domingo, 9 de dezembro de 2012

Liturgia da 2ª semana do Advento

Liturgia da Segunda Feira — 10.12.2012
II SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Ó nações, escutai a palavra do Senhor; levai a boa nova até os confins da terra. Não tenhais medo: eis que chega o nosso salvador (Jr 31,10; Is 35,4).
Leitura (Isaías 35,1-10)
Leitura do livro do profeta Isaías.
35 1 O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio
2 ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus.
3 Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes.
4 Dizei àqueles que têm o coração perturbado: "Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos".
5 Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
6 então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe.
7 A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros.
8 E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali.
9 Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele; mas por ali caminharão os remidos,
10 por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará sua cabeça; a alegria e o gozo possuí-los-ão; a tristeza e os queixumes fugirão.
Salmo responsorial 84/85
Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar.
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
A paz para que o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o rei há de vir, Senhor da terra, ele mesmo e nós afastará o jugo do nosso cativeiro.

Evangelho (Lucas 5,17-26)
5 17 Um dia estava ele ensinando. Ao seu derredor estavam sentados fariseus e doutores da lei, vindos de todas as localidades da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor fazia-o realizar várias curas.
18 Apareceram algumas pessoas trazendo num leito um homem paralítico; e procuravam introduzi-lo na casa e pô-lo diante dele.
19 Mas não achando por onde o introduzir, por causa da multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o arriaram com o leito ao meio da assembléia, diante de Jesus.
20 Vendo a fé que tinham, disse Jesus: "Meu amigo, os teus pecados te são perdoados".
21 Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer consigo mesmos: "Quem é este homem que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão unicamente Deus?"
22 Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, replicou-lhes: "Que pensais nos vossos corações?
23 Que é mais fácil dizer: 'Perdoados te são os pecados'; ou dizer: 'Levanta-te e anda?'
24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados" (disse ele ao paralítico), "eu te ordeno: 'levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa'".
25 No mesmo instante, levantou-se ele à vista deles, tomou o leito e partiu para casa, glorificando a Deus.
26 Todos ficaram transportados de entusiasmo e glorificavam a Deus; e tomados de temor, diziam: "Hoje vimos coisas maravilhosas".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "NOSSOS PARALÍTICOS..."
(A Força do Amor e da Fé nunca fica sem uma resposta diante de Deus)
Certa ocasião, quando refletíamos esse evangelho em grupo, alguém perguntou se na casa onde Jesus estava pregando, havia elevador ou coisa parecida, se olharmos o relato em si mesmo, vamos acabar fazendo outras perguntas como, "Será que eles não podiam pedir licença para passar no meio das pessoas e entrar na casa?" e mais ainda... Seria normal que as pessoas que estavam aglomeradas á entrada, quando vissem o esforço dos quatro homens, subindo na parede com o paralítico deitado em uma cama, oferecessem ajuda, buscando uma alternativa mais fácil...
O próprio Jesus, não poderia ter dado um jeito de sair para atender o paralítico, sem precisar tanto esforço de subir e ainda ter de abrir um buraco no telhado? Fazer perguntas como essas, é muito importante para a nossa reflexão, pois vamos e convenhamos, o modo que eles encontraram para colocar o paralítico á frente de Jesus, não foi o mais fácil, aliás, correu-se até o risco de um grave acidente.
Hoje em dia a gente sabe que nossos templos existentes, ou os que estão em construção, devem ter em seu projeto, a construção de rampas, para facilitar o acesso de nossos irmãos deficientes. Mas com certeza, não é este o tema do evangelista, ele está querendo dizer alguma coisa as suas comunidades e aos cristãos do nosso tempo.
Dia desses, alguém bastante estressado dizia-me que certas pessoas só atrapalham a vida da comunidade, porque são muito radicais, geniosas, incomodam a todos, e o tempo todo eles só arranjam encrencas e mais encrencas, concluindo, dão muito trabalho, são sempre do contra, enfim, chatas e duras de engolir, e que sem elas, a comunidade é uma maravilha, o conselho deveria tomar providência, ou quem sabe, o padre impor a sua autoridade.
Pessoas com essas características não caminham, e ainda dificultam a vida de quem quer caminhar: pronto, já começamos a descobrir os paralíticos e paralíticas de nossas comunidades, irmãos e irmãs que não se emendam de seus defeitos, nunca mudam o seu jeito de ser, não se convertem e precisam portanto, ser acolhidas e carregadas. Há irmãos na comunidade que a gente tem prazer de encontrar, é sempre uma alegria imensa, mas há também esses, que nos perturbam, incomodam, e a gente não fica a vontade, se estão conosco em uma reunião da pastoral ou do movimento, a troca de "farpas" será inevitável...
Há no texto duas coisas que chamam a nossa atenção, primeiro o esforço desse quarteto, subir pela parede, desfazer o telhado e descer a cama com cordas. Jesus elogia-lhes a fé, parece até que fez o milagre como retribuição a tanto esforço. Eles tinham fé em Jesus Cristo, sabiam que se o levassem diante dele, seria curado, mas por outro lado, embora o texto não cite isso, a gente percebe que o amavam muito, tiveram com ele muita paciência, sei lá quantos quilômetros tiveram que andar, carregando aquela cama que deveria ser pesada, e ainda, ao deparar com a multidão aglomerada á frente da casa, poderiam ter desistido, já tinham feito a sua parte. Mas a força do amor e da fé, fez com que não desistissem, e se preciso fosse, seriam capazes de derrubar a casa.
Os quatro são uma referência para as nossas comunidades, onde muitas vezes falta-nos o amor e a fé, para carregar nossos paralíticos e superar os obstáculos, passando por cima dos preconceitos. Nas comunidades há pessoas amorosas, pacienciosas, que aceitam conviver com todos, amando-os como eles são, sem exigências, preconceitos ou radicalismo, mas há também a turma de "nariz empinado", como aqueles doutores da lei, que não crê em um Deus que é misericórdia, e que perdoa pecados, seguem normas e preceitos, até trabalham na comunidade, mas são extremamente exigentes com os "paralíticos", acham-se perfeitos e não aceitam a convivência com os imperfeitos.
Jesus elimina o problema pela raiz, "Filho, teus pecados te são perdoados...", a cura física vem em segundo plano, e se a enfermidade impede que o paralítico se aproxime de Jesus, a comunidade os carrega, possibilitando que ele também faça a experiência do Deus que perdoa, ora, se houver na comunidade intolerância, preconceitos, e ranços ocultos, como é que essas pessoas poderão experimentar o amor, o perdão e a misericórdia? Os intolerantes têm sempre um olhar extremamente crítico e severo, para com os paralíticos, e não aceitam que outras pessoas tenham por eles amor e ternura, manifestada na paciência e tolerância.
Por isso Jesus ordena – levanta-te, toma o teu leito e vai para casa. Deus nunca faz as coisas pela metade, na obra da salvação, Jesus não fez simplesmente uma reforma no ser humano, mas o transforma em uma nova criatura, na graça santificante do Batismo, fazendo com que deixe de se relacionar com Deus na religião normativa, porque crê no Deus que é todo amor e misericórdia, que perdoa pecados e os liberta com a sua santa palavra, em Jesus de Nazaré.
