O que é Liturgia?
Liturgia não é apenas uma encenação da vida, paixão, morte e
ressurreição de um tal de Jesus de Nazaré. Liturgia não é cerimônia, nem
folclore muito menos patrimônio cultural da sociedade.
Sempre iniciamos as nossas celebrações com o sinal-da-cruz, pois
na Liturgia o Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu
Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação do mundo e para a glória de seu
nome.
No Egito, na antiguidade, Deus passou no meio do povo e
libertou-o. Há dois mil anos, Deus se fez homem em Jesus Cristo que
pregou definitivamente consigo na cruz todos nossos pecados e nos libertou da
morte.
Deus passa no meio de nós pela liturgia. Páscoa significa
passagem. Liturgia é Páscoa!
A palavra "liturgia" significa originalmente "obra
pública", "serviço da parte do povo e em favor do povo". Na
tradição cristã, ele quer significar que o povo de Deus torna parte na
"obra de Deus". Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo
sacerdote, continua em sua
Igreja , com ela e por ela, a obra de nossa redenção.
A liturgia: obra da Santíssima Trindade
"Na liturgia da Igreja, Deus Pai é bendito e adorado como a
fonte de todas as bênçãos da criação e da salvação, com as quais nos abençoou em seu Filho , para dar-nos
o Espírito da adoção filial."
"A obra de Cristo na liturgia é sacramental porque seu
mistério de salvação se torna presente nela mediante o poder de seu Espírito
Santo; porque seu corpo, que é a Igreja, é como que o sacramento (sinal e
instrumento) no qual o Espírito Santo dispensa o mistério da salvação; porque
por meio de suas ações litúrgicas a Igreja peregrina já participa, por
antecipação, da liturgia celeste."
"A missão do Espírito Santo na liturgia da Igreja é
preparar a assembléia para encontrar-se com Cristo; recordar e manifestar
Cristo à fé da assembléia; tornar presente e atualizar a obra salvífica de
Cristo por seu poder transformador e fazer frutificar o dom da comunhão na
Igreja."
A Missa é uma reunião da grande família de Deus, que agradece e
louva ao Senhor, pede perdão por seus pecados e se alimenta com o corpo de
Jesus, que nos revigora e dá forças ao Espírito para levarmos avante a nossa
missão de católicos.
A Missa é dividida em partes: Entrada, Saudação,
Ato Penitencial, Glória, Leituras, Homília, Oração dos fiéis, Ofertório, Oração
Eucarística, Pai Nosso, Oração pela Igreja, Saudação da Paz, Cordeiro de Deus,
Comunhão, Ação de Graças e Despedida.
Esquema do Ano Litúrgico
O Ano Litúrgico é o tempo que
marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não é como o ano
civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de dezembro, mas começa no
1º domingo do Advento (preparação para o Natal) e termina no último sábado do
tempo comum, que é na véspera do 1º domingo do Advento.
CICLO DO NATAL
ADVENTOInício: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade: Esperança e purificação da vida
Ensinamento: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa
NATAL
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branca
*
Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas.
Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um
tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.
* Natal:
25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do
Salvador.
*
Epifania: E celebrada no domingo seguinte ao natal e dura 3
semanas. É uma festa que lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. No
ciclo de Natal também são celebradas as festas da Apresentação do Senhor no dia
02 de fevereiro, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus e do Batismo de
Jesus.
TEMPO COMUM
1ª PARTEInício: 2ª feira após o Batismo de Jesus
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Espiritualidade: Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento: Anúncio do Reino de Deus
Cor: Verde
·
1ª parte: Começa após o batismo de Jesus e acaba
na terça antes da quarta-feira de Cinzas.
CICLO DA PÁSCOA
QUARESMAInício: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Quarta-feira da Semana Santa
Espiritualidade: Penitência e conversão
Ensinamento: A misericórdia de Deus
Cor: Roxa
PÁSCOA
Início: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes
Espiritualidade: Alegria
Ensinamento
Cor: Branca
* Quaresma: Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa. Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.
* Páscoa:
Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é
celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira celebra-se
a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece
apenas uma Celebração da Palavra. No sábado acontece a solene Vigília Pascal.
Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo
da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição.
Ela se estende até a Festa de Pentecostes.
*
Pentecostes: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus
ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.
TEMPO COMUM
2ª PARTEInício: Segunda-feira após o Pentecostes
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade: Vivência do Reino de Deus
Ensinamento: Os Cristãos são o sinal do Reino
Cor: Verde
* 2ª
pArtE: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado
anterior ao 1º Domingo do advento.
Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes
acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas
mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.
"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja
continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB -
Documento 43, 132)
Posições do Corpo
A religião assume o homem todo,
como ele é: corpo e alma.
A Graça não destrói a natureza humana, mas a completa e aperfeiçoa.
Por isso, rezamos com o corpo também, dizendo palavras e fazendo gestos.
A Missa é o louvor visível do Povo de Deus. Vejamos o significado dos gestos:
A Graça não destrói a natureza humana, mas a completa e aperfeiçoa.
Por isso, rezamos com o corpo também, dizendo palavras e fazendo gestos.
A Missa é o louvor visível do Povo de Deus. Vejamos o significado dos gestos:
EM PÉ: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito, tendo muita consideração pela pessoa que fala. Indica prontidão e disposição do "orante". A Bíblia diz: "Quando vos puserdes em pé para orar, (...)" (Mc 11,25). Falando dos bem-aventurados, João vê uma multidão, de vestes brancas, "de pé, diante do Cordeiro", que é Jesus (Ap 7,9).
AJOELHADO: Posição comum diante do Santíssimo Sacramento e durante a consagração do pão e do vinho. Significa adoração a Deus. São Paulo diz: "Ao nome de Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra" (Fl 2,10). Rezar de joelhos é mais comum nas orações individuais. "Pedro, tendo mandado sair todos, pôs-se de joelhos para orar" (At 9,40)
GENUFLEXÃO: É um gesto de adoração a Jesus na Eucaristia. Fazemos quando entramos na igreja e dela saímos, se ali existe o sacrário. Também fazemos genuflexão diante do crucifixo na Sexta-Feira Santa, em sinal de adoração. (Não é adoração à Cruz, mas a Jesus que nela foi pregado).
INCLINAÇÃO: Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande respeito. É também adoração, diante do Santíssimo Sacramento. Os fiéis podem inclinar a cabeça para receber a bênção solene.
MÃOS LEVANTADAS: É atitude dos "orantes". Significa súplica e entrega a Deus. É o gesto aconselhado por Paulo a Timóteo: "Quero, pois, que os homens orem em qualquer lugar, levantando ao céu as mãos puras, sem ira e sem contendas" (1 Tm, 2,8)
MÃOS JUNTAS: Significa recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida. É atitude de profunda piedade.
PROSTRAÇÃO: Gesto muito antigo, bem a gosto dos orientais. Estes se prostravam com o rosto na terra para orar. Assim fez Jesus no Horto das Oliveiras. Hoje essa atitude é própria de quem se consagra a Deus, como na ordenação sacerdotal. Significa morrer para o mundo e nascer para Deus com uma vida nova e uma nova missão.
SILÊNCIO: O silêncio tem seu valor na oração. Ajuda o aprofundamento nos mistérios da fé. "O Senhor fala no silêncio do coração". É oportuno fazer silêncio depois das Leituras, da homilia e da Comunhão, para interiorizar o que o Senhor disse. Meditar é também uma forma de participar. Uma Missa que não tivesse nenhum momento de silêncio, seria como chuva forte e rápida que não penetra na terra.
Cores Litúrgicas
As diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar
externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma
vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico. No princípio
havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas
"cores litúrgicas". Estas cores foram fixadas em Roma no século XII.
Em pouco tempo os cristãos do mundo interiro aderiram a este costume.
Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do
Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos, exceto dos mártires.
Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria.
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Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a
cor de Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da
sexta-feira da Paixão.
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Se usa nos domingos do Tempo Comum e nos dias
da semana. Está ligado ao crescimento, à esperança.
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Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da
penitência e da serenidade. Também pode ser usado nas missas dos defuntos e
na confissão.
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É sinal de tristeza e luto. Hoje é pouco
usado na liturgia.
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O rosa pode ser usado no 3º domingo do
Advento (Gaudete) e 4º domingo da Quaresma (Laetare).
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Objetos Litúrgicos
ALFAIAS: Designam todos os objetos utilizados no culto, como por exemplo, os paramentos litúrgicos.
ALIANÇA: Anel utilizado pelos noivos para significar seu compromisso de amor selado no matrimônio.
ANDOR: Suporte de madeira, enfeitado com flores. Utilizados para levar os santos nas procissões.
ASPERGES: Utilizado para aspergir o povo com água-benta. Também conhecido pelos nomes de aspergil ou aspersório.
BACIA: Usada como jarro para as purificações litúrgicas.
BÁCULO: Bastão utilizado pelos bispos. Significa que ele está em lugar do Cristo Pastor.
BATISTÉRIO: O mesmo que pia batismal. É onde acontecem os batizados.
BURSA: Bolsa quadrangular para colocar o corporal.
CALDEIRINHA: Vasilha de água-benta.
CAMPAINHA: Sininhos tocados pelo acólito no momento da consagração.
CASTIÇAIS: Suportes para as velas.
CADEIRA DO CELEBRANTE: Cadeira no centro do presbitério que manifesta a função de presidir o culto.
CÍRIO PASCAL: Uma vela grande onde se pode ler ALFA e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e o ano em curso. tem grãos de incenso que representam as cinco chagas de Cristo. Usado na Vigília Pascal, durante o Tempo Pascal, e durante o ano nos batizados. Simboliza o Cristo, luz do mundo.
COLHERINHA: Usada para colocar a gota de água no vinho e para colocar o incenso no turíbulo.
CONOPEU: Cortina colocada na frente do sacrário.
CREDÊNCIA: Mesinha ao lado do altar, utilizada para colocar os objetos do culto.
CRUZ PROCESSIONAL: Cruz com um cabo maior utilizada nas procissões.
CRUZ PEITORAL: Crucifixo dos bispos.
ESCULTURAS: Exitem nas Igrejas desde os primeiros séculos. Sua única finalidade litúrgica é ajudar a mergulhar nos mistérios da vida de Cristo. O mesmo se pode dizer com relação às pinturas.
GENUFLEXÓRIO: Faz parte dos bancos da Igreja. Sua única finalidade é ajudar o povo na hora de ajoelhar-se.
HÓSTIA: Pão Eucarístico. A palavra significa "vítima que será" sacrificada.
HÓSTIA GRANDE: É utilizada pelo celebrante. É maior apenas por uma questão de prática. Para que todos possam vê-la na hora da elevação, após a consagração.
JARRO: Usado durante a purificação.
LAMPARINA: É a lâmpada do Santíssimo.
LAVATÓRIO: Pia da Sacristia. Nela há toalha e sabonete para que o sacerdote possa lavar as mãos antes e depois da celebração.
LIVROS LITÚRGICOS: Todos os livros que auxiliam na liturgia: lecionário, missal, rituais, pontifical, gradual, antifonal.
LUNETA: Objeto em forma de meia-lua utilizado para fixar a hóstia grande dentro do ostensório.
