Liturgia da Segunda Feira — 30.09.2013
SÃO JERÔNIMO - PRESBÍTERO E DOUTOR
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES
– OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Que as palavras da Escritura estejam sempre
em teus lábios, para que, meditando-as dia e noite, te esforces para realizar
tudo aquilo que ensinam, e terá sentido e valor a tua vida (Js 1,8).
Leitura (Zacarias 8,1-8)
Leitura da profecia de Zacarias.
8 1 A palavra do Senhor foi-me de
novo dirigida nestes termos: "Eis o que diz o Senhor dos
exércitos:
2 consumo-me de ardente amor por Sião; estou animado em favor dela de uma
violenta cólera.
3 Assim fala o Senhor: eis que volto a Sião, venho residir em Jerusalém.
Jerusalém chamar-se-á a cidade-fidelidade, e a montanha de Sião, a
montanha-santidade.
4 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ver-se-ão ainda velhos e velhas
sentados nas praças de Jerusalém, tendo cada um na mão o seu bastão.
5 As praças da cidade regorgitarão de meninos e meninas que brincarão nas
suas praças. 6 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: se isso parecer um
milagre aos olhos dos sobreviventes desse povo, naqueles dias, acaso será
impossível aos meus olhos? - oráculo do Senhor dos exércitos.
7 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das
terras do Levante e do Poente
8 e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará; será o meu povo e eu serei o seu
Deus na fidelidade e na justiça".
Salmo responsorial 101/102
O Senhor edificou Jerusalém
e apareceu na sua glória!
As nações respeitarão o vosso nome,
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém
e aparecer com gloriosa majestade,
ele ouvirá a oração dos oprimidos
e não desprezará a sua prece.
Para as futuras gerações se escreva
isto,
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
Ele inclinou-se de seu templo nas alturas,
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
para os gemidos dos cativos escutar
e da morte libertar os condenados.
Assim também a geração dos vossos
servos
terá casa e viverá em segurança,
e ante vós se firmará sua descendência.
Para que cantem o seu nome em Sião
e louve ao Senhor Jerusalém
quando os povos e as nações se reunirem
e todos os impérios o servirem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir dar sua vida em resgate por muitos (Mc
10,45).
EVANGELHO (Lucas 9,46-50)
Naqueles tempo, 9 46 veio-lhes
então o pensamento de qual deles seria o maior.
47 Penetrando Jesus nos pensamentos de seus corações, tomou um menino,
colocou-o junto de si e disse-lhes:
48 "Todo o que recebe este menino em meu nome, a mim é que recebe; e
quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou; pois quem dentre vós for o
menor, esse será grande".
49 João tomou a palavra e disse: "Mestre, vimos um homem que expelia
demônios em teu nome, e nós lho proibimos, porque não é dos
nossos".
50 Mas Jesus lhe disse: "Não lho proibais; porque, o que não é contra
vós, é a vosso favor".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Entendemos mal o significado da
palavra “Poder"
A palavra "poder" ganhou uma conotação do mal, por causa da
opressão e da exploração, de alguns que ocupam o Poder, e a famigerada
"busca do poder" virou sinônimo de coisa ruim, proveniente do
maligno, algo que corrompe. Entretanto, basta ligarmos a palavra ao seu
sentido correto que é a Possibilidade, poder, portanto, vem de possibilidade
de fazer coisas e agir.
Na comunidade há pessoas que tem
pouca possibilidade de fazer algo, outras, ao contrário, pela
responsabilidade que tem, podem e devem fazer muito mais, pois tanto um
quanto outro são carismas que Deus concedeu. Entre um irmão que se ocupa
humildemente da limpeza do templo, e outro que tem a função de coordenar a
comunidade, este último pode mais, não no sentido de mandar, de ser o maioral
e o mais importante, mas no sentido de fazer, implementando as ações das
quais a comunidade têm necessidade.
O Pároco tem Poder em uma paróquia,
que poder é esse? As possibilidades decorrentes do ministério específico que
exerce nesse sentido ele pode muito mais que todos, e por isso mesmo deve
fazer mais do que todos. O Senhor Bispo Diocesano pode muito mais, e deve
fazer mais do que todos o seu trabalho de supervisor. A questão não é o que
fazemos, mas como fazemos...
Não podemos nos esquecer que o
próprio Senhor, delegou a Pedro a Chefia da Igreja, nunca no sentido de ficar
dando ordens, e ser o todo poderoso chefão, mas no sentido de fazer muito
mais que os outros. Mas os discípulos não haviam, compreendido isso, e os
cristãos dos nossos tempos também não....Pensavam em qual deles era o mais
importante, o maioral, aquele que tinha de ser obedecido, e que dominaria
sobre os demais....Jesus não desmonta a hierarquia, ao contrário, lhe dá um
significado novo. Poder torna-se sinônimo de serviço e nessa ótica, o todo
Poderoso é aquele que serve. O próprio Jesus usa o seu Poder para tornar-se
um Servo, eis aí algo que o homem nunca conseguirá compreender, um Deus Todo
Poderoso que se faz servo.
Mas servir a quem? Na sociedade,
servir a alguém poderoso dá status e prestígio, mas servir aos miseráveis,
marginalizados, sem voz e sem poder algum, um morador de rua, um dependente
químico, que recebe carinho e atenção, como ele poderá retribuir? Por isso
Jesus faz a dinâmica do acolhimento e serviço colocando no meio deles uma
criança, mostrando então que esses pequenos, totalmente dependentes, devem
ser o centro das atenções dos servos e servas de Deus. Quanto mais
insignificante for a pessoa a quem se serve, mais autêntico será o amor
manifestado, porque é sempre feito em nome de Jesus de Nazaré, o Deus que
inverteu o quadro e se fez um Deus Servidor dos Homens, por isso agora vem
até eles naqueles que têm necessidades.
Por isso quando alguém de fora do
grupo anuncia o evangelho, realiza curas e prodígios, em sintonia com Jesus,
o que lhe dá autenticidade é a ação em si, e não a fachada religiosa a qual
pertence. Não dá para monopolizar o amor e por isso Jesus censura os
discípulos que o haviam proibido de fazê-lo em nome de Jesus, se o que se faz
em nome de Jesus, é um ato de amor, seja no anúncio da Palavra libertadora,
ou em um gesto de solidariedade com quem sofre e passa alguma necessidade,
essa ação torna-se autêntica e ninguém poderá impedi-la de ser feita...
2. O maior é o menor no Reino de
Deus.
O evangelho desta segunda-feira é o último episódio da primeira parte do
evangelho segundo Lucas (4,14–9,50), dominado pelo tema da identidade de
Jesus como profeta (ver: 7,16.39).
A discussão entre os discípulos de
quem seria o maior é a sequência do segundo anúncio da
paixão-morte-ressurreição (cf. vv. 43b-45), e igualmente expressão da
incompreensão dos discípulos (cf. v. 44). A condição do discípulo é ser servo
como seu Senhor, que se fez servo de todos. O maior é o menor no Reino de
Deus.
A "criança" é, aqui,
símbolo do próprio Cristo, o "menor" de todos porque se fez servo
de todos (cf. v. 48).
O nome de Jesus, isto é, sua
pessoa, não é propriedade ou monopólio de quem quer que seja (cf. vv. 49-50).
Os seus "atos de poder" e o seu ensinamento, que libertam o homem
das cadeias do mal, não se circunscrevem nos limites de um único grupo.
Ninguém pode fazer o bem se Deus não mover o coração. Dito de outra maneira,
Deus está na origem do bem.
Por isso Jesus diz: "... quem
não é contra vós, está a vosso favor" (v. 50). É pela autoridade de
Cristo (= no nome de) que o mal é vencido.
ORAÇÃO
Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo
especial, os mais necessitados, pois nisto consiste minha verdadeira grandeza
de discípulo.
3. PENSAMENTO INCONVENIENTE
Jesus e os discípulos caminhavam em direções opostas. Enquanto Jesus
preanunciava seu destino de sofrimento e morte, os discípulos nutriam ideais
de grandeza, preocupados em saber quem dentre eles seria o maior.
Descurando as exortações recebidas,
anteviam um destino de glória e esplendor para si e para o Mestre. E
procuravam organizar seu futuro a partir desta lógica mundana. Em outras
palavras, eram incapazes de imaginar um projeto de vida fora de relações
desiguais, próprias de uma sociedade de classes.
Jesus tentava fazê-los compreender
ser possível viver de uma maneira nova, dentro e fora da comunidade. Dentro
da comunidade, as relações interpessoais seriam regidas pelo princípio da
igualdade e do serviço. Prestígio, poder e autoridade nenhuma importância
teriam. Com os de fora da comunidade, o Reino exigia ser tolerante e
respeitoso, superando toda tentação de sectarismo e de fanatismo.
Os velhos esquemas deveriam ser
invertidos, ou melhor, substituídos pela novidade do Reino. Grandes seriam os
menores da comunidade. Os desprezados, como as crianças, tornar-se-iam objeto
de atenção. O Messias glorioso deveria ser encontrado nas pessoas
marginalizadas, pois a grandeza do Reino é bem diferente daquela que os
discípulos imaginavam.
Oração
Espírito de igualdade, tira de mim todo ideal de grandeza que consiste no domínio
sobre meu semelhante, e torna-me servidor humilde dos mais pequeninos.
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SANTA TERESINHA - VIRGEM E DOUTORA
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DAS VIRGENS –
OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Deus cercou-a de cuidados e a instruiu,
guardou-a como a pupila dos seus olhos. Ele abriu suas asas como a águia e em
cima dos seus ombros a levou. E só ele, o Senhor, foi o seu guia (Dt
32,10ss).
Leitura (Zacarias 8,20-23)
Leitura da profecia de Zacarias.
8 20 Eis o que diz o Senhor dos
exércitos: "virão ainda muitos povos e habitantes de grandes
cidades:
21 os habitantes de uma cidade convidarão os habitantes de outra, dizendo:
'Vamos e roguemos ao Senhor! Busquemos o Senhor dos exércitos! - Também eu
irei'. -
22 Virão muitos povos e poderosas nações buscar o Senhor dos exércitos em
Jerusalém, e implorar a face do Senhor".
23 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: "naquele dia dez homens de
todas as línguas das nações tomarão um judeu pela orla de seu manto, e dirão:
'queremos ir convosco, porque soubemos que Deus está convosco'".
Salmo responsorial 86/87
Nós temos ouvido que Deus está
convosco.
O Senhor ama a cidade
que fundou no Monte santo;
ama as portas de Sião
mais que as casas de Jacó.
Dizem coisas gloriosas
da Cidade do Senhor.
Lembro o Egito e Babilônia
entre os meus veneradores.
Na Filistéia ou em Tiro
ou no país da Etiópia,
este ou aquele ali nasceu.
De Sião, porém, se diz:
"Nasceu nela todo homem;
Deus é sua segurança".
Deus anota no seu livro,
onde inscreve os povos todos:
"Foi ali que estes nasceram".
E por isso todos juntos
a cantar se alegrarão;
e, dançando, exclamarão:
"Estão em ti as nossas fontes!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos
(Mc 10,45).
EVANGELHO (Lucas 9,51-56)
9 51 Aproximando-se o tempo em que
Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a
Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma
povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: "Senhor, queres que mandemos que
desça fogo do céu e os consuma?"
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 "O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para
salvá-las". Foram então para outra povoação.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Serenidade, a marca do Discípulo
Há uma virtude que é essencial em um Discípulo: a serenidade! Jesus está na reta
final da sua missão que terá o ponto culminante em Jerusalém e enviou á
frente, pelo caminho, seus discípulos. Já se faz tarde e é preciso pensar em
uma pousada para dar continuidade no dia seguinte á caminhada. Samaria seria
o ponto de parada e os discípulos incumbidos dessa providência, Tiago e João
enfrentam a hostilidade de Samaritanos, que se recusam a receber como hóspede
um homem que vai para Jerusalém, pois Judeus e Samaritanos não se davam, eram
como duas torcidas de dois grandes times, em dia de clássico, cada um por um
caminho senão a briga era inevitável e o ódio explodia.
Tiago e João ficam indignados e
perguntam a Jesus se este não quer que eles roguem uma boa praga sobre
aqueles ingratos, fazendo chover fogo do céu em suas cabeças... Pronto!
Perderam a serenidade diante da rejeição á Jesus! Em nossas comunidades
sempre há os defensores ferrenhos da Igreja, da Verdade, do Bispo e do Padre,
se alguém falar alguma coisa contra á religião, já querem partir para a
ignorância. Uma vez presenciei um membro de comunidade, que se atracou com um
Espírita, por causa da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Já vi também na
fábrica, pessoas perderam a amizade por causa de discussões religiosas. Se o
Cristão perder a serenidade, diante das contrariedades, a missão vai por água
abaixo pois perde-se o foco da mesma...
Lucas nos apresenta Jesus
determinado, decidido, resoluto a cumprir a missão que terá o seu desfecho em
Jerusalém, nada mais o irá deter, muito menos aquela rejeição dos
Samaritanos, que também, juntamente com toda humanidade, irão ser Salvos pela
sua obra. Discípulo que não aguenta as contrariedades, que perde a estribeira
diante de fatos como este, demonstra não ter maturidade suficiente na Fé,
agindo sob impulso da paixão, em um fanatismo que destrói a essência de
qualquer religião.
Samaritanos também se salvam, os
que hoje rejeitam o evangelho, os que atacam a nossa Igreja, os que
ridicularizam com as coisas Sagradas da nossa Igreja, inclusive os
Ministérios, também poderão ser salvos, pois, responder rejeição com
rejeição, ódio com ódio, preconceito com preconceito, jamais será digno de um
cristão porque contradiz o Mandamento maior do Amor, que a tudo perdoa,
compreende e dialoga. Em nenhum momento de sua vida Jesus odiou os que o
rejeitaram e o condenaram á morte, ao contrário, do alto da cruz, agonizante,
pediu ao Pai que os perdoasse, porque não sabiam o que estavam fazendo. O
equilíbrio na Fé nos permite estarmos sempre abertos ao diálogo com o
“diferente”. O nosso querido Papa Francisco vem fazendo isso com grande
maestria. Vamos imitá-lo!
2. Viu a cidade e chorou sobre ela.
O versículo 51 do capítulo 9 é o início da seção central do evangelho segundo
Lucas. Trata-se de um versículo importante, pois ele dá o sentido da subida
de Jesus para Jerusalém. A melhor tradução do v. 51, a nosso ver, é a
seguinte: "Tendo chegado o tempo em que ia ser arrebatado, ele endureceu
a sua face para caminhar para Jerusalém".
A expressão "endurecer a
face" tem um sentido de julgamento (Is 50,7; Jr 3,12; 21,20),
especialmente como se encontra em Ezequiel (6,2; 13,17; 20,46; 21,2). Em
outras passagens do seu evangelho, Lucas utiliza Ezequiel (Lc 19,41-44;
21,20-24; e Ez 4,1-3; 21,6-12.22). Certamente é do texto grego de Ezequiel
que Lucas tira a expressão do versículo 51. A passagem de Ezequiel na qual,
muito provavelmente, Lucas se inspirou é Ez 21,2-7.
Tanto num como noutro livro, o
"endurecimento da face" está referido a Jerusalém. Como Ezequiel
sofreu e disse uma palavra de julgamento contra Jerusalém e seus santuários,
do mesmo modo Jesus vai fazê-lo ao chegar próximo da cidade santa: "Como
estivesse perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: 'Ah! Se neste dia
também tu conhecesses a mensagem de paz!'" (Lc 19,41-44; Ez 21,2-6).
Jesus vai a Jerusalém para julgá-la!
ORAÇÃO
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com
quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa
conquistá-lo para ti.
3. O FANATISMO CONDENADO
As divergências entre judeus e samaritanos eram bem conhecidas, no tempo de
Jesus. Por razões históricas, eles se tinham na conta de inimigos,
recusando-se a se reconciliar. Atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém, era
sempre perigoso. Podia-se contar, com certeza, com a hostilidade dos
samaritanos.
Mesmo assim, Jesus tomou a decisão
de atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém. E, mais, seus discípulos entraram
num povoado samaritano, pedindo hospedagem para o Mestre. A rejeição foi
imediata. Os samaritanos recusaram-se a dar-lhes acolhida, pois souberam que
estavam a caminho de Jerusalém.
Tiago e João, apelidados de
"filhos do Trovão", desafogam seu fanatismo, pedindo que o Mestre
destrua os inóspitos samaritanos, com fogo enviado do céu. A intolerância
desses dois discípulos era sintoma de seus ideais messiânicos, feitos de
gestos espetaculares, nos moldes dos antigos profetas. O profeta Elias, por
exemplo, havia destruído com o fogo do céu os emissários do rei, enviados
para prendê-lo. Coisa semelhante desejavam ver Tiago e João!
O pedido dos discípulos foi
rechaçado por parte Jesus. Antes, eles foram severamente repreendidos, por
sua dureza de coração. Seu fanatismo era fruto da incompreensão do projeto do
Mestre. A rejeição dos samaritanos era insignificante diante da que ele
haveria de padecer em Jerusalém
Oração
Espírito de tolerância, ajuda-me a ser compreensivo e paciente nas
experiências de fracasso, sem nutrir desejos de ódio e de vingança.
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SANTOS ANJOS DA GUARDA
( BRANCO, PREFÁCIO DOS ANJOS – OFÍCIO DA
MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Anjos todos do Senhor, bendizei o Senhor;
cantai a sua glória, louvai-o eternamente (Dn 3,58).
Leitura (Êxodo 23,20-23)
Leitura do livro do Êxodo.
Assim diz o Senhor: 23 20 "Vou
enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir
ao lugar que te preparei.
21 Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe
resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está
nele.
22 Mas, se lhe obedeceres pontualmente, se fizeres tudo o que eu te disser,
serei o inimigo dos teus inimigos, e o adversário dos teus adversários.
23 Porque meu anjo marchará adiante de ti e te conduzirá entre os amorreus,
os hiteus, os ferezeus, os cananeus, os heveus e os jebuseus, que
exterminarei".
Salmo responsorial 90/91
O Senhor deu uma ordem aos seus
anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Quem habita ao abrigo do altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente
diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".
Do caçador e do seu laço ele te
livra.
Ele te salva da palavra que destrói.
Com suas asas haverá de proteger-te,
com seu escudo e suas armas, defender-te.
Não temerás terror algum durante a
noite
nem a flecha disparada em pleno dia;
nem a peste que caminha pelo escuro
nem a desgraça que devasta ao meio-dia.
Nenhum mal há de chegar perto de
ti,
nem a desgraça baterá à tua porta;
pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis suas
vontade! (Sl 102,21).
Evangelho (Mateus 18,1-5.10)
18 1 Neste momento os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: "Quem é o maior no Reino dos
céus?"
2 Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse:
3 "Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes
como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus.
4 Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos
céus.
5 E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.
10 Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que
seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos
céus".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Servir com alegria aos menos
importantes
A gente está habituado a servir, ser gentil e acolhedor, com gente
importante, no trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais
superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo,
mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de
obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos
ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo.
Quando esse modo de agir é uma obcessão, determinando nossas relações com
essas pessoas, acaba se tornando puxa-saquice sem tamanho, mas no fundo é
isso mesmo, gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse
modo de agir para a comunidade, o pessoal da liturgia trata o Padre de um
jeito, o Diácono de outro, e o coitado do Ministro da Palavra é o último que
fala e o primeiro que apanha. Por que isso? Por que se observa as pessoas
através de uma visão hierarquizada. Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores”
vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção
maior ao sacerdote, ao arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos
pastores que nos orientam, nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso.
Mas as pessoas são iguais e o espírito cristão tem que nos levar a agir
dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além
e coloca como referência as criancinhas e os meninos, que naquele tempo eram
insignificantes na sociedade, além das mulheres. Criança nem entrava nas
estatísticas e eram totalmente dependentes dos adultos, começando pelos pais
e parentes. Não tinham nenhuma autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o
que os adultos mandavam, diferente de hoje quando há até leis específicas que
garante o direito das pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Os discípulos fizeram uma pergunta
“Quem é o maior no Reino dos Céus?” porque seguiam essa lógica da submissão a
quem é o maior. Jesus, entretanto desmonta esse esquema de domínio sobre as
pessoas e afirma que no Reino, os pequenos, pobres, insignificantes, é que
devem ser servidos. Esse ensinamento, tanto nos tempo dos discípulos e das
primeiras comunidades, como em nossos dias, parece absurdo porque na
lógica humana somente as pessoas importantes são valorizadas. Mas Jesus não
está fazendo um belo discurso demagógico como o de alguns políticos, pois na
conclusão do evangelho, com a parábola da ovelha desgarrada, ele nos mostra
que o Pai do Céu age assim com todos nós,buscando a ovelha perdida e a
valorizando mais que as outras.
2. É preciso mudar a mentalidade.
O capítulo 18 do evangelho segundo Mateus é denominado "discurso
eclesial" ou discurso sobre a Igreja. Trata-se de instruções para a vida
comunitária.
"Quem é o maior no Reino dos
céus?" (v. 1). O maior é o menor. Por isso, Jesus afirma que é preciso
se converter (v. 3). É preciso mudar de mentalidade porque o maior no Reino
dos céus é o que serve a todos: "Quem quiser ser o primeiro, seja o
último de todos e o servo de todos" (Mc 9,35). A "criança" símbolo
do próprio Cristo, que se fez servo de todos (cf. v. 5), ele que "sendo
de condição divina não se apegou o seu ser igual a Deus, mas se despojou,
tomando a forma de escravo" (Fl 2,6-7a).
Os "pequenos" (v. 10) são
os membros da comunidade; nos versículos 12-14 eles são identificados com as
ovelhas. Os pequenos são, ainda, aqueles membros mais recentes da Igreja que
precisam ser fortalecidos pelo testemunho e pela paciência daqueles que já
percorreram um determinado itinerário no amadurecimento da fé. Da comunidade
eclesial é exigido empenho para que os seus membros não se dispersem. Caso a
dispersão aconteça, a comunidade deve fazer todo esforço possível para
recuperar a ovelha que se desgarrou (vv. 10-14; ver Ez 34,11-16).
ORAÇÃO
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do
mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do
meu próximo.
3. AMAR OS PEQUENINOS
O amor aos pequeninos deve ser um ponto de honra para a comunidade cristã.
Trata-se, aqui, de atitudes concretas de apreço, incentivo e estima, mormente
em relação a quem está dando os primeiros passos na fé, uma vez que, nem
sempre, é capaz de superar os obstáculos com que se defronta. Corre-se o
grande perigo de assumir, diante desses pequeninos, uma atitude farisaica de
rigorismo, apresentando-lhes exigências descabidas, a ponto de jogá-los fora
da comunidade cristã e afastá-los da salvação.
A exortação de Jesus - "Cuidem
de não desprezar um só destes pequeninos" - revela que a fé é uma
dinâmica, cujos passos vão sendo dados pouco a pouco. É inútil querer
impor-se aos demais, e determinar o ritmo que devem seguir.
Quem está dando os primeiros passos
deve ser objeto de especial atenção. O abandono de certos hábitos e a
acolhida do modo de ser próprio do discípulo do Reino, muitas vezes, é muito
penoso. A simples força de vontade ou a firme decisão de ser diferente podem
mostrar-se insuficientes quando se trata de mudar de vida. O efetivamente
conseguido não corresponde àquilo que se deseja. Nem por isso, a comunidade tem
o direito de desfazer-se de quem vai caminhando com dificuldade. Pelo
contrário, este deve ser objeto de atenção redobrada, para não vir a
esmorecer na sua opção pelo Reino.
Oração
Espírito de apreço e estimulo, torna-me especialmente atento em relação a
quem dá os primeiros passos na fé, buscando, penosamente, trilhar os caminhos
da fidelidade ao Reino.
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BEATOS ANDRÉ E AMBRÓSIO - PRESBÍTEROS E MÁRTIRES
( VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO
DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Pelo amor de Cristo, o sangue dos mártires foi
derramado na terra. Por isso sua recompensa é eterna.
Leitura (Neemias 8,1-12)
Leitura do livro de Neemias.
8 1 Todo o povo se reuniu então,
como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água, e pediu a
Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia
prescrito a Israel.
2 O sacerdote Esdras trouxe a lei diante da assembléia de homens, mulheres e
de todas (as crianças) que fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia
do sétimo mês.
3 Esdras fez então a leitura da lei, na praça que ficava diante da porta da
Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, mulheres e das
(crianças) capazes de compreender; todos escutavam atentamente a
leitura.
4 O escriba Esdras postou-se num estrado de madeira que haviam construído
para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita, Matatias, Semeías,
Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías, Misael, Melquias,
Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão.
5 Esdras abriu o livro à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado
acima da multidão. Quando o escriba abriu o livro, todo o povo
levantou-se.
6 Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu,
levantando as mãos: "Amém! Amém!" Depois inclinaram-se e
prostraram-se diante do Senhor com a face por terra.
7 E Josué, Bani, Serebias, Jamin, Acub, Seftai, Odias, Maasias, Celita,
Azarias, Josabed, Hanã, Falaías e outros levitas explicavam a lei ao povo, e
cada um ficou no seu lugar.
8 Liam distintamente no livro da lei de Deus, e explicavam o sentido, de
maneira que se pudesse compreender a leitura.
9 Depois Neemias, o governador, Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que
instruíam o povo, disseram a toda a multidão: "Este é um dia de festa
consagrado ao Senhor, nosso Deus; não haja nem aflição, nem lágrimas. Porque
todos choravam ao ouvir as palavras da lei".
10 Neemias disse-lhes: "Ide para as vossas casas, fazei um bom jantar,
tomai bebidas doces, e reparti com aqueles que nada têm pronto; porque este
dia é um dia de festa consagrado ao nosso Senhor; não haja tristeza, porque a
alegria do Senhor será a vossa força".
11 Os levitas acalmavam o povo. Calai-vos, diziam eles, este é um dia santo;
não vos aflijais.
12 E todo o povo se foi para beber e comer, dar porções aos pobres e
entregar-se a grandes alegrias. Porque haviam entendido o sentido das
palavras que lhes foram explicadas.
Salmo responsorial 18/19
Os ensinos do Senhor são sempre
retos,
alegria ao coração.
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.
Os preceitos do Senhor são
precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.
Mais desejáveis do que o ouro são
eles,
do que o ouro refinado.
Suas palavras são mais doces que o mel,
que o mel que sai dos favos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando!
EVANGELHO (Lucas 10,1-12)
10 1 Depois disso, designou o
Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois,
adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de
ir.
2 Disse-lhes: "Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao
Senhor da messe que mande operários para a sua messe.
3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.
4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo
caminho.
5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: 'Paz a esta casa!'
6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas,
se não houver, ela tornará para vós.
7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o
operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos
servir.
9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus está
próximo'.
10 Mas se entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saindo pelas suas
praças, dizei:
11 'Até o pó que se nos pegou da vossa cidade, sacudimos contra vós; sabei,
contudo, que o Reino de Deus está próximo'.
12 Digo-vos: naqueles dias haverá um tratamento menos rigoroso para
Sodoma".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Enviados
Nada melhor do que uma conversa (ainda que seja em nosso imaginário) para
apimentarmos a nossa reflexão , fomos atrás de um dos 72 enviados
___ Assim que vocês foram enviados,
Jesus falou aquela frase de caráter vocacional”A messe é grande e os
operários são poucos. Por que?
Disc. Anônimo ___ Bom, a frase expressa a realidade daquele tempo, depois dos
tempos pós-pascais, projetando-se para o futuro e chegando hoje a vocês
também, a demanda de pessoas a serem evangelizadas será sempre maior do que
os missionários.
___ E por que tem que rezar ao Dono
da Messe, para que resolva a situação enviando mais operários?
Disc. Anônimo ___ ah...isso é importante, ninguém se torna missionário
evangelizador por conta própria, se o próprio Senhor não suscitar em seu
coração esta graça, em suma, não se trata de um empreendimento humano....
___ Ser enviado como cordeiro no
meio de lobos, é algo meio desanimador, não é?
Disc. Anônimo ___ sim, mas é um alerta que o Senhor nos faz, cordeiro
representa a fraqueza, a fragilidade do missionário diante dos poderes do
mundo, estaremos sempre em menor número, sempre haverá alguém, alguma força
ou ideologia que quer devorar e exterminar quem anuncia a Boa Nova. O texto
aponta para os últimos 40 anos do primeiro século, quando a perseguição aos
cristãos foi intensa.
___ Então hoje estamos livres dos
lobos?
Disc. Anônimo ___ claro que não! O cordeiro é presa fácil nas garras do lobo,
os cristãos discípulos missionários pagam um alto preço pela sua fidelidade
nos dias de hoje. Os lobos famintos para destruir a vida, estão por toda
parte....
___ Há uma série de recomendações
para os discípulos, dá para resumir tudo isso, ou cada uma delas têm um
significado especial?
Disc. Anônimo ___ Primeiramente o texto afirma que o discípulo missionário é
um peregrino por este mundo, daí vem as recomendações de desapegar-se de toda
e qualquer segurança que esta vida possa nos oferecer.
___ E a questão da hospedagem, que
não pode ser mudada do começo ao fim da missão?
Disc. Anônimo ___ Em encontros de CEBs e outros movimentos populares, as
comunidades oferecem hospedagem aos que vêm de fora, nas casas de membros da
própria comunidade, imagine você querer um hotel 5 estrelas e acaba pegando
uma casa mais modesta? O autêntico discípulo missionário contenta-se como o
que lhe oferecem, pois não anda atrás de luxo e grandezas mas o seu foco é o
anúncio da Palavra.
___ Finalmente a última e
mais intrigante exortação, que negócio é esse , de quando não for bem
recebido, saia na rua e rogar uma praga pro Dono da casa, batendo os pés no
chão para deixar a poeira? Não parece coisa de cristão, não é?
Disc. Anônimo ___ Espere aí, não é praga ou maldição, como muita gente pensa.
Esse gesto é um profundo apelo á conversão, pois a pessoa têm o direito de
rejeitar a Palavra de Deus, é livre para isso, porém, o discípulo
missionário, não pode compactuar com essa recusa e deve mostrar que a pessoa
está fazendo uma ruptura com Deus, está recusando o maior dos tesouros que é
a sua Palavra. Não deve, portanto o discípulo missionário calar-se diante
dessa recusa, mas de alguma forma mostrar que ouve esta ruptura entre a
Palavra de Deus e a Vida daquela pessoa. Um dia, pela graça de Deus
aquela pessoa cairá em si, percebendo a besteira que fez ao recusar ouvir a
Palavra, se estiver ainda nesta vida, poderá retornar em tempo, mas se for na
outra, então o rigor será bem maior, pois, terá plena consciência de que a
Verdade lhe foi comunicada, mas só que agora a ruptura é definitiva e NUNCA
mais ouvirá Deus lhe falando....
___ Ou seja, desperdiçou a maior
chance de sua vida, ao recusar ouvir a Palavra?
Disc. Anônimo ___ Pois é isso. Todo ser humano sem exceção tem a oportunidade
de encontrar-se com Deus em sua Santa Palavra. Ouvi-la e abrir á ela é uma
decisão que compete a cada homem...
2. O discípulo é portador da
paz.
Setenta ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados.
Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que
compõem a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à
universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, "a toda
cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir" (v. 1). Trata-se de
colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus (cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a
boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29). Para esta missão universal é que
Jesus dá as orientações.
O conteúdo do anúncio é a
proximidade do Reino de Deus, anúncio que deve ser feito mesmo em situações
adversas (cf. vv. 9.11).
Como o discípulo não é maior que o
Mestre, os discípulos enviados devem ter presente a possibilidade de
hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: "Eis que vos envio
como cordeiros para o meio de lobos" (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas
não se paga o mal com o mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é
dom do Cristo Ressuscitado: "… dizei primeiro: 'A paz esteja nesta
casa!'" (v. 5). Na rejeição, sacudir o pó da sandália (v. 11), isto é,
não se deixar abater pelo fracasso, pois a segurança e a força vêm do Senhor.
ORAÇÃO
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não
me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
3. COMO CORDEIROS ENTRE LOBOS
A metáfora da condição dos discípulos é uma forma de descrever o futuro da
missão. Ser cordeiros entre lobos não dá margem para dúvidas: a missão está
destinada a ser uma batalha desigual, onde toda prudência é pouca. Nada de
ilusões!
Humanamente falando, as orientações
dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A
pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem
todo mundo está disposto a ajudar. Quem depende de esmolas, está sujeito a
toda sorte de ironia, gozações e humilhações, sem contar o risco de sofrer
agressões físicas.
A recomendação de não escolher casa
ou cidade onde entrar - os discípulos deveriam ir a toda cidade e lugar por
onde Jesus passaria - obrigava-os a visitar até mesmo povoados hostis,
especialmente os situados na região da Samaria. Se a hospitalidade em uma
cidade lhes fosse recusada, eles não teriam o direito de fazer uso da força
ou da violência. Bastava-lhes sacudir o pó das sandálias, e seguir adiante.
Falando na perspectiva do Reino, a
ação missionária oferecida aos setenta e dois discípulos exigia deles serem
testemunhas do mundo novo proclamado por Jesus. Aí os bens materiais deveriam
ser relativizados, não tendo primazia no coração humano. A solidariedade
seria um imperativo, e a violência, banida. Por conseguinte, a reação dos apóstolos
diante de situações adversas já seria uma ação evangelizadora.
Oração
Espírito de denodo, bane para longe de mim todo medo diante das dificuldades
na missão, e dá-me a mesma coragem e disposição de Jesus.
|
SÃO FRANCISCO DE ASSIS - RELIGIOSO E PAI DA ECOLOGIA
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS –
OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Francisco de Assis, homem de Deus, deixou
sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu
com amor.
Leitura (Baruc 1,15-22)
Leitura do livro de Baruc.
1 15 Eis o que direis: O Senhor,
nosso Deus, é justo. Nós, porém, devemos, hoje, corar de vergonha, nós,
homens de Judá e habitantes de Jerusalém,
16 nossos reis e príncipes, sacerdotes, profetas e nossos pais,
17 porque pecamos contra o Senhor.
18 Nós lhe desobedecemos; recusamo-nos a ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, e
a seguir os mandamentos que nos deu.
19 Desde o dia em que o Senhor tirou nossos pais do Egito até agora,
persistimos em nos mostrar recalcitrantes contra o Senhor, nosso Deus, e, em
nossa leviandade, recusamos escutar-lhe a voz.
20 Por isso, como agora o vemos, persegue-nos a calamidade assim como a
maldição que o Senhor pronunciara pela boca de Moisés, seu servo, quando este
fez com que saíssem do Egito nossos pais, a fim de nos proporcionar uma terra
que mana leite e mel.
21 Contudo, a despeito dos avisos dos profetas que nos enviou, não escutamos
a voz do Senhor, nosso Deus.
22 Seguindo cada um de nós as inclinações perversas do coração, servimos a
deuses estranhos e praticamos o mal ante os olhos do Senhor, nosso Deus.
Salmo responsorial 78/79
Por vosso nome e vossa glória,
libertai-nos, ó Senhor!
Invadiram vossa herança os
infiéis,
profanaram, ó Senhor, o vosso templo,
Jerusalém foi reduzida a ruínas!
Lançaram aos abutres como pasto
os cadáveres dos vossos servidores;
e às feras da floresta entregaram
os corpos dos fiéis, vossos eleitos.
Derramaram o seu sangue como
água
em torno das muralhas de Sião,
e não houve quem lhes desse sepultura!
Nós nos tornamos o opróbrio dos vizinhos,
um objeto de desprezo e zombaria
para os povos e àqueles que nos cercam.
Mas até quando, ó Senhor, veremos isto?
Conservareis eternamente a vossa ira?
Como fogo arderá a vossa cólera?
Não lembreis as nossas culpas do
passado,
mas venha logo sobre nós vossa bondade,
pois estamos humilhados em extremo.
Ajudai-nos, nosso Deus e
Salvador!
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl
94,8)
EVANGELHO (Lucas 10,13-16)
Naquele tempo, disse Jesus: 10 13
"Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia
tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há
muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza.
14 Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que
para vós.
15 E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos
infernos.
16 Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me
rejeita, rejeita aquele que me enviou".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Tenho medo do Cristo que
passa...
Neste mês da Bíblia, na minha comunidade, para acolher a Santa Palavra, antes
das leitura cantamos esse hino que é muito significativo "É como a chuva
que lava, é como o fogo que arrasa, tua Palavra é assim, não passa por mim
sem deixar um sinal/ tenho medo de me esconder, de fingir que não
escutei, tenho medo do Cristo que passa, oferece uma graça e eu digo que não,
tenho medo de virar as costas, fingir que a coisa não é comigo, enfim, ser
indiferente as manifestações de Deus em nossa vida...
Seria este o contexto da reflexão,
as cidades de Coroazim, e Betsaida, conheceram Jesus, viram seus prodígios
mas o rejeitaram. A responsabilidade de quem ouviu o anúncio e conheceu a
Jesus Cristo, o seu Reino e seu evangelho, é enorme de grande.
As cidades de Tiro e Sidônia,
habitada por pagãos, ainda não haviam tido essa experiência com Jesus, não o
conheciam, nada sabiam das escrituras ou sobre o tal Messias. É difícil
afirmar quem conhece a Jesus e quem ainda não o conhece, a verdade é que, na
Força do Espírito Santo, Deus chega a todos os homens e consegue
penetrar-lhes no mais profundo do coração e da alma.
Neste evangelho poderíamos refletir
sobre o nosso papel de Cristãos no mundo enquanto Igreja de Cristo.
Temos os Sacramentos, a Palavra Viva de Deus em nossas liturgias, e o mais
importante, temos a Santa Eucaristia, presença real do Senhor, que nos
fortalece.
Tudo isso é pura Graça de Deus, dom
imerecido de nossa parte, com todos esses dons, cada um de nós deverá ter
feito uma profunda experiência com Jesus Cristo, e a partir disso dar o
testemunho a todas as pessoas com quem convivemos ou que de algum modo fazem
parte de nossa vida.
Se essas pessoas ainda não conhecem
Jesus, a responsabilidade é toda nossa, que não o testemunhamos,
principalmente fora da comunidade, na Família, no trabalho, na escola, enfim,
onde estivermos. A esse respeito lembro-me de Iris Gomes, uma negra que deu o
seu testemunho a mais de 80 Bispos em um encontro no Rio de Janeiro, ela
queria ser religiosa de Vida Consagrada, mas o seu Diretor Espiritual
orientou que o seu lugar não era no convento, mas sim no mundo do trabalho.
Iris trabalha há mais de 20 anos
nos bastidores das novelas da Rede Globo, e diante deste evangelho, fiquei
pensando, que se ela insistisse na ideia de ser Religiosa, ficar fechada em
um convento, quantos artistas teriam deixado de conhecer a Jesus...
Lá onde parece que só há
hostilidade contra o evangelho de Jesus, é o melhor lugar para se viver
autenticamente o cristianismo. Esse evangelho nos convence disso, e o mundo
aguarda ansioso, pelos Discípulos Missionários do Senhor, você, eu e nós
todos, que somos batizados e termos algo importante a dizer em todos esses
ambientes, aparentemente hostis ao evangelho. Vamos nessa?
2. Apelo veemente à conversão
O texto está diretamente ligado ao envio dos setenta e dois discípulos. É uma
lamentação de Jesus sobre as cidades próximas ao Mar da Galileia, lugar
privilegiado do ensinamento e da ação de Jesus. Não obstante terem sido
beneficiadas pela presença do Senhor, não se converteram. Em razão de sua
resistência em acolher Jesus e reconhecer, por ele, o tempo da visita
salvífica de Deus, são comparadas a Tiro e Sidônia, símbolos da infâmia e
exploração dos mais frágeis (ver: Is 23,1-11; Ez 26–28).
As palavras de Jesus sobre estas
cidades não são, antes de tudo, um juízo condenatório, mas um apelo veemente
à conversão. Não são aos discípulos simplesmente que estas cidades
mencionadas rejeitam, mas ao próprio Senhor, pois há uma identificação
profunda entre os discípulos e seu Mestre: "Quem vos escuta, a mim
escuta; e quem vos despreza, a mim despreza" (v. 16). E como há uma
comunhão profunda entre o Pai e o Filho, quem despreza o Filho despreza,
igualmente, Aquele que o enviou (v. 16).
ORAÇÃO
Pai, move-me à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus, de
modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o
apelo da salvação.
3. EXTREMO APELO À CONVERSÃO
É admirável o modo sincero e transparente como Jesus partilha com os
discípulos, enviados em missão, sua própria experiência de fracasso. Longe de
revelar fraqueza, suas palavras revelam o respeito que ele tinha pela
liberdade humana. Em hipótese alguma, a proposta do Reino tornou-se imposição
na vida das pessoas. Diante do Reino, deveriam decidir-se livremente e
assumir as conseqüências desta decisão.
Várias cidades ao redor do lago de
Genesaré fecharam-se à pregação de Jesus. Corozaim, Betsaida e Cafarnaum
estão entre aquelas que não aderiram nem se mostraram capazes de dar ouvido
aos ensinamentos do Mestre. Os milagres nelas efetuados teriam sido
suficientes para converter até mesmo cidades pagãs, motivando-as a fazer
penitência.
A lamentação profética de Jesus:
"Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida!" comporta um apelo extremo
à conversão. Apelo amargo e incisivo! Fechando-se para o Reino, as cidades
impenitentes corriam o risco de ter uma sorte dramática, no dia do juízo. Por
quê? Por se terem mostrado hostis para com o Filho de Deus, rejeitando o
convite divino à conversão que ele lhes dirigia.
O fracasso missionário de Jesus não
significava que essas cidades impenitentes seriam poupadas do castigo. O
mesmo acontecerá com as cidades que, eventualmente, se recusarem a ouvir os
enviados de Jesus, e os repelirem.
Oração
Espírito que transforma os corações, torna-me solícito em ouvir os apelos de
conversão que Jesus me faz. Faze com que eu os acate e me converta, sem
demora.
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XXVI SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Senhor, tudo o que fizestes conosco, com razão o
fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos.
Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia.
Leitura (Baruc 4,5-12.27-29)
Leitura do livro de Baruc
5Coragem, meu povo, que sois a lembrança viva de Israel:
6fostes vendidos às nações, mas não para serdes exterminados; por
terdes provocado a ira de Deus é que fostes entregues aos inimigos.
7Exasperastes aquele que vos criou, oferecendo sacrifícios aos
demônios, e não a Deus.
8Esquecestes o Deus que vos alimentou, o Deus eterno, e entristecestes
aquela que vos nutriu, Jerusalém.
9Ela viu desabar sobre vós a ira de Deus e disse: “Escutai, vizinhas
de Sião: Deus fez cair sobre mim uma grande aflição.
10Eu vi o cativeiro de meus filhos e filhas, que o eterno lhes
infligiu.
11Eu os havia criado com alegria; com lágrimas e luto os vi partir.
12Ninguém se alegre por ver-me viúva e abandonada por muitos! Por
causa dos pecados de meus filhos, fiquei deserta; eles se desviaram da lei de
Deus.
27Animai-vos, meus filhos, e clamai a Deus; ele, que vos fez sofrer,
há de lembrar-se de vós.
28Como por livre vontade vos desviastes de Deus, agora, voltando,
buscai-o com zelo dez vezes maior;
29aquele que trouxe sofrimento para vós, para vós trará, com a vossa
salvação, eterna alegria.
Salmo responsorial 68
— Nosso Deus atende a prece dos
seus pobres.
— Nosso Deus atende a prece dos seus pobres.
— Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes
o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não
despreza o clamor de seus cativos. Que céus e terra glorifiquem o Senhor com
o mar e todo ser que neles vive!
— Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, reconstruindo as cidades de Judá, onde
os pobres morarão, sendo seus donos. A descendência de seus servos há de
herdá-las, e os que amam o santo nome do Senhor dentro delas fixarão sua
morada!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. Alegrai-vos, diz o Senhor, os
vossos nomes estão escritos no céu.
Evangelho (Lucas 10,17-24)
Naquele tempo, 17os
setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios
nos obedeceram por causa do teu nome”.
18Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago.
19Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre
toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal.
20Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes,
ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te
louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos
sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim
foi do teu agrado.
22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a
não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a
quem o Filho o quiser revelar”.
23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular:
“Felizes os olhos que veem o que vós vedes!
24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que
estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não
puderam ouvir”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os discípulos entram em campo
Quando militei no jornalismo da minha cidade, acompanhava o campeonato
varzeano e gostava de estar no vestiário das equipes, antes e depois de uma
partida importante. Havia um técnico que tinha um discurso assim, quando a equipe
vencia um jogo importante "Ganhamos só uma partida, ainda não somos
campeões de nada!".
Claro que ele vibrava muito com o
desempenho da sua equipe, a frase não queria acabar com a festa, mas apenas
lembrar que havia outras partidas a serem vencidas á frente.
Jesus colocou os seus discípulos em
"campo" isso é, enviou-os em missão e deu-lhes poder sobre o mal,
não podemos aqui pensar em um Poder sobrenatural de realizar prodígios, senão
uma pessoa comum que vive a sua Fé nos dias de hoje, jamais iria entender o
discipulado como missão, ou acharia que se trata de pessoas especiais,
ungidas, fora do comum.
Geralmente, a maioria dos técnicos
de times de várzea, já foram jogadores das equipes da cidade, conhecem bem as
estratégias e artimanhas do adversário, conhece o campo e sabe onde seus
pupilos irão pisar e é comum que em jogos importantes e decisivos, transmitam
essa bagagem e experiência aos jogadores, que tem disposição, energia, mas ás
vezes falta-lhes experiência para o confronto.
Assim, é Jesus Cristo na relação
com os discípulos, ele é homem, conhece o Bem que habita plenamente nele
enquanto Deus, mas conhece também as Forças do Mal, sabe qual a estratégia do
inimigo do Reino, sabe que a missão dos discípulos não será um mar de rosas e
os envia, não sem antes instruí-los e municiá-los com dons, carismas e todo
conhecimento. A missão foi bem sucedida, a se julgar pela euforia dos
discípulos, eles ganharam o jogo, e agora Jesus, como aquele técnico
prudente, quer prepará-los para novos combates contra o mal. "Não vos
alegreis porque os espíritos se sujeitaram a vocês, mas sim porque estão
fortalecidos para o resto do combate que terá um final de glória para o Reino
de Deus.”
Os discípulos são superhomens, são
pessoas comuns, que seguem a Jesus e Nele acreditam, na sociedade daquele
tempo, de nada valiam, não eram poderosos, nem ricos ou importantes, mas
perceberam que o Reino Messiânico está em Jesus e não nas Instituições
Humanas. Por isso Jesus louva o Pai extravasando toda sua alegria, os
poderosos não sabem, mas ali naquele grupo de homens humildes algo grandioso
está surgindo e se tornando realidade, marcando o início de um reino que
prevalecerá sobre todos os reinos e impérios do mundo, em todos os tempos.
Hoje os discípulos somos nós, e,
portanto, a cada dia devemos também nos recolher em Jesus Cristo louvando e
agradecendo, porque em sua Graça vivemos mais um dia comprometidos com o Bem,
e usando a liberdade que a sua Salvação nos conferiu, em nossas ações e
palavras, botamos o Mal prá correr, reafirmando assim a nossa esperança na
plenitude do Reino que já está entre nós...
2. A verdadeira alegria do
discípulo
Os setenta e dois voltam alegres da missão para onde foram enviados, pois
fizeram a experiência de que o poder de Jesus atuava por meio deles e
prolongava o "hoje" da salvação (cf. Lc 4,21), através da vitória
sobre o poder demoníaco que tira do coração do ser humano o brilho original
da criação (vv. 18-19; Ap 12,7-12; Dn 12,1-3).
Jesus alerta os discípulos
entusiasmados pelo sucesso da missão a não se deixarem levar pelo prestígio
pessoal ou pela fama, pois o importante é pertencer a Deus e viver os valores
do Reino: "... não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós.
Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus" (v.
20). A verdadeira alegria do discípulo é a comunhão com Deus (v. 20; Ex
32,32; Is 4,3).
ORAÇÃO
Pai, por ter meu nome inscrito no céu e por estar unido a ti, única fonte de
vida e de libertação, ajuda-me a lutar contra o mal que mantém a humanidade
cativa do egoísmo.
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Liturgia do Domingo 06.10.2013
27º DOMINGO DO TEMPO COMUM — ANO C
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO
SALTÉRIO )
__ "O justo vive da fé" __
OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e
irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL
PULSANDINHO: O Senhor aqui nos reúne. É
ele que nos chama. Mais uma vez, somos convidados a tomar parte na Ceia do
Senhor. Buscando nosso aperfeiçoamento, somos chamados a encontrar, no Pão da
vida eterna, força e alimento para nossa vida de fé. Na escuta da Palavra de
Deus, confiamos a Ele nossas aflições e dificuldades, na certeza de sua
presença junto de nós. Estamos iniciando o mês de outubro, mês missionário e
dedicado a Nossa Senhora e à recitação do Rosário. O testemunho de fé de Maria,
junto à cruz, nos mostra o real valor da fé para aquele que crê. Sua
esperança nos mostra o verdadeiro significado da espera e da confiança
daquele que nos chama à vida em plenitude.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O
POVO DE DEUS: Nesta Ceia participamos do
Mistério de Cristo e assumimos a sua páscoa como nossa páscoa. Somos chamados
a redefinir os rumos da nossa cultura por meio da adesão ao amor de Deus
derramado em nossos corações. Uma grande missão para a cultura cristã é a
defesa da vida desde a concepção até a morte natural. É nesse sentido que
celebramos, no próximo dia 8, o Dia do Nascituro. Iniciamos também o Mês
missionário. Pela Campanha Missionária, toda a comunidade cristã é convidada
a renovar seu compromisso batismal em conformidade ao mandato de Jesus
Cristo, "Ide e fazei discípulos todas as nações" (Mt 28,
19).Rezemos para que o Ano da Fé renove os cristãos e ajude o Brasil a
reconstruir uma cultura na qual a cruz de Cristo e o amor de Deus sejam a
referência para a vida cultural de um País cristão.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O evangelho de hoje nos oferece um
ensinamento sobre a fé, provocado por uma súplica dos discípulos. Eles
compreenderam bem que só se tivessem fé, se estivessem convencidos de que
vale a pena deixar tudo para seguir o Mestre, é que poderão guardar distância
das riquezas e se decidir pelo Reino. Jesus aprova essa convicção e declara
implicitamente como tal decisão só pode ser fruto da fé. Temos também um
ensinamento sobre a humildade, pois o cristão não deve jamais orgulhar-se de
ter cumprido o seu dever.
Sintamos em nossos corações a
alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
A FORÇA DE QUEM TEM FÉ
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder, e ninguém
pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra,
e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo!
Comentário das Leituras: Diante de um mundo cada vez mais agressivo,
porque está sedento de dinheiro e lucro, a Palavra de Deus proclama que o
justo vive pela fé. É através da fé, mesmo se pequena como a semente de
mostarda, que resistimos à violência e iniquidade social. Ouçamos com fé a
Palavra que nos dá a confiança que gera a total entrega da nossa vida a Deus.
Primeira Leitura (Hab 1,2-3; 2,2-4)
Leitura de Profecia de Habacuc
2Senhor, até quando clamarei, sem
me atenderes? Até quando devo gritar a ti: "Violência!", sem me
socorreres?
3Por que me fazes ver iniqüidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições
e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia.
2,2Respondeu- me o Senhor, dizendo: "Escreve esta visão, estende seus
dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade.
3A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não
falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará.
4Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé".
Salmo responsorial 95/94
Não fecheis o coração, ouvi vosso
Deus!
Vinde, exultemos de alegria no
Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao
seu encontro caminhemos com louvores, e
com cantos de alegria o celebremos!
Vinde, adoremos e prostremo-nos por
terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho, as
ovelhas que conduz com sua mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz; não
fecheis
os corações como em Meriba, como
em Massa, no deserto, aquele dia, em que
outrora vossos pais me provocaram, apesar
de terem visto as minhas obras.
Segunda Leitura (2Tm 1,6-8.13-14)
Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo.
Caríssimo: 6Exorto-te a reavivar a
chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.
7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e
sobriedade.
8Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu
prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.
13Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e
de amor em Cristo Jesus.
14Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo que habita em
nós.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A Palavra do Senhor permanece para sempre; e esta é a Palavra que vos foi
anunciada.
EVANGELHO (Lc 17,5-10)
Naquele tempo, 5os apóstolos
disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!"
6O Senhor respondeu: "Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de
mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: 'Arranca-te daqui e planta-te no
mar', e ela vos obedeceria.
7Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais,
por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: 'