segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Liturgia da 33ª semana comum Ano Par

Liturgia da Segunda Feira — 19.11.2012
SANTOS ROQUE, AFONSO E JOÃO - PRESBÍTEROS E MÁRTIRES
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.
Leitura (Apocalipse 1,1-4; 2,1-5.)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
1 1 Revelação de Jesus Cristo, que lhe foi confiada por Deus para manifestar aos seus servos o que deve acontecer em breve. Ele, por sua vez, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servo João, 
2 o qual atesta, como palavra de Deus, o testemunho de Jesus Cristo e tudo o que viu. 
3 Feliz o leitor e os ouvintes se observarem as coisas nela escritas, porque o tempo está próximo. 
4 João às sete igrejas que estão na Ásia: a vós, graça e paz da parte daquele que é, que era e que vem da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu trono 
1 Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita, aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro. 
2 Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos. 
3 Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste. 
4 Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor. 
5 Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas. 
Salmo responsorial 1
Ao vencedor concederei comer da árvore da vida!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados,
nem junto aos zombadores vai sentar-se; 
mas encontra seu prazer na lei de Deus 
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma árvore,
que à beira da torrente está plantada; 
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, 
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos perversos. 
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Evangelho (Lucas 18,35-43)
18 35 Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 
36 Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia. 
37 Responderam-lhe: "É Jesus de Nazaré, que passa". 
38 Ele então exclamou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!" 
39 Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: "Filho de Davi, tem piedade de mim!" 
40 Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe: 
41 "Que queres que te faça?" Respondeu ele: "Senhor, que eu veja". 
42 Jesus lhe disse: "Vê! Tua fé te salvou". 
43 E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus. Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. UMA ENTREVISTA ESCLARECEDORA COM  O EX-CEGO
( ... Será que o problema desse homem era apenas a cegueira física, ou havia algo a mais que o fazia um infeliz? ... )
___O que você queria mesmo, era apenas enxergar? 
___Não! Além de enxergar eu queria um sentido para a minha vida, enxergar era importante, mas eu, além do mundo, das coisas e objetos e das pessoas, queria ver algo mais, vislumbrar algo que me desse uma boa razão para viver. 
___Então você está falando de uma escuridão mais terrível que a cegueira física? 
___Sim, exatamente isso, a Vida de quem não descobriu uma razão e um sentido para o existir, é uma escuridão terrível, você não sabe de onde veio e para onde caminha, não imagina que rumo tomar... Por isso fica á beira do caminho a espera de alguma referência, alguma orientação, alguém que te dê uma luz... 
___Ah então começo a perceber uma coisa importante, a narrativa da cura da sua cegueira é mais teológica do que jornalística? 
___Mas é claro, Lucas o evangelista sabia de como aquela experiência com Jesus o Filho de Davi, mudou totalmente a minha vida. 
___E por que você o chama por esse nome de "Filho de Davi"? 
___Ah meu amigo, "Filho de Davi" era o grito dos pobres e pequenos daquele tempo, não só isso, mas também de todo homem ou mulher que não tinha mais nenhuma esperança nesta vida, de quem estava no fundo do poço. E eu sabia que era ele que estava se aproximando e gritei com todas minhas forças... 
___O que você diz dos que tentaram fazer você se calar... 
___Eles achavam que eu não tinha a menor chance de dar uma "guinada de 90 graus" na minha existência, o Nazareno não iria perder tempo comigo que era considerado impuro, desgraçado, sem nenhuma perspectiva futura de mudar para melhor... Igual hoje, pois vocês aí do Terceiro Milênio também têm uma multidão de cegos á beira do caminho, gente que parou de andar porque não sabe para onde vai. Tendo a luz que é Jesus Cristo, e nada fazendo para que estes também conheçam a Luz, é omissão muito grave... 
___E sobre a pergunta de Jesus, "O que queres que te faça?", parecer que ele foi irônico, claro que você queria enxergar, não é? 
___Não foi irônico não, ele só queria saber se o que eu desejava era apenas uma cura física ou estava a procura de um novo rumo para a minha vida, por isso me fez essa pergunta.... 
___Nossa! Essa eu não sabia, a coisa mais lógica de um deficiente visual é querer enxergar... 
___Pois é, mas a deficiência espiritual é mil vezes pior, então na minha resposta o Mestre percebeu que eu queria mais do que isso, queria ser seu seguidor e discípulo, porque sabia no meu coração que Ele era a Verdadeira Luz, aquele que dá sentido e razão a nossa existência....pois muitos recebem a graça de uma cura física, Jesus não se nega a fazê-lo, porque sempre age com compaixão e misericórdia, mas as vezes o que foi curado continua com a doença grave que é a descrença e o pecado. 
___Olha se o ex-Cego, o seu testemunho foi ótimo, pois a gente aqui do Terceiro Milênio fica olhando só a cura física e não percebe esse algo mais que você falou, e que foi na verdade o que levou a multidão a dar glórias a Deus... 
___Isso mesmo, eu entrei para a comunidade me sentindo um homem novo, que agora vê e enxerga esse Reino que Jesus inaugurou em nosso meio, aquele dia foi uma Festa inesquecível, o dia em que encontrei com Jesus e a minha vida mudou, porque descobri o sentido e a razão da minha existência. Vê se vocês cristãos aí do terceiro milênio, levam Jesus a esse monte de cegos e cegas que perambulam sem rumo, ou se acomodam á beira do caminho e da sociedade, paralisados pela cegueira, pelo desânimo e falta de esperança. Vê se vocês cristãos das comunidades cristãs, facilitem o acesso á salvação, e não tenham a conduta daqueles que queriam fazer calar a minha voz, o meu grito. 
___Pode deixar meu irmão: Essa sua entrevista vai revolucionar a vida de muita gente aqui dos nossos tempos.
2. Os pobres reconhecem Jesus
Jesus e os discípulos caminham para Jerusalém, onde ocorrerá o desfecho de seu ministério com sua pregação entre os peregrinos e a repressão que o levará a morte de cruz. Jesus, pressentindo o que ocorreria, já advertira os discípulos por três vezes (três "anúncios da Paixão" - Lc 9,22; 9,44; 18,32-33). Estes estão apegados à concepção de que Jesus seria o poderoso messias davídico e Jesus procurava demove-los desta ideia.
Agora se aproximam de Jericó. Um cego, à beira do caminho, ouve que é Jesus de Nazaré quem vai passando. Dirige-se a Jesus chamando-o, contudo, de "Filho de Davi", título messiânico de poder que Jesus rejeitava. Nisto consistia a sua cegueira. Curado por Jesus, o homem passa a segui-lo, glorificando a Deus. Neste cego pode-se ver a dificuldade dos próprios discípulos em compreenderem Jesus.
Os pobres que começam a ver integram-se no Reino, o que é fonte de alegria e motivo de glória a Deus.