2. O agir amoroso e solidário
O ensino de Jesus é sempre acompanhado de ações práticas. Por suas palavras e sua prática, perdoando e curando, Jesus manifesta o infinito amor do Pai. O "Filho do Homem" desmonta a autoridade da classe sacerdotal e dos escribas "na terra", onde ele está presente como Filho de Deus. As ideologias que usam o nome de Deus para respaldar os poderosos neste mundo estão esvaziadas. O perdão é fruto não do poder, mas sim do amor misericordioso. Quem é amado passa a ter consciência de que está liberto da acusação de pecador que o humilha, deprime e exclui. O sinal de que se está livre da paralisia do pecado é a liberdade, é o levantar-se e o agir amoroso e solidário com a comunidade.
Oração
Espírito que cura interiormente, toca o mais íntimo de meu ser, para que eu consiga superar o meu egoísmo, e seja capaz de levar os benefícios de Deus a quem precisa de mim.
3. VIMOS COISAS MARAVILHOSAS
A vinda de Jesus foi recebida de diferentes modos pelas pessoas. Os fariseus e os mestres da Lei suspeitavam de tudo que ele fazia. Perdoar os pecados parecia-lhes uma blasfêmia, pois, no entender deles, isto era prerrogativa de Deus. Igualmente, o dom de curar. Jesus, porém, não se deixava intimidar por eles. Embora os deixasse escandalizados, não se omitia de perdoar os pecados e de curar.
Pelo contrário, o povo sofredor acolhia Jesus com entusiasmo, por reconhecer, em sua ação, a presença de Deus. A cena do paralítico introduzido na casa pelo buraco, aberto no telhado, revela a fé em Jesus que animava o povo. E esta fé foi tamanha, que Jesus curou o paralítico, sem que o milagre fosse solicitado.
Na atitude do enfermo, o Mestre pôde captar todas as suas carências e vir-lhe ao encontro. E a primeira necessidade daquele homem, na perspectiva de Jesus, consistia em ser perdoado de seus pecados. A cura da paralisia era secundária em relação à deficiência espiritual. Daí ter vindo em segundo lugar. Em todo o caso, o enfermo recebeu tudo quanto precisava para viver de maneira digna, e voltou para casa totalmente refeito.
O povo, especialmente quem se beneficiava da misericórdia de Jesus, reconhecia as maravilhas operadas por Deus e o louvava pelo que fazia por meio de seu Filho.
Oração
Senhor Jesus, faze-me contemplar e reconhecer as maravilhas operadas por ti e, por tudo isso, glorificar o Pai.
Liturgia da Terça-Feira
II SEMANA DO ADVENTO *
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Eis que o Senhor virá e com ele todos os seus santos, e haverá uma grande luz naquele dia (Zc 14,5.7).
Leitura (Isaías 40,1-11)
Leitura do livro do profeta Isaias.
40 1 Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus. 
2 Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto que suas lidas estão terminadas, que sua falta está expiada, que recebeu, da mão do Senhor, pena dupla por todos os seus pecados. 
3 Uma voz exclama: "Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus. 
4 Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas! 
5 Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu". 
6 "Clama!", disse uma voz, e eu respondi: "Que clamarei?" Toda criatura é como a erva e toda a sua glória como a flor dos campos! 
7 A erva seca e a flor fenece quando o sopro do Senhor passa sobre elas. (Verdadeiramente o povo é semelhante à erva.) 
8 A erva seca e a flor fenece, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente. 
9 Subi a uma alta montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz, para anunciar a boa nova a Jerusalém. Elevai a voz sem receio, dizei às cidades de Judá: "Eis vosso Deus! 
10 Eis o Senhor Deus que vem com poder, estendendo os braços soberanamente. Eis com ele o preço de sua vitória; faz-se preceder pelos frutos de sua conquista; 
11 como um pastor, vai apascentar seu rebanho, reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas dobras de seu manto, conduzir lentamente as ovelhas que amamentam".
Salmo responsorial 95/96
Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!
dia após dia anunciai sua salvação.
Manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!
Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!",
e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que viver em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Está perto o dia do Senhor, ele mesmo virá salvar-nos!

Evangelho (Mateus 18,12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18 12 "Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 
13 E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 
14 Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. OVELHA DESGARRADA
“Quando se vive autenticamente os valores do evangelho, nossas comunidades são de fato continuadoras da missão de Jesus, bem a seu modo”
Perguntei ao nosso grupo de "Teólogos" da Comunidade, com quem sempre debatemos alguns textos do evangelho, se eles se lembravam da Dona Maria que era da Acolhida, e que de uma hora para outra, simplesmente "tomou doril", como se diz quando a pessoa some. 
___Dona Maria? Ah... Pelo nome assim é difícil dizer se lembro... – disse Julião, zelador da igreja. 
__ Como ela era? Lembro de uma "magrona" e loira, se for essa, parece que ela mudou de igreja...--- informou a Celeste, ministra da Pastoral dos Enfermos..... 
___Será que ela morreu, ou está doente? - tornei a perguntar. 
___Difícil saber, a comunidade aqui é tão grande, a gente não conhece as pessoas direito, a não ser aquelas que atuam nas pastorais e movimentos, e mesmo assim, é difícil da gente lembrar.
Eis o grande problema de nossas comunidades urbanas, principalmente as das grandes metrópoles... Somos uma massa de anônimos, ninguém se conhece, não sabe sequer o nome, onde mora, o que faz, e no caso apresentado, por que se afastou da comunidade e o que é ainda bem pior, às vezes nem se nota que a pessoa sumiu da comunidade.
Na comunidade apresentada nesse evangelho de São Mateus o Pastor conhecia a todos e todos se conheciam, por isso em uma celebração dominical, alguém deu o alarme: a Dona Chica não veio hoje, daí alguém lembrou que na quarta feira ela também não apareceu na reunião da pastoral, e uma outra pessoa se lembrou que no último domingo percebeu que ela estava muito quieta e até parecia triste... A pastoral fez uma reunião de emergência logo após a missa e decidiram ir a procura da Dona Chica, para ver o que estava acontecendo.
O esposo de uma das mulheres, membro da pastoral, fez uma crítica à esposa que logo após o almoço ia sair com as demais, conforme o combinado.
___Nem no domingo à tarde você tem sossego? Por que essa preocupação com essa mulher, ela não veio porque não quis vir, a comunidade está lá na igreja, quem quiser ir vai e quem não quiser não vai, e está acabado!
___Olha, a Dona Chica não é uma qualquer, ela é nossa irmã que ajudou a fundar a comunidade, nunca perdeu uma reunião das quartas e nem faltou na celebração do domingo, a gente não sossega enquanto não for ver o que está acontecendo....
O grupo encontrou Dona Chica com um dos braços enfaixado, e um inchaço no rosto, o Filho drogado havia sido preso naquela semana, mas antes de ir, deu uma surra na mãe, porque esta se recusara a dar-lhe dinheiro, Dona Chica tinha vergonha de ir na comunidade daquele jeito, pois julgava-se culpada pelo Filho ser daquele jeito... As mulheres passaram aquela tarde com ela em sua casa modesta e na quarta Feira, alguém do grupo se dispôs a ir buscá-la de carro. Na reunião alguém levou um bolo e refrigerantes para se alegrarem pela volta da Dona Chica.
Na missa do domingo, o Padre, informado sobre o que acontecera, chamou Dona Chica à frente e todos rezaram por ela uma Ave Maria e depois, como ela era Mineira, a coordenadora do grupo cantou aquele refrão "Oh Minas Gerais... Oh Minas Gerais..." e a comunidade em coro cantou junto e no final bateram palmas para acolher a que havia voltado.
Por onde andam nossas "ovelhas desgarradas", alguém aí se lembra delas, sabe o nome, onde moram e por que se foram? Confesso envergonhado que na minha comunidade ninguém se lembra delas...
2. Opção pelos pequenos
Esta parábola da ovelha extraviada, ou perdida, no evangelho de Mateus, está inserida em um conjunto de orientações de Jesus para o bom convívio comunitário. No evangelho de Lucas ela vem acompanhada de mais outras duas parábolas sobre a misericórdia de Deus, em um contexto de conflito com os fariseus que censuravam Jesus por aproximar-se dos pecadores. A ovelha perdida (em Mateus: "extraviada") é o pecador, segundo os critérios de exclusão do judaísmo, e as noventa e nove que ficam no deserto (em Mateus: nos morros) são os "justos" fariseus. Há mais alegria pela conversão de um só pecador do que por noventa e nove justos que julgam não precisar de conversão.
Mateus adapta a parábola para o convívio comunitário. Ela se desenvolve em torno do "extraviar" relativo à ovelha. Se um membro se extravia da comunidade, cabe ir à sua procura, e no seu reencontro se tem a maior alegria. Tudo pelo zelo em atender à vontade do Pai que "não deseja que se perca nenhum desses pequenos". Os pequenos são os membros mais humildes, simples e frágeis na comunidade. O reencontro com a vida e seu fortalecimento se dá na comunidade, em comunhão com Jesus. Quem vacilar ou fraquejar pode contar com o apoio de seus irmãos.
Oração
Pai, que eu te dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.
3. ALEGRIA DO REENCONTRO
A vinda – advento – do Messias Jesus tem o objetivo de encontrar a humanidade marcada pelo pecado, e reconduzi-la para Deus. De certo modo, o Pai não pode suportar o extravio do ser humano, criado à sua imagem e semelhança, para uma vida de comunhão. Respeitando a liberdade humana, o Pai oferece a seus filhos a chance de refazer os laços rompidos. E se alegra com a conversão de um só deles.
A ação de Jesus deve ser entendida no contexto das iniciativas divinas, em vista da salvação. Ele se pautou por um princípio bem definido: a vontade do Pai celeste é que ninguém se perca. Daí ter-se empenhado todo para que a oferta de salvação chegasse a cada ser humano, sem exceção.
A parábola da ovelha desgarrada ilustra o imenso interesse de Jesus (e da comunidade cristã) por quem se desviou do caminho do Reino. Quanto maior o perigo pelo qual alguém está passando, tanto maior será o empenho de reconduzi-lo à salvação. Maior ainda será a alegria de vê-lo reintegrado na comunidade.
Os discípulos do Reino têm a comunidade como lugar de salvação. Afastando-se dela, o indivíduo correrá o risco de se perder, a ponto de romper com o Reino. Acolhido por ela, será continuamente estimulado a ser fiel à vontade do Pai, buscando caminhar em comunhão com ele. Por isso, a comunidade deve ser a primeira a ir ao encontro da ovelha desgarrada.
Oração
Pai, que eu lhe dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.
Liturgia da Quarta-Feira
NOSSA SENHORA DE GUADALUPE - PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Nossa Senhora de Guadalupe; conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.
Leitura (Gálatas 4,4-7)
Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas.
4 4 Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, 
5 a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. 
6 A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! 
7 Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.
Salmo responsorial 95/96
Manifestai a sua glória entre as nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei se santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação,
manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!
Publicai entre as nações: Reina o Senhor!
Ele firmou o universo inabalável,
e os povos ele julga com justiça".
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28)

Evangelho (Lucas 1,39-47)
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. 
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 
42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? 
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. 
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" 
46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor, 
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A DOAÇÃO E GLORIFICAÇÃO DE MARIA
Esse evangelho assinala que Maria partiu apressadamente.  Em Maria vemos a pressa de se doar, de sair de si mesma e de caminhar ao encontro daqueles quer têm necessidades. O que impulsiona Maria é o espírito santo em sua plenitude, é esse espírito santo que impulsiona nossas comunidades a servirem os irmãos e irmãs. Entretanto há algo ainda mais profundo e que nos encanta, as comunidades cristãs, fecundadas pelo Espírito Santo, tornam-se também geradoras de Jesus. Em Maria não celebramos simplesmente algo do passado, mas enquanto igreja celebramos a encarnação no presente, as pias Batismais mais antigas têm a forma ovalada semelhante a um útero, no ventre da igreja mãe nascem os Filhos e as Filhas de Deus, e já que somos templos do Espírito Santo, em nós é gerado também o Verbo Divino, não em seu sentido biológico como foi em Maria, mas nos sentido espiritual.Em Isabel o Espírito Santo ajuda a perceber em Maria, o mistério de Deus acontecendo, mas em uma visão de conjunto de um lado vemos como o agir de Deus é diferente do homem, o Messias que estava por nascer e que iria mudar a sorte de toda humanidade, buscou acolhimento não nos poderosos, nas lideranças religiosas, nos suntuosos palácios ou no templo sagrado, mas sim na casa dos humildes e pequenos como Isabel e Maria.
Ambas inauguram um tempo novo em que para fazer grandes mudanças e construir um mundo melhor a partir do reino de Deus, já não será mais preciso esperar a decisão dos grandes, dos que mandam,, as mudanças verdadeiras que ocorreram na humanidade sempre foram aquelas que nasceram das aspirações,dos sonhos e da luta do povo.
O Messianismo de Jesus está dentro desse contexto, Maria se sentiu pequena diante do mistério de Deus que estava para envolvê-la mas o Senhor a engrandeceu e a capacitou para a missão que estava lhe reservada. Da mesma forma nossas comunidades, grandes ou pequenas, nas grandes metrópoles ou nas periferias e zonas rurais, devem sempre ter presente que estão envolvidas no mistério de Deus que as chama e as capacita para serem portadoras do Cristo para o mundo, do mesmo modo como fez com Maria, ressalvando=-se que Maria foi preservada de todo pecado, enquanto que nossas comunidades, embora contenha em seu ventre a semente de um Deus Santo e Perfeito, está sujeita ao pecado. Um dia Jesus teve uma conversa com Nicodemos e afirmou que é preciso que o homem nasça de novo, quem aceita ser membro da comunidade Cristã, está sendo gerado para um novo nascimento, cuja vida embrionária já recebeu pelo Batismo, esse útero não é muito bonito, mas como o ventre materno oferece toda segurança de que precisamos, para desenvolver em nós essa semente de eternidade da Vida Nova que há de acontecer um dia.
Nesse sentido precisamos sair e ter pressa para levar ao mundo este anúncio, romper com a religião do formalismo religioso, deixar de ser a Igreja fechada em si mesma para doar-se aos irmãos e irmãs que ainda não ouviram o anúncio. Como Maria, certamente iremos ficar admirados quando percebermos o modo como Deus age, sempre diferente da nossa lógica, ás vezes até de um jeito que não entendemos. Maria sentiu toda essa alegria incontida em sua alma ao sentir-se totalmente de Deus, aponto de dizer “O Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o seu nome, a minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Não é o ritualismo religioso que agrada a Deus, mas sim a nossa disposição para uma entrega total, fazendo assim a vontade de Deus, é o próprio Cristo que nos dirá na carta de Paulo aos hebreus; Eis que venho para fazer a vossa vontade. Quando o amor chega a esse ponto, o sacrifício ritualista torna-se secundário diante do verdadeiro e autêntico sacrifício agradável a Deus: dar a vida pelos irmãos e irmãs!
