalhamos no mundo o perfume do amor de Deus que se tornou real para nós em Jesus Cristo nosso Salvador.

02b - O salmista, expressa em versos, a alegria que existe no nosso coração diante da grande graça que vivemos no Natal. O nosso ser se alegra e os nossos lábios cantam louvores ao menino Deus que chega de mansinho. Neste tempo é muito bom que percebamos que ainda estamos aqui e podemos contemplar a salvação do Deus que vem até nós e temos a oportunidade de viver esta alegria juntamente com todos aqueles a quem nós amamos e com quem peregrinamos nesta terra. Portanto, cantemos salmos ao Senhor e aclamemos ao nosso rei, com pandeiros e guitarras.

02 02ª leitrua - A leitura nos leva a entender como durante muito tempo Deus falou ao Seu povo por meio dos profetas, homens escolhidos para, em Seu Nome transmitirem à humanidade os Seus recados. Nós sabemos que desde primeiro até João Batista, o último profeta do Antigo Testamento, Deus anunciava a chegada do Salvador que viria tirar o pecado do mundo. Hoje já não precisamos mais de profetas nem mensageiros, porque o próprio Deus veio a nós encarnado no Seu Filho Jesus Cristo, herdeiro de todas as coisas e Criador do Universo. Jesus é o esplendor da glória do Pai e a expressão do Seu ser, por isso, Ele sustenta o universo com o poder da Sua Palavra. Por isso, é na Palavra de Deus que é Jesus, o verbo que se fez carne, onde podemos fundamento de tudo o que anunciaram os profetas. Jesus é o Nome mais alto, o Primogênito do Pai a quem todos devemos adorar e cultuar. Ele é o Profeta dos últimos dias e a Sua Palavra é poderosa para nos direcionar no caminho da salvação. Cada dia da nossa vida poderá ser o último dia. Não esperemos por falsos profetas, mas nos firmemos no Evangelho de Jesus que nos fala ao coração com misericórdia.

02 Evangelho - A Palavra de Deus foi quem criou o céu e a terra. Foi Ela quem nos fez filhos de Deus e nos trouxe a Sua graça. A Palavra de Deus está no meio de nós. A Palavra de Deus é a Luz! Jesus é a Palavra, Jesus é a Luz! Ele é o personagem central da Bíblia. Todas as profecias, todas as orações, lamentações e súplicas das Escrituras foram inspiradas pelo Pai no Seu Filho Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo. “Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito”! Por isso, neste tempo em que vivenciamos as alegrias do Natal nós podemos refletir e meditar em como estamos acolhendo a Palavra e se, realmente, a temos encarnada em nós de maneira que Ela dirija as nossas ações. Se o mundo foi criado por causa de Jesus Cristo, se a graça e a verdade nos chegaram através Dele e se Ele é a Palavra de Deus que veio habitar no meio de nós, é imprescindível que nós tenhamos esta Palavra entranhada em nossas mãos e no nosso coração. Pela Palavra nós tomamos conhecimento do Amor de Deus que é eterno e nos dá a garantia das Suas promessas para nós. Ela é a Luz que nos tira das trevas da ignorância e nos dá o entendimento de nós mesmos (as), de Deus e do nosso próximo. Assim como João Batista veio para dar testemunho desta Luz, nós também podemos irradiar o fulgor que se expressa por meio de nós quando anunciamos Jesus Cristo, a Palavra de Deus que veio nos transformar em novas criaturas.
Oração
Senhor Jesus, vieste ao mundo para reconciliar a humanidade com Deus. Que eu saiba colher os frutos de teu gesto de amor, deixando a divindade transparecer em mim.

 Quinta 26 de Dezembro de 2013


SANTO ESTÊVÃO
Diácono e Protomártir
(Vermelho, Glória, Prefácio do Natal)
Antífona da entrada: As portas do céu abriram-se para santo Estêvão, que foi o primeiro dentre os mártires e por isso, coroado, triunfa no céu.

