segunda-feira, 5 de maio de 2014

Liturgia da 03ª semana da Páscoa Ano São Mateus

Segunda 5 de Maio de 2014
III SEMANA DA PÁSCOA 

Antífona da entrada: Ressuscitou o bom pastor, que deu a vida por suas ovelhas e quis morrer pelo rebanho, aleluia.

 

Leitura (Atos 6,8-15)


Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, 6 8 Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo. 
9 Mas alguns da sinagoga, chamada dos Libertos, dos cirenenses, dos alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar com ele. 
10 Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o inspirava. 
11 Então subornaram alguns indivíduos para que dissessem que o tinham ouvido proferir palavras de blasfêmia contra Moisés e contra Deus. 
12 Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, investindo contra ele, agarraram-no e o levaram ao Grande Conselho. 
13 Apresentaram falsas testemunhas que diziam: "Esse homem não cessa de proferir palavras contra o lugar santo e contra a lei. 
14 Nós o ouvimos dizer que Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e há de mudar as tradições que Moisés nos legou". 
15 Fixando nele os olhos, todos os membros do Grande Conselho viram o seu rosto semelhante ao de um anjo.

Atos 6, 8-15 – “Deus não nos poupará de humilhações”
 
As autoridades não enxergavam os “sinais divinos” que Estevão, cheio de 
graça, fazia e viam nele apenas um homem que atraia as massas e que 
poderia tirar deles o poder. Os grandes prodígios que Estevão realizava 
entre o povo despertaram a fúria e a inveja dos grandes daquela época. 
Mas, Estevão os vencia, pela sabedoria com que vivia e como falava 
manifestando o poder do Espírito Santo por meio das suas ações. Este é o 
estado normal de vida que Jesus deixou para ser vivido por todos nós que 
nos dizemos cristãos (ãs). Tudo o que Estevão realizou está ao nosso 
alcance fazer, se também estivermos firmes na união com o Espírito de 
Deus. Sinais e prodígios de amor, de testemunho coerente com tudo que 
Jesus veio ensinar poderão também se manifestar na nossa vida. Porém, 
precisamos ter consciência de que também corremos o risco de 
despertarmos a inveja e a incompreensão. Deus não nos poupará de 
humilhações e até da morte. Pelo contrário, nestas horas é que os sinais 
de Deus serão mais visíveis e perceptíveis em nós. Aqueles que olharam 
para Estevão e viram a sua expressão de anjo (inocente), com certeza, 
mudaram de ideia e se converteram. Assim também o Senhor realiza através 
do nosso sacrifício libertando aqueles (as) que antes estavam presos no 
pecado e enganados pelas sugestões do mundo. Não devemos nos admirar das 
perseguições, pois quando elas acontecem é sinal de que estamos 
realizando prodígios com a sabedoria do Espírito Santo. Os sinais de 
Deus na nossa vida são evidentes e a Sua verdade é clara.
Estevão inaugurou para a Igreja um tempo de martírio em vista do anúncio 
da Palavra. Ainda hoje nós podemos constatar que onde a Palavra de Deus 
é anunciada, os milagres e os prodígios acontecem, no entanto, acontecem 
também, as perseguições e a injustiça

Salmo responsorial 118/119


Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo.

Que os poderosos reunidos me condenem;
o que me importa é o vosso julgamento!
Minha alegria é a vossa aliança,
meus conselheiros são os vossos mandamentos.

Eu vos narrei a minha sorte e me atendestes,
ensinai-me, ó Senhor, vossa vontade!
Fazei-me conhecer vossos caminhos
e então meditarei vossos prodígios!

Afastai-me do caminho da mentira
e dai-me a vossa lei como um presente!
Escolhi seguir a trilha da verdade,
diante de mim eu coloquei vossos preceitos.
 
Salmo 118 – “Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo.”
 
O salmista nos ensina a permanecermos fiéis à Lei do Senhor e assim 
progredirmos na sua vivência. Mesmo que os poderosos reunidos nos 
condenem, mesmo que armem contra nós tramas e armadilhas, nós só seremos 
felizes se nos mantivermos fiéis na Aliança com o Senhor. A perseverança 
é o caminho por excelência para que nós prosperemos no nosso intuito de 
fazer a vontade de Deus. O Senhor nos deu a Sua Lei como um presente, 
compete a cada um de nós seguir a trilha da verdade para que possamos 
caminhar em busca da felicidade.

 

Evangelho (João 6,22-29)

Aleluia, aleluia, aleluia.
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4).

6 22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar percebeu que Jesus não tinha subido com seus discípulos na única barca que lá estava, mas que eles tinham partido sozinhos. 
23 Nesse meio tempo, outras barcas chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 
24 E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura. 
25 Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?" 
26 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. 
27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal". 
28 Perguntaram-lhe: "Que faremos para praticar as obras de Deus?" 
29 Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou".

Evangelho – João 6, 22-29 - “o pão que desce do céu. ”
 
O povo se apegava somente ao que Jesus podia lhe proporcionar física e 
materialmente, por isso, tinha sempre uma multidão a procura-Lo. Eles 
viam os sinais que Ele realizava, como o de saciar a fome de cinco mil 
homens, de andar sobre o mar e tantas outras curas, e interesseiramente 
O seguiam. Nós também fazemos parte dessa multidão que procura um Deus 
que atenda as nossas conveniências. No entanto, Jesus não quer ser 
paliativo, apenas para um momento, mas quer ser pão que nos alimente a 
vida inteira. Vivemos recebendo “pães”, mas não estamos firmes naquele 
que providencia para nós o pão da vida. Buscar Jesus como alimento 
somente na hora da nossa fome é emergencial e transitório. Pelo 
contrário, quando somos perseverantes, Jesus se faz alimento do nosso 
dia a dia e nos transforma e faz crescer, humana e espiritualmente. Ele 
não quer nos dar apenas migalhas, mas reforçar a nossa fé, fortalecer a 
nossa alma e equilibrar os nossos sentimentos para que tenhamos a vida 
em abundância. Por isso, Jesus manda que nos esforcemos pelo alimento 
que o Pai marcou com o seu selo. O selo é o Espírito Santo que nos foi 
dado no Batismo e que providencia para nós o alimento que vem do céu. A 
Palavra e a Eucaristia são o pão que desceu do céu, por isso, permanece 
até a vida eterna. Somos mais felizes e confiantes na medida em que nos 
alimentamos com Jesus, o pão que desce do céu. A multidão que continua 
procurando Jesus está no mundo, envolvida com as coisas materiais e 
passageiras, com felicidades efêmeras, com momentos de euforia e não 
percebe que para encontrar Jesus nós precisamos apenas nos dirigir a Ele 
que habita no mais profundo do nosso coração, lá onde está o nosso 
espírito. Basta para nós, a graça de pararmos em nós mesmos penetrando 
no nosso eu mais profundo para encontrarmos o autor das obras que nos 
fazem felizes.

