segunda-feira, 22 de julho de 2013

Liturgia da 16ª semana comum Ano Impar

Liturgia da Segunda Feira — 22.07.2013
Antífona da entrada: O Senhor disse à Maria Madalena: Vai a meus irmãos e anuncia-lhes: subo a meu Pai e vosso Pai a meu Deus e vosso Deus (Jo 20,17).
Leitura (Cântico 3,1-4)
Leitura do livro do Cântico dos Cânticos.
3 1 "Durante as noites, no meu leito, busquei aquele que meu coração ama; procurei-o, sem o encontrar.
2 Vou levantar-me e percorrer a cidade, as ruas e as praças, em busca daquele que meu coração ama; procurei-o, sem o encontrar.
3 Os guardas encontraram-me quando faziam sua ronda na cidade. 'Vistes acaso aquele que meu coração ama?'
4 Mal passara por eles, encontrei aquele que meu coração ama. Segurei-o, e não o largarei antes que o tenha introduzido na casa de minha mãe, no quarto daquela que me concebeu".
Salmo responsorial 62/63
A minha alma tem sede de vós, Senhor!
Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minha alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja
como terra sedenta e sem água!
Venho, assim, contemplar-vos no templo
para ver vossa glória e poder.
vosso amor vale mais do que a vida,
e por isso meus lábios vos louvam.
Quero, pois, vos louvar pela vida
e elevar para vós minhas mãos!
A minha alma será saciada
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios
ao cantar para vós meu louvor!
Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em vós;
com poder vossa mão me sustenta.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Responde-nos, ó Maria, no teu caminho o que havia? Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado!

EVANGELHO (João 20,1-2.11-18)
20 1 No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.
2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!"
11 Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.
12 Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13 Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que choras?" Ela respondeu: "Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram".
14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu.
15 Perguntou-lhe Jesus: "Mulher, por que choras? Quem procuras?" Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: "Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar".
16 Disse-lhe Jesus: "Maria!" Voltando-se ela, exclamou em hebraico: "Rabôni!" (que quer dizer Mestre).
17 Disse-lhe Jesus: "Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: 'Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus'".
18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Maria Madalena
Hoje nos encontramos com Maria Madalena, uma mulher apaixonada por Jesus, uma paixão até hoje incompreendida e mal falada por alguns "iluminados", que não conseguem vislumbrar algo além da carne. Jesus é o Grande Amor, não só de Madalena, mas de todos os que Nele crêem, e que só podem experimentá-lo a partir do amor que fascina e deslumbra.

Parece que João Evangelista, neste evangelho apresenta-nos um resumo da Vida de Madalena, tendo como enredo a sua experiência com Jesus. Em Jesus tivera início a Nova Criação, era o primeiro dia da Semana, Madalena VIU a pedra removida do sepulcro, ainda estava escuro, era o início da sua Vida de Fé, ainda não consegue experimentar aquilo que transcende e prevalece a Lógica humana "Tiraram o corpo do meu Senhor", vai dizer aos apóstolos.

Inclinar-se para olhar dentro do sepulcro é atitude de quem está a procura de algo mais, VE dois anjos, "Levaram o meu Senhor!" com a Fé um pouco mais amadurecida ela consegue ver além, entretanto ainda pensa dentro da lógica humana. Depois disso ela se volta e vê Jesus, mas não o reconheceu, de fato, Jesus se deu a conhecer enquanto Palavra a ponto do próprio João chamá-lo de Verbo Encarnado, é a Palavra Poderosa de Deus que irá criar o mundo "FAÇA-SE", quando Jesus a chama pelo nome "Maria", então ela o reconhece, é precisamente a Palavra que nos comunica o dom da Fé, é a Palavra que cria e nos recria, nos renova e restaura.

"Mestre" vai exclamar Madalena. Quem o reconheceu quer experimentá-lo, tocar o outro, achegar-se mais ao outro, abraçar, pegar na mão. Madalena pensa ser esse o modo de experimentar Jesus em sua vida agora iluminada pela Fé.
As comunidades Joaninas dos anos 70 – 80 estavam desejosas de saber melhor quem era Jesus, e desejavam, como Madalena, tocá-lo, vê-lo, enxergá-lo. Retê-lo como um Bem particular, porém, não é mais esse o modo de se fazer a experiência de Jesus em nossa vida e em nossas comunidades.

Em seu estado glorioso, há uma presença real do Senhor, porém mística, que não se alcança com nossos sentidos, como cantamos no "Tão Sublime Sacramento". Madalena representa toda uma comunidade que por aquele tempo, quando tudo parecia ainda obscuro, soube vislumbrar essa nova presença de Jesus junto aos seus. Continuou uma eterna enamorada de Jesus, até o dia em que, na visão Beatífica, pode contemplá-lo plenificando o amor que alimentou nessa vida.
Inspirados por Santa Maria Madalena, que possamos também fazer essa bela experiência, reconhecendo o Senhor a partir da sua Santa Palavra, percebendo-o na vida dos irmãos e irmãs, que conosco caminham na comunidade.
2. O salto próprio da fé
O primeiro dia da semana é o tempo privilegiado do encontro com o Ressuscitado. Maria Madalena desconcertada e embebida na tristeza, vai ao túmulo, ainda de madrugada, quando é difícil ver com clareza. Só a aparência (a pedra retirada da entrada do sepulcro e o sepulcro vazio) não é suficiente para a fé.
É necessário um olhar mais límpido e profundo. Efetivamente, há uma tristeza que imobiliza e impede o salto próprio da fé. As lágrimas da desolação distorcem o olhar. Por isso, os mensageiros de Deus dirão a Maria Madalena: "... por que choras? Quem procuras?" (v. 15). Esta palavra é extensiva a todo leitor do evangelho, a toda a Igreja. O encontro com o Senhor da vida enxuga nossas lágrimas; é ele quem nos liberta da realidade da morte. Sua presença e sua palavra suscitam em Maria e em nós a exclamação do reconhecimento e da fé: "Rabûni!" (v. 16). Maria Madalena, testemunha do Ressuscitado, pode compreender agora que o corpo do Senhor não foi roubado, mas transfigurado. Esse encontro fará dela arauto de uma boa notícia: "Eu vi o Senhor!" (v. 18).
ORAÇÃO
Pai, desperta no meu coração uma fé verdadeira em Cristo ressuscitado, presente e vivo em nosso meio, vencedor da morte e do pecado.
3. O SEPULCRO VAZIO
Os discípulos começaram a se dar conta da ressurreição do Senhor, ao se depararem com o sepulcro vazio. Maria Madalena, alarmada, pensou que o corpo de Jesus tivesse sido retirado, à surdina, e colocado num outro lugar. Pedro, tendo acorrido para se inteirar dos fatos, apenas constatou onde estavam o lençol e os demais panos com que Jesus havia sido envolvido. O discípulo amado, este sim, começou a perceber que algo de muito extraordinário havia acontecido. Por isso, foi capaz de passar da constatação do sepulcro vazio à fé: "Ele viu e acreditou".
O sepulcro vazio, por si só, não podia servir de prova para a ressurreição do Senhor. Seria sempre possível acusar os cristãos de fraude. Poderiam ter dado sumiço ao cadáver de Jesus, e sair dizendo que ele ressuscitara. Era preciso ir além e descobrir, de fato, onde estava o corpo do Mestre.
O discípulo amado, de imediato, cultivou a esperança de encontrar-se com o Senhor. Sua fé consistiu na certeza de que o Mestre estava vivo, não no sepulcro, porque ali não era o seu lugar. Senhor da vida, não poderia ter sido derrotado pela morte. Filho amado do Pai, as forças do mal não poderiam prevalecer sobre ele. Embora sem ter chegado ao pleno conhecimento do fato, a fé na ressurreição despontava no coração do discípulo amado.
Oração
Espírito de ressurreição, como o discípulo amado, creio que o Crucificado venceu a morte e as forças do mal.