Leitura (Atos 6,8-10;7,54-59)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 6 8 Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo.
9 Mas alguns da sinagoga, chamada dos Libertos, dos cirenenses, dos alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar com ele.
10 Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o inspirava.
54 Ao ouvir tais palavras, esbravejaram de raiva e rangiam os dentes contra ele.
55 Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus:
56 “Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”.
57 Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele.
58 Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo.
59 E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”.

Salmo responsorial 30/31

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
Vosso amor me faz saltar de alegria,
pois olhastes para as minhas aflições.

Eu entrego em vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo
e salvai-me pela vossa compaixão!

Evangelho (Mateus 10,17-22)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendito o que vem em nome do Senhor. Nosso Deus é o Senhor, ele é a nossa luz (Sl 117,26s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 10 17 Disse Jesus: “Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.
18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos.
19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.
21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão.
22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo”.

Comentário ao Evangelho

01 - SEREIS ODIADOS POR TODOS
A encarnação de Jesus não baniu o pecado da história humana. Embora ela se tenha constituído na possibilidade concreta de superação do pecado, muitos ainda haveriam de resistir, preferindo um projeto de vida cujo desfecho é a condenação.
Por outro lado, a quem optasse por ele, o Messias não apresentava uma vida de segurança e de comodidade. A resistência que Jesus experimentou por parte de seus contemporâneos teve prosseguimento na experiência dos discípulos. A opção pelo caminho de Jesus exigia força e coragem diante das perseguições, dos flagelos, dos processos nos tribunais que os inimigos de Deus haveriam de impingir aos seguidores de seu Filho. Como Jesus, o discípulo seria também a presença questionadora da salvação na história humana, embora muitos iriam persistir no caminho do pecado.
A história da fé cristã, por isso, estava fadada a ser uma história de martírio e de testemunho da fé, pela entrega corajosa da própria vida. Por conseguinte, o discípulo deve considerar estas circunstâncias como possibilidade de comprovar a profundidade de sua opção pelo Reino anunciado por Jesus.


02 01ª leitura - Jesus veio para salvar o mundo, porém o mundo não o reconheceu. Na narrativa dos Atos dos Apóstolos nós encontramos Estevão o primeiro mártir cristão. Ele realizava prodígios e grandes sinais entre o povo porque estava cheio de graça e de poder. Por isso, ele foi perseguido por aqueles que não reconheciam a Jesus, mesmo depois da Sua ressurreição. Eles se enfureciam contra Estevão e não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Mesmo sendo perseguido e apedrejado Estevão testemunhou a glória de Deus quando “viu o céu aberto e Jesus à direita do Pai.” Neste contexto ele foi arrastado para fora da cidade, apedrejado e morto na presença de testemunhas, inclusive, de Saulo de Tarso. Para nós, aparentemente, esse cenário se apresenta como o retrato de uma grande desgraça, contudo se nos colocarmos na perspectiva de Estevão, e da missão que ele tinha aqui na terra, iremos descobrir que o poder e a glória de Deus se manifesta concretamente, por meio de cada um de nós que cumpre com fidelidade o papel que Deus nos destinou. E quando nós enfrentamos os desafios em nome de Jesus o céu também se abre e o próprio Jesus aparece para nos dar segurança, conforto manifestando assim a Sua glória por meio de nós. Assim sendo, não precisamos nos angustiar nem desesperar na hora em que estamos sofrendo por causa do cumprimento do nosso dever em vista do reino de Deus. Mesmo que nos persigam e nos apedrejem com palavras e ações rebeldes, nós podemos ter a certeza de que a glória do Senhor se reflete no nosso semblante e alguém vai ser tocado por causa disso.

