segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Liturgia da Segunda Feira — 24.12.2012

Liturgia da Segunda Feira — 24.12.2012
VÉSPERA DE NATAL - MISSA DO DIA IV SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO II – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Eis que já veio a plenitude dos tempos, em que Deus mandou à terra o seu Filho (Gl 4,4).
Leitura (2 Samuel 7,1-5.8-12.14.16)
Leitura do segundo livro de Samuel.
2 1 Ora, tendo o rei Davi acabado de instalar-se em sua residência, e tendo-lhe o Senhor dado paz, livrando-o de todos os inimigos que o cercavam, 
2 disse ele ao profeta Natã: "Vê: eu moro num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!" 
3 Natã respondeu-lhe: "Pois bem: faze o que desejas fazer, porque o Senhor está contigo!" 
4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia: 
5 "Vai e dize ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor: 'Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar. 
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel. 
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra. 
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora, 
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa. 
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino. 
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens, 
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre'".
Salmo responsorial 88/89
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,
de geração em geração eu cantarei vossa verdade! 
Porque dissestes: "O amor é garantido para sempre!"
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
"Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!"
Ele, então, me invocará: "Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!"
Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó sol da manhã, ó sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte.

Evangelho (Lucas 1,67-79)
Naquele tempo, 1 67 Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, nestes termos: 
68 "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo, 
69 e suscitou-nos um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo 
70 (como havia anunciado, desde os primeiros tempos, mediante os seus santos profetas), 
71 para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam. 
72 Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais, e se recorda de sua santa aliança, 
73 segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor, 
74 libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo 
75 em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida. 
76 E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho, 
77 para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados. 
78 Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, 
79 que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Fatos Importantes
Mateus narra de maneira bem simples, á seus conterrâneos os fatos extraordinários que precederam o nascimento de Jesus, trata-se de uma ação Divina, não tanto para mostrar quanto Deus é Poderoso, pois ele não está preocupado em demonstrar a sua força e poder, mas sim mostrar aos Judeus, para os quais é destinado esse evangelho, que a Salvação provém de Deus, é puro Dom e total iniciativa dele. Não se trata, portanto de algum projeto humano, ou dos planos de alguma instituição religiosa.
Então Deus fez tudo sozinho? José e Maria não precisaram coabitar, e Deus foi falando a ambos o que era para ser feito? De modo algum, para fazer a Salvação acontecer, Deus em nenhum momento tirou do homem o seu livre arbítrio, a sua capacidade de discernir, escolher e tomar uma decisão. Foi um risco que Deus correu, pois tanto Maria como José era livres para aceitar na Fé esses acontecimentos em suas vidas.
Mas o m ais importante, a Fé no Deus dos Patriarcas, lhes deram essa visão diferente, sobre esses acontecimentos. Porque corremos o risco de pensar que para eles tudo estava muito claro, sabiam que era Deus que estava agindo... e nos perguntamos: mas com nós não é desse jeito, a gente tem dúvidas e incertezas, sobre certos acontecimentos da nossa vida. Esse é um modo errado de se viver a Fé...
José e Maria não tinham certeza de nada, fizeram perguntas a Deus, intuíram alguns fatos, como José, que não queria difamar a noiva e preferiu se retirar. Maria chegou a perguntar como iria acontecer o que o anjo lhe anunciara pois nem era casada....José e Maria fizeram uma profunda experiência de Fé em todos os dias de suas vidas e não só naquele momento, pois as dúvidas e incertezas sempre estavam presentes, mas a Fé inabalável na ação Divina acabava  prevalecendo. Seria um engano pensarmos que esse acontecimento se deu em um determinado momento e que depois disso tudo foi tranquilo para o casal....A Fé é confirmada no dia a dia, diante de acontecimentos que muitas vezes não temos a exata compreensão.
Toda essa experiência de Fé, de São José, Mateus sintetizou nessas poucas palavras, ditas em um sonho pelo anjo do Senhor. Como José e Maria temos hoje essa missão importante de gerá-lo para o mundo. Na família, no trabalho, na escola, na fila de um banco, no trânsito, na relação conjugal. Em cada uma dessas situações, nem sempre tão claras, Deus continua a nos revelar o modo como ele vai agir...José e Maria não desperdiçaram o momento de graça inefável e toparam fazer parte do Plano de Deus.  O jeito de Deus continua sendo esse, é pegar ou largar...
2. João Batista abre caminho para Deus
A partir de alguns textos do Primeiro Testamento, Lucas compõe este cântico de Zacarias, bem como o anterior cântico de Maria ("Magnifícat"), como instrução teológica para suas comunidades. O núcleo da mensagem é a origem divina de Jesus, o qual vem promover a libertação e comunicar a vida divina e eterna aos homens e mulheres, tendo como precursor João Batista.
Zacarias, sacerdote idoso no Templo de Jerusalém, de início é incapaz de compreender a novidade do anúncio do anjo, e fica mudo. É a expressão do judaísmo, incapaz de abrir-se à mudança. Agora, como pai e em casa, diante do recém-nascido que é vida nova, recupera a fala e profetiza. Após proclamar o cumprimento da promessa de Deus em enviar um salvador, retoma as palavras do anjo, reconhecendo em seu filho "um profeta do altíssimo".
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.
3. PROFETA DO ALTÍSSIMO
Zacarias, em seu canto de louvor, sintetizou a missão profética do filho recém-nascido, explicitando sua correlação com Deus Pai e com o Salvador a ser enviado.
A missão do Batista consistiria em ser profeta do Altíssimo, título aplicável tanto a Deus quanto a seu Messias, posteriormente identificado com Jesus. Portanto, a existência do Precursor estaria ligada, simultaneamente, a Deus altíssimo e ao povo, junto ao qual seu profetismo seria exercido.
A glorificação de Zacarias centra-se no desígnio libertador de Deus que defende seu povo da sanha de seus inimigos e de quantos o odeiam. Ele não suporta que seu povo padeça a opressão do inimigo. Por isso, vem libertá-lo. Dele Deus exige apenas que o "sirva em santidade e justiça", sem se apartar de seus caminhos nem um só dia da vida.
O desígnio libertador de Deus expressa sua misericórdia, que jamais poderá faltar, pois a relação com Israel está selada com uma Aliança santa, a ser observada com fidelidade. Por conseguinte, quando o seu povo é oprimido, Deus suscita-lhe um poderoso Salvador.
O maior de todos eles será seu próprio Filho. A missão fundamental do Batista consistiu em preparar-lhe os caminhos, anunciando ao povo que a salvação e a remissão dos pecados jorrariam do "amor do coração de nosso Deus", por meio da ação do Messias.
Zacarias não estava em condições de identificar Jesus com o "poderoso Salvador", suscitado pelo Senhor, Deus de Israel. Caberia a João reconhecê-lo como aquele que tira o pecado do mundo, levando a cabo a obra divina da libertação.
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.