2. Maria canta as glórias de Deus
Tendo sido advertida pelo anjo sobre a gestação de Isabel em seu sexto mês, Maria sai em sua ajuda. Ao saudar Isabel, tanto esta, inspirada pelo Espírito Santo, como o menino, que pula de alegria no seu ventre, confi rmam a presença do Senhor no ventre, de Maria. Lucas é o único evangelista a mencionar o ventre feminino como fonte de vida, e o faz por sete vezes.
E destaca-se mais a grandiosidade deste ventre feminino por ser fonte de vida divina. É a sublime realidade da encarnação, da presença do Deus eterno entre nós! Maria entoa seu hino de agradecimento a Deus por ser a escolhida neste projeto da encarnação. E exalta, na seqüência do hino, o projeto libertador de Deus que "depõe os poderosos de seus tronos e eleva os humildes, despede de mãos vazias os ricos e enche de bens os famintos". Maria de Guadalupe é a inspiração das comunidades que procuram na nossa América Latina libertar-se do poder imperial cruel do Norte. 

Oração
Espírito de fé e esperança, enriquece meu coração com as mesmas virtudes de Maria, de modo que eu possa alcançar, como ela, a bem-aventurança.
3. A GLORIFICAÇÃO DE MARIA
A festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos a repensar todo o seu peregrinar neste nosso mundo, pois se trata de celebrar o desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A expressão "repleta de graça", dita pelo anjo, encontrou sua expressão consumada na exaltação dela junto de Deus.
A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o "Senhor" esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor – o Magnificat –, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia.
Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra.
Oração
Pai, conduze-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a comunhão plena contigo.
Liturgia da Quinta-Feira
SANTA LUZIA - VIRGEM E MÁRTIR
(VERMELHO, PREFÁCIO DO ADVENTO I OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Vem, esposa de Cristo, receber a coroa que o Senhor te preparou para a eternidade.
Leitura (Isaías 41,13-20)
Leitura do livro do profeta Isaías.
41 13 Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão e te digo: "Nada temas, eu venho em teu auxílio". 
14 Portanto, nada de medo, Jacó, pobre vermezinho, Israel, mísero inseto. Sou eu quem venho em teu auxílio, diz o Senhor, teu Redentor é o Santo de Israel. 
15 Vou fazer de ti um trenó triturador, novinho, eriçado de pontas: calcarás e esmagarás as montanhas, picarás miúdo as colinas como a palha do trigo. 
16 Tu as joeirarás e o vento as carregará; o turbilhão as espalhará; entretanto, graças ao Senhor, alegrar-te-ás, gloriar-te-ás no Santo de Israel. 
17 Os infelizes que buscam água e não a encontram e cuja língua está ressequida pela sede, eu, o Senhor, os atenderei, eu, o Deus de Israel, não os abandonarei. 
18 Sobre os planaltos desnudos, farei correr água, e brotar fontes no fundo dos vales. Transformarei o deserto em lagos, e a terra árida em fontes. 
19 Plantarei no deserto cedros e acácias, murtas e oliveiras; farei crescer nas estepes o cipreste, ao lado do olmo e do buxo, 
20 a fim de que saibam à evidência, e pela observação compreendam, que foi a mão do Senhor que fez essas coisas, e o Santo de Israel quem as realizou. 
Salmo responsorial 144/145
Misericórdia e piedade é o Senhor!
Ele é amor, é paciência, é compaixão.
Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu rei,
E bendizer o vosso nome pelos séculos.
O Senhor é muito bom para com todos,
Sua ternura abraça toda criatura.
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
E os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
E saibam proclamar vosso poder!
Para espalhar vossos prodígios entre os homens
E o fulgor de vosso reino esplendoroso.
O vosso reino é um reino para sempre,
Vosso poder, de geração em geração.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que os céus, lá do alto, derramem o orvalho, que chova das nuvens o justo esperado, que a terra se abra e germine ó Senhor! (Is 45,8)

EVANGELHO (Mateus 11,11-15)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11 "Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 
12 Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. 
13 Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. 
14 E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. 
15 Quem tem ouvidos, ouça". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus e João
O evento mais importante do Antigo Testamento é o relato da Libertação dos Hebreus da escravidão do Egito, no livro do Êxodo. Um fato grandioso e inexplicável onde o Faraó e todo o seu poderio acaba submetido a ação de Deus pois se este não intervém, jamais aquele povo seria liberto. Essa ação libertadora serve como referência e motivação em todos os eventos futuros quando o Povo estava perdendo a esperança, vinha um Profeta e lembrava do Poder do Deus de Israel, como faz na primeira Leitura o Profeta Isaias, preparando o Povo para o retorno do Exílio da Babilônia. Para ver o homem livre, vivo e feliz, Deus faz proezas, até abrir rios na secura do deserto.
João Batista pertence a este tempo em que Deus age através de homens, entretanto, como o último dos profetas do A.T ele anuncia algo totalmente novo que é a Salvação que virá com o Messias.
O elogio de Jesus a João procede, ele não anuncia que Deus irá agir na ação dos homens, mas que Deus irá agir como homem. Um Homem Divino a partir de agora estará com todos e com cada homem, para fazer acontecer de maneira plena a obra libertadora, prenunciada na libertação da escravidão do Egito.
Entretanto, por aqueles tempos e hoje principalmente, muitos achavam que o homem se salva por si mesmo, sem que seja necessária a intervenção de Deus. Os que acreditaram nesse anúncio, e que são os primeiros a “invadir” o Reino, junto com Jesus, são pessoas que veem em Jesus o único Salvador, justamente os considerados impuros e perdidos, excluídos da prática religiosa tradicional.
Estes, os impuros e pecadores, são maiores do que João, porque foram os primeiros beneficiados pela Salvação. Doravante é apenas e unicamente a Fé no Salvador, que tornará grande quem é pequeno. É este o caso de cada homem e mulher que vive hoje a sua Fé, conscientes de que não conseguiram atender o chamado á Santidade que Deus lhes fez, mas alimentam a grande esperança de que um dia a alcançarão, pela ação da Grata Santificante.
2. O anúncio de João Batista
Na humanidade de Jesus, Filho de Deus encarnado, o Pai assume a humanidade toda, com todos os seus valores, em tudo que é bom, digno, justo e verdadeiro. Jesus, em sua vida e em sua missão, incorpora todos estes valores no seu convívio com as pessoas. Vendo a autenticidade de João Batista, Jesus vai ao seu encontro para ser batizado por ele e se faz seu discípulo, no que foi confirmado pelo Espírito Santo. No início de seu ministério, Jesus assume o mesmo anúncio de João, que é a proximidade do Reino dos Céus.
Os discípulos de João Batista o seguiam porque viam nele um grande, ou o maior, profeta. É o profeta popular, como Elias, que derruba as ideologias e os ídolos do poder e prepara o caminho para Jesus. Jesus o reconhece, porém, algo maior que dá plenitude à proposta e ao testemunho de João é a adesão e entrada no Reino dos Céus, proclamado por Jesus como já presente entre nós, no qual se participa da própria vida de Deus. O menor no Reino dos Céus é maior do que João Batista. É o Reino, não de um chefe poderoso que domina e oprime os demais, mas da comunidade que vive a justiça e o amor, na liberdade, de modo solidário e fraterno, na comunhão entre irmãos e com Deus, em uma dimensão de eternidade.
Oração
Pai, dá-me força para combater os vícios e os pecados que me impedem de aderir plenamente ao teu Reino, e para suportar a violência dos que se opõem a ti.
3. A VIOLÊNCIA DO REINO
Como entender a afirmação de Jesus, segundo a qual "o Reino sofre violência e são os violentos que o conquistam"? Pensou-se tratar das duras renúncias exigidas dos discípulos do Reino; da violência dos que querem estabelecer o Reino pela força das armas, como queriam os zelotas; da tirania dos poderes demoníacos (dos homens perversos) que resistem ao Reino, apoderando-se dele e impedindo que outras pessoas façam parte dele, e o Reino cresça; do Reino abrindo caminho pelo mundo com violência.
Por um lado, quando Jesus começou a pregar, nos dias de João Batista, muita gente se converteu, esforçando-se para entrar no Reino. Tratando-se de uma proposta dura e exigente, era impossível acolhê-la sem abrir mão dos projetos pessoais e sem se predispor a "tomar, cada dia, a própria cruz" e pôr-se a seguir Jesus. Portanto, nada de contemporizar com o egoísmo e a maldade que corrompem o coração humano.
Por outro lado, desde o início de seu ministério, o Mestre viu-se às voltas com a violência das forças do anti-Reino, articuladas para neutralizá-lo, de modo a impedir que muitas pessoas entrassem nele. A trágica morte de João Batista serviu de presságio para o destino de Jesus.
O discípulo experimenta, pois, dois níveis de violência: um interno, enquanto combate seus vícios e pecados; e outro externo, enquanto é vítima da maldade dos inimigos do Reino.
Oração
Pai, dá-me força para combater os vícios e os pecados que me impedem de aderir plenamente ao teu Reino, e para suportar a violência dos que se opõem a ti.
Liturgia da Sexta-Feira
SÃO JOÃO DA CRUZ - PRESBÍTERO E DOUTOR
(BRANCO, PREFÁCIO DO ADVENTO I OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
(Mateus 11,16-19)A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).
(Mateus 11,16-19)
Ó Deus, que inspirastes ao presbítero são João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
(Mateus 11,16-19)
48 17 Eis o que diz o Senhor, teu Redentor, o Santo de Israel: "eu sou o Senhor teu Deus, que te dá lições salutares, que te conduz pelo caminho que deves seguir.
18 Ah! Se tivesses sido atento às minhas ordens! Teu bem-estar assemelhar-se-ia a um rio, e tua felicidade às ondas do mar;
19 tua posteridade seria como a areia, e teus descendentes, como os grãos de areia; nada poderia apagar nem abolir teu nome de diante de mim".
(Mateus 11,16-19)
Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados,
nem junto aos zombadores vai sentar-se; 
mas encontra seu prazer na lei de Deus 
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma árvore,
que à beira da torrente está plantada; 
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, 
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos perversos. 
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Senhor há de vir, acorrei-lhe ao encontro; é o príncipe da paz.

EVANGELHO (Mateus 11,16-19)
Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 11 16 "A quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças que gritam aos seus companheiros:
17 'Tocamos a flauta e não dançais, cantamos uma lamentação e não chorais'.
18 João veio; ele não bebia e não comia, e disseram: 'Ele está possesso de um demônio'.
19 O Filho do Homem vem, come e bebe, e dizem: 'É um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos devassos'. Mas a sabedoria foi justificada por seus filhos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. BRINCADEIRA DE CRIANÇA
Do que os meninos Judeus brincavam, naquele tempo? O evangelho de hoje, embora seja uma reflexão, dá a informação de que, uma de suas brincadeiras era esta: Casamento e enterro, no casamento tocava-se a flauta e os convidados cantavam e dançavam, no enterro, um grupo fazia lamentação, e como ocorria na vida real, os demais deveriam chorar e bater no peito desconsolados como fazia um bom judeu diante do quadro da morte.
Jesus certamente também participou de brincadeiras assim e se lembrou da frustração dos tocavam flauta, quando o outro grupo reagia á música e ao clima de alegria, ou quando simulava-se um enterro, e acontecia a mesma coisa, permaneciam indiferentes á motivação.
Era exatamente o que ele estava sentindo na pele, a sua gente, as pessoas da sua terra e do seu grupo, não se tocavam com o seu anúncio totalmente inédito, e ainda o viam como um comilão e beberrão, estes eram os mesmos que acusavam João Batista de estar com um demônio, porque não comia e nem bebia.
O homem da pós modernidade, diante da Religião, principalmente do Cristianismo, também reage assim, ficando totalmente indiferente à realidade do anúncio do Reino e á Boa Nova do Evangelho. Concluindo, podemos usar o reverso da reflexão, e em vez do Homem dançar conforme a música de Deus inverte a ordem e se arroga ao direito de querer que Deus dance de acordo com á sua musiquinha de quinta categoria, sem ritmo nem conteúdo.
2. Jesus e os discípulos de João
Reconhecendo o valor da pregação de João Batista, Jesus vai a ele e torna-se seu discípulo. Depois, com seus próprios discípulos, inicia seu ministério, anunciando, como João Batista, a chegada do Reino dos Céus. João permanecia nas regiões desérticas, nas fronteiras da Judeia, contudo, Jesus decide fazer seu anúncio nas localidades mais habitadas da Galileia. O movimento de Jesus se desenvolve em paralelo ao movimento dos discípulos de João, e Jesus, em sua pregação, sempre valoriza a pregação de João. O nome de João é o mais citado nos evangelhos (76 vezes), depois do nome de Pedro (124 vezes).
A pequena parábola dos dois grupos de crianças que disputam nas praças é dirigida a "esta geração". Esta expressão tem o caráter de censura, conforme seu uso na tradição profética, nas críticas ao povo de Israel de coração duro. Aqui exprime os chefes do judaísmo que rejeitam Jesus. Assim como o convite de um grupo de crianças é rejeitado pelo outro, João Batista e Jesus são rejeitados por esses chefes. A rejeição, tanto a João, na sua austeridade, como a Jesus no seu convívio comum, significa a rejeição do próprio projeto amoroso, misericordioso e acolhedor de Deus. Porém, os pequenos e humildes reconhecem a sabedoria de Deus, manifesta em Jesus. 

Oração
Pai, que eu não me deixe bloquear pelas críticas, quando minha vida for um testemunho de serviço ao Reino, expressão de minha adesão a teu Filho Jesus.
3. ESPÍRITO DE CONTRADIÇÃO
O advento de Jesus não foi bem-vindo por todos. Houve quem o rejeitasse de maneira sistemática, numa postura de total fechamento.
O Mestre denunciou o espírito de contradição e a má-vontade que se escondia atrás desta atitude. João Batista também havia sido rejeitado pelas mesmas pessoas, mas por motivos contrários àqueles aplicados a Jesus. O Batista foi criticado por não comer nem beber; Jesus, por sua vez, por comer e beber com toda liberdade. João foi chamado de possesso e Jesus, de comedor e beberrão. A vida de penitência de João não era vista com bons olhos; o mesmo se passava com a solidariedade de Jesus em relação aos marginalizados e pecadores de sua época. Qualquer que fosse a proposta, esse tipo de gente tinha motivos para refutá-la.