Salmo - Precisamos a cada momento da nossa vida cultivar o hábito de entregar a Deus o nosso espírito. Quando nós nos abandonamos nas mãos de Deus e nos entregamos a Ele de todo o coração, os nossos inimigos fogem e nós nos tornamos pessoas serenas. Deus tem compaixão de nós e sabe que nós necessitamos do Seu abrigo e da Sua proteção. Se acreditássemos, realmente, na misericórdia e na fidelidade do nosso Criador, nós nunca teríamos um espírito atribulado e aflito, mas conservaríamos sempre a alegria e a serenidade dentro de nós.

02b - Neste Evangelho Jesus nos ensina a enfrentar os desafios da nossa missão confiando no Espírito Santo que Ele nos deixou.
O Espírito Santo é o agente por meio do qual Deus se manifesta para realizar a Sua vontade em nós e por nosso intermédio. Por isso, Jesus instruía aos seus discípulos como fazer quando eles fossem levados diante dos homens e dos tribunais em defesa do reino de Deus. Já de antemão Ele os advertia e abria os olhos em relação às coisas que poderiam acontecer, porém Ele lhes indicava a chave principal para que o reino de Deus se manifestasse com força: ficar aberto ao poder do Espírito Santo! Este é para nós também hoje um ensinamento precioso: não precisamos fazer cálculos, nem planos. Não precisamos nos atemorizar nem nos tornarmos subservientes às acusações e às apelações dos nossos carrascos. Apenas, precisamos nos deixar conduzir pelo Espírito de Deus e perseverar com firmeza e determinação. A perseverança é o único esforço que nós precisamos fazer e é a parte que nos compete. Não desistir, não perder a esperança nem a fé e deixar que o Espírito Santo, no momento exato, fará Deus reinar e tudo será realizado conforme o seu querer.
Oração
Senhor Jesus, apesar das dificuldades que encontro para te seguir, faze-me caminhar, com fidelidade, nas estradas da salvação, que abriste para a humanidade.

Sexta 27 de Dezembro de 2013

SÃO JOÃO EVANGELISTA
APÓSTOLO E EVANGELISTA
(Branco, Glória, Prefácio do Natal – Ofício da Festa)
Antífona da entrada: Foi João que na ceia repousou sobre o peito do Senhor: feliz o apóstolo a quem foram revelados os segredos do reino e que espalhou por toda a terra as palavras da vida.

Leitura (1 João 1,1-4)

Leitura da primeira carta de são João.
1 1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida -
2 porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -,
3 o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo.
4 Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.

Salmo responsorial 96/97

Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

Deus é rei! Exulte a terra de alegria,
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu torno,
que se apóia na justiça e no direito.

As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.

Uma luz já se levanta para os justos,
e a alegria, pra os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!

Evangelho (João 20,2-8)

Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos, vos louva o exército dos vossos santos mártires!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
20 2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!"
3 Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro.
4 Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
5 Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou.
6 Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão.
7 Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu.

Comentário ao Evangelho

01 - O DISCÍPULO AMADO
A acolhida de Jesus e sua mensagem deram à comunidade de discípulos aos quais foi confiada a tarefa de levar adiante a missão do Mestre: estender, a toda humanidade, os benefícios da salvação. A convivência com Jesus como também o testemunho de seu modo de ser e de agir predispunham os corações dos discípulos para o aprofundamento da adesão a ele, explicitada no ato de fé.
A profundidade do relacionamento com Jesus variava de discípulo para discípulo. Esta é uma dinâmica própria da realidade humana. A figura do discípulo amado evocava um tipo de relacionamento profundamente afetivo com o Senhor. Relacionamento de confiança, de entrega da própria vida nas mãos do Mestre, de comunhão de sentimentos, de transparência mútua. Não se tratava, porém, de uma escolha arbitrária de Jesus, privilegiando, indiscriminadamente, certas pessoas e marginalizando outras. Antes, foi este discípulo que se deixou amar por Jesus e soube corresponder ao amor que lhe fora oferecido. Todos os discípulos poderiam ter feito o mesmo.
Ser discípulo amado, de certa forma depende do próprio discípulo, uma vez que o Mestre quer fazer morada no mais íntimo de cada um de seus seguidores. Deixar-se amar por Jesus comportava deixar-se plasmar e transformar por ele. Por isso, muitos se recusaram!