MATRACA: Instrumento do madeira que produz um barulho surdo. Substitui os sinos durante a semana santa.
PISCINA: antigo nome da pia da sacristia.
PÍXIDE: O mesmo que ÂMBULA.
PRATINHO: Recipiente que sustenta as galhetas.
PURIFICATÓRIO: O mesmo que sanguinho.
RELICÁRIO: Onde são guardados as relíquias dos santos.
SACRÁRIO: Caixa onde é guardada a Eucaristia após a celebração. Também é conhecida como TABERNÁCULO.
SANTA RESERVA: Eucaristia guardada no SACRÁRIO.
TABERNÁCULO: O mesmo que SACRÁRIO.
VÉU DO CÁLICE: Pano utilizado para cobrir o cálice.
VÉU DO CIBÓRIO: Capinha de seda branca que cobre a âmbula. É sinal de respeito para com a Eucaristia.
Vestes Litúrgicas
Na Igreja, que é o corpo de
Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função.
Esta diversidade de ministérios se manifesta exteriormente no exercício do culto sagrado pela
diversidade das vestes litúrgicas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro.
Convém que as vestes litúrgicas contribuam para a beleza da ação sagrada.
Esta diversidade de ministérios se manifesta exteriormente no exercício do culto sagrado pela
diversidade das vestes litúrgicas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro.
Convém que as vestes litúrgicas contribuam para a beleza da ação sagrada.
SOBREPELIZ: Veste branca usada sobre a batina, para substituir a alva (usada em procissões e na celebração de alguns sacramentos, como a confissão).
MITRA: Uma espécie de chapéu alto e pontudo usado pelos bispos (símbolo do poder espiritual).
DALMÁTICA: É uma roupa que o diácono usa sobre a alva e a estola. É a veste litúrgica superior do diácono.
CAPA PLUVIAL, DE ASPERGES OU MAGNA: Usada pelo sacerdote sobre os ombros durante as procissões, no casamento, batismo e bênção do Santíssimo.
VÉU DE OMBROS ou VÉU UMERAL: Usado pelo sacerdote ou diácono na bênção do Santíssimo e nas procissões para levar o ostensório.
CÍNGULO: Cordão utilizado na cintura.
CAPINHA: Utilizada pelas senhoras que exercem o ministério extraordinário da comunhão.
SOLIDÉU: Um pequeno barrete em forma de calota, usada pelos bispos sobre a cabeça.
ESPAÇO
CELEBRATIVO
§
ALTAR - Mesa fixa,
podendo também ser móvel, destinada à celebração eucarística. É o espaço mais
importante da Igreja. Lugar onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.
§
AMBÃO - Chama-se
também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a palavra de Deus. Não
deve ser confundida com a estante do comentador e do animador do canto. Esta
não deve ter o mesmo destaque do ambão.
§
CREDÊNCIA
- Pequena mesa onde se colocam os objetos litúrgicos, que serão utilizados na
celebração. Geralmente, fica próxima do altar.
§
PRESBITÉRIO
- espaço ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam
os principais ritos sagrados.
§
NAVE DA IGREJA
- Espaço do templo reservado aos fiéis.
§
SACRÁRIO -
Chama-se também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são guardadas as
partículas consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que fique num
lugar apropriado, com dignidade, geralmente numa capela lateral.
§
PÚLPITO - Lugar nas
igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje, praticamente não é
mais usado.
§
BATISTÉRIO –
lugar reservado para a celebração do batismo. Em substituição ao verdadeiro
batistério, usa-se a pia batismal.
§
SACRISTIA –
sala anexa à igreja onde se guardam as vestes dos ministros e os objetos
destinados às celebrações; é também o lugar onde os ministros se paramentam.
MINISTÉRIOS LITÚRGICOS
01 - FUNÇÃO E PAPEL DO POVO
NA CELEBRAÇÃO
Na celebração da missa os fiéis constituem
o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças a Deus e
oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do sacerdote, mas também
juntamente com ele, e aprender a oferecer a si próprio. Esforcem-se, pois, para
manifestar isto através de um profundo senso religioso e da caridade para com
os irmãos e irmãs que participam da mesma celebração. Formem um único corpo,
seja ouvindo a Palavra de Deus, seja tomando parte nas orações e no canto, ou
sobre tudo na oblação comum do sacrifício e a comum participação da mesa do
Senhor. Tal unidade se manifesta muito bem quando todas os fiéis realizam em
comum os mesmos gestos e assumem as mesma atitudes externas
.
02 - COMENTARISTA
= dirige aos fiéis explicações visando introduzi-los na celebração e dispô-los
para entendê-la melhor. Convêm que as exortações do comentarista sejam
cuidadosamente preparadas, sóbrios e claras. Ao desempenhar seu cargo, fica de
pé em lugar adequado, voltando para os fiéis, mas é menos conveniente que suba
ao ambão.
- acolher os fiéis às portas da igreja e que os levam aos
seus lugares e organizam as suas procissões.
- os que faz as coletas na igreja.
03 - LEITOR = há os instituídos e os não instituídos.
- é instituído para proferir as
leituras da Sagrada Escrituras, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as
intenções para a oração dos fiéis, faltando o salmista, recitar o salmo.
- o leitor possui, na celebração
eucarística, uma função própria, que ele mesmo deve desempenhar, ainda que
estejam ministros de ordem superior.
- para que os fiéis, ao ouvirem
as leitura divinas, concebam no coração um suave e vivo afeto pelas Sagradas
Escrituras, é necessário que os leitores, mesmo que não tenham sido instituídos
para essa função, sejam realmente capazes de desempenha-las e se preparem
cuidadosamente.
04 - SALMISTA = proclamar o salmo colocado entre as
leituras. Para bem exercer a sua função é necessário que saiba salmodiar e
tenha boa pronúncia e dicção.
05 - CANTORES E TOCADORES
= cabe-lhe executar devidamente as partes que lhe são próprias, conforme os
diversos gêneros de cantos e promover a ativa participação dos fiéis no canto.
Dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo.
06 - COROINHAS = auxiliam no serviço do altar e ao
sacerdote na celebração
07 - MINISTRO EXTRAORDINÁRIO
DA COMUNHÃO EUCARISTÍCA = distribui a comunhão ao féis, auxiliam no
serviço do altar e ao sacerdote. Colocam no altar as partículas consagrada e
recolhe as mesma e são zeladores dos vasos sagrados e tecidos litúrgico entre
outros símbolos. Na ausência do sacerdote é quem o substitui fazendo a
celebração da palavra. Administra o viático.
08 - CERIMONIÁRIO = a fim de que as ações sagradas sejam
devidamente organizadas e exercidas com decoro, ordem e piedade pelos ministros.
09 - ACÓLITOS = compete-lhe principalmente preparar o
altar e os vasos sagrados, bem como distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual
é ministro extraordinário.
10 - DIÁCONO =
anunciar o Evangelho, pregar as vezes, recitar para os fiéis as intenções da
oração universal, servir o sacerdote, distribuir a comunhão aos fiéis, sobre
tudo a espécie de vinho, por vezes indicar a toda a assembléia os gestos e
posições do corpo que deve adotar.
11 - PE.
12 - BISPO
13 - PAPA
OBS: se na missa com
o povo houver apenas um ministro, ele poderá exercer diversas funções.
Música e Canto Litúrgico
Ir. Miria T. Kolling
I – Introdução – Sobre a Música Sacra e Litúrgica:
O que diz Santo Agostinho, da sua
experiência: a) Conversão, na Bas
í
lica de Milão: “Quantas lágrimas verti, quão violenta emoção experimentada, Senhor, ao ouvirem vossa Igreja os hinos
e cânticos que o louvam. Ao mesmo tempo em que aqueles sons penetravam em meus
ouvidos, vossa verdade se derretia em meu coração, excitando os movimentos de
piedade, enquanto corriam minhas lágrimas.”... b) Diz ele aos seus
fiéis: “Vós sois a trombeta e o saltério, a cítara, o tímpano, o coro, as
cordas e o órgão”, salientando a importância da voz, o instrumento mais
importante para o louvor de Deus.
í
lica de Milão: “Quantas lágrimas verti, quão violenta emoção experimentada, Senhor, ao ouvir
São também de Santo Agostinho
as afirmações: “Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos.”
Ainda: “Cantar é próprio de quem ama.” E “Quem canta bem, reza duas
vezes.”
E é ainda do grande doutor e
bispo de Hipona a bendita afirmação: “Poucas coisas são tão próprias para
excitar a piedade nas almas e inflamá-las com o fogo do amor divino como o
canto.”
São Basílio: “A melodia torna o texto desejável e agradável,
como o mel que se acrescenta a um medicamento para dar-lhe bom sabor. A melodia
terá de possibilitar que cantemos e louvemos a Deus com gosto e com
júbilo, com alegria e simplicidade de coração.”
E São João Crisóstomo afirma
que “Os salmos encerram toda a
ciência.”
Santo Ambrósio, cantor e compositor
de hinos religiosos:“Canta-se o salmo e até mesmo os corações de pedra se
abrandam. Vemos os pecadores mais obstinados chorarem, e os recalcitrantes
dobram-se.”
E ainda: ”Na verdade, não vejo
o que os fiéis podiam fazer de melhor, de mais útil, de mais santo, do que
cantar”, quando reunidos para celebrar o Senhor como igreja.
Martinho Lutero: “A música é um dom
lindo e precioso de Deus... digna de estar junto à Teologia”...
“A música é a coisa mais divina, depois da teologia.”
“A música é a coisa mais divina, depois da teologia.”
Beethoven:
“A Música é o pressentimento das coisas celestiais... é uma revelação mais alta que a sabedoria e a filosofia.”
Santo Tomás de Aquino:
“Onde a palavra termina, ali começa o canto.”
São Jerônimo,
comentando o salmo 136 –“Como cantar os cânticos de Sião em terra estrangeira? nos diz: “Quando estamos servindo ao pecado e aos vícios e estamos desterrados em terra estrangeira, não podemos cantar a Deus.”
E Orígenes completa: “O homem velho que se
corrompe seguindo os desejos da carne, não pode cantar o cântico novo”. O Concílio Vaticano II: “A renovação da música litúrgica não é mera questão de técnica e artística; requer a renovação do homem que canta, expressando as coisas do espírito. Cantam realmente o Cântico novo só aqueles que “se despem do homem velho e vestem o novo.” (cf Ef4, 24).
Gelineau:
A música e o canto são sacramentos do Verbo Encarnado!
“
A Música desperta no homem esta inquietude pelo Infinito, este desejo da Beleza, do Amor, esta ânsia pela Plenitude, e torna-se assim um sinal de Deus e o caminho mais curto para o encontro com Ele.”(Grande Sinal, Ed. Vozes – A música como caminho de espiritualidade, 1985, pág. 730)
II – Partindo de Jesus Cristo,
músico, salmista e cantor do Pai, ele o Kyrios, o Senhor.
a)
O Ambiente musical de Jesus – nasce num ambiente
que expressa sua fé através do canto: desde o seu nascimento, o Glória cantado
pelos anjos... a subida a Jerusalém com os pais , cantando os salmos de subida
(120 a
134): Eu me alegrei, fiquei feliz...Na Infância, o Magnificat,
Benedictus, Nunc dimitis... A volta do filho pródigo é celebrada com canto,
dança e festa... Na entrada de
Jesus em Jerusalém, é recebido com cantos, vivas, aclamações...