Liturgia da Terça-Feira
XVI SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA )
Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).
Leitura (Êxodo 14,21-15,1)
Leitura do livro do Êxodo.
Naqueles dias, 14 21 Moisés estendeu a mão sobre o mar. O Senhor fê-lo recuar com um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda a noite. E pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
22 e os israelitas desceram a pé enxuto no meio do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
23 Os egípcios os perseguiram: todos os cavalos do faraó, seus carros e seus cavaleiros internaram-se após eles no leito do mar.
24 À vigília da manhã, o Senhor, do alto da coluna de fogo e da de nuvens, olhou para o acampamento dos egípcios e semeou o pânico no meio deles.
25 Embaraçou-lhes as rodas dos carros de tal sorte que, só dificilmente, conseguiam avançar. Disseram então os egípcios: "Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egito."
26 O Senhor disse a Moisés: "Estende tua mão sobre o mar, e as águas voltar-se-ão sobre os egípcios, seus carros e seus cavaleiros."
27 Moisés estendeu a mão sobre o mar, e este, ao romper da manhã, voltou ao seu nível habitual. Os egípcios que fugiam foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
28 As águas voltaram e cobriram os carros, os cavaleiros e todo o exército do faraó que havia descido no mar ao encalço dos israelitas. Não ficou um sequer.
29 Mas os israelitas tinham andado a pé enxuto no leito do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30 Foi assim que naquele dia o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios. E Israel viu os cadáveres dos egípcios na praia do mar.
31 Viu Israel o grande poder que o Senhor tinha exercido contra os egípcios. Por isso, o povo temeu o Senhor e confiou nele e em seu servo Moisés.
15 1 Então Moisés e os israelitas entoaram em honra do Senhor o seguinte cântico: "Cantarei ao Senhor, porque ele manifestou sua glória. Precipitou no mar cavalos e cavaleiros".
Salmo responsorial Ex 15
Ao Senhor quero cantar,
pois fez brilhar a sua glória!
Ao soprar a vossa ira, amontoaram-se a águas,
levantaram-se as ondas e formaram uma muralha,
e imóveis se fizeram, em meio ao mar, as grandes vagas.
O inimigo tinha dito:
"Hei de segui-los e alcançá-los!
Repartirei os seus despojos e minha alma saciarei;
arrancarei da minha espada e minha mãos os matará!"
Mas soprou o vosso vento, e o mar os recobriu;
afundaram como chumbo entre as águas agitadas.
Estendestes vossa mão, e a terra os devorou.
vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso monte,
no lugar que preparastes para a vossa habitação,
no santuário construído pelas vossas próprias mãos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

EVANGELHO (Mateus 12,46-50)
Naquele tempo, 12 46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te".
48 Jesus respondeu-lhe: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Por que achavam que Jesus era Louco...
Neste evangelho, os parentes de Jesus, sua Mãe e seus irmãos, nos diz o texto, foram à sua procura, pois queriam levá-lo de volta a casa. Havia um consenso de que ele estivesse louco, falando e fazendo coisas sem o saber.
Jesus era uma ameaça constante á estrutura do templo, pois quebrava todas as regras e normas religiosas excludentes, curava as pessoas de todas as suas enfermidades, e a pessoa nãom precisava oferecer sacrifício algum pela sua cura. Como a Medicina não estava avançada e as doenças ou enfermidades psicossomáticas eram muitas, a clientela do templo era bem numerosa e as ofertas tinham que ser feitas, nem que fossem rolinhas e pombinhos, para os mais pobres, todos eram tarifados. Era uma forma de se obter a “pureza” institucionalizada. Quem ganhava com isso? A casta sacerdotal, que era em sua maioria Latifundiários proprietários doa animais, vendidos aos cambistas, que os revendiam por um alto preço nas portas do templo, e os sacerdotes ganhavam duas vezes, na venda para o atravessador e depois na oferta, onde uma boa parte lhes pertencia, segundo a lei.
Ora, se eu sou beneficiado com um negócio assim, altamente lucrativo, qualquer pessoa que interferir nesse sistema, tirando a clientela, vou fazer de tudo para tirá-lo de circulação, daí taxaram de Jesus de Louco, e com certeza pressionaram seus familiares sobre os riscos que ele estava correndo, por mexer em um Vespeiro, quando tornava menos lucrativo o negócio dos poderosos.
Agora fica fácil compreender a reação de Jesus diante da comunidade, quando alguém o comunica que sua mãe e seus irmãos estavam fora e queriam falar-lhe. Os que se deixam levar pelos orientações dos poderosos desse mundo, não pertencem á Cristo, não são portanto, sua Mãe e seus irmãos, uma vez que, não é sistema religioso que garante a salvação, mas trata-se de um Dom oferecido a todos os homens através de Jesus Cristo.
A partir de agora Jesus estabelece laços fortes na união dos Homens com Deus, quem  ouvir a sua Palavra e seguir seus ensinamentos, procurando fazer a Vontade de Deus, que quer a Vida para todos, este sim tem com ele intimidade, está com ele em sintonia, esse sim pode ser chamado de “sua Família” sua Mãe e seus irmãos. Não dá para pertencer a Cristo, mas viver segundo a vontade do mundo ditada por um sistema que se omite diante de injustiças e desigualdades, e que decreta a morte do mais pobre. Quem concorda ou se omite diante dessa estrutura social injusta, não pode e nem deve apresentar-se como cristão...
É bom também deixar claro que, “A Mãe de Jesus” aqui citada, pode ser ou não Maria de Nazaré, pois Mãe era um termo aplicado a uma Matriarca de várias famílias, que seria a Bisavó ou Tataravó.  Então há aqui duas vertentes, primeiro, Maria de Nazaré não era uma super mulher que sabia tudo sobre o Filho, então que ninguém se escandalize, se historicamente fosse ela de fato, ali junto com os parentes de Jesus, pois, que mãe não se preocuparia se viessem lhe dizer que as atividades do seu filho o estão pondo em perigo? Segundo, é pouco provável que se tratasse de Maria a Mãe de Jesus, e nesse caso, Maria está do lado de dentro, isso é, ela faz parte da comunidade nova, fundada por Jesus, e que tem uma relação diferente com Deus, aliás, ela é a primeira cristã, a primeira discípula, pela Fidelidade à Vontade Divina ao aceitar a divina maternidade de Jesus: "Faça-se em mim segundo a sua Palavra!"...
2. É preciso se aproximar e se deixar envolver por Jesus
O texto nos lembra o final do longo discurso sobre a montanha (5,7): "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor!, Senhor!', entrará no Reino dos Céus, mas o que fez a vontade do meu Pai que está nos Céus" (7,21).
Num texto próprio a Marcos, ele nos dá a razão pela qual a parentela de Jesus vai ter com ele. O contexto é a multidão que incessantemente acorre a Jesus a ponto de não poderem, ele e seus discípulos, alimentar-se. A sua família toma a decisão de ir buscá-lo para levá-lo para casa, pois pensavam que ele estivesse "fora de si" (Mc 3,20-21). Observamos que o termo irmão, na linguagem bíblica, abrange os parentes. Ao chegar os familiares acompanhados da mãe de Jesus, eles são anunciados.
Por duas vezes se diz que estão "do lado de fora" (vv. 46.47). Esta sutil observação parece-nos importante: distante de Jesus, sem ouvir sua palavra, seus ensinamentos, sem contemplar o que ele faz em favor da multidão, sem se deixar tocar por ele, tudo parece loucura. É preciso se aproximar, entrar no "círculo" de Jesus, se aproximar e se deixar envolver por sua palavra, para poder fazer a experiência de que "o que é loucura no mundo, Deus escolheu para confundir o que é forte" (1Cor 1,27).
A família que Jesus reúne ultrapassa os laços de sangue, pois é "todo aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus" (v. 59).
ORAÇÃO
Pai, reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos uma grande família, cujo pai és tu.
3. A FAMÍLIA DE JESUS
O Reino de Deus, anunciado por Jesus, estabelece laços profundos entre aqueles que assumem seu projeto de vida. Estes laços fazem dos discípulos do Reino uma grande família, não unida pelos vínculos do sangue e, sim, pela submissão à vontade de Deus. A identidade dessa família se configura por um idêntico modo de proceder, fundado no amor e na prática da justiça. Por esse caminho, os discípulos se reconhecem como irmãos e irmãs, unidos para além de qualquer divergência, cultura ou raça. Essa fraternidade não é mera formalidade. Existe entre eles uma efetiva comunhão de vida. Onde as relações interpessoais não chegam a se expressar desta forma, é sinal de que aí o Reino ainda não aconteceu.
Esta dimensão do Reino foi expressa pelo próprio Jesus. Ele se recusou a privilegiar os laços sangüineos que o uniam à sua mãe e demais parentes. Esses laços pouco contavam. Doravante, o parentesco com Jesus haveria de se concretizar no cumprimento da vontade do Pai. Quem a cumpre, faz parte da família do Mestre. Quem prefere pautar sua vida por outros parâmetros, não tem parte com ele.
O critério estabelecido por Jesus possibilita a todo discípulo do Reino, em qualquer tempo e lugar, saber-se unido a ele como a um ser querido muito próximo. Por conseguinte, é sempre possível estabelecer laços com ele pela via da afetividade.
Oração
Senhor Jesus, que jamais eu perca de vista os laços profundos de afeto que me unem a ti.

Liturgia da Quarta-Feira
XVI SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).
Leitura (Êxodo 16,1-5.9-15)
Leitura do livro do Êxodo.
16 1 Toda a assembléia dos israelitas partiu de Elim e foi para o deserto de Sin, situado entre Elim e o Sinai. Era o décimo quinto dia do segundo mês após sua saída do Egito.
2 Toda a assembléia dos israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto.
3 Disseram-lhes: "Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão."
4 O Senhor disse a Moisés: "Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá diariamente a porção de cada dia. Pô-lo-ei desse modo à prova, para ver se andará ou não segundo minhas ordens.
5 No sexto dia, quando prepararem o que tiverem ajuntado haverá o dobro do que recolhem cada dia."
9 Moisés disse a Aarão: "Dize a toda a assembléia dos israelitas: 'apresentai-vos diante do Senhor, porque ele ouviu vossas murmurações'".
10 Enquanto Aarão falava a toda a assembléia dos israelitas, olharam para o deserto e eis que apareceu na nuvem a glória do Senhor!
11 E o Senhor disse a Moisés:
12 "Ouvi as murmurações dos israelitas. Dize-lhes: 'esta tarde, antes que escureça, comereis carne e, amanhã de manhã, vos fartareis de pão; e sabereis que sou o Senhor, vosso Deus'".
13 À tarde, com efeito, subiram codornizes (do horizonte) e cobriram o acampamento; e, no dia seguinte pela manhã, havia uma camada de orvalho em torno de todo o acampamento.
14 E, tendo evaporado esse orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, granulosa, miúda como a geada sobre a terra!
15 Vendo isso, disseram os filhos de Israel uns aos outros: "Que é isso?", pois não sabiam o que era. Moisés disse-lhes: "Este é o pão que o Senhor vos manda para comer.
Salmo responsorial 77/78
O Senhor deu o pão do céu como alimento.
E tentaram o Senhor nos corações,
exigindo alimento à sua gula.
Falavam contra Deus e assim diziam:
"Pode o Senhor servir a mesa no deserto?"
Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,
e as comportas das alturas fez abrir;
fez chover-lhes o maná e alimentou-os,
e lhes deu para comer o pão do céu.
O homem se nutriu do pão dos anjos,
e mandou-lhes alimento em abundância;
fez soprar o vento leste pelos céus
e fez vir, por seu poder, o vento sul.
Fez chover carne para eles como pó,
choveram aves como areia do oceano;
elas caíram sobre os seus acampamentos
e pousaram ao redor de suas tendas.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.

Evangelho (Mateus 13,1-9)
13 1 Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago.
2 Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem.
3 E seus discursos foram uma série de parábolas.
4 Disse ele: "Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram.
5 Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
6 Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes.
7 Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram.
8 Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.
9 Aquele que tem ouvidos, ouça".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A boa semente
Com certeza Jesus passava perto de algum sítio com seus discípulos e viu um homem semeando seu campo. Naquele tempo não havia tecnologia para a semeadura, que era feita manualmente. Todos nós, mesmo não sendo agricultores, sabemos que, para que uma semente possa desenvolver-se é necessário que ela atinja as profundezas da terra, seja esmagada e morra, para que possa brotar. Certa ocasião Jesus comparou-se a um grão de trigo que tem que passar por esse processo de permanecer na escuridão e ser esmagado, referindo-se à sua ressurreição.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio em relação a esta Parábola do Semeador. Quando não se está disposto a morrer interiormente, mediante a Palavra Escutada e Meditada, ocorrem as situações que Jesus exemplifica nesta parábola. As sementes que caíram ao longo do caminho eram boas e poderiam produzir, mas não foram recolhidas, são os recados que em nosso dia a dia Deus nos dá, através de acontecimentos do quotidiano, ou pessoas com quem nos relacionamos, como não foi anunciada de um presbitério ou púlpito, não damos muito crédito, foi á beira do caminho, não demos tanto valor ou importância e os pássaros comeram tudo.
Outra parte caiu em solo pedregoso, uma vez eu estava em meio a uma torcida, vi alguém ser solidário a uma pessoa que não estava bem, inclusive abandonou a arquibancada para acompanhar o outro. Deus falou forte naquele momento, mas como eu iria adivinhar que Deus me falaria no meio da torcida do time da minha cidade, que disputava um título importante em uma das divisões do Campeonato Paulista? O solo era pedregoso, até dei atenção ao fato, achei maravilhoso porém, minhas atenções logo voltaram para  a partida e a Palavra não frutificou.
Outras sementes caíram entre os espinhos, estas não têm nenhuma chance de frutificar. Contou-me um jovem, que estava em uma balada onde rolava droga pesada, promiscuidade e até certas manifestações satânicas de um elemento da Banda que animava o evento. Em meio aquela balbúrdia surgiu uma jovem que ele não conhecia, mostrou-lhe no peito um crucifixo e cantou aos seus ouvidos “No peito eu trago uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Ele ficara perplexo, a jovem sumiu em meio a multidão. Tentou procurá-la mas foi inútil. Logo a sua patota o arrastou para o “delírio”. A sua conversão ocorreu muito tempo depois em um retiro de carnaval onde ele lembrou-se que Deus lhe falara em meio a uma Balada, mas os “espinhos” a sufocaram.
A conclusão a que chegamos é bem simples: as sementes em si são ótimas mas elas são semeadas em todo tipo de terreno e podem sim, frutificar, se soubermos acolhê-la, independente do ambiente onde estamos pois, se Deus só semeasse as sementes em terra boa e fértil,  a Salvação não seria universal. Há sementes que caem em terra boa. São as nossas comunidades, local propício para a semeadura, entretanto, a produção é diversificada, uns rendem cem por cento, outros sessenta e outros trinta. Deus não é um empreendedor que exige retorno total do seu investimento. Ele têm infinita paciência e misericórdia e mínima abertura e atenção que dermos á sua Palavra, estaremos em comunhão com Ele e Ele fará maravilhas em nós.
2. Deus confia na humanidade
A parábola do semeador, para transmitir sua mensagem, descreve uma atividade muito comum em Israel: a semeadura. O agricultor semeia para poder colher (ver: Is 55,10-11), e da sua colheita depende a sua vida e a de toda a sua família. Qualquer agricultor, depois de semear, fica preocupado com o crescimento da semente, e se a produção corresponderá ao esforço empreendido. A parábola mostra que o insucesso da semeadura é uma realidade para quem planta.
Não obstante, a esperança move sempre o agricultor: ele sabe, quando semeia, que há um terreno produtivo, uma terra boa, que não lhe decepcionará. O agricultor confia na sua terra, na sua semente. Se não houvesse essa confiança, ele iria para um outro lugar. O sentido para o ouvinte e para o leitor é este: se Deus envia o semeador para semear a boa semente é porque ele confia na terra e na humanidade: "Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho único…" (Jo 3,16).
Deus semeia e sabe que a terra, não obstante tantas dificuldades, produzirá fruto. A parábola nos ensina, em primeiro lugar, algo sobre Deus: Deus confia na humanidade, e é esta fé de Deus em nós que alimenta nossa esperança e move nosso empenho em receber generosamente sua Palavra. Outro aspecto importante: o crescimento da semente depende de um processo, de tempo, para produzir seus frutos.
ORAÇÃO
Pai, dá-me ouvidos dóceis que me coloquem em comunhão com Jesus, de modo que eu possa deixar-me instruir e me transformar por ele.
3. A SORTE DA SEMENTE
Dispostos a se tornarem servidores do Reino, os discípulos não deveriam pensar que só encontrariam sucesso pela frente. Era preciso ser realista e, de antemão, dar-se conta da dinâmica do Reino. O sucesso, sem dúvida, viria, porém em meio a perdas e fracassos.
O processo de semeadura serviu para ilustrar este aspecto do Reino. O semeador, segundo o costume da época, lançava a semente ao deus-dará. Umas caíam à beira do caminho, outras, em terreno pedregoso, outras, no meio de espinhos. A condição precária do terreno impedia que a semente desse frutos. Talvez chegasse a germinar e tentar crescer. Sua sorte, porém, era murchar e morrer. Só uma pequena porção de semente caía em terreno fértil e chegava a frutificar. Mesmo assim, a colheita variava na base de cem, sessenta e trinta por um.
Nem por isso o semeador deixava de semear. Embora soubesse que boa parte da semente haveria de se perder, valia a pena continuar semeando.
O discípulo do Reino, como o semeador, não pode deixar de semear a semente da Palavra de Deus, mesmo sabendo que seu trabalho não frutificará cem por cento. Ele deve contar com a perda inevitável e se contentar com o que for produzido de bom, embora seja pouco.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a não desanimar na tarefa de semear tua Palavra, mesmo contando com perdas e fracassos.
Liturgia da Quinta-Feira
SÃO TIAGO MAIOR - APÓSTOLO E EVANGELIZADOR
VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA )
Antífona da entrada: Andando ao longo do mar da Galiléia, Jesus viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que consertavam suas redes. E ele os chamou (Mt 4,18.21).
Leitura (2 Coríntios 4,7-15)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 4 7 temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós.
8 Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos.
9 Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos.
10 Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo.
11 Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal.
12 Assim em nós opera a morte, e em vós a vida.
13 Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: "Eu cri, por isto falei", também nós cremos, e por isso falamos.
14 Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco.
15 E tudo isso se faz por vossa causa, para que a graça se torne copiosa entre muitos e redunde o sentimento de gratidão, para glória de Deus.
Salmo responsorial 125/126
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.
Entre os gentios se dizia: "Maravilhas
fez com eles o Senhor!"
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!
Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.
Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).

