| Liturgia da Segunda Feira — 27.05.2013 
 
VIII SEMANA DO TEMPO COMUM *(VERDE – OFÍCIO DO DIA DA
  IV SEMANA)
Antífona da
  entrada: O Senhor se tornou
  o meu apoio, libertou-se da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s). 
Leitura
  (Eclesiástico 17, 20-28)Leitura do livro do livro do Eclesiástico.
 
17 20 Aos
  penitentes, porém, abre o caminho da justiça: conforta os desfalecidos, e
  conserva-lhes a verdade como destino.21 Converte-te ao Senhor, abandona os teus pecados.
 22 Ora diante dele e diminui as ocasiões de pecado.
 23 Volta para o Senhor, afasta-te de tua injustiça, e detesta o que
  causa horror a Deus.
 24 Conhece a justiça e os juízos de Deus; permanece firme no estado em
  que ele te colocou, e na oração constante ao Altíssimo.
 25 Anda na companhia do povo santo, com os que vivem e proclamam a
  glória de Deus.
 26 Não te detenhas no erro dos ímpios, louva a Deus antes da
  morte;
 27 após a morte nada mais há, o louvor terminou. Glorifica a Deus
  enquanto viveres; glorifica-o enquanto tiveres vida e saúde; louva a Deus e
  glorifica-o em suas misericórdias.
 28 Quão grande é a misericórdia do Senhor, e o perdão que concede àqueles
  que para ele se voltam!
 
Salmo responsorial
  31/32 
Ó justos,
  alegrai-vos no Senhor!
 Feliz o homem que foi perdoado
 e cuja falta já foi encoberta!
 Feliz o homem a quem o Senhor
 não olha mais como sendo culpado
 e em cuja alma não há falsidade!
 
 Eu confessei, afinal, meu pecado
 e minha falta vos fiz conhecer.
 Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”
 E perdoastes, Senhor, minha falta.
 
 Todo fiel pode, assim, invocar-vos
 durante o tempo da angústia e aflição,
 porque, ainda que irrompam as águas,
 não poderão atingi-lo jamais.
 
 Sois para mim proteção e refúgio;
 na minha angústia me haveis de salvar
 e envolvereis a minha alma no gozo
 da salvação que me vem só de vós.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre,
  a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9).
 
EVANGELHO (Marcos 10,17-27)
 
Naquele
  tempo, 10 17 tendo Jesus saído para se pôr a caminho, veio
  alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom
  Mestre, que farei para alcançara vida eterna?"18 Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom.
 19 Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não
  furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e
  mãe."
 20 Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a
  minha mocidade."
 21 Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te
  falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no
  céu. Depois, vem e segue-me.
 22 Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque
  possuía muitos bens.
 23 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão
  dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"
 24 Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus
  replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que
  põem a sua confiança nas riquezas!
 25 É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o
  rico no Reino de Deus."
 26 Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode
  então salvar-se?"
 27 Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível,
  mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
 
COMENTÁRIOS DO
  EVANGELHO 
1. Como alcançar a
  Vida Eterna? 
Não se pode duvidar das
  boas e retas intenções dessa pessoa que abordou Jesus no meio do caminho,
  prostrando-se á seus pés e suplicando “Bom Mestre, que farei para alcançar a
  vida eterna?”.  O homem era de uma Fé fervorosa em Jesus e tinha
  convicção de que ele lhe abriria novas portas e lhe apontaria novos caminhos.
  Poderíamos dizer que, era alguém que buscava algo mais. 
Quando Jesus lhe cita os
  principais mandamentos, o homem lhe observa que tudo isso ele já tem feito
  desde a mocidade.  Ele buscava e queria algo mais do que a mera
  observância dos mandamentos. A gente se acomoda demais em coisas que não
  fazemos e que outros fazem, ou em coisas que fazemos de bom, e que outros não
  fazem. A gente se nivela por baixo e a referência somos nós em relação aos
  outros. Como cristãos participantes da comunidade, frequentador das
  celebrações, recebendo os Sacramentos, ofertando o Dízimo, atuando na
  pastoral, a gente olha para quem não faz nada disso e vamos em pensamento nos
  projetando ao patamar de cima “Somos bons, esses aí nem tanto...” e quando
  olhamos os maus e pecadores, chegamos a nos vangloriar pela distância que há
  entre nós e eles na prática das virtudes, na questão moral e ética.
  “Esses  um aí, estão bem lá embaixo do nosso glorioso patamar” –
  chegamos a pensar. 
A primeira coisa que Jesus
  faz é corrigir esse modo de olhar. O Homem olhou para ele, prostrou-se a seus
  pés e lhe chamou de “Bom Mestre”,  mas Jesus não se revela a si mesmo
  mas ao Pai, por isso afirma que só Deus é Bom. A referência é Deus,
  manifestado em Jesus, e não as pessoas. Quando isso ocorre daí nos sentimos
  pequenos, daí  vemos que jamais iremos alcançar o Patamar de Glória ,
  Santidade e Perfeição de Deus e daí não temos do que nos vangloriar, ao
  contrário, a nossa pequenez, a nossa miséria e fragilidade humana, irão logo
  aparecer em destaque, quando olhamos para Deus. 
O texto também fala que
  Jesus o olhou e o amou. Alguém que quer mais, alguém que quer avançar na Vida
  Religiosa e na Vida de Fé.  “Vai, vendes tudo o que tens, dá aos pobres
  e terás um tesouro no céu, depois vem e segue-me”.  Deus abriu mão de
  tudo o que tinha , seu Filho Jesus, e o deu aos pobres, que somos nós. O
  Perfeito é aquele que se sente sempre imperfeito, porque a sua referência é
  Deus, é aquele que busca aprender sempre e por isso se faz discípulo e
  seguidor do único que pode nos levar a plenitude da Vida: Jesus Cristo! 
O Homem foi embora triste,
  era um colecionador de virtudes morais e Dono de um vasto Patrimônio
  Econômico, a Vida Eterna era uma coisa rara que fazia falta em seus
  pertences, e que ele julgou poder fazer alguma coisa para tê-la, talvez como
  um Valioso troféu. Na verdade, nivelou a Vida Eterna aos bens que possuía,
  não entendeu que a Vida terna é superior a tudo o que o Homem possa desejar e
  ter nesta Vida Terrena. Preferiu ficar com o que já tinha e que lhe dava
  segurança, do que arriscar-se por algo que Deus lhe oferecia, exatamente
  porque pensava na Salvação e na Vida Eterna como algo a ser conquistado com
  seus méritos, esquecendo-se que a Vida Eterna e a Salvação são dons gratuitos
  que Deus oferece a cada Homem...Queremos ter méritos, para que a posse seja
  legítima e reconhecida por todos. No Judaísmo Deus se torna Devedor do Homem
  Justo e praticante das Leis e das virtudes. “Deus me dá porque eu mereço”.
  Eis o motivo da tristeza daquele homem, que de repente sentiu-se “pobre” e
  incapaz de se salvar... 
2. A vida eterna não se compra, se recebe 
Jesus não aceita para si o
  título de bom, ele o remete a Deus, que é a fonte de toda bondade. Se algo de
  bom há em Jesus, é dom de Deus. A vida eterna desejada por aquele anônimo é
  dom, e como tal ela precisa ser recebida. Não é merecimento pelo cumprimento
  irrepreensível da Lei. É preciso desapego, pois só o cumprimento da Lei não é
  suficiente. É preciso desapego, pois a vida eterna não se compra, se recebe. 
É no seguimento de Cristo
  que se encontra o caminho para a vida eterna: “Eu sou o caminho, a verdade e
  a vida” (Jo 14,6). 
O homem saiu pesaroso
  diante da palavra de Jesus, pois era possuidor de muitos bens. A riqueza é
  uma ameaça que pode impedir a entrada no Reino de Deus; facilmente ela se
  confunde com a vida verdadeira e obstrui o dom de ser recebido como tal (ver:
  Mt 6,24). A salvação é dom de Deus. Por isso Jesus diz: “Para Deus tudo é
  possível” (v. 27). 
ORAÇÃOPai, não permitas que o meu coração se apegue de tal forma aos bens deste
  mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.
 
3. A DEUS TUDO É POSSÍVEL 
A dura constatação de Jesus
  deixou pasmos os discípulos: "Como é difícil para os ricos entrar no
  Reino de Deus!", é ainda, "É mais fácil passar um camelo pelo
  buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". A
  salvação pareceu-lhes um ideal inatingível. A situação do homem piedoso,
  porém apegado à sua riqueza, não dava margem para dúvidas. Ele havia
  observado os mandamentos, desde jovem, e se preocupava com a vida eterna.
  Todavia, quando Jesus lhe propôs um gesto radical de ruptura, por meio do
  qual daria prova insofismável de sua confiança na Providência divina,
  preferiu optar pela posse dos bens.  
O Mestre reconheceu que
  ninguém é capaz de manter-se livre diante das riquezas e, portanto,
  salvar-se, sem a ajuda divina. Daí sua declaração: "Aos seres humanos
  isto é impossível". Só Deus possibilita a salvação dando forças às
  pessoas para se libertarem da escravidão da riqueza, por amor ao Reino. Com
  as próprias forças, ninguém será capaz de realizar um gesto de tal
  envergadura.  
Porque "a Deus tudo é
  possível", quem se mantiver aberto à ação da graça terá acesso à
  salvação, embora seja tentado a apegar-se às riquezas. Se os discípulos se
  predispuserem a confiar na Providência divina, poderão ter fundadas
  esperanças de obter a salvação. 
OraçãoPai, não permitas que me coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo,
  a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.
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Liturgia da
  Terça-Feira  
VIII SEMANA DO TEMPO COMUM(VERDE – OFÍCIO DA IV
  SEMANA)
Antífona da
  entrada: O Senhor se tornou
  o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s). 
Leitura
  (Eclesiástico 35,1-15)Leitura do livro do Eclesiástico.
 
35 1 Aquele que
  observa a lei faz numerosas oferendas.2 É um sacrifício salutar guardar os preceitos, e apartar-se de todo
  pecado.
 3 Afastar-se da injustiça é oferecer um sacrifício de propiciação, que
  consegue o perdão dos pecados.
 4 Aquele que oferece a flor da farinha dá graças, e o que usa de
  misericórdia oferece um sacrifício.
 5 Abster-se do mal é coisa agradável ao Senhor; o fugir da injustiça
  alcança o perdão dos pecados.
 6 Não te apresentarás diante do Senhor com as mãos vazias,
 7 pois todos (esses ritos) se fazem para obedecer aos preceitos
  divinos.
 8 A oblação do justo enriquece o altar; é um suave odor na presença do
  Senhor.
 9 O sacrifício do justo é aceito (por Deus). O Senhor não se esquecerá
  dele.
 10 Dá glória a Deus de bom coração e nada suprimas das primícias (do
  produto) de tuas mãos.
 11 Faze todas as tuas oferendas com um rosto alegre, consagra os dízimos
  com alegria.
 12 Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de
  acordo com o que tuas mãos ganharam,
 13 pois o Senhor retribui a dádiva, e recompensar-te-á tudo sete vezes
  mais.
 14 Não lhe ofereças dádivas perversas, pois ele não as aceitará.
 15 Nada esperes de um sacrifício injusto, porque o Senhor é teu juiz, e
  ele não faz distinção de pessoas.
 
Salmo responsorial
  49/50 
A todos que
  procedem retamenteeu mostrarei a salvação que vem de Deus.
 
 “Reuni à minha frente os meus eleitos,
 que selaram a aliança em sacrifícios!”
 testemunha o próprio céu seu julgamento,
 porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
 
 “Escuta, ó meu povo, eu vou falar;
 Ouve, Israel, eu tenho contra ti:
 eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!
 Eu não venho censurar teus sacrifícios,
 pois sempre estão perante mim teus holocaustos.
 
 Imola a Deus um sacrifício de louvor
 e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
 Quem me oferece um sacrifício de louvor,
 este, sim, é que me honra de verdade.
 A todo homem que procede retamente,
 eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os
  mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
 
EVANGELHO (Marcos 10,28-31)
 
Naquele
  tempo, 10 28 Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos
  tudo e te seguimos."COMENTÁRIOS DO EVANGELHO29 Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha
  deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por
  causa de mim e por causa do Evangelho
 30 que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs,
  mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida
  eterna.
 31 Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os
  primeiros."
 
 
1. Renunciar por
  causa do Reino, não é perder... 
Quando estamos diante de um
  evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo
  renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento
  pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação
  Diaconal e estava  exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na
  área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade,
  fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os
  primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e
  iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo.  Lembro-me de
  uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides
  esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os
  primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes. 
Isso acontece porque
  olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos
  grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria,
  sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios
  anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho
  de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde
  respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto
  pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É
  inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que
  consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida
  civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a
  alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria
  um bom profissional. 
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos
  carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual
  não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós
  uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em
  uma linguagem bem popular, nãop se trata aqui de “Trocar seis por meia
  dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde
  estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos
  “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo,
  pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a
  Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira
  perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus. 
Os que se realizam, ou pensam
  se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus
  Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o
  máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super
  melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão
  construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias
  que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está
  por vir. 
2. No seguimento de
  Cristo tudo adquire sentido 
“... nós deixamos tudo e te
  seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós
  deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos
  tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna. 
A resposta de Jesus vai noutra
  direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que
  no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A
  “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no
  Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa
  peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em
  Cristo. 
A vida eterna não é
  conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo
  (cf. Mc 10,21). 
ORAÇÃOPai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar
  outra recompensa além de saber-me amado por ti.
 
3. A RECOMPENSA PROMETIDA 
Os discípulos não se
  contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da
  recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham
  razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar
  as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à
  disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio
  reservado para si. 
Jesus não descarta a
  questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida,
  receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta
  resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e,
  sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O
  Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros,
  formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais,
  filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível
  à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura
  exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na
  insegurança.  
A recompensa terrena
  prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo,
  neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem
  definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna. 
OraçãoSenhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o
  cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.
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Liturgia da
  Quarta-Feira  
VIII SEMANA DO TEMPO COMUM(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
  entrada: O Senhor se tornou
  o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s). 
Leitura
  (Eclesiástico 36,1-2.5-6.13-19)Leitura do livro do Eclesiástico.
 
36 1 Tende
  piedade de nós, ó Deus de todas as coisas, olhai para nós, e fazei-nos ver a
  luz de vossa misericórdia!2 Espargi o vosso terror sobre as nações que não vos procuram, para que
  saibam que não há outro Deus senão vós, e publiquem as vossas
  maravilhas!
 5 para que reconheçam, como também nós reconhecemos, que não há outro
  Deus fora de vós, Senhor!
 6 Renovai vossos prodígios, fazei milagres inéditos,
 13 Reuni todas as tribos de Jacó, para que saibam que não há outro Deus
  senão vós, e publiquem vossas maravilhas! Tomai-as como herança, assim como
  eram no começo.
 14 Tende piedade de vosso povo, que é chamado pelo vosso nome, e de
  Israel, que tratastes como vosso filho primogênito.
 15 Tende piedade da cidade que santificastes, de Jerusalém, cidade do
  vosso repouso.
 16 Enchei Sião com vossas palavras inefáveis, e o vosso povo com a vossa
  glória.
 17 Dai testemunho em favor daqueles que são vossas criaturas desde a
  origem. Tornai verdadeiros os oráculos que proferiam os antigos profetas em
  vosso nome.
 18 Recompensai aqueles que vos esperam pacientemente, a fim de que
  vossos profetas sejam achados fiéis. Ouvi as orações de vossos servos.
 19 Segundo as bênçãos dadas a vosso povo por Aarão, conduzi-nos pelo
  caminho da justiça, para que todos os habitantes da terra saibam que vós sois
  o Deus que contempla os séculos.
 
Salmo responsorial
  78/79 
Tende compaixão e
  olhai por nós, Senhor.
 Não lembreis as nossas culpas do passado,
 mas venha logo sobre nós vossa bondade,
 pois estamos humilhados em extremo.
 
 Ajudai-nos, nosso Deus e salvador!
 Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
 Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
 
 Até vós chegue o gemido dos cativos:
 libertai com vosso braço poderoso
 os que foram condenados a morrer!
 
 Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo,
 celebraremos vosso nome para sempre,
 de geração em geração vos louvaremos.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por
  muitos (Mc 10,45).
 
Evangelho (Marcos 10,32-45)
 
Naquele
  tempo, 10 32 estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia adiante
  deles. Estavam perturbados e o seguiam com medo. E tomando novamente a si os
  Doze, começou a predizer-lhes as coisas que lhe haviam de acontecer:COMENTÁRIOS DO EVANGELHO33 "Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue
  aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e
  entregá-lo-ão aos gentios.
 34 Escarnecerão dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas
  ao terceiro dia ele ressurgirá.
 35 Aproximaram-se de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e
  disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te
  pedirmos."
 36 "Que quereis que vos faça?"
 37 "Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e
  outro à tua esquerda."
 38 "Não sabeis o que pedis, retorquiu Jesus. Podeis vós beber o
  cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser
  batizado?"
 39 "Podemos", asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós
  bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu
  devo ser batizado.
 40 Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto
  não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado."
 41 Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e
  João.
 42 Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são
  considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes
  exercem poder sobre elas.
 43 Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande
  entre vós, seja o vosso servo;
 44 e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de
  todos.
 45 Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e
  dar a sua vida em redenção por muitos."
 
 
1. "Ciúmes e
  concorrência pelo poder afetam os Discípulos de ontem e de hoje" 
Recorramos ao Discípulo
  anônimo, que se dispõe a dialogar conosco, sobre essa narrativa de São Marcos 
______ Olha Discípulo, não
  nos leve a mal, mas nós aqui, cristãos do ano de 2012 lemos essa narrativa e
  ficamos indignados, pois isso não é a conduta de um discípulo, concorda?Discípulo _____ Bom, nesse negócio de ter ciúmes, brigar por cargos e
  disputar para ver quem é mais poderoso ou importante na comunidade, não dá
  para vocês falarem muito do nós...
 
_____ Desculpe Discípulo,
  se a gente pegou pesado, mas é que vocês formam a comunidade dos santos, onde
  se viu aqueles dois, o Tiago e João querer determinar a Jesus como queriam
  ser atendidos!Discípulo____ E vocês aí, que brigam entre pastorais e movimentos, disputam
  cargos de coordenação, concorrem para ver quem fica mais perto do padre ou do
  Diácono, para influenciá-los a seu favor, a gente fica olhando aqui do
  "Céu" e também ficamos indignados!
 
____Mas discípulo, tudo
  bem, ninguém é perfeito, aqui em nosso tempo somos influenciados pela
  sociedade, que é regida pelo egoísmo, pela concorrência e disputa, pela
  correria atrás de grandezas, e até a politicagem dos medíocres infesta as
  comunidades...Discípulo____ Pois é, com o nosso grupo e nas primeiras comunidades, isso
  também aconteceu, e aí entre vocês também acontece. Tem leigos antigos que
  brigam até pelo seu lugar no banco da igreja. Quer mais? Até no Clero estão
  brigando por causa do poder!
 
____Oh Discípulo, vai com
  calma, você está falando da nossa querida Igreja, nossos amados pastores,
  padres, sacerdotes, diáconos, Bispos e Leigos. Se você está nervoso a gente
  para por aqui com a reflexão...Discípulo (sorrindo) ____Claro que não meu amado, não estou nervoso... Só
  quero que você entenda que somos uma Igreja Santa, mas também pecadora, nós
  aqui já estamos na Igreja Celestial, não precisamos mais de prestígio,
  badalação, status, cargos e poderes, sucesso e marketing pessoal, mas vocês
  enfrentam isso dentro da igreja e não adiante querer tapar o sol com a
  peneira...
 
____Escuta Discípulo, será
  que Deus não poderia fazer alguma coisa nesse sentido? Manifestar a sua
  glória e seu poder mostrando de uma vez por todas, que o Dono da Igreja é
  Jesus Cristo, daí todo mundo punha o rabo entre as pernas e cada um ficava no
  seu canto, sem querer, nos trabalhos pastorais, ser o "Rei da Cocada
  Preta".Discípulo____ Ah meu amado, e todos os domingos, vocês aí fazem o que? Vão à
  comunidade jogar Bingo?
 
______Claro que não, a
  gente vai à missa aos domingos celebrar a Eucaristia, Paixão, Morte e
  Ressurreição de Jesus, a gente está afiado nesses conceitos doutrinários...Discípulo_____ Pois é, de Cristianismo vocês sabem até demais. Celebram a Eucaristia,
  mas não a vivem entre vocês. Olha, para ficar mais fácil vou resumir o que o
  Mestre nos ensinou naquele dia meio conturbado para o grupo...
 
_____É isso que a gente
  quer, querido Discípulo, a reflexão está se alongando e você não falou o que
  nos interessa de verdade... Vamos lá, diz aí querido irmão.Discípulo____ Jesus quer que olhem para Ele e façam uma doação total de suas
  vidas, nos trabalhos pastorais e ministérios, com disposição de beber, quando
  necessário, o cálice amargo, como Jesus bebeu. Segundo, Não se deixem
  influenciar pela busca de poder, que marca a História de vocês na política,
  na economia e nas relações de um modo geral. Terceiro, que em vossas orações
  não queiram manipular a Deus pedindo favores nesse sentido, como fizeram meus
  irmãos Tiago e João que não sabiam o que estavam pedindo. E por último meu
  caro, sejam Servos e Servas de Deus servindo a todos com os carismas que Deus
  lhes concedeu, essa é a prática essencial da vida em comunidade. Como
  você falou, o Dono da Igreja é Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, e ele se
  fez escravo de todos, lavando nossos pés e morrendo na cruz por nós. Alguma
  dúvida?
 
_____Nenhuma, amado
  Discípulo, vamos começar agora mesmo a fazer alongamento, para podermos nos
  abaixar melhor e servir aos irmãos e irmãs, com alegria e humildade, sem
  querer ser importante naquilo que fazemos.Discípulo ___E por que o alongamento?
 
_____Para flexibilizar o
  nosso coração que está duro e travado de orgulho, vaidade e egoísmo. Viver a
  Eucaristia é viver no amor que é serviço. Agora entendi, na comunidade a
  única disputa que deve haver, é QUEM SERVE MAIS E MELHOR,OS IRMÃOS E IRMÃS... 
2. O medo é falta
  de fé 
Jesus caminha subindo pra
  Jerusalém, para a sua morte, sua entrega definitiva; caminha decididamente.
  Os discípulos, por sua vez, iam com medo (v. 32). O medo é falta de fé. 
Trata-se do terceiro
  anuncio da paixão, morte e ressurreição. Cada um dos anúncios provoca uma
  reação dos discípulos, fruto de sua incompreensão. Aqui são os filhos de
  Zebedeu, Tiago e João. Querem garantir seu lugar, não qualquer lugar, mas
  posto de privilégio “na glória”. 
Pelos lugares postulados, à
  direita e à esquerda, querem ainda participar do julgamento de todo o mundo.
  Ora, o caminho do discípulo é o caminho do Mestre – pois o “discípulo não é
  maior que o Mestre, basta ser como o Mestre” (Mt 10,24-25). É preciso
  participação efetiva e afetiva na paixão-morte de Jesus: “Podeis beber o
  cálice que eu vou beber? Ou ser batizado com o batismo com o qual eu serei
  batizado?” (v. 38). Essa é a decisão que importa: “Podemos” (v. 39). 
É Deus quem dá a
  recompensa. Aos discípulos compete a tarefa de construírem uma comunidade de
  serviço gratuito e generoso, à imitação de Jesus, que “não veio para ser
  servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (v. 45). 
ORAÇÃOPai, a exemplo de Jesus, transforma-me em servidor de meus semelhantes, e não
  me deixes ter medo de colocar minha vida a serviço de quem precisa de mim.
 
