Liturgia da Segunda Feira — 13.05.2013
VII SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA DA III SEMANA)
Antífona da
entrada: Recebereis a força
do Espírito Santo, que descerá em vós, e dareis testemunho de mim até os
confins da terra, aleluia! (At 1,8)
Leitura (Atos
19,1-8)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
19 1 Enquanto
Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as províncias superiores e chegou a
Éfeso, onde achou alguns discípulos e indagou deles:
2 "Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?"
Responderam-lhe: "Não, nem sequer ouvimos dizer que há um Espírito
Santo!
3 Então em que batismo fostes batizados?", perguntou Paulo.
Disseram: "No batismo de João".
4 Paulo então replicou: "João só dava um batismo de penitência,
dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele, isto é, em
Jesus".
5 Ouvindo isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles,
e falavam em línguas estranhas e profetizavam.
7 Eram ao todo uns doze homens.
8 Paulo entrou na sinagoga e falou com desassombro por três meses,
disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus.
Salmo responsorial
67/68
Reinos da terra, cantai
ao Senhor.
Eis que Deus se põe de pé e os inimigos se dispersam!
fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor
Como fumaça se dissipa, assim também os dissipais,
como a cera se derrete ao contato com o fogo,
assim pereçam os iníquos ante a face do Senhor!
Mas os justos se alegram na presença do Senhor,
rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome!
O seu nome é Senhor: exultai diante dele!
Dos órfãos ele é pai e das viúvas protetor;
é assim o nosso Deus em sua santa habitação.
É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados,
quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está
sentado à direita de Deus Pai (Cl 3,1).
EVANGELHO (João 16,29-33)
Naquele tempo, os discípulos
disseram a Jesus: 16 29 "Eis que agora falas claramente e
a tua linguagem já não é figurada e obscura.
30 Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que
alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus".
31 Jesus replicou-lhes: "Credes agora!
32 Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um
para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está
comigo.
33 Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de
ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Euforia dos
Discípulos
Nos evangelhos sinóticos,
quando Jesus anuncia a sua paixão e morte, o apóstolo Pedro pulou á frente e
disse em alto e bom som, que para onde Jesus fosse, ele iria junto...E então
Jesus jogou um balde de água fria na cabeça de Pedro anunciando que dali há
pouco, ele iria negá-lo por três vezes, borrando-se de medo de alguma coisa
lhe acontecer, por causa da sua ligação com o Mestre.
No evangelho de hoje Jesus
tem essa mesma atitude com o Grupo dos discípulos, que estavam entusiasmados
pois parece que finalmente as suas "fichas" tinham caído. "O
Senhor conhece tudo, sabe tudo, é realmente um Homem que veio de Deus, nem
precisamos mais te interrogar, basta-nos te seguir..."
Jesus argumentou mais ou
menos assim "Ah...então agora vocês crêem ? Esperem um pouco e vão ver o
que vai acontecer, todos vocês vão dar no pé, abandonando-me no momento em
que chegar a minha hora.
Nossa vida em comunidade
também é assim, marcada por um entusiasmo, por um fogaréu de palha, parece
que tudo vai dar certo e vamos vencer o mundo inteiro. Dali a pouco vem novo
fracasso, nova queda, novo desânimo. Esse "mundo" a que João se
refere, é o mundo do mal, que não desiste de nos seduzir...
Apesar dos fracassos, que
ninguém desanime, Jesus venceu o Mal, vamos a luta, não tenhamos medo das
tribulações, o Pai está com Jesus e nós estamos com ele. O jogo está para
nós, não tenhamos medo...Nunca estamos sozinhos nessa luta, em Jesus temos a
Paz e a esperança da vitória... O Mal não terá nenhuma chance, se tivermos
consciência disso...
2. A incredulidade dos discípulos se transforma em fé
Já o dissemos que se trata
de um novo tempo, o tempo em que a incredulidade dos discípulos foi
transfigurada em fé: “Agora, sim, falas abertamente, e não em figuras” (v.
29); “... vemos que conheces tudo…” (v. 30a); “Por isso acreditamos que
saíste de junto de Deus” (v. 30b). A incredulidade impede de ouvir
pacientemente; impede de receber o que é de Deus como dom, e de penetrar
profundamente no mistério de Deus. A incredulidade faz das palavras de Jesus
um enigma “Credes agora?” (v. 31). Trata-se de uma ironia, pois os discípulos
abandonarão o Senhor (cf. v. 32a).
A incredulidade é origem do
medo; ela impede de olhar, primeiro, para o outro. Os discípulos terão que
passar pela dura prova de paixão e morte de Jesus para poder chegar à
verdadeira fé. Em contraposição ao abandono dos discípulos está Deus, o Pai:
“Mas... o Pai está sempre comigo” (v. 32c). É a confiança do Filho no Pai (v.
32b), pois o Pai não abandona o seu Filho.
É o Ressuscitado que
encoraja a comunidade dos discípulos nas provações decorrentes da
participação na vida de Jesus Cristo: “No mundo tereis aflições. Mas tende
coragem! Eu venci o mundo” (v. 33bc).
Somente apoiada na palavra do Cristo é que a comunidade encontra a verdadeira
paz (v. 33a).
ORAÇÃO
Pai, fica comigo, assim como estiveste com Jesus, e sê meu protetor quando se
levantarem contra mim as forças hostis a teu Reino. E que eu seja capaz de
vencê-las!
3. TENHAM
CONFIANÇA!
Os discípulos, nem de
longe, podiam imaginar o futuro que teriam pela frente. Intelectualmente,
deram mostras de ter entendido os ensinamentos de Jesus, chegando mesmo a
proclamar sua condição de enviado de Deus. E depois, quando se apresentasse a
ocasião de dar testemunho público desta verdade, estariam preparados para tal
desafio?
O Mestre não tinha nenhuma
dúvida a este respeito. Ao chegar a hora de se declararem discípulos seus,
haveriam de debandar e deixá-lo sozinho. Triste constatação para quem se
julgava sintonizado com Jesus!
O realismo do Mestre não
lhe permite desesperar, por causa disto. Embora sabendo que seria vítima do
abandono do grupo escolhido e preparado por levar adiante sua missão,
exorta-o à confiança.
Seguros quanto ao poder de
Jesus sobre o mundo, os discípulos se julgavam em condições de enfrentá-lo,
sem temer suas investidas e ameaças de morte. O gesto mesquinho da fuga
poderá ser irrelevante, se forem capazes de retomar o projeto do Senhor e
levá-lo destemidamente adiante.
A morte e a ressurreição de
Jesus significam sua vitória sobre o mundo, e a desarticulação dos esquemas
mundanos. Quem se confia ao Ressuscitado, apesar da ferocidade do inimigo,
pode estar certo de que irá vencê-lo. A vitória de Jesus sobre o mundo foi
definitiva.
Oração
Espírito de luta, que eu não me deixe intimidar pelo mundo; antes, dá-me
suficiente coragem para que eu possa enfrentá-lo e vencê-lo.
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SÃO MATIAS APÓSTOLO
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da
entrada: Não fostes vós que
mês escolhestes. Fui eu que vos escolhi e vos enviei para produzirdes fruto e
o vosso fruto permaneça, aleluia! (Jo 15,16)
Leitura (Atos
1,15-17.20-26)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
1 15 Num daqueles
dias, levantou-se Pedro no meio de seus irmãos, na assembléia reunida que
constava de umas cento e vinte pessoas, e disse:
16 “Irmãos, convinha que se cumprisse o que o Espírito Santo predisse na
escritura pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que
prenderam Jesus.