“Chegada a plenitude dos
tempos ,” Jesus apareceu como a expressão e o canto de Deus, o canto do novo
salmo, o melhor intérprete do seu povo.
Santo
Agostinho: Quando o leitor sobe ao púlpito, é Cristo quem nos fala.
Cristo tampouco permanece silencioso em vocês, quando cantam... não é
porventura o próprio Cristo quem canta em sua voz?...
b)
Jesus Cristo, o salmista do Pai.
-
Os Salmos- composições líricas , foram feitas
para serem cantados, e são o livro de
cantos do povo de Israel, parte importante do culto sinagogal. Jesus, como bom
judeu, freqüenta o templo, participa da liturgia. Cantou com a voz, o coração e a vida os cantos,
hinos e salmos... – Lc 4, 16 – Como de costume, ele vai à sinagoga no dia de
sábado, e lê o profeta Isaías... Cita os salmos, por exemplo o Sl 133 (132) “Como
é bom e agradável viverem os irmãos
unidos! Os salmos do Hallel (= cantar hinos de alegria e louvor” ,
conjunto dos salmos 113 ao 118, são cantados nas grandes solenidades, como a
Páscoa... “Depois de terem cantado salmos”, ele e seus discípulos “foram
para o monte das Oliveiras”...
-
Em Jesus, músico, integram-se todos os
valores. Ele dirige a orquestra do mundo,
desde o nascente até o poente... Ele, o músico, a nossa música... e a
ele se dirige nossa música. Nós, humanidade, somos como partitura de Deus...
cada qual, uma nota... às vezes dissonantes pelo pecado, mas convocados a ser notas harmônicas, acordes harmoniosos, por uma vida autêntica e fiel a Deus.
-
A tradição viu nos salmos ao mesmo tempo a voz de Cristo rezando ao Pai e a voz da
Igreja voltada para o seu Senhor. Santo Agostinho: “Os salmos são a voz
do Cristo total: a cabeça e o corpo.”
-
Jesus Cristo, regente da orquestra do
mundo... Ele dá sentido pleno à sinfonia de Deus, a interpreta e dirige,
Ele a Palavra que se fez Carne, se fez Música... Nele integram-se todos os
valores. É ele o animador e diretor da sinfonia cósmica que “ressoa desde o
Oriente até o ocaso...” Cada um de nós, uma nota na grande sinfonia da
vida... Deus, o “Cantus Firmus”. Na Missa do início do pontificado de
Bento XVI, a 24 de abril de 2005, alguém comentava (TV Canção Nova): “O
cantor mudou, mas a música é a mesma”, diríamos, continua... Porque JC é o
Cantor do Pai, o divino regente, que une as vozes e corações em torno de si,
atraindo-nos ao Pai, a quem se dirige o nosso louvor...Ele é o músico e a
própria música!...
-
“Jesus Cristo, assumindo a natureza humana, trouxe para este exílio terrestre aquele hino que é cantado por todo o sempre nas habitações celestes. Ele associa a Si toda a comunidade dos homens e une-a consigo na celebração deste divino cântico de louvor.” (SC83) Cristo, tendo cumprido sua obra redentora, enviou-nos o Espírito Prometido. Desde o dia de Pentecostes, o cântico novo continua a vibrar nas cordas da harpa dedilhada pelo Espírito Santo na liturgia da Igreja,como um harmonioso e incessante diálogo entre o Esposo e a Esposa. Este cântico é ainda a imagem e o anúncio do louvor celeste, do cântico novo que o Apocalipse deixa entrever (Ap 5,9). Aquele, sim, será o cântico novo por excelência, liberto dos limites materiais.” (Grande Sinal –Editora Vozes, dezembro 1985, no artigo “A Música como expressão da espiritualidade”, de José Weber, pág. 733.)
III – O
canto e a música na Liturgia
Introdução:
No sentido cristão, a
celebração é a festa pela obra salvífica de Cristo, atualizando a História da
Salvação(sentido teológico), manifestação visível da salvação e da
Igreja (sentido litúrgico). (Pe. Lucio Floro: A Liturgia é
a curtição da salvação que o Pai nos deu em Jesus Cristo ).
A celebração tem um corpo
(conjunto de sinais) e um espírito (motivo e estilo). Tem atos
(os momentos da celebração), mas também tem fatores (os ingredientes
de iluminação, ventilação, acolhida, personalização, etc). Ela
possui um dinamismo interno e um ritmo: no conjunto (início,
ápice e encerramento), em cada parte (entre assembléia, presidente,
ministros; entre palavra, canto e silêncio); nos modos de
participação e nas atitudes, na oração comum (convite, oração pessoal,
oração comunitária e oração presidencial).
Esse
dinamismo, com a estrutura da celebração tem um
encadeamento lógico, que se
realiza em torno de 4 pólos: os momentos
sucessivos da celebração: a convocação
em torno do Ressuscitado (assembléia); o diálogo salvífico (proclamação
da Palavra e resposta do povo); os sinais com que a Aliança se renova e sela
(memorial da História da Salvação); por último, a dimensão do testemunho,
missão e serviço (dissolução da assembléia).- Do livro “Manual de Liturgia II”
– CELAM, Editora Paulus, pág. 61-63.
1)
Fundamentos – Função e papel do canto
litúrgico: por que cantar?
A música é “parte
essencial, necessária, integrante da liturgia (SC 112) – expressão da fé e da
vida cristã de cada assembléia. Em ordem de importância e, após a comunhão
sacramental, é o elemento que melhor colabora para a verdadeira participação
pedida pelo Concílio.”:
-
Expressa
melhor
e mais profundamente
a oração - Pelo canto, a oração se expressa com mais suavidade Mais que as outras artes, é aquela que expressa a essência, o próprio ser e o mistério celebrado.
e mais profundamente
a oração - Pelo canto, a oração se expressa com mais suavidade Mais que as outras artes, é aquela que expressa a essência, o próprio ser e o mistério celebrado.
-
Mais claramente se manifestam o mistério da liturgia
e da Igreja, Corpo Místico de Cristo,
sua índole hierárquica e comunitária, uma vez que a liturgia é ação de toda a igreja.
e da Igreja, Corpo Místico de Cristo,
sua índole hierárquica e comunitária, uma vez que a liturgia é ação de toda a igreja.
-
Favorece
e expressa
a unidade - Mais profundamente se atinge a unidade dos corações, pela unidade das vozes, vencendo o isolamento, criando sintonia e harmonia, acima de diferenças, idade, cultura e idiomas... Cantar em comum produz união, torna os membros coesos entre si. (Canto do Hino Nacional: todo um ideal, um povo, assembléia). Portanto, o canto faz a comunidade. (Gelineau: uma comunidade que canta é mais unida que uma que não canta.)
e expressa
a unidade - Mais profundamente se atinge a unidade dos corações, pela unidade das vozes, vencendo o isolamento, criando sintonia e harmonia, acima de diferenças, idade, cultura e idiomas... Cantar em comum produz união, torna os membros coesos entre si. (Canto do Hino Nacional: todo um ideal, um povo, assembléia). Portanto, o canto faz a comunidade. (Gelineau: uma comunidade que canta é mais unida que uma que não canta.)
-
Enriquece e soleniza a celebração, gerando
festa: “Nada mais festivo e mais grato nas celebrações sagradas do que uma
assembléia que, em seu todo, expressa sua fé e sua piedade por meio do canto.”
(MS 16).
O canto soleniza um rito
,tornando a celebração mais plena, mais intensa, mais clara, possibilita sua melhor realização, sendo gesto vocal que realiza o rito.
O canto soleniza um rito
,tornando a celebração mais plena, mais intensa, mais clara, possibilita sua melhor realização, sendo gesto vocal que realiza o rito.
-
Exerce uma “função ministerial”, não apenas como
humilde serva da liturgia, mas uma nobilíssima serva, como “ministra da liturgia”.
Isso “implica em duas condições: a) subordinar sua própria identidade a uma
função, b) e por outro, sua ação se
transforma em verdadeira atividade sagrada, celebrante e santificadora. Pela
primeira, a música não atua na liturgia como único critério de sua autonomia
estética, porém, longe de perdê-la, sua própria identidade artística e seu
ofício exercem um autêntico ministério.”
-
Eleva as
almas mais facilmente, pelo esplendor das coisas santas até as realidades
supraterrenas
, sobrenaturais.
Sua solenidade não se dá tanto pela polifonia, por um coral, mas pela participação de todos. A celebração em comum, e cantada, é a festa.” (Nossas festas em família que o digam!...)
, sobrenaturais.
Sua solenidade não se dá tanto pela polifonia, por um coral, mas pela participação de todos. A celebração em comum, e cantada, é a festa.” (Nossas festas em família que o digam!...)
-
Prefigura a Jerusalém celeste - Enfim, toda a
celebração mais claramente prefigura aquela efetuada na celestial Jerusalém.
(Quem não experimentou um pouco do céu na morte do nosso querido João Paulo II?... Como que pequena fresta da
janela da casa do Pai se abriu... e foi um antegozo da liturgia celeste).
O livro do Apocalipse: canto novo dos resgatados diante do Cordeiro, quando Ele se manifestar em sua gl
ória. Nossa liturgia terrestre deve prefigurar ado céu...
O livro do Apocalipse: canto novo dos resgatados diante do Cordeiro, quando Ele se manifestar em sua gl
ória. Nossa liturgia terrestre deve prefigurar ado céu...
-
Ajuda a sair de nós mesmos, do nosso individualismo e comodismo, para
viver o comunitário, indo ao encontro do outro. Deixamos o eu para
assumir o nós!
-
É símbolo da polifonia da vida, onde somos tão diferentes, como as notas de uma sinfonia, mas regidos por Deus, nosso cantus firmus, formamos a bela e harmoniosa sinfonia da vida, pela fé e o amor celebrados na liturgia.
-
Gelineau cita três serviços da Música
Litúrgica:
. ser
instrumento de oração e celebração
. viabilizar a
festa
. fazer
entender o inaudito (música não cheia de si mesma, mas portadora de silêncio e adoração).
2) Características da música litúrgica – critérios principais:
-
Santidade – sua finalidade última:
glorificação de Deus e santificação dos
fiéis... “A MS será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver ligada
à ação litúrgica” (SC 112) – do sacro ao santo, ao litúrgico... Do conteúdo
genérico, geral, religioso, à música com finalidade exclusivamente litúrgica, a
serviço do Mistério, da Palavra, do rito, música para a liturgia. Assim, a
santidade da música vem de sua “sacramentalidade”, na dimensão do visível e
sensível, quando o gênio, a arte, a técnica e a execução musical revelam de
forma humana o Mistério Divino celebrado – JESUS CRISTO “ é a Imagem que se vê, a Palavra que se
escuta, o Pão que se consome no interior do tecido eclesial”, na
Igreja, quando celebramos o mistério da
fé. O Concílio: “Cristo está sempre presente na sua Igreja, e de modo
especial, nas ações litúrgicas. Por isso, cada ação da Igreja, unida a Cristo,
é ação santa. Na liturgia, a música não se canta nem se venera a si mesma, mas
se torna epifania –glória do mistério celebrado: “Deus canta o seu Verbo e
concede-o; o artista encarna o Verbo e
canta-o”. (L´Osservatore Romano, 17 de janeiro 2004 “Música Santa para a Liturgia”).