Liturgia da Terça-Feira 
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: É Natal! Jesus nasceu! As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós! Hoje, portanto, é o dia de boas notícias: o nosso Deus vem para reinar, para fazer estremecer de júbilo as ruínas de Jerusalém e as nossas ruínas. Na pessoa do Filho, Palavra encarnada que armou sua tenda no meio de nós, Deus nos fala e nos contempla face a face, e nós podemos contemplá-lo como um de nós. A Eucaristia coroa nossa celebração, e nela somos gratos ao Pai, pois na Palavra feita gente recebemos o poder de nos tornarmos filhos de Deus, nós que acolhemos Jesus e acreditamos em seu nome. Anuncio-vos uma grande alegria: uma menino nasceu para vós. É Natal! Deus recomeça sempre do começo. Nasce para recomeçar a alegria e a esperança entre nós. Nasce para refazer aquilo que foi destruído na vida e parece irrecuperável. A noite do medo, a escuridão da insegurança e o azedume que avinagrou a existência exilaram tantos na terra da tristeza. O Natal propõe recomeçar, como Deus fez, para que a alegria nasça novamente em tantas vidas. Por isso, jubilosos e agradecidos, celebramos o grande mistério da encarnação do Verbo de Deus, conscientes de que Jesus se fez humano para nos ensinar o caminho divino.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: É Natal! Queremos expressar nossa alegria e gratidão a Deus pela sua infinita bondade. Ele vem até nós num puríssimo e infinito gesto de amor! A promessa de Deus se cumpriu. Céu e terra se encontram na pessoa daquele que nasceu em Belém, criou-se em Nazaré e morreu em Jerusalém na colina do Calvário, ressuscitando gloriosamente para sempre. Por isso essa noite engloba todo o mistério da salvação e brilha como se fosse um dia. O Amor se encarnou e veio à luz deste mundo para nos mostrar que também nós somos amados por Deus Pai, assim como Jesus é amado eternamente. É Natal! Com gratidão e júbilo, iniciemos nossa celebração.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
NATAL DE JESUS
Antífona da entrada: Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!
Comentário das Leituras: A Encarnação de Jesus, seu nascimento que hoje celebramos, é o compromisso radical de Deus com o homem, a quem Ele ama, e a mais alta promoção dele. Deus mostra-se otimista com respeito ao homem que Ele criou. Por isso, as leituras cantam a alegria de Deus no mundo e nos convidam a recomeçar a vida, iluminados pela simplicidade do presépio.
Primeira Leitura (Isaías 9,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
9 1 O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. 
2 Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. 
3 Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. 
4 Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; 
5 porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. 
6 Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.
Salmo responsorial 95/96
Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação,
manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Segunda Leitura (Tito 2,11-14)
Leitura da carta de são Paulo a Tito.
2 11 Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. 
12 Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, 
13 na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, 
14 que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos trago a boa nova de uma grande alegria: é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor (Lc 2,10s).

EVANGELHO (Lucas 2,1-14)
2 1 Naqueles tempos apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 
2 Este recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. 
3 Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. 
4 Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, 
5 para se alistar com a sua esposa Maria, que estava grávida. 
6 Estando eles ali, completaram-se os dias dela. 
7 E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria. 
8 Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. 
9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. 
10 O anjo disse-lhes: "Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: 
11 hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. 
12 Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura". 
13 E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: 
14 "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência".
Santo do Dia / Comemoração (NATAL DE JESUS)
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória..." (Jo 1,14).
A encarnação do Verbo de Deus assinala o início dos "últimos tempos", isto é, a redenção da humanidade por parte de Deus. Cega e afastada de Deus, a humanidade viu nascer a luz que mudou o rumo da sua história. O nascimento de Jesus é um fato real que marca a participação direta do ser humano na vida divina. Esta comemoração é a demonstração maior do amor misericordioso de Deus sobre cada um de nós, pois concedeu-nos a alegria de compartilhar com ele a encarnação de seu Filho Jesus, que se tornou um entre nós. Ele veio mostrar o caminho, a verdade e a vida, e vida eterna. A simbologia da festa do Natal é o nascimento do Menino-Deus.
No início, o nascimento de Jesus era festejado em 6 de janeiro, especialmente no Oriente, com o nome de Epifania, ou seja, manifestação. Os cristãos comemoravam o natalício de Jesus junto com a chegada dos reis magos, mas sabiam que nessa data o Cristo já havia nascido havia alguns dias. Isso porque a data exata é um dado que não existe no Evangelho, que indica com precisão apenas o lugar do acontecimento, a cidade de Belém, na Palestina. Assim, aquele dia da Epifania também era o mais provável em conformidade com os acontecimentos bíblicos e por razões tradicionais do povo cristão dos primeiros tempos.
Entretanto, antes de Cristo, em Roma, a partir do imperador Júlio César, o 25 de dezembro era destinado aos pagãos para as comemorações do solstício de inverno, o "dia do sol invencível", como atestam antigos documentos. Era uma festa tradicional para celebrar o nascimento do Sol após a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Para eles, o sol era o deus do tempo e o seu nascimento nesse dia significava ter vencido a deusa das trevas, que era a noite.
Era, também, um dia de descanso para os escravos, quando os senhores se sentavam às mesas com eles e lhes davam presentes. Tudo para agradar o deus sol.
No século IV da era cristã, com a conversão do imperador Constantino, a celebração da vitória do sol sobre as trevas não fazia sentido. O único acontecimento importante que merecia ser recordado como a maior festividade era o nascimento do Filho de Deus, cerne da nossa redenção. Mas os cristãos já vinham, ao longo dos anos, aproveitando o dia da festa do "sol invencível" para celebrar o nascimento do único e verdadeiro sol dos cristãos: Jesus Cristo. De tal modo que, em 354, o papa Libério decretou, por lei eclesiástica, a data de 25 de dezembro como o Natal de Jesus Cristo.
A transferência da celebração motivou duas festas distintas para o povo cristão, a do nascimento de Jesus e a da Epifania. Com a mudança, veio, também, a tradição de presentear as crianças no Natal cristão, uma alusão às oferendas dos reis magos ao Menino Jesus na gruta de Belém. Aos poucos, o Oriente passou a comemorar o Natal também em 25 de dezembro.
Passados mais de dois milênios, a Noite de Natal é mais que uma festa cristã, é um símbolo universal celebrado por todas as famílias do mundo, até as não-cristãs. A humanidade fica tomada pelo supremo sentimento de amor ao próximo e a Terra fica impregnada do espírito sereno da paz de Cristo, que só existe entre os seres humanos de boa vontade. Portanto, hoje é dia de alegria, nasceu o Menino-Deus, nasceu o Salvador.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. NASCEU PARA VÓS UM SALVADOR!
O anúncio do evangelho de Cristo na celebração de Natal, não quer destruir os símbolos natalinos que a sociedade se utiliza nessa época, mas quer restituir ao mundo o verdadeiro sentido do Natal.
O natal paganizado, que se prostra diante do deus- consumismo, só oferece a felicidade aos que muito podem comprar, por isso, para o comércio é um tempo de esperança, que se realiza no dinheiro que entra no caixa da loja.
Para as pessoas de um modo geral, Natal é panetone com champanhe, presente, amigo invisível, confraternizações, gigantescas árvores de natal, fachadas residenciais e comerciais iluminadas com mil luzes, perus e tender, regado com cerveja ou um bom vinho, quem não pode passar por esse ritual de consumismo, está fora da aldeia global.É bem verdade que por conta do sentimentalismo, a emoção toma conta dos encontros familiares, pensa-se nos que já partiram, e até algumas reconciliações marcadas pelas lágrimas acabam acontecendo. 