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
3. QUE QUERES QUE EU FAÇA?
A cura do cego de Jericó é carregada de simbolismo. Estando bem próximo de Jerusalém, onde sofreria a paixão, foi da boca de um pobre marginalizado que Jesus ouviu a proclamação de sua condição messiânica. Ao chamá-lo de Filho de Davi, o mendigo cego professou sua fé no Mestre, como o Messias longamente esperado pelo povo. Seu pedido de piedade manifestava a condição da humanidade inteira, carente da misericórdia de Jesus. Sua fé profunda no poder taumatúrgico do Senhor revelava o tipo de relacionamento que se deveria estabelecer entre Jesus e seus discípulos; relacionamento feito de entrega total e confiante.
A recuperação da visão significava que, para seguir Jesus, como fez o ex-cego, era preciso estar de olhos abertos, colocar-se em contínuo discernimento e não se deixar levar pela cegueira espiritual que pode levar à decepção em relação a Jesus. Tendo-se posto a seguir Jesus, glorificando a Deus, o miraculado tornava-se símbolo da disposição que deve ter o discípulo para seguir o Mestre, mormente, quando se trata de enfrentar a paixão e a cruz.
Jesus dirige a cada discípulo a pergunta "Que queres que eu te faça?". E reserva-lhe um gesto misericordioso, cujo efeito será prepará-lo para a provação da fé. Mas o discípulo não poderá manter-se cego, indiferente ao Senhor que passa, despreparado para segui-lo.
Oração
Senhor Jesus, prepara-me, cada dia, para eu ser teu seguidor, reforçando minha fé e curando a cegueira que me impede de caminhar resoluto contigo.
Liturgia da Terça-Feira
XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM 
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Leitura (Apocalipse 3,1-6. 14-22.)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
3 1 Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: "Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as tuas obras: és considerado vivo, mas estás morto. 
2 Sê vigilante e consolida o resto que ia morrer, pois não achei tuas obras perfeitas diante de meu Deus. 
3 Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e arrepende-te. Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te surpreenderei. 
4 Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes; andarão comigo vestidas de branco, porque o merecem. 
5 O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos. 
6 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. 
14 Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus. 
15 Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! 
16 Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te. 
17 Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito' - e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. 
18 Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro. 
19 Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te. 
20 Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo. 
21 Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. 
22 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas". 
Salmo responsorial 14/15
Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito
De sentar-se comigo no meu trono.
"Quem morará em vossa casa?"
É aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente; 
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.
Que em nada prejudica o seu irmão,
nem cobre de insultos seu vizinho; 
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.
Não empresta o seu dinheiro com usura 
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Por amor, Deus enviou-nos o seu filho como vítima por nossas transgressões (1Jo 4,10).

Evangelho (Lucas 19,1-10)
19 1 Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade. 
2 Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos. 
3 Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura. 
4 Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. 
5 Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: "Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa". 
6 Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. 
7 Vendo isto, todos murmuravam e diziam: "Ele vai hospedar-se em casa de um pecador". 
8 Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: "Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo". 
9 Disse-lhe Jesus: "Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão". 
10 Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido. 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Como Zaqueu...
Há um verbo interessante nessa narrativa do evangelista São Lucas, carregado de sentido teológico: Zaqueu subiu em uma árvore, para poder ver Jesus. Como se tivéssemos em baixo de nós um grande espelho, esse ato na verdade é invertido, e quando, como Zaqueu, subimos, na verdade descemos.
Na História da Salvação, desde o antigo Testamento até o tempo da Plenitude em Jesus Cristo, as muitas “subidas” significam a “Ascese espiritual” onde, referências geográficas como montes e montanhas, e nomes de forte simbolismo como Sinai e Horeb, entre outros, apontam para esse Ver, conhecer e experimentar a Deus, que se revela aos homens. Essa teologia rica em sinais Teofánicos, continua com maior intensidade no Novo Testamento, no Sermão da Montanha, Tabor, Getsêmani e por fim o Monte Gólgota ou Calvário.
Entre os Salmos, formas da devoção popular para expressar seus pedidos, desejos, angústias e alegrias, temos o Salmo das Subidas, que se refere a peregrinação do Povo Judeu ao templo, lugar do encontro e da experiência com o Deus da Aliança, e nos anos 60 lembro-me de um canto de entrada que lembrava essa ascese “Com a Igreja subiremos, no altar do Senhor....” .É preciso subir, elevar-se, quem quiser ver, ouvir e experimentar a Jesus, terá de subir, Como Pedro Thiago e João que viram a transfiguração do Senhor no alto do Monte Tabor, mas esse SUBIR supõe um DESCER.
Zaqueu , antes de subir naquela árvore, teve de descer de si mesmo, do seu posto de chefe dos cobradores de impostos, do seu Status de pessoa importante, se sua posição social, por que e para que? Porque tinha ouvido falar de Jesus e queria conhecê-lo, mas havia duas coisas que o atrapalhavam nesse seu desejo, de um lado a multidão que se aglomerava em torno de Jesus e o ocultavam dos demais, e de outro, uma deficiência física: era baixinho, mas o maior empecilho estava no fato de que era “alto” em poder, em riqueza e importância social, o que Zaqueu tinha de baixa estatura, tinha de grandeza na sociedade, era muito rico, nos lembra o Evangelista....Rico não precisa subir em árvores para ver uma celebridade, possivelmente estará junto com a celebridade no palco ou palanque montado. Rico não precisa espremer-se em meio a multidão, pois tem os melhores lugares reservado junto com a sua comitiva.
Mas o coração de Zaqueu andava inquieto há muito tempo, não foi coisa de momento pois esse pensamento vinha sendo gestado em seu coração, exatamente como Maria, que antes de acolher Jesus em seu ventre, já o tinha acolhido em seu coração.
E como o coração tem razões, que a própria razão desconhece, naquele momento Zaqueu esqueceu do seu cargo, da sua posição, da sua importância, do decoro que deve pautar as ações de alguém que ocupa um cargo importante e subiu na figueira para ver Jesus passar e assim, acabou sendo encontrado por Jesus. Quando desejamos vê-lo Ele já nos encontrou, o Deus Poderoso e Onipotente, não entra em nossa vida sem o nosso consentimento, não força, não exige, mas chama e propõe.
Por isso que a vida de Zaqueu mudou naquele dia, antes de acolhê-lo em sua casa já o tinha acolhido em seu coração e daí a Salvação aconteceu. “Hoje a Salvação entrou nessa casa, isso é, no coração e na vida de Zaqueu. Quem conhece e experimenta Jesus movido por um desejo profundo, não conseguirá mais ser o mesmo, a vida é transformada e renovada, a conversão de Zaqueu e o seu desejo sincero de devolver ao próximo o que havia fraudado, é apenas conseqüência da sua adesão a Jesus o Filho de Deus, adesão que vem do kerígma provocado pelo primeiro anúncio, e que só é possível quando, a exemplo do nosso Mestre e Senhor, também tenhamos a humildade de descer de nós mesmos, para poder com Ele subir, COMO ZAQUEU...
2. O interesse por Jesus
Lucas, como bom literato, realça com cores vivas os personagens sobre os quais discorre. Zaqueu, chefe dos publicanos e rico, é apresentado como figura vivaz e simpática. Sendo baixinho, não podia ver Jesus no meio da multidão. Com simplicidade e desinibido, corre a uma figueira, antes que outro chegue, e sobe nela para ver Jesus. Ficam manifestos, assim, o entusiasmo e o interesse de Zaqueu por Jesus. Jesus, levantando os olhos, o percebe e propõe ficar em sua casa, naquele dia. Zaqueu, prontamente, propõe restabelecer a justiça e partilhar sua riqueza com os pobres, afirmando-se, assim, como um convertido.
Jesus vem revelar a misericórdia do Pai que perdoa os pecados e convida à conversão indiscriminadamente. A obra de fé de quem se converte é a prática do bem, da justiça e da partilha.
Oração
Pai, faze-me puro de coração, como o Zaqueu convertido, tornando-me desapegado das coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os pobres.
3. ACOLHENDO A SALVAÇÃO
O encontro de Jesus com Zaqueu mostra como é possível um rico obter a salvação, embora seja mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. Não é que os ricos estejam, necessariamente, fadados à condenação. Mas é preciso que se deixem transformar, com sinceridade, pelo Reino anunciado por Jesus.
O processo de conversão de Zaqueu começou com o desejo de ver Jesus. Tal era a intensidade deste desejo que ele, por ser de baixa estatura, não duvidou em sair correndo, e subir numa árvore para ver o Mestre passar. A disposição de expor ao ridículo seu prestígio de homem rico leva a suspeitar que Zaqueu nutria algo mais que mera curiosidade de ver Jesus. E de seu posto de observador, não é ele quem vê Jesus. É Jesus quem o vê e se autoconvida para hospedar-se na casa dele.
Então, dá-se uma reviravolta na vida daquele homem que era odiado por muitos, por ser funcionário dos romanos e explorador do povo judeu. O sinal da conversão revela-se pela disposição de distribuir metade de seus bens aos pobres e de restituir, quatro vezes mais, a quantia que porventura houvesse roubado de alguém. Sua salvação teve início, quando ele saiu de seu mundo cujo eixo era o dinheiro, foi capaz de descobrir o próximo e fazer por ele um gesto de amor. Portanto, os ricos se salvam, se se deixam transformar pelo amor.
Oração
Senhor Jesus, que a salvação entre cada vez mais, em minha casa, abrindo meu coração para a solidariedade para com os mais pobres.
Liturgia da Quarta-Feira
APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA 
(BRANCO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: O Senhor Deus vos abençoou, virgem Maria mais que a todas as mulheres. Ele exaltou o vosso nome: que toso os povos cantem vosso louvor (Jt 13,23.25).
Leitura (Zacarias 2,14-17)
Leitura da profecia de Zacarias
2 14 "Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti - oráculo do Senhor. 
15 Naquele dia se achegarão muitas nações ao Senhor, e se tornarão o meu povo: habitarei no meio de ti, e saberás que fui enviado a ti pelo Senhor dos exércitos. 
16 O Senhor possuirá Judá como seu domínio, e Jerusalém será de novo (sua cidade) escolhida. 
17 Toda criatura esteja em silêncio diante do Senhor: ei-lo que surge de sua santa morada".
Salmo responsorial Lc 1
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome.
A minha alma engrandece o Senhor, 
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.
Pois ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!
Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, em nada, os ricos.
Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)

Evangelho (Mateus 12,46-50)
12 46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. 
47 Disse-lhe alguém: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te". 
48 Jesus respondeu-lhe: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" 
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. AS MARAVILHAS DE DEUS
Em nossas comunidades há pessoas carismáticas dotadas de dons maravilhosos concedidos por Deus, as pessoas desenvolvem aptidão para alguma coisa, alguma tarefa, mas há muitos que se omitem em usar seus dons, dizendo que não querem aparecer, achando que assim estão sendo "humildezinhas", esse é um grave pecado chamado de omissão... É como aquele servo avarento que recebeu uma dessas minas para administrar, e com medo da responsabilidade e de uma punição pelo mau uso do seu talento, manteve o seu dom trancado a sete chaves para restituir ao Senhor no momento certo porém, a sua produção foi zero, usou o talento e o dom apenas em benefício próprio, querendo só salvar a sua vida e a sua alma.
Jesus inaugurou o Reino de Deus entre nós, mas só inaugurou. Isto é, colocou a pedra fundamental que é ele próprio, e depois confiou á sua Igreja a missão de edificá-lo. O homem que foi para um país distante confiou a administração de suas minas a um grupo de pessoas, e como qualquer bom acionista, Deus quer ver o seu reino se expandir, para que todos o conheçam e venham dele participar.
A construção do Reino de Deus depende dos homens! Essa afirmação poderá escandalizar os que não a compreenderem, mais isto é a mais pura verdade. Deus só age quando o homem colabora.
Basta imaginarmos o que teria acontecido com a nossa Igreja, se o grupo de apóstolos tivessem mantido a comunidade apenas em Jerusalém, não permitindo que ela se expandisse entre os pagãos, através do apóstolo Paulo. Nos dias de hoje precisamos pensar com muita seriedade no ensinamento desse evangelho, pois diante dos desafios da evangelização na pós modernidade, temos todos a tentação de vivermos o cristianismo "enterrados" em nossas comunidades cristãs, preservando assim o santo evangelho como coisa santa e sagrada que não pode e nem deve ser levado a um ambiente profano que é a sociedade atual e todos os seus segmentos.
Esquecemos que a missão primária da Igreja teve início com uma ordem do Senhor... "IDE, a todas as Nações da terra". O cristianismo quando vivido com autenticidade e coerência, tem essa força de penetrar em qualquer cultura de qualquer época da nossa história, a Palavra que levamos e o testemunho que vivemos, tem essa força transformadora que ninguém consegue segurar. É exatamente isso que Deus espera de nós, é essa a missão que Jesus nos confiou.
Estamos investindo bem e negociando em nossas relações a riqueza da sua graça, ou egoisticamente queremos guardar tudo para nós e garantir a nossa salvação? Se assim procedermos, esse pouco que dispomos nos será tirado e ao chegarmos diante de Deus estaremos de mãos abanando...
2. O vínculo maior
Nesta narrativa de Mateus, percebemos três grupos relacionados com Jesus. Por um lado, as multidões a que Jesus falava. Por outro lado, sua família. E, finalmente, os discípulos a quem Jesus destaca, estendendo a mão.