Oração

Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de Deus.


Terça 6 de Maio de 2014

Antífona da entrada: Louvai o nosso Deus, todos vós que o temeis, pequenos e grandes; pois manifestou-se a salvação, a vitória e o poder do seu Cristo, aleluia! (Ap 19,5;12,10)

 

Leitura (Atos 7,51-8,1)

Leitura Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, Estevão disse ao povo, aos anciãos e aos doutores da lei: 7 51 “Homens de dura cerviz, e de corações e ouvidos incircuncisos! Vós sempre resistis ao Espírito Santo. Como procederam os vossos pais, assim procedeis vós também! 
52 A qual dos profetas não perseguiram os vossos pais? Mataram os que prediziam a vinda do Justo, do qual vós agora tendes sido traidores e homicidas. 
53 Vós que recebestes a lei pelo ministério dos anjos e não a guardastes".
54 Ao ouvir tais palavras, esbravejaram de raiva e rangiam os dentes contra ele. 
55 Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: 
56 "Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus". 
57 Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele. 
58 Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo. 
59 E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
60 Posto de joelhos, exclamou em alta voz: "Senhor, não lhes leves em conta este pecado". A estas palavras, expirou.
8 1 E Saulo havia aprovado a morte de Estêvão. Naquele dia, rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judéia e de Samaria, com exceção dos apóstolos.

Atos 7, 51-  8,1 – “a beleza do céu”

Os anciãos e doutores da lei resistiam ao Espírito Santo, pois eram pessoas insensíveis e tinham o coração fechado para ouvir o que Deus queria lhes falar por meio Estêvão. Assim, eles   agiam de acordo com a sua mente dominada pelo ódio e nada os detinha da sua fúria. Ao confrontá-los, Estêvão  nos dá um ensino precioso de como enfrentar a morte entregando-nos ao Espírito Santo de Deus e permanecendo firme até o fim na nossa missão evangelizadora. Nós resistimos ao Espírito Santo quando não damos ouvidos às pessoas que são seus instrumentos para nos esclarecer a verdade; quando rejeitamos aos ensinamentos e aos mandamentos de Deus para seguir apenas a nossa humanidade voluntariosa; quando perseguimos, sem pensar, alguém que nos quer abrir os olhos, aconselhar, admoestar, enfim, quando preferimos desconhecer totalmente os mistérios de Deus para dar pretexto apenas ao ajuizamento pelas coisas aparentes. Deus é fiel e não abandona aqueles que Nele confiam. Estevão foi às últimas consequências. Aceitou a morte para ser fiel a Jesus e o céu se manifestou no seu coração. Assim, ele nos mostra que quando enfrentamos qualquer dificuldade por amor à causa do reino, quando nos deixamos ficar cheios do Espírito Santo e assumimos o papel de anunciadores do reino sentimos no coração a beleza do céu. Aprendemos com ele que, se permanecermos firme no anúncio do Evangelho, mesmo diante da morte, nós veremos “o céu aberto e Jesus de pé, diante de do Pai” e, por isso, conseguiremos perdoar. Só quem sente a presença do AMOR eterno no coração pode perdoar qualquer ofensa. Nunca poderemos desistir de ser fiel na nossa missão de evangelizadores (as): o Senhor nos dará a recompensa.

Salmo responsorial 30/31

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
quanto a mim, é ao Senhor que me confio,
vosso amor me faz saltar de alegria.

Mostrai serena a vossa face ao vosso servo
e salvai-me pela vossa compaixão!
Na proteção de vossa face defendeis,
bem longe das intrigas dos mortais.

Salmo 30 – “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.”

Essa foi a oração que Jesus fez  na Cruz, na hora da Sua morte. Confiando no Pai, embora sentindo-se abandonado, Jesus entregou o Seu Espírito através do canto desse salmo. “Porque vós me salvareis, ó Deus fiel!” Na hora do maior sofrimento e dor nós podemos também como Jesus entregar o nosso espírito ao Pai, confiando em que a Sua serenidade nos dará forças para que possamos ir até o fim no itinerário que nos é proposto.

 

Evangelho (João 6,30-35)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o pão da vida, quem vem a mim não terá fome; assim nos fala o Senhor (Jo 6,35).

Naquele tempo, 6 30 perguntaram eles: "Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra? 
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: ‘Deu-lhes de comer o pão vindo do céu’". 
32 Jesus respondeu-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; 
33 porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo". 
34 Disseram-lhe: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!"
35 Jesus replicou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede".

Evangelho – João 6, 30-35 – “Jesus fala ao nosso coração”

Precisamos nos colocar numa perspectiva espiritual para entendermos as palavras de Jesus.  A multidão pedia a Ele um sinal como o que ocorrera no tempo em que Moisés conduzia o povo de Israel no deserto, quando caiu do céu o “maná”, como alimento. O povo atribuía a Moisés o milagre que acontecera, no entanto, como disse Jesus, o verdadeiro pão nos é dado pelo próprio Pai.  “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”! Muitas vezes, nós também como aquela multidão pedimos a Jesus um sinal que nos faça ter o entendimento do céu e desejamos ter comunhão com o Pai. Jesus fala ao nosso coração e não à nossa mente ou ao nosso entendimento humano.  O verdadeiro pão que alimenta a nossa alma e mata a nossa fome vem do céu e nos é dado pelo próprio Pai.  Jesus é o pão que desceu do céu, o pão que foi providenciado pelo Pai para nos dar a vida eterna.  O pão da vida é Jesus a quem nós experimentamos na Palavra e na Eucaristia que hoje, nos alimenta e sustenta a nossa caminhada espiritual. Na verdade, nós somos muito felizes, pois temos acesso ao verdadeiro Pão que vem do céu saciar a nossa fome e a nossa sede de Deus, pois a Palavra e a Eucaristia são o grande sinal do céu para nós. Comungando o Corpo e o Sangue de Jesus e meditando com a Sua Palavra nós estamos entrando em comunhão plena com o próprio Deus  e nos fortalecendo com a seiva do Seu Amor.