Tempo de cartões e mensagens belíssimas, que falam de paz, esperança, otimismo,alegria. Quanto ao Papai Noel, inspirado em São Nicolau, um velhinho bondoso que ajudava os mais pobres, cada vez mais se torna em cada natal, a personificação do deus consumismo. É uma imagem meiga que inspira ternura, que risca os céus estrelados dos filmes natalinos, com o trenó puxado pelas Renas, veio do Pólo Sul onde a lenda diz que está sua fantástica fábrica de brinquedos, e sem dúvida alguma “roubou” a cena do protagonista principal, que não é uma lenda ou um conto de fadas, que nos trás, não um saco cheio de presentes, mas sim o maior de todos os presentes: a Salvação do Senhor nosso Deus!
A humanidade de hoje não compreende o sentido da palavra Salvação, ela foi trocada pelo consumismo, o homem quer ser feliz hoje, nessa vida, do seu jeito e não do jeito de Deus, o homem tem os seus planos e não está disposto a abrir mão deles, por causa do Plano de Deus.
Chama-nos a atenção nessa noite a forma inusitada como Deus veio ao encontro do homem: uma criança, frágil, pequena, desprotegida e carente. Maria e José não são pessoas especiais, dotadas de poderes extraordinários, são simples mortais como qualquer um de nós, é verdade que Maria foi preservada do pecado, mas isso não fazia dela uma mulher especial, diferente das demais mulheres da Galiléia. Do mesmo modo que os pastores, primeiros a receberem o anúncio no evangelho de São Lucas, não são místicos ou visionários, pelo contrário, eram pessoas muito mal vistas pela sociedade,por terem fama de serem ladrões e mentirosos.
A encarnação de Jesus não se dá fora de um contexto humano, ele não cai do céu de pára-quedas, mas se insere no momento histórico que o seu povo vive, sob a dominação romana, quando César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra, quando Quirino era governador da Síria. José e Maria são apenas mais um casal, dos muitos que tiveram de se deslocar para sua cidade de origem para fazerem o censo. Deus não quis parar o fluxo da história para entrar na humanidade...
A vinda do Messias tão esperado não era apenas um fato religioso, mas também histórico, social e político, o que os poderosos não esperavam é que o nascimento do Messias fosse fugir totalmente do controle dos sumo sacerdotes, que detinham o poder religioso da época. E por isso o rejeitaram com veemência “Veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram” . Jesus Cristo, uma criança pobre e frágil, filho do Zé e da Maria, estava muito longe do poderoso Messias que viria com poder e glória. Nessa natal a voz do anjo ecoa no tempo e no espaço “Não tenhais medo, hoje nasceu para vós um Salvador !” . Alguém que mudou a nossa sorte no prenúncio do profeta Isaias “Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo oh ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém” . Das ruínas da grandiosa cidade, e de um resto desprezível, Deus suscita algo novo, assentando as bases de um Reino que será eterno. Eis aí algo fantástico! Deus reconstrói os sonhos desfeitos, os planos que não deram certo. Isso é a Salvação!
Ah se nessa noite os homens todos parassem e ouvissem essa mensagem, trazida na boca de um anjo...Seria um recomeço, a recriação do mundo. Felizes os simples e humildes, que nessa noite se extasiam celebrando o Deus criança, são poucos o sabemos, porém estão em toda a parte. Para estes, Jesus não é uma imagem de uma criancinha, que se coloca em uma caixa de papelão e se guarda em cima do guarda roupa até o próximo ano,mas é o Filho de Deus, o Verbo Encarnado, de quem recebemos graça por graça, como afirma João no seu evangelho.
Que nesta noite possamos todos nos renovar, permitindo que de nossas ruínas interiores, a graça de Deus reconstrua tudo aquilo que o pecado destruiu. “Brilha hoje uma luz sobre nós, pois nasceu para nós o Senhor”.
2. Maria dá à luz o Filho de Deus
O "evangelho de infância" de Jesus, com narrativas de sua concepção, nascimento e infância, só é encontrado em Mateus e Lucas. Este dois, começando seus evangelhos com a narrativa de nascimento na cidade de Belém, vinculada à memória de Davi, têm a intenção de atribuir a Jesus uma origem davídica.
Lucas destaca as condições de despojamento e pobreza neste nascimento. Enquanto Mateus narra a visita dos magos do Oriente trazendo ricos presentes, Lucas narra a visita dos humildes pastores em vigília dos rebanhos de seus patrões. Lucas é o evangelista dos pobres amados por Deus. Em um mundo marcado pelas injustiças dos poderosos, o povo oprimido vislumbra a libertação e a vida plena.
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre que me permita contemplar o nascimento de teu Filho Jesus, que viveu pobre para ser solidário com os pobres.
3. O NASCIMENTO DE JESUS
Lucas e Mateus, começando seus evangelhos com a narrativa do nascimento de Jesus na cidade de Belém, vinculada à memória de Davi, têm a intenção de atribuir a Jesus uma origem davídica. Nos evangelhos de Marcos e de João não há referências ao nascimento em Belém. Lucas destaca as condições de despojamento e pobreza neste nascimento. Enquanto Mateus narra a visita dos magos do oriente trazendo ricos presentes, Lucas narra a visita dos humildes pastores em vigília dos rebanhos de seus patrões.
Lucas é o evangelista dos pobres amados por Deus. Em um mundo marcado pelas injustiças dos poderosos, o povo oprimido vislumbra a libertação e a vida plena.

Liturgia da Quarta-Feira
SANTO ESTÊVÃO - DIÁCONO E PROTOMÁRTIR
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: As portas do céu abriram-se para santo Estêvão, que foi o primeiro dentre os mártires e por isso, coroado, triunfa no céu.
Leitura (Atos 6,8-10;7,54-59)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 6 8 Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo. 
9 Mas alguns da sinagoga, chamada dos Libertos, dos cirenenses, dos alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar com ele. 
10 Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o inspirava. 
54 Ao ouvir tais palavras, esbravejaram de raiva e rangiam os dentes contra ele. 
55 Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: 
56 "Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus". 
57 Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele. 
58 Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo. 
59 E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
Salmo responsorial 30/31
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
Vosso amor me faz saltar de alegria,
pois olhastes para as minhas aflições.
Eu entrego em vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo
e salvai-me pela vossa compaixão!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendito o que vem em nome do Senhor. Nosso Deus é o Senhor, ele é a nossa luz (Sl 117,26s).

Evangelho (Mateus 10,17-22)
Naquele tempo, 10 17 Disse Jesus: "Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. 
18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. 
19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. 
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. 
21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. 
22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O PRIMEIRO MÁRTIR
O mistério da Encarnação de Jesus, manifestada em Maria e que se torna visível no Dia de Natal, isso é, do seu nascimento entre os homens, trouxe um fato novo na vida do Ser Humano.
