domingo, 10 de novembro de 2013

Liturgia da 32ª semana comum Ano Impar


Liturgia da Segunda Feira — 11.11.2013
SÃO MARTINHO DE TOURS - BISPO
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Leitura (Sabedoria 1,1-7)
Leitura do livro da Sabedoria.
1 1 Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração,
2 porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança;
3 com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos.
4 A Sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado;
5 o Espírito Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos insensatos, e a iniqüidade que sobrevém o repelirá.
6 Sim, a Sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus lábios, porque Deus lhe sonda os rins, penetra até o fundo de seu coração, e ouve as suas palavras.
7 Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo, e ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz.
Salmo responsorial 138/139
Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamento,
percebeis quando me deito e quando eu ando,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.
A palavra nem chegou à minha língua
e já, o Senhor, a conheceis inteiramente.
Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Esta verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.
Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.
Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me com firmeza a vossa destra.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Como astros no mundo brilheis, pregando a palavra da vida! (Fl 2,15s)

EVANGELHO ( (Lucas 17,1-6))
17 1 Jesus disse também a seus discípulos: "É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem eles vêm!
2 Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos.
3 Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe.
4 Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: Estou arrependido, perdoar-lhe-ás".
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta-nos a fé!"
6 Disse o Senhor: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: ‘Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá’".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Escândalo, perdão e Fé...
Há nesse evangelho três palavras ou ações, que nos obriga a uma compreensão em sua conjuntura, pois elas estão interligadas e se relacionam, não são palavras soltas e então é melhor falarmos com alguém da comunidade de Lucas, lá dos anos 80 D.C
___Olá querido irmão, nossas comunidades aqui do Terceiro Milênio da Era Cristã te saúdam, desejando Graça e Paz de Jesus Cristo, escute, essas três palavras ou ações que aparecem nesse evangelho, parece que têm de serem refletidas em seu conjunto...
__Claro que sim, senão vocês vão focar a reflexão só na palavra escândalo, na amplitude que ela tem aí no meio de vocês...
___É mesmo, a gente não gosta muito dessa palavra, os pecados de membros do Clero, ligados a questão da pedofilia ou abusos sexuais, acaba com a imagem da nossa Igreja...
___Aí é que está... A questão colocada pelo Mestre é bem mais profunda do que uma indignação diante de eventuais escândalos de membros da igreja, aqui se fala de um escândalo que tem o efeito de uma implosão, isso é, dentro da comunidade, matando principalmente os pequenos...
___Mas esse é pior do que os escândalos divulgados pela Mídia, quando acontecem?
___Nossa! São bem mais graves e de efeito terrível. Vamos pegar a questão do perdão, por exemplo, que o evangelho enfatiza. Há uma compreensão errônea de que o perdão deve ser dado uma só vez...
___Ué? E não é isso? A pessoa o procura, pede perdão, você perdoa a ofensa e "Já Elvis".
___Será que é tão fácil assim? E depois o que acontece quando os dois se encontram em uma celebração ou em uma reunião...
___Ah... A gente fica se remoendo, lembrando da mágoa que a pessoa nos causou, isso nos deixa sempre "armados" contra ela, é verdade que já perdoamos porém, a relação fica estremecida, não há como negar...
___Pois é, então não houve perdão coisa nenhuma! Não há convivência tranqüila, diálogo, amizade, comunhão de vida... Perdoar é refazer a relação rompida, que acontece em cada encontro com aquele que perdoamos, é abrir um sorriso, é saudá-lo com alegria, é chamá-lo de meu irmão, e assim em cada encontro desses o perdão dado se renova e vai sendo confirmado com as nossas atitudes amistosas e fraternas...
___Xi mermão! Então a coisa é muito complicada pois a gente não esquece da mágoa e fica se remoendo cada vez que está diante daquele que nos ofendeu, mesmo depois de perdoado
___Pois é, tens razão nesse argumento, mas é esse o perdão que o Mestre ensinou, e que não é impulsionado pela carne, mas pelo Espírito Santo na Força da Fé, pois sem ela, as relações estremecidas não se refazem e o nosso amor pelo outro é uma grande mentira.
___Ah... Agora entendi porque Jesus falou "Se tivésseis fé, ainda que pequenina como um grão de mostarda, direis a esta amoreira, arranca-te daqui e te plantes ao mar, e ela vos obedecerá....
___Exatamente, as mágoas e ressentimentos, rancores forma esse emaranhado, como a raiz de uma amoreira, dentro do nosso coração, somente a força da Graça de Deus, que age pela nossa Fé, é que consegue arrancar o mal enraizado em nós...
___Êita meu irmão, se é isso, concluo que as coisas aí na sua comunidade, não estavam lá muito boas, tinha irmãos e irmãs se odiando, e com essas brigas e falta de amor, os pequenos iniciantes na caminhada da Fé, vão mesmo desanimando por desacreditarem o amor fraterno e cristão...
___Pronto! É isso, a reflexão se fecha assim, e aí nas comunidades cristãs do seu tempo, está tudo beleza? Sem escândalos, vivendo-se o amor que perdoa a tudo e a todos, na força da Fé?...
___Ah mermão, tem muita pedra de moinho por aí?  Então, manda um caminhão para cá...
2. A falta de perdão, de misericórdia,é pedra de tropeço
O escândalo é pedra de tropeço, é obstáculo que dificulta ou que impede de prosseguir um caminho. Jesus alerta contra o escândalo provocado intencionalmente e que desestimula os membros da comunidade a permanecerem fiéis.
A falta de perdão ou a recusa dele, a falta de misericórdia, é pedra de tropeço, é escândalo, pois é incompatível com uma vida que se pretenda cristã. A Igreja como Comunidade dos reconciliados deve ser marcada pela disposição permanente ao perdão: “Se teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se arrepender, perdoa-lhe…” (v. 3). Não se trata de uma atitude, mas de um modo de viver (cf. v. 4).
É a fé que nos enraíza em Deus e que nos faz viver segundo o Espírito. Em razão do dinamismo próprio da ação do Espírito em nós, a fé possibilita viver o que, aos olhos do mundo, poderia parecer impossível – perdoar e ser perdoado. A fé não é mensurável, basta crer!
ORAÇÃO
Pai, concede-me uma fé robusta que me predisponha ao perdão e me previna contra as atitudes que possam levar meu semelhante a se afastar de ti.
3. RECONCILIAÇÃO E PERDÃO
A comunidade cristã não é feita de pessoas santas ou incapazes de pecar. Pelo contrário, comporta, entre seus membros, gente afetada pelo egoísmo e sempre disposta a romper os laços fraternos, que mantém a unidade entre os cristãos. Uma comunidade esfacelada é o pior contratestemunho do Reino que possa existir. É uma declaração tácita de que o amor é impraticável, e a força do egoísmo, inexorável.
Daí a exigência de o cristão se predispor, continuamente, a refazer os laços rompidos. Capitular seria um gesto anticristão, incompatível com as exigências do Reino.
A reconstrução da comunidade cindida pela inimizade processa-se num duplo movimento: o reconhecimento do pecado, por parte de quem ofende o irmão, e a oferta de perdão, por parte de quem foi ofendido. É uma questão de boa vontade e de se deixar mover pela graça.
Quem peca, deve ter consciência de suas faltas e das conseqüências negativas para a comunidade. O passo seguinte consiste em ser capaz de declarar-se arrependido e pedir perdão. É preciso ter a humildade de refazer este mesmo caminho, quantas vezes forem necessárias.
Quem foi vítima da ofensa alheia, deve estar sempre pronto a perdoar, sem conservar ressentimento ou rancor no coração. Reconhecendo que o pecado resulta da fraqueza humana, terá para com o pecador arrependido a mesma paciência de Deus.
Oração
Espírito de reconciliação, mantenha meu coração aberto tanto para pedir perdão, quanto para oferecê-lo a quem tiver ofendido.
Liturgia da Terça-Feira
SÃO JOSAFÁ - BISPO E MÁRTIR
( VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.