Em um primeiro nível, as multidões, como aglomerado circunstancial de dispersos, são compostas de curiosos e esperançosos, que desejam libertar-se de suas exclusão e de suas carências. Buscam algo de novo, atentos a Jesus, porém ainda não deram sua adesão ao seu projeto.
Num segundo nível, a família, caracterizada por sua unidade carnal e tradicional, fica de fora das multidões. Porém, os laços consanguíneos não são, por si só, a garantia absoluta do amor e da unidade.
No terceiro nível, com proximidade maior, temos os discípulos. Eles formam o grupo que deu sua adesão ao projeto de Jesus, irmanados no cumprimento da vontade do Pai, que é a prática do amor que comunica a vida. Todos são chamados ao discipulado. A família, particularmente, é o espaço privilegiado para se viver a experiência do amor. O crescimento no amor leva a família a abrir-se na solidariedade e em comunhão com os mais carentes e necessitados.
Oração
Pai, reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos uma grande família, cujo pai és tu.
3. APRESENTAÇÃO NO TEMPLO
Esta narrativa de Mateus também é encontrada nos evangelhos de Marcos e Lucas. A figura central é a "mãe". No processo de geração a mulher-mãe tem um papel fundamental. A própria Terra é tida como "mãe" em relação à vida que, sem cessar, desabrocha em sua superfície.
Na narrativa há um confronto entre as multidões às quais Jesus fala, e sua família, mãe e irmãos, que ficam de fora e procuram falar com Jesus. A família, tendo a mãe como centro, está na base do conceito de Israel e é o elo fundamental da continuidade da tradição do judaísmo. Abraão e sua descendência, a partir de Sara, constituem o povo eleito. Em continuidade, Davi e sua descendência constituem a dinastia real escolhida por Javé.
O sacerdote hereditário é a base do poder do Templo. Daí as genealogias que confirmavam as purezas racial e funcional. Enquanto a pureza religiosa exigia o afastamento das multidões, Jesus se põe em íntimo contato com elas. Removendo a prioridade dos laços consangüíneos familiares, que garantiam o privilégio da eleição, Jesus, sem exclusões, constitui a grande família unida no cumprimento da vontade do Pai, que deseja vida plena para todos.
Liturgia da Quinta-Feira
SANTA CECÍLIA - VIRGEM E MÁRTIR
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DAS SANTAS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é excelso; sua glória excede a terra e o céu (Sl 148,12ss).
Leitura (Apocalipse 5,1-10)
Leitura do livro do Apocalipse de livro de são João.
5 1 Eu vi também, na mão direita do que estava assentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. 
2 Vi então um anjo vigoroso, que clamava em alta voz: "Quem é digno de abrir o livro e desatar os seus selos?" 
3 Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro ou examiná-lo. 
4 Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro e examiná-lo. 
5 Então um dos Anciãos me falou: "Não chores! O Leão da tribo de Judá, o descendente de Davi achou meio de abrir o livro e os sete selos". 
6 Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um Cordeiro de pé, como que imolado. Tinha ele sete chifres e sete olhos (que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra). 
7 Veio e recebeu o livro da mão direita do que se assentava no trono. 
8 Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos). 
9 Cantavam um cântico novo, dizendo: "Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça; 
10 e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam sobre a terra". 
Salmo responsorial 149
Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez,
e Sião se rejubile no seu Rei!
Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra! 
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.
Exultem os fiéis por sua glória,
e cantando se levantem de seus leitos, 
com louvores do Senhor em sua boca;
eis a glória para todos os seus santos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

EVANGELHO (Lucas 19,41-44)
Naquele tempo, 19 41 aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: 
42 "Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz! Mas não, isso está oculto aos teus olhos. 
43 Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados;
44 destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada". 
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um alerta as comunidades do nosso tempo...
(A Graça e Salvação é um processo dinâmico em nossa vida, em um círculo virtuoso que nos levará a plenitude, entretanto, como um dom e presente de Deus para nós, é necessário que a desejemos como o bem supremo de nossa vida, e a busquemos em todos os momentos, porque sem ela não teremos a Vida em plenitude, como é o desejo de Deus)
Jerusalém não foi invadida e destruída como castigo por ter rejeitado a Jesus, mas porque perdeu a grande oportunidade de acolher a Graça e a Salvação presentes Nele, a cidade Santa é contemplada uma última vez antes da sua entrada triunfal, Jesus sabe que aquela aparente glória irá acabar em fracasso, ele será esmagado na paixão e morte na cruz do calvário, e por um instante ficará a impressão de que as Forças do Mal acabaram o destruíram bem como o seu Reino de Amor, entretanto da escuridão surgirá a luz definitiva, do fracasso virá a vitória sobre o Mal, o amor é mais forte que a morte.
Jesus chora porque Jerusalém está a um passo da pior de todas as tragédias, será destruída sem ter experimentado a esperança que brota do coração de Deus. Sua esperança de restaurar a realeza com a força e o poder do Ungido de Deus, cairá totalmente por terra, sem essa esperança que dá sentido e razão para a vida, Jerusalém ficará a mercê dos inimigos e não resistirá.
Jerusalém tinha a seu favor toda uma tradição religiosa que apontava para os tempos messiânicos que havia chegado com Jesus, deveria por isso mesmo ser a primeira a acolher no coração o Messias Salvador enviado, para manifestar aos homens todo o grande Amor acalentado no coração de Deus, desde os primórdios da humanidade.
Também hoje o Reino de Deus não está oculto, e diante dos olhos da nossa Fé ele vai se manifestando nas comunidades cristãs e em todas as pessoas de bem, é preciso acreditar nele, alimentar a esperança que brota da Fé pois a visita de Jesus á humanidade não terminou com a sua ascensão, ao contrário, ela se prolonga há três milênios, é preciso perceber a sua presença entre nós, é preciso acreditar que o homem não poderá resistir a Deus, sua graça e seu amor, e fazer dessa esperança o caminho mais seguro para irmos de encontro a plenitude.
2. A trágica destruição de Jerusalém
Depois de uma longa caminhada, desde a Galileia, Jesus se aproxima de Jerusalém e, vendo a cidade, chora sobre ela. Jerusalém era uma cidade dos jebuseus que foi invadida e tomada pelo rei Davi. Nela Davi centralizou os poderes religioso, político e militar. O Templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na corte dos reis descendentes de Davi e no Templo pela casta sacerdotal, conferiram a Jerusalém o status de cidade sagrada. À destruição da cidade será acrescentado o presságio de Jesus sobre a destruição do Templo, do qual não ficará pedra sobre pedra, também.
O Templo, desde sua construção por Salomão, tinha um anexo, o Tesouro, onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das ofertas rituais, donativos e tributos. A Jerusalém está associada uma história de violência e acúmulo de riquezas. Alguns profetas do Primeiro Testamento já denunciavam o abuso de poder e a corrupção aí reinantes. Jesus acrescenta sua lamentação: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados...". E o próprio Jesus será morto nesta cidade.