3. O PEDIDO
  INCONSIDERADO 
Quanto mais os discípulos
  se aproximavam de Jerusalém, onde Jesus haveria de morrer e ressuscitar,
  tanto mais nutriam esperanças equivocadas a seu respeito. Uma falsa
  expectativa consistia em
   identificar Jesus com o Messias davídico, que estava para
  realizar a esperança popular de restauração do reino de Israel. Não lhes
  parecia haver mal algum em garantir logo os primeiros lugares na corte do
  futuro rei.  
Jesus questionou esta
  mentalidade mundana descrevendo o Messias como servo e não como senhor,
  deslocando o eixo de sua ação da autoridade para o serviço. Os grandes do
  mundo fazem questão de impor-se sobre os demais e serem tratados como
  senhores. Eles se comportam como se fossem proprietários das pessoas,
  exigindo-lhes submissão. No contexto do Reino, as coisas se passam de forma
  muito diversa, revertendo os esquemas do mundo. Nele, a grandeza consiste em
  fazer-se servidor de todos e o ocupante do primeiro lugar será quem se
  predispuser a ser submisso a todos. Por conseguinte, quem é grande no Reino
  não coisifica seu semelhante. Ele vê no outro um irmão a quem é chamado a
  servir, com disponibilidade e generosidade. 
A vida de Jesus, o Filho do
  Homem, ilustra seu ensinamento. Toda ela se definiu como serviço à
  humanidade, para resgatá-la do pecado. Ele não veio para ser servido. 
OraçãoSenhor Jesus, livra-me da ambição humana de grandezas e faz de mim um
  servidor de todos.
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Liturgia da
  Quinta-Feira  
CORPO E SANGUE DE CRISTO (BRANCO, GLÓRIA,
  SEQÜÊNCIA FACULTATIVA, CREIO,
 PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
Antífona da
  entrada: O Senhor alimentou
  seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou (S 80,17). 
Primeira Leitura
  (Gênesis 14,19-20)Leitura do livro do Gênesis.
 
14 18 Melquisedeque,
  rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho,19 e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo,
  que criou o céu e terra!
 20 Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas
  mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
 
Salmo responsorial
  109/110 
Tu és sacerdote
  eternamente,segundo a ordem do rei Melquisedeque!
 
 Palavra do Senhor ao meu Senhor:
 “Assenta-te ao lado meu direito
 até que eu ponha os inimigos teus
 como escabelo por debaixo de teus pés!”
 
 O Senhor estenderá desde Sião
 vosso cetro de poder, pois ele diz:
 “Domina com vigor teus inimigos”.
 
 “Tu és príncipe desde o dia em que nasceste;
 na glória e esplendor da santidade,
 como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”
 
 Jurou o Senhor e manterá sua palavra:
 “Tu és sacerdote eternamente,
 segundo a ordem do rei Melquisedeque!”
 
Segunda Leitura (1
  Coríntios 11,23-26)Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
 
23 Eu recebi do Senhor
  o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
  pão24 e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo,
  que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
 25 Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo:
  Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes,
  fazei-o em memória de mim.
 26 Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice
  lembrais a morte do Senhor, até que venha.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de
  viver! (Jo 6,51)
 
EVANGELHO (Lucas 9,11-17)
 
9 11 Logo que a
  multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de
  Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.12 Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: “Despede as
  turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento
  e hospedagem”, porque aqui estamos num lugar deserto.
 13 Jesus replicou-lhes: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Retrucaram eles:
  “Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos
  e compremos mantimentos para todo este povo”.
 14 (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos:
  Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
 15 Assim o fizeram e todos se assentaram.
 16 Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos
  ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os
  servissem ao povo.
 17 E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze
  cestos de pedaços.
 
COMENTÁRIOS DO
  EVANGELHO 
1. CORPUS CHRISTI -
  O ALIMENTO NOVO 
Há certas comidas
  especiais, que não se tem todo dia, que só em falar nos dá água na boca,
  Jesus é um Alimento Celestial, que só em ouvir falar dele, o coração já fica
  saciado. Com essa comparação fica mais fácil compreender a ordem de Jesus
  dada aos discípulos nesse Evangelho “Dai-lhes vós mesmos de comer”. É missão
  da nossa Mãe Igreja alimentar a tantos famintos de Deus! 
O problema é que a nossa
  lógica é igual a dos discípulos de Jesus “O que temos é pouco...”.
  Constatamos a necessidades das pessoas, mas não queremos nos comprometer com
  elas, achamos sempre melhor dispensá-las, para que comprem o alimento em
  outros lugares. Não nos damos conta de que nós temos, em quantidade e
  qualidade suficiente, e o melhor da história, é de graça e não comprado. 
Em muitas ocasiões achamos
  que a nossa comunidade é um deserto e que não temos nada a oferecer. Deserto
  de amor, de esperança e de Fé. Não confiamos no próprio taco. E achamos que
  temos pouco, porque seguimos a ideologia do consumismo onde só é feliz quem
  tem muito. “Eu tenho pouco a dar e na comunidade muito pouco posso fazer...
  Há pessoas na comunidade que têm muito, sabem muito e podem dar muito mais”.
  São as velhas desculpas que justificam tantas omissões diante de tantas
  necessidades. Parece que a missão de alimentar os irmãos e irmãs é só dos
  Ungidos e escolhidos por Deus. 
Jesus desmonta essa
  mentalidade, de que na comunidade a capacidade e a missão de alimentar, é
  monopólio de alguns “Figurões”, astros e estrelas. Todos tem algo a dar, por
  isso a frase provocante “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Na verdade Jesus
  apenas pediu uma ajuda aos discípulos, era como se ele lhes dissesse “Olha,
  vou fazer um ótimo milagre, mas preciso da ajuda de vocês todos”. 
Os discípulos tornam-se
  assim os organizadores das comunidades “Mandai-os sentar divididos em grupos
  de cinquenta”. Então Jesus tomou  os cinco pães e dois peixes, ergueu os
  olhos ao céu, abençoo-os, partiu e deu-os a seus discípulos para que
  servissem ao povo. Jesus prepara o alimento de melhor qualidade, na quantia
  suficiente para saciar a fome da multidão. Nós apenas servimos... Estamos a
  serviço... Somos os Garçons e não o Dono do Buffet. Não fazemos nenhum
  milagre, só ajudamos na distribuição. O alimento é Ele próprio. É saboroso e
  delicioso, enche-nos o coração só em falar dele. 
Corpus Christi ostenta na
  Vitrine luxuosa e bela do Ostensório, esse Alimento salutar, celestial, que
  os homens todos precisam, é um alimento essencial para quem está com fome de
  Amor, Esperança e Fé. Nós cristãos, cheios de alegria e orgulho o
  apresentamos ao mundo nessa Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. Mas é bom
  lembrar que estamos atrás do balcão e com o nosso testemunho e anúncio da
  Palavra, podemos e devemos servir Jesus a todos esses famintos de Vida,
  Justiça e Igualdade. 
As Vitrines ilusórias e
  enganadoras  da Pós Modernidade, ostentam alimentos deteriorados, que
  nos levam á morte e a ruína total. O Pão que é Cristo, e de quem nós somos
  servidores, alimenta de verdade e dá a Vida Eterna mediante a Fé. Quanto a
  qualidade e a origem  desse alimento, a entoação do Sacerdote durante a
  solene Bênção do Santíssimo não  deixa a menor dúvida “EIS O PÃO DESCIDO
  DO CÉU! QUE CONTÉM TODO SABOR !”. 
2. Festa do
  Corpo e Sangue de Cristo 
A festa de “Corpus Christi”
  é festa de ação de graças, pois a vida entregue do Senhor, seu corpo e
  sangue, é nosso verdadeiro alimento e sustento. É, igualmente, festa da
  unidade da Igreja, corpo de Cristo (1Cor 12,12-31), sacramento do Senhor,
  neste mundo. 
O relato da multiplicação
  dos pães é precedido da acolhida da multidão por Jesus, seu ensinamento sobre
  o Reino de Deus e gestos que acompanham e autenticam sua palavra. 
O diálogo dos discípulos
  com Jesus, que querem despedir a multidão, possibilita compreender qual é o
  verdadeiro alimento do povo de Deus, qual o verdadeiro sustento do povo que o
  Senhor reúne. É preciso uma mudança profunda de mentalidade, pois este
  alimento não se compra. O verdadeiro alimento do povo que o Cristo reúne é
  espiritual, “o pão descido do céu” (Jo 6,33), “o pão da vida” (Jo 6,34), a
  carne, a vida de Jesus entregue para a vida do mundo (Jo 6,51). É um alimento
  abundante e que sacia plenamente: “Todos comeram e se saciaram” (Lc 9,17). 
“A Eucaristia faz a
  Igreja e a Igreja faz a Eucaristia.” 
ORAÇÃOEspírito de solidariedade e partilha, faze-me sensível à lição eucarística da
  partilha, movendo-me a manifestar minha solidariedade efetiva com os pobres
  deste mundo.
 
