segunda-feira, 1 de julho de 2013

Liturgia da 13ª semana comum ano Impar

Liturgia da Segunda Feira — 01.07.2013
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Gênesis 18, 16-33)
Leitura do livro do Gênesis.
18 16 Os homens levantaram-se e partiram na direção de Sodoma, e Abraão os ia acompanhando. 17 O Senhor disse então: "Acaso poderei ocultar a Abraão o que vou fazer?18 Pois que Abraão deve tornar-se uma nação grande e poderosa, e todos os povos da terra serão benditos nele. 19 Eu o escolhi para que ele ordene aos seus filhos e à sua casa depois dele, que guardem os caminhos do Senhor, praticando a justiça e a retidão, para que o Senhor cumpra em seu favor as promessas que lhe fez."
20 O Senhor ajuntou: "É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande. 21 Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei."
22 Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor. 23 Abraão aproximou-se e disse: "Fareis o justo perecer com o ímpio? 24 Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar? 25 Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?" 26 O Senhor disse: "Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles." 27 Abraão continuou: "Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza. 28 Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?" "Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos." 29 Abraão insistiu ainda e disse: "Talvez só haja aí quarenta." "Não destruirei a cidade por causa desses quarenta." 30 Abraão disse de novo: "Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda! Talvez só se encontrem trinta!" "Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei." 31 Abraão continuou: "Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte." "Em atenção aos vinte, não a destruirei." 32 Abraão replicou: "Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?" E Deus respondeu: "Não a destruirei por causa desses dez."
33 E o Senhor retirou-se, depois de ter falado com Abraão, e este voltou para sua casa.
Salmo responsorial 102/103
O Senhor é indulgente, é favorável.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Pois ele te perdoa toda culpa
E cura toda a tua enfermidade;
Da sepultura ele salva a tua vida
E te cerca de carinho e compaixão.
O Senhor é indulgente, é favorável,
É paciente, é bondoso e compassivo.
Não fica sempre repetindo as suas queixas
Nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exigem nossas faltas
Nem nos pune em proporção às nossas culpas.
Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
Tanto é grande o seu amor aos que o temem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra (Sl 129,5).

EVANGELHO (Mateus 8,18-22)
8 18 Certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago.
19 Nisto aproximou-se dele um escriba e lhe disse: "Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores".
20 Respondeu Jesus: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça".
21 Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: "Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai".
22 Jesus, porém, lhe respondeu: "Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Discípulo não vive de Euforia e nem de respostas esfarrapadas
Primeiro temos neste evangelho  um Discípulo  Eufórico, empolgadíssimo com Jesus, e que se mostra um “Pau prá qualquer obra”.Nas  comunidades sempre aparecem tipos  assim, saem de um retiro ou de um encontro “pisando nas nuvens”, Jesus é seu tudo, sua vida, juram que por ele  são capazes de morrer, enfim, estão dispostos a fazerem  qualquer coisa...Mas um belo dia essa euforia vai se esfriando por várias razões, até que acaba em nada.
O outro tipo que aparece,  é aquele que dá eternas desculpas para não ser discípulo de verdade. “Ah quando eu me aposentar me aguardem, vou fazer de tudo pela comunidade”. Conheci um que fazia planos de monumentais  obras de caridade, caso acertasse na mega sena acumulada. Outro cismou que o seu carisma maior estava na política e tentava convencer a comunidade a Elegê-lo, pois seria o melhor dos políticos. E ainda outro que, só estava esperando o Padre ser transferido, porque não se dava com ele, mas assim que ele se fosse, voltaria a vida de doação pela comunidade... Enfim, há sempre um caminhão de desculpas para se prorrogar o compromisso com Jesus. Mais tarde.... daqui um tempo...no ano que vem...
Claro que não há nada de mal em alguém ir enterrar o próprio Pai, é até um belo ato de caridade cristã. Mas o que Jesus censura no sujeito, é esse “deixar para depois”. O verdadeiro discípulo de Jesus é como jogador de Futsal,  mesmo num espaço pequeno, marcado pelo adversário, ele dribla, faz o giro e se sai bem da jogada.
O Discípulo autêntico nunca deixa para depois o compromisso maior com o seu discipulado. O Reino é agora, naquele momento. Ali o discípulo tem de fazer o Reino acontecer, em seu compromisso com o evangelho. Em, seu dia a dia, nas relações familiares, no trânsito, no Banco, na rua, enfim, onde estiver em que circunstância for, o discipulado tem de se tornar uma prática constante em nossa vida. Não é preciso chegar o dia certo, o tempo certo, o clima certo, o padre ou o Bispo certo, as pessoas são o que são, Jesus chamou a todos, com o nosso jeito de ser, para atuarmos nesse “time” de evangelizadores e evangelizadoras, que nunca irá sofrer uma derrota.
O dia de ontem já é passado, e o de amanhã ainda não chegou, nosso discipulado é hoje, no agora da vida!
2. A liberdade diante do seguimento de Jesus
O relato de vocação do evangelho de hoje se encontra, também no evangelho de Lucas, porém, com diferenças importantes (9,57-62).
Em Lucas há três anônimos que recorrem a Jesus: o primeiro e o terceiro tomam a iniciativa (vv. 57.61), enquanto o segundo é chamado por Jesus (v. 59). Em Mateus, um escriba toma a iniciativa (v. 19), e também um entre os discípulos, que põe uma condição ao chamado de Jesus (v. 21).
Ao escriba disposto a seguir Jesus, ele alerta que a vocação do discípulo é itinerante e exige desapego: "As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça" (v. 20).
Ao outro, que não sabemos se a iniciativa foi dele ou de Jesus, o Senhor adverte que não há nada que possa anteceder ou retardar o seguimento.
Se ninguém é excluído do seguimento de Cristo, é verdade, igualmente, que ninguém pode pôr condições para segui-lo.
ORAÇÃO
Pai, confronta-me, cada dia, com as exigências do discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.
3. COMO SEGUIR JESUS
Quem quiser tornar-se discípulo deverá submeter-se às exigências do discipulado estabelecidas por Jesus. As conveniências e comodidades do discípulo não contam, quando Jesus o chama para segui-lo. Ao discípulo cabe apenas obedecer.