Oração
Espírito de benevolência, afasta de mim toda desconfiança, e conduze-me à uma fé sólida no Ressuscitado, sinal do amor do Pai para conosco.

Quarta 7 de Maio de 2014

Antífona da entrada: Que o vosso louvor transborde de minha boca; meus lábios exultarão, cantando de alegria, aleluia! (Sl 70,8.23)

 

Leitura (Atos 8,1-8)


Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
8 1 E Saulo havia aprovado a morte de Estêvão. Naquele dia, rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judéia e de Samaria, com exceção dos apóstolos. 
2 Entretanto, alguns homens piedosos trataram de enterrar Estêvão e fizeram grande pranto a seu respeito. 
3 Saulo, porém, devastava a Igreja. Entrando pelas casas, arrancava delas homens e mulheres e os entregava à prisão. 
4 Os que se haviam dispersado iam por toda parte, anunciando a palavra (de Deus). 
5 Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes Cristo. 
6 A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia, escutando-o unanimemente e presenciando os prodígios que fazia. 
7 Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam, levantando grandes brados. Igualmente foram curados muitos paralíticos e coxos. 
8 Por esse motivo, naquela cidade reinava grande alegria.

Atos 8, 1-8 - “ a perseguição torna a nossa batalha mais eficiente”

Depois da morte de Estevão a Igreja de Jerusalém começou a ser perseguida, mas ao mesmo tempo, foi por esse motivo que ela começou também a crescer. Há coisas realmente que fogem ao nosso entendimento humano! Muitos discípulos de Jesus, com exceção dos Apóstolos se dispersaram, mas levaram consigo o desejo de testemunhar o anúncio do Evangelho de Jesus. Por toda a parte havia muitas conversões e aqueles que antes fugiam da perseguição, eram agora os instrumentos de Deus na evangelização dos povos. Na nossa vida também, a perseguição, a provação e a dificuldade, na maioria das vezes, nos motivam a buscar as soluções que tornam a nossa batalha mais eficiente e nos fazem amadurecer e crescer. Quando nós seguimos o percurso proposto por Deus, mesmo sem entender os motivos das coisas que nos acontecem nós podemos observar que nada do que nos acontece é em vão. Todas as coisas têm um sentido e uma razão de ser. Haja vista que o mesmo Saulo perseguidor dos cristãos, tornar-se-á mais tarde um defensor de Cristo. Por isso, não podemos nos perturbar com nada nem nos desesperar nas horas em que formos testados com a perseguição e a provação. Tudo tem uma hora certa para acontecer e, mesmo no escuro, nós podemos confiar que , no momento preciso, a Luz de Deus esclarecerá as nossas dúvidas .

 

Salmo responsorial 65/66


Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
cantai salmos a seu nome glorioso,
dai a Deus a mais sublime louvação!
Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!

Toda a terra vos adore com respeito
e proclame o louvor de vosso nome!”
Vinde ver todas as obras do Senhor:
seus prodígios estupendos entre os homens!

O mar ele mudou em terra firme,
e passaram pelo rio a pé enxuto.
Exultemos de alegria no Senhor!
Ele domina para sempre com poder!

 

Salmo 65 – “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira”

É inerente à nossa alma o desejo de apregoar a grandiosidade de Deus e de reconhecer Nele o Seu poderio e a Sua Majestade. As obras de Deus são realmente maravilhosas e nós que fazemos parte da Sua criação necessitamos ardentemente proclamar a Sua grandeza e dar a Ele a nossa louvação. Quando conseguimos sair do nosso orgulho e auto-suficiência e, humildemente reconhecemos com gratidão os prodígios do Senhor na nossa vida, a alegria e o louvor tornam-se parte da nossa respiração, do nosso pensar e de todo o nosso viver.

 

Evangelho (João 6,35-40)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem vê o filho e nele crê, este tem a vida eterna, e eu o farei ressuscitar no último dia, diz Jesus (Jo 6,40).

Naquele tempo, Jesus replicou à multidão: 6 35 "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. 
36 Mas já vos disse: ‘Vós me vedes e não credes’.
37 Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora. 
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia. 
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia".

Evangelho – João 6, 35-40 – “a vontade do Pai é a nossa salvação”

A nossa salvação é o maior desejo do coração de Deus. Foi o próprio Jesus que nos revelou isto, ao dizer: “É esta a vontade daquele que me enviou: ‘Que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas os ressuscite no último dia’”! Jesus Cristo veio fazer a vontade do Pai e é muito bom saber que a nossa vida está entregue nas mãos Dele e que o nosso futuro é promissor, pois está assegurado nas Suas Palavras. Todo aquele que conhece Jesus e crê Nele tem a alma e o espírito alimentados. Jesus é o sustento que o Pai preparou para saciar a nossa fome de felicidade. Quando temos o espírito alimentado por Jesus, consequentemente, também notamos os sinais se refletirem em todo o nosso ser. Ele nos alimenta através da Fé! Quando reconhecemos Jesus e cremos que Ele foi enviado pelo Pai nós estamos nos apossando do que o Pai preparou para nós. Crer em Jesus Cristo é, portanto, deixar-se entregar à Sua ação salvífica e nunca duvidar do Seu domínio sobre a nossa vida e a nossa morte. Jesus não veio apenas nos propor a vida eterna depois da morte, mas também nos assegura uma vida terrena fortalecida pela Sua presença, no pão que alimenta o nosso espírito, o pão do Céu. A Palavra de Deus é via de amor e fortifica a nossa caminhada aqui na terra. A Eucaristia é a presença do Deus vivo correndo nas nossas veias regenerando e purificando o nosso corpo e a nossa alma. Quem come a carne e bebe o sangue de Jesus tem a vida eterna. Esta é, portanto, a vontade do nosso Pai que está nos céus! 
Oração
Espírito que sacia nossos anseios profundos, guia-me ao Ressuscitado, junto do qual não terei mais fome nem sede.