Leitura (Sabedoria 2,23-3,9)
Leitura do Livro da Sabedoria.
2 23 Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza.
24 É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão.
3 1 Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará.
2 Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça.
3 E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz!
4 Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era portadora de imortalidade,
5 e por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, porque Deus, que os provou, achou-os dignos de si.
6 Ele os provou como ouro na fornalha, e os acolheu como holocausto.
7 No dia de sua visita, eles se reanimarão, e correrão como centelhas na palha.
8 Eles julgarão as nações e dominarão os povos, e o Senhor reinará sobre eles para sempre.
9 Os que põem sua confiança nele compreenderão a verdade, e os que são fiéis habitarão com ele no amor: porque seus eleitos são dignos de favor e misericórdia.
Salmo responsorial 33/34
Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo!
Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!
O Senhor pousa seus olhos sobre os justos,
e seu ouvido está atento ao seu chamado;
mas ele volta a sua face contra os maus,
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta
e de toda as angústias os liberta.
Do coração atribulado ele está perto
e conforta os de espírito abatido.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra, e meu Pai o amará e a ele nós viremos (Jo 14,23).

EVANGELHO ( (Lucas 17,7-10))
Naquele tempo, disse Jesus: 17 7 "Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá: ‘Vem depressa sentar-te à mesa?’
8 E não lhe dirá ao contrário: ‘Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu?’
9 E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação?
10 Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer’".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Formação da Comunidade
Parece que nas comunidades de Lucas havia agentes de pastoral, ministros, coordenadores e cooperadores, que estavam querendo agradecimento pelo trabalho que faziam. Tinha um que dizia assim "Ingratos, fiz tanto por essa comunidade, e nunca me deram um presente sequer, nem um muito obrigado". Outros mais otimistas pensavam "Faço muito por essa comunidade, com a melhor das boas intenções, espero que algum dia alguém reconheça a minha dedicação e amor".
Havia ainda os daquele tipo "Donos do Pedaço", que pensavam: "Nossa como sou importante nessa comunidade, até o Padre me respeita e pede a minha opinião, o pessoal da pastoral não sai da porta da minha casa, parece que sem eu a coisa não funciona, claro que o pessoal gosta muito de mim e isso é uma forma de agradecer pelos incontáveis serviços que já prestei e ainda continuo prestando a eles, por isso ninguém me contraria e todos acatam o que eu falo, acho que sou líder nato, é carisma e dom que recebi..."
Naquele tempo tinha muitos servos e servas inúteis, fazendo o que simplesmente deveriam fazer, mas em compensação arrotando vantagens, esnobando talentos, buscando elogios, apoio e prestígio. Mas isso não seria tão grave se a coisa não voltasse até contra Deus.
"Deus é testemunha do quanto eu amo esta comunidade e faço por ela, por isso sou abençoado e não acontecem desgraças na minha vida, como o vizinho aí do lado, que nunca pôs os pés na igreja".
E finalmente o tipo inconformado "Olha Deus, que decepção, me doei tanto para a comunidade e agora o Senhor me manda essa doença? Dei ao Senhor os melhores anos da minha vida e é isso que ganho em retribuição? Se soubesse disso, teria caído na gandaia e aproveitado a vida" ( Esse aqui acha que não aproveitou a vida, porque trabalhou o tempo todo na comunidade).
Bom, enfim eis aí o evangelho de hoje, que mostra as avessas do que fazemos, pensamos e somos, em servir os irmãos com o nosso carisma, fazendo o melhor e dar o melhor de si, é servir o próprio Jesus que está nele, e então o nosso servir, que aparentemente parece um grande altruísmo, nada mais é do que gratidão, pela entrega total de sua vida na cruz do calvário. Devemos tudo a Ele, e não o contrário...
O qualificativo INÚTIL, empregado nesse evangelho, justifica-se porque, quando se espera recompensa, gratidão ou qualquer outra coisa das pessoas a quem servimos, a ação prestada não serviu para NADA, pois todos os nossos carismas e talentos não nos pertencem mas sim a Deus, e daí, aplica-se um velho e conhecido ditado: Só estamos fazendo favor, com o chapéu alheio...
2. A gratuidade do serviço
“Somos simplesmente servos…” (v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: “Somos servos inúteis!”. Se o fôssemos, por que Deus nos chamaria ao seu serviço? A questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos homens. Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um trabalho a ser feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf. At 1,8). Em segundo lugar, a expressão “Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer” diz respeito à gratuidade do serviço.
A recompensa do apóstolo é Deus mesmo, seu verdadeiro salário é ser admitido como operário na vinha do Senhor. Quem é enviado não tem nenhum direito sobre Deus nem sobre seus semelhantes. A gratuidade exige não só não buscar recompensa, mas renunciar ao prestígio e à segurança pessoal. Deus é sua força e proteção.
ORAÇÃO
Pai, reconhecendo-me servo inútil, quero esforçar-me para ser justo e misericordioso. Somente assim serei agradável a ti.
3. O CUMPRIMENTO DO DEVER
O discípulo é constituído para o serviço do Reino. É na vocação de servidor que se realiza e encontra um sentido para sua vida. Sua alegria consiste em entregar-se, sem reservas, à missão recebida, sem nada exigir. Basta-lhe a consciência do dever cumprido.
Jesus desenvolveu este tema, servindo-se de uma parábola baseada nos costumes da época. A inescrupulosa atitude do senhor, em relação a seu servo, justificava-se na sociedade de então. A falta de um contrato de trabalho, em que se estipulava o limite de horas de trabalho diário e se reconhecia as horas extras, possibilitava aos senhores explorar, ao máximo, os seus empregados.
Por outro lado, o escravo era propriedade de seu dono, portanto, sem qualquer direito. Tudo quanto fizesse, por mais duro e esgotante que fosse, restava-lhe somente dizer: "Cumpri apenas meu dever!"
Aplicado ao Reino, a lição funciona assim: se o escravo, serve por obrigação, submete-se a todos os caprichos de seu patrão, resigna-se ao pensar que faz o seu dever, quanto mais o discípulo do Reino, cuja opção é livre, está a serviço de um Pai misericordioso, e tem como obrigação somente praticar o amor e a justiça? Por mais que tenha feito, cabe-lhe dizer: "Sou um empregado inútil, fiz apenas o que era minha obrigação!" É se dá por satisfeito por estar a serviço do amor.
Oração
Espírito que estimula a cumprir o dever, que o serviço ao Reino, embora duro e exigente, seja para mim motivo de alegria e realização.
Liturgia da Quarta-Feira
XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).
Leitura (Sabedoria 6,1-11)
Leitura do livro da Sabedoria.
6 1 Ouvi, pois, ó reis, e entendei; aprendei vós que governais o universo!
2 Prestai ouvidos, vós que reinais sobre as nações e vos gloriais do número de vossos povos!
3 Porque é do Senhor que recebestes o poder, e é do Altíssimo que tendes o poderio; é ele que examinará vossas obras e sondará vossos pensamentos!
4 Se, ministros do reino, vós não julgastes eqüitativamente, nem observastes a lei, nem andastes segundo a vontade de Deus,
5 ele se apresentará a vós, terrível, inesperado, porque aqueles que dominam serão rigorosamente julgados.
6 Ao menor, com efeito, a compaixão atrai o perdão, mas os poderosos serão examinados sem piedade.
7 O Senhor de todos não fará exceção para ninguém, e não se deixará impor pela grandeza, porque, pequenos ou grandes, é ele que a todos criou, e de todos cuida igualmente;
8 mas para os poderosos o julgamento será severo.
9 É a vós, pois, ó príncipes, que me dirijo, para que aprendais a Sabedoria e não resvaleis,
10 porque aqueles que santamente observarem as santas leis serão santificados, e os que as tiverem estudado poderão justificar-se.
11 Anelai, pois, pelas minhas palavras, reclamai-as ardentemente e sereis instruídos.
Salmo responsorial 81/82
Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!