No Antigo Testamento o Espírito de Deus vinha sobre algumas pessoas especiais e fica com ela até o final da missão que Deus lhe havia dado, foi assim com os profetas, Juizes e Reis. Ao assumir a nossa frágil natureza humana, as ações Divinas se manifestam nas ações humanas e assim, nas pessoas que professam a sua Fé em Cristo Jesus, o Espírito de Deus o inspira, o que falar e o que fazer.
Na vida de Santo Estevão, o Pró-Mártir, celebrado neste primeiro dia da Oitava do Natal, vemos claramente essa presença real do Espírito de Deus, em seu corajoso testemunho. “Por que não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai é que fala em vós”.
O Espírito de Jesus, a sua fidelidade e submissão á Vontade do Pai, o seu louco amor pelo ser humano, levado até as últimas consequências, estará também, a partir da encarnação de Jesus, presente na vida de todo aquele que crê, pois só a Fé é suficiente para o testemunharmos, em Palavras e ações, como Santo Estêvão.
E tudo isso, não em um mar de rosas, mas em meio as tribulações, ódio, julgamentos injustos, violência contra os discípulos. Prisões, divisão em famílias. Foi este o caminho percorrido até o fim pelo Mestre, é este também o caminho a ser percorrido pelo discípulo. Diz a palavra “Aquele que perseverar até o fim será salvo”. Naquele tempo a perseguição e a hostilidade aos cristãos vinha de dentro do próprio Judaísmo.
Hoje não falta da parte da sociedade uma ferrenha hostilidade pelo Espírito Cristão. O testemunho cristão deve ser firme, autêntico em todos os momentos e circunstâncias de vida e que não tenhamos medo sobre o que falar e como agir. A nossa Fé nos diz que o Espírito do Senhor está em nós...
2. Estevão testemunhou o Cristo
Nestas advertências sobre as tribulações que advirão aos missionários, Mateus insere alguns ditos de Jesus que são mencionados no discurso escatológico, relativo ao fim dos tempos (cap. 24). Os discípulos devem ser prudentes na sua missão. Não se trata de derrotar o adversário, em uma disputa pelo poder, mas de dar seu testemunho de fé, na simplicidade. O adversário reagirá com diversas formas de violência. Os discípulos serão perseguidos pelas sinagogas dos judeus, pelos tribunais dos romanos, e até no seio da própria família haverá conflitos.
O diácono Estêvão é uma testemunha da perseverança até o fim. Oriundo do judaísmo helênico, Estêvão foi escolhido pelos líderes da comunidade cristã de Jerusalém como "diácono", para serviços às viúvas, em um nível subalterno ao dos apóstolos. Contudo, por sua coerência é o primeiro mártir, bem-aventurado pela fome e sede de justiça. À semelhança de Jesus, denunciando as injustiças do sistema do Templo de Jerusalém e da Lei, sob controle dos chefes religiosos de Israel, foi morto por apedrejamento.
Oração
Espírito de coragem perseverante, nas adversidades da vida, vem em meu auxílio, e ajuda-me para que não arrefeça a minha adesão a Jesus e ao Reino.
3. O SUPREMO TESTEMUNHO
Os discípulos jamais foram iludidos quanto às conseqüências de sua opção pelo Reino. Embora se lhes acenasse a vida eterna a ser vivida na comunhão com o Pai, de forma alguma foi-lhes prometido segurança e bem-estar.
O Mestre foi suficientemente explícito ao alertá-los para um futuro de perseguição, ódio, flagelos e comparecimento nos tribunais. O supremo testemunho do martírio poderia provir não das mãos dos inimigos e sim dos próprios familiares. Por isso, o discipulado deveria aliar uma profunda fé a uma inquebrantável personalidade, de forma a poderem manter-se firmes nos momentos de provação.
Todavia, Jesus lhes fez uma revelação importante: seria dado aos discípulos o dom do Espírito que, nos momentos difíceis, haveria de estar do lado deles, incutindo-lhes força, colocando em seus lábios palavras adequadas para se defenderem, incentivando-os a não desfalecerem na fé, a ponto de abrir mão de sua opção pelo Reino. Movidos pelo Espírito, estariam preparados para perseverar até o fim, e assim alcançarem a salvação.
Nunca faltou, ao longo da história da fé cristã, quem se dispusesse a dar um testemunho consumado de sua adesão ao Reino. Os mártires são verdadeiros exemplos de fé. Para os de ontem e os de hoje devem se voltar as nossas atenções, quando almejamos reencontrar a trilha do verdadeiro seguimento de Jesus.
Oração
Pai, jamais me falte a luz do teu Espírito, quando sou chamado a testemunhar minha fé, em meio a desafios e perseguições.

Liturgia da Quinta-Feira
SÃO JOÃO EVANGELISTA - APÓSTOLO E EVANGELISTA
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Foi João que na ceia repousou sobre o peito do Senhor: feliz o apóstolo a quem foram revelados os segredos do reino e que espalhou por toda a terra as palavras da vida.
Leitura (1 João 1,1-4)
Leitura da primeira carta de são João.
1 1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - 
2 porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, 
3 o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. 
4 Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.
Salmo responsorial 96/97
Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Deus é rei! Exulte a terra de alegria, 
e as ilhas numerosas rejubilem! 
Treva e nuvem o rodeiam no seu torno, 
que se apóia na justiça e no direito.
As montanhas se derretem como cera 
ante a face do Senhor de toda a terra; 
e assim proclama o céu sua justiça, 
todos os povos podem ver a sua glória.
Uma luz já se levanta para os justos,
e a alegria, pra os retos corações. 
Homens justos, alegrai-vos no Senhor, 
celebrai e bendizei seu santo nome!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos, vos louva o exército dos vossos santos mártires!

EVANGELHO (João 20,2-8)
20 2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!" 
3 Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4 Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 
5 Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 
6 Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 
7 Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 
8 Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. TESTEMUNHA DA HISTÓRIA
___São João, hoje é o Dia do Senhor, a gente queria louvar a Deus pela sua Santidade e aproveitar para fazer algumas perguntas sobre este evangelho.... 
___Muito obrigado por lembrarem-se de mim, quantas as perguntas, vamos lá.. 
___Bom, o pessoal está dizendo que neste evangelho acontece a Maratona da Ressurreição, que correria heim São João! 
___Pois é, essa correria do evangelho não quer dizer que a gente estava afobado, não era uma corrida maluca. 
___Sei lá São João, Maria Madalena correu contar para vocês, a gente imagina ela correndo com aquele cabelão cumprido esvoaçando ao vento. 
___ A Maria Madalena queria confirmar aquilo que seu coração lhe dizia, que o Senhor havia ressuscitado, e buscou o lugar ideal para o fazê-lo: a comunidade.´ 
___Olha que legal São João, a gente não havia pensado nisso, é na comunidade que a gente confirma e celebra o Senhor Ressuscitado.... 
___Exato...todos os relatos pós pascais são experiências da comunidade com o Senhor Ressuscitado. 
___Pois é, mas vocês da comunidade parece que entraram em pânico e também saíram correndo, que história é essa São João ? Estava na cara que você sendo mais jovem iria passar a perna no Velho São Pedro... 