O discipulado acontece na pobreza. Quem pensa seguir Jesus para encontrar bem-estar econômico e garantir a própria segurança, está equivocado. O próprio Jesus não tinha onde reclinar a cabeça. Ele vivia neste mundo ser nem mesmo possuir uma casa, como se fosse um estrangeiro, peregrino nesta terra. Não seria diferente com o discípulo. Nada de instalar-se no bem-bom deste mundo. O discipulado se dá em forma de desapego e liberdade em relação aos bens materiais, isto é, na pobreza.
O discipulado acontece na ruptura dos laços que impedem o Reino de tornar-se absoluto na vida do discípulo. Os laços familiares são tão fortes que, às vezes, chegam a impedir o discípulo de dar os passos exigidos pelo Reino, fazendo-o adiá-los indefinidamente. O Reino não pode perder sua primazia na vida do discípulo de forma alguma. Por isso, Jesus deu ao discípulo a ordem peremptória de segui-lo, sem esperar pela morte e sepultamento do próprio pai. Haveria quem cuidasse disto. Quanto ao discípulo, o Reino exigia que ele assumisse imediatamente sua parte na missão.
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender e aceitar as exigências colocadas por ti para que eu me torne teu discípulo.
Liturgia da Terça-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Gênesis 19,15-29)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 19 15 ao amanhecer, os anjos instavam com Lot, dizendo: "Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que estão em tua casa, para que não pereças também no castigo da cidade." 16 E, como ele demorasse, aqueles homens tomaram pela mão a ele, a sua mulher e as suas duas filhas, porque o Senhor queria salvá-los, e o levaram para fora da cidade. 17 Quando já estavam fora, um dos anjos disse-lhe: "Salva-te, se queres conservar tua vida. Não olhes para trás, e não te detenhas em parte alguma da planície; mas foge para a montanha senão perecerás." 18 Lot disse-lhes: "Oh, não, Senhor!19 Já que vosso servo encontrou graça diante de vós, e usastes comigo de grande bondade, conservando-me a vida, vede, eu não me posso salvar na montanha, porque o flagelo me atingiria antes, e eu morreria. 20 Eis uma cidade bem perto onde posso abrigar-me. É uma cidade pequena e eu poderei refugiar-me nela. Permiti que o faça – ela é pequena – e terei a vida salva." 21 Ele disse-lhe: "Concedo-te ainda esta graça: não destruirei a cidade a favor da qual me pedes. 22 Apressa-te e refugia-te lá porque nada posso fazer antes que lá tenhas chegado." Por isso, puseram àquela cidade o nome de Segor.
23 O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor. 24 O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu. 25 E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo. 26 A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.
27 Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor. 28 Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça de uma grande fornalha. 29 Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava.
Salmo responsorial 25/26
Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.
Provai-me, ó Senhor, e examinai-me,
Sondai meu coração e o meu íntimo!
Pois tenho sempre vosso amor ante meus olhos;
Vossa verdade escolhi por meu caminho.
Não junteis a minha alma à dos malvados,
Nem minha vida à dos homens sanguinários;
Eles têm as mãos cheias de crime;
Sua direita está repleta de suborno.
Eu, porém, vou caminhando na inocência;
Libertai-me, ó Senhor, tende piedade!
Está firme o meu pé na estrada certa;
Ao Senhor eu bendirei nas assembléias.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra (Sl 129,5).

EVANGELHO (Mateus 8,23-27)
Naquele tempo, 8 23 Jesus subiu a uma barca com seus discípulos.
24 De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia.
25 Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: "Senhor, salva-nos, nós perecemos!"
26 E Jesus perguntou: "Por que este medo, gente de pouca fé?" Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria.
27 Admirados, diziam: "Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?" 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Igreja de Cristo
O evangelista Mateus escreve para judeus e por isso, podemos imaginar o drama que viviam os Judeus prosélitos convertidos ao cristianismo no primeiro século.
Primeiro a pressão dos Judeus tradicionalistas, que apenas viam o Cristianismo como uma seita. Em lugar do eixo teológico da antiga Aliança, que girava em torno da Lei de Moisés, o apóstolo Paulo torna a Fé Cristocêntrica, quando proclama que a Fé na Graça de Deus manifestada em Jesus é o que basta para a Salvação, e não o cumprimento da Lei. Nossas comunidades cristãs da atualidade sentem também a todo momento grandes dificuldades para testemunhar o Evangelho em meio a um mundo paganizado. Tem-se ás vezes a impressão de que o Cristianismo não irá sobreviver e que é melhor ceder a pós modernidade e seus valores tidos como essenciais. Quem salva não é Deus mas o homem com sua ciência, tecnologia, avanço científico. As acusações de que o Cristianismo é uma Velharia cheirando a mofo, com sua doutrina, sempre é feita, quando os Pastores da Igreja se pronunciam contra algo ditado pelo homem da pós modernidade e há mesmo, aqueles cristãos que não resistem e abandonam o barco, a procura de um Cristianismo que não seja tão exigente no campo da ética e da moral, e que tenha como referência as necessidades do homem e não o Evangelho, o Magistério e a Tradição da Igreja.
Por outro lado os problemas internos das comunidades e da própria Igreja, parece que a barquinha vai acabar não resistindo....E Jesus Cristo, nosso Deus, que instituiu a Igreja, não está vendo essa situação? Não vai tomar nenhuma atitude para confirmar a sua Igreja? Será que vai deixar a barquinha afundar? Esse questionamento os cristãos daquelas primeiras comunidades já faziam. Parece que nosso Deus está dormindo...
O evangelho mostra uma coisa de maneira muito clara, a última palavra não será das forças do mal que querem acabar com a Igreja, mas de Jesus. Ele manda o vento e o mar se calarem e eles obedecem. A mensagem é simples: Não há neste mundo nenhuma Força Maligna capaz de acabar com a Igreja de Cristo. Um pouco depois da Reforma Protestante, já no Século XVII, um Pastor Protestante de grande sabedoria no campo das pesquisas, desafiou o Papa para que ele abrisse os arquivos secretos do Vaticano, para que ele desmascarasse a Igreja mostrando a corrupção dos Papas.
Mas, ao terminar sua pesquisa, ele quis uma audiência com o Papa, que deu todo o apoio para suas pesquisas, e nesta audiência manifestou a sua decisão de tornar-se Católico e quando o Papa admirado lhe questionou o por que da decisão, ele respondeu “Concluiu que esta é a verdadeira Igreja de Cristo, porque nem mesmo os Papas conseguiram acabar com ela, com seus numerosos pecados e escândalos”, respondeu o novo católico.
2. "Por que tanto medo, homens de pouca fé?"