Quinta 8 de Maio de 2014

Antífona da entrada: Cantemos ao Senhor, ele se cobriu de glória. O Senhor é a minha força e o meu cântico: foi para mim a salvação, aleluia! (Ex 15,1s)

 

Leitura (Atos 8,26-46)


Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, 8 26 um anjo do Senhor dirigiu-se a Filipe e disse: “Levanta-te e vai para o sul, em direção do caminho que desce de Jerusalém a Gaza, a Deserta”. 
27 Filipe levantou-se e partiu. Ora, um etíope, eunuco, ministro da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, tinha ido a Jerusalém para adorar. 
28 Voltava sentado em seu carro, lendo o profeta Isaías. 
29 O Espírito disse a Filipe: "Aproxima-te para bem perto deste carro". 
30 Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o profeta Isaías, e perguntou-lhe: "Porventura entendes o que estás lendo?" 
31 Respondeu-lhe: "Como é que posso, se não há alguém que mo explique?" E rogou a Filipe que subisse e se sentasse junto dele. 
32 A passagem da Escritura, que ia lendo, era esta: "Como ovelha, foi levado ao matadouro; e como cordeiro mudo diante do que o tosquia, ele não abriu a sua boca. 
33 Na sua humilhação foi consumado o seu julgamento. Quem poderá contar a sua descendência? Pois a sua vida foi tirada da terra". 
34 O eunuco disse a Filipe: "Rogo-te que me digas de quem disse isto o profeta: de si mesmo ou de outrem?" 
35 Começou então Filipe a falar, e, principiando por essa passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus. 
36 Continuando o caminho, encontraram água. Disse então o eunuco: "Eis aí a água. Que impede que eu seja batizado?" 
37 Filipe respondeu: "Se crês de todo o coração, podes sê-lo". "Eu creio", disse ele, "que Jesus Cristo é o Filho de Deus". 
38 E mandou parar o carro. Ambos desceram à água e Filipe batizou o eunuco. 
39 Mal saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe dos olhares do eunuco, que, cheio de alegria, continuou o seu caminho. 
40 Filipe, entretanto, foi transportado a Azoto. Passando além, pregava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.

Atos 8, 26-40 - “sair com a luz para irradiá-la nas trevas” 

Cumprindo as ordens do Senhor por intermédio do anjo, Filipe desceu de Jerusalém a Gaza enfrentando o deserto, lugar de penúria, de dificuldade, de sequidão. Para obedecer às ordens do Senhor nós também, como ele, somos chamados a enfrentar o deserto, lugar penoso e cheio de dificuldades. No caminho também nós encontramos aqueles que estão na ignorância e precisam ser evangelizados para encontrar a verdade. Às vezes deixamos de servir ao Senhor porque duvidamos da nossa capacidade ou porque nos sentimos inferiores e achamos que não entendemos das coisas de Deus. Dessa forma, perdemos o nosso tempo precioso só querendo ser “evangelizados” e não cumprimos com a nossa missão de evangelizadores. Ficamos, assim, em débito com o mandato de Jesus. Evangelizamos quando, falando de nós mesmos (as), de como nos sentimos, de como estamos transformados (as) e, porque estamos alegres, nós despertamos nas outras pessoas o desejo de também conhecer Jesus. Portanto, evangelizar é anunciar a nossa experiência com Jesus Cristo dando testemunho da ação Palavra de Deus na nossa vida em todos os momentos. Sair de Jerusalém é sair do templo, do Sagrado, para ir ao mundo é sair com a luz para irradiá-la nas trevas: “o caminho é deserto”. Quando nos afastamos do conforto das “coisas de Deus” na casa de Deus, em missão, nós enfrentamos as dificuldades do deserto. Às vezes somos enviados para um ambiente hostil, e precisamos evangelizar aqueles que estão na completa ignorância das coisas de Deus e precisam encontrar a verdade. Encontrar os “ministros e administradores do tesouro do mundo” é também a nossa missão. Eles não estão no templo, eles estão no mundo, no deserto por onde andamos. “Aqui temos água. O que impede de que eu seja batizado”, falou o eunuco, mostrando para nós que o que faz o Espírito agir é a abertura do nosso coração e o nosso querer. Em qualquer situação e em todas as circunstâncias nós somos chamados (as) também, a como Filipe a renovar o Batismo do Espírito Santo para aqueles (as) que têm fome e sede de Deus.

 

Salmo responsorial 65/66


Aclamai o Senhor, ó terra inteira.

Nações, glorificai ao nosso Deus,
anunciai em alta voz o seu louvor!
É ele quem dá vida à nossa vida
e não permite que vacilem nossos pés.

Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar:
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
Quando a ele o meu grito se elevou,
já havia gratidão em minha boca!

Bendito seja o Senhor Deus que me escutou,
não rejeitou minha oração e meu clamor
nem afastou longe de mim o seu amor

 

Salmo 65 – “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!”

É o Senhor quem dá vida à nossa vida, diz o salmista. Você já pensou nisso? A nossa vida só tem sentido se for vivida em Deus. O Senhor nos escuta quando nós elevamos para Ele a nossa voz e o nosso clamor. Ele não nos deixa a ver navios quando imploramos a Sua assistência. Por isso, podemos dizer também com o salmista: “Bendito seja o Senhor Deus que me escuta e não rejeita a minha oração e o meu clamor!” 

 

Evangelho (João 6,44-51)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o pão vivo descido do céu, quem deste pão come, sempre há de viver (Jo 6,51).


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 6 44 "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia. 
45 Está escrito nos profetas: ‘Todos serão ensinados por Deus’. Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim. 
46 Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. 
47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. 
48 Eu sou o pão da vida. 
49 Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. 
50 Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. 
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo".

Evangelho – João 6, 44-51 – “quem crê possui a vida eterna ”

O próprio Jesus nos garante que todo aquele que escuta o Pai e por Ele é instruído, se aproxima dele, quando diz: “Todos serão discípulos de Deus, por isso, aquele que foi instruído pelo Pai vem a mim”. Portanto, precisamos ter firme convicção de que, se você escutamos a Palavra de Deus, se procuramos aprofundar-nos nos mistérios sagrados, com certeza encontraremos, a Jesus Cristo, pão da vida, pois a Sua Palavra é o pão que alimenta a nossa alma e nos ensina o caminho para a vida eterna. A fé em Jesus Cristo é quem nos garante a vida eterna. E a vida eterna nós começamos a vivê-la aqui, agora, porque cremos que Jesus está em nós e manifesta em nós este clima de eternidade. Eternidade é a vivência do Amor de Deus que opera em nós através de Jesus, pão vivo que vem do céu pelo poder do Espírito Santo. Jesus entregou o Seu Corpo para ser imolado por nós, derramou o Seu Sangue e nos deixou o memorial do Seu sacrifício para que sejamos alimentados. “Eu sou o pão da vida”! O pão que nós, tocamos, vemos, comemos e vivemos é a Palavra de Jesus é a Eucaristia. Jesus se oferece como alimento, hoje, por isso, não podemos permanecer na inanição, aproveitemos, pois este é o momento mais importante da nossa vida. Não esperemos por um tempo que virá, a vida eterna começa aqui, agora, pois o reino de Deus é Jesus e Ele já está no meio de nós.

Oração
Espírito de docilidade ao Pai, reforça minha disposição para acolher os ensinamentos divinos e colocar-me, resolutamente, na busca do Ressuscitado.


Sexta 9 de Maio de 2014

Antífona da entrada: O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra, aleluia! (Ap. 5,12)

 

Leitura (Atos 9,1-20)


Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
Naqueles dias, 9 1 Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes, 
2 e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos a Jerusalém todos os homens e mulheres que achasse seguindo essa doutrina. 
3 Durante a viagem, estando já perto de Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. 
4 Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" 
5 Saulo disse: "Quem és, Senhor?" Respondeu ele: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues. [Duro te é recalcitrar contra o aguilhão". 
6 Então, trêmulo e atônito, disse ele: "Senhor, que queres que eu faça?" Respondeu-lhe o Senhor:] "Levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer". 
7 Os homens que o acompanhavam enchiam-se de espanto, pois ouviam perfeitamente a voz, mas não viam ninguém. 
8 Saulo levantou-se do chão. Abrindo, porém, os olhos, não via nada. Tomaram-no pela mão e o introduziram em Damasco, 
9 onde esteve três dias sem ver, sem comer nem beber. 
10 Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor, numa visão, lhe disse: "Ananias! Eis-me aqui, Senhor", respondeu ele. 
11 O Senhor lhe ordenou: "Levanta-te e vai à rua Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo; ele está orando". 
12 (Este via numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista.) 
13 Ananias respondeu: "Senhor, muitos já me falaram deste homem, quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém. 
14 E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a todos aqueles que invocam o teu nome". 
15 Mas o Senhor lhe disse: "Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. 
16 Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome". 
17 Ananias foi. Entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: "Saulo, meu irmão, o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo". 
18 No mesmo instante caíram dos olhos de Saulo umas como escamas, e recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado.
19 Depois tomou alimento e sentiu-se fortalecido. Demorou-se por alguns dias com os discípulos que se achavam em Damasco. 
20 Imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus.

Atos 9, 1-20 – “a Luz que nos tira da ignorância” 

A conversão de São Paulo nos testifica de que quando estamos a serviço de Deus, mesmo que vivamos um tempo de ignorância, Ele não nos deixa permanecer no erro para sempre. O encontro com Jesus nos leva a tomar atitudes e quem conhece o poder do ressuscitado não pode permanecer na mesma vida. 
É a autoridade de Jesus quem nos motiva a obedecê-lo e segui-Lo. De perseguidor dos cristãos, em nome de Deus, Saulo teve um encontro pessoal com Jesus e a sua vida foi transformada. Perseguindo os discípulos de Jesus, Saulo, sem saber, perseguia a Deus; não olhava para os sinais do ressuscitado e na sua obstinação pela lei ele cometia até crimes, fazendo de tudo para desmascarar a Jesus e acossando os seus discípulos. Assim, acontece também, com qualquer um de nós que defende as suas ideias, suas convicções e se põe em luta contra Deus querendo derrubar aqueles que são realmente os Seus discípulos e seguidores. Nós perseguimos a Jesus quando por ignorância, também falamos mal da Igreja, dos sacerdotes, porque queremos que as nossas “ideias”, mesmo contra o Evangelho, sejam aceitas e acatadas por eles. No entanto, chega certo momento em que no meio da viagem das nossas convicções, nós somos cercados por uma Luz que nos tira da ignorância em que vivíamos: “é o cair do cavalo”. O encontro com o Cristo ressuscitado mudou a mentalidade de Saulo: ele cegou, foi curado, foi batizado e cheio do Espírito Santo começou a pregar que Jesus é o Filho de Deus, justamente o contrário do que ele afirmara antes. E nós? Será que isto pode estar acontecendo também conosco? Às vezes em nome da “Lei de Deus” nós nos pomos contra Deus. A Lei de Deus é a Lei do Amor porque Deus é amor, porém nós podemos estar odiando em nome de Deus.

 

Salmo responsorial 116/117


Ide por todo o mundo,
a todos pregai o Evangelho
.

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!

 

Salmo 116 – “Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho”.

Pregar o Evangelho é testemunhar o amor de Deus e a Sua fidelidade para conosco. Isto, nós fazemos, quando também, livremente, de coração aberto, cantamos louvores ao Senhor, e chamamos a atenção de toda gente. Deus se regozija conosco quando cantamos a Sua glória aqui na terra.

 

Evangelho (João 6,52-59)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue em mim permanece e eu vou ficar nele (Jo 6,56).

Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: 6 52 "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?" 
53 Então Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 
55 Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 
57 Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. 
58 Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente". 
59 Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum.

Evangelho – João 6, 52-59 - “Nós somos aquilo que comemos ”

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” Estas palavras de Jesus não nos deixam dúvidas de que na última Ceia, Ele cumpre a sua promessa e institui a Eucaristia, Seu Corpo e Sangue como um alimento verdadeiro e real. A carne e o sangue de Jesus são o alimento que vem do céu para nos conduzir ao céu. É o sustento da nossa alma! “Mais importante que o pão de cada dia, para o sustento do corpo, é a Eucaristia, este "alimento" que se torna sustento para a alma e permanece para a vida eterna.” Por mais que materialmente nos alimentemos bem, se não comungarmos da Palavra e da Eucaristia, seremos sempre pessoas fracas, confusas, desestruturadas para o combate da vida. Nós somos aquilo que comemos, e na medida em que nos alimentamos do Corpo e do Sangue de Cristo, nós vamos nos assemelhando a Ele, pois o Seu Sangue corre pelas nossas veias e o nosso organismo espiritual é revitalizado pela vida divina. Pela Eucaristia, Jesus passa a viver em nós e passamos a pertencer a Ele. “Quem come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele.” Para termos esta santa intimidade, porém, precisamos nos alimentar literalmente do Corpo e do Sangue de Jesus, conscientes de que as Suas Palavras se tornam vida em nossa vida: "A minha carne é verdadeiramente uma comida. O meu sangue verdadeiramente uma bebida”. Ele jamais diz: "a minha carne e o meu sangue são simbolicamente uma comida e bebida”. Passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele torna-se o dono da nossa vida e nos ressuscitará no momento preciso

Oração
Espírito de boa-fé arranca do meu coração toda dúvida a respeito das palavras de Jesus, e faze-me compreender o seu significado profundo.

Sábado 10 de Maio de 2014

Antífona da entrada: Sepultados com o Cristo no batismo, fostes também ressuscitados com ele, porque crestes no poder de deus, que o ressuscitou dos mortos, aleluia! (Cl 2,12).

 

Leitura (Atos 9,31-42)


Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
9 31 A Igreja gozava então de paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Estabelecia-se ela caminhando no temor do Senhor, e a assistência do Espírito Santo a fazia crescer em número. 
32 Pedro, que caminhava por toda parte, de cidade em cidade, desceu também aos fiéis que habitavam em Lida. 
33 Ali achou um homem chamado Enéias, que havia oito anos jazia paralítico num leito. 
34 Disse-lhe Pedro: “Enéias, Jesus Cristo te cura: levanta-te e faze tua cama”. E levantou-se imediatamente. 
35 Viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, e converteram-se ao Senhor. 
36 Em Jope havia uma discípula chamada Tabita - em grego, Dorcas. Esta era rica em boas obras e esmolas que dava. 
37 Aconteceu que adoecera naqueles dias e veio a falecer. Depois de a terem lavado, levaram-na para o quarto de cima. 
38 Ora, como Lida fica perto de Jope, os discípulos, ouvindo dizer que Pedro aí se encontrava, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: “Não te demores em vir ter conosco”. 
39 Pedro levantou-se imediatamente e foi com eles. Logo que chegou, conduziram-no ao quarto de cima. Cercavam-no todas as viúvas, chorando e mostrando-lhe as túnicas e os vestidos que Dorcas lhes fazia quando viva. 
40 Pedro então, tendo feito todos sair, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te!” Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se. 
41 Ele a fez levantar-se, estendendo-lhe a mão. Chamando os irmãos e as viúvas, entregou-lha viva. 
42 Este fato espalhou-se por toda Jope e muitos creram no Senhor. 

Atos 9, 31-42 – “com a força e o poder vêm do alto”

Esta leitura testemunha para nós o que aconteceu na vida de Pedro e os outros apóstolos depois que Jesus enviou o Seu Espírito a fim de conduzi-los na missão que lhes fora destinada. Pedro e os outros apóstolos continuaram curando e libertando em Nome de Jesus. Ninguém ficava sem assistência, as pessoas eram saradas, libertadas e tinham suas vidas transformadas . Seguindo os passos do Mestre e usando as mesmas palavras e o modo de agir de Jesus Cristo, Pedro curava os doentes e ressuscitava os mortos: “levanta-te e arruma a tua cama”. A Igreja vivia em paz, progredia no temor do Senhor e crescia, com a ajuda do Espírito Santo. A Igreja, somos nós e o seguimento de Jesus implica no prosseguimento da Sua missão aqui na terra. Nós também somos chamados (as) a fazer o mesmo, porém, como Pedro, precisamos ter a consciência de que o poder é de Jesus e que não podemos atrair para nós as loas pelos milagres que acontecem. “Enéias, Jesus Cristo te cura!” Somos também seus seguidores e podemos fazer do mesmo jeito, certos, porém, que a força e o poder vêm do alto. Quando deixamos o Espírito Santo de Deus se manifestar em nós e por nosso intermédio, podemos também crescer, prosperar, dar frutos e ajudar aqueles que precisam da bênção e da graça do Senhor! Mas como sabemos que o Espírito está agindo em nós? Nunca saberemos se não colocarmos em prática as sugestões de Deus que estão dentro do nosso coração: orar por alguém que está sofrendo, dar uma palavra de carinho a quem está carente, ir imediatamente à busca daquele que se perdeu. O Espírito Santo é o motivador e o realizador, mas depende do nosso querer, da nossa boa vontade e da nossa conscientização. Ele sempre nos motiva a edificar e não dividir, portanto, a unidade é o primeiro sinal de que realmente o poder do Espírito Santo está agindo em nós.

 

Salmo responsorial 115/116B


Que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?


Que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.

Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido.
É sentida por demais pelo Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.

Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
vosso servo que nasceu de vossa serva;
mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.

 

Salmo 115 – “Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor?”

Como nós também poderemos retribuir ao Senhor por todas as graças que Ele faz em nosso favor? O mínimo que nós podemos fazer, realmente, é cumprir a nossa missão de batizados e dar provas diante do povo das maravilhas que acontecem na nossa vida por causa da Sua bondade e Misericórdia. Ofertar um sacrifício de louvor é abrir os nossos lábios e testemunhar ao mundo a glória e o poder do Deus vivo.

