Liturgia do
Domingo
Domingo de
Páscoa - Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo — ANO B
"Feliz Páscoa - Festa da
Ressurreição"
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! É
Páscoa. A vida venceu a morte. A liturgia deste domingo celebra a ressurreição
e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e
serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto
que confirma tudo isto. Dentro de nossas experiências de morte, acolhemos com
alegria o vibrante anúncio da ressurreição. Em diálogo amoroso com o
Ressuscitado, somos por Ele alimentados e, como novas criaturas, assumimos a
missão de testemunhas da vida nova e da paz. Sintamos o júbilo real de
Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos cânticos
jubilosos ao Senhor!
Primeira
Leitura (Atos 10,34.37-43)
Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos
10 34
Então Pedro tomou a palavra e disse: "Em verdade, reconheço que Deus não
faz distinção de pessoas,
37 Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judéia, depois de ter começado na
Galiléia, após o batismo que João pregou.
38 Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o
poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio,
porque Deus estava com ele.
39 E nós somos testemunhas de tudo o que fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles
o mataram, suspendendo-o num madeiro.
40 Mas Deus o ressuscitou ao terceiro dia e permitiu que aparecesse,
41 não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia predestinado, a nós
que comemos e bebemos com ele, depois que ressuscitou.
42 Ele nos mandou pregar ao povo e testemunhar que é ele quem foi constituído
por Deus juiz dos vivos e dos mortos.
43 Dele todos os profetas dão testemunho, anunciando que todos os que nele
crêem recebem o perdão dos pecados por meio de seu nome".
Salmo
responsorial 117/118
Este
é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
Dai
graças ao Senhor, porque ele é bom!
"Eterna é a sua misericórdia!"
A casa de Israel agora o diga:
"Eterna é a sua misericórdia!"
A mão
direita do Senhor fez maravilhas,
a mão direita do Senhor me levantou.
Não morrerei, mas, ao contrário, viverei
para cantar as grandes obras do Senhor!
A
pedra que os pedreiros rejeitaram
tornou-se agora a pedra angular.
Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:
que maravilhas ele fez a nossos olhos!
Segunda
Leitura (Colossenses 3,1-4)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 1
Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde
Cristo está sentado à direita de Deus.
2 Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra.
3 Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele
na glória.
Seqüência
Cantai, cristãos, afinal: "Salve ó vítima Pascal!" Cordeiro
inocente, o Cristo abriu-nos do Pai o aprisco. Por toda ovelha imolado, do
mundo lava o pecado. Duelam forte e mais forte: é a vida que enfrenta a
morte. O rei da vida, cativo, é morto, mas reina vivo! Responde, pois, ó
Maria: no teu caminho o que havia? "Vi Cristo ressuscitado, o túmulo
abandonado. Os anjos da cor do sol, dobrado ao chão o lençol. O Cristo, que
leva aos céus, caminha à frente dos seus!" Ressuscitou de verdade. Ó
rei, ó Cristo, piedade!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
O nosso cordeiro pascal, Jesus Cristo, já foi imolado. Celebremos, assim,
esta festa na sinceridade e verdade (1Cor 5,7s).
EVANGELHO (João 20,1-9)
20 1
No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de
manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.
2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava:
"Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!"
3 Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro.
4 Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que
Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
5 Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou.
6 Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos
no chão.
7 Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava,
porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu
e creu.
9 Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus
devia ressuscitar dentre os mortos.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
O hino do Glória
O
Hino do Glória tem sua inspiração na noite de Natal, quando os anjos cantam
ao Pai lembrando da presença de Jesus Cristo, o Verbo que assume a condição
humana. A inspiração é bíblica, mas não foi copiado diretamente da Sagrada
Escritura. Teve uma elaboração teológica ao longo dos primeiros séculos
cristãos. O Glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja,
congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O
texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo presidente
da celebração ou, se for o caso, pelo cantor ou grupo de cantores, é cantado
por toda assembleia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores, ou
pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por
todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos
domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas
e ainda em celebrações mais solenes
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Br - At 2,14.22-32; Sl 15; Mt 28,8-15
3ª Br - At 2,36-41; Sl 32; Jo 20,11-18
4ª Br - At 3,1-10; Sl 104; Lc 24,13-35
5ª Br - At 3,11-26; Sl8; Lc 24,35-48
6ª Br - At 4,1-12; Sl 117; Jo 21,1-14
Sb Br - At 4, 13-21; Sl 117; Mc 16,9-15
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"O SENTIDO VERDADEIRO DA PÁSCOA"
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Diácono José da Cruz )
A palavra
Páscoa tem sua origem no hebraico “Pascha” que significa passagem, e no
Judaísmo está contextualizada no fato histórico ocorrido em 1250 A.C que foi a
libertação do povo hebreu da escravidão do Egito. A narrativa encontra-se no
livro do Êxodo, que pertence ao Pentatêutico, conjunto dos cinco primeiros
livros da Sagrada Escritura, cuja autoria é atribuída a Moisés.
O
ritual da páscoa judaica segue as determinações dadas pelo próprio Deus ao
Sacerdote Aarão conforme Êxodo 12, 1-8.11-14 e o fato histórico, com esse
caráter religioso, tornou-se para o Povo um memorial da noite em que Deus os libertou da
escravidão do Egito, através de Moisés, derrotando o império do
Faraó.Anteriormente a páscoa era uma Festa dos Pastores, que comemoravam a
passagem do inverno para a primavera quando por ocasião do degelo, e surgindo
a primeira vegetação à luz do sol, os animais deixavam suas tocas, sendo essa
a origem do Coelhinho da Páscoa e do ovo, que ao ter a sua casca quebrada
deixa romper a vida que há dentro dele.
A
libertação do Povo da escravidão do Egito é o acontecimento mais importante
na tradição religiosa de Israel que o tornou um memorial celebrado no ritual
judaico, preceito estabelecido pelo próprio Deus, muito rico em sua
simbologia. Trata-se de uma refeição feita em pé, com os rins cingidos,
sandálias nos pés e o cajado na mão, como quem está de partida “comereis as
pressas, pois é Páscoa do Senhor”. O sangue do Cordeiro imolado irá marcar o
batente das portas dos que iriam ser salvos do anjo exterminador, e as ervas
amargas lembram a escravidão e o sofrimento que o povo passou.
Jesus
de Nazaré, filho de Maria e de José, tendo passado pelo rito iniciático do
Judaísmo, frequentava o templo e a sinagoga, como qualquer judeu fervoroso.
Não era sua intenção fundar uma nova religião, mas sim resgatar a essência na
relação dos homens para com Deus, que o judaísmo havia perdido por causa do
rigorismo do seu preceito e dos seus ritos purificatórios. O fenômeno do
messianismo era muito comum naquele tempo, como hoje quando surgem a cada dia
novos pregadores em cada esquina, mas somente Jesus é o verdadeiro e único
messias, aquele que fora anunciado pelos profetas, o Ungido de Deus,
descendente da estirpe de Davi, o grande Rei, porém, na medida em que Jesus vai manifestando
quem ele é, e o seu modo de viver, convivendo com os pecadores impuros,
curando em dia de Sábado e fazendo um ensinamento novo que estabelecia novas
relações com Deus e com o próximo.
Tudo
isso foi gerando um descontentamento nas lideranças religiosas que de repente
começaram a vê-lo como uma séria ameaça a estrutura religiosa existente, e a
expulsão dos vendedores e cambistas do templo foi a gota d’água que faltava
para à sua condenação, sendo dois os motivos que o levaram à morte: o
primeiro de caráter religioso, pois ele se dizia Filho de Deus e isso
constituía-se uma blasfêmia diante do judaísmo, o segundo de caráter
político, Jesus veio para ser Rei dos Judeus, representando uma ameaça ao
augusto Cezar Soberano do império Romano.