Jesus entra no barco seguido por seus discípulos para fazer uma travessia à outra margem do Lago (cf. v. 18).
A travessia é feita de surpresa, pois ela pode ser dificultada pelos ventos que levantam as ondas, as quais ameaçam o barco e seus ocupantes (v. 24). No universo simbólico da tradição bíblica, o mar evoca o mal e a morte. Enquanto Jesus dorme (ver: Jn 1,4-6), os discípulos se apavoram: "Senhor, salva-nos, estamos perecendo!" (v. 25).
A menção de que Jesus dormia pode aludir à sua morte. Ao discípulo é exigida confiança, não importa em que situação: "Por que tanto medo, homens de pouca fé?" (v. 26). O medo é contrário à fé. E o discípulo só será plenamente livre quando superar, pela fé, o medo da morte. Jesus repreende o mar como se estivesse expulsando um demônio (cf. Mc 1,21-28). Sua palavra é eficaz como é eficaz a Palavra de Deus, que domina sobre as ondas do mar (Sl 68[67],2; Sl 89[88],10).
O Senhor acordado do seu sono domina o mal, vence a morte; sua presença dá segurança, pois a sua vitória permite continuar a travessia, a peregrinação pela história. Mas "quem é este que até os ventos e o mar obedecem?" (v. 27). Cabe a cada um que se encontra diante do Senhor responder.
ORAÇÃO
Pai, põe no meu coração a certeza de que o Ressuscitado está comigo e me dá força nos momentos de tribulação. E, assim, eu dê provas de que a minha fé é sólida.
3. UMA FÉ PEQUENINA
A experiência de estar numa barquinha, em meio a uma forte tempestade, serviu para testar a profundidade da fé dos discípulos. E provou ser ainda muito pequena, como declarou Jesus.
A presença serena do Senhor, dormindo tranqüilo, mesmo estando a barca para ser engolida pelas ondas, não foi bastante para criar no coração dos discípulos a certeza de que não afundariam. No desespero, acordaram Jesus pedindo para livrá-los da morte iminente. Jesus os censurou por terem demonstrado uma fé tão incipiente.
A barquinha em meio à tormenta retratava a vida das primitivas comunidades cristãs. Elas corriam o risco de serem tragadas pelas ondas das perseguições e dificuldades que afloravam de toda parte. A primeira reação era a de desesperar-se e pensar que estava tudo perdido e não seriam capazes de fazer frente àquela situação.
Entretanto, elas não se davam conta da presença discreta, mas efetiva, do Senhor em seu meio. O Ressuscitado não havia deixado os seus entregues à própria sorte. Pelo contrário, ele estava aí, participando da sorte da comunidade e garantindo sua sobrevivência. Jamais as pressões dos inimigos e perseguidores seriam suficientemente fortes para por abaixo a comunidade. O medo não se justificava. O Senhor estava com sua comunidade.
Oração
Senhor Jesus, nos momentos de dificuldades, que eu saiba reconhecer tua presença discreta junto de mim dando-me coragem e alento.
Liturgia da Quarta-Feira
SÃO TOMÉ - APÓSTOLO
VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA )
Antífona da entrada: Vós sois o meu Deus e eu vos dou graças; vós sois o meu Deus e eu vos exalto: eu vos dou graças porque sois o meu salvador (Sl 117,28).
Leitura (Efésios 2,19-22)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
2 19 Conseqüentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus.
21 É nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo no Senhor.
22 É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus. 
Salmo responsorial 116/117
Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!
Pois comprovados é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acreditaste, Tomé, porque me viste. Felizes os que crêem sem ter visto (Jo 20,29)

Evangelho (João 20,24-29)
20 24 Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25 Os outros discípulos disseram-lhe: "Vimos o Senhor". Mas ele replicou-lhes: "Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!"
26 Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!"
27 Depois disse a Tomé: "Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé".
28 Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!"
29 Disse-lhe Jesus: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ressurreição: mistério para se acolher e contemplar...
Hoje é Dia de São Tomé e o evangelho evidentemente não traz a ele uma crítica, antes, um elogiou e louvor pela sua atitude pois ao contrário do que se pensa, São Tomé deixou-se levar pela Fé no Ressuscitado...Mas o modo como está relatado, parece que ele faltou na celebração e depois,  ainda duvidou do anúncio e testemunho dos seus irmãos de comunidade. A  atitude de Tomé é a do homem que se deixa levar pela Fé, permitindo que ela seja, a partir de agora, esse novo jeito de se relacionar com Jesus Ressuscitado. Claro que aqui se toma o exemplo de um, que é São Tomé, para falar da experiência de todos e principalmente das comunidades cristãs do primeiro século da Igreja, que fizeram essa experiência.
Sabemos que Jesus Ressuscitado vai á frente de todas nossas comunidades cristãs, mas não podemos vê-lo e nem tocá-lo, mas o vemos pela Fé ( sem precisar usar o nosso imaginário sobre o tipo físico de Jesus, do mesmo modo que, a sua presença real na Eucaristia não é fruto da nossa imaginação).
O testemunho da nossa Fé no Cristo Ressuscitado, só se torna mais consistente quando vivemos em comunidade onde celebramos aquilo que Cremos e quem não participa da comunidade não consegue crer na Ressurreição do Senhor. A Comunidade não se reúne de vez em quando, para matar a saudades de Jesus e ficar o recordando mas a cada oito dias se reúnem em torno da Palavra e do Pão.
E por fim uma observação importante, Jesus não vai dizer a Tomé, ao final do evangelho, “Credes porque me tocastes”, mas sim “Credes porque me vistes...”. Para fazer esta belíssima profissão de Fé, que ainda hoje podemos rezar solenemente diante da apresentação do Cordeiro, por parte do sacerdote, Tomé não precisou tocar nas marcas da paixão que o Senhor lhe apresentou  (O evangelho não fala que ele tocou) E Jesus vai dizer que ele o viu “Credes porque me vistes....”.
Trata-se de um modo novo de olhar para Jesus, pois o Crucificado é o Ressuscitado, e agora a Fé, é o único modo de vê-lo, e sentir a sua presença na Igreja. Essa profissão solene de Fé, também é o ato de Fé das primeiras comunidades, que contrariando o poder do império romano, professava o Senhorio de Jesus, Único Deus e Senhor, e não o do Imperador, que tinha as prerrogativas divinas e exigia culto de adoração.