17 Ele era um dos nossos e teve parte no nosso ministério.
20 Pois está escrito no livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua
habitação, e não haja quem nela habite; e ainda mais: Que outro receba o seu
cargo’.
21 Convém que destes homens que têm estado em nossa companhia todo o
tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós,
22 a começar do batismo de João até o dia em que do nosso meio foi
arrebatado, um deles se torne conosco testemunha de sua Ressurreição”.
23 Propuseram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome
Justo, e Matias.
24 E oraram nestes termos: Ó Senhor, que conheces os corações de todos,
mostra-nos qual destes dois escolheste
25 para tomar neste ministério e apostolado o lugar de Judas que se
transviou, para ir para o seu próprio lugar.
26 Deitaram sorte e caiu a sorte em Matias, que foi incorporado aos onze
apóstolos.
Salmo responsorial
112/113
O Senhor fez o
indigente assentar-se com os nobres.
Louvai, louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!
Do nascer do sol até o seu ocaso,
louvado seja o nome do Senhor!
O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.
Quem pode comparar-se ao nosso Deus,
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono
e se inclina para olhar o céu e a terra?
Levanta da poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho,
para faze-lo assentar-se com os nobres,
assentar-se com os nobres do seu povo.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça
(Jo 15,16).
EVANGELHO (João 15,9-17)
15 9 Disse Jesus:
“Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10 Se
guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu
guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor.
11 Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a
vossa alegria seja completa.
12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos
amo.
13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus
amigos.
14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.
15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor.
Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu
Pai.
16 Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí
para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos
constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos
conceda.
17 O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um Novo
Mandamento
Às vezes quando me deparo
com o evangelho de São João, apelo para o meu imaginário grupo de debates
onde o Maneco, membro de uma comunidade das mais simples, replica, logo após
a conclusão “Eta que esse tal de João gosta de complicar, porque não vai
direto ao assunto?” Já o Ernesto, que é encarregado em uma empresa, gosta de
ver o jeito de Jesus falar com os discípulos nesse evangelho, “Esse Jesus é
dos meus, lá na fábrica é assim que eu digo para a minha turma “Se quiser ser
meu amigo, faça o que eu mando”. Confesso que tomei um susto, não tinha
reparado que o versículo 14 é exatamente assim “Vós sois meus amigos, se
fizerdes o que vos mando”.
Esta não é uma frase solta
no meio do texto, mas há sempre o perigo de se fazer uma leitura
fundamentalista da Palavra de Deus, pois o meu irmão de grupo gosta de ser
mandão na comunidade, porque é essa a sua rotina na empresa, e assim ele se
identifica com Jesus, que nessa frase parece mesmo ser “mandão” e
autoritário, bem do tipo, se não for pra fazer do meu jeito, então não quero.
Entretanto o ensinamento é outro... Foi quando Dona Maria, que trabalha de
doméstica há muito tempo, fez uma observação interessante, que eu nem havia
pensado. “O senhor me desculpe, pode ser que vou falar bobagem, porque não
tenho estudo de teologia, mal fiz o antigo ginásio, mas parece que Jesus diz
aí, que ele nos trata como amigos e não como servos, mas o gozado é que ele
mesmo falou em um outro evangelho, que veio para servir e não para ser
servido, quem serve é servo”.
Dona Maria não quer nem
saber se o jeito de João escrever seu evangelho é diferente dos sinóticos,
mas parece que “matou em cima” a questão intrigante. Na relação de trabalho,
quem serve é quem é mandado, na comunidade enquanto igreja, quem serve é
aquele que ama. Diante dessa observação feita ao grupo, levantou-se o “Mota”
pessoa que na paróquia é o responsável em buscar as hóstias e partículas no
Mosteiro das irmãs. “Óia gente, andei contando por curiosidade e vi que só
nesse evangelho, João escreveu nove vezes o verbo amar, acho que isso quer
dizer alguma coisa” Parece que o Mota “mordeu a isca” -- pensei com meus botões
- Quem experimentou tão intensamente e de maneira profunda, o amor de Deus
manifestado em Jesus de Nazaré, não vai mais falar de outra coisa na vida,
que não seja desse amor, não é atoa que o evangelho o chama de “Aquele
discípulo que Jesus amava”, não porque o Senhor o amava mais que aos outros,
mas porque ele, o discípulo, compreendeu que Jesus é o Amor do Pai
manifestado entre os homens, não só compreendeu, mas experimentou, e esta
manifestação não é exclusiva para alguém, mas a todos os homens.
Roseli, uma jovem que
também integra o nosso grupo, e que anda nas nuvens porque está namorando um
catequista da comunidade, fez um comentário belíssimo “Então a gente pode
dizer que Jesus é o amor ESCANCARADO de Deus para os homens!”. Escancarado é
aquilo que não se tem como esconder, não dá para disfarçar, como os olhos
brilhantes da Roseli, quando está perto do namorado. Quem se sente amado por
alguém, não tem como disfarçar a alegria, o bem que a outra pessoa lhe faz,
só de estar perto, e aqui dá para entender a expressão “Eu vos digo isso,
para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja plena”.
A descoberta de que Deus
nos ama tanto, e de maneira apaixonada em Jesus, faz a gente se tocar, a vida
ganha um novo sentido, um novo horizonte se descortina, pois há uma palavra
chave em João, que nos permite sonhar esse sonho realizável, que é ser feliz
plenamente. Permanecei em
mim. Permanecei no meu amor. Quem ama quer o outro sempre
junto, e aqui, o poder de Deus torna-se frágil diante da liberdade humana,
Deus não pode nos manter junto dele, sem o nosso consentimento, sem a nossa
vontade! Cá entre nós, sei que é isso que acontece com a Roseli, que se
encantou com o moço da catequese, eles até estão namorando, mas a verdade é
que ele, embora muito sério, não está muito afim da coitada, mas para não
magoá-la, mantém o namoro, e o pior é que um dia, uma amiga confidenciou à
Roseli essa verdade, e para espanto da outra, a Roseli disse simplesmente
“Não tem problema, eu só quero amá-lo, não precisa que ele me ame”.
Pronto, chegamos a um ponto
culminante da nossa reflexão, Deus quer e sempre quis, e sempre vai querer
nos amar, mesmo que não seja correspondido, o seu amor Ágape é o amor
oblativo, é o verdadeiro e único amor, enquanto que o nosso jeito de amar é
ainda tão pequeno, não passa do amor Filia. Afinal, quem é que conseguiria
retribuir a altura, todo esse amor e ternura, que Jesus Cristo tem por cada
um de nós? Esta é uma dívida impagável...
Entretanto há algo que
podemos fazer, que está ao nosso alcance, e que faz com que Deus se sinta
correspondido em seu amor... “Amais-vos uns aos outros, assim como eu vos
amei”. O “ASSIM COMO...” não é uma exigência que o nosso amor seja perfeito
como o dele, mas se refere a gratuidade e incondicionalidade, se amarmos
desse jeito as pessoas, já está de muito bom tamanho.
Amar assim é ir além da
FILIA, é meio caminho andado para o AMOR ágape. Permanecer em Cristo e no seu
amor, é viver de tal forma a comunhão com ele, que o nosso jeito de ser, de
viver e de amar, acaba refletindo para o próximo, o próprio Cristo. E assim,
em nosso amor tão frágil, as pessoas descobrirão a fonte do verdadeiro amor,
que é Jesus Cristo, foi isso que aconteceu com João, e que revolucionou a sua
vida, ele olhou para Jesus, e descobriu nele o Amor de Deus, por isso deu com
a boca no trombone e saiu falando aos quatro cantos.
2. A medida do amor fraterno é o amor de Jesus
“Permanecei no meu amor”
(v. 9); este é o imperativo que deve mover a vida de todo discípulo.