O
Povo esperava um Messias Libertador político para restaurar a realeza em
Israel, que se encontrava sob a dominação dos romanos. É essa a moldura
histórica dos fatos que marcaram a vida de Jesus, nos seus três anos de vida
pública, desde que deixara a casa de seus pais em Nazaré e dera início as
suas pregações tendo formado o Grupo dos discípulos.Logo após sua morte e
ressurreição, nas primeiras comunidades apostólicas (dirigidas pelos
apóstolos) se perguntava por que Jesus havia morrido? Nas reuniões que
ocorriam aos domingos, porque Jesus havia ressuscitado na madrugada de um
Domingo, os apóstolos faziam a Fração do Pão, recordando tudo o que Jesus fez
e ensinou, concentrando suas pregações na morte e ressurreição. E assim
começou-se a se fazer as primeiras anotações sobre Jesus e mais tarde, entre
os anos 60 e 70, surgiram os evangelhos que revelavam, não só porque Jesus
havia morrido, mas também como e onde havia nascido e de como vivera a sua
vida fazendo o bem, anunciando um reino novo sempre na fidelidade e obediência
ao Pai e no amor aos seus irmãos.
A
Ressurreição de Jesus é um fato apenas compreensível e aceitável à luz da Fé,
que é um dom de Deus concedido aos homens, pois o momento da ressurreição não
foi presenciado por ninguém e o que as mulheres viram, segundo o relato dos
evangelhos sinópticos, foram os “sinais” da ressurreição: túmulo vazio, os
panos dobrados e colocados de lado, e ainda um personagem que dialoga com
Madalena, confundido por ela com um jardineiro, que anuncia que Jesus de
Nazaré não estava mais entre os mortos porque havia ressuscitado.As mulheres
tornaram-se desta forma as primeiras anunciadoras da ressurreição aos
apóstolos. Outra evidência foram as aparições de Jesus Ressuscitado aos seus
discípulos, reunidos em comunidade conforme relato do livro do Ato dos
Apóstolos. Não se tratam de aparições sensacionalistas para causar impacto e
evidenciar a vitória de Jesus sobre os que conspiraram a sua morte, mas sim
de um Deus vivo e solidário com os que nele crêem, para encorajar a
comunidade dos apóstolos, que tiveram a princípio muita dificuldade para
vencer o medo e descrença, que se abateu sobre eles com a morte de Jesus.
A
Ressurreição de Cristo está no centro da Fé cristã, que é, segundo o
pensamento Paulino, a garantia de nossa ressurreição, que não pode e nem deve
ser compreendida como uma simples volta a esta vida porque se trata de uma
realidade sobrenatural entendida e aceita pela Fé, e não de um fato
científico. O Cristo Ressurrecto apresenta um corpo glorioso! É este o
destino feliz dos que creem e vivem essa esperança que brota da Fé, pois a
Vida venceu a morte!
Celebrar
a Páscoa é celebrar esta Vida Nova de toda a humanidade, que irrompeu da
escuridão do túmulo com o homem Jesus de Nazaré. É a passagem do pecado para
a graça de Deus, das trevas para a luz, da Morte para a Vida, porque o
espírito Paráclito que Cristo deu à sua igreja no dia de Pentecostes, tudo
renova e permite que, caminhando na Fé, já desfrutemos, ainda que de maneira
imperfeita, dessa comunhão íntima com Deus, no Cristo glorioso que nos
acompanha nessa jornada terrestre, e que nos acolherá um dia na plenitude da
Vida Eterna.
Uma
feliz Páscoa a todos!
2. A nova criação
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva )
Com
grande liberdade, o evangelista João reinterpreta as tradições das
comunidades que o antecederam, dando maior realce à dimensão universal da
missão de Jesus, com uma abordagem diferenciada das tradições judaicas. João
ousa ultrapassar as próprias fronteiras das categorias do Antigo Testamento.
Daí o caráter simbólico com que ele aborda as narrativas daquelas tradições,
às quais recorrem, com frequência, os evangelhos sinóticos, principalmente
Mateus e Lucas.
"No
primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro"
(detalhe exclusivo de João) sugere as trevas do primeiro dia da criação.
Agora se trata do primeiro dia da nova criação. Ainda está escuro. Jesus,
morto na cruz, foi sepultado e ainda pairam a incompreensão e perplexidade
sobre os discípulos. Maria havia ungido os pés de Jesus, sete dias antes, no
jantar em sua casa, em Betânia, com um gesto amoroso e acolhedor, em um
ambiente de alegria. Agora vai ao túmulo, sem nada levar, para, perto do
corpo de Jesus, reavivar sua memória. É um carinhoso e saudoso culto ao
morto. Porém, encontra o túmulo vazio! Ela não percebe o sinal: com Jesus não
se trata de prestar culto a um morto em seu túmulo. Acha que tiraram o corpo
e corre a avisar Pedro e o discípulo que Jesus mais amava. Ambos correm ao
túmulo e este discípulo chega primeiro. Destacando a deferência e a
precedência a Pedro, o discípulo aguarda que ele entre primeiro. O discípulo
que Jesus mais amava, entrando no túmulo e observando as faixas de linho e o
pano enrolado em um lugar à parte, crê: Jesus está vivo! Crê porque tem,
agora, a certeza da presença de Jesus que em sua vida manifestou a vida em abundância. Agora
percebe que Jesus é e comunica a vida eterna.
O
núcleo desta narrativa do evangelho de João é que "o discípulo que Jesus
mais amava", diante do túmulo vazio de Jesus, acreditou. Para ele não
são necessárias as aparições. Ele acreditou que Jesus, com o qual convivera,
sempre vivera em comunhão de amor com o Pai, participando de sua vida divina
e eterna. A dimensão da temporalidade cede lugar à eternidade na comunhão de
amor com Deus. O discípulo crê que Jesus está vivo e presente entre eles.
É
este o anúncio (kerigma) de Pedro (primeira leitura), na reunião dos
apóstolos em Jerusalém ("Concílio de Jerusalém"). Ele testemunha
que, em Jesus de Nazaré, temos a revelação de que Deus é Deus de todos, sem
privilégios ou discriminações de pessoas ou raças. Jesus veio a todos
libertar e comunicar vida plena. Por esta sua prática, os chefes religiosos
do Templo, em Jerusalém, o mataram. A cruz de Jesus é uma denúncia desta
prática dos poderosos. Porém, Jesus permanece vivo em comunhão com o Pai, e a
esta comunhão de vida eterna todos somos convidados, no seguimento de Jesus,
buscando "as coisas do alto" (segunda leitura), na prática do amor.
Oração
Pai, desperta no meu coração uma fé verdadeira em Cristo ressuscitado,
presente e vivo em nosso meio, vencedor da morte e do pecado.
3. A RESSURREIÇÃO DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório ).
Nas
tradições das primeiras comunidades circulavam dois tipos de textos sobre a
ressurreição: uns relativos à constatação do túmulo vazio e outros
relacionados às aparições do ressuscitado. Em Marcos encontramos apenas a
tradição do túmulo vazio (as aparições [16,9-20] são acréscimos tardios). Os
demais evangelistas combinam-se ao coletar textos extraídos das duas
tradições.
No
texto de hoje, do Evangelho de João, temos a narrativa do encontro do túmulo
vazio. Em continuação, o Evangelho apresentará as narrativas de aparições
(cf. 14 abr., 19 abr.). A tradição do túmulo vazio suscita a fé no
ressuscitado sem vê-lo. Maria Madalena chega ao túmulo. Vê a pedra que o
fechava removida e acha que roubaram o corpo. Ela o comunica a Pedro e ao
discípulo que Jesus amava (talvez João). Este discípulo é mais ágil do que
Pedro ao dirigir-se ao túmulo; porém, em consideração a ele, deixa que entre
primeiro.