A trágica destruição de Jerusalém e do Templo é associada à rejeição do poder religioso, aí sediado, a Jesus, com sua mensagem libertadora de paz e amor universal.
Oração
Pai, dá-me o bom senso de acolher a salvação que me ofereces em teu Filho Jesus. Desta forma, não incorrerei em castigo semelhante ao que se abateu sobre a Cidade Santa.
3. A VISITA RECUSADA
O pranto de Jesus sobre Jerusalém expressava sua frustração diante de um povo fechado à sua pregação, e que relutava em converter-se diante de seus apelos. Embora Jesus tenha sido enviado pelo Pai como mensageiro de paz, tornou-se vítima do ódio e da perseguição dos destinatários de sua missão. Ele tinha à sua frente pessoas cegadas por um esquema mental tão rígido, a ponto de não abrirem espaço para a novidade do Reino que lhes era anunciado. Pensavam ter encontrado Deus, mas se recusavam a acolhê-lo na pessoa de seu enviado.
O mensageiro da paz transformou-se, então, em anunciador de castigos e desgraças. Num linguajar próprio dos antigos profetas, Jesus anunciou o futuro, sem meios termos. A infidelidade a Deus levaria o povo à ruína completa. Seu orgulho seria dobrado pela ação inclemente dos inimigos, que não teriam misericórdia. O povo escolhido de outrora não seria mais objeto do carinho divino.
As palavras fortes de Jesus contra Jerusalém constituíam-se no seu último apelo profético à conversão. Nenhum prazer lhe causaria ver a cidade santa destruída e o povo massacrado. Entretanto, pelos rumos que as coisas estavam tomando, não havia dúvida quanto ao desfecho da situação. Não foi por falta de alerta que o castigo chegaria.
Oração 
Senhor Jesus, tira a dureza do meu coração. Ela me impede de acolher tua palavra e de deixar-me converter.
Liturgia da Sexta-Feira
XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Leitura (Apocalipse 10,8-11)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
10 8 Então a voz que ouvi do céu falou-me de novo, e disse: "Vai e toma o pequeno livro aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e a terra". 9 Fui eu, pois, ter com o anjo, dizendo-lhe que me desse o pequeno livro. E ele me disse: "Toma e devora-o! Ele te será amargo nas entranhas, mas, na boca, doce como o mel". 
10 Tomei então o pequeno livro da mão do anjo e o comi. De fato, em minha boca tinha a doçura do mel, mas depois de o ter comido, amargou-me nas entranhas. 
11 Então foi-me explicado: "Urge que ainda profetizes de novo a numerosas nações, povos, línguas e reis". 
Salmo responsorial 118/119
Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!
Seguindo vossa lei me rejubilo 
muito mais do que em todas as riquezas.
Minha alegria é a vossa aliança, 
meus conselheiros são os vossos mandamentos.
A lei de vossa boca, para mim, 
vale mais do que milhões em ouro e prata.
Como é doce ao paladar vossa palavra, 
muito mais doce do que o mel na minha boca!
Vossa palavra é minha herança para sempre, 
porque ela é que me alegra o coração!
Abro a boca e aspiro largamente, 
pois estou ávido de vossos mandamentos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).

EVANGELHO (Lucas 19,45-48)
19 45 Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os mercadores. 
46 Disse ele: "Está escrito: A minha casa é casa de oração! Mas vós a fizestes um covil de ladrões". 
47 Todos os dias ensinava no templo. Os príncipes dos sacerdotes, porém, os escribas e os chefes do povo procuravam tirar-lhe a vida. 
48 Mas não sabiam como realizá-lo, porque todo o povo ficava suspenso de admiração, quando o ouvia falar.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. São Lucas explica...
Olha São Lucas, a gente aqui do Terceiro Milênio da Era Cristã, está achando que podemos trabalhar esta reflexão em cima dessa acusação muito grave que Jesus faz contra os mercadores "Fizestes da minha casa um esconderijo de Ladrões". 
___Vocês estão no caminho certo, mas falta incluir a frase inicial que é também muito importante "A minha casa é casa de oração...". 
___Então há uma relação entre essas duas afirmações? 
___Claro que há, pense que uma casa de oração é antes de tudo um lugar de encontro... 
___Certo! Encontro com os irmãos e irmãs e também com Deus. Mas encontro para que? 
___Ótima pergunta, tem gente que pensa que é um encontro só  para rezar. 
___Mas não é? 
___O Rezar junto é apenas consequência de quem vive em comunhão e só está em comunhão com Deus e os irmãos quem se doa, dando algo de si para os outros. Quando você faz o contrário e tira algo dos outros para si, isso se chama "Roubo". 
___Ah....! Quer dizer que ainda tem muitos "mercadores" em nossas comunidades? 
___Claro que tem, como tinha nas comunidades primitivas do primeiro século, sempre que nos trabalhos pastorais somos um obstáculo para que os irmãos e irmãs não tenham acesso á esta Vida Nova oferecida por Jesus, estamos na verdade tirando algo que lhes pertence. Sempre que a Igreja não cumpre sua missão primária que é evangelizar, está também roubando algo valioso que não lhe pertence. 
___É por isso que os Escribas, os Príncipes dos Sacerdotes e Chefes do Povo estavam querendo acabar com Jesus? Ele estava atrapalhando seus "negócios"... 
___Isso mesmo, Jesus é alguém que se doa, seus ensinamentos não são apenas retórica e discurso bonito, olhando para ele e prestando atenção naquilo que fala e faz, a comunidade facilmente irá se dar conta dos mercenários disfarçados de pastores que há em seu meio.
2. Denúncia de Jesus
A chegada de Jesus a Jerusalém é marcada por dois momentos fortes de denúncia da teocracia aí sediada. Primeiro, a lamentação de Jesus sobre a cidade (cf. 22 nov.) e, logo a seguir, a denúncia da prática mercadológica do Templo.
Jesus, em seu ministério na Galileia e nos territórios gentílicos vizinhos, fizera seu anúncio do Reino de Deus às multidões de pobres e excluídos, suscitando a ira dos chefes de sinagogas locais. Agora Jesus decide fazer seu anúncio libertador no próprio centro do poder religioso, mesmo sabendo que estava condenado pelos dirigentes do judaísmo. Para isto escolhe a ocasião da celebração da Páscoa judaica, quando uma multidão de peregrinos concentra-se em Jerusalém, em torno do Templo. No Templo havia, desde a sua fundação, um anexo, o Tesouro (gazophylákion), onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das ofertas dos fiéis.
As inúmeras e minuciosas observâncias legais, impossíveis de ser cumpridas, pesavam sobre o povo que, humilhado e submisso, era qualificado como pecador. O ataque de Jesus ao Templo visa abalar este núcleo de poder, em vista da libertação de seu povo, e acelera sua sentença de morte por parte dos dirigentes religiosos, enquanto o povo ficava fascinado.