2. Para crer não é necessário ver
Habitualmente, Tomé é taxado unicamente como o homem da dúvida ou da falta de fé. Ele, gêmeo da comunidade cristã, é igualmente o homem da fé: "Meu Senhor e meu Deus!" (v. 28). Com a sua profissão de fé praticamente termina o evangelho segundo João. O episódio de Tomé ilustra como a comunidade cristã chega à fé em Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos. Tomé não acolheu o testemunho dos discípulos que disseram: "Nós vimos o Senhor" (v. 25).
Nisto, exatamente, consistirá a repreensão do Senhor a ele: "Creste por que me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!" (v. 29). A fé é fundamentalmente testemunho aceito e transmitido. Ninguém tem acesso imediato ao fato do Cristo Ressuscitado. Nosso acesso se dá através da transmissão daqueles que foram testemunhas oculares do acontecido com Jesus (cf. Lc 1,1-4).
Através do testemunho deles, nós podemos experimentar os efeitos da ressurreição do Senhor em nós.
ORAÇÃO
Pai, não deixe a incredulidade contaminar o meu coração e me impedir de buscar um modo de ser, onde a vida e a esperança falem mais alto que a morte e o desespero.
3. VER PARA CRER
Tomé é a tipologia do "ver para crer". A esta, Jesus contrapõe a bem-aventurança dos que creram sem ver.
Entre as primeiras comunidades vinculadas à comunidade de Jerusalém, surgiu a tradição do ver o ressuscitado como condição para as primeiras lideranças. A partir daí, somos chamados a crer nestas testemunhas, sem ver.
O episódio do Evangelho de hoje relativiza as narrativas de visões do ressuscitado. Na cena do encontro do túmulo vazio, o discípulo que Jesus amava creu sem ver o ressuscitado. Para crer não é necessário ver.
A fé brota da experiência de amor que os discípulos tiveram no convívio com Jesus, e da mesma experiência de amor que se pode ter, hoje, nas relações fraternas de acolhimento, de doação e serviço, de misericórdia e compaixão, na fidelidade às palavras do Mestre.
Liturgia da Quinta-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Leitura (Gênesis 22,1-19)
Leitura do livro do Gênesis.
22 1 Depois disso, Deus provou Abraão, e disse-lhe: "Abraão!" "Eis-me aqui", respondeu ele.2 Deus disse: "Toma teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaac; e vai à terra de Moriá, onde tu o oferecerás em holocausto sobre um dos montes que eu te indicar."
3 No dia seguinte, pela manhã, Abraão selou o seu jumento. Tomou consigo dois servos e Isaac, seu filho, e, tendo cortado a lenha para o holocausto, partiu para o lugar que Deus lhe tinha indicado. 4 Ao terceiro dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe. 5 "Ficai aqui com o jumento, disse ele aos seus servos; eu e o menino vamos até lá mais adiante para adorar, e depois voltaremos a vós."
6 Abraão tomou a lenha do holocausto e a pôs aos ombros de seu filho Isaac, levando ele mesmo nas mãos o fogo e a faca. E, enquanto os dois iam caminhando juntos, 7 Isaac disse ao seu pai: "Meu pai!" "Que há, meu filho?" Isaac continuou: "Temos aqui o fogo e a lenha, mas onde está a ovelha para o holocausto?" 8 "Deus, respondeu-lhe Abraão, providenciará ele mesmo uma ovelha para o holocausto, meu filho." E ambos, juntos, continuaram o seu caminho.
9 Quando chegaram ao lugar indicado por Deus, Abraão edificou um altar; colocou nele a lenha, e amarrou Isaac, seu filho, e o pôs sobre o altar em cima da lenha. 10 Depois, estendendo a mão, tomou a faca para imolar o seu filho. 11 O anjo do Senhor, porém, gritou-lhe do céu: "Abraão! Abraão!" "Eis-me aqui!" 12 "Não estendas a tua mão contra o menino, e não lhe faças nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único." 13 Abraão, levantando os olhos, viu atrás dele um cordeiro preso pelos chifres entre os espinhos; e, tomando-o, ofereceu-o em holocausto em lugar de seu filho.
14 Abraão chamou a este lugar "o Senhor providenciará", de onde se diz até o dia de hoje: "Sobre o monte o Senhor providenciará."
15 Pela segunda vez chamou o anjo do Senhor a Abraão, do céu, 16 e disse-lhe: "Juro por mim mesmo, diz o Senhor: pois que fizeste isto, e não me recusaste teu filho, teu filho único, eu te abençoarei. 17 Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu, e como a areia na praia do mar. Ela possuirá a porta dos teus inimigos, 18 e todas as nações da terra desejarão ser benditas como ela, porque obedeceste à minha voz."
19 Abraão voltou então para os seus servos, e foram juntos para Bersabéia, onde fixou sua residência.
Salmo responsorial 114/115
Andarei na presença de Deus,
junto a ele, na terra dos vivos.
Eu amo o Senhor, porque ouve
o grito da minha oração.
Inclinou para mim seu ouvido
no dia em que eu o invoquei.
Prendiam-me as cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;
invadiam-me angústia e tristeza,
eu então invoquei o Senhor:
"Salvai, ó Senhor, minha vida!"
O Senhor é justiça e bondade,
nosso Deus é amor-compaixão.
É o Senhor quem defende os humildes:
eu estava oprimido, e salvou-me.
Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto
e livrou os meus pés do tropeço.
Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

EVANGELHO (Mateus 9,1-8)
9 1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade.
2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados."
3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema."
4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações?
5 Que é mais fácil dizer: 'Teus pecados te são perdoados', ou: 'Levanta-te e anda?'
6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te" - disse ele ao paralítico -, "toma a tua maca e volta para tua casa."
7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.
8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus faz "Barba e Cabelo"
É até temeroso usar certas expressões como esta, para falar de Jesus, muitos pensam que seria banalizar a sua pessoa e ação, mais banalizado do que Jesus já foi, a partir da sua encarnação, e depois com a morte horrível na cruz, tudo por que? Para estar perto do homem, para amá-lo, comunicar a misericórdia de Deus e o Salvá-lo. Às vezes uma expressão assim, é melhor compreendida e toca mais fundo coração de alguém, do que frases muito batidas, mas que não dizem nada para a vida do ouvinte. Bom, mas vamos ao texto.