A denúncia dessa mentalidade deve ter soado aos ouvidos dos discípulos, especialmente dos sistematicamente críticos, como um alerta. O Reino deve ser acolhido com benevolência. Ao invés de buscar argumentos para justificar sua acomodação, o discípulo pergunta-se o que pode fazer para viver a proposta do Reino, de maneira mais radical, assumir o testemunho de Jesus como modelo de fidelidade ao Pai e ao Reino, e, na vida de Jesus, encontrar inspiração. O discípulo sabe qual é a maneira mais conveniente de comportar-se diante do Mestre.
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba acolher, com benevolência, o Reino anunciado por ti, sem medo de, cada dia mais, conformar minha vida ao teu projeto.
Liturgia do Sábado
II SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Vinde, Senhor, que estais acima dos querubins; mostrai-nos a vossa face e seremos salvos (Sl 79,4.2).
Leitura (Eclesiástico 48,1-4.9-11)
Leitura do livro do Eclesiástico.
48 1 Suas palavras queimavam como uma tocha ardente. Elias, o profeta, levantou-se em breve como um fogo.
2 Ele fez vir a fome sobre o povo (de Israel): foram reduzidos a um punhado por tê-lo irritado com sua inveja, pois não podiam suportar os preceitos do Senhor.
3 Com a palavra do Senhor ele fechou o céu, e dele fez cair fogo por três vezes.
4 Quão glorioso te tornaste, Elias, por teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu?
9 Tu que foste arrebatado num turbilhão de fogo, num carro puxado por cavalos ardentes.
10 Tu que foste escolhido pelos decretos dos tempos para amenizar a cólera do Senhor, reconciliar os corações dos pais com os filhos, e restabelecer as tribos de Jacó.
11 Bem-aventurados os que te conheceram, e foram honrados com a tua amizade!
Salmo responsorial 79/80
Convertei-nos, ó Senhor,
resplandecei a vossa face e nós seremos salvos!
Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós que sobre os querubins vos assentais.
Despertai vosso poder, ó nosso Deus, 
e vinde logo nos trazer a salvação!
Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou;
protegei-a, e ao rebento que firmastes!
Pousai a mão por sobre o vosso protegido,
o filho do homem que escolhestes para vós!
E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas! Toda carne há de ver a salvação que vem de Deus! (Lc 3,4.6)

Evangelho (Mateus 17,10-13)
17 10 Em seguida, os discípulos o interrogaram: "Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro?"
11 Jesus respondeu-lhes: "Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas.
12 Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem".
13 Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A história se repte...
Na minha vizinhança nos primeiros tempos de casado, meu sogro gostava de se divertir com uma “Trucada”, um jovem que frequentava a nossa casa se divertia jogando com os mais velhos, e quando fazia alguma jogada que punha o adversário em aperto, usava um bordão para expressar sua valentia “Sou neto do Túfi e sobrinho do Caluda”, Tufi era seu avô, famoso naquela Vila por ser hábil truqueiro, Caluda era o apelido do tio, também com a mesma fama.
Neste evangelho Jesus rasga o Verbo ao falar de Elias e João Batista, é como se ele dissesse “Sou da mesma linha do Profeta Elias e de João Batista”. É até bonito entendermos esse evangelho, pois Jesus está dizendo a seus discípulos que ele não fugirá da “Raia” e que como seus dois predecessores também será perseguido, torturado e morto, mas o anúncio será feito á todas as categorias de pessoas, gente simples ou importante, ricos e pobres, jutos e pecadores, pessoas que iriam se admirar dele e passariam a ser seus seguidores, mas outros que passariam a odiá-lo até a morte na cruz.
A pregação do Evangelho de Cristo não é um show como querem alguns, não são discursos e palavras bonitas para agradar algumas pessoas, não são palavras para gerar emoção e lágrimas, como muitos gostam de fazer, ao contrário, tem uma vertente profética que jamais pode ser deixada de lado, uma linha dura que anuncia a Justiça e denuncia a Injustiça, que requer uma mudança de vida e uma adesão ao Reino como uma opção radical. E diante de perseguições, incompreensões que possam surgir, basta lembrar-se do modo de ser daquele jovem jogador de truco “Somos seguidores de Jesus, Cristãos da “Gema”, que traz a linha profética no sangue, na alma e no coração”.
2. Será Elias o percursor de Jesus?
Este diálogo dos discípulos com Jesus se dá ao descerem da montanha, após a transfiguração de Jesus. Na transfiguração entrou em cena a figura de Elias. Agora os discípulos querem se esclarecer sobre a vinda de Elias, como precursor do Messias, conforme a doutrina que receberam dos escribas. Esta doutrina tradicional fundamenta-se no apêndice final do livro de Malaquias (Ml 3,23-24), segundo a qual Elias "fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais...". Seria o estabelecimento da paz escatológica. Os escribas associavam Elias com o messias davídico glorioso que esperavam.
Jesus retifica esta falsa expectativa. Elias já veio, na pessoa de João Batista, e as elites religiosas do Templo, em parceria com Herodes, o ignoraram e o assassinaram. E este também será o futuro do Filho do Homem, como se autodenomina Jesus. Identificando-se com João em seus sofrimentos e perseguições, Jesus distingue-se do messias poderoso e glorioso. Esta previsão do sofrimento decorre do fato de que o poder opressor não admite nada que ameace sua estabilidade e reage com violência, empenhando-se na destruição daqueles que, colocando-se a serviço da vida, se dedicam à libertação dos pobres e oprimidos.
Oração
Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.
3. A VINDA DE ELIAS
As expectativas messiânicas do tempo de Jesus mesclavam-se com uma série de elementos, dentre os quais, a crença que, por ocasião da vinda do Messias, o profeta Elias haveria de retornar. Era bem conhecida a história do profeta arrebatado aos céus, num carro de fogo. Por não ter morrido, como qualquer ser humano, difundiu-se a esperança de que Elias voltaria no fim dos tempos, indicando, assim, que a vinda do Messias estava próxima.
Jesus não negou esta tradição. Entretanto, ofereceu uma pista para indicar que ela já se havia realizado na pessoa de João Batista. A ação precursora dele em relação a Jesus correspondia àquela de Elias, em vista do Messias vindouro. A conclusão era evidente: Jesus era o Messias esperado por Israel. Deveria, pois, ser aceito e acolhido como tal.
Entretanto, o Mestre não se adaptou aos esquemas messiânicos do povo. Se, por um lado, sua presença assinalava o fim de uma era, por outro, introduzia, na história humana, um tempo novo. Ele superou a agitação messiânica, propondo aos discípulos um ideal de fraternidade, fundado na misericórdia e no serviço desinteressado aos irmãos.
Igualmente recusou-se a responder questões de curiosidade a respeito do dia do fim do mundo e do número dos que seriam salvos. Desta forma, rompeu com o messianismo popular, dando margem para que seus discípulos assumissem sua vida e sua missão com mais seriedade.
Oração
Senhor Jesus, não me deixes contaminar pelas preocupações escatológicas. Antes, que eu esteja sempre voltado para o compromisso de transformar o mundo pelo amor.