“Fazei justiça aos indefesos e aos órfãos,
ao pobre e ao humilde absolvei!
Libertai o oprimido, o infeliz,
da mão dos opressores arrancai-os!”
Eu disse: “Ó juízes, vós sois deuses,
sois filhos todos vós do Deus Altíssimo!
E, contudo, como homens morrereis,
caireis como qualquer dos poderosos!”
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em tudo Dai graças, pois esta é a vontade de Deus para convosco, em Cristo o Senhor (1Ts 5,18),

Evangelho (Lucas 17,11-19)
17 11 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia.
12 Ao entrar numa aldeia, vieram ao encontro de Jesus dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando:
13 “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”
14 Jesus viu-os e disse-lhes: “Ide, mostrai-vos ao sacerdote”. E quando eles iam andando, ficaram curados.
15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz.
16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano.
17 Jesus lhe disse: “Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?
18 Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!”
19 E acrescentou: “Levanta-te e vai, tua fé te salvou”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A FÉ COR DE CINZA
Às vezes entre os próprios cristãos há uma anedota de que, para a pessoa ser crente, tem que ser direita, séria, a Fé nesse caso é avaliada pelas atitudes, deixou de fumar, de beber, de levar uma vida devassa, dizem que a pessoa então, virou crente, e qualquer não participação da mesma, em algo que signifique diversão e descontração, lá vem alguém com a piadinha desrespeitosa: “ Esse aí virou crente”...
Penso que ter uma nova atitude, a partir do momento em que se encontrou Jesus Salvador, e o proclama-se Senhor da nossa Vida e da nossa História, é válida e deve ser respeitada, principalmente em meio a uma sociedade marcada pelo ateísmo.
Essa Fé cor de cinza que eu quero aqui abordar, vai além dessas aparências que possam sinalizar uma vivência cristã na vida das pessoas. É exatamente a Fé daqueles nove leprosos que não voltaram, recebendo a crítica do evangelista Lucas nesse evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum.
Provavelmente em nossas igrejas cristãs, nos sentiremos exortados por essa palavra, para que tenhamos sempre a atitude do Leproso que voltou para dar glória a Deus, pelo dom da sua cura. Certamente muitos pregadores irão dar enfoque à virtude da gratidão, dizendo que diante de Deus devemos ser gratos, no que não estão errados, no fundo a mensagem seria mesmo essa. Mas tenho como proposta fazer uma reflexão ainda mais profunda, válida para todos os que se declaram e se sentem cristãos: qual a diferença entre os nove que não voltaram, e aquele que voltou?
Até o momento em que encontraram Jesus, eles eram exatamente iguais, vítimas da mesma desgraça, a lepra, uma doença que acabava com a alegria de viver, porque o homem, longe do seu semelhante, isolado de seus irmãos, se transforma em um “Bicho Triste”. Banido da sociedade, da família e da comunidade.
O texto não fala que um suplicou mais do que o outro, ou que um gesticulou, ou ficou de cabeça baixa, ou que alguém entre eles, se ajoelhou, simplesmente pararam á distância e clamaram por misericórdia. Vendo-os Jesus disse “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”. Até aqui, portanto, nenhuma diferença, tudo exatamente igual, mas aconteceu que enquanto caminhavam ficaram purificados... aqui começa a diferença de atitudes... e a Fé começa a ter uma cor.
Os dez se deram conta de que algo de extraordinário tinha acontecido com eles, a partir daquele momento não eram mais leprosos, poderiam voltar de imediato ao convívio dos familiares, dos amigos, e da comunidade, acabou-se a confinação, o isolamento, a vidinha triste do acampamento de Leprosário, se tinham esposas ou mães e pais, irmãos e irmãs, quem sabe alguma noiva, tudo havia agora se renovado, a vida recomeçava com um horizonte novo e promissor. A cura não era mais uma promessa, mas realidade palpável e concreta, pele limpa, mãos e rosto intacto e sem deformações monstruosas. Podiam comemorar e extravasar toda alegria presentes na alma e no coração.
Com certeza, os dez sentiram naquele momento toda essa euforia , entretanto, na comemoração, só um deles teve a ousadia de “extrapolar”, não havia como deixar fora desse clima de Festa, Aquele que realizara tal prodígio, seria impensável para ele, prosseguir o caminho sem antes festejar a cura com aquele que o havia curado, mas junto com a alegria também o sentimento de gratidão,Simplesmente porque acaba de ser curado. Não damos glória a Deus porque somos bons cristãos, praticantes da religião, cumpridores das obrigações cristãs, mas damos Glória a Deus, porque o seu Amor é grandioso e infinito, e em Jesus o Filho de Deus, já podemos sentir esse amor extremamente misericordioso.
Imagino que no caminho de volta esse homem fez a maior festa, cantando, dançando, dando murros no ar para extravasar a sua incontida alegria. A sua Fé tinha a cor da alegria, era uma Fé contagiante, marcada antes de tudo pelo encanto que começara a sentir pela pessoa de Jesus, por isso o Senhor irá lhe dizer “Vai, a tua Fé te salvou”. Os outros nove continuaram curados da lepra, mas este estrangeiro acabara de descobrir que somente Jesus, Salvador e Redentor consegue dar um sentido novo á nossa vida, somente ele é a razão de se viver.
Provavelmente procurou o Sacerdote, representante da Instituição, que iria apenas confirmar aquilo Jesus realizara em sua vida, o verdadeiro rito manifesta aquilo que é essencial, sinalizando o agir Divino.
Em todos os domingos, nós cristãos temos um encontro privilegiado com Jesus em nossas comunidades, sua palavra nos encanta e a Ceia Eucarística que é o seu Corpo e Sangue, passa a fazer parte do nosso Ser Existencial, O Mistério da Força da Eucaristia nos desinstala de nós mesmos, nos leva a buscar a comunhão com as pessoas que nos cercam e com quem convivemos na Comunidade, na Família e na Sociedade.
Qual a cor da Fé que manifestamos em nossas celebrações? Se for a do rito formal de uma liturgia “quadrada” que sufoca em nós a alegria de manifestar o amor de Deus, se for a de um formalismo religioso vivido em uma igreja das obrigatoriedades e preceitos, ela será sempre CINZA como a dos nove Leprosos, que preocupados com o aspecto legalista da relação com Deus, esqueceram ou não quiseram comemorar com Aquele que é a causa, a razão e o sentido desta Vida Nova que nos libertou da tristeza do pecado.
Fé que se fecha em nossas igrejas, não irradia alegria de ser amado, e não contagia as pessoas com quem convivemos, será sempre cor de CINZA, e nossas celebrações serão sempre enfadonhas, monótonas, não vemos a hora de acabar, para voltar ao Leprosário do nosso egoísmo, do mundinho religioso que inventamos, onde nada mais enxergamos além do próprio umbigo. Essa Fé não salva e nem cura ninguém, nem a nós mesmos...
2. Sopro de Deus que faz viver
O evangelho de hoje é a cura de dez leprosos por Jesus, entre os quais um samaritano, um estrangeiro, o único que retorna a Jesus para agradecer. Nós já conhecemos a situação dos leprosos e como, mesmo do ponto de vista religioso, eles eram desprezados e excluídos da graça de Deus (ver: Lv 13,45-46; Nm 12,9-13). “Dez” era o número dos leprosos que gritam implorando compaixão (cf. vv. 12-13). Não há nenhum gesto, somente a palavra de Jesus foi suficiente para purificá-los. É uma palavra que é e comunica o Sopro de Deus que faz viver; palavra eficaz, pois, “enquanto estavam a caminho, aconteceu que ficaram curados” (v. 14). “Dez” é um número que simboliza a totalidade de um povo. Todo um povo é visitado pela graça de Deus.