EVANGELHO (Mateus 20,20-28)
Naquele tempo, 20 20 aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica.
21 Perguntou-lhe ele: "Que queres?" Ela respondeu: "Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda".
22 Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber?" "Sim", disseram-lhe.
23 "De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, ao sentar-vos à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim vo-lo conceder. Esses lugares cabem àqueles aos quais meu Pai os reservou".
24 Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos.
25 Jesus, porém, os chamou e lhes disse: "Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade.
26 Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo.
27 E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo.
28 Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Não seja assim entre vós...
Um dia alguém me fez uma observação interessante, se hoje é Festa de São Tiago Apóstolo, porque um evangelho que depõe contra ele? Pois fala que a Mãe foi pedir a Jesus para que seus filhos, entre eles o nosso apóstolo Tiago, ocupassem os lugares principais junto a Jesus, na inauguração do seu Reino. Ainda que Mateus amenizasse, ao dizer que foi a Mãe que pediu, mas outro evangelista afirma que foram eles mesmos. De fato, se a gente olhar por esse ângulo assim nos parece, porém, há aqui algo muito belo, o evangelho não esconde a realidade, não dissimula a fraqueza e oi pecado dos discípulos, mas nos mostra como eles foram se abrindo á graça de Deus, a mente e o coração, e mesmo não sendo super-homens buscaram a Deus e dele receberam o Dom da Santidade.
Também nós não somos super-homens e supermulheres, membros de uma comunidade perfeita e Santa, mas mesmo em nossas misérias e pecados, Deus não deixa de agir em nossa Igreja, nas pequenas ou nas grandes comunidades, nas Basílicas, Catedrais ou nas singelas capelas, a sua Graça vai n os moldando, nos refazendo como fez com o grupo doze.
Vejam que essa atitude dos dois irmãos provocou uma crise no grupo, pois os demais se revoltaram, porque também possivelmente pretendessem algum cargo importante. O Reino anunciado por Jesus não segue ou depende de esquemas humanos...pois nos esquemas humanos sempre selecionamos os melhores, os mais inteligentes, comportados, capacitados, piedosos.
E se Tiago e seu irmão, Filhos de Zebedeu, que pensavam e agiam tão diferente dos ensinamentos de Jesus, conseguiram chegar na santidade servindo o Reino e dando por ele suas vidas, nós também, comunidades deste terceiro milênio, com todas as nossas imperfeições, dificuldades, não desanimemos pois Deus não para de agir e levará a bom termo a sua obra através da sua Igreja.
Somos todos convidados a nos unir a paixão do Senhor, dando o nosso testemunho cristão nos dias de hoje, não porém para buscarmos uma recompensa, mas apenas para sermos fiéis á missão que ele nos confiou, tal qual Jesus foi Fiel ao Pai...
São Tiago, rogai e intercedei por todos nós e nossas comunidades
2. O resto pertence a Deus
A intervenção da mãe dos filhos de Zebedeu se dá depois do terceiro anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus (Mt 20,17-19).
Cada um dos anúncios da paixão provoca nos discípulos uma reação que revela sua incompreensão acerca do mistério de Cristo e da condição do discípulo. A mãe dos filhos de Zebedeu postula um lugar de privilégio para os seus dois filhos. Essa não deve ser a súplica do discípulo, pois o seu caminho deve se identificar com o caminho do mestre, pois "o discípulo não é mais que o Mestre; ao discípulo basta ser como o Mestre" (Mt 10,24-25).
A identificação do discípulo com seu Mestre supõe participação efetiva na paixão e morte de Jesus: "Podeis beber o cálice que eu vou beber?" (v. 22). É esta decisão que importa: "Podemos". O resto pertence a Deus. Aos discípulos compete, fundados no exemplo de Jesus, construir uma comunidade caracterizada pelo serviço generoso e gratuito.
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
3. São Tiago Maior
Tiago e João são os filhos de Zebedeu. O Evangelho de Marcos nomeia os dois, explicitamente, nesta cena; porém, Mateus menciona a mãe deles como sendo quem faz o pedido a Jesus. Talvez Mateus queira eximir os homens de tal pedido equivocado, que reflete a ambição do poder, quando Jesus dá pleno testemunho de que veio para servir humildemente, com amor. Em resposta, ele rejeita o comum abuso de poder em vigor nas sociedades, propondo um novo relacionamento entre as pessoas.
Além de Tiago, irmão de João, identificado como "Tiago Maior", no Segundo Testamento é mencionado outro Tiago, "o irmão do Senhor", ou "Tiago Menor", que foi o chefe da Igreja de Jerusalém.
Liturgia da Sexta-Feira
SANTOS JOAQUIM E ANA - PAIS DE MARIA - AVÓS DE JESUS
BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS - OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Festejamos santa Ana e são Joaquim, pais da virgem Maria: Deus lhes concedeu a bênção prometida a todos os povos.
Leitura (Eclesiástico 44,1.10-15)
Leitura do livro do Eclesiástico.
44 1 Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem.
10 Os primeiros, porém, foram homens de misericórdia; nunca foram esquecidas as obras de sua caridade.
11 Na sua posteridade permanecem os seus bens.
12 Os filhos de seus filhos são uma santa linhagem, e seus descendentes mantêm-se fiéis às alianças.
13 Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como sua glória, não terá fim.
14 Seus corpos foram sepultados em paz, seu nome vive de século em século.
15 Proclamem os povos sua sabedoria, e cante a assembléia os seus louvores! 
Salmo responsorial 131/132
O Senhor vai dar-lhe o trono
de seu pai, o rei Davi.
O Senhor fez a Davi um juramento,
uma promessa que jamais renegará:
"Um herdeiro que é fruto do teu ventre
colocarei sobre o trono em teu lugar!"
Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
"Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!"
"De Davi farei brotar um forte herdeiro,
acenderei ao meu ungido uma lâmpada.
Cobrirei de confusão seus inimigos,
mas sobre ele brilhará minha coroa!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Esperavam estes pais a redenção de Israel, e o Espírito do Senhor estava sobre eles (Lc 2,25).