02 - No primeiro dia da semana, bem cedo, “quando ainda estava escuro”, ou seja, em meio à incerteza e dúvidas sobre o cumprimento das promessas da Ressurreição de Jesus, vai uma mulher ao sepulcro. Por que uma mulher? Jesus quer nos ensinar, com isso, que são os excluídos os primeiros a acolher a Boa Nova. Até nisso se cumprem as palavras do Mestre.
“Maria Madalena” hoje sou eu, é você, quando excluído, censurado, caluniado e acusado de pecador público ou por qualquer outro motivo. Assim como ela – com amor e carinho porque muito foi perdoada – procura, busca e vai ao sepulcro e vê que a pedra estava tirada do sepulcro, assim eu e você temos esta missão.
Ela corre à procura de Simão Pedro e do outro discípulo – aquele a quem Jesus amava – e lhes diz: “Retiraram o Senhor, e não sabemos onde o puseram”. A única diferença é que, enquanto Maria Madalena foi duvidando, nós já não temos motivo para duvidar porque ela nos ensina a dizer: “Rabôni!” que significa: “meu Mestre” e a irmos anunciá-Lo: “Vi o Senhor, e eis o que Ele me disse”.
A cena comovente do encontro de Maria Madalena com Jesus evidencia a mudança de relacionamento entre o discípulo e o Mestre, operada a partir da Ressurreição. A nova condição de Jesus exigia um novo tipo de relacionamento.
Maria Madalena expressou o carinho que nutria pelo Mestre nos vários detalhes de seu comportamento. A notícia do desaparecimento do Corpo do Senhor deixou-a perplexa. Com isso, perdia um sinal seguro da presença do Amigo querido, mesmo reduzido a um cadáver. Sem Ele, não teria um lugar preciso ao qual se dirigir quando quisesse prantear a perda irreparável do Amigo. Por isso, mesmo que todos tivessem se afastado, ela permaneceu sozinha, à entrada do túmulo, chorando.
Seu diálogo com os anjos ocorreu de maneira espontânea, sem ela se dar conta de estar falando com seres celestes. Só lhe importava saber “onde puseram o meu Senhor”. Da mesma forma aconteceu o diálogo com o Ressuscitado. Num primeiro momento, Maria pensou tratar-se de um jardineiro. Demonstrando uma admirável fortaleza de ânimo mostrou-se disposta a ir, sozinha, buscar o cadáver do Mestre para recolocá-lo no sepulcro. Tão logo reconheceu a voz do Mestre, tentou agarrar-se a Ele. Jesus, porém, exortou-a a mudar de comportamento. Doravante, o sinal de amizade que o Senhor queria dela era que se tornasse missionária de Sua Ressurreição. Já se fora o tempo em que podia tocá-Lo fisicamente.
Embora fosse apenas uma pecadora famosa em sua cidade, Maria, nascida em Magdala – na Galileia – teve uma participação importantíssima na passagem de Jesus pela terra. Ela foi perdoada publicamente por Ele, que a formou como exemplo de que Seu Pai acolhia a todos, desde que chegassem ao arrependimento. Além disto, foi ainda a escolhida para ser a primeira testemunha da Ressurreição de Jesus.
Oração
Senhor Jesus, quero viver a experiência de ser amado por ti, a ponto de toda minha existência ser plasmada e transformada por tua presença em mim.

 Sábado 28 de Dezembro de 2013

SANTOS INOCENTES
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL )
Antífona da entrada: Os meninos inocentes foram mortos por causa do Cristo. Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor!