A cura da lepra é um dos sinais dos tempos messiânicos (cf. 7,22-23). A salvação da qual Jesus é portador é oferta a todos. Mas, se os dez foram beneficiados pela Palavra do Senhor, por que somente o samaritano reconheceu e retornou para agradecer? “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” (v. 17). Somente o samaritano, considerado herético pelos judeus, é que retornou cumprindo a missão de Israel (cf. Sl 96[95],1-3).
O texto interpela o leitor do evangelho: quão difícil é reconhecer o Reino de Deus que se aproxima. O que é necessário fazer ou cultivar para que não percamos a oportunidade de reconhecer o tempo em que somos visitados?
ORAÇÃO
Pai, que o meu coração, repleto de fé, reconheça Jesus como a mediação de todas as graças e favores que recebo de ti.
3. SENTIMENTO DE GRATIDÃO
O reconhecimento e a gratidão são sentimentos nobres de quem sabe acolher como dom os benefícios recebidos de Deus. Apesar de serem tantas as pessoas beneficiadas por seus milagres, Jesus estava atento para este aspecto. Não lhe passava despercebida a reação de quem se via curado por obra de seu amor misericordioso.
Por ocasião da cura de dez leprosos, só um teve a gentileza de voltar para agradecer a Jesus. E era um samaritano, portanto, um estrangeiro, na mentalidade dos judeus. A gratidão brotou de um excluído e desprezado como pagão. Só ele foi capaz de glorificar a Deus, cujo Reino se fez presente em sua vida pela ação de Jesus.
O gesto de adoração do samaritano, prostrado com o rosto em terra, aos pés do Mestre, demonstrou a consolidação de sua fé naquele, a quem recorrera com tanta confiança. E foi salvo pela fé.
O que se passou com os outros nove curados? Por que não voltaram para agradecer o dom da cura, que lhes permitiu reconquistar o direito de cidadania? Talvez, se tivessem esquecido de que haviam recebido um dom totalmente gratuito, ou pensassem que Jesus havia feito simplesmente sua obrigação. Logo, não era necessário voltar para agradecer-lhe.
É a ingratidão de quem, sendo agraciado com os benefícios divinos, permanece fechado aos apelos do Reino de Deus.
Oração
Senhor Jesus, quero ter um coração agradecido, que saiba reconhecer tantos benefícios que eu, sem mérito algum, recebo, cada dia, de ti.
Liturgia da Quinta-Feira
XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE - OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).
Leitura (Sabedoria 7,22-8,1)
Leitura do livro da Sabedoria.
7 22 Há nela, com efeito, um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo,
23 livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo, que penetra em todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis.
24 Mais ágil que todo o movimento é a Sabedoria, ela atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza.
25 Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da glória do Todo-poderoso; assim mancha nenhuma pode insinuar-se nela.
26 É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade.
27 Embora única, tudo pode; imutável em si mesma, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em geração nas almas santas e forma os amigos e os intérpretes de Deus,
28 porque Deus somente ama quem vive com a sabedoria!
29 É ela, com efeito, mais bela que o sol e ultrapassa o conjunto dos astros. Comparada à luz, ela se sobreleva,
30 porque à luz sucede a noite, enquanto que, contra a Sabedoria, o mal não prevalece.
8 1 Ela estende seu vigor de uma extremidade do mundo à outra e governa todas as coisas com felicidade.
Salmo responsorial 118/119
É eterna, ó Senhor, vossa palavra!
É eterna, ó Senhor, vossa palavra,
ela é tão firme e estável como céu.
De geração em geração, vossa verdade
permanece como a terra que firmastes.
Porque mandastes, tudo existe até agora;
todas as coisas, ó Senhor, vos obedecem!
Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina,
ela dá sabedoria aos pequeninos.
Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo
e ensinai-me vossas leis e mandamentos!
Possa eu viver e para sempre vos louvar;
e que me ajudem, ó Senhor, vossos conselhos!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a videira verdadeira e vós sois os ramos; um fruto abundante vós haveis de dar (Jo 15,5).

EVANGELHO (Lucas 17,20-25)
Naquele tempo, 17 20 os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: “O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo”.
21 Nem se dirá: “Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós”.
22 Mais tarde ele explicou aos discípulos: “Virão dias em que desejareis ver um só dia o Filho do Homem, e não o vereis.
23 Então vos dirão: ‘Ei-lo aqui; e: Ei-lo ali’. Não deveis sair nem os seguir.
24 Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia.
25 É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Reino de Deus está no meio de vós
Os Fariseus viviam perguntando a Jesus quando é que o Reino de Deus viria, esta é também uma pergunta que todos nós nos fazemos. Quando o Reino vai acontecer? Isto é, quando o Ser humano vai criar juízo e converter-se para acabar com as guerras, intrigas, ódios, divisões de classes, desigualdades sociais, violência, questão das drogas, reestruturação das Famílias, ladroeira e corrupção dos nossos ilustres políticos. Bom... Que ninguém fique decepcionado, mas eu diria que NUNCA, pelo menos não nesta vida...
Esta afirmação desanima qualquer um, então, porque lutar, acreditar no Bem, ser seguidor de Jesus Cristo, Membro da igreja, não seria melhor "jogar a toalha"? Então agora vem a Boa Notícia que Jesus dá aos Fariseus e a todos nós deste terceiro milênio "O Reino de Deus já está entre vós!" Isso é, há uma realidade invisível bem no coração de cada ser humano, um pouquinho de esperança sendo gestada no silêncio de cada um de nós: eis aí o Reino de Deus, invisível e insignificante (quem vai acreditar em algo que não se vê?) nesse mundo do Consumismo e imediatismo, onde as pessoas são induzidas a ser feliz aqui e agora?
Mas o Reino está aí, mataram a Jesus de Nazaré e pensaram tê-lo destruído, mas no meio da tragédia da sua morte, o Reino tomou mais força, nasceu frágil na comunidade primitiva, tentaram destruí-lo matando os seguidores de Jesus na arena, para ser comido pelos leões, mas novamente o Reino de Deus, renasceu do sangue dos nossos mártires e cresceu forte.
Com o passar do tempo, as forças contrárias bombardearam o Reino, e até dentro da igreja o mal se infiltrou para combater o Reino, mas a cada investida das forças do mal, o Reino se refaz na Ressurreição do Senhor, e já se passaram três milênios de história. O Reino de Deus não surge e nem se manifesta nos grandes triunfos, ou feitos heróicos e prodigiosos, mas dos fracassos da vida do homem, parece que Deus ajunta os cacos e vai nos refazendo, nos moldando como um Oleiro, o Reino é feito de Esperanças e sonhos, que um dia serão todos realizados, o Mal não conseguirá detê-lo.
O outro recado do evangelho, é não confundir o Reino com as instituições humanas, sejam elas Religiosas, Sociais ou Políticas, quando muito, as ideologias de cada instituição pode estar em sintonia com alguns valores do Reino, mas não SER o Reino, nem mesmo e muito menos as religiosas, a Igreja é sinal e expressão do Reino de Deus, que um dia Jesus inaugurou no meio dos homens, mas não é a Dona exclusiva do Reino.
Ele não está nas Estruturas humanas, mas no mais íntimo de cada homem e mulher, as instituições passarão, mas o Reino é Perene e um dia se tornará visível e definitivo. Jesus Cristo é o Reino e por isso ele afirmou "O Reino de Deus está no meio de vós". Os Fariseus, só conseguiam ver o reino nas instituições, sonhos e esperanças humanas, que o vento das ilusões irá carregar para bem longe. Estar no Reino e acreditar Nele, é sonhar e esperar com Deus presente em Jesus, é se permitir que em nossas fragilidades humanas Deus vá edificando o Reino que Jesus plantou em nós com a sua Salvação que nos trouxe a Graça.
2. A vinda do Reino de Deus é surpreendente
Nosso trecho tem dois destinatários: os fariseus (v. 20) e os discípulos (v. 22). Perguntar a Jesus sobre a chegada do Reino de Deus (cf. v. 20) é ignorar a sua presença já no meio deles (cf. v. 21). O Reino de Deus já foi comparado por Jesus a uma semente de mostarda que um homem lança na terra, ou a um pouco de fermento que uma mulher põe na massa.