Liturgia do Domingo  16.12.2012
3º Domingo do Advento — ANO C
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – III SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Alegrai-vos sempre no Senhor, pois Ele está perto!" __
Ambientação:
(Valorizar os símbolos do Advento: coroa, velas, manjedoura vazia...)
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Estamos com uma celebração que proclama a alegria do Natal, entendido como presença de Deus no meio do povo e possibilitando participar de sua salvação. Este é o motivo principal do "Domingo gaudete". Alegria que deve ressoar no coração de cada homem e mulher. Portanto, é uma celebração que dirá a cada um de nós que viveremos em constante advento se vivermos na esperança de quem acolhe a Boa Notícia da alegria divina que nunca se entristece dentro de nós. A alegria, porém, não poderá ser ofuscada pelo consumismo nem por interesses egoístas. Alegremo-nos todos nos Senhor, ele está perto. Realizaremos hoje a coleta para a sustentação da evangelização, na Igreja do Brasil.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: O terceiro Domingo do Advento, também chamado Domingo da Alegria, nos inspira felicidade pela proximidade do Natal. É com este espírito que se acende a terceira vela da coroa do Advento. Mais uma vez lembramos que hoje é o dia da coleta em favor da Evangelização, como pede a CNBB a todo o País. Que a presença do Senhor nos torne mais dóceis e solidários com os que mais sofrem e com todos os destinatários da mensagem do Evangelho, a Boa-Nova da Salvação. Neste Ano da Fé, a Coleta para a Evangelização tem uma motivação especial, pois o objetivo é arrecadar meios para levar ou reacender a fé, a fim de que todos vivam a graça da filiação divina que o Batismo concede.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: "e nós, que devemos fazer?" Preparar o "caminho" por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus. O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é "batizado no Espírito", recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica. A primeira leitura sugere que, no início, no meio e no fim desse "caminho de conversão", espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho conosco. A segunda leitura insiste nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
3ª SEMANA DO ADVENTO — ANO LITÚRGICO "C"
Antífona da entrada: Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo, alegrai-vos! O Senhor está perto (Fl 4,4s).
Comentário das Leituras: Deus nos quer realizados e felizes. Por isso, as leituras insistirão para que nos alegremos no Senhor. Deus é a fonte da alegria que perdura dentro de nós e abre nossos corações e nossas mãos para partilhar a vida e os bens com quem necessita.
Primeira Leitura (Sofonias 3,14-18)
Leitura da profecia de Sofonias.
3 14 Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém! 
15 O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça. 
16 Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços! 
17 O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito 
18 como num dia de festa. Suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha que pesa sobre ti. 
Salmo responsorial Is 12
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, 
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; 
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. 
Com alegria bebereis no manancial da salvação 
e direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor.
Invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, 
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, 
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! 
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, 
porque é grande em vosso meio o Deus santo e Israel!"
Segunda Leitura (Filipenses 4,4-7)
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
4 4 Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! 
5 Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. 
6 Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. 
7 E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção; enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação! (Is 61,1)

EVANGELHO (Lucas 3,10-18)
3 10 A multidão perguntava a João: "Que devemos fazer?" 
11 Ele respondia: "Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo". 
12 Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: "Mestre, que devemos fazer?" 
13 Ele lhes respondeu: "Não exijais mais do que vos foi ordenado". 
14 Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: "E nós, que devemos fazer?" Respondeu-lhes: "Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo". 
15 Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, 
16 ele tomou a palavra, dizendo a todos: "Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 
17 Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível". 
18 É assim que ele anunciava ao povo a boa nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Avisos e comunicações
Depois da oração pós-comunhão, e jamais antes dela, caso sejam necessários, são dados avisos e comunicações que interessam diretamente à vida da comunidade paroquial ou da Igreja em geral. Os encarregados dos avisos devem ter clara consciência de aquele tempo não se destina em absoluto a uma suplementar homilia; e também se recordar de que os membros da comunidade não dispõem de papel e caneta para anotar os detalhes das diversas coisas ali anunciadas. Por isso mesmo, é inútil insistir em datas e horários precisos e complicados, que serão rapidamente esquecidos. Melhor seria prever um jornal-mural na entrada da Igreja, em que tais avisos seriam previamente afixados e para os quais se pediria a atenção da comunidade dos fiéis no final da Missa. Por outro lado, após os avisos e antes da benção final, o comentarista pode dirigir ao povo uma breve mensagem, que o ajude a pôr em prática e a testemunhar na vida o que no rito foi celebrado.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Rx - Gn 49,2.8-10; Sl 71 (72); Mt 1,1-17
3ª Rx – Jr 23,5-8; Sl 71 (72); Mt 1,18-24
4ª Rx - Jz 13,2-7.24-25; Sl 70 (71); Lc 1, 5-25
5ª Rx – Is 7,10-14; Sl 23 (24); Lc 1,26-38
6ª Rx – Ct 2,8-14; Sl 32 (33); Lc 1,39-45
Sb Rx – 1Sm 2,24-28; 1Sm 2; Lc 1,46-56
4º DOM. DO ADVENTO Mq 5,1-4ª; Sl 79 (80),2ac.3b.15-16.18-19 (R/. 4); Hb 10,5-10; Lc 1,39-45
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O SENHOR ESTÁ PRÓXIMO, ALEGRAI-VOS!
Alegria parece ser a palavra de ordem na liturgia desse terceiro domingo do advento, sentimento que o profeta Sofonias passa a seus conterrâneos, em um tempo em que não havia motivos para o povo se alegrar, porque a devassidão moral andava a solta. A Boa Nova do Profeta não é dirigida aos poderosos, mas ao povo simples da terra, um pequeno resto que irá sobrar, após tantas tragédias que estavam porvir sobre a nação.
A gente olha para a realidade que nos cerca e percebe que, de fato  não há muito com o que se alegrar, pois a violência de todo tipo continua a avançar, dando-se a impressão de que nunca se acabará, entre os nossos governantes e legisladores a ética vai cada vez mais perdendo o seu espaço, corrupção e mentiras, falcatruas e impunidades, desigualdade social, carência na Educação, Saúde, agressão ao meio ambiente, em meio a tanto caos, o convite de São Paulo aos Filipenses “Alegrai-vos sempre no Senhor,eu repito, alegrai-vos!”... Parece não fazer sentido, alegrar-se com um Senhor, que não se importa com tantos males presentes na humanidade?
Pensar em um cristianismo mágico, que nos anestesia contra todos os males do mundo, fazendo-nos viver alienados das realidades humanas, a espera do tal “Dia do Senhor” anunciado pelo Profeta, parece que esse modo de pensar, ganha cada vez mais simpatizantes. Não importa essa vida, o que vale é a outra que ainda virá. Quem pensa assim, com certeza não vive, mas vegeta, uma vez que não encontra nenhum sentido naquilo que pensa ou faz, até a própria existência nada significa.
Somos hoje aquele povo de ontem, sonhando com melhorias na qualidade de vida, lutando para não perder o ânimo e a esperança, apesar de tudo... Acreditando que algo precisa ser mudado urgentemente, mas sempre se sentindo impotente diante desse grande desafio de mudar para melhor. João Batista anuncia algo novo que está para acontecer que irá estabelecer uma nova ordem política, social, econômica e até religiosa: está no meio do povo certo alguém, que fará a diferença, todos os que sonham com dias melhores, e que desejam mudar e reverter esse quadro deverão unir-se a Ele, o grande esperado, o Messias verdadeiramente.