-
correção e singeleza das formas:/ beleza expressiva da oração - o texto da SC diz
que a Igreja “aprova e admite no
culto todas as formas de verdadeira
arte, dotadas das devidas qualidades” : sentido da oração, da dignidade e da beleza. “Os cantos e as
músicas devem corresponder às legítimas exigências de adaptação e inculturação”,
evitando a leviandade e a superficialidade. João Paulo II nos diz da “Necessidade
de purificar o culto de dispersões de estilos, das formas descuidadas de
expressão, de músicas e textos descurados e pouco condizentes com a grandeza do
ato que se celebra.”
Quanto ao
texto: sem academismos nem vulgaridades! Nem sofisticação da linguagem nem
expressões regionalistas inadequadas a um repertório comum. Inspiração bíblica:
Sagrada Escritura e a própria Liturgia - fontes bíblicas e litúrgicas, levando em conta a vida e realidade do povo.
O texto deve focalizar a função
ministerial, a festa, o tempo litúrgico... estar mais na linha do louvor
gratuito, ação de graças, súplica e perdão, numa linguagem dialogal e orante, e
não moralizante ou catequética. Leve em conta a dimensão comunitária e social.
A Igreja
oriental possui hinos litúrgicos riquíssimos. A Igreja ocidental, romana adotou o latim, língua concisa, difícil de traduzir...
Após o Vaticano II, convocados a compor cantos para a liturgia, as composições
muitas vezes, tiveram uma débil sustentação tanto teológica, como doutrinária e
espiritual, além de pouca qualidade musical. A música deve ajudar a penetrar no
mistério, num crescendo...(Exemplos – Vigília Pascal, recolhida... de repente
um aleluia em ritmo de twist, desconcentrando... Comunhão – canto de adoração à
Eucaristia... O canto de entrada “Mãezinha do céu” em plena festa de
Pentecostes!...)
Quanto à melodia:
(linguagem privilegiada, que fala à alma, toca o mais íntimo... arte
do tempo e do som, a mais abstrata, por isso a mais espiritual e
divina das artes), deve ser simples mas bela - a
simplicidade não se opõe à qualidade. Necessidade de assessoria técnica
– características rítmicas e harmônicas;
conteúdo de melodia e texto correspondam aos diversos momentos da ação
litúrgica. Deve ser nobre e ao mesmo tempo despojada do mundano, pois sua
função é sublinhar, revelar o sentido das palavras, “favorecendo melhor
interiorização do mistério que se celebra, realçar o texto, provocar o louvor,
a súplica, o perdão, a interiorização, a aclamação, a entrega, a comunhão...A
música é um dos caminhos mais curtos
para o encontro entre Deus e o homem...” A Música é “serva humilde”
(conforme Bach e Pio X), mas “serva extremamente nobre” da liturgia, no dizer
do Papa Pio XI em sua Constituição Apostólica Divini Cultus (1928):
“O canto e a música são a “encarnação” da Palavra revelada, do diálogo
salvífico... uma experiência or
a
nte feita pela Igreja que celebra o mistério pascal de Jesus Cristo.” Deve favorecer o canto do povo.
a
nte feita pela Igreja que celebra o mistério pascal de Jesus Cristo.” Deve favorecer o canto do povo.
-
Entre os gêneros preferidos, está o Canto
Gregoriano, mas também os outros
gêneros de música sacra, sobretudo a polifonia e o canto popular
religioso. Quanto a este, diz a SC: “O canto popular, de fato, constitui
um vínculo de unidade, uma expressão alegre da comunidade orante, promove a
proclamação de uma única fé e dá às grandes assembléias litúrgicas uma
incomparável e recolhida solenidade.”
Admirável a
afirmação: “Graças à palavra, a música pode nomear a Deus de Jesus Cristo;
graças à música, a voz humana pode pronunciar o inefável.! (Universa
Laus, citada por Antonio Alcalde). Portanto, os três grandes tesouros da música
sacra são: o canto gregoriano, a
polifonia sacra e o canto popular
religioso.
Relação
entre música e Palavra – a Palavra tem uma função central. Nosso culto
único e definitivo é Jesus Cristo; Ele é a Palavra definitiva. E essa palavra
com que o Filho ( e nós, nele, com ele, por ele), responde em obediência ao
Pai, faz com que a Liturgia tenha essa estrutura dialogal: Palavra entregue,
proclamada, que responde como oferenda espiritual..... Palavra plena,
palavra-música, que “sai do coração e chega até o coração” (Beethoven).
Como deve
ser a música litúrgica:
-
fácil e simples (não vulgar nem simplória)
-
melódica e não estridente (não pegajosa)
-
diatônica e de estilo silábico (cada
sílaba corresponda à sua nota musical)
-
clareza de tom e modo
-
evoque um mundo de mistério e transcendência
-
esteja a serviço da palavra, cantando-a
com clareza; aderência!
-
Penetre e vivifique a palavra, meditando
e aprofundando o texto.
O silêncio
sagrado – função musical do silêncio: pausa reflexiva, de
concentração, de eloqüência do interior (ato penitencial, oração, após
leituras, relato da Paixão, após a
Comunhão...) x barulho, agitação, ruído...Só sabe cantar quem sabe silenciar
para ouvir Deus. É um silêncio fecundo...
-
As exigências da própria liturgia: “O
canto da liturgia é Palavra que se faz canto, canto que nasce do coração em que
o Verbo se encarna por obra do Espírito Santo”. Deve exprimir a solenidade
da celebração e a unanimidade da assembléia, tendo como finalidade a glória de
Deus e a santificação dos fiéis.
Frei Alberto Beckäuser, citando o Cardeal Daneels,
em artigo, diz: “A Liturgia não nos pertence... ela é de Deus, dom oferecido à humanidade por Cristo e em Cristo. Não somos nós
que a fazemos, ela é que nos faz. Não a possuímos, é ela que nos possui...
devemos deixar-nos conduzir por ela.
Quem celebra e faz memória é a Igreja, que celebra a Sagrada Liturgia de JC, seu
serviço de salvação da humanidade, que ele realizou por sua Encarnação,
Paixão-Morte, Ressurreição e Ascensão aos céus... Celebramos através dos
gestos, sinais, símbolos ( pessoas concretas,
a Palavra, elementos da natureza, objetos, gestos e posturas do corpo, o tempo da
Liturgia e a Liturgia no tempo, a linguagem do silêncio, da arte do tempo que é
a música, o canto... Todos os sinais, símbolos, ritos – são formas de viver a comunhão com Deus, de
fazer a experiência com o Senhor.(Mistério é o próprio Deus. Comunhão de vida e
de amor que nos é comunicado.)
-
A participação da comunidade – tomar
parte, ser participante... A assembléia toda, como povo profético, sacerdotal e
real, tem direito e dever de participar da Sagrada Liturgia – participação consciente
(formação litúrgica) ativa (escuta e silêncio - escuta da Palavra, e palavras, gestos, canto... os 5 sentidos
participam) e plena ( de corpo e alma, ser inteiro...) de maneira
frutuosa (frutos de vida, amor,
conversão)... A assembléia tem a PRIMAZIA!
-
Resumindo – as características da música
sacra/ litúrgica (João Paulo II, no seu Quirógrafo, retomando Pio X): “A
ML deve, de fato, responder aos seus requisitos específicos: a plena adesão aos
textos que apresenta, a consonância com o tempo e o momento litúrgico para o
qual é destinada, a adequada correspondência aos gestos que o rito propõe. Os
vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria,
sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora
proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de
súplica ou ainda de melancolia pela experiência de dor humana, uma experiência,
porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã.” (n. 5)
3. Relação entre música
e rito - Três tipos de canto na
Celebração, em grau de importância:
a)
Missa em Canto – Cantos do presidente da Celebração
e dos ministros em diálogo do Ordinário com a assembléia: saudação inicial
do presidente, oração do dia, introdução
ao Evangelho- diálogo, oração sobre as oferendas, prefácio, as diversas
aclamações na Oração Eucarística,Oração do Senhor (Pai Nosso) – introdução e
prolongamento (embolismo), oração e saudação da paz, oração após a comunhão, as
fórmulas de despedida.
b)
Os cantos que constituem o rito:- As Partes
do Comum da Missa, chamadas Partes Fixas, os Cantos do Ordinário,
cantados em comum, pelo presidente, os
ministros e toda a assembléia: Senhor, tende piedade de nós- Kyrie, Glória,
Salmo responsorial, Creio (Símbolo dos
apóstolos), Preces, Santo, aclamação
memorial, doxologia final.
c)
Os cantos que acompanham o rito – As partes
próprias de cada Missa: (o próprio da Missa) canto de abertura,
aspersão do povo, aclamação ao Evangelho, resposta da oração universal dos
fiéis, canto das oferendas, fração do pão (Cordeiro de Deus) e canto da
comunhão. Ainda: Canto da paz, após a
comunhão e louvor final, facultativos.
Observações:
1)
Os cantos que constituem o rito são mais importantes
que os que acompanham o rito. Vantagem: não precisar de papel, e sim cantados
“de cor”, favorecendo a comunicação.
2)
Não devem ser substituídos por paráfrases, outros
cantos...
3)
Melodias respeitem os diversos gêneros e formas:
diálogos, proclamação de leituras,
salmodias, antífonas, hinos e
cânticos, aclamações (Aleluia, Santo, Amém, intraduzíveis...) Outras formas:
balada, lied, coral, spirituals, nossas canções...
4)
Equilíbrio entre as partes cantadas, usando a
criatividade, dependendo da festa ou solenidade, da assembléia, das
possibilidades...
5)
Repertório adequado à comunidade – sensibilidade,
bom senso, escolha criteriosa.
6)
Na escolha dos cantos, não fazer opção pelo novo,
mas pelo melhor...”Busquemos o melhor, e o melhor será o novo”.Santo
Agostinho nos diz que “É melhor cantar um canto velho com um coração novo do
que cantar um canto novo com um coração velho.”
7)
Equilíbrio entre cantar tudo e entre cantar nada.
Os mais importantes: Santo, Amém (Doxologia – Aclamações) e o Salmo.
8)
Cantar A liturgia, não NA liturgia,
um canto qualquer, dispersivo... mas o rito, a Palavra, a festa, o mistério
celebrado.
4. Função ministerial da
música e do canto:
a)
Canto processional de Entrada (acompanha
o rito, o movimento, a procissão) conforme Santo Agostinho: “Canta e
caminha!” Finalidade: constituir e congregar a assembléia, introduzindo-a
no mistério a ser celebrado – tempo litúrgico, sonorizar o caráter festivo da
celebração, fomentar a união dos fiéis, dar o tom da celebração. O Missal
Romano diz: “... seja adequado à ação sagrada ou à índole do dia ou do tempo
litúrgico”, elevando seus pensamentos à contemplação do mistério litúrgico.