EVANGELHO (Mateus 13,16-17)
13 16 Disse Jesus aos seus discípulos: "Quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem!
17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Capacidade de entender a Palavra
Quando conversamos com alguém sobre algum assunto muito importante, mas notamos que o ouvinte está “longe” da conversa, distraído, olhando para os lados, preocupado com outras coisas, lógico que não sentimos vontade de continuar, e assim logo  encerramos o assunto ou  transformamos a  conversa em uma futilidade, que não requer tanta atenção do outro.
Na celebração de casamentos ás vezes enquanto o Padre ou o Diácono capricha na homilia, os noivos estão dando risinhos entre si, ou olhando para a cara de algum padrinho engraçado, ou olhando a daminha ou o noivinho, ou o que é ainda pior, fazendo pose para uma foto. Como diz o caboclo, “dá uma réiva”, e daí a gente logo conclui  e perde a vontade de continuar com a reflexão, pois os principais interessados, que são os próprios celebrantes, estão distraídos, a palavra é apenas um ruído, um barulho que não passa dos ouvidos.
Para fazer esse desabafo no evangelho de hoje, Jesus deve ter passado essa experiência inúmeras vezes diante da multidão, ele ali falando com entusiasmo do Reino Novo, falando e revelando o Pai, e o povaréu nem aí com o “peixe”, parece que só se ligavam quando Jesus fazia algum milagre, daí a coisa fervia, pois milagre não exige compromisso da parte de quem o recebe.
Temos em nossas vidas pessoas com quem conversamos todo dia, mas algumas nos são especiais, e com essas a conversa passa do mero formalismo para um colóquio, algo mais profundo. As multidões sempre seguiram Jesus, no meio delas haviam pessoas que viam em Jesus alguém especial, interessavam-se em ouvi-lo, prestando toda atenção, porque suas palavras traziam esperança, fortalecimento, coragem e conforto, e com isso trazia também a vontade de pensar diferente e construir um mundo novo. Não era apenas uma mensagem bonita que deleitava os ouvidos, mas era algo que entrava dentro do coração, no centro da vida, provocando mudanças...
Mas havia também os “avoados”, os interessados em buscar em Jesus alguma vantagem, esses até o aplaudiam e o admiravam, mas não estavam interessados em mudanças radicais de vida, ouviam as pregações, entravam por um ouvido e saia pelo outro. Jesus era só mais um pregador entre outros, muito bom, falando com sabedoria, mas era só mais um. Assim é que o homem da pós-modernidade vê o cristianismo, como mais uma religião entre centenas de milagres, como uma Filosofia de Vida, entre tantas outras, muito boa, sólida, consistente, tradicional, mas é só mais uma...
Os Discípulos foram escolhidos do meio da multidão, o Senhor viu neles, muito mais do que ouvidos atentos, mas corações abertos, sedentos de esperança e uma total disponibilidade para segui-lo. Nãosão homens especiais e superdotados de algum poder sobrenatural, mas para eles Jesus não é apenas mais um, é o Único e absoluto. Com eles Jesus inicia o Novo Povo de Deus, os homens e mulheres da Nova Aliança, haverá entre Jesus e eles um forte elo como havia no Código da Aliança entre Deus e Israel “Eu serei o Vosso Deus e Vós sereis meu Povo” em uma relação única e particular.
Por isso Jesus os trata de modo especial e os introduz pedagogicamente ao conhecimento sobre os mistérios do Reino dos Céus, que não é revelado a multidão. Hoje esses discípulos estão nas nossas comunidades cristãs, são todos os batizados que se abriram á Graça de Deus, que foram capazes de se encantarem com Jesus e seu evangelho, e se colocam sempre disponíveis para construir esse Reino que é Eterno. Jesus não fala mais em parábolas, ele é o Logus do Pai, a sua Palavra encarnada no meio de nós, ele se entrega totalmente na Eucaristia em cada celebração.
Ai de nós se o ouvirmos de má vontade, sem nenhuma disposição interior para o segui-lo, ai de nós se não o acolhermos com o coração aberto... Melhor seria nem ser batizado e não ter se apossado do nome de Cristão.
2. Meus olhos viram a tua salvação.
O texto de hoje é a continuação da pergunta dos discípulos: "Por que lhes falas em parábolas" (v. 10). A resposta de Jesus faz uma distinção entre os discípulos e a multidão: "... a vós foi dado a conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não" (v. 11). Então, Jesus fez distinção de pessoas?
Não! A compreensão deve ser positiva, pois ela tem uma força de interpelação para o leitor do evangelho: somente no seguimento de Jesus Cristo é que suas palavras fazem plenamente sentido. Não é Jesus que fala de maneira enigmática, mas os que ouvem não se sentem envolvidos por seu ensinamento. É como se a palavra de Jesus não lhes dissesse respeito.
A bem-aventurança do v. 16 diz respeito à pessoa de Jesus. Ver o Messias, ouvir a sua voz, foi o desejo de muitos profetas. O velho Simeão exulta: "Agora, soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação" (Lc 2,29-30).
ORAÇÃO
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
3. POR QUE FALAR EM PARÁBOLAS?
Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não.
Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.
Liturgia do Sábado
XVI SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA )
Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).
Leitura (Êxodo 24,3-8)
Leitura do livro do Êxodo.
24 3 Moisés veio referir ao povo todas as palavras do Senhor, e todas as suas leis; e o povo inteiro respondeu a uma voz: "Faremos tudo o que o Senhor disse."
4 E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze estelas para as doze tribos de Israel.
5 Enviou jovens dentre os israelitas, os quais ofereceram holocaustos e sacrifícios ao Senhor e imolaram touros em sacrifícios pacíficos.
6 Moisés tomou a metade do sangue para metê-lo em bacias, e derramou a outra metade sobre o altar.
7 Tomou o livro da aliança e o leu ao povo, que respondeu: "Faremos tudo o que o Senhor disse e seremos obedientes."
8 Moisés tomou o sangue para aspergir com ele o povo: "Eis, disse ele, o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, conforme tudo o que foi dito."
Salmo responsorial 49/50
Imola Deus um sacrifício de louvor.
Falou o Senhor Deus, chamou a terra,
do sol nascente ao sol poente a convocou.
De Sião, beleza plena, Deus refulge.
"Reuni à minha frente os meus eleitos,
que selaram a aliança em sacrifícios!"
Testemunha o próprio céu seu julgamento,
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
"Imola a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da angústia,
e então te livrarei e hás de louvar-me".
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21)