Leitura (1 João 1,5-2,2)

Leitura da primeira carta de são João.
1 5 A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma.
6 Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade.
7 Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.
9 Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.
10 Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós.
2 1 Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2 Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.

Salmo responsorial 123/124

Nossa alma, como um pássaro, escapou
do laço que lhe armara o caçador.


Se o Senhor não estivesse ao nosso lado
enquanto os homens investiram contra nós,
com certeza nos teriam devorado
no furor de sua ira contra nós.

Então as águas nos teriam submergido,
a correnteza nos teria arrastado
e, então, por sobre nós teriam passado
essas águas sempre mais impetuosas.

O laço arrebentou-se de repente,
e assim nós conseguimos libertar-nos.
O nosso auxílio está no nome do Senhor,
do Senhor que fez o céu e fez a terra!

Evangelho (Mateus 2,13-18)

Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; vos louva o exército dos vossos santos mártires!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 13 Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar".
14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.
15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei do Egito meu filho".
16 Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.
17 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:
18 "Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem!"

Comentário ao Evangelho

01 - O MARTÍRIO DOS INOCENTES
A presença de Jesus na história humana despertou a fúria de quem estava firmemente alicerçado num esquema de pecado, posto em xeque pela salvação oferecida à humanidade. A pregação de Jesus desmascarava a injustiça, punha a nu a perversidade dos opressores, revelava a fragilidade de sistemas fundados na opressão e na violência.
A matança dos inocentes de Belém foi uma espécie de antecipação do futuro de Jesus e de seus discípulos. Um frágil recém-nascido foi suficiente para abalar a segurança do prepotente e violento Herodes. Sua decisão de eliminar as crianças da região onde nascera o Messias Jesus visava eliminar no seu nascedouro, tudo o que pudesse pôr em risco a segurança de seu reino. No coração do rei sangüinário não havia lugar para o amor.
Herodes, em última análise, ousou desafiar o próprio Deus, de quem Jesus era Filho e recebera uma missão. Levantar-se contra o Messias correspondia a rebelar-se contra quem o enviou. Mas Deus não se deixou vencer por Herodes: salvou seu Filho pela ação previdente de José, que se pôs em fuga para o Egito, com o menino e sua mãe.
Na vida de Jesus e de seus discípulos, a perseguição e a morte, por causa do Reino, seriam uma constante. Entretanto, como estão a serviço do Reino do Pai, podem contar com a vitória, uma vez que os prepotentes jamais prevalecerão.

Salmo 123: Se fizermos uma avaliação da nossa vida em tudo o que nós vivenciamos, 
com certeza, nós também cantaríamos como o salmista: “Se o Senhor não 
estivesse ao nosso lado”...na hora do desespero e da aflição, o que 
teria sido de nós! Muitas vezes também, na hora da tribulação nós temos 
a sensação de que estamos submergindo e que a correnteza tenta nos 
arrastar, porém nós sabemos que o nosso auxílio está no nome do Senhor 
que fez o céu e fez a terra!”.

02a - Pela narrativa do Evangelho nós percebemos que até o Filho de Deus foi 
vítima da articulação de satanás que agiu por meio de Herodes, mas que o 
Plano de Deus para a humanidade se cumpriu apesar dos percalços e 
entraves que o Seu inimigo tentou colocar para desarticula-lo. A 
onisciência e a onipotência de Deus superam as armadilhas do mal, pois 
Ele envia os Seus mensageiros para advertir àqueles que fazem a Sua 
vontade. Por isso, o anjo do Senhor apareceu a José e mandou que ele 
pegasse o menino e sua mãe para fugir da fúria do rei. José obedeceu e 
partiu para o Egito onde permaneceu até a morte de Herodes. Mesmo assim 
as crianças de Belém sofreram as consequências da cólera do rei que 
mandou matar todas as que tivessem de dois anos para baixo. Assim também 
acontece nos nossos dias. O demônio continua tramando e montando 
armadilhas para que os filhos de Deus caiam e se submetam às suas 
investidas, tentando-os e flagelando-os com o pecado. Somente aqueles 
(as) que estão em sintonia com Deus, que obedecem à Sua Palavra e creem 
verdadeiramente em Jesus conseguem se livrar das garras do inimigo. Por 
isso, hoje, vemos tantos jovens com a vida destroçada, tantas famílias 
em desarmonia, guerra, fome, miséria. O pecado devasta o mundo e se não 
tivermos firmados nos ensinamentos evangélicos iremos também sucumbir 
com ele. Hoje também os inocentes pagam o preço da insanidade dos “reis” 
que procuram vítimas para suas frustrações. No entanto, nunca poderemos 
esmorecer, pois o anjo do Senhor está perto e na hora precisa, também 
ele nos dirá: “Levanta-te e vai para o Egito”. O Egito é lugar de 
penúria, de solidão, mas é também lugar de purificação, onde nos 
encontramos conosco mesmos e com Deus, e depois, retornamos para 
encontrar os irmãos.
Oração
Senhor Jesus, apesar das perseguições e da morte que deverei defrontar, ponho-me em tuas mãos e me consagro totalmente ao serviço do teu Reino.

Domingo 29 de Dezembro de 2013

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS
(Branco, Glória, Prefácio do Natal – Ofício da Festa)


Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste último domingo do ano, liturgicamente dedicado à família, queremos celebrar em comunhão com todas as nossas famílias. Podemos definir a família numa frase: “família é relação”. Num sentido pedagógico, do ponto de vista relacional, podemos dizer que a família é a melhor escola de relacionamento humano. Quando as coisas não funcionam bem no berço do relacionamento, que é a família, então a previsão não é boa, com ameaças de relacionamentos tempestuosos para o futuro. Por isso, nesta celebração, nosso olhar se volta para a casa de Nazaré, onde vivia a Sagrada Família. Uma família pobre, gente simples e modesta que enfrentou problemas, assim como grande parte de nossas famílias. Queremos também, neste último domingo de 2013, agradecer a Deus tudo o que vivemos, principalmente as graças e bênçãos que do alto recebemos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Tendo celebrado o nascimento de Cristo, a Igreja comemora hoje a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Nessa família nasceu e cresceu o Verbo de Deus, para um dia assumir sua missão salvadora no mundo. Podemos dizer com segurança que o Amor, vínculo da perfeição, fez da Sagrada Família o modelo do lar cristão. Em Nazaré, a família vivia em torno de Jesus. Da mesma forma deve viver a família cristã. Somente assim poderá experimentar o dom da paz. Rezemos também para que todas as famílias obtenham dos órgãos públicos e dos poderes políticos apoio e incentivo para desempenhar seu papel insubstituível na sociedade.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As características da família descritas nos trechos do Antigo Testamento, sobre as quais se modelavam as nossa famílias patriarcais, eram: a paz, a abundância de bens materiais, a concórdia e a descendência numerosa - sinais da benção do Senhor; a obediência e o amor eram a lei fundamental; essa obediência não era só sinal e garantia de benção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honar a Deus nos pais. A esse tipo de família o cristianismo trouxe um convite a uma contínua vitória sobre si em vista do Reino: São Paulo pede aos esposos e aos filhos cristãos que vivam a vida familiar como se já vivessem na família do Pai Celeste. Apresentando-nos a experiência de Cristo que entra no contexto de uma família humana concreta, o evangelho traça um quadro realista dos reveses e vicissitudes a que está sujeita a vida de uma família. Nem tudo é idílio, paz e serenidade na família: ela passa pelos sofrimentos e dificuldades do exílio e da perseguição; pelas crises do trabalho, da separação, da emigração, do afastamento dos pais, e outras dificuldades. Na Sagrada Família, como em todas as outras, há alegrias e sofrimentos, desde o nascimento até a infância e a idade adulta; ela amadurece através de acontecimentos alegres e tristes para cada um de seus membros.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!