Pode ser usada a antífona com seu salmo (Gradual Romano) ou outro canto,
executado pelo povo ou alternando grupo coral e povo. Características: ser de
grande amplidão, alegre e vibrante, de preferência em tom maior, ritmo binário
(hino ou canto estrófico: refrão e estrofes), de preferência a uma só voz, para
facilitar o canto do povo. Santo Agostinho descreve o início da missa da Páscoa
de 426, em sua catedral de Hipona: “Dirigimo-nos para onde estava o povo; a
igreja estava superlotada, nela ressoavam os gritos de alegria: Graças a Deus,
Deus seja louvado! Ninguém se mantinha calado... Saudei o povo: as aclamações
recomeçaram, com ardor multiplicado. Por fim fez-se silêncio, e foi lida a
passagem das divinas escrituras relacionadas com a festa.” (do livro De Civitate Dei)
b)
O rito penitencial – Senhor, tende piedade ou
Kyrie eleison - é uma aclamação
suplicante endereçada a Cristo, o Senhor, louvando-O e à sua misericórdia.
Pertence aos cantos rituais, constituindo o próprio rito da celebração
(Ordinário da Missa) Não é o Ato Penitencial, mas sim uma doxologia ou
proclamação da bondade e misericórdia de Deus, cantado após o Ato Penitencial e
a absolvição, a não ser que já tenha participado do mesmo, através das várias fórmulas
apresentadas pelo Missal Romano, como variante deste. Historicamente o Kyrie eleison parece provir da Oração dos fiéis, com caráter
de ladainha. Após o Concílio Vaticano II: “É um canto mediante o qual os
fiéis aclamam o Senhor e imploram sua misericórdia.” Quando São Dâmaso
mudou a missa do grego para o latim, deixou o Kyrie imutável, em grego,
e assim atravessou os séculos. Seria completamente alheio a seu caráter
substituir o Senhor por um hino, estrófico ou não. (Kyrios foi o nome
mais comum dado a Cristo Ressuscitado pelos primeiros cristãos). Farão parte
dele o povo e os cantores. Importa não acentuar demais o aspecto penitencial na
Celebração Eucarística, evitando também paráfrases e outros cantos
penitenciais.
c)
Glória – Diz a Introdução do Missal
Romano: “O Glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja,
congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro,
portanto de caráter doxológico (louvor, glorificação).É cantado de forma direta pela assembléia dos fiéis ou pelo povo em
alternância com os cantores, ou ainda só pelo coro.” ( n.53) É uma das peças
mais antigas da Missa, incorporada pela igreja
romana no século II, por ocasião do Natal. Sua nota dominante: o júbilo,
louvor confiante e alegre... Como hino que é, deve ser cantado. Pode ser
dividido em três partes: a) o canto dos anjos, na noite de Natal; b) os
louvores a Deus Pai; c) os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo,
o Cordeiro, o Kyrios , o Senhor. Canto em prosa , conforme Missal Romano, há
várias melodias. Metrificado pela CNBB, outras tantas. Evitar os “Glorinhas”,
trinitários, que abreviam o conteúdo rico do mesmo. Não deve ser substituído
por outro canto de louvor, pois faz parte dos cantos rituais, é o próprio rito.
Santo Agostinho nos dá as características do Hino, que são três: “É
um canto com louvor a Deus, que pois, deve constar do seguinte: do canto,
do louvor e de que seja dirigido a Deus.”
d) Salmo
Responsorial – O costume de se cantar o salmo após a leitura remonta aos primeiros
séculos do cristianismo, prática herdada do culto da sinagoga judaica. Santo Agostinho fala do
valor do salmo cantado durante a liturgia da palavra, como uma “leitura
cantada”. Faz parte integrante da Liturgia da Palavra, como resposta orante da
comunidade à proposta e às maravilhas proclamadas por Deus na primeira leitura, e deve ser cantado de forma dialogal, o texto
de preferência extraído do Lecionário, que é a nossa Bíblia litúrgica. Importância da função do salmista, ao mesmo
tempo ouvinte e ministro da Palavra; ele
proclama o salmo no ambão – mesa da Palavra. O salmo é a proclamação da
Palavra cantada, por isso requer-se o mínimo de preparo técnico e vocal ,
litúrgico e musical do salmista. Devido à sua importância, não deve ser omitido
nem substituído por “canto de meditação”. É um canto ritual interlecional, cantado entre as leituras..
e) Aclamação
ao Evangelho, o “Aleluia” - adaptação portuguesa do Halelû Yah
= Louvai Javé. Portanto, convite ao louvor jubiloso, através do qual a
assembléia dos fiéis acolhe o Senhor
que vai falar no Evangelho; como um “viva” pascal ao Verbo de Deus, que nos
dirige palavras de vida eterna. É uma
solene e jubilosa profissão de fé cantada, aclamando Jesus Cristo. Portanto,
sendo aclamação, é um grito com que
exteriorizamos nossos mais profundos sentimentos e experiências de vida, projetando-nos para
fora de nós, algo que espontâneo brota do interior e se faz exclamação, grito de júbilo. Por isso, deve
ser breve, denso e sonoro. Também por isso mesmo, só pode ser cantado, não se
lê, não se diz, só se canta... O ideal:
Aleluia (todo o povo) + versículo do dia
( solista ou coral) É aclamação-júbilo.
(As aclamações são importantíssimas para a participação do povo). Na
Quaresma é substituído por outra aclamação, mas também vibrante e sonora. É
cantado por todos, de pé, podendo acompanhar a procissão com o Evangeliário, do
altar para o ambão, hoje já tão em uso nas nossas liturgias. (Aclamar =
aplaudir, aprovar entusiasticamente... Nossas Missas com o Papa...) Pode-se
repetir a aclamação como resposta ao Senhor que nos falou, no final do
Evangelho.
f) Credo
– A profissão de fé é menos apta para ser cantada por toda a
assembléia, mas a Instrução Geral do Missal Romano prevê: “O símbolo deve
ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades;
pode-se também dizer em celebrações especiais
de caráter mais solene. Quando cantado, é entoado pelo sacerdote ou se
for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é cantado por todo o povo
junto, ou pelo povo alternando com o grupo de cantores.” Foi introduzido
lentamente na liturgia da Missa. Chegou a Roma pelo século X,
embora na Espanha já fosse aceito no
século III . A partir do canto polifônico, se tornou uma peça musical
brilhante. Os documentos dizem que não existe obrigação de cantá-lo, pois não é
hino nem aclamação, mas sim profissão de fé. Se for cantado, “procure-se
fazê-lo como de costume, todos juntos ou alternadamente”. Existe a
possibilidade de cantar a fórmula mais breve, denominada “símbolo apostólico”,
mas não pode ser substituído por canto religioso. É possível utilizar traduções
adequadas nas missas com crianças. “Tem como finalidade exprimir o
assentimento do povo como resposta à Palavra de Deus escutada nas leituras e na
homilia e, ao mesmo tempo, recordar-lhe a regra de fé, antes de começar a
celebração da Eucaristia.” É a afirmação da unidade da fé, não só através
das diferentes comunidades, mas através dos tempos.
g) A
oração universal, Preces - A
restauração da Oração Universal foi dos melhores êxitos da reforma litúrgica.
Afirma o Ordo da Missa: “Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo reza por todos, exercendo deste modo o
seu múnus sacerdotal.”.A ordem é a seguinte: a) pelas necessidades da
Igreja; b) pelas autoridades civis e pela salvação do mundo; c) por aqueles que
sofrem dificuldades; d) pela comunidade local.
É uma herança da tradição judaica, que gostava de acrescentar às bênçãos
orações de súplicas, e desde o início do cristianismo foram aceitas e multiplicadas...
Pode ser considerado como parte do Ordinário da Missa. Nem sempre as Preces vão
ser cantadas, mas o seu canto lhes dará uma solenidade e intensidade especiais.
Podem ser cantadas de vários modos, com diversas fórmulas propostas e respostas
pelo Missal Romano, salientando o refrão cantado por toda a assembléia. A
introdução, as preces e a conclusão são recitadas.
h) Canto
das oferendas - ( Liturgia Eucarística) – Preparação dos dons. É
canto que acompanha a apresentação dos dons do pão e do vinho, facultativo e
tem verdadeiro sentido quando houver a procissão das oferendas para o
altar. Diz a Instrução do Missal: “O
canto das oferendas acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo
menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar.” Portanto, não
deve se prolongar, uma vez que acompanha o rito da procissão com os dons. Não é
um canto para oferecer o sacrifício: a única oferta é Jesus Cristo e nós, “por
Ele, com Ele e nEle”, em sacrifício vivo e santo; é, sim, canto para apresentar os dons e
preparar a mesa do altar, após a liturgia da Palavra... Por isso, evitar os
“cantos de ofertório”. Momento com muitas possibilidades, dependendo da
solenidade ou da festa: um hino a Jesus Cristo, ao Espírito Santo, a Maria ou
outro; um solo de órgão ou outro instrumental,
um dueto vocal, o coro, além de
responder cantando à oração de bênção:
“Bendito sejais, Senhor Deus do
Universo...” (Os momentos da preparação dos dons: a apresentação do pão, a
apresentação do vinho, a mistura da água e do vinho, as outras oferendas –
nossa partilha fraterna, e a oração sobre as oferendas. A apresentação dos
dons é o pórtico de entrada da oferenda
eucarística).
i)
Sanctus, a aclamação do universo (A Oração Eucarística – Introdução: antífona, Cânon, oração eucarística)–Tem sua origem no Oriente, século II. O texto bíblico: um manto de retalhos, uma compilação de textos bíblicos– As duas primeiras aclamações, tiradas de Isaías,de sua visão dos anjos prostrados diante do altar... “Toda a terra está cheia de sua glória”Hosana.do hebraico Hosiah-na= dá a salvação,do salmo 118,25 –“Senhor, dai-nosa salvação!”Nas alturas = Deus que habita os altos céus... Bendito o que vem: Sl 118,26, que a tradição transformou numa aclamação messiânica: “Bendito O que vem em nome do Senhor!”, festejando e aclamando o Senhor, quando de sua entrada em Jerusalém. (Mt 21, 9). Portanto, o clima bíblico do Santo é de celebração gloriosa: teofania (manifestação de Deus), deve produzir expressão exuberante de alegria,aclamação jubilosa, unânime e solene com que se conclui o prefácio (que inicia a oração eucarística, e devia ser cantado).O santo, como o salmo e o Amém doxológico, é o principaldos cantos do Ordinário da missa. É a primeira aclamação da assembléia na prece eucarística, e como hino-aclamação, deve ser profundamente festivo e jubiloso, evocando a aclamação entusiastado povo no dia de Ramos, a parusia gloriosa no fim dos tempos, ambiente de festa em que céu e terra se unem, reunindo num louvor cósmico e universal, os santos do céu e a Igreja da terra.Segundo o Apocalipse, o Sanctus é a aclamação da liturgia celeste.A assembléia deveria ficar à vontade e alegre, ao cantar esse louvor solene, sentindo-se intérprete fundamental desta aclamação, a primeira e mais importante a ser cantada pela comunidade.A melhor forma de cantaro Santo é a forma direta.Não deve ser substituído por “versões tão livres que não correspondam à doxologia bíblica.”
j)
Aclamação Memorial–Esta aclamação, tal como a conhecemos hoje, foi inserida após o Vaticano II. Logo após a narrativa da Instituição, o presidente canta ou diz: “Eis o Mistério da fé!” e todos aclamam,de pé, comopovo ressuscitado em Cristo: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte...” ou “Toda vez que se come deste pão...” ou ainda “Salvador do mundo...” , proclamando sua fé em tom aclamativo, fazendo memória do mistério pascal de Cristo – sua vida e mensagem salvadora, sua paixão e morte, ressurreição e ascensão ao céu, enquanto aguarda a sua vinda gloriosa.Tem, portanto, um caráter pascal, diferente daquele cunho dramático-devocional, que perdurou por séculos em nossa liturgia, com relação à narrativa da instituição, antes do Concílio Vaticano II. Não pode ser substituída por cantos de adoração ou benditos...Segundo Antonio Alcalde, em seu livro “Canto e Música litúrgica”, qualquer das três aclamações é válida. Mas recomenda: Advento e Natal –“Anunciamos, Senhor...”; Quaresma e Páscoa –“Salvador do mundo... “; Tempo Comum-“Toda vez que se come...”, mas a primeira é a mais usada nos domingos.(Também chamada de Anamnese, do grego= lembrança, comemoração).
k)
Aclamação à doxologia final - O grande Amém - Ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Conclui a Oração Eucarística: Ao “Por Cristo, com Cristo, em Cristo...”, recitado ou cantado pelo presidente, enquanto eleva ao Pai com bastante expressividade o pão e o vinho transformados em Corpo e Sangue do Senhor, portanto em Eucaristia e ação de graças, a assembléia deve aderir e prorromper com o “Amém”, muito vibrante e solene, repetido várias vezes, cantandoportanto, e podendo-seaplaudir. Este amém nos lembra nossa dignidade de povo sacerdotal, participando com ele da prece eucarística.Lembra-nos Santo Agostinho: “Seu amém é sua assinatura, éseu consentimento, é seu compromisso.” E São Jerônimo recorda-nos que esse Amém “ressoava como um trovão”nas basílicas romanas.É o movimento do universo rumo à eternidade de Deus, aquilo que o gesto da doxologia quer significar. “Toda a criação nasce do coração do Pai, como fruto do Seu amor. Toda a criação alcança a sua existência por Cristo, primogênito de toda criatura” (Col 1, 15).Toda a criação é habitada pelo Espírito que a enche do Seu amor.”(Lembra Pe. Busch –os pedaços da vida que vamos oferecendo,o amém davida inteira entregue... AMEM! ALELUIA1) Nosso Papa João Paulo II-sua última palavra: Amém! SEMPRE devia ser CANTADO, pois é de fundamental importância. Há várias fórmulas no Missal.
l)
Pai Nosso: aoração dos filhos – Chegou até nós por dupla tradição:Mateus 6, 9-11 e Lucas 11,2-4. São sete petições, das quais as três primeiras “celestes” – Deus, sua Vontade e seu Reino, e as quatro seguintes “terrestres”, pois dizem respeito a nós, humanos. O próprio Jesus nô-la ensinou, dirigindo-se a Deus como “Abba, Pai!”. Provavelmente foi introduzido na Missa com Santo Ambrósio, pelo século IV. A celebração eucarística é em si mesma louvor dos filhos ao seu Pai do céu.Pode-se cantar o Pai Nosso, numa melodia simples, em forma de cantilena, ou gregoriano. Sendo um texto bíblico, não deve ser substituído por paráfrases ou outros textos. O Pai Nosso na Missa não é conclusivo, e sim nos introduz ao rito da comunhão. Por isso não se diz Amém no final.
m)
Embolismo-“Livrai-nos de todo o mal, Senhor!” – A palavra vem do grego(embolisma – peça aplicada a um vestido, a um desenvolvimento literário, a partir de um determinado texto). Assim, O Pai Nosso termina com “mas livrai-nos do mal.” E o embolismo prossegue, acrescentando-lhe “Livrai-nos de todo o mal, Senhor...”, o que parece remontar ao tempo de São Gregório, pelo século VI. Pergunta-se: seria necessário completar a palavra de Jesus?... Não basta o Pai Nosso?... E continua: “enquanto esperamos a vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador... enquanto aguardamos a jubilosa esperança e a vinda gloriosa do nosso Salvador, Jesus Cristo.”O embolismo termina pela doxologia “Vosso é o reino e o poder e a glória para sempre”, que não faz parte do Pai Nosso de Mateus, mas foi inserida pelo século II, muito usada nas igrejas do Oriente, assim como pelos protestantes e anglicanos. O novo Missal,Romano integrando-a na nossa liturgia, une-se à tradição das outras Igrejas cristãs.
n)
O rito da Paz– O Missal explica: “Os fiéis imploram a paz e a unidade para toda a Igreja e para toda a família humana; e saúdam-se uns aos outros, em sinal de mútua caridade.”(56) Consta de três elementos: a oração pela paz, a saudação, à qual a assembléia responde “O amor de Cristo nos uniu” e o gesto da paz, que é facultativo. Não faz parte da tradição litúrgica entoar-se um canto durante a saudação. Mas este sinal de fraternidade foi muito bem acolhido pelo povo, tornando-se um dos elementos de maior participação de toda a assembléia. Se há um canto durante a saudação da paz, queseja curtoe leve,enão tenha um conteúdo de fraternidade e amizade apenas, mas um anúncio de que Jesus traz a verdadeira paz. “Ele é nossa paz.”(Ef 2, 34).Portanto, deve referir-se a Cristo, à paz do Ressuscitado. Não deve ofuscar nem invadir o canto que acompanha o rito da fração do pão, o “Cordeiro de Deus”.A questão está na seleção dos cantos apropriados para este momento...Cuidado para não abusar dos cantos de paz, deixando-os para os dias mais solenes, festas especiais, optando de preferência por cantar o Cordeiro de Deus, ao realizar a fração do pão.
o)
Cordeiro de Deus- Foi introduzido na Missa pelo Papa Sérgio,no século VIII, inspirando-se nas palavras de João Batista, ao saudar Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo...”, e com acentos de glória e louvor tirados do Apocalipse, onde o Cordeiro aparece com toda a sua majestade pascal. De início, um canto litânico, a invocação era repetida enquanto durasse o rito que ela acompanhava. No século XI as invocações foram limitadas a três, sendo que a última conclui com o “Dai-nos a paz!” O Missal Romano acrescenta: “Pode repetir-se o número de vezes que for preciso, enquantodurar a fração do pão.”(n.63) Compete ao povo/ animador do canto/ coral e não ao sacerdote, entoar este canto, acompanhando o partir do pão para a comunhão,preparando-se a assembléia para participar do banquete pascal do Cordeiro imolado e glorioso, ele nossa paz.
p)
O Canto processional da Comunhão– Acompanha o rito da Comunhão, sendo o canto mais antigo da missa, aparecendo já em Roma no século IV. Inicialmente se entoava o Salmo 34 (33) “Provai e vede como o Senhor é bom. Feliz de quem nele espera, nada lhe falta, será feliz.”(Foi minha primeira composição, em 1969, e está gravada num simples compacto, que guardo como relíquia. Vale a pena registrar...) São Jerônimo nos fala deste canto, que com o tempo, foi cantado após a comunhão, o chamado postcommunio. Diz a Introdução Geral ao Missal Romano: “Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, tem lugar o canto da comunhão, canto que deve expressar, pela união das vozes, a união espiritual daqueles que comungam, demonstrar ao mesmo tempo a alegria do coração e tornar mais fraternal a procissão dos que vão avançando para receber o Corpo de Cristo. Ocanto tem início quando o sacerdote comunga, prolongando-se enquanto os fiéis comungam até o momento que pareça oportuno.” Um canto adequado à comunhão deverá corresponder ao sinal que está sendo realizado: a refeição fraternal do Corpo e do Sangue de Cristo, na fraternidade e alegria da participação do banquete eucarístico. Uma assembléia que caminha cantando em busca do dom gratuito e generoso do Pai que se senta à mesa com seus filhos e a todos alimenta com o Seu Filho Jesus, é símbolo de uma Igreja a caminho, alegre e festiva. Agora e aqui na terra, todos “convidados para a Ceia do Senhor; e um dia, jubilosos convidados para as Bodas do Cordeiro, o Cristo glorioso, no céu... Portanto, não são apropriados os antigos cantos de adoração ao Santíssimo Sacramento, nem cantos subjetivos e intimistas, de mensagem genérica.Na medida do possível, esteja em consonância com o evangelho proclamado: a Palavra se faz Eucaristia! É normal que os cantos de comunhão tenham, de alguma forma, a participação de toda a comunidade.A respeito do grupo dos cantores, que é sempre uma questão com muitas dúvidas,diz o Missal Romano:“O grupo dos cantores , segundo a disposição de cada igreja, deve ser colocado de tal forma que se manifeste claramente sua natureza, isto é, que faz parte da assembléia dos fiéis, onde desempenha um papel particular; que a execução de sua função se torne mais fácil; e possa cada um de seus membros facilmente obter uma participação plena na Missa, ou seja, participação sacramental. (n.312)Não há necessidade de multiplicar cantos durante o rito da comunhão: silêncio, alternância entre canto e instrumento, algum solo, repetição do refrão, convém mais, refletindo a unidade do mistério celebrado e da assembléia como um todo.
q)
O canto após a Comunhão–OMissal Romano lembra a possibilidade de entoar um salmo, hino, refrão orante:“Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, recolhimento, interiorização.Se desejar, toda a assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino. (n.83)É um canto facultativo,”não necessário, e às vezes nem desejável, quando já houve um canto de comunhão, com participação do povo, que se prolongou por algum tempo. (Estudo 79 da CNBB), não cabendo neste momento Oração pelas vocações, Ave-Marias, homenagens...(Homenagens e avisos são feitos após a Oração, antes da bênção final). Tem-se estimulado ultimamenteem nossas igrejas o refrão bíblico, que pode ser entoado por um solista, ou grupo de canto, envolvendo aos poucos toda a assembléia, num clima orante, brotado do silêncio. Equilíbrio, bom senso, sensibilidadesão sempre o melhor caminho para dosar canto e silêncio, levando a assembléia ao encontro com Deus.
r)
Louvor Final– Não está previsto o chamado “canto final”,não faz parte da estrutura da missa,após a bênção e despedida do sacerdote,uma vez que com o “Ide em paz”, a assembléia está dispensada. Na saída do povo,o mais conveniente seria um órgão ou música instrumental, como acontece nas igrejas da Europa., ou uma bela intervenção do coro/grupo de canto...Mas nosso povo de certa forma o incorporou ao seu repertório litúrgico,de modo que pode-se entoar um canto devocional – a Maria, ao santo padroeiro, ou outro, em vista da missão, de caráter mais livre.
5. O ministério da música e do canto
“O canto não deve ser considerado como mero ornamento que se acrescenta à oração, como algo extrínseco, mas antes como algo que emana do profundo do espírito daquele que trabalha e louva a Deus, e mostra de maneira plena e perfeita a índole comunitáriado culto cristão. “ (IGLH 270).O ministério do canto é exercido por todos os membros da assembléia , de acordo com suas diferentes funções litúrgicas. Há cantos que cabem a toda a assembléia, outros que cabem ao ministro, ao coro, ao grupo de canto, ao salmista, sendo que a função do animadorou dirigente do canto é muito especial.
a)
A assembléia, comunidade celebrante -“Nada mais festivo e mais grato nas celebrações sagradas do que uma assembléia que, em seu conjunto, exprime sua fé e sua piedade por meio do canto.”(MS 16)A assembléia é o ministro principal da música e do canto. Todos - ministros, cantores e povo –formam uma grande comunidade, sinal da assembléia universal e definitiva em que “toda criatura , do céu e da terra, cantará “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, louvor, honra e glória pelos séculos dos séculos.” (Ap5, 13). B. Huijbers, em seu “L`art du peuple célebrant: “O canto comum é um termômetro que marca o grau de participação de uma assembléia... Não se trata aqui de uma obrigação, mas sobretudo de uma graça. Cantar com os outros pressupõe que a pessoa se entregue e revele algo íntimo... A celebração assume sua verdadeira imagem quando todos começam a cantar juntos.”A renovação litúrgica do Vaticano II tem sua principal razão de ser na participação do povo de Deusno mistério de Deus que se realiza na liturgia. “O povo tem o direito e o dever a esta participação.” (SC 14) Todos os serviços e ministérios nascem da comunidade e a ela se destinam., para sua melhor participação e crescimento espiritual e a “edificação do Corpo de Cristo.”Portanto, a assembléia tem a primazia na participação pelo canto!
b)
O coral e o seu ministério na comunidade –A Ordenação Geral do Missal Romano diz que “Entre os fiéis, o coro e os cantores exercem um ofício litúrgico próprio, tendo sempre em vista “favorecer a participação ativa dos fiéis no canto.” O coro desempenhaum verdadeiro ministério, em benefício da própria comunidade, sobretudo:1) pela valorização da liturgia cantada (MS 5); 2) pela observância do sentido e da natureza própria de cada rito e canto (MS 6); 3) pela necessidade de variação nas formas de celebração e de participação (MS 10); 4) pelo auxílio que presta à participação do povo (MS 19 ).
c)
O animador do canto e seu ministério na comunidade – “Providencie-se haja ao menos um ou outro CANTOR, devidamente formado, o qual deve então propor ao povo ao menos as melodias mais simples, paraque este participe, e deverá oportunamente dirigir e apoiar os fiéis. Convém que haja tal cantor também nas igrejas dotadas de coral.”(MS 21). É importante haver um bom ensaiador-animador, pois dele depende em grande parte a boa participação cantada do povo. Alguém que tenha verdadeira capacidade de comunicação, que exteriorize sua liderança, que faça vibrar toda a assembléia com seu próprio entusiasmo; alguém afinado, cuja voz possa chegar a todos , movendo-os com seu dinamismo e convicção. O bom animador/dirigente/guiadeve preocupar-se com seu volume e tom de voz, sua vocalização, sua expressão corporal (expressão do rosto, gestos e posição), seu lugar no interior da assembléia, o uso do microfone. Não bastam a boa vontade e a fé para uma boa interpretação do canto como animador – animar não como numa festa ou show, mas o momento da celebração exige outro tipo de animação. Cesário Gabarain nos dá algumas orientações: “Deve ficar num lugar visível, mas ao mesmo tempo discreto. Bem visível para que possa transmitir devoção, segurança e confiança. Discreto para nunca se transformar no centro da celebração...”
d)
Instrumentistas e seu ministério na comunidade - “Os instrumentistas podem ser de grande utilidade na liturgia, quer acompanhando o canto, quer sem ele.” (MS 25), à medida que prestam serviço à Palavra cantada, ao rito e à comunidade
CONCLUSÃO:
“A celebração não é, pois, um
conjunto de palavras e gestos unidos de maneira externa e artificial, nem uma
sucessão de elementos diversos, todos no mesmo plano. Na verdade, é um grande
movimento que se desenvolve, se amplia, chega a um ponto culminante e se
encerra, como uma grande sinfonia, ou como a História da Salvação. Os elementos
que a compõem se organizam e se concatenam para constituir um grande ritmo,
animado por um alento respiratório , por uma vitalidade interna e por uma
lógica intrínseca.
Na celebração... os fiéis constituem a nação sagrada, o povo que Deus
obteve para si, e o sacerdócio real, que agradece a Deus, oferece, não só por
meio do sacerdote, mas juntamente com ele... e aprende a oferecer-se a si
mesmo... Atuem, pois, como um único corpo, tanto ao escutar a Palavra de Deus
como ao participar das orações e dos cantos, e, especialmente, ao oferecer
comunitariamente o Sacrifício e ao participarem todos juntos da mesa do
Senhor.Essa unidade manifesta-se claramente na uniformidade de gestos e
posturas dos fiéis. Portanto, os fiéis não devem rejeitar servir ao povo de Deus
com prazer, quando lhes é pedido que desempenhem na celebração determinado
ministério.” (OGMR 62, citado por Francisco Escobar, no Manual de Liturgia
II – Paulus, à pág. 64).
E Lucien Deiss:
“Feliz a comunidade que tem a alegria como a rubrica principal da sua liturgia.
Que quando celebra a Palavra, se encontra com o rosto de Cristo ressuscitado em cada página da Bíblia! Que ao partilhar o pão e o vinho da Eucaristia, partilha, ao mesmo tempo, o amor entre irmãos e irmãs! Que, para presidir a sua celebração tem um sacerdote, não para dominá-la, mas para servi-la, como irmão!
A missa é o coração da comunidade cristã. A beleza de cada missa
é a beleza de Cristo na nossa vida!” (A Missa da comunidade cristã, Lucien Deiss –Editorial Perpétuo Socorro, Porto, Portugal, pág. 126).
Os símbolos litúrgicos, gestos, música, palavras, ritos...
são realidades abertas, nunca compreendidos e captados plena, adequada e
definitivamente... Ao contrário, exortam a ir sempre mais longe e mais
profundamente; eles orientam para um ilimitado universo de significações. Põem
em comunhão com mistérios insondáveis, porque são divinos; os mistérios de
Cristo Pascal, até a iluminação do último dia, no qual já não haverá nem rito
nem símbolo, porque nos será dada a graça de ver face a face Aquele que eles
evocam e a Quem nos fazem encontrar na
obscuridade e na fragilidade da fé.” ( Manual
de Liturgia II – CELAM, Paulus, pág. 106).
* * * * * * * * * * * *
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Bibliografia:
-
Documentos
sobre a Música Litúrgica – Paulus
-
Reunidos em nome de Cristo – Instrução Geral
sobre o Missal Romano, Edições Paulinas.
-
Manual de Liturgia II – A celebração do mistério pascal: fundamento teológico e elemento
constitutivo – Paulus.
-
Canto e Música Litúrgica - Reflexões e Sugestões, de
Antonio Alcalde – Paulinas
-
O Canto Novo da Nação do Divino, de Frei Joaquim Fonseca, Paulinas.
-
Cantando a Missa e o Ofício Divino, de Frei Joaquim Fonseca, Paulus
-
Cantar a Liturgia,
de Frei Alberto Beckäuser – Editora Vozes
-
Novas Mudanças na Missa, de Frei Alberto Beckäuser – Editora Vozes
-
A Igreja celebra Jesus Cristo, de Pablo Argárate – Paulinas
-
A Aclamação de todo um povo, de Gino Stefani – Editora Vozes
-
A Missa da comunidade cristã, de Lucien Deiss, Editorial Perpétuo Socorro, Porto
– Portugal.
-
Para viver a LITURGIA, de Jean Lebon – Edições Loyola.
-
Grande Sinal ,
dezembro 1985, no artigo “A música como expressão de espiritualidade”, de José
Weber – Editora Vozes.
-
“Música santa para a liturgia”, artigo do Lósservatore Romano, 17 de janeiro 2004.
......................................
Pesquisa feita por Ir. Míria T. Kolling para
o Café-Debate, promovido pela Paulus
da Livraria da Sé, no dia 7 de maio, das 9 às 12 horas, no salão
da Catedral da Sé.
São Paulo, maio de 2005.
SANTA MISSA
A missa, ou celebração da Eucaristia,
não é a oração de um só homem, pois já não basta rezar só em casa; a igreja
sempre foi e continua sendo a casa de Deus e o lugar de oração em comunidade. Jesus
frequentava o Templo em Jerusalém com Maria, José e os Apóstolos. Jesus já
dizia: "se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, o que seja,
conseguirão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão
reunidos em meu nome, ai estou eu no meio deles" (Mt 18, 19-20).
É bom que cada fiel católico entenda bem
cada parte da missa a fim de que a Santa Eucaristia não se constitua em um mero
rito mecânico, onde as pessoas só "copiam" o que as outras fazem
(gestos, sinal da cruz, genuflexão, etc.) sem entender exatamente o que está
acontecendo. A missa é igual para toda a Assembléia, mas a maneira de cada um
participar pode ser diferente, pois depende da fé que as pessoas têm e também
do grau de formação na religião. Às vezes vamos fazendo muitas coisas sem saber
por quê. Para participar da missa com fé e alegria, além da sua formação
catequética básica, o fiel deve conhecer todas as etapas da liturgia da missa,
pois ninguém ama o que não conhece.
O objetivo deste curso de formação é de
apresentar alguns fundamentos básicos da liturgia da missa a fim de que o fiel
católico do santuário tire todo o proveito espiritual que a Santa Eucaristia
oferece para todos nós, há quase dois milênios a fio. O fiel católico deve ser,
sobretudo, um fiel bem informado; se não nos salvarmos a culpa é nossa, já
dizia São João Crisóstomo!.
PARTES
DA MISSA
A
missa é composta pelas seguintes etapas:
Ritos
iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais.
ABERTURA DA CELEBRAÇÃO
Observando-se a Liturgia da Missa vemos que ela inicia-se
com o canto e a procissão de entrada. A seguir, o sacerdote dialoga com a
comunidade, acolhendo-a em nome de Deus. Segue-se o ato penitencial, as
aclamações e súplicas e a oração conclusiva.
Estes ritos têm por finalidade: reunir os fiéis, possibilitando-lhes
uma comunhão, dispô-los a ouvir com proveito a Palavra de Deus e a celebrar
frutuosamente a Eucaristia.
O Canto De Entrada e
"Sinal da Cruz"
O canto está a serviço do louvor de Deus e de nossa
santificação. Quem canta, reza duas vezes. Não é apenas para embelezar a Missa,
mas para nos ajudar a rezar. O canto de entrada deverá estar em plena sintonia
com o momento litúrgico que se celebra. Ele tem a função de favorecer a união
dos fiéis; criar um clima festivo; introduzir o povo no mistério ou festa
celebrados; acompanhar a procissão de entrada do celebrante e ministros.