Se não entendermos que a Força da Salvação, da Graça Santificante e da Misericórdia de Deus, plenamente manifestadas em Jesus, é maior e mais poderosa do que nossos pecadinhos e pecadões, se não compreendermos que a Palavra penetra fundo chegando no centro da nossa vida, onde outras mensagens não conseguem com a mesma eficácia, permanecemos paralíticos como este homem, ficamos paralisados em nossos pecados, temos medo de encarar o mundo e confrontar a Força do Mal nele presente, como vimos no evangelho de ontem. Tem muito cristão paralítico, que não anda nem desanda, não se abre realmente para a Boa Nova, porque tem medo de perder algo, ainda mais com esse espírito consumista que infesta o coração do homem desse tempo. Paralíticos que atrapalham a vida da comunidade, que não deixa a pastoral caminhar, que faz de um Movimento Religioso algo tão mesquinho, desvirtuando do seu verdadeiro papel.
Tudo isso por quê? Não se acredita que Deus é tão misericordioso desse jeito, não se crê que esse amor de Deus por nós manifestado em Jesus, é realmente grandioso e infinito, paralisia é não conseguir amar com a mesma intensidade de Jesus, fazendo apenas uma “Meia Boca” do seu mandamento maior, dado ás vésperas da sua paixão, Coração amarrado que parece Mula empacadeira, não entende aquilo que é essencial no Cristianismo, na Comunidade de Mateus tinha gente assim, nas nossas também, não na Patagônia, como sempre se diz por aí, está na hora da gente assumir, não é?
Diante de Jesus não tem conversa fiada, a comunidade sentia-se incomodada com a presença daquele paralítico em meio dela, mas tinham Fé e esperança de que Jesus o iria libertar daquela paralisia do coração, que é a pior de todas.
Bom, havia uma paralisia Física sim, mas essa foi Café pequeno para o Poder de Jesus, entretanto, para o Judeu, deficiência física era conseqüência do pecado. O amor de Jesus e a Misericórdia do Pai, envolveu aquele homem naquele momento e o tornou liberto de qualquer mal que o aprisionava. Então uns Escribas, sempre eles, esses doutores que sabem tudo, mas ao mesmo tempo não sabem nada, ficaram horrorizados em seu íntimo mas foram descobertos por Jesus, admitiam até o milagre da deficiência, mas restituir ao homem o poder de amar e sentir-se amado por Deus, aí já era demais.
Muita gente hoje em dia busca uma cura de doenças que abalam a saúde, mas não se dispõe a curar também o coração, para amarem mais, para serem mais igreja, para serem mais corajosos e menos “Frouxos” em seu testemunho. E Jesus manifestou externamente aquilo que já havia realizado interiormente naquele homem. O homem levantou-se e foi para sua casa, onde o amor é essencial na relação entre as pessoas, é na casa e na Família que se aprende a amar como Jesus. O Povo glorificou a Deus, reconhecendo algo Divino em Jesus, os Escribas ruminaram sua raiva, e eu aqui, disse para mim mesmo, com uma enorme alegria no coração “O meu Senhor sempre Vence, Ele sempre faz Barba e Cabelo, aqui dentro do meu coração”
2. Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!
O mal não só desfigura o ser humano, mas faz com que ele sinta Deus distante. Este mesmo relato encontra-se em Marcos e Lucas, com traços típicos de cada um dos evangelistas (Mc 2,1-12; Lc 5,17-26).
A paralisia é uma doença incurável; é como se a pessoa fosse um "morto vivo", como dizemos coloquialmente. O ponto de partida tem de ser a fé capaz de reconhecer que para Deus nada é impossível. É esta fé, da qual Jesus se admira, que impulsiona aqueles anônimos a levarem o paralítico diante de Jesus. Na antiguidade bíblica, a enfermidade está ligada ao pecado.
Por esta razão, a cura é precedida pela palavra que liberta: "Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!" (v. 2). Em Marcos 2,7, é sugerido que só Deus pode perdoar pecados. Por isso, os letrados dizem que ele blasfema. Mas a blasfêmia não está no perdão oferecido; o mal está no pensamento dos opositores de Jesus, que se recusam a reconhecer que ele é o Filho do Homem e tem o poder de perdoar os pecados.
A Igreja, povo que o Senhor reúne, é o lugar do perdão e da reconciliação. A comunidade cristã é a comunidade dos reconciliados.
ORAÇÃO
Pai, que minha fé ilimitada em teu Filho Jesus seja penhor de perdão e cura. Que o poder de Jesus me cure a partir do meu interior.
3. PERDÃO E CURA
A declaração de que os pecados do homem paralítico estavam perdoados causou espanto nos adversários de Jesus. Parecia-lhes ser uma ofensa a Deus o que ouviam. Como alguém, no caso Jesus, tinha a ousadia de usurpar um poder divino? O gesto de Jesus era inaceitável para eles. Não passava de uma autêntica blasfêmia.
Jesus não se dobrou a esta interpretação maldosa e errada de sua ação. E se declarou capaz de fazer algo ainda mais divino: curar a paralisia daquele homem. Demonstrando seu poder de curar, Jesus manifestou sua condição de Filho do homem, revestido com poderes conferidos pelo Pai, para agir em nome do Pai. Jesus, que perdoou os pecados daquele homem, também o libertou de sua limitação física. Portanto, ao agir, Jesus não se prevalece de um poder que não lhe pertence. Ele não é um inimigo de Deus. Antes, é o instrumento escolhido por Deus para que a humanidade se beneficiasse da ação divina de perdoar os pecados e curar as pessoas de seus males.
O duplo gesto de Jesus dá-se na mais total fidelidade a Deus, sem que lhe seja feita concorrência ou que seus poderes sejam usurpados. Contemplar os gestos poderosos de Jesus correspondia a ver Deus prodigalizando a humanidade com seus bens. Porém, os inimigos de Jesus se recusavam a curvar-se diante da evidência.
Oração
Senhor Jesus, que eu contemple nos teus gestos poderosos a prodigalidade do amor do Deus derramado sobre a humanidade.
Liturgia da Sexta-Feira
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM - 1ª Sexta-Feira do mês: Celebração do Sagrado Coração de Jesus
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
SEXTA FEIRA DA 13ª SEMANA DO TC – 05/07/2012

 Leitura Gênesis 23, 1.4.19-24.1-8..62-67
Salmo 105(106), “Louvai o Senhor porque ele é bom”
Evangelho Mateus 9, 9-13

A LITURGIA DESTA DATA SERÁ ATUALIZADA DURANTE A SEMANA

Antífona da entrada: .......................
Oração do dia
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Leitura (..................)
Leitura .................
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Salmo responsorial ............
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Aclamação do Evangelho
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EVANGELHO (..............)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo ...........
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus chama Mateus, um escândalo para os Fariseus...
___Olha São Mateus,  o Senhor poderia nos falar sobre aquele dia que o Mestre passou na sua banca e o chamou para ser discípulo?
___Bom, foi um dia inesquecível, eu pensei que o Galileu fosse pagar algum imposto, mas de repente vi o seu olhar sobre mim, não era um olhar acusador como o da maioria do povo, mas era um olhar firme, que me deixou encantado, suas palavras apenas expressaram o que os seus olhos já me haviam dito...
___É Verdade que o Farisaísmo entrou em polvorosa?
___Nossa, e como ! Eles consideravam muito o Mestre e tinham grande admiração e respeito por ele, mas certas atitudes os desconcertavam, e esse chamado que ele me fez, ali diante deles, foi realmente muito desconcertante, imagine eu, um Cobrador de impostos, explorador do povo e a serviço do poder romano, ser chamado por Jesus. E o que é pior, ele foi jantar em minha casa naquela noite....Deu o maior "buchicho"
___Pois é, percebe-se no seu relato, eles começaram a "apertar" os discípulos, o por que desse jantar em sua casa...
___Sim, mas não só isso, meus amigos cobradores de impostos também vieram, achei que o Mestre iria nos fazer um discurso moralista, prá gente mudar de vida e ....
___Ué, mas então ele não pregou a palavra, não fez ameaças para vocês se converterem? Pensei que ele tivesse dado uma "dura" no seu grupo de pecadores...
___Pois é, eu também pensei assim, e até achava que aquele jantar seria bem chato, pelo clima que o Mestre iria criar. Mas...me surpreendeu o fato dele ter ficado á vontade em minha casa, sabe, parecia um de nós, comia, bebia, falava, ria de coisas gozadas que a gente falava, e uma hora até ameaçou uma dança, como era nosso costume....Foi uma festa imemorável, descobri que ele nos queria muito bem, apesar de sermos uns "casos perdidos".
___Então não foi o discurso ou ensinamento que te levou a mudar de vida e segui-lo ?
___Não, de modo algum! Foi a sua atitude e o modo como se relacionou comigo e com os outros, Jesus é simplesmente encantador, é impossível não segui-lo, quando se experimenta o quanto ele nos ama... daí sim é que vem a conversão...
___Conclusão: daí o Império Romano perdeu um excelente cobrador, e o Mestre ganhou um novo discípulo, e nós enquanto igreja,  ganhamos um grande Santo e Apóstolo...
2. A misericórdia precede e ultrapassa o sacrifício
Ninguém está excluído do seguimento de Jesus Cristo. O seu chamado exigente é para todos. Mateus, que Jesus chama ao seu seguimento, é coletor de impostos, isto é, pecador público (ver: Lc 19,7). O relato de Mateus omite que a refeição tenha sido na casa de Levi, ao contrário de Marcos e Lucas, que o dizem explicitamente (Mc 2,15; Lc 5,29).
Em Marcos e Lucas, a refeição oferecida por Levi tem um tom de despedida de sua vida anterior. Aqui em Mateus, a impressão é que Jesus acolhe na sua própria casa os coletores de impostos e pecadores (cf. v. 10). O autor do quarto evangelho fará o Senhor dizer: "Na casa de meu Pai tem muitas moradas" (Jo 14,2).
A pergunta dos fariseus é dirigida aos discípulos de Jesus (cf. v. 11), mas é Jesus quem toma a iniciativa de respondê-la (cf. v. 12-13), pois é a ocasião de explicitar sua missão: "De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores" (v. 13). A citação de Os 6,6 ("é misericórdia que eu quero, e não sacrifício"), e repetida em Mt 12,7, deve funcionar como princípio de ação. A misericórdia precede e ultrapassa o sacrifício.
ORAÇÃO
Pai, coloca-me sempre junto àqueles que mais carecem de tua salvação, e liberta-me de toda espécie de preconceitos que contaminam o meu coração.
Liturgia do Sábado
XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
SÁBADO DA 13ª SEMANA DO TC  06/07/2012
1ª Leitura Gênesis 27, 1-5.15-29
Salmo  134(135) “Louvai o Senhor porque ele é bom
Evangelho Mateus 9, 14-17

A LITURGIA DESTA DATA SERÁ ATUALIZADA DURANTE A SEMANA

Antífona da entrada: ..............
Oração do dia
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Leitura (............)
Leitura .............
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Salmo responsorial .....
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Aclamação do Evangelho
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Evangelho (...............)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quando o Jejum não têm sentido.
Aviso aos navegantes: este evangelho não é uma crítica a quem tem o costume de jejuar, Jesus não é contra o jejum, ele mesmo jejuou no deserto por 40 dias quando se preparava para iniciar o seu ministério publicamente. O problema aqui é outro, por que jejuar ? Os discípulos de João e os Fariseus jejuavam, mas os discípulos de Jesus não. O que isso significa?
Naquele tempo o jejum também era uma forma de suplicar a Deus para que mandasse o prometido Messias pois Jejum ( que significa estar privado de alimentação que é essencial) queria significar exatamente isso, que sem o Messias Enviado de Deus, o homem estava privado da Verdadeira Vida. Jejum era dizer a Deus, que mais importante do que o alimento material que sustenta o corpo, era o alimento da Salvação, que alimentava a alma.
Pronto! Agora ficou fácil entender a censura que Jesus faz nesse evangelho. Exatamente porque os seus discípulos já estavam saboreando a bênção e a graça do seu messianismo, enquanto que os discípulos de João e os Fariseus, mais preocupados em seguir a Lei e a tradição, ainda estavam a espera do tal Messias, sem se dar conta de que ele já estava no meio deles.
Tudo o que os outros suplicavam e esperavam, para que suas vidas fossem mudadas, os discípulos de Jesus já estavam experimentando essa mudança interior. O Jejum de hoje tem quase esse mesmos sentido, nosso único e verdadeiro alimento é Deus pois dele em Jesus Cristo nos vêm a Vida Nova, é portanto, apenas Dele que temos necessidade. Jejuar na quaresma, nos dois dias determinados pela Igreja: Quarta Feira de Cinzas e Sexta Feira Santa, é reafirmamos a nossa Fé e esperança em Cristo Jesus, pois a sua morte na cruz tornou possível  essa Vida Nova em nós, cuja necessidade supera até a nossa fome material. Claro que o jejum vem acompanhado pela oração e práticas de caridade, sem isso, ele nãop têm sentido nenhum e de nada nos valerá.