Antífona da entrada: Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16). 



Comentário das Leituras: Honrar pai e mãe é um modo de viver no temor do Senhor, dentro da própria família, dirá a primeira leitura. Viver no Senhor é uma maneira de criar relacionamentos saudáveis dentro de casa, ensinará Paulo, na segunda leitura. Fazer a vontade divina, especialmente quando querem matar a família, é o exemplo que nos vem do Evangelho. Quem assim fizer, será feliz para sempre, cantará o salmista. Com o coração de discípulos, ouçamos as leituras da festa de hoje, buscando em Nazaré a base sólida para a vida digna e respeitosa na família.


Leitura (Eclesiástico 3,3-7.14-17)

Leitura do livro do Eclesiástico.
3 3 Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles.
4 Aquele que ama a Deus o roga pelos seus pecados, acautela-se para não cometê-los no porvir. Ele é ouvido em sua prece cotidiana.
5 Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro.
6 Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração.
7 Quem honra seu pai gozará de vida longa; quem lhe obedece dará consolo à sua mãe.
14 Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida.
15 Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida,
16 e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa;
17 tua casa tornar-se-á próspera na justiça. Lembrar-se-ão de ti no dia da aflição, e teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte.

Salmo responsorial 127/128

Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos!


Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira
ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião
cada dia de tua vida.

Leitura (Colossenses 3,12-21)

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 12 Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.
13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós.
14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.
15 Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.
17 Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
18 Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor.
19 Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza.
20 Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor.
21 Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados.

Evangelho (Mateus 2,13-15.19-23)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua palavra! (Cl 3,15s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar".
14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.
15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei do Egito meu filho".
19 Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse:
20 "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino".
21 José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.
22 Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia
23 e veio habitar na cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: "Será chamado Nazareno".

Comentário ao Evangelho

01 - UMA FAMÍLIA PROVADA
A Sagrada Família de Nazaré, apesar de sua relação privilegiada com Deus, em nada foi poupada dos infortúnios próprios dos seres humanos. Seria enganoso imaginá-la gozando de regalias inacessíveis a qualquer pessoa comum. Talvez, exatamente porque tão intimamente ligada a Deus, tenha sido posta à prova, de maneira tão dura.
Já os fatos inerentes ao nascimento de Jesus comportaram motivos de aflição. É fácil de imaginar quanta angústia acarretaram a concepção misteriosa de Maria, a obrigação de se deslocar para Belém, quando o tempo de dar à luz estava se aproximando, a falta de lugar adequado para o parto e as condições precárias em que o menino Jesus nasceu.
A fuga apressada para o Egito, para escapar da fúria homicida de Herodes, foi mais um sofrimento imposto à Sagrada Família. À perspectiva de morte somava-se a de ver-se obrigada a fugir para o estrangeiro, de maneira imprevista, como também, a de ter de voltar para Israel, a fim de não cair nas garras de Arquelau, sucessor de Herodes, devendo escolher, como lugar de moradia, a humilde e sem importância Nazaré.
A Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas nem por isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus. Sua fidelidade foi continuamente posta à prova. E, na provação, foi se consolidando. Desta forma, tornou-se modelo de família cristã que, experimenta as dificuldades da vida, sem se desviar dos caminhos de Deus.

02 01ª leitura - O autor sagrado nos ensina a cultivar sentimentos de carinho e proteção para com as pessoas mais idosas e nos revela que todo o bem que lhes façamos nunca será esquecido por Deus. A honra e o respeito ao pai e à mãe são os atributos que ele exalta como sendo agradáveis a Deus. A leitura ressalta ainda a recompensa que o Senhor dá a todos os que têm respeito e honram o seu pai e a sua mãe, amparando-os na velhice. Na realidade nós podemos comprovar isto no nosso dia a dia. Os filhos e as filhas que têm zelo e amor pelos seus genitores e os amparam nas suas necessidades têm uma vida repleta de graças e conseguem também manter uma família feliz e equilibrada. O aconchego de uma família unida e feliz vale muito mais do que muitos bens materiais acumulados. Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da lei de Deus e pais e filhos constituem assim a primeira preocupação de Deus para salvar a terra, e nós somos estes mensageiros da reconciliação. A família é o berço, é no berço que a criança é alimentada, cuidada e fortalecida. É a partir de cada família da Terra que o projeto de Deus para o futuro da humanidade se realiza. Por isso é que “A família é a esperança da humanidade” (João Paulo II). Porque é uma Escola onde a humanidade é forjada para enfrentar os desafios da vida e do mundo. Através da Família toda existência humana é orientada para o futuro. E se a família for um lugar seguro onde Deus habita aí então ela terá, com certeza, um futuro abençoado.

O salmista elogia os que têm amor pelo Senhor e seguem os caminhos por Ele traçados. Serão felizes, viverão do trabalho honesto, formarão uma família fecunda e serão abençoados. Todas estas coisas são necessidades básicas do nosso ser humano e se constituem no alicerce para que tenhamos uma vida cheia de paz. Portanto, se refletirmos bem, nós não precisaríamos lutar tanto por tantas conquistas que nunca obteremos, mas tão somente, “temer o Senhor e seguir os seus caminhos!”

02 02ª leitura - O sinal que nós podemos dar ao mundo de que realmente vivemos em consonância com os conselhos evangélicos é, exatamente, fazer um teste se estamos vivenciando a misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência nos nossos relacionamentos. Todas essas virtudes têm como fundamento o amor ao próximo que é o mandamento maior da Lei de Deus. O perdoar, o suportar uns aos outros, a paz nos relacionamentos, a compreensão são uma consequência da vivência do amor por meio das virtudes que estão relacionadas acima. Porém, São Paulo nos exorta também a praticar um amor responsável que sabe ensinar e admoestar ao outro com toda a sabedoria sem omitir-se nas horas da necessidade de correção. Demonstramos também que vivemos segundo os preceitos cristãos quando sabemos ser agradecidos e cantamos louvores ao Senhor pelos Seus benefícios. Finalmente ele dá conselhos úteis aos maridos e às mulheres, aos pais e filhos para que dentro da Lei divina do amor recíproco compartilhem a vida dando espaço uns aos outros para a vivência da paz.

02 Evangelho - Os magos foram atraídos pela estrela e tiveram um encontro pessoal com o Menino Jesus. Assim também quando nós vislumbramos a “estrela” que nos guia até Belém, nós temos uma experiência de salvação. No entanto, precisamos estar preparados, pois aí então, começa a perseguição. O inimigo de Deus está atento e faz todo o possível para nos desviar do caminho que o Senhor traçou para nós. Não precisamos, porém temer! Assim como fez com José e Maria, o Senhor também nos ordena: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito!” Quando nós nos dispomos a fazer a vontade de Deus nós precisamos nos fortalecer em Jesus, com o auxílio da Sua Mãe, Maria, na oração, na penitência, no serviço ao irmão, na meditação da Palavra dando passos concretos. Não podemos ficar parados e inertes esperando a perseguição chegar. Precisamos nos antecipar e acolher todos os avisos que o Espírito Santo nos dá através das suas mensagens. Herodes representa aqui o inimigo de Deus que não se conforma com a nossa libertação. O Egito aqui é lugar de refúgio ou de dificuldade conforme o que o Senhor quer para nós. Jesus começou a ser perseguido, quando ainda era uma criancinha, nós também seremos perseguidos, mas também amparados.
Oração
Pai, que a fidelidade demonstrada pela Sagrada Família de Nazaré seja exemplo para as famílias cristãs, cuja fé é provada em meio a tribulações.

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