“Permanecer” é estar arraigado, fundado; é imitar, atualizar o amor de Jesus
pela humanidade, cuja origem é o amor do Pai que antecede todas as coisas e o
ser humano.
A medida do amor fraterno é
o amor de Jesus: “... amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (v.
12). O amor é um dinamismo de entrega sem reserva: “Ninguém tem amor maior do
que aquele que dá a vida por seus amigos” (v. 13). É com esse amor que somos
amados, pois o Senhor, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até
o fim” (Jo 13,1).
“... fui eu que vos escolhi
e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (v.
16). O fruto que se espera e que permanece é o amor fraterno: “O que vos
mando é que vos ameis uns aos outros” (v. 17).
São Paulo exprime
magistralmente a perenidade do amor: “Agora, permanecem a fé, a esperança e o
amor. Mas, a maior de todas, é o amor. Buscai o amor” (1Cor 13,13; 14,1).
ORAÇÃO
Senhor Jesus, agradecido(a) por ter sido escolhido(a) e enviado(a) por ti,
prometo entregar-me totalmente à missão que me confiaste.
3. UMA FELIZ
COMPARAÇÃO
A situação de uma mulher em trabalho de parto serviu para ilustrar a situação
dos discípulos às voltas com o mistério pascal. Esta imagem, simples de ser
entendida, devia levá-los a intuir o sentido das palavras enigmáticas de Jesus.
Era mister compreender devidamente as exortações do Mestre, para evitar
futuras decepções.
Todo o processo do parto transcorre em meio a dores e sofrimentos. Hoje, a
medicina procura aliviar, ao máximo, esses sofrimentos, realizando partos
indolores. Isto não significa negar que o parto seja, por si, doloroso. O
grau de suportação da mãe torna-se quase infinito, quando ela pensa no
desfecho do seu sofrimento: a vinda de um ser humano ao mundo. A expectativa
do filho, que está para nascer, leva-a a relativizar sua dor.
Os discípulos passariam por
uma experiência parecida com essa. O mistério pascal teria seu componente
necessário de sofrimento e de tristeza. Não seria possível prescindir deles,
nem abrandá-los. Uma dor cruel esperava-os, ao contemplar o próprio Mestre
pendendo de uma cruz. Entretanto, algo de sumamente importante aconteceria no
final de tudo isto: o Pai haveria de restituir-lhe a vida. Para os
discípulos, a esperança da ressurreição não lhes suavizou a dor de ver o
amigo crucificado, mas devolveu-lhes a alegria, e uma alegria tal, que dela
ninguém jamais poderá privá-los.
Oração
Espírito de felicidade, que a certeza da ressurreição me ajude a suportar as
dores e os sofrimentos, sem desfalecer.
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VII SEMANA DA PÁSCOA *
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Povos todos,
aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria, aleluia! (Sl 46,2)
Leitura (Atos
20,28-38)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Paulo disse
aos anciãos da Igreja de Éfeso 20 28: "Cuidai de vós mesmos e
de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue.
29 Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos
cruéis, que não pouparão o rebanho.
30 Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas
perversas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos.
31 Vigiai! Lembrai-vos, portanto, de que por três anos não cessei, noite
e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós.
32 Agora eu vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é
poderoso para edificar e dar a herança com os santificados.
33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes.
34 Vós mesmos sabeis: estas mãos proveram às minhas necessidades e às
dos meus companheiros.
35 Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os
fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse:
´É maior felicidade dar que receber!´"
36 A essas palavras, ele se pôs de joelhos a orar.
37 Derramaram-se em lágrimas e lançaram-se ao pescoço de Paulo para
abraçá-lo,
38 aflitos, sobretudo pela palavra que tinha dito: Já não vereis a minha
face. Em seguida, acompanharam-no até o navio.
Salmo responsorial 67/68
Reinos da terra,
cantai ao Senhor.
Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder,
confirmai este poder que por nós manifestastes
a partir de vosso templo, que está em Jerusalém,
para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!
Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos!
Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos.
Eis que eleva e faz ouvir a sua voz poderosa.
Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens.
Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade!
Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder.
Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)
Evangelho (João 17,11-19)
Naquele tempo, Jesus ergue os
olhos para o céu e rezou, dizendo 17 11 "Já não estou no
mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai
santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de
que sejam um como nós.
12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me
incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se
perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
13 Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto
estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria.
14 Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do
mundo, como também eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do
mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo.
17 Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade.
18 Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela
verdade".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Todos somos UM
Neste evangelho de São João
está um versículo que é a Bandeira do Ecumenismo "Para que todos sejam
um..." Sem dúvida é essa a expressão mais forte onde, no próprio desejo do
Senhor está presente o sonho de uma só Igreja, um só rebanho e um só pastor.
Não se trata de uma utopia,
um dia todos seremos um. Mas é claro que isso está difícil de acontecer, o
Ecumenismo dá alguns avanços, mas depois se estabiliza, ou o que é pior, até
retrocede. Esta Semana é chamada a “Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos”, onde teoricamente deveria haver iniciativas das Igrejas Cristãs em
se aproximarem para fazerem juntos uma oração, celebrara Santa Palavra,
visitar uma Igreja Cristã Histórica. Mas infelizmente nesse campo nada
avançamos, e fica cada qual em seu canto, achando que a sua Igreja é a
Dona do Espírito Santo.
Então não se pode confundir
as coisas, Jesus e o Pai são Um, ora, se a Unidade dos Cristãos é um desejo
de Jesus, por que é que isso não se realiza e nem se cumpre ?
O evangelho traz em seu
bojo este belo sonho da Unidade, não há de se negar, mas é preciso vê-lo na
profundidade necessária, senão parece que Deus quer e o Homem não quer, e que
prevalece a vontade do Homem.
Trata-se na verdade da
Oração chamada Sacerdotal, eu está dentro do Discurso da Consolação ou
despedida, como vimos ao longo desta semana que precede a Festa da Ascensão
do Senhor, a ser celebrada no Domingo. Poderíamos dizer que aqui Jesus
manifesta ao Pai o seu intenso desejo de que os discípulos sejam inseridos na
Vida de Comunhão com o Pai, e conseqüentemente com a Trindade Santa. Nos
ritos de ordenação sacerdotal, o Reitor é consultado pelo Bispo se o
candidato é digno de receber o Ministério e fazer parte do Presbitério. Neste
evangelho, Jesus está orando pelos discípulos, mas ao mesmo tempo está os
recomendando ao Pai, para que também neles seja manifestada a Glória e a
Santidade, como tal aconteceu com Jesus.
A Igreja, formada por
homens comuns e fracos, com todos as suas limitações, passa a fazer parte da
Comunhão Trinitária, ou seja, Deus entra em nossa Vida e nós
entramos na Vida de Deus.
Então, tivemos o privilégio
de sermos escolhidos, somos os bons, os melhores de toda a humanidade... Que
perigo pensar desta e fechar-se em uma religião particular, como se fosse um
Clube de Elite! Ao contrário, a Comunhão com Deus veio pela Palavra de Jesus,
e agora a Igreja formada por seus discípulos de ontem e de hoje, têm uma nova
Missão : anunciar esta Palavra a todos os homens, para que estes também
creiam e se unam a Deus.
É este o desejo de Unidade
presente no coração de Deus, e que agora em Jesus ele manifesta. O desafio é
muito maior do que se pensa, não é só a unidade dos cristãos, mas a Unidade
de toda Humanidade em um só Deus, pois não pode haver nenhuma barreira ou
divisão, entre Homens e mulheres criados por Deus, e que em Jesus
readquiriram sua imagem e semelhança!