___(risos,,,) De fato, eu era bem mais jovem que ele, mas não é isso que o evangelho quer dizer exatamente, não se trata de uma disputa para ver quem chega primeiro...Se fosse assim, ele teria de correr na categoria Máster e eu na Juvenil....( mais risos). 
___São São João, explica então esse final aí, que parece meio enrolado, você chegou na frente mas quem passou pela faixa de chegada por primeiro foi São Pedro...
___Pois é, o amor é paciente, tudo crê, tudo espera, não tem cobiça, não busca vantagem, não é esnobe, não quer ser o melhor, nunca atropela o outro mas é sempre paciente....Quem verdadeiramente ama a Deus manifestado e revelado em Jesus, faz essa experiência de amor precisamente com os irmãos e irmãs da comunidade, o amor de Deus, quando não é experimentado, vivenciado e partilhado na comunidade, deixa de ser amor para ser egoísmo, eu esperei Pedro chegar exatamente por isso.
2. A luz do amor
João é o único evangelista a mencionar a ida de apenas Maria Madalena, sozinha, ao túmulo de Jesus, de madrugada. Encontrando a pedra que o fechava, removida, ela vai anunciá-lo, correndo, a Pedro e ao discípulo que Jesus mais amava. Os dois, também correndo, vão ao túmulo. Diante do túmulo vazio, mesmo sem qualquer aparição do ressuscitado, o discípulo amado vê e crê. Crê que Jesus está vivo e presente entre eles. A luz que faz este discípulo "ver" a nova realidade não é a de uma aparição, mas a luz do amor. Percebe a eternidade do amor manifestado por Jesus.
No evangelho de João não aparece de modo algum o nome do discípulo João. Aparece um discípulo incógnito, nomeado como "o outro discípulo" ou "o discípulo amado". A tradição via neste discípulo o próprio autor do evangelho, que seria João, irmão de Tiago. Há também a interpretação de que o evangelista, na figura deste discípulo, esteja se dirigindo ao próprio leitor, para levá-lo a crer e se reconhecer como amado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, quero viver a experiência de ser amado por ti, a ponto de toda minha existência ser plasmada e transformada por tua presença em mim.
3. VER E CRER
A experiência do discípulo amado, na manhã da ressurreição, é modelar para quem quer seguir Jesus. Logo que tomou conhecimento do sepulcro vazio, ele correu para lá, seguido pelo apóstolo Pedro. Quando entrou no lugar onde o corpo do Mestre tinha sido colocado e não o encontrando, "viu e creu" que tinha ressuscitado.
A visão que o levou à fé não podia ser puramente sensorial. Neste caso, ela supera a visão humana e atinge uma profundidade só acessível ao coração. Assim, toca-se o mais profundo da realidade. Trata-se de um ver teológico, dinamizado pelo Espírito, que permite penetrar no mistério de Deus, na medida que a limitação humana for capaz.
Partindo deste requisito, compreende-se por que os adversários nunca superaram a simples visão física de Jesus e de seus feitos e palavras. Incapazes de ir além, jamais puderam reconhecer nele o Filho de Deus e chegar ao ato de fé..
O discípulo amado estabelecera com Jesus uma relação de tamanha intensidade que, ao ver o sepulcro vazio, pode dar o salto da fé. Não que o sepulcro vazio fosse uma prova da ressurreição, e sim porque ao contemplá-lo pode compreender todo mistério que envolvia o evento Jesus, chegando a atingir-lhe o âmago: o Filho era objeto do amor do Pai, o qual não permitiria que ele experimentasse a corrupção. A visão física, portanto, serviu de pretexto para algo muito mais profundo.
Oração
Pai, reforça minha fé na ressurreição de teu Filho Jesus, pois com ela deste prova de amá-lo e destiná-lo para a comunhão eterna contigo.
Liturgia da Sexta-Feira
SANTOS INOCENTES 
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Os meninos inocentes foram mortos por causa do Cristo. Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor!
Leitura (1 João 1,5-2,2)
Leitura da primeira carta de são João.
1 5 A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. 
6 Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. 
7 Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 
8 Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. 
9 Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade. 
10 Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós. 
2 1 Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. 
2 Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
Salmo responsorial 123/124
Nossa alma, como um pássaro, escapou 
do laço que lhe armara o caçador.
Se o Senhor não estivesse ao nosso lado 
enquanto os homens investiram contra nós, 
com certeza nos teriam devorado 
no furor de sua ira contra nós.
Então as águas nos teriam submergido, 
a correnteza nos teria arrastado 
e, então, por sobre nós teriam passado 
essas águas sempre mais impetuosas.
O laço arrebentou-se de repente, 
e assim nós conseguimos libertar-nos. 
O nosso auxílio está no nome do Senhor, 
do Senhor que fez o céu e fez a terra!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; vos louva o exército dos vossos santos mártires!

EVANGELHO (Mateus 2,13-18)
2 13 Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar". 
14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 
15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei do Egito meu filho". 
16 Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. 
17 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 
18 "Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem!"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Santos Inocentes
A referência máxima para os judeus era Moisés, em suas práticas religiosas e observância das Lei, tudo isso só tinha a Moisés como única referência como Homem de Deus, de quem Deus se serviu para libertar o seu povo da Escravidão do Egito. Mateus, que escreve para Judeus não pode "atropelar" toda uma tradição, acabando com as referências religiosas para falar de Jesus, o novo Libertador do homem. E Mateus nem precisa forçar muito no seu modo de escrever e falar de Jesus, de fato Jesus Cristo é a unidade de toda Escritura pois no antigo testamento, as pessoas e os acontecimentos apontam para ele, com ele toda a escritura tem um único sentido.
O jeito que Mateus encontrou foi fazendo um paralelo de Jesus com Moisés, daí vem os acontecimentos narrados neste evangelho, Moisés, tanto quanto Jesus também sofreu perseguição desde o seu nascimento, o Faraó tinha dado a ordem as parteiras, todo menino dos Hebreus deveria ser morto e jogado as águas do rio Nilo.
Os Poderosos do Egito tinham medo dos Hebreus que estavam aumentando consideravelmente e poderia vir a ser uma ameaça á sua soberania. Também com Jesus vai ocorrer o mesmo, Herodes manda matar todas as crianças recém nascidas, porque não quer que nasça o novo Rei e Libertador do Povo. E esse processo que começou com a saída do povo do Egito, se repete em Jesus, onde a Sagrada Família também é chamada do Egito e a Revelação é feita a José em sonhos, como outrora outro José Sonhador, levou o seu povo ao Egito em tempos de seca e de flagelo.
Oh benditos Santos Inocentes, que receberam o martírio como Dom Divino, e mesmo sendo crianças recém nascidas, deram o seu testemunho corajoso dando a vida para preservar a Vida Verdadeira que viria para todo Homem. Uma leitura ingênua desse fato teria do leitor uma recriminação "Como pode Deus consentir  uma desgraça dessa?" . Mas o entendimento da reflexão proposta por Mateus perpassa o fato em si, que provavelmente nem seja histórico, pois ele quer revelar aos Judeus que um novo e definitivo Moisés já chegou e está em meio aos homens: Jesus Cristo, Nosso Senhor, aquele que incomoda e abala as estruturas do poder dos homens, porque tem algo muito maior a oferecer: uma libertação plena do homem integral...
2. O poder do amor salva
Com esta narrativa do assassinato dos meninos de Belém, Mateus vai encerrando sua narrativa de infância de Jesus. Temos aqui uma antecipação do conflito que envolverá Jesus ao longo de seu ministério, rejeitado pelos poderosos da Judeia.
Mateus faz uma inversão do contexto do êxodo, quando o Egito era a terra da opressão, e o povo oprimido fugiu para a terra prometida, o futuro Israel. A opressão, agora, está na própria Judeia, remanescente de Israel, a partir de Jerusalém, sede do poder teocrático judaico.
O Rei Herodes, o Grande, estabelecido em Jerusalém, e mais tarde os chefes religiosos do Templo e das sinagogas, procura matar Jesus. José, o menino, e a mãe procuram abrigo no Egito. A matança, contudo, vai se efetivar. O poder, com casa em Jerusalém, ameaça e extermina os pequeninos de Belém.
Oração
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
3. NAS PEGADAS DE MOISÉS
O episódio da matança dos inocentes de Belém está calcada na história de Moisés. Destinado a ser libertador do povo, sua vida fora ameaçada pela fúria sangüinária do faraó. A antiga história se repetia. Só que, agora, tratava-se do Filho de Deus, enviado com a missão de salvar o povo de seus pecados.
Os personagens do texto evangélico evocam os do passado. Herodes comporta-se como o antigo faraó do Egito, disposto a eliminar, logo no seu início, qualquer tentativa de afirmação da identidade do povo de Israel.
O menino Jesus passa pelos mesmos percalços do antigo libertador, Moisés. Escapa da morte, ainda pequeno, pela intervenção divina. Assim como o faraó, em última análise, lutara com Javé, o libertador de Israel, igualmente, Herodes erguia em vão seu braço contra o Pai, o mesmo Deus libertador. Este foi o supremo protetor de seu Filho, a quem competia levar adiante a tarefa de libertação.
A fuga apressada coloca Jesus nas pegadas dos grandes patriarcas. Todos eles passaram pelo Egito, cujo simbolismo marcará para sempre o imaginário do povo de Israel. Quiçá Deus quisesse que todos conhecessem por dentro a opressão, de modo a aspirar pela verdadeira fraternidade. Também Jesus percorrerá o caminho dos grandes personagens do passado, para instaurar o Reino de Deus, onde não deverá haver lugar para o mal.
Oração
Pai, sê o guia de minha caminhada, livrando-me de todas as ciladas do mal, e conservando-me incólume para o teu santo serviço.
Liturgia do Sábado
OITAVA DO NATAL *
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Deus amou tanto o mundo, que lhe deu o seu próprio Filho: quem nele crê não perece, mas possui a vida eterna (Jo 3,16).
Oração do dia
Ó Deus invisível e todo-poderoso, que dissipastes as trevas do mundo com a vinda da vossa luz, volvei para nós o vosso olhar, a fim de que proclamemos dignamente a maravilhosa natividade do vosso Filho unigênito.
Leitura (1 João 2,3-11)
Leitura da primeira carta de são João.
2 3 Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. 
4 Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. 
5 Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: 
6 aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu. 
7 Caríssimos, não vos escrevo nenhum mandamento novo, mas sim o mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que acabais de ouvir. 
8 Todavia, eu vos escrevo agora um mandamento novo - verdadeiramente novo, nele como em vós, porque as trevas passam e já resplandece a verdadeira luz. 
9 Aquele que diz estar na luz, e odeia seu irmão, jaz ainda nas trevas. 
10 Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar. 
11 Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, sem saber para onde dirige os passos; as trevas cegaram seus olhos.
Salmo responsorial 95/96
O céu se rejubile e exulte a terra!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! 
Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação, 
manifestai a sua glória entre as nações 
e, entre os povos do universo, seus prodígios!
Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus: 
diante dele vão a glória e a majestade, 
e o seu templo, que beleza e esplendor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Sois a luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32).

Evangelho (Lucas 2,22-35)
2 22 Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, 
23 conforme o que está escrito na lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor";
24 e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 
25 Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 
26 Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 
27 Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 
28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 
29 "Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 
30 Porque os meus olhos viram a vossa salvação 
31 que preparastes diante de todos os povos, 
32 como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel". 
33 Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 
34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: "Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 
35 a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. APRESENTAÇÃO DE JESUS
A igreja ensina que toda criança de pais cristãos deverá ser batizada nos primeiros meses de vida, pois o batismo é uma consagração da criança a Deus, era costume entre os judeus a apresentação do primogênito no templo quando a mesma era circuncidada, uma espécie de batismo que marcava a criança como propriedade de Deus e pertencente a ele, além da sua inserção na comunidade. Os avós ou as pessoas idosas, queridas da família, costumam carregar a criança e sonhar com um futuro maravilhoso para ela.
Na comunidade onde Jesus foi apresentado, Simeão e Ana eram os mais idosos e coube a eles recepcionar Maria e José na porta do templo, como faz os irmãos e irmãs da pastoral do batismo. Eles representam toda a comunidade e o povo de Israel, que pode enfim contemplar o prometido de Deus, aquele que veio trazer a salvação a toda humanidade.
Nesta vida sonhamos tantos sonhos, mas parece que quando chega a idade, paramos de sonhar. Simeão e Ana guardavam no coração a esperança de ver o Messias, aqui não se trata de uma esperança humana, mas de uma esperança que brota da fé, essa crença muito viva presente no coração das pessoas simples, de que Deus irá agir e a humanidade encontrará seu verdadeiro caminho e cada ser humano resgatará sua imagem e semelhança do Criador.
Nas palavras proféticas do velho Simeão, aquele menino irá derrubar e erguer muitos em Israel, e os pensamentos de muitos corações serão desvendados. Para reformar uma casa velha, é preciso derrubar para depois reerguer. As lideranças religiosas não aceitaram e não quiseram fazer esta reforma que renova o íntimo do homem, pela ação salvífica realizada por Jesus.
Esta rejeição irá doer e traspassará a alma de Maria como uma espada cortante. Não se trata de um mau agouro, mas de uma verdade presente até hoje em nosso meio quando o evangelho de Cristo e o seu reino de amor e de justiça continuam sendo rejeitados por toda a sociedade.
Hoje em cada criança batizada a Igreja vê renovada sua Esperança, exatamente como Simeão e Ana, somos todos profetas anunciando que o Reino já está em construção em nosso meio, que como Maria teremos de encarar as tribulações e as dores que virão, consequência de quem viver a Fé na Fidelidade, fazendo em sua vida a Santa Vontade de Deus.
2. O menino será um sinal de contradição
Ao fazer a narrativa da apresentação do menino no Templo, Lucas estabelece um contraste. Por cinco vezes ele insiste em que os pais do menino agiam em cumprimento da Lei. Porém, o centro da narrativa é a fala de Simeão que anuncia que o menino será um sinal de contradição. O menino que foi submetido à Lei, crescendo e ficando cheio de sabedoria e graça, libertará a todos do jugo desta Lei e de qualquer outra forma de opressão. O amadurecimento do amor liberta e cria novas relações, justas e fraternas, entre todos os homens e mulheres.