Daí que procurar o Reino de Deus num fato extraordinário é perder a oportunidade de reconhecê-lo presente em Jesus. O Reino de Deus não se identifica com nenhuma realidade terrena, mas está presente em tudo, pois ele perpassa toda a realidade humana. Não se trata de uma percepção ótica (v. 22); ele precisa ser discernido.
A presença viva do Reino de Deus é o “Filho do Homem” no “seu dia” (v. 24), menção à sua Ressurreição (cf. v. 25). A vinda do Reino de Deus é surpreendente, escapa a qualquer previsão ou cálculo. Ao discípulo cabe estar preparado para acolhê-lo.
ORAÇÃO
Pai, abre meus olhos para que eu possa perceber, na pessoa e no ministério de Jesus, a presença de teu Reino na nossa História. E, reconhecendo-o, eu me deixe guiar por ele.
3. A MANIFESTAÇÃO DO REINO
No tempo de Jesus, eram fortes as expectativas do fim do mundo e da manifestação de Deus na história humana. A dominação estrangeira já se tornara insuportável. A falta de liberdade, certas atitudes abusivas das autoridades romanas, e o cansaço pela espera do fim geravam uma febre escatológica. Acabava-se por ver o Messias, em toda parte.
Certos grupos, de caráter apocalíptico, iam além. Chegavam a estabelecer calendários, calcular datas, determinar sinais indicativos da consumação dos tempos. É possível que suas descrições aterradoras de guerras, fome e pestes acabassem por gerar um clima de terror no coração das pessoas.
Os fariseus, por sua vez, pregavam o caminho da estrita observância da Lei e a penitência como a forma de melhor preparar-se para a chegada do Messias. Os essênios segregaram-se no deserto, às margens do Mar Morto, formando uma comunidade continuamente voltada para as purificações rituais, à espera do Messias vindouro.
Jesus procurou libertar os discípulos deste escatologismo inútil.
Em primeiro lugar, porque o Reino de Deus já estava presente na história humana, na ação do Filho de Deus. Em tudo quanto fazia ou pregava, era o próprio Deus interpelando a humanidade. Em segundo lugar, porque, por ocasião da segunda vinda do Messias, todos haveriam de dar-se conta de sua chegada. Por conseguinte, qualquer preocupação a este respeito seria desnecessária.
Oração
Espírito de serenidade, diante da expectativa do Senhor que vem, mantém-me sereno, empenhado em viver o amor.
Liturgia da Sexta-Feira
XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).
Leitura (Sabedoria 13,1-9)
Leitura do livro da Sabedoria.
13 1 São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras.
2 Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo.
3 Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez estas coisas.
4 Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte;
5 pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor.
6 Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando Deus e querendo encontrá-lo:
7 vivendo entre suas obras, eles as observam com cuidado, e porque eles as consideram belas, deixam-se seduzir pelo seu aspecto.
8 Ainda uma vez, entretanto, eles não são desculpáveis,
9 porque, se eles possuíram luz suficiente para poder perscrutar a ordem do mundo, como não encontraram eles mais facilmente aquele que é seu Senhor?
Salmo responsorial 18A/19
Os céus proclamam a glória do Senhor!
os céus proclamam a glória do Senhor,
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite essa mensagem,
a noite à noite publica essa notícia.
Não são discursos nem frases ou palavras,
nem são vozes que possam ser ouvidas;
seu som ressoa e se espalha em toda a terra,
chega aos confins do universo a sua voz.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28).

EVANGELHO (Lucas, 17,26-37)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17 26 “Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem.
27 Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos.
28 Também do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot. Os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam.
29 No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminou todos eles.
30 Assim será no dia em que se manifestar o Filho do Homem.
31 Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa não desça para os tirar; da mesma forma, quem estiver no campo não torne atrás.
32 Lembrai-vos da mulher de Lot.
33 Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, encontrá-la-á.
34 Digo-vos que naquela noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado;
35 duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada.
36 Dois homens estarão no campo: um será tomado e o outro será deixado”.
37 Perguntaram-lhe os discípulos: “Onde será isto, Senhor?” Respondeu-lhes: “Onde estiver o cadáver, ali se reunirão também as águias”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O verdadeiro sentido do que somos e fazemos
Como um rio, que no final do seu percurso, mergulha no infinito do mar, assim também, cada homem na caminhada de sua existência, segue para um encontro pessoal com DEUS. Muitos pensam em um terrível acerto de contas, outros já pensam que estão condenados, mas também há os que não conhecem, ou fingem não conhecer a DEUS e vivem esta vida fazendo um monte de coisas, que em si mesmas, não tem nenhum sentido.
Imaginemos alguém que trabalha por trabalhar, casou-se apenas por casar, ou então em um time de futebol, joga por jogar, tanto faz o time perder ou ganhar, não têm estímulo, entusiasmo, empenho e vibração, um homem máquina, que nada sente e nem se relaciona com os outros, esse é o tal que vive apenas por viver… Esse relativismo é muito influente nos dias de hoje, causa primeira de tantas angústias, depressões e suicídios, pois a monotonia do fazer, sem saber o porquê, e qual a razão do nosso ser, nos mata, aos pouquinhos, todo dia.
Este Evangelho, que apresenta uma linguagem apocalíptica, não quer nos aterrorizar diante de DEUS, muito ao contrário, quer nos despertar a consciência de que, sem DEUS a nossa existência será sempre vazia e sem sentido. Não há sentido no viver e muito menos no morrer, a vida é um absurdo, se não descobrirmos que o fim último de todos nós é DEUS.
Nas entrelinhas do texto, refletido, há uma mensagem belíssima: temos que estar permanentemente preparados para esse encontro com DEUS, contudo, não é um encontro, somente no pós-morte, mas em nosso dia a dia, nos encontramos com DEUS, se estivermos de coração aberto e já tivermos feito em SUA Graça, a descoberta de que é ELE a razão de ser e o sentido de tudo o que somos e fazemos.
O encontro definitivo na pós-morte, será só uma conseqüência das escolhas e decisões que tomarmos no dia a dia, onde A Fé em JESUS CRISTO deve ser sempre O Fiel da Balança da nossa vida.
2. Buscar primeiro o Reino de Deus
A excessiva preocupação com questões relativas à vida de cada dia e com o bem-estar pode não só nos distanciar das coisas do céu, como também fazer prescindir do próprio Deus ou até ignorar sua presença. A história do tempo de Noé e Ló serve para ilustrar esta situação e interpelar os discípulos a que mantenham a vida referida a Deus.
A fé em Deus exige uma vida conforme a sua vontade. A vida de quem crê deve ser a expressão da fé que ele professa e do Deus em quem ele põe a sua esperança e confiança. O principal é buscar o Reino de Deus, que antecede todas as coisas, e por Deus o necessário é dado (ver: Lc 12,22-31).
ORAÇÃO
Pai, dá-me suficiente sensatez para não buscar segurança e salvação nos bens deste mundo, pois só as encontro junto de ti, na obediência fiel à tua vontade.
3. UM PERIGOSO TORPOR
Esperar é sempre cansativo. Quanto mais a espera de algo cujo dia e hora são desconhecidos. Assim se passa com a segunda vinda de Jesus. Ele mesmo recusou-se a abordar este assunto. Certa vez, dissera: "O dia e a hora ninguém sabe, nem os anjos do céu nem sequer o Filho, mas somente o Pai". Para ele, o importante era entregar-se ao serviço do Reino, deixando de lado as preocupações apocalípticas.
Entretanto, a espera prolongada acabou gerando um perigoso torpor no coração dos cristãos. Perigoso por correrem o risco de ser surpreendidos. O desconhecimento do dia e da hora não podia justificar uma vida incompatível com a condição de discípulo do Reino.