O
pano que tinha coberto a cabeça de Jesus estava enrolado num lugar à parte. O
discípulo que Jesus amava viu e creu na presença viva de Jesus. Até então não
tinham compreendido que ele ressuscitaria. Contudo, os sinais do túmulo vazio
são suficientes para o discípulo amado crer que Jesus continuava vivo. Em
Atos, Lucas narra o anúncio de Pedro (primeira leitura): a partir do batismo
de João, iniciou-se o ministério libertador de Jesus, por toda parte, até sua
morte na cruz. Porém, ressuscitado, continua presente entre os discípulos. É
o mesmo Jesus de Nazaré, Filho de Deus encarnado, que a todos comunicou
eternidade e vida divina.
As
primeiras comunidades tinham consciência de que, pelo batismo, já viviam como
ressuscitadas, isto é, em união com Jesus em sua eternidade e divindade (cf.
segunda leitura; tb. Rm 6,1-4). Comprometer-se, hoje, com o projeto
vivificante de Jesus, na justiça, no amor, na partilha, é viver a
ressurreição, em comunhão com o Deus eterno.
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Liturgia da Segunda
Feira
Antífona
da entrada: O
Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel; que sua lei esteja
sempre em vossos lábios! (Ex 13,5.9)
Leitura
(Atos 2,14.22-32)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
2 14
Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse:
"Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido
e prestai atenção às minhas palavras.
15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, visto não ser ainda
a hora terceira do dia.
16 Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel:
17 'Acontecerá nos últimos dias' - é Deus quem fala -, 'que derramarei do meu
Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas
filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão.
18 Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do
meu Espírito e profetizarão.
19 Farei aparecer prodígios em cima, no céu, e milagres embaixo, na terra:
sangue fogo e vapor de fumaça.
20 O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande
e glorioso dia do Senhor.
21 E então todo o que invocar o nome do Senhor será salvo'.
22 Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem
dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por
ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis.
32 A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos
testemunhas".
Salmo
responsorial 15/16
Guardai-me,
ó Deus, porque em vós me refugio!
Guardai-me,
ó Deus, porque em vós me refugio!
Digo ao Senhor: somente vós sois meu Senhor.
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu
bendigo o Senhor, que me aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Eis
por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está tranquilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós
me ensinais vosso caminho para a vida;
junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl
117,24).
Evangelho (Mateus 28,8-15)
Naquele
tempo, 28 8 as mulheres se afastaram prontamente do túmulo com certo receio,
mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos.
9 Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes:
"Salve!" Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele,
beijaram-lhe os pés.
10 Disse-lhes Jesus: "Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se
dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão".
11 Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para
anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes.
12 Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma
importante soma de dinheiro, ordenando-lhes:
13 "Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto
dormíeis.
14 Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de
dificuldades".
15 Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E esta versão
é ainda hoje espalhada entre os judeus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"As primeiras Testemunhas..."
As
mulheres são as primeiras testemunhas do fato que veio a se tornar o centro
de toda Fé Cristã: a Ressurreição do Senhor! Consideradas, graças a um certo
machismo, como sexo frágil, e ainda hoje tentando fazer delas um mero objeto,
na Santa Igreja a mulher ocupa um papel de destaque.
Basta
ver que tudo começou com elas, primeiro Maria de Nazaré, de cujo SIM ao
Projeto Divino, permitiu vir até nós o Salvador do Mundo, sempre discreta,
sem pretensão de ocupar cargos importantes na comunidade primitiva, Maria é
modelo da primeira cristã e primeira discípula de Jesus.
Na
celebração pascal, quando vai acontecer a nova criação a partir da
ressurreição do Senhor, quem está lá á frente de todos, para ver e
experimentar os primeiros momentos dessa nova humanidade ressurgida da Graça
de Deus: elas, as mulheres novamente. Viram o túmulo vazio, sinal de que o Senhor
havia irrompido das profundezas da morte, ouviram a catequese do anjo e
compreenderam..., diz o texto, com certo medo mas também cheias de alegria
elas se afastaram do túmulo, deixando para trás a morte para assumirem a Vida
nova que dali irrompera na Gloria de Deus.
Toda
essa abertura á Revelação Divina permitiu-lhes experimentar o Cristo Vivo, a
quem reconhecem como Deus e se prostram a seus pés para adorá-lo. Jesus as
encoraja e as envia em missão, são as primeiras missionárias da nossa Igreja
e vão fazer o feliz anúncio ao restante da comunidade, os discípulos de Jesus
entre eles Pedro, o Chefe da Igreja recém nascida.
Se
quiserem fazer essa experiência podem conferir, em nossa Igreja, nas
pastorais e movimentos, as mulheres são a maioria esmagadora, pois Deus sabia
que poderia contar com elas, mesmo com toda fragilidade, são sensíveis e
sempre abertas á Boa Nova do Evangelho!
Os
guardas, tanto como as mulheres também viram o túmulo vazio, mas descrentes
na Boa Nova e fechados para a possibilidade da Graça de Deus, também partem
até a cidade, para anunciarem aos poderosos da Religião Oficial. Quando a
gente não se permite fazer a experiência de Jesus em nossa Vida, quando
nos recusamos a crer e a se abrir á revelação que acontece em Jesus Ressuscitado,
começamos a viver á nossa vida a partir de uma mentira. Foi o que fizeram os
Judeus, que deram propina aos guardas do sepulcro para que eles espalhassem a
notícia de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus.
Louvemos
a Deus por nossas mulheres que se doam, corajosas, intrépidas, cheias de
ternura e que enfeitam com a sua feminilidade ás nossas comunidades. E aos
que veem no Cristianismo apenas uma Mentira, clamemos para que a misericórdia
do Pai os alcance e os envolva. Amém
2. A Boa-Notícia da ressurreição
Maria
Madalena e a outra Maria tinham ido ver o sepulcro. Um anjo anuncia-lhes que
Jesus ressuscitou. As mulheres correm para dar notícias aos discípulos.
Nisso, o próprio Jesus vem ao seu encontro e saúda-as:
"Alegrai-vos" (khairete). É a mesma saudação do anjo a Maria na
anunciação, em Lucas.
Agora é de Jesus às mulheres. A novidade é a ressurreição.
Elas são incumbidas de levar o anúncio aos discípulos. Os discípulos são
chamados de "meus irmãos" pelo Ressuscitado. Eles devem ir à
Galileia para a retomada da missão.
Enquanto
as mulheres vão levando a Boa-Notícia, alguns guardas vão informar os sumos
sacerdotes. Com um álibi ridículo e incoerente, o Sinédrio suborna os guardas
para dizer que estavam dormindo quando os discípulos roubaram o corpo de
Jesus.
Oração
Pai, faze-me compreender que a ressurreição de Jesus é obra do teu amor por
ele e por toda a humanidade.
3. JESUS APARECE PARA AS MULHERES
Maria
Madalena e a outra Maria, tomadas de afeição e tristeza, ao visitarem o
túmulo de Jesus, o encontram vazio, e um anjo anuncia a sua ressurreição. A
seguir, o próprio Jesus vai ao encontro delas e as exorta à alegria. Na
encarnação, o anjo exortara Maria: "Alegra-te...". Agora, é a
exortação do próprio Jesus às mulheres, pela ressurreição. A ressurreição é a
confirmação do dom da vida eterna e divina concedida por Deus às suas
criaturas, mulheres e homens. Jesus, então, chama os discípulos de irmãos.