Durante o Canto de Entrada, o celebrante que preside a
Missa, acompanhado dos Ministros ou Acólitos, dirige-se para o altar. Faz uma
inclinação profunda e depois beija o altar. O beijo tem um endereço: não é
propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o
centro de nossa piedade. A procissão de entrada deve ser solene, passando pelo
meio do povo, especialmente nos dias festivos. Neste momento o Presidente faz o
sinal da cruz e toda a Assembléia o acompanha, dizendo ao final, Amém. A
expressão "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo", tem um
sentido bíblico: não quer dizer apenas o "nome", como para nós,
ocidentais. "Nome", em sentido bíblico, quer dizer a própria pessoa.
Isto significa dizer que iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a ação
nas mãos da Santíssima Trindade.
O diálogo do
Celebrante com o povo
Estabelece uma comunicação inicial, criando a comunhão.
Pela saudação, o celebrante significa à Assembléia a presença do Senhor no meio
do seu povo. A resposta é o reconhecimento desta presença. O diálogo simboliza
o mistério da Igreja reunida e vem atualizar o encontro de Cristo com o seu
povo.
Ato Penitencial
Os fiéis, unidos pelos cantos e diálogos, conscientes de
sua reunião em Cristo e de sua presença na assembléia confessam que são
pecadores se reconciliam entre si e com Deus.
Canto do Glória
É o hino pelo qual a Igreja louva, agradece e suplica ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. O canto do Glória é um hino antiquíssimo e
venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e
suplica a Deus Pai e ao Cordeiro, é cantado pela Assembléia dos fiéis ou pelo
povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores.
Se não for cantado, dever ser recitado por todos, juntos ou alternadamente. O
Canto do Glória é cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento
e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais
solenes
Oração do dia (coleta)
O celebrante, em nome de toda a Igreja reunida, se dirige a
Deus, por intermédio de Jesus Cristo. Há sempre uma oração do dia para cada
momento litúrgico. A oração da coleta exprime a índole da celebração e dirige,
pelas palavras do celebrante, uma súplica a Deus Pai, por Cristo, no Espírito
Santo. Aqui todos os fiéis oram, em silêncio, por algum tempo. No fim da oração
a Assembléia aclama com um Amém. Em seguida todos sentam-se para ouvir com
atenção a Liturgia da Palavra.
LITURGIA
DA PALAVRA
A
Liturgia da Palavra é composta por leituras: Antigo Testamento, Novo Testamento
e Evangelho. Cânticos Interlecionais: Salmo responsorial ou canto de meditação
e Aclamação ao Evangelho.
Através das leituras, Deus fala a seu povo. Como por
tradição, o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas
ministerial, convém que via de regra o diácono, ou na falta dele outro
sacerdote, leia o Evangelho; o leitor faça as demais leituras.
Através dos cânticos, a Assembléia responde a Deus. O salmo
responsorial ou gradual é tirado do Lecionário, pois cada um de seus textos se
acha diretamente ligado à respectiva leitura; assim a acolhida dos salmos
depende das leituras.
O cântico de aclamação ao Evangelho é feito através do
"Aleluia" ou outro canto de acordo com o tempo litúrgico, preparado
pela Equipe de Liturgia. O "Aleluia" é cantado em todos os tempos,
exceto na Quaresma
Homilia
A Homilia é a explicação da Palavra do Senhor. Convém que
seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de
outro texto do Ordinário ou próprio da Missa do dia, levando em conta tanto o
mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes.
Profissão de Fé
A
Profissão de Fé é a adesão da comunidade à Palavra do Senhor. Ela tem por
objetivo levar o povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus
ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra da fé antes de
iniciar a celebração da Eucaristia. Quando cantado, deve sê-lo por todo o povo,
seja por inteiro, seja alternadamente.
Oração Universal
(Prece dos Fiéis).
A Oração Universal ou Prece dos Fiéis é a súplica
comunitária pelas necessidades da Igreja universal, do mundo e Igreja local.
Ela encerra a Liturgia da Palavra. Os fiéis fazem essas orações confiando em
Jesus, que disse: "Pedi e recebereis, buscai e encontrareis, batei e a
porte se abrirá. Porque todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e a
quem bate se abrirá" (Mt 7, 7-8). É bom que se faça preces curtas e bem
objetivas, colocando-se em mente que não se trata de uma pequena homilia
particular, com textos longos e verdades próprias.
LITURGIA EUCARÍSTICA
Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia
pascal, que tornam continuamente presente na Igreja o sacrifício da cruz,
quando o sacerdote, representante do Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o
Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória.
É composta pelas seguintes partes: Preparação dos dons,
Oração Eucarística, Ritos da Comunhão.
Preparação dos dons
ou das ofertas
Na Preparação sobre as oferendas, levam-se ao altar o pão e
o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos. Em
primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a
liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o Missal
Romano e o cálice, a não ser que se prepare na credência (mesa junto ao altar,
onde se colocam as galhetas e outros acessórios da missa). A seguir trazem-se
as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o
sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar,
proferindo as fórmulas estabelecidas. Também são recebidos o dinheiro ou outros
donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a Igreja, ou recolhidos
no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da
mesa eucarística. Em seguida o celebrante lava as mãos, exprimindo por esse
rito o seu desejo de purificação interior.
Oração Eucarística
Na Oração Eucarística rendem-se graças a Deus por toda a
obra salvífica e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo. Pela fração
do mesmo pão manifesta-se a unidade dos fiéis e pela comunhão os fiéis recebem
o Corpo e o Sangue do Senhor como os Apóstolos o receberam das mãos do próprio
Cristo.
É o ponto central da ação litúrgica. Por ela os fiéis se
unem a Cristo para proclamar as maravilhas de Deus e oferecer o verdadeiro
sacrifício: oferecem o Cristo, pelo sacerdote; e unidos a Cristo, oferecem a
sim mesmos ao Pai.
Inicia-se pelo prefácio do celebrante, que é sempre oração
de ação de graças pela obra da salvação e de glorificação ao Pai. O prefácio é
variável e há um ou mais para cada tempo da Liturgia, conforme o Missal Romano.
O prefácio é um hino de "abertura" que nos introduz no Mistério
Eucarístico. Por isso, o presidente convida a Assembléia para elevar os
corações a Deus, dizendo: "Corações ao alto!". É um hino que proclama
a santidade de Deus e dá graças ao Senhor.
O "Santo" é tirado do profeta Isaías (6,3), o
qual teve a seguinte visão: Serafins, no Templo, aclamavam em alta voz:
"Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos! Toda a terra está
cheia de sua glória!" A repetição, dizendo três vezes "Santo", é
um reforço de expressão para significar o máximo de santidade. É como se
dissesse que Deus é "Santíssimo".
O Missal Romano apresenta cinco Orações Eucarísticas
básicas que contemplam os seguintes aspectos:
a) A narrativa da Instituição revive a última ceia na qual
Cristo instituiu o sacramento de sua paixão e ressurreição
b) A Igreja rememora o oferecimento do próprio Cristo ao
Pai, recordando sua paixão, ressurreição e ascensão ao céu. É o verdadeiro
ofertório da missa (todas as Orações Eucarísticas);
c) As intercessões são a prece pela qual se manifesta que a
celebração eucarística é feita em união com toda a Igreja, a da terra e a do
céu, pelos vivos e mortos (todas as Orações Eucarísticas);
d) A doxologia (forma de louvor à glória de Deus) final é a
expressão da glorificação de Deus, uno e trino, que a comunidade ratifica
(todas as Orações Eucarísticas);
O Missal Romano apresenta ainda Orações Eucarísticas para
diversas circunstâncias com Missas com crianças (I, II e III), sobre
reconciliação (I, pág. 866 e II, pág. 871) entre outras.
Ritos da Comunhão
Visam preparar os fiéis para receberem o corpo e o sangue
do Senhor como alimento espiritual.
Na Oração do Senhor, o Pai-Nosso, os fiéis vivenciam os
seguintes aspectos: Todos sentem com filhos do mesmo Pai que está nos céus;
Pedem o pão de cada dia e a vinda do reino de Deus; Imploram o perdão e perdoam
seus irmãos.
A seguir a Assembléia pede paz e unidade para a Igreja.
Saúdam-se todos, fraternalmente, no amor do Senhor. No abraço da paz todos,
segundo o costume do lugar, manifestam uns aos outros a paz e a caridade.
Ao término todos voltam a fazer silêncio para que haja um
clima de comunhão associado às orações do momento. Aqui o celebrante parte o
pão e coloca um pedaço no cálice, rezando em silêncio: "Esta união do corpo
e do sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos serva
para a vida eterna!" Enquanto isso a Assembléia canta ou recita o
"Cordeiro de Deus"
Agora temos a comunhão propriamente dita, sendo o momento
da participação mais perfeita: comunhão com Cristo após a comunhão com os
irmãos. O sacerdote diz em voz alta: "Felizes os convidados para a ceia do
Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Agora ele
acrescenta, com o povo: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha
morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". Em seguida ele reza em
silêncio: "Que o corpo de Cristo me guarde para a vida eterna". Ele
comunga o corpo de Cristo e depois reza em silêncio: "Que o sangue de
Cristo me guarde para a vida eterna." Nesse momento ele comunga o sangue
de Cristo. A seguir, o celebrante e/ou diácono(s) e ministros da eucaristia
toma o cibório e diz a cada um dos que vão comungar: "O corpo de
Cristo". O que vai comungar responde: "Amém!".
Ao final, enquanto faz a purificação o celebrante reza em
silêncio: "Fazei, Senhor, que conservemos num coração puro o que nossa
boca recebeu. E que esta dádiva temporal se transforme para nós em remédio
eterno." É aconselhável guardar um momento de silêncio ou recitar algum
salmo ou cântico de louvor.
Enquanto o celebrante comunga o corpo de Cristo, inicia-se
o canto da comunhão
RITO FINAL
Conhecido como o Rito da Bênção, é o desfecho da Santa
Eucaristia. Após os comunicados e avisos importantes a serem apresentados à
comunidade é uma boa prática que a Equipe de Liturgia indique à Assembléia o
compromisso da semana, baseada na liturgia que acaba de ser desenvolvida.
Ao dar a bênção, o celebrante traça uma cruz sobre a Assembléia, O
celebrante pode também abençoar com outras palavras, de acordo com as
circunstâncias. Cada fiel deve se colocar pessoalmente sob aquela bênção, como
seu nome e sua vida. Não saia da igreja antes da bênção final. A missa termina
com a bênção e em seguida vem o canto final, que deve ser alegre, pois foi uma
felicidade ter participado da Missa. E desejável também que a Assembléia só
saia da igreja após a retirada do celebrante, acólitos e ministros. Exercite
também o espírito de comunidade, conversando mais com seus irmãos. Ao chegar em
casa, dê um abraço em todas as pessoas da sua família, saudando com "A Paz
e Cristo"; mostre que você está em estado de graça, pois acaba de vir da
Santa Eucaristia, que representa um encontro com o Senhor e com os irmãos em
Cristo.
Boa tarde! Paz e Bem.
ResponderExcluirNão entendi, meu digníssimo, o porquê de no item 13 dos ministérios da santa ICAB, citar o papa.