3. ESTE É O MEU
  CORPO 
A Eucaristia, instituída
  por Jesus durante a celebração da Páscoa com seus discípulos, foi colocada como
  um marco na vida da comunidade, de forma a não deixar cair no esquecimento os
  eventos de sua vida, morte e ressurreição. O Páscoa cristã, mediante a
  Eucaristia, seria perenizada na contínua memória da vida de Jesus. Esta
  memória iria convocar os discípulos para a imitação do Mestre, visando
  conformar a vida atual da comunidade cristã com a vida de Jesus. 
O contexto pascal da ceia
  revestiu de simbolismo pascal os elementos da Eucaristia. O pão transformado
  em corpo de Cristo estaria, doravante, destinado a ser alimento da caminhada
  do novo povo de Deus, na sua longa marcha pelos desertos do mundo. O vinho
  transformado em sangue de Cristo sacramentalizaria a predileção e a proteção
  divinas de que era objeto a comunidade cristã, como acontecera com o antigo
  Israel. Os discípulos, reunidos em torno de Jesus, seriam a semente da
  humanidade nova, redimida pelo sangue do novo cordeiro. 
Eles estavam sendo
  convocados a ser, na história, um sinal de que Deus ama a humanidade e não
  cessa de manifestar, com gestos, este seu amor. O antigo líder, Moisés,
  estava sendo definitivamente substituído pelo Filho Jesus, na condução do
  verdadeiro Israel. A Eucaristia torna, pois, a vida da comunidade cristã um
  êxodo contínuo rumo à casa do Pai. 
OraçãoSenhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me sempre que pertenço ao povo
  redimido por ti e a caminho da casa do Pai.
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Liturgia da
  Sexta-Feira  
VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO
  DE MARIA – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da
  entrada: Vinde e escutai,
  todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim
  (Sl 65,16). 
Leitura (Sofonias
  3,14-18)Leitura do Livro de Sofonias
 
3 14 Solta gritos
  de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e
  rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém!15 O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu
  inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás
  mais a desgraça.
 16 Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: "Não temas, Sião! Não se
  enfraqueçam os teus braços!
 17 O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em
  transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de
  alegria a teu respeito
 18 como num dia de festa. Suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha
  que pesa sobre ti".
 
Salmo responsorial
  Is 12 
O santo de Israel é
  grande entre vós. 
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
 Com alegria bebereis do manancial da salvação.
 
 E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
 invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,
 entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
 
 Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,
 publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
 Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,
 porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 És feliz porque creste, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai
  cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)
 
EVANGELHO (Lucas 1,39-56)
 
1 39 Naqueles dias,
  Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.COMENTÁRIOS DO EVANGELHO40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
 41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no
  seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
 42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e
  bendito é o fruto do teu ventre.
 43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
 44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança
  estremeceu de alegria no meu seio.
 45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que
  da parte do Senhor te foram ditas!"
 46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
 47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
 48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me
  proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
 49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é
  Santo.
 50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o
  temem.
 51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos
  soberbos.
 52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
 53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os
  ricos.
 54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
 55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua
  posteridade, para sempre.
 56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para
  casa".
 
 
1. MARIA,
  NOSSA REFERÊNCIA! 
Lembro que na minha
  infância, vivida nos anos 60 na rua empoeirada da velha Vila Albertina em
  Votorantim, no auge da era Pelé, o nome do rei do futebol era invocado, tanto
  no campo de futebol como em qualquer esquina, pelos meninos que corriam atrás
  de uma bola e que traziam no coração o desejo e o sonho de ser bem sucedido
  na carreira futebolista, como o Sr. Edson Arantes do Nascimento. 
Olhando para alguém que é
  bem sucedido, que venceu e conseguiu ir além da média, o ser humano alimenta
  ou até faz nascer os ideais. Nos esportes, na arte, na cultura, na política,
  na ciência, todos os que venceram e chegaram ao cume, acabam confessando que
  alguém os inspirou. Pois na vida religiosa também é assim, sendo exatamente
  essa a razão porque temos em nossa igreja os santos e santas de Deus, não
  para serem adorados ou idolatrados, mas para serem uma indicação, uma
  referência, um sinal seguro a indicar o caminho. 
Claro que Maria de Nazaré,
  a mãe de Jesus é para nós a referência máxima, ela não é o fim, mas o meio,
  não é a meta, mas o caminho, pois nessa serva, que podemos chamar de nossa
  querida irmã, tudo aponta para o filho Jesus, nosso Senhor, salvador e
  redentor! Se em nossa história temos tantas referências humanas que nos
  ensinam a viver melhor e a ser mais feliz, quando se trata de buscar a
  verdadeira santidade que brota do coração de Deus e chega a nós em Jesus, a
  pessoa mais indicada para nos ensinar o caminho, é indiscutivelmente Maria de
  Nazaré! Não é ela que nos santifica nos redime ou nos salva, mas ela com
  sabedoria e ternura maternal, nos conduz ao seu Filho, o Salvador.Maria é,
  sem nenhuma sombra de dúvidas, a primeira mulher do povo da nova aliança, a
  professar a sua fé no Salvador, porque foi a primeira a aderir ao projeto de
  Deus, e se nós a chamamos e veneramos como mãe, é porque ela é de fato e de
  direito. Em Cristo renascemos, tivemos a vida nova, ao sermos destinados a
  eternidade, esta vida nova foi gerada no ventre de Maria, pois em Cristo ela
  gerou uma nova humanidade, não mais destinada ao fracasso como os filhos de
  Eva, mas a plenitude da salvação. 
É neste contexto que o
  evangelista João, anima e encoraja as suas comunidades falando-lhes do sinal
  que ele viu no céu, uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e
  uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. A mulher confronta-se com o dragão
  cor de fogo, que quer devorar-lhe o Filho, mas ela sai vitoriosa. Essa
  revelação deu ânimo novo às comunidades que estavam quase sucumbindo diante
  da perseguição romana, nos primeiros séculos da igreja! 
Os pequenos pobres e
  simples do tempo de Maria estavam também quase perdendo a esperança e, de
  repente, um encontro entre duas mulheres mudou totalmente o panorama. Não foi
  na corte palaciana, onde as celebridades em meio à riqueza e o poder tomam
  decisões importantes, mas em uma cidade da periferia, na região da Judéia,
  onde Maria entrou na casa de Isabel, que é também a primeira pessoa a
  manifestar a sua fé em Jesus, ao perceber a sua presença em Maria ao chamá-la
  de bendita! 
Ao cantar as obras de Deus
  no “Magnificat”, Maria atribui tudo a ele e ratifica a sua posição de serva,
  mas muito mais do que isso, o canto é um alegre anúncio a todos os pobres e
  pequenos, de que um tempo novo irá começar, onde o que vai valer realmente
  não é mais a lógica dos homens, mas sim a de Deus, que em Jesus inverte a
  ordem estabelecida, fazendo aliança com gente simples do povo como Maria e
  Isabel, capaz de mudar a sorte de toda humanidade, os soberbos de coração
  foram dispersos e perderam a força, os poderosos perderam o seu lugar, agora
  são com os humildes que ele irá contar para fazer acontecer à obra da
  salvação, os que tinham fome de um Deus cheio de amor e misericórdia,
  saciaram-se plenamente em Jesus, mas os ricos, os que se julgavam salvos e
  justos diante de Deus, ficaram de mãos abanando. 
Israel, pequeno resto
  desprezado e humilhado pelas grandes nações, torna-se a “bola da vez” porque
  Deus faz valer a sua misericórdia e cumpre as promessas feitas aos
  antepassados, que os homens de coração duro, desacreditaram. Atravessamos o
  vale tenebroso desta vida, com tantos sinais de morte e aridez das
  discórdias, mas chegaremos na plenitude da salvação, porque nossa querida
  irmã e mãe Maria, já está lá, a nossa espera, para nos introduzir para sempre
  no templo de Deus! 
2. Maria mostra-se
  pronta para servir 
O relato da visita de Maria
  à prima Isabel é a conclusão dos relatos das duas anunciações (Lc
  1,5-25.26-38). Assim como a gravidez de Isabel é objeto de revelação a Maria,
  do mesmo modo a de Maria é objeto de revelação a Isabel. A revelação de
  Isabel vem do fato de a criança pular em seu ventre: “Quando Isabel ouviu a
  saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e ela ficou
  repleta do Espírito Santo” (v. 41). A Isabel, pela graça do Espírito Santo, é
  dado conhecer não somente que Maria está grávida, mas que o menino é o
  Messias: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (v. 43).
  Pulando de alegria no ventre de Isabel, João começa a realizar sua missão de
  precursor. 
A cada uma das mães Lucas
  atribui um cântico. A Isabel, o do v. 42: “Bendita és tu entre as mulheres e
  bendito o fruto do teu ventre”. A Maria, o Magnificat (vv. 46-55), um hino de
  louvor a Deus, composto com um mosaico de referências bíblicas. 
ORAÇÃOPai, conduze-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se
  consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a
  comunhão plena contigo.
 