2. Oração
sacerdotal de Jesus
Trata-se, ainda, do
discurso de despedida de Jesus. É, por assim dizer, o seu testamento.
O capítulo 17 é denominado
oração sacerdotal de Jesus. Próprio do sacerdote é oferecer pelo povo
súplicas e orações e o sacrifício de louvor. A oração sacerdotal de Jesus é
súplica pelos discípulos.
A comunhão do Filho com o Pai
sustentou a missão de Jesus. A comunhão dos discípulos é o apoio fundamental
para que ela não esmoreça. A missão de Jesus foi manter unida a comunidade
(cf. v. 12). A plenitude da alegria dos discípulos é a alegria de Cristo que,
ressuscitado, entra definitivamente na glória de Deus.
Nesta oração sacerdotal, o
Senhor confia os discípulos aos cuidados de Deus, para que, estando no mundo,
não sejam mundanos; para que, na peregrinação terrestre, mantenham o olhar
nas coisas celestes (cf. vv. 15-16).
ORAÇÃO
Pai, reforça minha fidelidade a Jesus, de maneira que o Maligno não prevaleça
sobre mim. Protege-me contra a maldade do mundo, consagrando-me na verdade.
3. REZANDO
PELOS DISCÍPULOS
Os discípulos foram motivo
de preocupação para Jesus, no final de seu ministério. Sua oração insistente
ao Pai, implorando em favor deles, revela o amor que lhes devotava, e o
anseio de que permanecessem fiéis. Jesus pede ao Pai:
"Guardá-los em teu
nome", ou seja, não permitas que sejam contaminados pela idolatria do
mundo, com seu germe de ódio e divisão, e seu egoísmo preconceituoso e
excludente. Deixando-se guiar pelo Pai, os discípulos estariam no caminho da
salvação.
"Livra-os da ação do
Maligno". Este não retrocederá nem deixará de investir contra os
discípulos de Jesus, só porque estavam sob a proteção do Pai. A audácia deste
espírito do Mal seria tamanha a ponto de querer competir com o Criador. Era
preciso que o Pai tomasse as dores dos discípulos, para não se tornarem
vítimas do Maligno.
"Consagra-os na
verdade". Por que seriam tentados a seguir insinuações espúrias, Jesus
implora ao Pai que lhes aponte sempre as sendas da verdade, que conduzem à
comunhão com ele. Sem esta ajuda, os discípulos não poderiam discernir o erro
e a mentira, fatais para quem se encaminha para o Pai.
A súplica de Jesus resume
as necessidades dos discípulos, em vista das pelejas que travariam com o
mundo. Para não serem vencidos, careciam da proteção constante de Deus, e
deveriam permanecer unidos, a exemplo do Pai e de seu Filho Jesus.
Oração
Espírito de proteção, nas batalhas contra o mundo, coloca-te ao meu lado,
cobrindo-me com a bênção protetora do Pai.
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VII SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Aproximemo-nos
confiantes do trono da graça, a fim de conseguirmos misericórdia e
encontrarmos auxílio em tempo oportuno, aleluia! (Hb 4,16)
Leitura (Atos
22,30; 23,6-11)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 22 30 querendo saber com mais exatidão de que os judeus
o acusavam, soltou-o e ordenou que se reunissem os sumos sacerdotes e todo o
Grande Conselho. Trouxe Paulo e o mandou comparecer diante
deles. 23 6Paulo sabia que uma parte do Sinédrio era de saduceus e
a outra de fariseus e disse em alta voz.: "Irmãos, eu sou fariseu, filho
de fariseus. Por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos é que
sou julgado".
7 Ao dizer ele estas palavras, houve uma discussão entre os fariseus e
os saduceus, e dividiu-se a assembléia.
8 (Pois os saduceus afirmam não haver ressurreição, nem anjos, nem
espíritos, mas os fariseus admitem uma e outra coisa.)
9 Originou-se, então, grande vozearia. Levantaram-se alguns escribas dos
fariseus e contestaram ruidosamente: Não achamos mal algum neste homem. (Quem
sabe) se não lhe falou algum espírito ou um anjo.
10 A discussão fazia-se sempre mais violenta. O tribuno temeu que Paulo
fosse despedaçado por eles e mandou aos soldados que descessem, o tirassem do
meio deles e o levassem para a cidadela.
11 Na noite seguinte, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: "Coragem!
Deste testemunho de mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em
Roma".
Salmo responsorial
15/16
Guardai-me, ó Deus,
porque em vós me refugio!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor”.
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está tranquilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte,
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Para que todos sejam um, diz o Senhor, como tu estás em mim e eu em ti,
para que o mundo possa crer que me enviaste (Jo 17,21).
EVANGELHO (João 17,20-26)
Naquele tempo, Jesus ergueu os
olhos ao céu e rezou, dizendo: 17 20 "Não rogo somente
por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em
mim.
21 Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.
22 Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos
um:
23 eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo
reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.
24 Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste,
para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da
criação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem
que tu me enviaste.
26 Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o
amor com que me amaste esteja neles, e eu neles".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. "Pai, que
todos sejam um..."
Nosso diálogo com o
Catequista São João tem nos ajudado bastante na compreensão do evangelho
nesta semana que antecede Pentecostes e que se denomina Semana da Unidade dos
Cristãos, então, vamos dar continuidade a esse trabalho onde o mais
importante é situarmos o evangelho em nossa vida, principalmente na comunidade
onde vivemos e celebramos a nossa Fé, envolvidos sempre pelo Mistério de
Cristo e da Igreja.
Catequista João ___Muito
bem, nem seriam necessárias perguntas, a linha de raciocínio é essa mesma, os
Cristãos vivem em comunidade, e aí está o maior de todos os desafios, como
viver a unidade na diversidade.
____ Pois é, se olharmos de dentro para fora, vamos ver que esse "Sonho
da Unidade de todos os cristãos está muito longe de ser realizado", o
Ecumenismo ainda engatinha e na maioria das nossas comunidades essa palavra é
estranha e até assusta os mais conservadores....Concorda Catequista João?
Catequista João ____Sim,
mas lembre-se de que a questão do ecumenismo só começou a ser levantada muito
recentemente, quando Jesus fez essa oração pela Unidade, não havia divisões
no Cristianismo. Não podemos só olhar por esse lado, embora a afirmativa caia
como uma luva para incentivar os cristãos de hoje a buscarem a unidade.
____ Puxa não tinha pensado nisso....Naquele tempo os Cristãos estavam todos
de um lado só, tocavam todos o mesmo apito, como se diz na gíria. Então
porque Jesus disse isso? Se ele estava pedindo pela unidade, é porque havia
alguma divisão, talves no final do primeiro século, nas comunidades cristãs,
quando havia muitas heresias......
Catequista João ____Vamos
olhar o começo do evangelho..."Não rogo somente por eles, mas também por
aqueles que por sua palavra hão de crer em mim....Para quer todos sejam um,
assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em
nós, e o mundo creia que tu me enviastes..."
____ Olha catequista João, longe de mim debater com o Senhor, mas Jesus está
preocupado com a unidade....
Catequista João____Sem
dúvida, realmente o evangelho fala da Unidade, mas que deve acontecer em
torno da única Palavra, a que Jesus transmitiu aos discípulos, e as que os
apóstolos transmitiram á geração seguinte, e esta para a outra,
sucessivamente, até chegar o tempo que vocês estão vivendo no terceiro
milênio da história.
____Opa, agora começou a clarear, mas espere um pouco Catequista João, O
Cisma do Oriente e depois no século XVII a Reforma Protestante, quebrou a
unidade, será que Jesus não rezou direito?
Catequista
João____(sorrindo) Como você é espirituoso... A oração de Jesus é perfeita e
Deus o atendeu sim. Veja uma coisa, no tempo de Jesus só ele falava e os
discípulos ouviam, depois ele delegou essa missão do anúncio aos apóstolos,
estes delegaram a outros e assim sucessivamente, como já vimos. O evangelho
chegou incólume até vocês no ano de 2013, independente das divisões entre os
cristãos, e das traduções diferentes da Bíblia, aquilo que é essencial no
evangelho, perpassou tres milênios sem que ninguém, alterasse o seu conteúdo.
Essa é a verdadeira unidade desejada por Deus e pedida por Jesus.
____Então quando vivemos a Santa Palavra estamos vivendo a unidade junto com
Jesus e Deus Pai, na UNIDADE do Espírito Santo... Como naquele dia em
Pentecostes, em que todos ouviam e entendiam, embora fossem de nacionalidade
diferentes...
Catequista João____Muito
bem, mas esse assunto fica para domingo de Pentecostes que está aí na porta
da nossa liturgia. Um cristão que vive na perfeita unidade é aquele que
guarda a Palavra de Deus de maneira integral em seu coração e a vive, também
de maneira íntegra.
2. A fé é essencialmente testemunho
A oração sacerdotal de
Jesus, em que ele confia os discípulos aos cuidados de Deus, se abre para o
futuro: “Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em
mim pela palavra deles” (v. 20).
Há neste versículo uma
afirmação acerca da missão dos discípulos. A fé dos outros depende do
testemunho, da palavra dos discípulos. A fé é essencialmente testemunho. A
unidade é parte essencial do testemunho: “Que eles estejam em nós…” (v. 21);
“... que eles sejam um, como nós somos um…” (v. 22). A comunhão dos
discípulos, como a do Pai e do Filho, e a comunhão fraterna oferecem às
gerações futuras a possibilidade de conhecer, isto é, de fazer a experiência
de que Jesus é o enviado do Pai.
O mundo não conheceu Deus;
o fechamento e a resistência impedem de fazer a experiência de Deus, penetrar
no seu mistério. O Filho que está voltado totalmente para o Pai (Jo 1,1) é
que conhece o Pai, de tal modo que, quem o vê, vê o Pai (cf. Jo 14,9). Assim,
pelo Filho o Pai se tornou conhecido dos discípulos: “Eu lhes fiz conhecer o
teu nome…” (v. 26).
ORAÇÃO
Espírito de comunhão, não permitas que se rompam os laços que me ligam a
todos os meus irmãos e irmãs, e faça-me compreender o valor da unidade
proclamada por Jesus.
3. PERFEITOS NA
UNIDADE
A unidade foi o tema
polarizador da pregação de Jesus, na etapa final do seu ministério. Esta
preocupação é facilmente compreensível. Ele conhecia bem o coração humano, e
sua tendência para a divisão, os conflitos, e a visão distorcida da
realidade. Sintoma do pecado, a ausência de comunhão coloca-se no extremo
oposto do ideal de Jesus. Foi este o alvo de sua ação redentora: arrancar o
ser humano do egoísmo, que perverte o coração e o afasta de Deus e do
próximo, levando a converter-se à unidade.
O modelo de unidade vislumbrado
por Jesus é a comunhão trinitária. Portanto, ao apelar para a unidade, sua
intenção foi levar os seres humanos a viver de modo semelhante, como vivem o
Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o mesmo projeto, fundado na comunhão, que
Jesus propõe para a humanidade, a começar pelo grupo restrito dos
discípulos.
Para Jesus, a comunhão dos
discípulos reforçaria a credibilidade de sua condição de enviado. Se
implantou uma forma de amor-comunhão, diferente das até então conhecidas, é
porque ele, de alguma forma, a tinha previamente experimentado na comunhão
com o Pai e o Espírito Santo. Esta experiência prévia, no seio da Trindade,
possibilitou a Jesus mostrar aos seres humanos o que seria melhor para eles.
Sem amor-comunhão, só existe frustração. Não existe salvação possível.
É próprio do discípulo
cultivar o ideal de ser perfeito na unidade.
Oração
Espírito de comunhão não permitas que se rompam os laços que me ligam a todos
os meus irmãos e irmãs, e faça-me compreender o valor da unidade proclamada
por Jesus.
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VII SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Cristo nos amou e
nos lavou dos pecados com seu sangue, e fez de nós um reino e sacerdotes para
Deus, seu Pai, aleluia! (Ap 1,5s)
Leitura (Atos
25,13-21)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Alguns dias
depois, 25 13 o rei Agripa e Berenice desceram a Cesaréia para
saudar Festo.
14 Como se demorassem ali muitos dias, Festo expôs ao rei o caso de
Paulo: "Félix deixou preso aqui um certo homem.
15 Quando estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos
judeus vieram queixar-se dele comigo pedindo a sua condenação.
16 Respondi-lhes que não era costume dos romanos condenar homem algum,
antes de ter confrontado o acusado com os seus acusadores e antes de se lhes
dar a liberdade de defender-se dos crimes que lhes são imputados.
17 Compareceram aqui. E eu, sem demora, logo no dia seguinte, dei
audiência e ordenei que conduzissem esse homem.
18 Apresentaram-se os seus acusadores, mas não o acusaram de nenhum dos
crimes de que eu suspeitava.
19 Eram só desavenças entre eles a respeito da sua religião, e uma
discussão a respeito de um tal Jesus, já morto, e que Paulo afirma estar
vivo.
20 Vi-me perplexo quanto ao modo de inquirir essas questões e
perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém e ser ali julgado.
21 Mas, como Paulo apelou para o julgamento do imperador, mandei que
fique detido até que o remeta a César".
Salmo responsorial
103/104
O Senhor pôs o seu
trono lá nos céus.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
quanto dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.
O Senhor pôs o seu trono lá nos céus,
e abrange o mundo inteiro seu reinado.
Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos,
valorosos que cumpris as suas ordens.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito Santo, o paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho
falado (Jo 14,26).
EVANGELHO (João 21,15-19)
21 15 Tendo eles
comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me
mais do que estes?" Respondeu ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te
amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta os meus cordeiros".
16 Perguntou-lhe outra vez: "Simão, filho de João, amas-me?"
Respondeu-lhe: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus:
"Apascenta os meus cordeiros".
17 Perguntou-lhe pela terceira vez: "Simão, filho de João,
amas-me?" Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez:
"Amas-me?", e respondeu-lhe: "Senhor, sabes tudo, tu sabes que
te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas.
18 Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e
andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e
outro te cingirá e te levará para onde não queres".
19 Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de
glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. ÁGAPE OU
FILOS???
Neste evangelho, um irmão
da minha equipe de reflexão, brincou dizendo que Jesus estava com dificuldade
de escutar, pois repetiu a mesma pergunta por três vezes, e parece que ele
lembrou-se das três negações do apóstolo e parecia querer dizer "olha lá
heim Pedro, não vá pisar no tomate de novo!"
Claro que isso é uma
especulação, mas muita gente associa a interrogação com as negações, o
apóstolo que negou três vezes, agora vai ter que confirmar seu amor também
por três vezes. Não deixa de ser uma interpretação interessante e que até faz
sentido, mas Jesus não estava com problema de surdez e nem queria humilhar o
apóstolo Pedro, ao contrário, vai confirmá-lo como primeira coluna da Igreja
porém, quer lembrá-lo de algo que é essencial na vida de todo discípulo
Missionário: Cuidar do rebanho por amor a Cristo, que agora, nos irmãos e
irmãs, precisa ser amado e aqui está a beleza da reflexão. Como deve ser este
amor?
Simão, tu me amas? (com
amor ágape, sem medidas, gratuito e incondicional, até as últimas
conseqüências) Pedro respondeu que SIM, mas com o amor Filia, seu amor pelo
mestre não era assim tão extraordinário, afinal o tinha negado...)
Simão, tu me amas? De novo
Pedro responde afirmativamente, porém com essa ressalva, de que não é um amor
igual ao do Mestre. Jesus pergunta uma terceira vez, agora, porém, falando
exatamente do amor Filia, entre irmãos, que é bonito e belo também, mas que
não é tão perfeito.
E Jesus o confirma como
Pastor, o aceita em suas limitações, o seu jeito de amar.
Acontece que, quando nos
dispomos como Pedro, a servir a Deus nos irmãos, a sua Graça Santificante vai
nos transformando, não é assim o amor conjugal entre um homem e uma mulher?
No altar o SIM do casal promete amor, mas é o Eros, seria como a água nas
Bodas de Cana, daí Jesus abençoa, inunda o coração dos seus discípulos com a
sua graça e a Força do Espírito Santo e o milagre acontece: o discípulo
começa a amar como Jesus, desapegando-se de tudo, até mesmo da sua vontade,
como Pedro, que ao final da sua vida, será conduzido á morte, mas não abrirá
mão da Fidelidade a Jesus e seu Reino.
Nossas comunidades também
são assim... A Graça age em nossas fraquezas e limitações, e vai
transformando o nosso amor tão pequeno em um Grandioso amor,
exatamente como o de Jesus...
2. A única resposta adequada a esse amor é o amor
O capítulo 21 do evangelho
segundo João é tardio. Esta segunda parte do capítulo (vv. 15-19) tem por
finalidade legitimar a missão de Pedro de ser “o primeiro entre iguais”, e
que sua missão está fundada na palavra do Senhor: “Apascenta as minhas
ovelhas” (v. 17).
Lembremo-nos de que, ao
longo de todo o evangelho, Simão Pedro não é propriamente o ícone do homem de
fé (Jo 20,6-7). Ele depende, para o reconhecimento, do “discípulo que Jesus
amava” (20,8; 21,7). A missão de Pedro está fundada num amor primeiro, no
amor que antecede tudo e todos. A única resposta adequada a esse amor é o
amor. Só o amor incondicional à pessoa de Jesus Cristo pode permitir que o
seguimento e a missão confiada sejam vividos na mais pura gratuidade e
entrega.
Somente um amor sem
reservas permitirá a Pedro a disponibilidade para ir aonde o Senhor quer que
ele vá: “… quando, porém, fores velho, estenderás as mãos e outro te amarrará
pela cintura e te levará para onde não queres ir” (v. 18).
A maturidade da fé supõe
deixar-se conduzir pelo Senhor. O amor, que está na origem do seguimento,
permite atualizar na vida o sacrifício de Jesus.
ORAÇÃO
Pai, torna cada vez mais consistente meu amor a teu Filho Jesus, e confirma
minha condição de discípulo que deseja dar testemunho autêntico de sua fé.
3. TU ME AMAS?
Todo cristão deveria se
defrontar com a tríplice pergunta que o Ressuscitado dirigiu a Pedro. Ela é
bem precisa: "Tu me amas?", e não pode ser respondida com evasivas
ou sem convicção. É sim ou não, com as respectivas conseqüências, tanto em
termos pessoais - conversão interna -, quanto em termos sociais - testemunho
público e seus riscos.
A melhor maneira de expressar
nosso amor a Jesus é amar o próximo. E o ápice deste amor está em não poupar
nada de si, quando se trata de servir, como fez Jesus.
Portanto, a pergunta do
Ressuscitado poderia ser respondida assim: "Tu sabes que eu nutro
profundo amor pelo meu próximo; podes ver como minha vida é toda vivida como
doação; podes, igualmente, verificar como minha existência é tecida de gestos
concretos de oblação. Esta é a prova de que, realmente, eu teu amo".
O Mestre não pode confiar
no discípulo, cujo amor não é entranhado. Por isso, antes de confiar a Pedro
a missão de presidir a comunidade dos cristãos, quis se assegurar do seu
amor. Este procedimento de Jesus é plenamente acertado. O exercício do
ministério, na Igreja, pressupõe o amor que ele exigiu de Pedro, quando lhe
confiou a missão de conduzir o seu rebanho. Arrisca-se a descambar para a
tirania a liderança de quem se põe à frente da Igreja sem amar,
autenticamente, a Jesus.
Oração
Espírito de oblação faze-me demonstrar meu amor ao Ressuscitado, por meio da
entrega total de minha vida ao serviço dos meus irmãos.
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VII SEMANA DA PÁSCOA *
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Os discípulos
unidos perseveravam em oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a
mãe de Jesus, e os irmãos dele, aleluia! (At 1,14).
Leitura (Atos
28,16-20.30-31)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
28 16 Chegados
que fomos a Roma, foi concedida licença a Paulo para que ficasse em casa
própria com um soldado que o guardava.
17 Três dias depois, Paulo convocou os judeus mais notáveis. Estando
reunidos, disse-lhes: “Irmãos, sem cometer nada contra o povo nem contra os
costumes de nossos pais, fui preso em Jerusalém e entregue nas mãos dos
romanos.
18 Estes, depois de terem instruído o meu processo, quiseram soltar-me,
visto não achar em mim crime algum que merecesse morte.
19 Mas, opondo-se a isso os judeus, vi-me obrigado a apelar para César,
sem intentar contudo acusar de alguma coisa a minha nação.
20 Por esse motivo, mandei chamar-vos, para vos ver e falar convosco.
Porquanto, pela esperança de Israel, é que estou preso com esta
corrente”.
30 Paulo permaneceu por dois anos inteiros no aposento alugado, e
recebia a todos os que vinham procurá-lo.
31 Pregava o Reino de Deus e ensinava as coisas a respeito do Senhor
Jesus Cristo, com toda a liberdade e sem proibição.
Salmo responsorial
10/11
Ó Senhor, quem tem
reto coração há de ver a vossa face.
Deus está no templo santo
e no céu tem o seu trono;
volta os olhos para o mundo,
seu olhar penetra os homens.
Examina o justo e o ímpio
e detesta o que ama o mal.
Porque justo é nosso Deus,
o Senhor ama a justiça.
Quem tem reto coração
há de ver a sua face.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a
verdade (Jo 16,7.13)
Evangelho (João 21,20-25)
21 20 Voltando-se
Pedro, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (aquele que estivera
reclinado sobre o seu peito, durante a ceia, e lhe perguntara: “Senhor, quem
é que te há de trair?”).
21 Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, e este? Que será
dele?”
22 Respondeu-lhe Jesus: “Que te importa se eu quero que ele fique até
que eu venha? Segue-me tu”.
23 Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não
morreria. Mas Jesus não lhe disse: “Não morrerá, mas: Que te importa se quero
que ele fique assim até que eu venha?”
24 Este é o discípulo que dá testemunho de todas essas coisas, e as
escreveu. E sabemos que é digno de fé o seu testemunho.
25 Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma,
penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam
escrever.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Autenticidade
dos escritos joaninos e aceitação da comunidade
Qualquer leitor do Novo
Testamento percebe que o evangelho de João é totalmente diferente dos
sinóticos. Considerando-se que os evangelhos são frutos de uma experiência de
vida das comunidades, conclui-se que a Comunidade Joanina era atípica e as
desconfianças eram muitas, falava-se em Gnosticismo, por causa do modo de
João escrever sobre Jesus, usando uma alta Cristologia que realçava sua
Divindade.
O fato é que esse capítulo
21, que foi acrescentado ao evangelho quando João já tinha morrido, atesta a
autenticidade do evangelho, e aceita no seio da Igreja essa comunidade
Joanina, que tinha captado na essência o que era o verdadeiro cristianismo.
A pergunta de Pedro a
Jesus, "Senhor, e este, o que será dele?" demonstrava a
desconfiança que a Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em relação a essa
comunidade. Era como se perguntasse, "Podemos confiar nessa comunidade
de João? O que será que vai acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro
"Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?", pode
ser vista como uma alusão a autenticidade da comunidade, que faz parte da
Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas não é só isso, o próprio
texto traz uma razão muito simples para confirmar a autenticidade do escrito
Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia estava com a cabeça
recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem viveu essa
experiência tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode escrever
com autoridade sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai, porque com
Ele está intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina poderia
concluir essa reflexão "Deus é amor... Só quem ama pode dizer que
conhece a Deus..."
Muito mais do que
simplesmente comprovar a autenticidade do escrito joanino, esse evangelho
ensina que a única forma de conhecermos a Deus e vivermos em comunhão com
ele, para podermos falar dele com conhecimento de causa, é Vivermos no Amor,
exatamente como o evangelista João...
2. O Senhor trata
cada um de modo muito particular
A característica do “discípulo
que Jesus amava” é que ele “permanece”, isto é, a sua vida está profundamente
unida à vida do seu Senhor. O Senhor trata cada um de modo muito particular:
“Se eu quero que ele permaneça, o que te importa?” (v. 22). Não pode haver
comparação. O importante é seguir Jesus: “Tu, segue-me!” (v. 22).
O testemunho do discípulo
amado é verdadeiro (cf. v. 24). Verdadeiro porque, nós ouvintes e leitores do
evangelho, podemos experimentar, por seu testemunho, os efeitos do que ele
nos transmitiu com o seu livro. As muitas coisas que Jesus realizou, e nós
sabemos – e tantas outras que não sabemos (cf. vv. 24.25) –, nos fazem viver
para a fé.
A riqueza insondável do que
Jesus realizou e a meditação sobre elas não poderiam nunca ser encerradas nos
limites de um livro: “Se todas elas (as muitas outras coisas) fossem escritas
uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seria
preciso escrever” (v. 25).
ORAÇÃO
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele.
Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros
discípulos para ele.
3. NAS MÃOS DO
SENHOR
A profissão de fé no
Ressuscitado exige do discípulo entregar-se totalmente em suas mãos.
Este não se julga dono da
própria vida. Ela pertence ao Senhor, a quem compete determinar-lhe os rumos.
Pode-se definir o discípulo como aquele que coloca toda a sua existência nas
mãos do Senhor, deixando-se guiar por ele com total docilidade, e buscando,
em tudo, realizar o seu projeto. O querer do discípulo confunde-se com o
querer do Senhor, não lhe sendo pesado carregar este fardo.
A experiência de Pedro e do
discípulo amado ilustram muito bem este tema. O impulsivo Pedro queria
conhecer o destino reservado ao discípulo amado. E foi recriminado pelo Senhor:
"Não lhe interessa saber o que reservei para ele; cuide você de fazer o
que ordenei". A Pedro caberia uma sorte diferente. Bastava-lhe confiar
ao Senhor os rumos de sua vida, e pôr-se a segui-lo.
Depois de optar pelo Mestre
Jesus, o discípulo torna-se dócil e se deixa guiar por ele, quanto aos
caminhos a serem trilhados, as tarefas a serem cumpridas, o Evangelho a ser
proclamado, o testemunho a ser dado, as batalhas a serem travadas. O Senhor
garante o destino do discípulo, junto do Pai, e, para lá, o conduz. E tudo
isto o discípulo acolhe com alegria, feliz por estar em boas mãos.
Oração
Espírito que me conduz, quebra todas as resistências que me impedem de ser
guiado pelo Senhor, tornando-me dócil a seu amor benevolente.
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Liturgia
do Domingo 19.05.2013
Solenidade de Pentecostes — ANO C
VERMELHO, GLÓRIA, SEQUÊNCIA [NA MISSA DO DIA], CREIO,
PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE
__ "O Espírito Santo anima a comunidade. A Igreja vive no Espírito de
Cristo." __
Ambientação:
Sejam bem-vindos
amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A cada ano a festa de Pentecostes oferece à Igreja a
ocasião para entrar, por assim dizer, em si mesma e descobrir-se animada e
conduzida pelo Espírito Santo. Uma presença forte, mas discreta e silenciosa,
da qual quase não nos damos conta. Nos últimos dias de sua vida, Jesus
promete aos discípulos que iria deixar-lhes seu Espírito como sua herança
mais verdadeira, como continuação de sua mesma presença. O Espírito Santo é,
portanto, antes de tudo, a presença "espiritual" de Jesus
ressuscitado na Igreja, presença que continua, de maneira diferente, sua
presença histórica de uma vez; presença que é, porém, misteriosamente, também
uma pessoa: a terceira Pessoa da Trindade. Ele é a alma da Igreja: "sem
o Espírito Santo, Deus estaria longe, Cristo ficaria no passado, o Evangelho
seria letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade uma
dominação, a missão uma propaganda, o culto uma evocação e o agir cristão uma
moral de escravos. Mas no Espírito Santo o cosmos se levanta e geme nas dores
do Reino, o Cristo ressuscitado está presente, o Evangelho é potência de
vida, a Igreja é comunhão trinitária, a autoridade é serviço libertador, a
missão é Pentecostes, a liturgia é memorial e antecipação, o agir humano é
deificado" (Inácio de Laodiceia).
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje o Espírito Santo desceu sobre a Igreja, reunida no
mesmo lugar. Enfim, a comunicação do amor tomou conta da Igreja nascente e se
espalhou pelos confins da terra, atravessando os tempos com a força do
testemunho apostólico.
INTRODUÇÃO DO
WEBMASTER: A
Solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a
sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito.
Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos
manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade
dos discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade,
ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia
eucarística e sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos
grupos até o fim dos tempos. A "plenitude" do Espírito é a
característica dos tempos messiânicos, preparados pela secreta atividade do
Espírito de Deus que "falou por meio dos profetas" e inspira em
todos os tempos os atos de bondade, justiça e religiosidade dos homens, até
que encontrem em Cristo seu sentido definitivo (cf AG 4).
Sintamos em nossos
corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
PENTECOSTES
Antífona da
entrada: O Espírito do
Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas
as línguas, aleluia! (Sb 1,7)
Comentário das
Leituras: A
conhecida narrativa de Pentecostes proclama a realização da promessa de
Jesus, que enviaria o Espírito Santo como nosso Consolador. Quem o acolher em
sua vida e manter com ele um diálogo existencial, terá a força de Deus em seu
coração. O Espírito Santo traz a linguagem universal do amor e da comunhão.
Primeira Leitura
(Atos 2,1-11)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
2 1 Chegando o
dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
2 De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso,
e encheu toda a casa onde estavam sentados.
3 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e
pousaram sobre cada um deles.
4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que
há debaixo do céu.
6 Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que
cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: "Não
são, porventura, galileus todos estes que falam?
8 Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua
materna?
9 Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a
Capadócia, o Ponto, a Ásia,
10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a
Cirene; peregrinos romanos,
11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em
nossas línguas as maravilhas de Deus!"
Salmo responsorial
103/104
Enviai o vosso Espírito,
Senhor, e da terra toda a face renovai.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!
Encheu-se a terra com as vossas criaturas1
Se tirais o seu respiro, elas perecem
e voltam para o pó de onde vieram.