Oração
Pai, que teu Filho Jesus seja para mim motivo de crescimento e de promoção, levando-me, a conhecer-te sempre mais e a aderir ao teu Reino de amor.
3. LUZ DAS NAÇÕES
A cena da apresentação do menino Jesus no templo e o rito de purificação de Maria são ricos em detalhes que evidenciam a identidade do Salvador. Revestem-se de um conjunto de elementos proféticos, pelos quais a existência de Jesus se pautará.
Ele foi apresentado como pobre. Seus pais ofereceram um casal de rolinhas ou dois pombinhos, como era previsto para as família mais pobres Aliás, toda a vida de Jesus transcorrerá na pobreza.
Com o rito de oferta, o Messias tornava-se uma pessoa consagrada ao Pai. Esta será uma marca característica de sua existência. Não se pertencerá a si mesmo; todo seu ser estará posto nas mãos do Pai, por cuja vontade se deixará guiar.
O velho Simeão definiu a missão do Messias Jesus: ser luz para iluminar as nações e manifestar a glória de Israel para todos os povos. Por meio de Jesus, a humanidade poderia caminhar segura, sem tropeçar no pecado e na injustiça, e, assim, chegar ao Pai.
Por outro lado, o Messias Jesus estava destinado a ser sinal de contradição. Quem tivesse a coragem de acolhê-lo, seria libertado de seus pecados. Mas para quem se recusasse aderir a ele, seria motivo de queda. Portanto, Jesus seria escândalo para uns, e ressurreição para outros.
Esta cena evangélica retrata, assim, o que Jesus encontraria pela frente.
Oração
Senhor Jesus, possa tua luz brilhar em minha história e ajudar a me reerguer da prostração a que o pecado me reduziu.
Liturgia do Domingo 30.12.2012
Solenidade da Sagrada Família de Jesus — ANO C
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA)
__ "A família que cultiva o amor permanece em Deus e Deus habita em sua casa " __
__ "Jesus, Maria e José: Minha família vossa é! " __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Nesse último domingo do ano, liturgicamente dedicado à família, queremos celebrar em comunhão com todas as nossas famílias. Na dimensão da espiritualidade, a família é conduzida a viver em Deus, para que Deus realize nela o seu projeto. Desse modo, a família se torna santuário, local santo de onde se elevam orações e súplicas ao Senhor. A presença divina, no santuário doméstico, aumenta a consciência de que todos são filhos e filhas de Deus, chamados a viver no amor. Por isso, a família é convidada a praticar no mundo de hoje os valores vividos pela família de Jesus, Maria e José. A Sagrada Família é exemplo de amor e cuidado mútuos e de obediência à vontade de Deus.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. O centro é Jesus, para quem se dirige o olhar de Maria e José. Segundo a inspiração franciscana do Presépio de Belém, toda a humanidade, representada pelos pastores, e o restante da criação, simbolizado pelos animais, se juntaram a Maria e José, em volta do Presépio, para louvar o Redentor do universo. Essa disposição é o paradigma da nossa fé, pois é para o Cristo que os nossos olhos se voltam e se fixam para sempre. Temos esperança de que o mundo todo, como o Presépio de Belém, se reúna para adorar o Menino Deus, autor e consumador da fé.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Hoje celebramos a Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Deus em sua plenitude e em sua infinita bondde mostra que precisa de nós, seres humanos, para realizar suas grandiosas obras. É através da família que seu amor infinito se espalha pelo mundo, contagiando a todos com a beleza da santidade e do amor ao próximo.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
SOLENIDADE DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS — ANO LITÚRGICO "C"
Antífona da entrada: Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16).
Comentário das Leituras: No lar de Nazaré verifica-se plenamente o ideal de convivência no amor que São Paulo resume em sua exortação. Se os filhos devem praticar os deveres de piedade filial, os pais por sua vez, como educadores, devem manter uma atitude de respeito e promoção da maturidade pessoal, livre e responsável de seus filhos.
Primeira Leitura (Eclesiástico 3,3-7.14-17)
Leitura do livro do Eclesiástico.
3 3 Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles. 
4 Aquele que ama a Deus o roga pelos seus pecados, acautela-se para não cometê-los no porvir. Ele é ouvido em sua prece cotidiana. 
5 Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. 
6 Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração. 
7 Quem honra seu pai gozará de vida longa; quem lhe obedece dará consolo à sua mãe. 
14 Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida. 
15 Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida, 
16 e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa; 
17 tua casa tornar-se-á próspera na justiça. Lembrar-se-ão de ti no dia da aflição, e teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte.
Salmo responsorial 127/128
Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos!
Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira 
ao redor de tua mesa.
Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião
cada dia de tua vida.
Segunda Leitura (Colossenses 3,12-21)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 12 Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. 
13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. 
14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. 
15 Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos. 
16 A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais. 
17 Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. 
18 Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor. 
19 Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza. 
20 Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. 
21 Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua palavra! (Cl 3,15s).

EVANGELHO (Lucas 2,40-52)
2 41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. 
42 Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 
43 Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. 
44 Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. 
45 Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. 
46 Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 
47 Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. 
48 Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: "Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição". 
49 Respondeu-lhes ele: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" 
50 Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera. 
51 Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. 
52 E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. 
FORMAÇÃO LITÚRGICA
INDULGÊNCIA PLENÁRIA
HOJE, ÚLTIMO DIA DO ANO CIVIL, CONCEDE-SE A INDULGÊNCIA PLENÁRIA A TODAS AS PESSOAS QUE, EM COMUNIDADE, NAS IGREJAS, REZAREM OU CANTAREM O "TE DEUM" EM AÇÃO DE GRAÇAS.
Para receber indulgência é sempre necessário: confissão,comunhão e oração do creio, Pai- Nosso e Ave-Maria nas intenções do Papa.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª-: 1Jo 2,18-21; Sl 95 (96),1-2.11-12.13 (R/. 11a); Jo 1,1-18
3ª-: SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS, MARIA. Nm 6,22-27; Sl 66 (67),2-3. 5.6 e 8 (R/. 2a); Gl 4,4-7; Lc 2,16-21
4ª-. : 1Jo 2,22-28; Sl 97 (98),1.2-3ab.3cd-4 (R/. 3a); Jo 1,19-28
5ª-: do : 1Jo 2,29 – 3,6; Sl 97 (98),1.3cd-4.5-6 (R/. 3a); Jo 1,29-34
6ª-: 1Jo 3,7 –10; Sl 97 (98),1.7-8.9 (R/. 3a); Jo 1,35-42
Sáb: 1Jo 3,11 – 21; Sl 99 (100),2.3.4-5 (R/.2a); Jo 1,43-51
Epifania do Senhor: Is 60,1-6; Sl 71 (72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R/.cf.11); Ef 
3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12 (Visita do Magos)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
Hoje é o penúltimo dia do ano civil, tempo de olharmos para trás e darmos glória a Deus pelo ano que se encerra, tempo também de refletirmos sobre o que fizemos no ano que passou, para edificarmos o reino de Deus entre nós.