Dois exemplos do passado serviram de parábola para o presente. Por ocasião do dilúvio, apesar das admoestações divinas, a humanidade insistiu no seu caminho de iniqüidade, até que veio o castigo. Fato semelhante aconteceu quando da destruição de Sodoma. Contaminados pelo pecado, seus habitantes viveram na insensata ilusão das orgias. Seu fim foi a destruição pelo fogo.
Por nenhum motivo o discípulo de Jesus pode bandear-se para o pecado como se sua atitude fosse sem conseqüências. Afinal, o julgamento divino antecipa-se, e acontece no dia-a-dia, vivido na fidelidade a Deus e ao seu Reino. Aí, já se constrói a salvação.
Oração
Espírito de vigilante alerta, mantém-me sempre preparado para o advento do Senhor, vivendo, no meu dia-a-dia, a misericórdia que me assemelha ao Pai.
Liturgia do Sábado
XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).
Leitura (Sabedoria 18,14-16; 19,6-9)
Leitura do livro da Sabedoria.
18 14 Porque, quando um profundo silêncio envolvia todas as coisas, e a noite chegava ao meio de seu curso,
15 vossa palavra todo-poderosa desceu dos céus e do trono real, e, qual um implacável guerreiro, arremessou-se sobre a terra condenada à ruína.
16 De pé, ela tudo encheu de morte, e, pisando a terra, tocava os céus.
19 6 É que toda a criação, obedecendo às vossas ordens, foi remodelada em sua natureza, para que vossos filhos fossem conservados ilesos.
7 Foi vista uma nuvem cobrir o acampamento, e a terra seca surgir do que tinha sido água, um caminho viável formar-se no mar Vermelho, e um campo verdejante emergir das ondas impetuosas.
8 Por aí passou toda ela, a nação dos que vossa mão protegia, e que viram singulares prodígios.
9 Iam como cavalos conduzidos à pastagem, e saltavam como cordeiros, glorificando-vos a vós, Senhor, seu libertador.
Salmo responsorial 104/105
Lembrai-vos sempre as maravilhas do Senhor!
Cantai, entoai salmos para ele,
publicai todas as suas maravilhas!
Gloriai-vos em seu nome que é santo,
exulte o coração que busca a Deus!
Matou na própria terra os primogênitos,
a fina flor de sua força varonil.
Fez sair com ouro e prato o povo eleito,
nenhum doente se encontrava em suas tribos.
Ele lembrou-se de seu santo juramento,
que fizera a Abraão, seu servidor.
Fez sair com grande júbilo o seu povo,
e seus eleitos, entre gritos de alegria.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Pelo evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14).

Evangelho (Lucas 18,1-8)
Naquele tempo, 18 1 Jesus propôs aos seus discípulos uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo.
2 “Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma.
3 Na mesma cidade vivia também uma viúva que vinha com freqüência à sua presença para dizer-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
4 Ele, porém, por muito tempo não o quis. Por fim, refletiu consigo: ‘Eu não temo a Deus nem respeito os homens;
5 todavia, porque esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar’”.
6 Prosseguiu o Senhor: “Ouvis o que diz este juiz injusto?
7 Por acaso não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em socorrê-los?
8 Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?”
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Clamor de quem não tem com quem contar
Neste evangelho o enfoque é a viúva, todas as luzes estão voltadas para ela, o Juiz faz um papel secundário embora de certa forma represente Deus, mas é bom já ir avisando que Deus não é um Juiz, e muito menos um Juiz iníquo, descrente e insensível como esse tal Senhor. Lucas precisa de um figurante para contracenar com a viúva, esta sim, a Dona do espetáculo, todas as atenções estão voltadas para ela, simplesmente porque a sua oração, feita com confiança e insistência, convenceu o Magistrado a lhe fazer justiça contra alguém que a oprimia e explorava.
Costuma-se dizer que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, só que com Deus não é assim, Ele jamais mediria forças com o Ser Humano, nem teria graça, contudo, o que Lucas nos diz nesse evangelho é algo muito bonito e que precisamos pensar. A oração dos pequenos e dos fracos é a fraqueza de Deus. Ele é Poderoso e Onipotente, mas se derrete todo quando chega até ele o clamor dos pobres e pequenos da sociedade. Como esse Juiz, Deus tem lá suas razões e desígnios para atender ou não nossas orações, que geralmente se tornam uma lista infindável de pedidos, para ele fazer mil coisas a nosso favor, parece que o Plano de Deus não é muito do jeito que nós queremos e daí tentamos persuadi-lo a mudar, para que sejamos favorecidos. Não é dessa oração pidonha que fala o evangelho...
A oração da viúva é uma oração de quem não tem nenhuma segurança, não pode contar com ninguém, e nem com nada, está fadada a ser explorada pelos espertalhões, até acabar na miséria, se é que ainda não está... Ela sabe que sua vida e seu destino depende daquele juiz, que não é boa gente, muito pelo contrário. Entretanto, ela não desiste, embora tivesse tudo para agir assim, estava sozinha, não tinha quem a defendesse, fatalmente o seu adversário levaria vantagem na demanda, pois sempre os mais fortes e importantes vencem as contendas na sociedade onde o TER sempre fala mais alto que o SER.
De mais a mais o Juiz é iníquo, isso é, deixa-se subornar, igual alguns ilustres magistrados do nosso tempo que deixam a justiça prá lá, quando se trata de levar "algum" para o próprio bolso. Que chances terá a coitada da viúva nessa situação? Obviamente nenhuma. Mas ela não desiste, não tira o time de campo, não desanima e faz plantão na porta da casa do Juiz.
A perseverança da viúva e a sua insistência e confiança naquilo que pedia, acabou convencendo o Juiz, que "bateu o martelo" a seu favor. Diante do clamor do pobre e do pequeno, Deus não permanece insensível e fará justiça a favor dele. Sabendo do lado de quem Deus está, e a quem ele ouve, seria importante que a comunidade pudesse ser o coração, os olhos e os ouvidos de Deus, sempre aberto para favorecer a causa daqueles que não tem quem olhe e se interesse por eles.
Quanto as nossas orações o que temos pedido a Deus? Se não houver nelas um desejo sincero de comprometer-se com o Reino que Jesus inaugurou, e que pertence aos pobres e pequenos, se for ela uma oração egoísta, voltada para nós, nossas conveniências e interesses, dificilmente seremos atendidos... E o e-mail vai voltar...
2. Perseverança da súplica
A parábola não é uma descrição fiel da realidade. Ela visa, sem se preocupar com a lógica da descrição, transmitir uma mensagem. A caracterização do juiz que “não temia a Deus, nem respeitava homem algum” (v. 2), isto é, que procede arbitrariamente não levando em consideração nem Deus nem os homens, serve para enfatizar a importância da perseverança da súplica da viúva e ressaltar o cuidado de Deus para com os seus escolhidos (cf. vv. 7-8a). A finalidade da parábola é mostrar que Deus não abandona os que ele escolheu; é ele quem os socorre e defende.
A Comunidade que o Cristo reúne deve ser perseverante na oração. A oração sustenta o testemunho de toda a Igreja e nutre o dinamismo missionário da Comunidade eclesial (ver: At 2,42-47; 12,1-19). O “atraso da parúsia” é um convite a viver a adesão da fé através da fidelidade do testemunho pela palavra e pela ação que acompanha o anúncio cristão.
ORAÇÃO
Pai, faze-me pobre e simples diante de ti, de modo que minhas súplicas sejam atendidas, pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti na humildade de coração.
3. O DEFENSOR DOS POBRES
A parábola da viúva corajosa, disposta a fazer valer os seus direitos contra tudo e contra todos, visa a instruir os discípulos a rezar sempre, sem desanimar jamais.
Qual é a imagem de Deus e a imagem do ser humano orante, nela veiculadas?
De acordo com a tradição bíblica, Deus é o defensor dos pobres e injustiçados, seus eleitos. O Deuteronômio proclama que "Deus faz justiça ao órfão e à viúva; e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e veste". Embora sua justiça tarde em manifestar-se, ela se manifestará na certa.
O orante é, fundamentalmente, o indigente, privado de qualquer apoio externo, e que conta somente com a proteção divina, de maneira resoluta, mas sem fatalismo nem acomodação. Sabe o que espera de Deus e tem plena certeza de que obterá.
Posicionando-se contra todas as forças adversas, o orante vai em frente, sem deixar sua fé esmorecer. Antes, a adversidade torna-o cada vez mais obstinado em alcançar o fim almejado.
Para a comunidade perseguida, a parábola era um incentivo para seguir adiante, embora a intervenção divina tardasse a acontecer. O silêncio de Deus não pode ser tomado como omissão ou desprezo por seus eleitos. No momento oportuno, a justiça será feita.
Oração
Espírito de perseverança na oração, dá-me um coração de pobre, que põe toda a sua confiança no Senhor, esperando dele auxílio e proteção.
Liturgia do Domingo
17.11.2013
33º Domingo do Tempo Comum — ANO C

( VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "O sol da justiça virá trazendo a salvação em suas asas" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs: estamos chegando ao final do ano litúrgico. É sabido por nós que o final dos tempos e o fim de todas as coisas é uma realidade. Neste sentido, a liturgia de hoje aborda o tema do julgamento, mostrando que Deus não pode ser manipulado nem comprado. O “tribunal” de Deus não favorece uns em detrimento de outros. Por isso, quem clama por justiça verá que ela acontecerá. No entanto, em Deus, justiça e misericórdia andam juntas e não são contrárias uma à outra. Deus é justo sendo misericordioso, e é misericordioso sendo justo. O tema do julgamento está vinculado, pois, ao do último dia. Embora muitas pessoas temem falar sobre este assunto, a liturgia nos adverte que é necessário estar sempre preparados enquanto o Senhor não vem. Jesus nos tranquiliza e pede para não tenhamos medo, pois quem se ancora na fé e na esperança está protegido por Deus.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Neste domingo que precede a solenidade de Cristo Rei, a Igreja se reúne para celebrar o dia do Senhor. Na perspectiva do solene encerramento do Ano da Fé, no próximo domingo, e na iminência do término do Ano Litúrgico, propõe o tema da vigilância e da oração. A Igreja de São Paulo se engaja de forma especial nessa perspectiva, depois de ter, ao longo deste ano, se dedicado efusivamente à reflexão e à profissão da fé, renovando os compromissos batismais. Devemos estar vigilantes na oração e na busca contínua de adequar a realidade presente ao Reino que Jesus inaugurou com o seu Mistério Pascal. Como se insistiu durante todo este ano, a fé é nosso alimento em busca da terra prometida.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Nosso Deus é o Deus de amor. Não pode salvar o homem sem ele; por isso, faz aliança com seu povo; a salvação é o encontro de duas fidelidades. Mas se Deus é fiel, o povo não o é. Sob a ação das profecias nasce a esperança e a expectativa de um homem que finalmente saberá dar a Deus uma fidelidade absoluta e incondicional: o Messias. Quando ele vier, Deus concederá ao seu povo a plenitude prometida. Uma promessa de vida tal que nada mais haverá de comum entre o mundo presente e o novo paraiso. Uma nova terra, novos céus. Um coração novo tornará o homem sensível à ação do Espírito.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
O REINO ESTÁ ENTRE NÓS, MAS AINDA NÃO SE COMPLETOU
Antífona da entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Comentário das Leituras: Na força de sua fé, os discípulos de Jesus não se iludem com falsos profetas e suas profecias assustadoras, pois reconhecem que só em Deus está a segurança e a salvação de suas vidas. Por mais assustadores que sejam os acontecimentos naturais ou históricos eles não alteram a fidelidade de discípulo. A espera pelo dia do Senhor, igualmente, não pode tornar-nos improdutivos, pois é pelo trabalho cotidiano que nos preparamos para os acontecimentos do final dos tempos. Ouçamos com atenção as leituras deste domingo, a fim de que estejamos preparados para a vinda de Cristo na consumação da história pessoal ou no final dos tempos.
Primeira Leitura (Malaquias 3,19-20)
Leitura da profecia de Malaquias.
3 19 Porque eis que vem o dia, ardente como uma fornalha. E todos os soberbos, todos os que cometem o mal serão como a palha; este dia que vai vir os queimará - diz o Senhor dos exércitos - e nada ficará: nem raiz, nem ramos.
20 Mas, sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios. Saireis e saltareis, livres como os bezerros ao saírem do estábulo.
Salmo responsorial 97/98
O Senhor virá julgar a terra inteira;
com justiça julgará.
Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso Rei!
Aplauda o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Exultem na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com eqüidade.
Segunda Leitura (2 Tessalonicenses 3,7-12)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
3 7 Irmãos, sabeis perfeitamente o que deveis fazer para nos imitar. Não temos vivido entre vós desregradamente, 8 nem temos comido de graça o pão de ninguém. Mas, com trabalho e fadiga, labutamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. 9 Não porque não tivéssemos direito para isso, mas foi para vos oferecer em nós mesmos um exemplo a imitar. 10 Aliás, quando estávamos convosco, nós vos dizíamos formalmente: “Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer”. 11 Entretanto, soubemos que entre vós há alguns desordeiros, vadios, que só se preocupam em intrometer-se em assuntos alheios.12 A esses indivíduos ordenamos e exortamos a que se dediquem tranqüilamente ao trabalho para merecerem ganhar o que comer.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28).

EVANGELHO (Lucas 21,5-19)
21 5 Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:
6 “Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”.
7 Então o interrogaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?”
8 Jesus respondeu: “Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais após eles.
9 Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim”.
10 Disse-lhes também: “Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.
11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu.
12 Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim.
13 Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.
14 Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,
15 porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários.
16 Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.
17 Sereis odiados por todos por causa do meu nome.
18 Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.
19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação”.
LEITURAS DA SEMANA DE 18 a 24 de Novembro de 2013:
2ª Br - 1Mac 1,10-15.41-43.54-57.62-64; Sl 118(119); Lc 18,35-43
3ª Vd - 2Mc 6,18-31; Sl 3; Lc 19,1-10
4ª Vd - 2Mac 7,1.20-31; Sl 16(17); Lc 19,11-28
5ª Vd - Zc 2,14-17; (Sl) Lc 1,46-55; Mt 12,46-50
6ª Br - 1Mac 4,36-37.52-59; 1Cr 29,10.11abc.11d-12a.12bcd; Lc 19,45-48
Sb Vd - 1Mac 6,1-13; Sl 9; Lc 20-27-40
Dm CRISTO REI DO UNIVERSO Bc - 2Sm 5,1-3;Sl 121(122);Cl 1,12-20;Lc 23,35-43(Hoje estarás comigo no paraíso)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Reino em Construção
A
comunidade sempre gosta de recordar a história da construção de sua igreja templo, desde a primeira celebração para o lançamento e bênção da pedra fundamental, até o dia solene e festivo em que a obra, totalmente acabada foi consagrada pelo bispo diocesano e entregue ao povo de Deus.
Parecia quase impossível que naquela grande área no final da rua, tomada pelo matagal, em um terreno desnivelado, fosse surgir uma bela igreja, ladeada por uma bonita praça, mudando o visual do bairro.
A comissão de construção sob a direção do pároco, viveu momentos difíceis, as obras ficaram paralisadas quase um ano, por falta de recursos, passaram-se dias, semanas,meses, anos, marcados por muita luta, empenho, coletas, promoções, eventos, rifas, bingos. Houve até divergências entre os membros e alguns abandonaram a comissão, quase gerando uma crise na comunidade.
Mas enfim, um belo dia a igreja ficou pronta e totalmente acabada. Quantas histórias como essa a gente conhece ou até já viveu! O lançamento da pedra fundamental foi muito importante mas, e se tivesse parado nisso? E se a comunidade não tivesse “garra”, esperança e fé para levar adiante o projeto?