Reitera o envio para a Galiléia, já antecipado pelo anjo. Lá será dada continuidade
à missão. A narrativa do suborno dos guardas, com certa ironia, destaca como
a cúpula do poder mente e usa o dinheiro para corromper, na tentativa de
ocultar a verdade que ameaça.
|
Liturgia da Terça-Feira
Antífona
da entrada: Deu-lhes
a água da sabedoria, tornou-se a sua força, e não vacilam; vai exaltá-los
para sempre, aleluia! (Eclo 15,3s)
Oração
do dia
Leitura
(Atos 2,36-41)
Leitura dos Atos Apóstolos.
2 36
"Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que
este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo".
37 Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e
indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: "Que devemos fazer,
irmãos?"
38 Pedro lhes respondeu: "Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom
do Espírito Santo.
39 Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem
de longe o apelo do Senhor, nosso Deus".
40 Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: "Salvai-vos do
meio dessa geração perversa!"
4l Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a
mais ou menos três mil o número dos adeptos.
Salmo
responsorial 32/33
Transborda
em toda a terra a bondade do Senhor.
Reta
é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.
Mas o
Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
pra da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.
No
Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! (Sl
117,24)
Evangelho (João 20,11-18)
Naquele
tempo, 20 11 entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do
sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.
12 Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de
Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13 Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que choras?" Ela respondeu:
"Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram".
14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o
reconheceu.
15 Perguntou-lhe Jesus: "Mulher, por que choras? Quem procuras?"
Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: "Senhor, se tu o tiraste,
dize-me onde o puseste e eu o irei buscar".
16 Disse-lhe Jesus: "Maria!" Voltando-se ela, exclamou em hebraico:
"Rabôni!" (que quer dizer Mestre).
17 Disse-lhe Jesus: "Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai,
mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e
vosso Deus".
18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o
Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"Jesus presente de um modo novo..."
Nós
cremos e pregamos que Jesus Ressuscitado vai á frente das nossas comunidades,
muitos talvez pensem: "Mas então porque tem vez que as coisas na
comunidade não dão certo". Se Jesus nos conduz e está realmente presente
nas comunidades, não pode haver problemas e dificuldades a serem enfrentadas.
E por último, se ele está presente, nada mais há para ser feito, ele está com
as comunidades, vitorioso, deu tudo certo afinal e agora é só curtir a sua
presença entre nós...
Nossas
comunidades, igualzinho as daquele tempo, têm dificuldades para entender e
perceber a presença de Jesus em seu meio, não é a presença do Jesus
Histórico, que pode ser visto, tocado, apalpado, mas agora em seu estado
glorioso marca a sua presença exatamente nas ações da comunidade, que quanto
mais evangelizadora e libertadora, terá uma autenticidade incontestável.
Entretanto nesta nova forma de se fazer presente, os sentidos são
substituídos pela Fé e por isso, aqueles primeiros momentos da experiência de
Maria Madalena mostra-nos na verdade os primeiros tempos da comunidade
primitiva e as primeiras profissões de Fé, um pouco tímidas é verdade, na
pessoa do Resuscitado e a sua ação na comunidade.
Primeiro
aquela impressão de que Jesus não está na comunidade "levaram o corpo do
meu Senhor e não sei onde o puseram..." Jesus morto está em lugar
incerto e não sabido. Deve estar no céu nos esperando, está por aí, mas
parece não dar atenção aos nossos desafios e lutas na comunidade, parece
alguém indiferente, continua morto e ausente.
Um
dia percebemos que Jesus está presente, o vimos nos símbolos litúrgicos, nas
orações e leituras, nos gestos, mas ainda parece um mito distante, porque não
se comunica conosco. Até que um dia, fazemos com ele uma profunda experiência
e descobrimos que Jesus tem conosco uma relação pessoal, nos conhece
profundamente, nos chama pelo nome, se revela claramente em nossas
vida, então na oração dialogamos com Ele como Maria, que o chamou de
Mestre como fazia antes de sua morte, para Maria tudo voltou a ser como
antes, tudo se retoma e se inicia, agora de um jeito novo... Essa experiência
com Cristo é um processo dinâmico e vital para nós, pois é a Fé nesse Deus
Vivo e Caminheiro, que dá sentido a tudo que somos e fazemos, sem passar por
esse processo jamais encontraremos respostas que buscamos para o sentido do
nosso Viver...
E
nesse jeito novo de se perceber a presença de Jesus á luz da nossa Fé, como
Madalena somos também enviados, pois o discipulado culmina na missão, e o
centro do anúncio é Jesus Cristo, Aquele que nos deu a filiação Divina, subo
para meu Pai e Vosso Pai, Meu Deus e Vosso Deus. Eis a grande novidade,
renovados em Cristo, remidos por ele, salvos pela sua paixão e morte, nos
tornamos novas criaturas.
2.
O túmulo vazio
Maria,
Pedro e o outro discípulo haviam constatado o túmulo vazio. Apenas o
discípulo que Jesus amava acreditou. Maria permanece perto do túmulo,
chorando. Ainda busca o Senhor morto. O próprio Jesus não é reconhecido. É
sua voz, pronunciando o nome dela, que o identifica. É o pastor que chama as
ovelhas pelo nome. O Ressuscitado é a confirmação do Filho eterno que, na sua
visibilidade, volta para junto do Pai. Contudo, permanece realmente em nossas
comunidades, com o qual comungamos na fé e na fraternidade. Na comunidade
unida, ele é nosso irmão, Filho de nosso Pai e nosso Deus.
Oração
Pai, ensina-me a ter um relacionamento conveniente com o Ressuscitado,
reconhecendo que ele quer fazer de mim uma testemunha da ressurreição.
3. COMUNICANDO A VIDA ETERNA E DIVINA
No
Evangelho de João percebe-se, com clareza, a justaposição das duas tradições
da ressurreição: a tradição do túmulo vazio e a tradição das aparições, no
texto de hoje. O discípulo que Jesus amava, ao encontrar o túmulo vazio,
acredita na ressurreição. Porém, agora, Maria permanece junto ao túmulo
chorando. A ausência do corpo de Jesus provoca tristeza. Mas, com seu amor
divino, Jesus está presente na vida de Maria. Ele a chama pelo nome. Ela,
então, passa do simples "enxergar" para o "ver", e
compreende a trajetória divina de Jesus: veio de junto do Pai e agora volta
para o Pai, comunicando-nos a vida eterna e divina. "Se alguém me ama,
guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele
estabeleceremos morada.
|
Liturgia da
Quarta-Feira
Antífona
da entrada: Vinde,
benditos de meu Pai: tomai posse do reino preparado para vós desde o
princípio do mundo, aleluia! (Mt 25,34)
Leitura
(Atos 3,1-10)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 3 1 Pedro e João iam subindo ao templo para rezar à hora nona.
2 Nisto levavam um homem que era coxo de nascença e que punham todos os dias
à porta do templo, chamada Formosa, para que pedisse esmolas aos que entravam
no templo.
3 Quando ele viu que Pedro e João iam entrando no templo, implorou a eles uma
esmola.
4 Pedro fitou nele os olhos, como também João, e disse:" Olha para
nós".
5 Ele os olhou com atenção esperando receber deles alguma coisa.
6 Pedro, porém, disse: "Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu
te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!"
7 E tomando-o pela mão direita, levantou-o. Imediatamente os pés e os
tornozelos se lhe firmaram. De um salto pôs-se de pé e andava.
8 Entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
9 Todo o povo o viu andar e louvar a Deus.
10 Reconheceram ser o mesmo coxo que se sentava para mendigar à porta Formosa
do templo, e encheram-se de espanto e pasmo pelo que lhe tinha acontecido.
Salmo
responsorial 104/105
Exulte
o coração dos que buscam o Senhor.
Dai
graças ao Senhor, gritai seu nome,
anunciai entre as nações seus grandes feitos!
Cantai, entoai salmos para ele,
publicai todas as suas maravilhas!
Gloriai-vos
em seu nome que é santo,
exulte o coração que busca a Deus!
Procurai o Senhor Deus e seu poder,
buscai constantemente a sua face!
Descendentes
de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
vigoram suas leis em toda a terra.
Ele
sempre se recorda da aliança,
promulgada a incontáveis gerações;
da aliança que ele fez com Abraão
e do seu santo juramento a Isaac.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! (Sl
117,24)
Evangelho (Lucas 24,13-35)
24 13
Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús,
distante de Jerusalém sessenta estádios.
14 Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado.
15 Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus
aproximou-se deles e caminhava com eles.
16 Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.
17 Perguntou-lhes, então: "De que estais falando pelo caminho, e por que
estais tristes?"
18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: "És tu acaso o único
forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?"
19 Perguntou-lhes ele: "Que foi?" Disseram: "A respeito de
Jesus de Nazaré. Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus
e de todo o povo.
20 Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser
condenado à morte e o crucificaram.
21 Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além
de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam.
22 É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao
sepulcro, antes do nascer do sol;
23 e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de
anjos, os quais asseguravam que está vivo.
24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres
tinham dito, mas a ele mesmo não viram".
25 Jesus lhes disse: "Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração
para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas!
26 Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim
entrasse na sua glória?"
27 E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o
que dele se achava dito em todas as Escrituras.
28 Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar
adiante.
29 Mas eles forçaram-no a parar: "Fica conosco, já é tarde e já declina
o dia". Entrou então com eles.
30 Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão,
abençoou-o, partiu-o e serviu-lho.
31 Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram mas ele desapareceu.
32 Diziam então um para o outro: "Não se nos abrasava o coração, quando
ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?"
33 Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os
Onze e os que com eles estavam.
34 Todos diziam: "O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a
Simão".
35 Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e
como o tinham reconhecido ao partir o pão.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"Jesus, a presença contagiante..."
O
evangelho da Oitava da Páscoa vem mostrando de maneira mais clara e objetiva
essa presença de Jesus Vivo em nossas comunidades e como ela motiva e
influencia diretamente a ação pastoral da Igreja, sempre direcionando-a para
o anúncio e o testemunho. O caminho de Emaús mostra, em um primeiro momento,
que rumo tomou a comunidade, marcada pela decepção, frustração, e um profundo
desânimo. O que faremos sem Jesus?
O
sonho do Novo Reino havia se acabado, o que era Eterno, Imortal e Poderoso,
havia sido submetido a uma morte infame, humilhante e vergonhosa. Não há nada
mais a fazer a não ser voltar para casa e ficar a espera de um Novo Messias,
guardar aquele sonho bom, e a esperança que ele havia despertado no coração
dos discípulos.
Mas
um estranho se junta a eles nessa estrada de Emaús, que não leva a lugar
nenhum, o estranho logo manifesta aquilo que os dois discípulos desanimados
transmitem: desânimo e tristeza. Nada pior do que quando em nossas
comunidades instala-se o desânimo e a tristeza, diante de projetos pastorais
que fracassam, diante de eclesiologias que não se harmonizam com a Vida
Paroquial, diante da falta de comunhão, pastores que não pastoreiam,
evangelizadores que não evangelizam, profetas que calam a boca....ah que
quadro desolador!
Deixamos
que esses fracassos humanos ofusquem a presença da Vida Plena, Jesus, sua
Graça Operante e Santificante, seu ato Salvífico, que nos redime e nos
revigora, olhamos a instituição e não sentimos o seu Coração bater, uma
Igreja sem alma e sem dinamismo, nossos olhos velados pelo desânimo e
tristeza, anda com o Senhor, dialoga com Ele nessa caminhada, mas não o
percebe.
Ora,
de onde vem tanto desânimo senão de uma má compreensão da Palavra
Libertadora? A Palavra é viva e eficaz e até a celebramos, mas não permitimos
que a Palavra se torne ação concreta em nossa vida pessoal e na vida em comunidade. Teorizamos
a Palavra, nos encantamos com ela, a achamos belíssima, mas não identificamos
a sua Fonte que é o Senhor, há quem confunda a Santa Palavra com alguma ideologia...,
nascida da carne e não do Espírito.
O
Verbo Encarnado faz ferver o coração dos discípulos que finalmente se abrem
para ouvi-la, o quadro não havia mudado, o enredo ainda trazia a tristeza,
mas agora algo mudou no coração dos dois companheiros e irmãos de caminhada:
descobriram que não estavam mais sozinhos, que Jesus caminhava com eles. A
Palavra proclamada pelo próprio Senhor, aponta para s sua presença real no
partir do pão.
Palavra
e Eucaristia, a porta que se abre no mistério da Fé, para mostrar e revelar a
presença real de Jesus que caminha com a sua Igreja desde á sua origem até o
presente e assim será até o final dos tempos. Ter Fé é saber enxergar nas
ações da Comunidade o AGIR de Jesus, manifestado nas ações e pensamentos
humanos, que chegarão um dia à sua plenitude, percorrendo os mesmos caminhos
de Jesus de Nazaré, que não excluem o fracasso e a derrota, mas que olhar da
Fé consegue descortinar o novo Horizonte para onde caminha e há de chegar
todos os que creem...
Os
discípulos compreenderam que tudo isso estava ali diante deles, como uma
feliz possibilidade, e por isso voltaram correndo para a Comunidade, lugar
por excelência onde Jesus tornou possível viver a aventura da Fé, celebrada e
vivida...
2.
Jesus continua presente entre seus discípulos
Neste
texto de Lucas temos uma narrativa didática, elaborada a partir de elementos
de pregação e catequese da tradição das primeiras comunidades. Após a morte
de Jesus na cruz, seus discípulos sentiram-se frustrados. A herança religiosa
messiânica deles, nacionalista e triunfalista, impedia-lhes que
compreendessem Jesus. Suas esperanças fundavam-se em um messias, da linhagem
de Davi, que conduziria o povo judeu a uma glória e poder acima de todas as
nações. Jesus não foi este messias.
Contudo,
uma releitura das Escrituras, à luz da partilha do pão feita por Jesus, faz
com que os olhos se abram e se perceba a presença do Ressuscitado. Toda a
vida de Jesus foi uma partilha com as multidões, com os pobres e excluídos.
Como pão do céu que dá a vida ao mundo (Jo 6,32-33), Jesus continua presente
entre seus discípulos, até o fim dos tempos.
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e
irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
3. OS DISCÍPULOS DE EMAÚS
A
expressão "como sois sem inteligência e lentos para crer" indica
que Jesus não chegou a ser entendido plenamente pelos discípulos. Com seus
atos e suas palavras, revela que sua comunhão com o Pai é a comunhão do amor
que gera a vida. O grande gesto simbólico deste amor foi a partilha do pão
com os discípulos e com as multidões. As tradições e a cultura neste mundo
são marcadas por uma ideologia de enriquecimento e de poder, fria e sem amor.
Assim era a expectativa messiânica da tradição de Israel, partilhada pelos
discípulos que esperavam que Jesus fosse um messias nacionalista poderoso. Os
discípulos de Emaús, dialogando com o ressuscitado, só o reconheceram no
gesto da partilha do pão. A comunidade que dialoga, acolhe e partilha,
descobre Jesus presente em seu meio.
|
Liturgia da Quinta-Feira |
Antífona
da entrada: Senhor,
todos louvaram, unânimes, a vossa mão vitoriosa, pois a vossa sabedoria abriu
os lábios dos mudos e tornou eloquente a língua das crianças, aleluia! (Sb
10,20s)
Leitura
(Atos 3,11-26)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
3 11
Como ele se conservava perto de Pedro e João, uma multidão de curiosos afluiu
a eles no pórtico chamado Salomão.
12 À vista disso, falou Pedro ao povo: "Homens de Israel, por que vos
admirais assim? Ou por que fitais os olhos em nós, como se por nossa própria
virtude ou piedade tivéssemos feito este homem andar?