O lugar privilegiado para darmos o nosso testemunho nesse sentido é na vida familiar que in felizmente apresenta hoje um quadro muito caótico porque a família é agredida todos os dias de muitas formas, esvaziando-a de seus valores sagrados, de suas virtudes que lhe dão a dignidade a cada membro, moldando um caráter cristão despertando-lhes a consciência de que são filhos e filhas queridas de Deus.
Por isso o casal cristão recebe o Sacramento do matrimônio ao se unirem um dia, sacramento quer dizer sinal do amor de Deus, porque a missão do casal é despertar nos filhos o amor para o qual foram criados porque Deus nos fez para o amor e somente na família é que podemos ter esse conhecimento.
A Sagrada Família vivia esse propósito, Maria e José educaram Jesus desta maneira e ele aprendeu muito com seus pais, a revelação de que era Filho de Deus foi acontecendo aos poucos, graças ao testemunho de seus pais. De maneira muito equivocada pensamos que Jesus já sabia tudo e que seus pais eram figuras meramente decorativas em sua vida. Isso não é verdade! Além do sustento material do menino, Maria e José, como qualquer pai e mãe, tiveram de assumir a formação religiosa de Jesus e o fizeram dentro do Judaísmo, que era a religião que freqüentavam, com todas as dificuldades próprias daquele tempo.
Talvez hoje, muitos pais achem praticamente impossível educar um filho ou uma filha na fé, se a história da Salvação acontecesse hoje, José e Maria, vivendo em nosso tempo, saberiam cumprir a missão de educar o filho dentro dos princípios cristãos, para que ele descobrisse a sua identidade de Filho de Deus.
Mas não foi assim tão simples, muita coisa Maria e José não entenderam, como esse susto que Jesus deu neles, aos 12 anos, por ocasião da festa da páscoa, ao retornarem em comitiva como era comum naquele tempo, o grupo dos homens e das mulheres em separado pelo caminho, José pensou que o menino estivesse com a mãe, e esta pensou o mesmo.
Somente depois de três dias é que deram pela sua ausência e voltaram desesperados a Jerusalém, encontrando-o no templo entre os Doutores da Lei, discutindo com eles, ensinando mas também apreendendo porque como qualquer criança, Jesus passou pela catequese.
Ocupar-se das coisas de Deus – foi a resposta até um pouco “atravessada” que Jesus deu aos pais. Após os sacramentos da iniciação cristã, se o testemunho dos pais for autêntico, a criança já terá descoberto em si mesmo essa vocação para viver o amor na comunidade no serviço aos irmãos e irmãs. Aproveitemos esses momentos derradeiros de 2012 para verificarmos com sinceridade se foi isso que fizemos no decorrer de todo este ano, será que o nosso modo de viver em família, despertou em nossos filhos a vocação para o amor? Será que valorizamos a comunidade como espaço onde manifestamos essa vocação?
Se nossas famílias viverem sempre nessa graça,comunicando uns aos outros a santidade, iremos ter em breve uma nova sociedade bem diferente da que temos pela frente. Isso é missão de todos os cristãos!
2. Jesus ocupa-se das coisas do Pai
No prólogo de seu evangelho, Lucas se propõe a "escrever de modo ordenado" os fatos sobre Jesus. Esta "ordem" de Lucas não segue um critério histórico, mas teológico, procurando interpretar Jesus em sua filiação divina e o seu sentido para o Primeiro Testamento.
Nesta cena do menino Jesus entre os doutores no Templo são apresentados temas que serão aprofundados ao longo do evangelho. Nela é posta em evidência a autonomia de Jesus em relação à família, que no judaísmo é o vínculo essencial para o privilégio da eleição divina, e a autonomia em relação ao sistema opressor e elitista do Templo. Ao afirmar "eu devo estar na casa de meu pai", Jesus revela-se como Filho de Deus. Jesus ocupa-se com o que é de seu Pai, comunicar a vida plena a todos, homens e mulheres, criaturas de Deus, libertos de toda opressão. Iniciando seu ensinamento no Templo, Jesus volta depois para denunciá-lo por ter-se transformado em covil de ladrões (Lc 19,45-46). Priorizando o que é de seu Pai, mesmo estando obediente a seus pais, Jesus revela que a família dos filhos de Deus (segunda leitura) é formada por aqueles que cumprem o mandamento de amor, permanecendo em Deus e Deus neles, em comunhão de vida eterna.
Uma das características de Lucas é apresentar Jerusalém como centro de irradiação do cristianismo. Assim, em seu evangelho, desde o início as narrativas de infância convergem para Jerusalém (Zacarias no Templo, apresentação no Templo, Jesus entre os doutores), e, no final, após a ressurreição, encerra-se com o mandato de permanência dos discípulos em Jerusalém (Lc 24,52), complementado, em Atos dos Apóstolos, com o dom do Espírito na festa judaica de Pentecostes. Sua intenção teológica é apresentar o cristianismo como um novo Israel, que se irradia a partir da velha Jerusalém. Os demais evangelistas apresentam a Galileia, e não Jerusalém, como centro de retomada da missão, depois da ressurreição (Mc 16,7; Mt 28,7.10.16; Jo 21,1).
Jesus se diferencia de Samuel (primeira leitura), pois ele não é consagrado para um serviço no Templo, mas consagra sua vida no convívio comum com sua família e as multidões, libertando e comunicando vida a todos, conforme o direito à vida dos filhos de Deus.
A Sagrada Família questiona e convida à conversão aquelas famílias estabelecidas sob a continuidade do vínculo sanguíneo de raça eleita, bem como as famílias tradicionais, conservadoras em torno de suas propriedades e riquezas.
Oração
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer, cada dia, em sabedoria e graça, buscando, como Jesus, adequar minha vida ao querer do Pai.
3. A SAGRADA FAMÍLIA
Lucas, em seu Evangelho e em Atos, destaca Jerusalém como centro de irradiação do cristianismo. Assim, seu Evangelho, desde o início, com as narrativas de infância, realça Jerusalém (Zacarias no templo, apresentação no templo, Jesus entre os doutores) e encerra-se em Jerusalém. Sua intenção teológica é apresentar o cristianismo como um novo Israel, que se irradia a partir da velha Jerusalém. Os demais evangelistas apresentam a Galiléia, e não Jerusalém, como centro de retomada da missão, depois da ressurreição. Este episódio da ida da família de Jesusa Jerusalém assemelha-se à ida de Ana, com seu filho Samuel, à casa do Senhor, em Silo (primeira leitura).
A cena do menino Jesus entre os doutores no templo envolve temas que serão aprofundados ao longo do Evangelho. Ao afi rmar "eu devo estar na casa ("naquilo") que é de meu pai", Jesus revela-se como Filho de Deus. Inicia seu ensinamento no templo, voltando depois para denunciá-lo por ter-se transformado em covil de ladrões. Priorizando o que é do Pai, mesmo obediente a seus pais, Jesus indica que a família, sendo todos filhos de Deus (segunda leitura), deve ser estabelecida em torno do cumprimento da vontade do Pai.
A Sagrada Família questiona e convida à conversão aquelas famílias estabelecidas sob a continuidade do vínculo sangüíneo de raça eleita, bem como as famílias tradicionais, conservadoras em torno de suas propriedades e riquezas.


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