Oração
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.
3. A CASA DE DEUS PROFANADA
Jesus não se conteve, quando se deparou com o estado em que se encontrava o templo de Jerusalém. Na mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus para habitar no meio de seu povo. Era o espaço do encontro do Pai com seus filhos. Portanto, lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres e aos fracos, que são os preferidos de Deus.
Este ideal grandioso, porém, chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde se fazia câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e se comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício.
Toda esta intensa atividade visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de pura caridade. Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria casa de Deus. Os pobres e ingênuos peregrinos eram expoliados, sob os olhos do Pai. A boa-fé do povo transformava-o em joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. E tudo isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que tirava partido da situação.
A realidade do templo estava em aberta contradição com o ideal de Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor que se apossou de seu coração e o gesto profético de expulsar os profanadores da casa de Deus, que devia ser espaço do amor.
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu permaneça insensível, vendo a casa de Deus - o coração humano - ser profanado pela injustiça.
Liturgia do Sábado
SANTO ANDRÉ DUNG-LAG - PRESBÍTERO E MÁRTIR
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; para os salvos, como nós, ela é poder de Deus (Gl 6,14; 1Cor 1,18).
Leitura (Apocalipse 11,4-12)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
Disseram a mim: 11 4 "São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra. 
5 Se alguém lhes quiser causar dano, sairá fogo de suas bocas e devorará os inimigos. Com efeito, se alguém os quiser ferir, cumpre que assim seja morto. 
6 Esses homens têm o poder de fechar o céu para que não caia chuva durante os dias de sua profecia; têm poder sobre as águas, para transformá-las em sangue, e de ferir a terra, sempre que quiserem, com toda sorte de flagelos.
7 Mas, depois de terem terminado integralmente o seu testemunho, a Fera que sobe do abismo lhes fará guerra, os vencerá e os matará. 
8 Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). 
9 Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações virão para vê-los por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados. 
10 Os habitantes da terra alegrar-se-ão por causa deles, felicitar-se-ão mutuamente e mandarão presentes uns aos outros, porque esses dois profetas tinham sido seu tormento". 
11 Mas, depois de três dias e meio, um sopro de vida, vindo de Deus, os penetrou. Puseram-se de pé e grande terror caiu sobre aqueles que os viam. 
12 Ouviram uma forte voz do céu que dizia: "Subi aqui!" Subiram então para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos os olhavam. 
Salmo responsorial 143/144
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu rochedo, 
que adestrou minhas mãos para a luta, 
e os meus dedos treinou para a guerra!
Ele é meu amor, meu refúgio, 
libertador, fortaleza e abrigo; 
é meu escudo: é nele que espero, 
ele submete as nações a meus pés.
Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, 
nas dez cordas da harpa louvar-vos, 
a vós que dais a vitória aos reis 
e salvais vosso servo Davi.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Evangelho (Lucas 20,27-40)
Naquele tempo, 20 27 alguns saduceus - que negam a ressurreição - aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: 
28 "Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se alguém morrer e deixar mulher, mas não deixar filhos, case-se com ela o irmão dele, e dê descendência a seu irmão. 
29 Ora, havia sete irmãos, o primeiro dos quais tomou uma mulher, mas morreu sem filhos. 
30 Casou-se com ela o segundo, mas também ele morreu sem filhos. 
31 Casou-se depois com ela o terceiro. E assim sucessivamente todos os sete, que morreram sem deixar filhos. 
32 Por fim, morreu também a mulher. 
33 Na ressurreição, de qual deles será a mulher? Porque os sete a tiveram por mulher". 
34 Jesus respondeu: "Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, 
35 mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido. 
36 Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados. 
37 Por outra parte, que os mortos hão de ressuscitar é o que Moisés revelou na passagem da sarça ardente, chamando ao Senhor: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó . 
38 Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele". 
39 Alguns dos escribas disseram, então: "Mestre, falaste bem". 
40 E já não se atreviam a fazer-lhe pergunta alguma.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Lá vem os Saduceus com suas historinhas...
Quem é que já não teve a tentação de imaginar o céu como uma continuidade dessa vida? A Vida Plena de comunhão com Deus comporta uma continuidade mas também uma descontinuidade: seremos nós mesmos, mas de um outro jeito! Nesta vida terrena as nossas relações, ao mesmo tempo em que nos aguça para o amor, também denuncia a nossa incapacidade de um amor total como o de Jesus, entretanto, ao atingirmos a plenitude do céu não haverá mais limites ou qualquer impossibilidade nesse sentido, porque estaremos em Deus e com Deus, que é a Plenitude da plenitude.
O Céu é uma comunidade, estaremos em comunhão com as pessoas mas o elo dessa comunhão não será mais o nosso empenho e esforço, as relações serão perfeitas porque Deus mesmo será o nosso elo de comunhão, em Deus seremos Tudo em Todos.
Então para que servem as nossas relações neste mundo, principalmente a vida conjugal apresentada neste evangelho? Exatamente para exercitarmos a vivência desta comunhão que jamais deve buscar a si mas ao outro, fazer o outro feliz, ao passo que o outro, deverá ter tomado a decisão de ser sempre feliz, independente se o outro irá fazê-lo feliz ou não pois no céu, para ser feliz não dependeremos mais uns dos outros, mas apenas de Deus e por isso, essa esperada e sonhada felicidade, já está de certo modo garantida em Jesus Cristo.
Os Saduceus só conseguem imaginar o céu dentro de categorias humanas, se fosse assim, o céu de Deus não seria um lugar tão bonito e perfeito!
2. Uma pergunta capciosa
Os saduceus querem ridicularizar Jesus. Apresentam-lhe um caso anedótico, porém, que expressa uma possibilidade real. Havendo a ressurreição, teríamos um caso imoral de poliandria entre os ressuscitados, o que tornaria ridícula a ressurreição aos olhos do povo judeu.
Jesus remove a dificuldade. Casamento e procriação são ocasiões de vivenciar o amor e o serviço à vida, que permanecem para sempre. As alegrias, a amizade e o amor, presentes, são eternos. Os condicionamentos éticos e morais válidos na perspectiva da geração temporal, quando finda esta, cedem lugar à plenitude da filiação divina, no amor e em comunhão eterna com Deus.
Cessam as provocações contra Jesus, mas os chefes religiosos continuam articulando sua morte.
Oração
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.
3. O SENHOR DOS VIVOS
O tema da ressurreição opunha os fariseus aos saduceus. Os primeiros afirmavam que haveria a ressurreição, enquanto que os outros a negavam. Quando os saduceus interrogaram Jesus a respeito desta questão, tinham em mente colocá-lo em apuros, além de ridicularizar o partido rival. Por isso, bolaram uma situação grotesca, partindo da Lei do levirato que obrigava o irmão desposar a cunhada viúva, caso não tivesse gerado filhos com seu marido.