2. O sentido do jejum
O texto do evangelho é composto de duas partes: uma controvérsia sobre o jejum (vv. 14-15), seguida de duas pequenas parábolas (vv. 16-17).
A questão sobre a prática do jejum põe a pergunta acerca de que jejum se está falando: do recomendado pela Lei em vista do perdão dos pecados (Lv 16,29-31; 23,27-32) ou o das práticas de devoção, sobretudo dos fariseus, que visavam impor como obrigação para todos? Parece-nos que se trata mais da prática devocional, mas o texto não nos oferece nenhuma especificação a respeito. A resposta de Jesus situa o jejum num outro patamar. No novo tempo inaugurado pelo advento do Messias, a questão fundamental é o sentido do jejum.
A imagem da festa de casamento (v. 15) para simbolizar os tempos messiânicos é atestada no Antigo Testamento (ver: Is 61,10; 62,5), ainda que a metáfora do Messias como o esposa não se encontra na tradição vetero-testamentária. Seja como for, a ideia é importante: as práticas penitenciais devocionais para apressar a vinda do Messias são inadequadas, pois ele já se encontra presente. É em relação à pessoa de Jesus que o jejum é ou não praticado.
O jejum recebe um sentido cristológico. As duas parábolas (vv. 16-17) são um convite a se abrir para a novidade dos tempos messiânicos; é preciso uma verdadeira conversão.
ORAÇÃO
Pai, dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a novidade do Reino.
Liturgia do Domingo 07.07.2013
14º Domingo do Tempo Comum — ANO C (VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Pedi ao Senhor da messe que mande trabalhadores" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Deus enviou seu Filho ao mundo para que nele todos os povos e cada pessoa tenham a vida em plenitude. Assim pode ser sintetizada a missão de Jesus como o enviado de Deus ao mundo. Para isso, trouxe o evangelho, a Palavra viva que deve ser espalhada como um semeador lança sementes em todos os terrenos, na esperança que cresça e produza frutos. Disto se compreende a decisão de enviar setenta e dois discípulos, número simbólico bíblico que representa a totalidade das nações da terra. Os anunciadores dessa grande missão são enviados por Jesus, dois a dois, tendo como principal característica a identidade de serem discípulos do Senhor. Ninguém se torna evangelizador se não for discípulo de Jesus, sem viver e assumir a maturidade vivencial na sabedoria e na escola do Evangelho. Peçamos, nesta Eucaristia, que o Senhor suscite evangelizadores desprovidos de todo interesse pessoal, unicamente dispostos a anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Participar da Eucaristia supõe o compromisso com o Reino; comungar implica em assumir a missão de anunciar o Senhor com a palavra e o exemplo. Ser discípulo de Jesus é entregar a vida, a fim de suscitar vida nova para todos. Santa Paulina, que celebramos na próxima terça-feira, é um modelo para nossa missão nos dias de hoje. Nesse sentido, coloquemo-nos à disposição da Semana Missionária ou Pré-Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá de 16 a 20 deste mês, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Assim como os setenta e dois discípulos enviados por Jesus, hoje também somos enviados a proclamar a Palavra de Deus e transformar a vida de todos os que encontramos pelos caminhos da vida através do nosso exemplo e da prática da Palavra de Deus em nossas vidas. Esta é a única maneira de transformar nosso mundo em um lugar de Paz, Alegria, Harmonia e Comunhão com Deus.
Sintamos em nossos corações a alegria da Missão e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
OS DISCÍPULOS, MENSAGEIROS DA SALVAÇÃO
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estende, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos.
Comentário das Leituras: Quando o Evangelho for acolhido no mundo e quando os corações se transformarem em morada da Palavra de Deus, a paz irá correr como um rio para dentro de nossas comunidades, o mal será dominado e a Cruz de Cristo será o troféu glorioso do discípulo de Jesus. Escutemos com especial atenção as leituras do dia de hoje.
Primeira Leitura (Is 66, 10-14c)
LEITURA DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS
10Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós que choráveis por ela,
11para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória.
12Isto diz o Senhor: "Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregadosao colo e acariciados sobre os joelhos.
13Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém.
14cTudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos.
Salmo responsorial 66/65
Ref.: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai
salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais
sublime louvação! Dizei a Deus: "Como são
grandes vossas obras!"
Toda terra vos adore com respeito e proclame o
louvor de vosso nome! Vinde ver todas as obras
do Senhor; seus prodígios estupendos entre os
homens!
O mar ele mudou em terra firme, e passaram
pelo rio a pé enxuto. Exultemos de alegria no
Senhor! Ele domina para sempre com poder!
Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar;
vou contar-vos todo bem que ele me fez! Bendito
seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou
minha oração e meu clamor!
Segunda Leitura (Gl 6,14-18)
LEITURA DA CARTA DE SÃO PAULO AOS GÁLATAS
Irmãos: 14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo.
15 Pois nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova.
16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia.
17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus.
18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!
O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua Palavra, a Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui nos salva.

EVANGELHO (Lc 10,1-12.17-20)
Naquele tempo, 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2 E dizia-lhes: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita.
3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
4 Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!
5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!'
6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós.
7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.
8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem,
9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: 'O reino de Deus está próximo de vós'.
10 Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei:
11 Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!'
12 Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade".
17 Os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: "Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome".
18 Jesus respondeu: "Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago.
19 Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal.
20 Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu".
LEITURAS DA SEMANA DE 08 a 14 de julho de 2013:
2ª Br - Gn 28,10-22a; Sl 90; Mt 9,18-26
3ª Vd - Gn 32,23-33; Sl 16; Mt 9,32-38
4ª Vd - Gn 41-55,-57; ; 42,5-7a.17-24a; Sl 32; Mt 10,1-7
5ª Vd - Gn 44,18-21.23b-29.45,1-5; SL 105; Mt 10,7-15
6ª Vd - Gn 46.2-7.28-30; Sl 36; Mt 10,16-23
Sb Vd - Gn 49,29-32; 50,15-26a; Sl 104; Mt 10,24-33
15º DTC Vd - Dt 30,10-14; Sl 68 (69),14 e 17. 30-31. 33-34. 36ab e 37 (R/. cf. 33) ou Sl 18 (19), 8. 9. 10. 11 (R/. 9a); Cl 1,15-20; Lc 10,25-37
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Discípulos Missionários
Na Igreja dos anos 60, anterior ao Concílio Vaticano II, a palavra “Missão” evocava a imagem quase heroica de padres e religiosos que atuavam em terras distantes, dominadas pelo paganismo ou regimes políticos que nãom contemplavam o Cristianismo, ou vivendo em meio a povos indígenas que nunca tinham ouvido falar em Deus. Em uma sociedade Teocêntrica a nossa Igreja não estava acostumada a sair para vender o seu “Peixe”, isso é, para fazer o anúncio do evangelho, porque aos domingos, bastava o toque dos sinos e as pessoas vinham todas para a Igreja, buscar os sacramentos, a Missa e tudo o mais que ela oferecia na esfera do Sagrado.