Ora, um anúncio impactante como esse, provoca nas pessoas uma grande expectativa: o que devemos fazer? Será que está ao nosso alcance tomar uma atitude que signifique uma mudança? “Coitadinho de mim, como é que posso fazer algo que mude a política ou a economia, que possa melhorar á vida das pessoas, o que me compete fazer para mudar as coisas, inclusive na comunidade, pastoral ou movimento?
Por aquele tempo pensava-se que somente o tal do Messias, que estava para chegar, é que tinha poderes para operar as mudanças necessárias e desejadas pelo povo, em nossos tempos poderá também haver cristãos desinformados, que pensam dessa maneira. Entretanto o evangelho de hoje, eu até diria, de modo espetacular, anuncia que Deus vai intervir na história da humanidade, o Messias não vai vir para resolver todos os problemas do povo de Israel, melhor do que isso , ele virá para permanecer e caminhar com o seu povo, animando,encorajando, alimentando, essa Jerusalém desprezível aos olhos do mundo, formada por todos os homens de boa vontade, que percorrem sem medo o caminho do discipulado, é fraca apenas na aparência, porque no meio do seu povo, o Senhor caminha, abrindo caminho em meio a esse quadro caótico, anunciando a presença do seu Reino entre os homens.
Em alguma empreitada humana, de difícil realização, se temos ao nosso lado alguém forte, readquirimos a esperança perdida, redobramos o nosso ânimo abatido, é isso exatamente que acontece na vida do cristão. Mas qual seria o sinal de que o Senhor está conosco, e de que chegaremos vitoriosos ao final da nossa jornada? Exatamente a mudança nas relações, pautando-as pela justiça, lealdade, autenticidade, fraternidade e paz, isso não compete aos poderosos do mundo, mas a cada cristão em particular... Agindo assim, estaremos sinalizando a presença do Senhor entre nós, e ao mesmo tempo  contribuindo para que, aos poucos, o reino de Deus, a quem servimos, torne-se visível e presente cada vez mais em nosso meio. Mas se a nossa atitude ainda não é essa, na relação principalmente na comunidade, então,  em nossas celebrações falamos uma grande mentira quando respondemos ao Presidente da celebração, que “o Senhor está no meio de nós....”porque nossas comunidades devem ser,  por excelência o lugar da alegria, que vem do amor e da comunhão vivida entre os irmãos e irmãs; (III Domingo do Advento Lucas 3,10 – 18 )
2. Anúncio libertador e coerente
João Batista faz seu anúncio profético nas regiões vizinhas da Judeia ("além do Jordão", conforme o evangelho de João - 1,28; 3,26; 10,40), inaugurando um forte movimento renovador, a partir da ruptura com a doutrina e o culto do Templo de Jerusalém e com a sua linhagem sacerdotal. Com seu anúncio libertador e coerente, atrai as multidões e reúne discípulos em torno de si. O próprio Jesus vem de sua cidade, Nazaré da Galileia, para ser batizado por João.
João, com o rito simbólico de seu batismo, conclamava o povo à conversão (metanóia). Conversão significa mudança de vida, mudança de comportamento e de valores. Em relação a algumas outras práticas religiosas de abluções (purificação com água) existentes, o batismo de João era uma inovação. Ele significava um compromisso com a prática da justiça, através da qual o pecado é removido. Assim, fica descartada a tradição segundo a qual se devia buscar a purificação dos pecados através de ofertas e sacrifícios de animais a serem praticados pelos sacerdotes do Templo de Jerusalém. 

Àqueles que a ele vinham, julgando-se justificados e salvos por serem "filhos de Abraão", João incitava à conversão com uma nova prática de vida, dizendo-lhes: "Produzi fruto digno de arrependimento e não penseis que basta dizer: 'Temos por pai a Abraão'. Pois eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão".
Em resposta às multidões que o procuravam, João apresenta o essencial da nova prática a ser assumida a partir do compromisso do batismo. Com as recomendações de partilhar as túnicas e a comida, não cobrar nada além do estabelecido (aos publicanos), de não maltratar a ninguém, não fazer falsas denúncias e não extorquir dinheiro (aos soldados), fica caracterizada a efetiva conversão pelo amor e pela prática da justiça, na solidariedade com os mais fracos e empobrecidos.
Jesus se fez discípulo de João, contudo, amplia seu movimento com um novo caráter. O seu anúncio inicial é o mesmo de João: a conversão ao Reino de Deus que está próximo. Entretanto, a sua novidade é o dom do Espírito e da vida eterna àqueles que aderirem ao Reino, que é a vida plena para todos. A prática da justiça, decorrente da conversão e do compromisso do batismo anunciado por João, alcança, assim, uma dimensão de participação na vida divina e de eternidade, no Espírito.
Depois da morte de João Batista, seus discípulos continuarão com um movimento em paralelo ao movimento que também foi iniciado por Jesus, conforme se pode perceber em várias passagens do Segundo Testamento. Ao escreverem as memórias de João Batista, os evangelistas, a fim de atrair para o movimento de Jesus aqueles que permaneciam fiéis como discípulos de João, procuram caracterizá-lo como alguém que conscientemente se coloca em posição subalterna a Jesus.
Em clima de expectativa do Advento, ao renovarmos a consciência da presença de Jesus encarnado entre nós, Filho de Deus e eterno, enchemo-nos de alegria. "O Senhor está a teu lado... apaixonado de amor por ti" (primeira leitura). "Alegrai-vos sempre no Senhor"!
Oração
Espírito que converte para Deus, que eu permaneça atento aos apelos de conversão que me são dirigidos, para merecer ser acolhido no Reino proclamado pelo Messias Jesus.
3. TESTEMUNHO DA LUZ
A pessoa e a missão de Jesus é que definiram a identidade de João Batista. Este fora enviado por Deus para ser testemunho da luz. Mediante sua pregação, muitas pessoas teriam a chance de chegar à fé e serem iluminadas pela luz, que é Jesus. A atividade de João preparava a chegada de Jesus, predispondo as pessoas para recebê-lo.
O pressuposto de seu ministério era que a humanidade estava mergulhada nas trevas e, por isso, vagava errante pelo caminho do pecado e da injustiça. Se não lhes fosse oferecida uma luz, não teriam condições de superar esta situação. Entretanto, o Pai decidira resgatar o ser humano para a vida. E o fez, por meio de seu Filho Jesus, cujo ministério consistiria em ser luz para o ser humano, mostrando-lhe o caminho para o Pai.
João Batista compreendeu este projeto de Deus e se colocou a serviço dele. Sua condição de servidor do Messias estava arraigada em sua consciência. Não cedeu à tentação de pensar de si mesmo, além do que correspondia ao plano de Deus. Não lhe cabia nenhuma das identificações do Messias, em voga na teologia popular. Ele não era nem o Messias, nem Elias, nem algum dos profetas. Era, simplesmente, um servo de Deus e do seu Messias. Este título era suficiente para defini-lo. Tudo o mais não passava de especulação.
Oração
Senhor Jesus, como João Batista, desejo colocar-me totalmente a teu serviço, dando ao mundo o testemunho de tua luz.


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