3. O SENHOR FEZ
  GRANDES COISAS 
A fé eclesial, contemplando
  Maria a partir do Mistério Pascal de Jesus, professa que ela, no término de sua
  caminha terrestre, foi elevada ao céu. A Igreja fala em assunção, ou seja,
  Maria foi assumida por Deus e colocada na glória celeste. Trata-se da ação de
  Deus fazendo grandes coisas na vida da mãe do Salvador. Não uma ação isolada,
  e sim, o ápice de uma sucessão de graças na vida de quem foi cheia de graça. 
A assunção de Maria brotou
  da Ressurreição de Jesus. É como se Maria tivesse seguido o caminho novo de
  acesso ao Pai, aberto pelo Filho Jesus. Deus, de certo modo, antecipou em
  Maria o que haveria de ser o destino de toda a humanidade. A Ressurreição de
  Jesus foi penhor de ressurreição para todo ser humano. Em Maria, isto já se
  fez realidade.  
A assunção situa-se no
  contexto da fé de Maria. Ela havia proclamado que Deus exalta os humildes e
  destrói a segurança dos soberbos. Sua vida caracterizou-se pela humildade e
  pelo espírito de serviço. Ela se sabia serva humilde do Senhor, transcorrendo
  sua vida no escondimento. A condição de mãe do Messias não a tornou orgulhosa
  e cheia de si. A Maria exaltada na assunção foi a mulher humilde e servidora.
  Deus levou para junto de si a mulher cuja vida transcorrera em total comunhão
  com ele. A assunção, por conseguinte, consistiu na radicalização de uma
  experiência constante na vida de Maria. 
OraçãoSenhor Jesus, que a contemplação da assunção de tua mãe santíssima me inspire
  a viver em comunhão com Deus, servindo-o como servo humilde.
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Liturgia do Sábado  
SÃO JUSTINO – FILÓSOFO E MARTIR(VERMELHO,
  PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES - OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Os pagãos me contaram suas fábulas, mas nada
  valem perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me
  envergonhar, aleluia! (Sl 118,85.46) 
Leitura
  (Eclesiástico 51,17-27)Leitura do livro do Eclesiástico.
 
51 17 Eis por que
  eu vos glorificarei e cantarei vossos louvores e bendirei o nome do
  Senhor.Exortação a busca da sabedoria
 18 Quando eu era ainda jovem, antes de ter viajado, busquei abertamente
  a sabedoria na oração:
 19 pedi-a a Deus no templo, e buscá-la-ei até o fim de minha vida. Ela
  floresceu como uma videira precoce
 20 e meu coração alegrou-se nela. Meus pés andaram por caminho reto:
  desde a minha juventude tenho procurado encontrá-la.
 21 Apliquei um pouco o meu ouvido e logo a recolhi.
 22 Encontrei em mim mesmo muita sabedoria, e nela fiz grande
  progresso.
 23 Tributarei glória àquele que ma deu,
 24 pois resolvi pô-la em prática; fui zeloso no bem e não serei
  confundido.
 25 Lutou minha alma para atingi-la, robusteci-me, pondo-a em
  prática.
 26 Levantei minhas mãos para o alto, e deplorei o erro do meu
  espírito.
 27 Conduzi minha alma para ela, e encontrei-a, ao procurar conhecê-la.
 
Salmo responsorial
  18/19B 
Os ensinos do
  Senhor são sempre retos, alegria ao coração.
 A lei do Senhor Deus é perfeita,
 conforto para a alma!
 O testemunho do Senhor é fiel,
 sabedoria dos humildes.
 
 Os preceitos do Senhor são precisos,
 alegria ao coração.
 O mandamento do Senhor é brilhante,
 para os olhos é uma luz.
 
 É puro o temor do Senhor,
 imutável para sempre.
 Os julgamentos do Senhor são corretos
 e justos igualmente.
 
 Mais desejáveis do que o ouro são eles,
 do que o ouro refinado.
 Suas palavras são mais doces que o mel,
 que o mel que sai dos favos.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 A palavra de Cristo ricamente habite em vós, dando graças, por ele, a
  Deus Pai! (Cl 3,16s).
 
Evangelho (Marcos 11,27-33)
 
11 27 Jesus e seus
  discípulos voltaram outra vez a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo,
  acercaram-se dele os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os
  anciãos,COMENTÁRIOS DO EVANGELHO28 e perguntaram-lhe: "Com que direito fazes isto? Quem te deu
  autoridade para fazer essas coisas?"
 29 Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta;
  respondei-ma, e dir-vos-ei com que direito faço essas coisas.
 30 O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me."
 31 E discorriam lá consigo: "Se dissermos: Do céu, ele dirá: Por
  que razão, pois, não crestes nele?
 32 Se, ao contrário, dissermos: Dos homens, tememos o povo." Com
  efeito, tinham medo do povo, porque todos julgavam ser João deveras um profeta.
 33 Responderam a Jesus: "Não o sabemos." "E eu tampouco
  vos direi, disse Jesus, com que direito faço estas coisas."
 
 
1. A Sabedoria Humana rejeita a Sabedoria do Alto... 
Autoridade e Direito, eis
  aí duas palavrinhas perigosas, que quando mal empregadas e interpretadas,
  destroem ao em vez de edificar. Autoridade e direito não pode ser confundido
  com Autoritarismo, que leva a prática de um poder centralizador. Temos de um
  lado Jesus Cristo, Filho de Deus, revestido de todo poder e glória, mas que
  se rebaixou á nossa natureza humana, sem entretanto deixar de ser Deus. 
E de outro os príncipes dos
  sacerdotes, escribas e anciãos, defensores ferrenhos da tradição do antigo
  Israel, e que, por isso mesmo, falando em nome dessa tradição se tornaram
  autoritaristas com pleno direito sobre a vida do povo, por conhecerem a Lei e
  os Profetas (Torá), a última palavra eram sempre deles, todas as ações
  concernentes a prática religiosa, tinham de ter o aval desse grupo, tidos
  como sábios, guardiães da tradição e da lei, e que aproveitando-se desse
  status, impunham o seu domínio sobre o povo e não havia quem os afrontasse,
  isso é, que ousasse dizerem algo que contrariasse os seus ensinamentos. Até
  que surgiu Jesus de Nazaré, profeta ousado e corajoso, cuja sabedoria
  superava todas as demais, merecendo a atenção e a admiração do povo... 
O que fazer quando alguém
  subestima nosso conhecimento e autoridade nos trabalhos pastorais? A
  estratégia utilizada pelos que exerciam o poder na comunidade de Israel era o
  questionamento. "Com que direito fazes isso? Quem te deu autoridade para
  fazer essas coisas?" 
O direito emana do Poder, e
  quem tinha o Poder nas mãos eram eles, os Doutores da Lei, Escribas e
  Príncipes dos Sacerdotes. Em nossas comunidades o questionamento vai também
  nessa linha "Escuta, o Padre está sabendo disso?" ou "Você
  falou com o cooperador?" e ainda "O Coordenador autorizou?".
  Sem o crivo desses nada se pode fazer ou criar, e nem dar opinião. Quando se
  faz tal questionamento, é porque a Autoridade virou autoritarismo e aplica-se
  aquele ditado "Manda quem pode, obedece quem têm juízo..." 
Jesus desmascara essa
  Sabedoria Humana, que quer manipular a Deus, e impor as coisas da terra, como
  superiores as do Céu. 
E Jesus mostra como o
  sistema é frágil, quando indaga sobre o Batismo de João Batista, como se
  perguntasse aos "Donos e Mandatários da Religião", "Quem de
  vocês autorizou João Batista a pregar e batizar no deserto?". Os
  Sabichões percebem que, na armadilha que armaram para Jesus, iriam cair eles
  próprios, se respondessem que o poder e autoridade de João vinha do Céu,
  estariam legitimando o Messianismo de Jesus, se respondessem que era da
  Terra, arrumariam encrencas com o povo, que ouvia, respeitava e admirava João
  Batista porque viam nele o Profeta enviado de Deus. 
E pela primeira vez, os
  "Donos absolutos da verdade" tiveram que admitir que "Não
  Sabiam", mas fizeram isso diante do Mestre de todos os mestres, Jesus de
  Nazaré, nosso Deus e Senhor, diante do qual toda a sabedoria humana, mesmo a
  mais brilhante, é menos que um grão de areia da praia. 
2. Origem da
  autoridade pela qual Jesus ensina e age 
O grupo dos adversários de
  Jesus é de peso: sumos sacerdotes, escribas e anciãos (cf. v. 27). As
  controvérsias, como podemos observar, não se reduzem ao início do evangelho
  segundo Marcos (2,1–3,6). Às portas da paixão, a oposição a Jesus se
  intensifica e vai delineando a razão da condenação à morte. 
A questão apresentada pelo
  grupo é acerca da origem da autoridade pela qual Jesus ensina e age (cf. v.
  28). Qualquer resposta dada não seria suficiente, pois já haviam decidido
  fazer Jesus perecer (cf. 3,6). Corrobora com isso o fato de eles não
  responderem à questão posta por Jesus (cf. vv. 29-33). 
Jesus, então, se recusa a
  responder à questão posta (cf. v. 33). Sem o acolhimento na fé, não é
  possível reconhecer que a origem da autoridade de Jesus é divina. A
  “esclerocardia” impede reconhecer que a autoridade de Jesus está na sua
  coerência interna; a sua autoridade é aquela própria do Espírito Santo que o
  revestiu para a sua missão, e que ele comunica em tudo o que faz e ensina. 
ORAÇÃOPai, faze-me esperto no trato com os inimigos do Reino, de modo a não ser
  vítima de suas ciladas e de suas intenções perversas.
 
3. A AUTORIDADE DE JESUS 
Os ensinamentos de Jesus
  deixavam perplexos certos tipos de ouvintes, especialmente, os mestres da Lei
  e os detentores da autoridade religiosa. Jesus não se identificava com
  nenhuma das correntes religiosas da época e mantinha sua autonomia em relação
  às tendências em voga. Por
  outro lado, seu saber não tinha sido adquirido junto a nenhum mestre famoso.
  E de onde provinha sua capacidade de realizar gestos prodigiosos? A ausência
  destes referenciais gerava suspeitas sobre as credenciais de Jesus para o
  exercício de suas atividades de pregador e taumaturgo. 
Jesus esquivou-se de
  responder a seus críticos, quando foi confrontado com a questão da autoridade
  com que realizava gestos prodigiosos. Ele tinha consciência de estar agindo
  com a autoridade concedida pelo Pai. Ou seja, a fonte de suas palavras e
  ações era o Pai. Esse havia confiado ao filho proclamar o Reino de Deus e
  realizar as obras sinalizadoras de sua presença. O Pai garantia, portanto, a
  ação do Filho. 
Os mestres da Lei e os
  anciãos não conheciam outros caminhos para obter competência para o
  ministério senão os convencionais. E teriam ridicularizado Jesus se este
  invocasse o Pai como fundamento de sua ação. Por isso, Jesus não lhes
  responde. Quem está sintonizado com Jesus, sabe muito bem com que autoridade
  ele exerce seu ministério. 
OraçãoSenhor Jesus, que eu saiba descobrir, na raiz de tuas palavras e ações, a
  autoridade conferida a ti pelo Pai.
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Liturgia do Domingo 02.06.2013 
  9º Domingo do Tempo Comum — ANO C(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
 __ "A fé não conhece fronteiras." __
 
Ambientação: 
Sejam bem-vindos
  amados irmãos e irmãs! 
INTRODUÇÃO DO
  FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Estamos celebrando o Ano da Fé. A fé é o elemento comum
  que une a comunidade celebrante. Por isso, ela desconhece fronteiras, fazendo
  de muitos povos e raças um só povo sacerdotal. Na fé comum celebramos a morte
  e ressurreição de Jesus, Evangelho único pelo qual devemos empenhar todas as
  forças e energias. Queremos trazer para nossa celebração todos os que não
  crêem ou professam uma fé diferente da nossa, educando-nos, desta forma, ao
  respeito pela opção religiosa dos outros. Como o oficial romano, também nós
  proclamamos que não somos dignos de receber o Senhor em nossa casa, mas ao
  mesmo tempo confiamos no poder de sua Palavra salvadora. 
INTRODUÇÃO DO
  FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Nesta Eucaristia, peçamos ao Senhor que aumente nossa
  fé e nos possibilite crer como aquele oficial romano cuja fé foi digna de
  nota, segundo observou Jesus: "Eu vos declaro que nem mesmo em Israel
  encontrei tamanha fé" (Jo 7,9). Nesta semana celebramos a Solenidade do
  Sagrado Coração de Jesus; coração, que vazado pela lança do soldado, deixou
  correr sangue e água, símbolos dos sacramentos da Igreja. Participemos, pois,
  na próxima sexta-feira, das Missas em nossas paróquias e comunidades.
  Conscientes de que, sendo também o Dia de Oração pela Santificação do Clero,
  peçamos a Deus que chame para o serviço ministerial da Igreja sacerdotes
  segundo o Coração de Jesus. 
INTRODUÇÃO DO
  WEBMASTER: A
  compreensão do ministério de Jesus é progressiva e se dá por obra do Espírito
  dentro da comunidade. É a vida concreta da comunidade, com seus problemas e
  seus conflitos, que dá ocasião a uma tomada de consciência cada vez mais
  clara da identidade de Jesus e da própria comunidade. Rogamos a Deus que nos
  permita levar uma vida cristã tão cheia de fé que um dia Jesus possa também
  dizer para nós: "Não encontrei tamanha fé em Israel!" 
Sintamos em nossos
  corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor! 
IX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Antífona da
  entrada: Olhai para mim,
  Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz. Vede minha miséria e
  minha dor e perdoai todos os meus pecados! (Sl 24,16.18). 
Comentário das
  Leituras: A cura
  do criado do centurião romano, que pede a Jesus por ele, verifica o desejo
  que expressou o rei Salomão ao dedicar ao Senhor o templo que lhe construiu em Jerusalém. Em
  ambos os casos a premissa que consegue o favor divino é a fé suplicante, fé
  que, para o cristão, tem sua fonte de origem no Evangelho autêntico de Jesus.
  Jesus Cristo nos arranca da morte e nos coloca no eixo da vida. 
Primeira Leitura (1
  Reis 8,41-43)Leitura do primeiro livro dos Reis.
 
Naqueles dias, Salomão
  rezou no templo, dizendo: 8 41 Quanto ao estrangeiro, que não
  pertence ao vosso povo de Israel, quando vier de uma terra longínqua por
  causa de vosso nome, 42 porque se ouvirá falar da grandeza de vosso
  nome, da força de vossa mão e do poder de vosso braço, - quando vier orar
  neste templo,43 ouvi-o do alto dos céus, do alto de vossa morada, ouvi-o e fazei tudo
  o que esse estrangeiro vos pedir. Então todos os povos da terra conhecerão o
  vosso nome, vos temerão como o vosso povo de Israel, e saberão que o vosso
  nome é invocado sobre esta casa que edifiquei”.
 
Salmo responsorial
  116/117 
Ide, vós, por este
  mundo aforaE proclamai o evangelho a todos!
 
 Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
 povos todos, festejai-o!
 
 Pois comprovado é seu amor para conosco,
 para sempre ele é fiel.
 
Segunda Leitura
  (Gálatas 1,1-2.6-10)Início da carta de são Paulo aos Gálatas.
 
1 1 Paulo
  apóstolo - não da parte de homens, nem por meio de algum homem, mas por Jesus
  Cristo e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos 2 e todos os
  irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia. 6Estou admirado de que tão
  depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho
  diferente.7 De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a
  confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo.
 8 Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse
  um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.
 9 Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina
  diferente da que recebestes, seja ele excomungado!
 10 É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por
  acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos
  homens, não seria servo de Cristo.
 