Evangelho (Mateus 13,24-30)
Naquele tempo, 13 24 Jesus propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
25 Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
27 Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?
28 Disse-lhes ele: 'Foi um inimigo que fez isto!' Replicaram-lhe: 'Queres que vamos e o arranquemos?´
29 'Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
30 Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro'".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quem é e onde está o Joio?
Diante desta parábola, nossa primeira reação é dar uma boa olhada em redor de nós, na comunidade e na família, para ver quem é Joio que vai ser queimado, e quem é o Trigo bom que vai ser recolhido definitivamente nos celeiros da Casa do Pai. Mas em um primeiro momento é bom termos consciência de que esse Joio e esse Trigo estão primeiramente em nossa vida, bem dentro do nosso coração, pois trigo e joio são duas possibilidades de se viver, e quem decide somos nós, através do discernimento que o Espírito nos deu e assim será em todo o tempo da nossa vida terrena, todo dia teremos de fazer essa escolha, se vamos cultivar o trigo ou o joio...
Já sabemos em Jesus Cristo que um dia só irá sobrar o trigo bom, o Bem Supremo do Reino em plenitude, pois as Forças do Mal serão todas destruídas e sabendo disso, temos de usar bem esse discernimento para não deixar que o joio do mal se transforme em um matagal e sufoque o trigo em nosso coração. Lembrando que, o cultivo do trigo requer de todos nós empenho e esforço, já que o joio, ou a tiririca, cresce em qualquer lugar, sem que seja preciso nenhum cuidado, basta um descuido e lá está o matinho que não serve para nada senão para ser queimado.
Então primeiro a parábola nos força a olharmos para nós mesmos, somente depois para a Vida dos nossos irmãos na família, na comunidade, na pastoral, no grupo ou na equipe, onde nossos olhos bem atentos conseguem ver longe e já sabe quem é joio e quem é trigo. E o primeiro impulso é aquele demonstrado pelos servidores do pai de Família “Senhor, quereis que arranquemos o joio?”.
Criança que na catequese não aprende nada, é melhor afastá-la, antes que contamine as outras, na escola é a mesma coisa, na comunidade também, nos grupos pastorais e equipes de serviço, quem de nós vai atrás do irmão que é Joio? Quase ninguém, pois pensamos que é melhor não gastar vela com mal defunto. Sonhamos e queremos uma comunidade feita só do Trigo bom e para isso é preciso arrancar sem piedade o Joio que infestam nossas comunidades, pastorais e movimentos.
É aí que aparece aquilo que Deus tem de mais grandioso e maravilhoso: sua infinita misericórdia e paciência com o Ser humano! Deus jamais arranca o Joio, pois sempre cultiva a esperança de que o joio se transforme em trigo bom e assim, acredita no homem até o derradeiro instante de sua vida, e realmente a sua graça tem o poder de penetrar no mais íntimo do ser humano para transformá-lo de Joio em trigo. De Deus esperamos a misericórdia sempre que escolhemos mal e deixamos o joio crescer em nosso coração, e a sua misericórdia não nos falta, então tudo o que temos a fazer é retribuir a Deus, olhando com a sua misericórdia todo Joio que encontrarmos nesta vida. Não o arranquemos nem o cultivemos, mas confiemos que trigo bom da Graça de Deus o transforme... Nisso consiste a Salvação que Jesus nos trouxe...
2. A "boa semente" designa a existência humana, que é dom de Deus.
A parábola do joio e do trigo é própria a Mateus, e se presta a uma releitura de Gênesis 1–3.
A pergunta à qual a parábola responde é pela origem do mal: "Donde veio então o joio?" (v. 27). O campo é onde Deus semeia a "boa semente" (v. 24).
Quem semeia espera colher os frutos de seu trabalho. O Reino dos Céus pode ser comparado a uma história, no sentido de que ele é apresentado como sendo um empreendimento de Deus.
Podemos considerar que a "boa semente" que cresce e dá frutos designa a existência humana, que é dom de Deus. O trigo que germina e cresce no meio do joio perece vulnerável como a nossa existência, mas, aos olhos de Deus, nossa existência, no campo contaminado pela erva má, é portadora do projeto de Deus; por isso, é necessário esperar o tempo oportuno para identificar e arrancar o joio.
A parábola não nos convida a nenhum ativismo. Ela previne os servidores do Mestre contra uma atitude intempestiva que poderia arruinar toda iniciativa de Deus (cf. vv. 28b-30). Mas de onde veio o mal? Na linguagem bíblica, o mal é inimigo, adversário. Este inimigo permanece anônimo, não tem nome próprio, mas nome comum. Ele interveio de noite, quando todos dormiam (cf. v. 25); ele é desconhecido. Não é alguém que se pudesse nomear. Esse anonimato do inimigo é muito importante: nós não podemos, simplesmente, atribuir a outros, ou identificar, personalizar esse poder, isto é, imaginá-lo fora de nós. Mas o dono do campo não renuncia à colheita, ele espera (v. 30).
O que na parábola se chama joio nos remete, em nossos dias, a outras manifestações de uma hostilidade sem causa e sem medida contra a ação de Deus.
ORAÇÃO
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
3. AS DUAS SEMENTES
Os discípulos do Reino, enviados em missão, não podem se iludir, pensando que são os únicos a semear a Palavra de Deus no coração das pessoas. Esta encontra sérios concorrentes, com os quais eles não podem compactuar, pois suas propostas não se encaixam. Não existe acordo possível!
A boa e a má semente são semeadas num mesmo terreno. Ao brotarem e crescerem, aparentemente se assemelham. É preciso ter paciência e suportar a convivência de ambas. Virá o tempo em que a diferença entre elas será patente. Então, a separação poderá ser feita.
A revelação deste aspecto do Reino tinha aplicação prática para os discípulos do Reino. Havia, entre eles, uma insatisfação pelo fato de a comunidade ser formada por gente de boa vontade, desejosa de ser fiel ao Reino anunciado por Jesus, e por quem não se deixava transformar por esse Reino. Instintivamente, vinha-lhes o desejo de expulsar da comunidade esta segunda classe de gente. Parecia-lhes ser o joio em meio ao trigo semeado por Jesus.
A parábola mostra que, ao fazer a separação, poderiam se enganar. Muitos que pareciam ser joio, no fundo, eram trigo e vice-versa. Competia a Jesus, na condição de juiz da humanidade, determinar quem era quem. O julgamento humano podia ser falho.
Oração
Senhor Jesus, faze-me paciente para conviver com o joio que existe em mim e na comunidade, sem querer arvorar-me em juiz dos meus irmãos.
Liturgia do Domingo 28.07.2013
17º Domingo do Tempo Comum  ANO CVERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "A oração do cristão: COMO REZA O DISCÍPULO DE JESUS" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: ... Publicaremos no decorrer da semana ...
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje, Cristo nos estimula a praticar a oração contínua, a qual garante que o amor de Deus chegue a todos os corações. Aproveitemos para rezar pela juventude, que hoje encerra a Jornada Mundial, no Rio de Janeiro. Neste ano da fé, tem sentido especial esse evento, que se tornou também motivo para a visita do Papa Francisco em nosso País.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Em sua definição mais universal e partilhada por todas as religiões, a oração é um diálogo com Deus. Mas, pôr-se em diálogo com Deus pode ser um desafio para o homem. Na oração, o homem pode desfigurar-se a sí mesmo e a Deus. Pode reduzir Deus a um bem de consumo, a uma solução fácil para suas próprias insuficiências e preguiça. E pode reduzir-se a sí mesmo a um ser que lança sobre outro suas próprias responsabilidades.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!

XVII DOMINGO DO TEMO COMUM
A Oração do Cristão
Antífona da entrada: Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6s.36)
Comentário das Leituras: A oração sem interrupção é o meio seguro de garantir nossa união com Deus.
Primeira Leitura (Gênesis 18,20-32)
Leitura do livro do Gênesis.
18 20 O Senhor ajuntou: "É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande.
21 Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei."
22 Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor.
23 Abraão aproximou-se e disse: "Fareis o justo perecer com o ímpio?
24 Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar?
25 Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?"
26 O Senhor disse: "Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles."
27 Abraão continuou: "Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza.
28 Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?" "Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos."
29 Abraão insistiu ainda e disse: "Talvez só haja aí quarenta." "Não destruirei a cidade por causa desses quarenta."
30 Abraão disse de novo: "Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda! Talvez só se encontrem trinta!" "Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei."
31 Abraão continuou: "Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte." "Em atenção aos vinte, não a destruirei."
32 Abraão replicou: "Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?" E Deus respondeu: "Não a destruirei por causa desses dez." 
Salmo responsorial 137/138
Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!
Ó Senhor, de coração eu vos dou graças
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.
Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.
Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres
e de longe reconhece os orgulhosos.
Se no meio da desgraça eu caminhar,
vós me fazeis tornar à vida novamente;
quando os meus perseguidores me atacarem
e com ira investirem contra mim,
estendereis o vosso braço em meu auxílio
e havereis de me salvar com vossa destra.
Completai em mim a obra começada;
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
Eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos!
Segunda Leitura (Colossenses 2,12-14)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
2 12 Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados,
14 cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Recebestes o Espírito de adoção; é por ele que clamamos: Aba, Pai! (Rm 8,15)