13 O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou seu
servo Jesus, que vós entregastes e negastes perante Pilatos, quando este
resolvera soltá-lo.
14 Mas vós renegastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um
homicida.
15 Matastes o Príncipe da vida, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos:
disso nós somos testemunhas.
16 Em virtude da fé em seu nome foi que esse mesmo nome consolidou este
homem, que vedes e conheceis. Foi a fé em Jesus que lhe deu essa cura
perfeita, à vista de todos vós.
17 Agora, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos
chefes.
18 Deus, porém, assim cumpriu o que já antes anunciara pela boca de todos os
profetas: que o seu Cristo devia padecer.
19 Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos
pecados.
20 Virão, assim, da parte do Senhor os tempos de refrigério, e ele enviará
aquele que vos é destinado: Cristo Jesus.
21 É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração
universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.
22 Já dissera Moisés: 'O Senhor, nosso Deus, vos suscitará dentre vossos
irmãos um profeta semelhante a mim: a este ouvireis em tudo o que ele vos
disser.
23 Todo aquele que não ouvir esse profeta será exterminado do meio do povo'.
24 Todos os profetas, que têm falado sucessivamente desde Samuel, anunciaram
estes dias.
25 Vós sois filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com os
nossos pais, quando disse a Abraão: 'Na tua descendência serão abençoadas
todas as famílias da terra'.
26 Foi em primeiro lugar para vós que Deus suscitou o seu servo, para vos
abençoar, a fim de que cada um se aparte da sua iniqüidade".
Salmo
responsorial 8
Ó
Senhor, nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!
Ó
Senhor, nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!
Perguntamos: "Senhor, que é o homem,
para dele assim vos lembrardes
e o tratardes com tanto carinho?"
Pouco
abaixo de Deus o fizestes,
coroando-os de glória e esplendor;
vós lhe destes poder sobre tudo,
vossas obras aos pés lhe pusestes.
As
ovelhas, os bois, os rebanhos,
todo o gado e as feras da mata;
passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! (Sl
117,24)
EVANGELHO (Lucas 24,35-48)
35 Os
discípulos, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e
como o tinham reconhecido ao partir o pão.
36 Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e
disse-lhes: A paz esteja convosco!
37 Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito.
38 Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas
nos vossos corações?
39 Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que tenho.
40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou:
Tendes aqui alguma coisa para comer?
42 Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado.
43 Ele tomou e comeu à vista deles.
44 Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco:
era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de
Moisés, nos profetas e nos Salmos.
45 Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras,
dizendo:
46 Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas
que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia.
47 E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a
todas as nações, começando por Jerusalém.
48 Vós sois as testemunhas de tudo isso.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"Duvidar não é pecado..."
Duvidar
não é pecado, mas faz parte do processo da caminhada de Fé e nos ajuda a nos
abrirmos mais para a Revelação Divina, que o diga os discípulos de Jesus
naqueles primeiros tempos da caminhada da comunidade. Não há nenhum momento
no relato do evangelho, em que os discípulos estão tranquilos, muito conscientes
de tudo o que aconteceu, e sobre a missão que têm pela frente, com toda
segurança possível. Nos relatos pós-pascais eles sempre estão com medo,
inseguros, espantados, demonstrando incerteza sobre o futuro.
A
Comunidade primitiva não era formada por super-homens e super-mulheres, mas
por pessoas exatamente iguais aos irmãos e irmãs de nossas comunidades, que
faziam a experiência profunda da presença do Senhor, a partir da Fé, mas que
nem por isso tornaram-se especiais, seguros de tudo o que faziam... Fé é
confiar em Deus e caminhar, como fez Abraão, que não exigiu um relatório
pormenorizado do que seria sua relação com Deus, mas simplesmente aceitou
aquilo que veio.
Jesus
está ali no meio deles, lhes deseja o Shalom da Paz, mas eles o confundem com
um espírito, isto é, com uma visão fantasmagórica. Há aqui algo que
precisamos entender, é o processo de continuidade e descontinuidade que
ocorre na morte Biológica, continuaremos a ser a pessoa que construímos em nossa Vida em uma
continuidade surpreendente, entretanto, será de uma forma e de um jeito
diferente, um jeito novo de Ser. Claro que Jesus é diferente de nós, pois
nele há a união hipostática das duas naturezas humana e a Divina, e nós
apenas a humana, entretanto, o processo da morte é o mesmo e a pessoa será
revelada naquilo que realmente ela é, a pessoa que somos e o corpo que temos
são coisas diferentes e a matéria chegará a sua finitude.
Os
discípulos estão espantados e com medo, essa é uma realidade nova para eles,
para mostrar que é igual a eles e que não se trata de um fantasma, Jesus se
deixa tocar, e depois pede algo para comer. O evangelho em sua conclusão quer
esclarecer as primeiras comunidades e a todos nós, que tudo o que aconteceu
com Jesus não foi uma fatalidade e Deus nunca perdeu controle da
situação, tanto é que quando tudo parecia perdido com a morte de Jesus,
Deus age e reverte o quadro, apagando o “The End” da História da
Salvação, que agora vai recomeçar com mais força porque prenuncia que o Mal
nunca mais dominará o homem que se tornou novo em Jesus de Nazaré, que
restitui-nos a liberdade e a possibilidade de tomarmos novo caminho, rumando
para um novo céu e uma nova terra...
2.
Presença de Jesus ressuscitado
Lucas
orienta as primeiras comunidades que experimentam a presença de Jesus
ressuscitado entre elas. As comunidades de cristãos de origem judaica devem
reler as Escrituras sob a ótica da ressurreição, para perceberem a plenitude
da vida de Jesus.
A paz
só pode ser encontrada em Jesus, que tem a vida eterna e a comunica a todos.
A vida eterna, ultrapassada a condição temporal, como ressuscitados, envolve
a totalidade da pessoa, corpo e alma, e não como um espírito desencarnado.
Agora, os discípulos são enviados em missão. Anunciar
a todas as nações a conversão à justiça para o perdão dos pecados. A
conversão à justiça é a forma concreta do amor. E pelo amor se entra em
comunhão com Deus em sua vida eterna.
Oração
Senhor Jesus, que tua paz aconteça na minha vida e na vida das comunidades
cristãs, para sermos, assim, testemunhas da tua Ressurreição.
3. A PAZ DE JESUS
Jesus
ressuscitado deseja paz a seus discípulos. Agora é a paz em plenitude, a paz
da participação na vida eterna do Pai, que Jesus traz a todos. Mesmo depois
da sua crucifixão, os discípulos continuavam com dúvidas sobre o sentido de
sua vida. Agora se evidencia que Jesus não foi destruído pela morte, e sua
missão de anunciar a conversão para participar da vida eterna deve ser
continuada pelos discípulos em todas as nações. Jesus tem a vida eterna,
continua vivo. O anúncio da conversão para o perdão dos pecados tem origem na
pregação de João Batista. Trata-se da conversão à prática da justiça, na
plenitude do amor. Os discípulos de Jesus, em todos os tempos e povos, são
convocados a testemunhar que um mundo novo onde reine justiça, paz e amor é
possível. E este mundo novo é eterno.
|
Liturgia da Sexta-Feira
Antífona
da entrada: O
Senhor conduziu o seu povo na esperança e recobriu com o mar seus inimigos,
aleluia! (Sl 77,53)
Leitura
(Atos 4,1-12)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
4 1
Enquanto eles falavam ao povo, vieram os sacerdotes, o chefe do templo e os
saduceus,
2 contrariados porque ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a
ressurreição dos mortos.
3 Prenderam-nos e os meteram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde.
4 Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram; e o número dos
fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil.
5 No dia seguinte reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos, os
escribas,
6 com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da
linhagem pontifical.
7 Colocando-os no meio, perguntaram: "Com que poder ou em que nome
fizestes isso?"
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: "Chefes do povo
e anciãos, ouvi-me:
9 se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em
que nome foi ele curado,
10 ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus
Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos.
Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós.
11 Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a
pedra angular.
12 Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi
dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos".
Salmo
responsorial 117/118
A
pedra que os pedreiros rejeitaram
tornou-se a pedra angular.
Dai
graças ao Senhor, porque ele é bom!
"Eterna é a sua misericórdia!"
A casa de Israel agora o diga:
"Eterna é a sua misericórdia!"
Os que temem o Senhor agora o digam:
"Eterna é a sua misericórdia!"
"A
pedra que os pedreiros rejeitaram
tornou-se agora a pedra angular.
Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:
que maravilhas ele fez a nossos olhos!
Este é o dia que o Senhor fez para nós,
alegremo-nos e nele exultemos!
Ó
Senhor, dai-nos a vossa salvação;
ó Senhor, dai-nos também prosperidade!"
Bendito seja, em nome do Senhor,
aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos
Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós alegremo-nos e nele exultemos! (Sl
117,24)
EVANGELHO (João 21,1-14)
Naquele
tempo, 21 1 tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de
Tiberíades. Manifestou-se deste modo:
2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de
Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos.
3 Disse-lhes Simão Pedro: "Vou pescar". Responderam-lhe eles:
"Também nós vamos contigo". Partiram e entraram na barca. Naquela
noite, porém, nada apanharam.
4 Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o
reconheceram.
5 Perguntou-lhes Jesus: "Amigos, não tendes acaso alguma coisa para
comer?" "Não", responderam-lhe.
6 Disse-lhes ele: "Lançai a rede ao lado direito da barca e
achareis". Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande
quantidade de peixes.
7 Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: "É o
Senhor!" Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com
a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas.
8 Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois
não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados).
9 Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima
delas, e pão.
10 Disse-lhes Jesus: "Trazei aqui alguns dos peixes que agora
apanhastes".
11 Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta
e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
12 Disse-lhes Jesus: "Vinde, comei". Nenhum dos discípulos ousou
perguntar-lhe: "Quem és tu?", pois bem sabiam que era o Senhor.
13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe.
14 Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos,
depois de ter ressuscitado.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"AÇÃO PASTORAL SEM QUERÍGMA, ACABA EM FRACASSO"
A
Oitava da Páscoa termina com um alerta que para nós cristãos do mundo de
hoje, é atualíssimo: Atividade pastoral sem a experiência do querígma vai
resultar em fracasso!
São
Pedro estava louco para começar a fazer as coisas acontecerem, não aguentava
mais esperar por Jesus, apesar de duas aparições á comunidade, Pedro achava
que agora a coisa era com eles, não podiam mais esperar pelo Mestre e
manifestou o seu desejo: Eu vou pescar, e os demais também abraçaram a
causa e foram com Pedro.
Primeiro
podemos pensar que São Pedro e os demais, haviam "jogado a toalha"
e resolveram voltar à vidinha antiga de pescadores, já que o projeto de Jesus
de Nazaré deu em nada, mas não é isso...
São
Pedro representa muito bem aqueles agentes de pastoral que quase se matam
de tanto trabalhar na comunidade, reuniões, encontros, atividades, mas
esquecem de algo essencial, o sentido daquilo que fazem. Desenvolver qualquer
ação pastoral sem uma espiritualidade sólida, fundamentada na oração e na
meditação da Palavra de Deus, é pedir para "voltar sapateiro" da
pescaria. Lidaram a noite inteira e nada pegaram... Alguns trabalhos pastorais
não dão resultado, ou quando dão, ele não é bom... Algumas atividades de
movimentos nada produzem de positivo para a comunidade, por que será?
Alguns
grupos fazem muito, mas também nada agregam á Paróquia, o motivo é um só:
fazer por conta própria, usando método humano, deixando Jesus de lado. De
manhã Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram, estavam tão
desanimados e cansados do trabalho infrutífero, que nem se deram conta de que
Jesus estava ali com eles. Jesus quer experimentar a nova comunidade e
pergunta se não há nada para servirem a ele e a resposta é negativa.
É
preciso a gente se perguntar de vez em quando, para que está servindo o nosso
trabalho pastoral, ele está ajudando as pessoas a terem mais vida, mais
esperança e mais coragem? O que estamos oferecendo às pessoas? O mesmo em
relação aos movimentos, as pessoas estão sendo acolhidas e bem servidas?
Quando falta o essencial, isso é, a experiência profunda com Jesus Cristo,
sempre ficamos devendo e nada temos para servir, como responderam os
discípulos.
Então
vem uma ordem de Jesus para jogarem a rede ao lado direito da barca, para que
a pesca seja boa. Os discípulos eram ex-pescadores, a hora da pesca é durante
a noite, de manhã é hora de recolher as redes e contar os peixes... A pessoa
que ali está diante deles não é pescador, ora, que diferença então iria fazer
jogar a rede a direita ou a esquerda, seria mais um trabalho árduo para
nada...
Na comunidade ninguém pode se julgar absoluto naquilo que faz, as ideias,
opiniões e sugestões têm que ser partilhadas e todas as opiniões são
importantes, senão haverá monopólio de um grupo ou de uma pessoa, e isso irá
comprometer a comunhão e a partilha.
Os
discípulos levam em conta a orientação de Jesus e daí a pesca foi abundante.
Quem tem o coração cheio de amor de Deus é sempre o primeiro a identificar a
presença de Jesus na ação pastoral levada a bom termo. João anuncia a Boa
Nova á Pedro, de que o Senhor está com eles. Pedro cobriu-se, porque estava
nu e lançou-se ás águas, tomado pelo espanto e alegria de rever Jesus. Quando
tentamos fazer as coisas acontecerem do nosso modo na comunidade, estamos
nus, e é preciso nos revestir de Jesus Cristo, só Ele nos dá a dignidade
necessária para darmos continuidade á missão, pois esse "Barco" chamado
Igreja, é Dele, e se o ouvirmos sempre, a pescaria será farta e o
resultado sempre surpreendente...
2.
Jesus é o alimento para a missão
Este
apêndice do evangelho de João ilustra a retomada da missão na Galileia,
conforme o anúncio do anjo e do próprio Jesus (Mc 16,7; Mt 28,7.10).
Os
discípulos voltam a pescar. Jesus ressuscitado se faz presente entre eles,
como lhes dissera na última ceia (Jo 14,18; 16,16). Esta presença de Jesus é
o alimento e o arrebatamento para a perseverança e o sucesso da missão. O
próprio ressuscitado se põe a servir os irmãos. Também a comunidade que
serve, fiel à palavra e ao exemplo de Jesus e em comunhão eucarística com
ele, se torna fonte de amor e vida para o mundo.
Oração
Pai, que a presença do Ressuscitado reforce a comunhão com meus irmãos e
minhas irmãs de fé, a fim de podermos atrair para ele muitas outras pessoas
de boa vontade.
3. A MISSÃO DOS APÓSTOLOS
Um
aspecto importante a ser destacado nesta narrativa, no fim do Evangelho de
João, é o retorno dos discípulos às suas atividades profissionais na
Galiléia, após a crucifixão de Jesus, onde devem ter dado continuidade à ação
missionária do Mestre. Por outro lado, as tradições de Paulo e Lucas colocam
Jerusalém como centro de irradiação missionária. Esta cena de "pesca
milagrosa", com a presença do ressuscitado, é semelhante à "pesca
milagrosa" no momento do chamado Jesus de Nazaré aos primeiros
discípulos, no Evangelho de Lucas. A presença e a palavra de Jesus animam os
discípulos ao longo da missão, em todos os tempos.
|
Liturgia
do Sábado
Antífona
da entrada: O
Senhor fez o seu povo sair com grande júbilo; com gritos de alegria, os seus
eleitos, aleluia! (Sl 104,43)
Leitura
(Atos 4,13-21)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 4 13 vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram
homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como
companheiros de Jesus.