Aclamação do
  EvangelhoAleluia, aleluia, aleluia.
 Deus o mundo tanto amou, que seu Filho entregou! Quem no Filho crê e
  confia, nele encontra eterna vida! (Jo 3,16)
 
EVANGELHO (Lucas
  7,1-10)
 
7 1 Tendo Jesus
  concluído todos os seus discursos ao povo que o escutava, entrou em
  Cafarnaum.2 Havia lá um centurião que tinha um servo a quem muito estimava e que
  estava à morte.
 3 Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus,
  rogando-lhe que o viesse curar.
 4 Aproximando-se eles de Jesus, rogavam-lhe encarecidamente: “Ele bem
  merece que lhe faças este favor,
 5 pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma
  sinagoga”.
 6 Jesus então foi com eles. E já não estava longe da casa, quando o
  centurião lhe mandou dizer por amigos seus: “Senhor, não te incomodes tanto
  assim, porque não sou digno de que entres em minha casa;
 7 por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma
  palavra e o meu servo será curado.
 8 Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e
  digo a um: ‘Vai ali!’ E ele vai; e a outro: ‘Vem cá!’ E ele vem; e ao meu
  servo: ‘Faze isto!’ E ele o faz.
 9 Ouvindo estas palavras, Jesus ficou admirado. E, voltando-se para o
  povo que o ia seguindo, disse: “Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel
  encontrei tamanha fé”.
 10 Voltando para a casa do centurião os que haviam sido enviados,
  encontraram o servo curado.
 
LEITURAS
  DA SEMANA DE 03 a
  09 de junho de 2013:COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2ª Gn 1, 1-19; Sl 103 (104); Mc 6,53-56
 3ª Gn 1,20-2,4a; Sl 8; Mc 7,1-13
 4ª Jl 2,12-18; Sl 50 (51); 2Cor 5,20-6,2; Mt 6,1-6.16-18
 5ª Dt 30,15-20; Sl 1; Lc 9,22-25
 6ª Is 58,1-9; Sl 50 (51); Mt 9,14-15
 Sa Is 58,9-14; Sl 85 (86); Lc 5, 27-32)
 10º DTC 1Rs 17,17-24; Sl 29 (30),2 e 4. 5-6. 11.12a.13b (R/. 2a4b); Gl
  1,11-19; Lc 7,11-17
 
 
1. Mais um exemplo
  que veio de fora...Novamente Lucas exalta o testemunho de Fé, de alguém que não pertencia á
  comunidade. Esse evangelista gosta de falar da Misericórdia de Deus, as
  histórias mais bonitas que mostram essa Verdade estão nesse evangelho. Lucas
  não tem uma visão exclusivista da Salvação, mas sempre acentua a
  universalidade salvívica: Deus quer salvar a todos, quem Crê e quem não crê,
  quem é da comunidade e quem não é. Os que vão se salvar, na visão de Lucas
  são aqueles que CRÊEM em
   Jesus Cristo como Deus, e o imitam como homem. É o que
  encontramos nesse Centurião Romano.
 
Era um homem poderoso que
  tinha cem guardas á sua inteira disposição, que é bem conceituado dentro da
  Instituição Imperial a qual pertence, mas que, apesar disso, percebe em Jesus
  algo que a instituição não oferece. Não é apenas alguém que crê, mas que
  também vive a sua Fé; tem sensibilidade para com um servo que está enfermo e
  manifesta simpatia pela comunidade judaica, tanto é que alguns anciãos vão á
  Jesus interceder por ele. 
E o mais bonito, sua oração
  tem sempre como pano de fundo a humildade "Senhor, eu não sou digno de
  que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e o meu servo será
  curado". Eis aí três virtudes essenciais para ser discípulo: Ter Fé em
  Jesus reconhecendo Nele o Deus e Senhor, imitá-lo quanto á sua misericórdia
  na relação com as pessoas, e ter consciência de que não merecemos a Salvação,
  pois ela é dom gratuito que o Pai do Céu nos oferece em Jesus Cristo. 
Por isso Jesus irá
  admirar-se de tamanha Fé e dirá aos discípulos, que nem em Israel encontrou
  uma Fé tão grandiosa, ao contrário, os que deveriam acolhê-lo o rejeitaram,
  justamente por não crerem. É confortador saber que não estamos sozinhos, e
  que fora da comunidade, há pessoas que também acreditam e vivem segundo essa
  Fé que é genuinamente transformadora. O Servo ficou curado... 
2. Fé e
  universalidade da salvação 
O tema deste nono domingo
  do tempo comum é a fé e a universalidade da salvação. 
O trecho do primeiro livro
  dos Reis é a resposta à questão posta imediatamente depois do exílio na
  Babilônia, quando do retorno dos deportados à terra de Israel. Os que voltam
  do exílio encontram na terra um “povo mesclado”. A pergunta é: que atitude
  adotar quanto aos estrangeiros que habitavam a terra? Pode-se admitir na
  sinagoga todos os que o desejam? Se algum estrangeiro se aproxima do Templo e
  busca o Deus de Israel, é porque reconhece a sua grandeza. Deus não
  rejeitaria a sua oração, pois ele acolhe a todos. Se Deus assim procede,
  convém não fechar as portas a quem quer que seja. 
O perícope de Lucas,
  situada na primeira parte do evangelho, em que a questão é a identidade de
  Jesus, vai para a mesma direção. A menção de Cafarnaum já é importante, pois,
  simbolicamente, esta cidade, às margens do Lago de Genesaré, abre a mensagem
  de Jesus aos pagãos, em face de Nazaré, cidade de Jesus (cf. 4,23). O centurião,
  chefe de cem soldados, é um pagão. A súplica do centurião a Jesus é por um
  servo seu, que ele estimava muito (v. 2). 
Para o centurião, o valor
  essencial parece ser a vida do seu servo (cf. v. 3). Estando a serviço do
  império romano, ele é considerado impuro. Mas ele mesmo não se diz impuro,
  pois isso é um conceito judaico-religioso; ele diz ser indigno: “Eu não sou
  digno de que entres sob o meu teto” (Lc 7, 6). Ele conhece as normas dos
  judeus quanto à pureza, por isso não vai pessoalmente ter com Jesus, mas
  envia anciãos judeus para intercederem por ele junto a Jesus. Dizer-se
  indigno é reconhecer a autoridade de Jesus. 
O Senhor acolhe a todos e
  toma a iniciativa de querer ir à casa do centurião. No entanto, o chefe pede
  que Jesus simplesmente dê uma ordem, pois é o poder da palavra que importa
  (cf. vv. 7-8). A fé do centurião causa uma profunda admiração em Jesus (v.
  9). A fé do pagão ultrapassa a manifestada em Israel. A constatação
  da cura revela o poder vivificante e eficaz da palavra do Senhor (cf. v. 10). 
ORAÇÃOPai,dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me
  do meu semelhante.
 
3. UNIVERSALIDADE
  DA MISSÃO 
Ao atender o pedido do
  oficial romano, Jesus ensinou aos seus discípulos a estarem prontos para
  realizar uma missão universal, para além dos limites do povo de Israel. Esta
  advertência justifica-se, se considerarmos a mentalidade segregacionista de
  seus contemporâneos, para os quais o contato com os pagãos deveria ser
  ciosamente evitado. 
O pedido do oficial romano,
  que chegou até Jesus pela mediação de alguns judeus, foi aceito de imediato.
  O Mestre dispôs-se a ir até onde se encontrava o homem enfermo, a fim de
  curá-lo, sem se importar com o perigo de contrair impureza. Então o oficial,
  agiu com extrema delicadeza. Ao pensar que seria constrangedor para o judeu
  Jesus ter de entrar na casa de um pagão, sugeriu-lhe fazer o milagre à
  distância, sem o incômodo de infringir as rigorosas leis religiosas de seu
  povo. O segundo pedido do oficial foi uma inequívoca confissão de fé. Ele
  merecia ser atendido sem demora. 
A constatação da
  "fé" deste pagão, maior que a de qualquer israelita, era um alerta
  para os discípulos: deveriam estar atentos à boa-vontade dos pagãos, em
  acolher o Reino. Se, fora de Israel, o Reino produzia seus efeitos nos
  corações das pessoas, por que limitar seu anúncio aos israelitas? O Reino não
  era propriedade particular de ninguém. Quem o acolhesse na fé, estaria em
  condições de ser agraciado por ele. 
OraçãoEspírito de universalidade, sensibiliza meu coração para acolher os apelos
  que me vêm da humanidade sofredora, para a qual devo ser testemunha do Reino.
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