Jesus não caiu na armadilha dos saduceus. O fato aludido comportava duas sérias lacunas. A primeira consistia em imaginar que a vida eterna seria uma continuação pura e simples da vida terrena, de forma que, na ressurreição, persistiriam as encrencas da vida presente. A vida eterna, na verdade, consiste na participação da vida divina, longe da ameaça da morte. Aí, os esquemas terrenos não têm validade. O segundo pressuposto falso consistia em considerar Deus como Senhor dos mortos e não como Senhor dos vivos. Na verdade, para ele, todos estão vivos, até mesmo os patriarcas do povo.
Ele se mantém em comunhão com os justos, mesmo além da morte, quando são estabelecidos relacionamentos duradouros, numa explosão de vida, sem a menor influência da morte. Por conseguinte, a ressurreição deve ser pensada a partir do amor misericordioso de Deus, que partilha vida abundante com a humanidade, e não a partir dos esquemas mesquinhos do pecado e da morte.
Oração
Senhor Jesus, ilumina minha mente e meu coração, para que eu possa compreender a ressurreição como manifestação do amor misericordioso do Pai pela humanidade.
Liturgia do Domingo 25.11.2012
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO — ANO B

(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)

__ "Senhor Jesus Cristo Rei do Universo! Louvor e glória a Deus!" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Igreja celebra hoje a Solenidade de Cristo Rei - Jesus Cristo, O Rei do Universo. Acolhamos a Palavra de Deus que nos revela hoje o Rei do Universo que é testemunho da verdade e o mais humilde de todos os servos de Deus. Em nossos dias as pessoas estão cada vez mais conscientes das responsabilidades e do domínio sobre o mundo. O desafio está em compreender que sem Jesus nada podemos fazer. Cabe ao cristão, convivendo com as demais pessoas, testemunhar a união íntima que existe entre a realidade humana e a fé viva em Jesus Cristo. Na obediência até a morte e morte de cruz, ao colocar em prática as bem-aventuranças, entrando na corrente universal do amor, devemos trabalhar diretamente para que a inteligência e a técnica reconheçam Aquele que é o Senhor de todas as coisas. Lembrando sempre que, apesar do pecado, temos condições de buscar a misericórdia, dominar e não destruir o planeta, sempre fiel e submisso ao Imortal e Rei Nosso Senhor. No mundo presente possuímos cargos e nos fazemos autoridades, porém ocupações passageiras, pois quem reina é Ele, ao qual sejam dadas a honra e a glória para sempre.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A Igreja católica festeja hoje a vitória de Cristo sobre a morte e exalta a regência do seu amor sobre o tempo e a história. É de forma vibrante que a Igreja celebra o último domingo do Ano Litúrgico, proclamando a realeza universal de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mediador da salvação. Assim nos preparamos para, no próximo domingo, iniciarmos um novo Ano Litúrgico. Neste domingo se inicia em todas as dioceses do Brasil a Campanha para a Evangelização, com o objetivo de reforçar o anúncio do Evangelho, que é a missão da Igreja. A realeza universal de Cristo nos estimula a enaltecer o sacerdócio comum de todos os fiéis e a celebrar com júbilo o "Dia do Leigo".
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A Solenidade de Cristo Rei - Jesus Rei do Universo encerra o ano litúrgico de 2012 - Ano B - e nos prepara solenemente para as festividades do Ciclo do Natal que se inicia no próximo domingo com o Primeiro Domingo do Advento. Jesus Cristo nos revela como devemos agir em nossas vidas com humildade e total aceitação de sermos servos de Deus. Como tal, precisamos estar sempre dispostos e abertos a servir aos nossos irmãos e irmãs, amando a todos incondicionalmente como Jesus nos ama.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO
ABERTURA DA CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO
DIA DO LEIGO
Antífona da entrada: O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos séculos (Ap 5,12; 1,6 (aqui seria 13))
Primeira Leitura (Daniel 7,13-14)
Leitura da profecia de Daniel.
7 13 "Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido. 
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído". 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 92/93
Deus é rei e se vestiu de majestade,
glória ao Senhor!
Deus é rei e se vestiu de majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes o universo inabalável,
vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa
pelos séculos dos séculos, Senhor!
Segunda Leitura (Apocalipse 1,5-8)
Leitura do livro do Apocalipse.
1 5 Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue 
6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém. 
7 Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém. 
8 "Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Senhor Deus, "aquele que é, que era e que vem, o Dominador". 
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o reino que vem seja bendito; ao que vem e a seu reino, o louvor! (Mc 11,9s)

EVANGELHO (João 18,33-37)
Naquele tempo: 18 33 Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: "És tu o rei dos judeus?" 
34 Jesus respondeu: "Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?" 
35 Disse Pilatos: "Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?" 
36 Respondeu Jesus: "O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo". 
37 Perguntou-lhe então Pilatos: "És, portanto, rei?" Respondeu Jesus: "Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz". 
MISSÃO URGENTE!
Neste Domingo de Cristo Rei celebramos também o Dia dos Leigos aqui no Brasil. Desejo, pois, saudar a todos os cristãos leigos e leigas de nossa Arquidiocese e dirigir a eles minha mensagem de apreço e encorajamento.
A dignidade dos leigos é grande! Pelo Batismo, receberam a graça de serem filhos de Deus e membros do Corpo de Cristo; e na Crisma foram ungidos pelo Espírito Santificador. Constituem, pois, o povo que Deus reuniu e santificou pelos méritos de Jesus Cristo; ao mesmo tempo, no mundo, são mensageiros e testemunhas da Boa Nova do Reino de Deus e da vida nova, que decorre do Evangelho.
Os leigos participam da missão evangelizadora e santificadora da Igreja; realizam esta missão, quer participando das responsabilidades da vida interna da Igreja, colaborando com os Ministros de Cristo, no modo que lhes é próprio; quer ainda, e sobretudo, sendo "apóstolos do Evangelho" em todos os espaços do tecido social, no mundo do trabalho, das profissões e responsabilidades sociais e culturais. Espaço privilegiado de sua missão e testemunho também é a família.
A Igreja, no exercício da missão recebida de Cristo, conta com a generosa operosidade de todos os cristãos leigos, de seu testemunho pessoal e da ação de suas organizações e agregações. Esta ação se faz hoje necessária, mais do que nunca! Se cada batizado cumprir bem sua parte na missão da Igreja, esta será vigorosa e produzirá muitos frutos, com a graça de Deus.
Cristo Rei anunciou e inaugurou o Reino de Deus em nossa história; ter parte no Reino é o bem mais precioso na vida; ser excluído do Reino de Deus seria perda irreparável para o resto da eternidade! Cristo Rei deseja que seu convite a "entrar" no Reino de Deus continue a chegar a todos e em todas as partes do mundo. Nós somos os seus mensageiros e testemunhas de sua presença em nossa cidade!