14 Mas vendo com eles o homem que tinha sido curado, não puderam replicar.
15 Mandaram que se retirassem da sala do conselho, e conferenciaram entre si:
16 "Que faremos destes homens? Porquanto o milagre por eles feito se
tornou conhecido de todos os habitantes de Jerusalém, e não o podemos negar.
17 Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo,
proibamos com ameaças, que no futuro falem a alguém nesse nome".
18 Chamaram-nos e ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem
ensinassem em nome de Jesus.
19 Responderam-lhes Pedro e João: "Julgai-o vós mesmos se é justo diante
de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus.
20 Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido".
21 Eles então, ameaçando-os de novo, soltaram-nos, não achando pretexto para
os castigar por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que tinha
acontecido.
Salmo
responsorial 117/118
Dou-vos
graças, ó Senhor, porque me ouvistes.
Dai
graças ao Senhor, porque ele é bom!
"Eterna é a sua misericórdia!"
O Senhor é minha força e o meu canto
e tornou-se para mim o salvador.
"Clamores de alegria e de vitória
ressoem pelas tendas dos fiéis.
A mão
direita do Senhor fez maravilhas,
a mão direita do Senhor me levantou,
a mão direita do Senhor fez maravilhas!"
O Senhor severamente me provou,
mas não me abandonou às mãos da morte.
Abri-me
vós, abri-me as portas da justiça;
quero entrar para dar graças ao Senhor!
"Sim, esta é a porta do Senhor,
por ela só os justos entrarão!"
Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes,
e vos tornastes para mim o salvador!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! (Sl
117,24)
Evangelho (Marcos 16,9-15)
16 9
Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu
primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.
10 Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e
chorosos.
11 Quando souberam que Jesus vivia e que ela o tinha visto, não quiseram
acreditar.
12 Mais tarde, ele apareceu sob outra forma a dois entre eles que iam para o
campo.
13 Eles foram anunciá-lo aos demais. Mas estes tampouco acreditaram.
14 Por fim apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes
a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que o tinham
visto ressuscitado.
15 E disse-lhes: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
criatura".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
"Anúncio e Testemunho pessoal..."
Claro
que a propaganda é a alma do negócio, o pessoal da área de marketing defende
essa ideia de com unhas e dentes e não estão errados. Mas há também uma
propaganda eficiente e que dizem ser tiro e queda, é aquela passada de boca
em boca "Não comprei tal produto porque vi na TV, mas porque meu vizinho
comprou e disse que é bom"
Jesus
poderia fazer um grande estardalhaço em sua volta, aparecer no Palácio dos
poderosos, aparecer no meio do Conselho do Sinédrio, para desafiá-los e
convocar uma mega concentração em Jerusalém para comunicar oficialmente que
ele estava Vivo e que agora iria dar as cartas, humilhando os que conspiraram
contra ele e tramaram sua morte. Os marqueteiros de plantão até lamentam “Ah
se eu estivesse lá para preparar a volta de Jesus em grande estilo!”.
Não
que Jesus e seu evangelho não precisem de divulgação, precisa sim, mas o
cristianismo não pode ser feito de "oba-oba". Por isso Jesus
descarta sua volta em uma Glória Messiânica, como os Judeus
esperavam, e prefere a comunicação boca a boca, apareceu primeiro a Maria
Madalena, diz o evangelho, que já tinha experimentado á sua Força
Libertadora, esta mulher vai correndo anunciar aos irmãos da comunidade, que
ainda estavam guardando o luto e chorando de tristeza, marcados pela aflição,
mas eles não acreditaram no anúncio e no testemunho da mulher, talvez porque
não podiam admitir a ideia de que Jesus não viesse direto a eles, mas
primeiro aparecesse a uma mulher..., era inconcebível.
Mais
tarde Jesus apareceu a dois discípulos que iam para Emaús e estes foram
anunciá-lo aos demais, mas quem diz que os discípulos acreditaram... Talvez
estivessem excessivamente preocupados sobre que rumo iriam tomar, o que
deveriam fazer, Jesus lhes havia dito apenas para propagarem o evangelho e
batizar as pessoas, nada mais. Madalena e os dois discípulos, que haviam
feito essa experiência estavam fazendo exatamente o que o Mestre havia
mandado. Talvez estivessem fazendo alguma reunião de planejamento pastoral,
às vezes fazemos uma reunião, para preparar outra reunião...
Os
discípulos, tanto como os agentes pastorais de nossos tempos, queriam FAZER.
Então durante uma refeição quando estavam é mesa Jesus apareceu aos onze e deu
uma "dura" por não terem acreditado no anúncio e no Testemunho que
haviam presenciado. E para que não houvessem mais dúvidas sobre a missão
primária da Igreja, repetiu-lhes o que já lhes havia falado "Ide por
todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura"
Que a
Igreja precisa ter uma organização em sua estrutura e nos trabalhos
pastorais, isso não resta a menor dúvida, mas não podemos nos acomodar e
deixar que tantos trabalhos e compromissos, acabem sendo mais importantes do
que o anúncio e o testemunho pessoal, senão estaremos priorizando o que não é
essencial, e o pior, os nossos trabalhos pastorais, tantos encontros e
reuniões não passarão de um grande "oba-oba", que não terá nenhuma
serventia... Muita propaganda sobre o que fazemos, quem somos na comunidade,
a importância daquilo que fazemos.
Quanto
a Jesus e seu evangelho, quando dá tempo a gente se lembra e até fala um
pouco dele. "E com licença que agora tenho uma reunião
importante..."
2.
O envio missionário
Após
a crucifixão de Jesus, surgiram duas tradições. Uma narrava que após sua
sepultura, o túmulo de Jesus foi encontrado vazio por Maria Madalena e outras
mulheres. O evangelho de Marcos terminava com esta narrativa, com o destaque
de que a missão deveria ser retomada na Galileia. Outra tradição narrava
aparições de Jesus ressuscitado à Maria Madalena e aos discípulos. Esta
narrativa foi, tardiamente, acrescentada ao evangelho original de Marcos, a
partir do capítulo 16, versículo 9. É um resumo das aparições narradas nos
outros evangelhos.
A
conclusão é a advertência sobre "falta de fé e dureza de coração"
dos discípulos, por não entenderem a ressurreição de Jesus, seguindo-se . A
advertência é feita aos discípulos e aos leitores de todos os tempos.
Reconhecemos a presença de Jesus de Nazaré, vivo em nossas comunidades e no
mundo? Este reconhecimento é a essência do anúncio missionário.
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da
ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
3. IDE EVANGELIZAR
Há um
consenso de que no Evangelho de Marcos, a partir de 16,9, temos um acréscimo.
O Evangelho terminava com as mulheres junto ao túmulo vazio e o anúncio da
ressurreição pelos anjos com o envio dos discípulos à Galiléia, para a
retomada da missão com o ressuscitado. Um redator teve a intenção provável de
completar o Evangelho com as narrativas de aparições do ressuscitado. Aí, fez
uma síntese dos demais Evangelhos quanto a estas aparições: à Maria Madalena,
no horto (Jo), aos discípulos de Emaús (Lc) e aos onze reunidos (Lc, Jo). O
acento destas narrativas é a incredulidade dos discípulos. Porém, a
experiência pascal deve levar à passagem da dúvida à certeza, da
incredulidade à fé. Isto só pode acontecer graças a um encontro com o
fundamento da fé que é Jesus, presente nas comunidades. A Boa-Nova do amor de
Deus e do dom da vida eterna, revelada por seu Filho, é para ser anunciada ao
mundo inteiro.
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