EVANGELHO (Lucas 11,1-13)
11 1 Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos".
2 Disse-lhes ele, então: "Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino;
3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento;
4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação".
5 Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: "Amigo, empresta-me três pães,
6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer;
7 e se ele responder lá de dentro: 'Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães';
8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá.
11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?
12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?
13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem". 
LEITURAS DA SEMANA DE 29 de Julho a 04 de Agosto de 2013:
• 2ª-Br: 1Jo 4,7-16; Sl 33 (34),2-3. 4-5. 6-7. 8-9. 10-11 (R/. 9a); Jo 11,19-27 ou Lc 10,38-42
• 3ª-Vd: Ex 33,7-11; 34,5b-9.28; Sl 102 (103),6-7. 8-9.10-11. 12-13 (R/. 8a); Mt 13,36-43
• 4ª-Br: Ex 34,29-35; Sl 98 (99),5. 6. 7. 9 (R/. cf. 9c); Mt 13,44-46
• 5ª-Vd: Ex 40,16-21.34-38; Sl 83 (84),3. 4. 5-6a.8a. 11 (R/. 2); Mt 13,47-53
• 6ª-Vd: Lv 23,1.4-11.15-16.27.34b-37; Sl 80 (81),3-4. 5- 6ab. 10-11ab (R/. 2a); Mt 13,54-58
• Sáb-Vd: Lv 25, 1.8-17; Sl 66 (67), 2-3. 5. 7-8 (R/. 4); Mt 14, 1-12
• 18º DTC-VD: Ecl 1,2; 2,21-23; Sl 89 (90), 3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17(R/ cf. 1); Cl 3, 1-5.9-11; Lc 12, 13-21
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Oração do Senhor...
A qualidade da nossa oração depende muito da visão e do conceito que temos de Deus e nesse sentido, o “Pai Nosso” introduz algo novo na oração: Deus, cujo nome até então era até proibido de se pronunciar, é agora chamado de PAI porque Jesus tornou possível essa intimidade entre o Homem e Deus ao nos dar o seu espírito que em nós clama ao PAI. A oração ensinada pelo próprio Cristo não evoca a imagem de um Deus distante, ao contrário, esse céu, lugar da morada de Deus, desceu até os homens em Jesus Cristo, pois céu significa comunhão plena com Deus, que só foi possível porque o verbo Divino se fez homem.
Dessa invocação inicial emanam todas as demais e assim, o nome de Deus é santificado quando damos testemunho dessa santidade que se realiza e acontece somente na perfeição do amor, Deus não precisa de nenhum elogio, aplauso ou louvor, mas ele é glorificado precisamente no testemunho autêntico do evangelho de Cristo, e que consiste em ser solidário com quem sofre ter compaixão dos pobres, perdoar quem nos ofende, ser paciente com todos, essas são algumas formas de se santificar e glorificar o santo nome de Deus. Certamente fazemos isso de maneira ritualista em nossas liturgias, mas é preciso que esse louvor não fique só em nossos lábios, mas esteja em nosso coração, que desta forma, batendo no mesmo ritmo do coração misericordioso de Cristo, esteja realmente perto de Deus.
O reino de Deus precisa ser construído, ele não cai do céu, e essa construção requer em nosso dia a dia, muita paciência, mansidão e perseverança, portanto, desejar que esse Reino venha até nós, é em primeiro lugar ter total disponibilidade para acolhê-lo em nossa vida e em nosso coração. Mas há um ponto chave de toda oração, que aqui é realçado pelo Senhor “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Muitas vezes entendemos como oração poderosa, aquela que consegue convencer Deus, para que ele nos socorra e nos favoreça em tudo o que pedimos, sempre de acordo com nossas conveniências e interesses. A nossa oração fica muito pobre quando se limita a apresentar a Deus o nosso mesquinho projeto humano, pedindo para ele realiza-lo exatamente dessa forma, que nos agrade e satisfaça.
Deus para muitos não passa de um super-herói a quem se recorre quando se chega ao limite. A verdadeira oração é também uma escuta em uma abertura total á vontade Divina á nosso respeito. Neste evangelho Jesus ensina que temos que ser insistentes naquilo que pedimos que o Senhor nos dê o pão de cada dia, a vida e suas múltiplas formas e manifestações, mas que haja em nós esse desejo e disposição de buscá-la, de construí-la, e principalmente de partilhá-la, pois pão que não é partilhado deixa de ser pão. Que nunca nos falte o perdão do Pai diante das nossas ofensas, mas que o nosso coração deixe de ser tão estreito e se alargue para também saber perdoar, mesmo porque, só experimentaremos a alegria do perdão de Deus, quando o nosso perdão dado de modo incondicional e gratuito, faz aflorar um sorriso de alegria no rosto de quem antes era nosso inimigo.
Que ele nos livre das tentações, principalmente da mais terrível que é a de querermos colocá-lo ao nosso dispor, para nos servir sempre que solicitado, invertendo a ordem das coisas, porque na verdade nosso Deus já fez isso em Jesus Cristo, que se aniquilou a si mesmo e por nós se entregou, fazendo-se servidor do Pai, agora é a nossa vez de nos abaixarmos para lavar os pés, na entrega generosa no amor ao próximo.
E se formos mesmo insistentes, como nos ensina o senhor, um dia alcançaremos tudo o que pedimos, porque de tanto nos entregarmos a oração, como Jesus fazia, iremos conhecer ainda mais o nosso Deus e a sua vontade a nosso respeito.
A conclusão final a que se chega com a reflexão deste evangelho, é de que nossas orações não mudam a Deus, mas, com a perseverança e insistência, ela vai transformando o nosso coração e toda nossa vida,e assim vamos nos moldando segundo a santa vontade de Deus. Nesse dia podemos afirmar categoricamente que a nossa oração foi atendida.
2. O que pedir? O que Deus oferece?
No texto do evangelho deste domingo é enquadrado à menção do "pedido": no v. 1, "um dos discípulos pediu-lhe: 'Senhor, ensina-nos a orar…?"; no v. 13 é Jesus quem diz: "… quanto mais o Pai do céu saberá dar o Espírito Santo aos que lhe pedirem!". O "pedido" é o tema principal de nossa perícope. Qual deve, então, ser o pedido que caracteriza a súplica do discípulo? Pedido e promessa visam ao Espírito Santo. Não é, aqui, o espaço de fazermos um comentário sobre o Pai-Nosso.
Basta simplesmente dizer que, o que nos permite entrar no dinamismo da relação filial entre Jesus e o Pai, é o Espírito Santo, que o Pai dará.
Segue à oração do Pai-Nosso, que é a oração do Senhor e da comunidade que ele reúne, uma parábola (vv. 5-8) e sua interpelação para o discípulo (vv. 9-12). O que pedir? O que Deus oferece?
É preciso mover a vontade e pedir insistentemente (cf. vv. 8-9), sem desanimar.
A súplica é exercício de humildade e confiança. Mas o que pedir? O Pai-Nosso ilustra: pão, perdão, não ceder às tentações. Pedir não só para o indivíduo, mas para todos. Mas não é só, ou não é tudo, pois a vida do ser humano não se reduz ao imediato. Deus nos oferece gratuitamente o Espírito Santo (v. 13); Jesus sugere que nós o supliquemos ao Pai. É o Espírito Santo, Deus em nós, que ilumina nossa vida para que possamos discernir as soluções dos dramas humanos. É o Espírito Santo que nos permite entrar na intimidade divina.
ORAÇÃO
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.
3. A MISERICÓRDIA DO PAI CELESTE
O traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, é a misericórdia. Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele. Um dado fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai. Só ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo, ninguém perde por esperar.
A argumentação de Jesus funda-se na insuperável misericórdia divina. Se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste. Sua bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica. E ninguém fica decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos.
A oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode desejar obter do Pai. Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina. Por isso, seu desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na história humana. Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados, perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno. Só um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos!
Oração
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.


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