Hoje abre-se no Brasil a Campanha para a Evangelização de 2012. A evangelização precisa e depende da participação de todos e precisa também de meios para a sua promoção. Convido, pois, todos os leigos a participarem ativamente da evangelização, contribuindo com os meios a seu dispor para que a Igreja inteira realize bem esta obra, que lhe foi confiada por Jesus Cristo, Rei do Universo. Deus abençoe e a todos conceda participar de seu Reino
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª-: Ap 14,1-3.4b-5; Sl 23 (24),1-2.3-4ab.5-6 (R/. cf. 6); Lc 21,1-4
3ª-: Ap 14,14-19; Sl 95 (96),10.11-12.13 (R/. 13b); Lc 21,5-11
4ª-: A p 15,1-4; Sl 97 (98),1.2-3ab.7-8.9 (R/. Ap 15,3b); Lc 21,12-19
5ª-: Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9a; Sl 99 (100),2.3.4.5. (R/. Ap 19,9a); Lc 21,20-28
6ª-: Rm 10,9-18; Sl 18 (19A),2-3.4-5 (R/. 5a) ; Mt 4,18-22
Sab.-: Ap 22,1-7; Sl 94 (95),1-2.3-5.6-7; (R/. 1Cor 16,22b e Ap 22,20c); Lc 21,34-36
1º DOM. DO ADVENTO.(ano C): Jr 33,14-16; Sl 24 (25),4bc-5ab.8-9.10.14 (R/. 1b); Ts 3,12-4,2; Lc 21,25-28.34-36.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. UM REINO QUE NÃO É DAQUI
A resposta de Jesus à Pilatos, de que o seu reino não é deste mundo, poderá ser mal interpretado, se não se conhecer o contexto do evangelho e o mal entendimento poderá resultar em uma religião extremamente espiritualista, alienada e descomprometida com as realidades terrestres que nos cercam. O cristão sempre tem que ter os pés no chão da história e o olhar no paraíso onde o reino irá atingir a sua plenitude pois o reino de Jesus não é uma utopia mas realidade concreta.
A igreja celebra neste domingo a Festa de Cristo Rei que marca o encerramento do ano litúrgico e convida-nos a refletir sobre a realeza de Jesus porque muito mais que súditos, com ele reinamos e vamos construindo o reino já nesta vida. Importante entendermos que não se trata de dois reinos, um terrestre e um celeste, mas de um único reino que um dia se tornará visível para toda humanidade.
Em sua vida pública Jesus viveu momentos em que poderia declarar-se rei, aliás, o povo e os próprios discípulos em alguns desses momentos quiseram faze-lo um rei porém, Jesus sempre fugiu desse populismo que não leva a nada a não ser alimentar a vaidade humana.
A confirmação de sua realeza diante de Pilatos,se dá em um momento dramático quando Jesus está totalmente só e indefeso pois os amigos mais chegados o abandonaram, o povo, a quem ele saciou a fome, instigado pelas lideranças religiosas, haviam pedido a sua condenação, preferindo libertar Barrabás. É portanto um momento de fracasso total e vergonhosa humilhação sendo assim, nessas condições totalmente desfavoráveis, que Jesus confirma que é rei.
Portanto, podemos compreender em um primeiro momento, que reinar com Jesus significa percorrer o difícil caminho do discipulado que vai sempre na contra mão dos projetos humanos, que buscam o Poder e o Ter como as únicas alternativas se ter o domínio não só de um grupo mas de todas as nações da terra, em um absolutismo cruel que atropela e faz sucumbir todos os sonhos e ideais de um povo, desencadeando ódio e violência entre classes, levantando barreiras entre as nações.
Neste sentido Jesus é o único rei que une e congrega todas as nações da terra, no mandato dos seus discípulos sua ordem foi bem clara:”Ide a todas as nações”. Os grandes impérios humanos que existiram e que ainda vão existir, todos sem exceção irão se acabar porque só o Reino de Deus é eterno e jamais passará. Assim como no passado o rei Davi unificou o norte e o sul, Jesus unificou o mundo inteiro e o seu reino não terá fim.
A arma poderosa que Jesus usou, para expandir o seu reino e torna-lo conhecido no mundo inteiro, não foi o poder bélico de um exército grandioso, nem tão pouco a coragem e valentia dos seus seguidores, que no primeiro confronto com o poder, fugiram todos deixando o mestre entregue nas mãos dos seus perseguidores.
Também não fez uso do poder econômico já que nasceu, viveu e morreu pobre, muito menos utilizou o poder divino para impor à força o seu reino. Mas empregou a força do amor!
Amor que ele manifestou em tantos gestos de acolhimento e misericórdia com os pobres e pecadores pois Jesus nunca quis destruir os que se opuseram ao seu reino mas ao contrário, quis ganha-los oferecendo também a eles a salvação enquanto que os reinos do mundo destroem e eliminam quem se interpõe em caminho Jesus constrói, restaura,renova e edifica o homem todo, sem distinção de raça, cor ou religião.
Por isso como Igreja, sinal deste reino no meio dos homens, muito mais que súditos ou meros simpatizantes somos todos discípulos que devem ter o coração sempre aberto a Deus e aos irmãos, manifestando em nossos gestos e palavras aquele mesmo amor que na manhã de um domingo irrompeu da escuridão da morte derrotando para sempre todas as forças do mal, inaugurando um reino que é definitivo.
2. A REALEZA DE JESUS
A proclamação da realeza de Jesus deve ser entendida a partir do projeto de Reino anunciado por ele. Os modelos humanos não ajudam a compreender a condição de rei aplicada a Jesus. Seu reino não depende dos esquemas deste mundo, e sim, do querer do Pai.
Por ocasião da paixão de Jesus, as autoridades judaicas apresentaram-no como um subversivo, cujo ideal era tornar-se rei dos judeus, libertando o povo da opressão romana. Jesus, porém, recusou-se a se apresentar como um concorrente de Pilatos. O termo reino tinha, para ele, um significado muito diferente daquele que lhe davam os romanos. O reino de Jesus está sob o senhorio do Pai, que deseja ver todos os seus filhos viverem em comunhão. É um reino de verdade e de justiça, pois nele não se admite nenhuma espécie de marginalização ou opressão; tampouco, que se recorra ao dolo e à mentira para se prevalecer sobre os demais.
No Reino de Deus, a autoridade é serviço. Quem é grande, se faz pequeno; para ser o primeiro, é necessário tornar-se o último. A violência e o ódio aí não têm lugar. Quem quer fazer parte desse Reino deve saber perdoar e estar sempre disposto a se reconciliar.
Este é o Reino que Jesus veio implantar na história humana. Os adversários de Jesus estavam longe de poder compreendê-lo.
Oração
Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida.


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