É maravilhoso participar de um projeto assim, que a gente vê iniciar-se do “nada”. No meio do caminho há os que desistem, por causa das dificuldades, há os que tomam posição contrária aos interesses da comunidade, há os que fazem intrigas ou críticas destrutivas. Há os que faltam com a caridade, amor, solidariedade, compreensão. Mas há aqueles que seguem adiante, perseverantes e firmes, nenhum argumento contrário consegue fazer com que desanimem.
E um belo dia a vitória começa a delinear-se, conquistada com sofrimento, sacrifício, suor e lágrimas. No futebol costuma se afirmar que, “ganhar de virada é mais gostoso”, de fato, virar o jogo e inverter uma situação de derrota, é coisa muito prazerosa, que nos proporciona uma incontida alegria.
A construção do reino de Deus no meio dos homens, vai nessa mesma linha, quanto mais dificuldades e sofrimentos na ventura desta vida, maior grandiosidade terá a vitória. Mas é preciso ser firme, principalmente quando a força contrária quer nos arrastar para o desânimo e o derrotismo.
A derrocada da força do mal, contrária ao reino de Deus, já tinha sido anunciada através dos profetas, entre eles Malaquias, que na primeira leitura desse 33º. Domingo do tempo comum, afirma que o mal será queimado como palha e não ficará nem raiz e nem ramo, mas para quem teme o nome do Senhor, irá nascer o sol da justiça trazendo salvação.
Uma montanha de palha pode causar admiração pelo volume, mas não tem consistência alguma ,bastando apenas um palito de fósforo e toda aquela palha já era. Mas é preciso acreditar que o bem é maior que o mal, é preciso ter ousadia e fidelidade ao evangelho, para acender o palito que destruirá o mal.
Por isso o evangelho, dentro do gênero literário chamado apocalíptico, estimula as nossas comunidades a continuarem firmes e perseverantes na fé, participando do reino novo inaugurado por Jesus, porém, deixa claro que a salvação não se realizará se o homem não colaborar, por isso Deus fez aliança com o seu povo. Jesus é a pedra fundamental perfeita, que os construtores rejeitaram, mas que foi tomada por Deus e colocada como alicerce de uma nova humanidade, sacramentando nele uma nova e eterna aliança.
Inúmeras vezes Jesus comparou o reino a uma semente, semeada no meio da humanidade, restando muito trabalho pela frente, e isso supõe a tarefa e a missão de cada cristão neste mundo. Ninguém pode ficar na ociosidade esperando passivamente a segunda volta do Senhor, na segunda leitura o apóstolo Paulo condena com veemência essa “vagabundagem” espiritual de alguns membros da comunidade de Tessalônica, muito ocupados em não fazer nada, só esperando pelo grande dia. Ser cristão e pertencer a uma igreja é comprometer-se em construir o reino a cada dia, se não ligarmos Fé e Vida, em todas as suas dimensões, nossas celebrações e nossos cultos, não terão nenhum sentido.
É em meio a este cenário de mentiras e enganos, de todos os dramas e as misérias humanas, de grandes catástrofes e acontecimentos trágicos e pavorosos. No meio de toda esta turbulência, o discípulo de Jesus deve permanecer firme, sem deixar-se levar pelo engano, ou desânimo, nem a traição de parentes ou amigos, porque a vida é maior que a morte, o amor é maior que o ódio, e o mal não resistirá a força da palavra e do testemunho do evangelho.. Por ora estamos no meio do caminho, coloquemos mãos a obra, esta causa vale a pena!
2. Ocasião para darmos testemunho
O atraso da parúsia provocou muitas especulações acerca da “segunda vinda de Cristo”. Especulações estas que deram origem a um discurso milenarista.
A expectativa da segunda volta de Cristo gerou, ainda, uma tradição de que alguns fenômenos atmosféricos anunciavam o fim do mundo e, mais, de que Deus seria o responsável, por causa de sua decepção ante a maldade do ser humano que ele criou. São Lucas, no entanto, vai se utilizar destes elementos para anunciar um tempo aberto na história para o testemunho: “Será uma ocasião para dardes testemunho” (v. 13).
A menção da destruição do Templo (vv. 5-6), que pode ser considerada uma profecia ex eventu, não é uma previsão do futuro, mas um modo de ajudar os discípulos e o leitor do evangelho a superarem as provações do tempo presente. Em outros termos, o que Jesus quer dizer é o seguinte: não importa o que aconteça, não se deve esmorecer, nem temer, nem ser envolvido pela perplexidade.
É preciso apoiar a vida em valores verdadeiros e sólidos. Até o Templo, ornado com tantas pedras preciosas (cf. v. 6), desaparecerá, pois ele figura entre as coisas que passam. A vida do ser humano deve estar apoiada no que não passa nem decepciona: Deus.
As palavras de Jesus, inspiradas numa linguagem apocalíptica, não predeterminam nenhuma data, mas fazem um apelo ao discernimento permanente. Jesus evita responder à pergunta: “... quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” (v. 7). Mas alerta: “Cuidado para não serdes enganados…” (v. 8). Ele não responde à questão posta, pois a preocupação do discípulo não deve ser com o quando, mas com que atitude ter em meio às adversidades da vida e aos dramas da humanidade.
Do discípulo é exigida uma atitude de confiança que nada pode abalar, nem mesmo as catástrofes naturais, nem as perseguições por causa do evangelho. A propósito das perseguições e da morte, é preciso pôr a vida nas mãos de Deus: em primeiro lugar, como dissemos, será uma ocasião de dar testemunho (cf. v. 13) e, em segundo lugar, de confiar que é Deus quem inspira, dá força e protege a causa de seus eleitos.
Nos Atos dos Apóstolos, o próprio Lucas relata a atitude de Pedro e João, perseguidos pelas autoridades judaicas: “Quanto a eles, deixaram o Sinédrio muito alegres por terem sido julgados dignos de sofrer humilhações pelo Nome” (At 5,41).
É na vitória de Jesus Cristo que deve estar apoiada a esperança dos cristãos: “No mundo tereis tribulações, mas coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Com São Paulo podemos, então, nos perguntar: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. E com ele respondermos: nada nem ninguém (Rm 8,31-39).
ORAÇÃO
Espírito de constância, vem em meu socorro nos momentos de provação e dificuldade, quando a perseverança se torna difícil, e a fidelidade, um desafio.
3. A SALVAÇÃO PELA PERSEVERANÇA
Os discípulos de Jesus foram alertados contra os falsos alarmes de chegada do fim do mundo. O resultado disto era o medo, a insegurança e, de modo especial, o sentir-se bloqueado e desmotivado para fazer o bem. É perda de tempo dar ouvidos a quem se considera entendido nas coisas relativas ao fim do mundo, e quer se fazer de mestre dos outros.
As perseguições e dificuldades devem ser vistas pelos discípulos como ocasião para dar testemunho do Reino, sem a ilusão de que tudo acabará em breve. Por causa do nome de Jesus, eles seriam aprisionados, entregues às sinagogas judaicas, e levados diante de reis e governadores. Entre seus traidores estariam os seus próprios familiares e amigos. Seriam odiados, e muitos haveriam de sofrer morte violenta.
Em todas estas circunstâncias trágicas, os discípulos teriam a possibilidade de experimentar a proteção divina. Do Pai receberiam força para se defenderem diante dos tribunais, rebatendo as falsas acusações e testemunhando o nome de Jesus com denodo. E também, a força necessária para não se intimidarem e nem sucumbirem às investidas dos adversários.
Se forem capazes de perseverar, até o fim, no testemunho de Jesus, serão salvos. Desta forma, ficará patente sua adesão radical ao Reino e sua não compactuação com o mal e o pecado. Quem perseverar, experimentará a misericórdia salvífica do Pai.
Oração
Espírito de constância, vem em meu socorro nos momentos de provação e dificuldade, quando a perseverança se torna difícil, e a fidelidade, um desafio.



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