Enviais o vosso espírito e renascem
e da terra toda a face renovais.
Que a glória do Senhor perdure sempre,
e alegre-se o Senhor em suas obras!
Hoje, seja-lhe agradável o meu canto,
pois o Senhor é a minha grande alegria!
Segunda Leitura (1
Coríntios 12,3-7.12-13)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
12 3 Por isso, eu
vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: "Jesus é o
Senhor", senão sob a ação do Espírito Santo.
4 Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
5 Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor.
6 Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em
todos.
7 A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.
12 Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os
membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é
Cristo.
13 Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo,
judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo
Espírito.
SEQUÊNCIA
1. Espírito de Deus, enviai
dos céus um raio de luz!
2. Vinde, Pai dos pobres, daí aos corações vossos sete dons.
3. Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
4. No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
5. Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!
6. Sem luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
7. Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
8. Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
9. Daí à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.
10. Daí em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde Espírito divino, e enchei com vossos dons os corações dos fiéis; e
acendei neles o amor como um fogo abrasador!
EVANGELHO (João 20,19-23)
20 19 Na tarde do
mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as
portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no
meio deles. Disse-lhes ele: "A paz esteja convosco!"
20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se
ao ver o Senhor.
21 Disse-lhes outra vez: "A paz esteja convosco! Como o Pai me
enviou, assim também eu vos envio a vós".
22 Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei
o Espírito Santo.
23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles
a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
LEITURAS
DA SEMANA DE 20 a
26 de maio de 2013:
2ª Vm - 2Pd 1,2-7; Sl 90; Mc 12,1-12
3ª Vd - 2Pd 3,12-15a.17-18; Sl 89; Mc 12,13-17
4ª Vd - 2Tm 1,1-3.6-12; Sl 122; Mc 12,18-27
5ª Vd - 2Tm 2,8-15; Sl 24; Mc 12,28b-34
6ª Br - 2Tm 3,10-17; Sl 118; Mc 12,35-37
Sb Vd - 2Tm 4,1-8; Sl 70; Mc 12,38-44
SANTISSIMA TRINDADE, Br - Pr 8,22-31; Sl 8,4-5. 6-7. 8-9 (R/ 2a); Rm 5,1-5;
Jo 16,12-15
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. RENASCIDOS NO
ESPÍRITO
Quando se capricha na
reforma de uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer
que ela ficou como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a
compra de um sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao
sapateiro, que colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando
ia buscar, era como se fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos
carros que tive foi uma Brasília, que em certa ocasião, mandei fazer uma
reforma caprichada e ao sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou
“novinha” em folha.
Nesses três casos, a palavra NOVA é apenas força de
expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília, continuaram velhos, apenas com
aparência de novos. O que o Espírito de Deus realiza em nós, não é uma
reforma de fachada, não somos uma casa velha reformada, mas nele somos
recriados, renascidos e renovados, passando a ser realmente novas criaturas,
porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma
conhecimento dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a
Jesus como é que podia um homem, sendo já velho, nascer de novo,e se era
necessário entrar novamente no útero materno. Nas leituras da missa da
vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa
renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos
Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de todo gênero
humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e crente
desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na
Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm
e vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço,
impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo
fechado e particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo,
monopolizando seus dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não
canalizado para alguns em particular como pensam algumas correntes
religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa
da Vigília e da própria Festa, não deixam margem para dúvidas a esse
respeito. “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1)
“todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus
devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á
multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5)
Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com todos os homens no
pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que
somos todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos
apelos do Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos
separam e homens de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar às
mãos e em uma única voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro
Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais este ou aquele
templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem.
Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos
renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos
estavam secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel 17,
mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de
povo de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou
esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a
maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... e os
anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão” isso significa que
todos, jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade.
Essa possibilidade se
concretizou ao anoitecer daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade
dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito.
Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na
força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas
e saiu em missão para anunciar a todos os homens essa verdade, que o Espírito
do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais
abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar
consciência dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor
habita nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos
da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e
mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de Pentecostes)
2. A solenidade de Pentecostes encerra o Tempo da Páscoa
Inaugura-se na história da
humanidade um novo tempo, o Tempo do Espírito, ou o Tempo da Igreja. Trata-se
de um espaço aberto pra o testemunho dos discípulos: “… permanecei em
Jerusalém até receberdes a força do alto, o Espírito Santo, na Judeia, na
Samaria, até os confins da terra” (At 1,8).
O adjetivo ordinal
“pentecostes” designa o último dia de uma série de cinquenta dias. O
pentecostes não coincide com a festa judia de Pentecostes (cf. At 2,1). A
festa judia passou por uma evolução: de uma festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex
34,22; Dt 16,10), ela passou, no período pós-exílico, a ser a festa
comemorativa da Aliança no Sinai (ver: Ex 19,1).
Todo relato da descida do
Espírito Santo em At 2,1-11 possui os elementos da teofania do Sinai: barulho
ensurdecedor e fogo (ver Ex 19,16). São elementos da manifestação de Deus. O
barulho enche toda a casa, como o Espírito Santo, a todos eles (cf. vv. 2.4).
E, depois de um fenômeno sonoro, um fenômeno visual: “... línguas como de
fogo” (v. 3). Que são essas “línguas de fogo”? Simbolizam o poder de Deus que
faz falar. Faz falar o quê? As maravilhas de Deus (cf. v. 11). Não se trata
de falar línguas incompreensíveis. O dom do Espírito Santo faz com que a
Igreja assuma a cultura, a língua de cada povo, para poder chegar a cada
pessoa as maravilhas de Deus, isto é, o que Deus fez por nós e para nós em Jesus Cristo.
A solenidade de Pentecostes
funda a universalidade da missão da Igreja. Mas há continuidade entre o
pentecostes judeu e o cristão: o dom do Espírito é o dom da Lei
interiorizada, quando, da Nova Aliança, surgem o espírito novo e o coração
novo de que falam os profetas Jeremias e Ezequiel (Jr 30,23; Ez 36,26-27).
ORAÇÃO
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para
longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do
teu Reino.
3. RECEBEI O
ESPÍRITO SANTO
O dom do Espírito Santo foi
um elemento fundamental na experiência missionária dos primeiros cristãos.
Com a ascensão do Senhor, eles se viram às voltas com uma tarefa descomunal:
levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo.
A missão exigiria deles
inculturar a mensagem, fazendo o Evangelho ser entendido por pessoas das mais
variadas culturas. Deveriam ser capazes de enfrentar dificuldades,
perseguições e, até mesmo a morte, por causa do nome de Jesus. Muitos
problemas proviriam dos judeus, pois a ruptura com eles seria inevitável, dada
a intransigência da liderança judaica para com a comunidade cristã que
tomaria um rumo considerado inaceitável. Sem dúvida, não faltariam problemas
dentro da própria comunidade, causados por partidarismos, falsas doutrinas e
atitudes incompatíveis com a opção pelo Reino.
Os discípulos eram
demasiado fracos para, por si mesmos, levar a cabo uma empresa tão grande.
Jesus, porém, concedeu-lhes o auxílio necessário ao comunicar-lhes o Espírito
Santo. Fortalecidos pelo Espírito, eles não se intimidaram, antes, cumpriram,
com denodo, o ministério da evangelização.
O dom de Pentecostes
renova-se, cada dia, na vida da Igreja. O Espírito, ontem como hoje, não
permite que os cristãos cruzem os braços diante do mundo a ser evangelizado.
Oração
Senhor Jesus, que eu seja cada dia revestido pela força do Espírito Santo,
que me capacita para exercer, sem descanso, minha tarefa de evangelizador.
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