A realidade hoje, dentro de um pluralismo religioso e cultura paganizada, passamos há muito tempo do teocentrismo ao Antropocentrismo, onde o homem vai ocupando cada vez mais na v ida da humanidade o lugar que pertence a Deus, ou tentando fazer o seu papel e até competindo com ele na missão de salvar a humanidade. E assim, Jesus Cristo tornou-se mais um produto na vitrine do nosso Consumismo.
A Palavra de Deus é imutável, desde que se encarnou entre nós no Verbo Divino, ela é poderosa, eficiente, transformadora e essencialmente libertadora, porém, o método de se evangelizar quem que ser constantemente renovado, a igreja perdeu muito desse espírito missionário e está se empenhando para resgatá-lo, a partir do Documento de Aparecida, tentando motivar os Cristãos a sair da Igreja para ir até às pessoas, resgatando em primeiro lugar os noventa e nove por cento dos católicos, que abandonaram a Igreja nos grandes centros urbanos, ou a trocaram por outra, que talvez tenha usado um método evangelizador mais convincente.
O evangelho de hoje oferece uma rica oportunidade para que cada um de nós cristãos faça um chek-list quanto ao método que estamos usando para evangelizar, método ensinado pelo maior de todos os mestres, Cristo Jesus, o “Comunicador do Pai”, que treinou e capacitou a sua comunidade para fazer esse anúncio, com tal eficiência, que mesmo decorridos três milênios de história, o anúncio ecoa forte no coração de quem o acolhe.
Revestido desse espírito missionário confiado pelo próprio Senhor, o discípulo missionário é antes de tudo anunciador e portador da Paz, com poder sobrenatural de atingir o coração do seu ouvinte, seja em uma assembleia numerosa ou em um corpo a corpo, que é a estratégia apresentada neste evangelho, isso naturalmente supõe a abertura e o acolhimento de quem ouve, pois o anúncio dessa Paz, cuja palavra é a semente, vem como uma proposta e nunca como uma imposição.
O anúncio é para todos, e no envio dos setenta manifesta-se claramente esse universalismo, simbolizado na multiplicidade do discipulado, justamente para atender a demanda da messe, que é muito grande, mas os operários são poucos. Também fica claro que a missão não é iniciativa do homem, mas obediência a um mandato divino, e é o próprio Senhor da Messe que envia os operários.
Enfim, Jesus ensina aos seus discípulos o seu próprio método e estratégia para anunciar o novo Reino e isso merece de cada um de nós uma atenção especial, pois o mundo também tem seus métodos, sempre impostos a partir do poder e da força que lembra o lobo, que de início até consegue resultado imediato, mas aos poucos perdem sua eficácia e em nada contribuem para o crescimento e a realização do ser humano.
É precisamente neste ambiente hostil que a Igreja tem de estar sempre presente, através de cada discípulo missionário, para falar do Reino inaugurado por Jesus e que será sempre inédito e revolucionário, pelo conteúdo que apresenta e oferece a todos, oferecendo libertação e Vida Plena. Jesus realizou a obra da Salvação comportando-se como cordeiro e não lobo, ele fez uma proposta, um chamado, convidando os homens a, em sua total liberdade, a buscarem o Pai, que ama e quer salvar a todos os homens.
E finalmente a última e a mais importante de todas as lições: o perigo do entusiasmo inicial que poderá comprometer toda a missão! Os discípulos voltaram contentes, afirmando que no nome de Jesus até os Demônios obedecem. A tarefa de evangelizar é sempre árdua e requer paciência e perseverança por parte do missionário, que não estará livre das dificuldades, rejeições e forças contrárias, nem sempre terão êxito porém, são sempre animados pela esperança de que,  nada há neste mundo que conseguirá impedir o crescimento e a manifestação do Reino  do qual fazem parte todos os discípulos enviados e isso sim, deve ser a causa de sua alegria.
2. O agricultor é Deus
O texto do evangelho deste domingo está situado no início da subida de Jesus para Jerusalém, que é, no terceiro evangelho, a parte central, como se pode ver na introdução ao nosso comentário, no início desta agenda.
Setenta ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados. Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que compõem a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, "a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir" (v. 1). Trata-se de colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus (cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29).
Para esta missão universal é que Jesus dá as orientações. O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de Deus; anúncio que deve ser feito mesmo em situações adversas (cf. vv. 9.11). A proximidade do Reino de Deus é sentida, em primeiro lugar, na pessoa de Jesus Cristo, e deve ser prolongada historicamente no anúncio e na ação da Igreja, Corpo de Cristo. Como o discípulo não é maior que o Mestre, os discípulos enviados devem ter presente a possibilidade de hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: "Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas não se paga o mal com o mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é dom do Cristo Ressuscitado: "… dizei primeiro: a paz esteja nesta casa" (v. 5). Na rejeição, sacudir o pó da sandália (v. 11), isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a segurança e a força vêm do Senhor.
"Comer e beber do que tiverem" (vv. 7.8): é preciso viver cada dia, sem se preocupar com o amanhã. É indispensável se prevenir contra a tentação do sucesso: "Não passeis de casa em casa" (v. 7). A missão é urgente, por isso, deve-se fazer escolhas claras (cf. v. 4).
A necessidade de ajuda para o exercício da missão será sempre grande, daí ser indispensável pedir àquele que a pode suscitar e oferecer: "Pedi ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita" (v. 2).
O sucesso pode ser uma tentação para os discípulos. Sua alegria e recompensa é Deus quem o admite ao seu serviço (cf. v. 20).
ORAÇÃO
Espírito de coragem e generosidade, predispõe-me a trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz.


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