 

Evangelho (João 6,60-69)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)

Naquele tempo, 6 60 muitos dos discípulos de Jesus, ouvindo-o, disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” 
61 Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: “Isso vos escandaliza? 
62 Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?
63 O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. 
64. Mas há alguns entre vós que não crêem”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. 
65. Ele prosseguiu: “Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. 
66. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. 
67. Então Jesus perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos?” 
68. Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 
69. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!”

Evangelho – João 6, 60-69 - “palavras de vida eterna!

A ideia de que teriam que comer a carne e beber o sangue de Jesus escandalizava a muitos, justamente, porque eles procuravam entender com a mente aquilo que só o Espírito poderia fazê-lo. Entendendo com a razão e dentro da lógica humana seria impossível acontecer o que Jesus afirmara, porém o “Espírito é que dá vida” e “as palavras de Jesus são espírito e vida!” Nós também nos escandalizamos com os mistérios de Deus porque a nossa fé é muito pequena e não compreendemos que as palavras de Jesus são espírito e verdade. Jesus nos dá um ensinamento de como não racionalizar as coisas sobrenaturais e é firme diante dos questionamentos dos judeus e até dos próprios discípulos sobre as “palavras duras de comer o seu corpo e beber o seu sangue.” O Espírito Santo é dado em abundância a quem reconhece que só Jesus tem as palavras de vida eterna! Diante da evasão de alguns, Jesus deu um ultimato aos Seus seguidores: “Vós também vos quereis ir embora?” Pedro respondeu em nome dos outros discípulos: “a quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus.” Alguns discípulos se afastaram de Jesus, porém ficaram aqueles que creram e reconheceram que “Ele era o santo de Deus”. Hoje também são muitos os que se afastam porque não querem entender, os que duvidam porque se acham autossuficientes e até zombam de Cristo! Assumir as palavras de Jesus como espírito e vida é abraçar tudo o que Ele nos propõe sem questionamentos e com o coração convencido de que somente Ele tem palavras de vida eterna!.


Oração
Espírito de convicção, que eu me deixe convencer pelas palavras de Jesus, e as acolha, na certeza de que, só nelas, conseguirei a vida eterna.


11 / 05 / 2014 
IV DOMINGO DA PÁSCOA 

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO: Todos os anos, no quarto Domingo da Páscoa lemos o Evangelho do Bom Pastor, cada ano um trecho diferente. Celebramos, também, neste quarto Domingo da Páscoa, o dia mundial de oração pelas vocações. Jesus é, ao mesmo tempo, o Bom Pastor e a única porta por onde as ovelhas entram e saem com segurança. Somos chamados a ouvir e a seguir os passos do Bom Pastor que nos conduz pelos caminhos da vida e da salvação. A missão do Bom Pastor é trazer vida plena às ovelhas do seu rebanho; as ovelhas, por sua vez, são convidadas a escutar o Pastor, a acolher a sua proposta e a segui-lo. É dessa forma que encontrarão a vida em plenitude. Vivendo esta liturgia na alegria da vocação e do nosso compromisso de povo vocacional, queremos rezar incessantemente para que o Senhor continue chamando muitos ao seu seguimento, e que estes sejam disponíveis e generosos em sua resposta.
INTRODUÇÃO: Diante do Bom Pastor, rezemos pelas vocações sacerdotais e religiosas. Embora todas as vocações cristãs tenham intrinsecamente o caráter missionário, as vocações sacerdotais e religiosas têm o perfil eclesial de ser a porta aberta por onde todos são acolhidos pelo Bom Pastor.
INTRODUÇÃO: A figura do pastor que guia suas ovelhas era familiar a Israel, povo nômade; alimentou em tempos sucessivos a meditação religiosa das relações pessoais com Deus. Seus chefes deviam ser servos do único pastor; mas, com muita freqüência, seguindo interesses egoístas e perspectivas políticas errôneas, trairam, desviaram, depredaram o rebanho de Deus. Jesus se apresenta como o pastor segundo o coração de Deus, aquele que foi anunciado pelos profetas. Conhece intimamente o Pai e transmite esse conhecimento aos seus (evangelho). Por isto, ele é a "porta", o mediador. Conhece intimamente também a nossa condição, porque como "cordeiro" carregou os pecados de todos nós (2ª leitura). Conduz os seus com a autoridade de quem ama e deu sua vida: e eles, na fé, escutam a sua voz e seguem suas pegadas. Seu sacrifício "pela multidão" exclui qualquer privilégio e abre a salvação a todos os homens.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, cantemos cânticos jubilosos ao Senhor!
Comentário das Leituras: Também nós perguntamos a Pedro e aos apóstolos: o que devemos fazer? A resposta de Pedro fala de conversão e de Batismo, as demais leituras dizem que é necessário ouvir a voz do Bom Pastor e passar por Jesus, a Porta que nos conduz a locais onde a vida é oferecida plenamente. No Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas, ouçamos as leituras com atenção e façamos do seu ensinamento a força da nossa missão.
Antífona da entrada: A terra está repleta do amor de Deus; por sua palavra foram feitos os céus, aleluia! (Sl 32,5s)

Leitura (Atos 2,14.36-41)

Leitura dos Atos dos Apóstolos. 
No dia de Pentecostes, 2 14 Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: 36 "Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo".
37 Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: "Que devemos fazer, irmãos?" 
38 Pedro lhes respondeu: "Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 
39 Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus". 
40 Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: "Salvai-vos do meio dessa geração perversa!" 
41 Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos.

Temos hoje a continuação da leitura do discurso de S. Pedro no dia do Pentecostes. E continuaremos em todos os domingos pascais a ter trechos dos Actos dos Apóstolos como 1ª leitura.
36 «Deus fez Senhor e Messias esse Jesus». É evidente que Jesus não é feito Senhor, isto é, Deus e Messias, só após a prova a que foi sujeito (a Sua Paixão e Morte), mediante a Sua Ressurreição e glorificação. No plano divino, era a Ressurreição de Jesus que devia manifestar plenamente a sua condição e poder divinos e fazê-Lo entrar no gozo perfeito da glória que Lhe competia como Pessoa divina e Messias (cf. Lc 24, 26). O verbo grego «epóiêsen» (fez) parece ser a tradução do verbo hebraico «xamó»: «colocou-O como».
38 «O Baptismo em nome de Jesus Cristo». É chamado assim, «em nome de Jesus», para o distinguir de outros baptismos correntes na época, como o de João e o dos prosélitos. Chama-se «de Jesus», não só por ter sido instituído por Jesus, mas também porque nos faz pertencer a Cristo, incorporando-nos n’Ele (cf. Rom 6, 3; Gal 3, 27). Esta expressão nada nos diz da fórmula ritual usada na administração do Sacramento, que seria a trinitária, como que consta de Mt 28, 19, exigida para a validade.
«Recebereis o dom do Espírito Santo». Não se designam aqui os chamados «sete dons do Espírito Santo», mas sim o dom (que é) o Espírito Santo (trata-se de um «genitivo epexegético, ou de aposição», como lhe chamam os gramáticos). Não é fácil de saber se o texto se refere à recepção do Espírito Santo mediante o Baptismo, ou mediante a imposição das mãos no Sacramento da Confirmação (cf. Act 8, 17; 19, 6).
39 «Quantos de longe». É uma referência aos gentios (cf. Act 22, 21; Ef 2, 13).

Salmo responsorial 22/23

O Senhor é o pastor que me conduz;
para as águas repousantes me encaminha.


O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro,
pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei;
estais comigo com bastão e com cajado:
eles me dão a segurança!

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
e na casa do Senhor habitarei
pelos tempos infinitos.

Como é maravilhoso dizer ao Senhor com toda a confiança: «O Senhor é Meu Pastor Nada Me Faltará».

Leitura (1 Pedro 2,20-25)

Leitura da primeira carta de são Pedro. 
Caríssimos, 2 20 Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal? Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isto é coisa agradável aos olhos de Deus. 
21 Ora, é para isto que fostes chamados. Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos. 
22 Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em sua boca. 
23 Ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. 
24 Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados. 25 Porque éreis como ovelhas desgarradas, mas agora retornastes ao Pastor e guarda das vossas almas.

Os vv. 21b-25 formam um hino a Cristo, muito belo, com uma alusão final ao cumprimento da profecia do Servo de Yahwéh (4º canto: Is 52, 13 – 53, 12) e ao Bom Pastor (cf. Jo 10, 11-16; 21, 15-19); também se pode ver uma alusão a Ez 34, 11-16, onde é o próprio Deus que vem apascentar as suas ovelhas dispersas (alusão em que se pode ver um deraxe cristológico, isto é, a aplicação a Jesus do que no A. T. se diz deYahwéh).
Os conselhos que aqui temos são dirigidos particularmente aos escravos (cf. v. 18). Não sendo possível então acabar com uma ordem social injusta, como era a escravatura, Pedro não desiste de ajudar os escravos a santificarem-se na condição a que estão sujeitos, imitando a Cristo – seguindo os seus passos – sofredor e obediente até à morte: sendo inocente «sofreu por vós» (v. 21), suportou os nossos pecados… pelas suas chagas fomos curados» (v. 24). Portanto, se os que são escravos forem tratados de modo injusto, que se deixem de lamentações inúteis, mas suportem tudo como Jesus, que «Se entregava Àquele que julga com justiça», que «não pagava com injúrias» e «não respondia com ameaças» (v. 23). Esta exortação mantém actualidade para nós, hoje, já que é frequente ter de «suportar sofrimentos por fazer o bem» (v. 30). E «isto é uma graça aos olhos de Deus» (v. 20b).

Evangelho (João 10,1-10)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, diz o Senhor; eu conheço minhas ovelhas e elas me conhecem a mim (Jo 10,14).

Naquele tempo, disse Jesus 10 1 "Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 
2 Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem. 
4 Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz. 
5 Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos". 
6 Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar. 
7 Jesus tornou a dizer-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 
9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. 
10 O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância".

No capítulo 10 de S. João podem ver-se duas parábolas, as únicas do IV Evangelho: a parábola do pastor e o ladrão (1-6) e a do pastor e o mercenário (11-13), ambas explicadas por Jesus. Neste ano, temos a primeira.
1-5 Para uma recta compreensão da parábola devem-se ter presentes os costumes pastoris da Palestina. Durante o dia, os rebanhos dispersavam-se pelas poucas pastagens daquelas zonas pobres. À noite, especialmente a partir da Primavera, eram recolhidos em recintos descobertos, rodeados de uma sebe ou pequeno muro. Nesta cerca, que faz de «aprisco», era frequente reunirem-se vários rebanhos, que ficavam a ser vigiados de noite por algum guarda pago, um «mercenário», ao passo que os pastores se albergavam em cabanas armadas nas proximidades. De manhã, cada pastor vinha à porta do recinto chamar as suas próprias ovelhas, que já lhe conheciam o grito habitual e que vão atrás dele para as pastagens. Quem não entrar pela porta, mas saltar o muro, é «ladrão e salteador», e «não vem senão para roubar, matar e destruir» (v. 10); não vem para apascentar o rebanho.
7-10 O sentido da parábola é claro e fica explicado pelo Senhor. Parte do dado de que o Povo de Deus é o rebanho de Yahwéh (Ez 34). Aqueles que, sem mandato divino, vieram antes de Jesus são «ladrões e salteadores» (v. 8), que cuidam só dos interesses próprios, inimigos e rivais de Jesus, causando destruição no rebanho (v. 10), ao passo que Jesus, e só Ele, que veio para dar a vida em abundância (v. 10), é o autêntico Pastor. Jesus apresenta-se como a «Porta» do redil, a porta por onde as ovelhas têm de passar para chegar à salvação e ter a vida eterna, «a vida em abundância» (v. 10). No v. 7, de acordo com os vv. 1-2, Jesus aparece como a porta que dá acesso ao aprisco, a sua Igreja; assim Jesus indica que só são legítimos pastores, os que passam por Cristo, recebendo d’Ele o mandato; os demais pastores só trazem ruína ao rebanho.

Oração
Espírito de sagacidade, que eu não seja enganado por aqueles que querem me afastar do projeto de Jesus. Antes, ensina-me a reconhecê-los e a fugir deles.

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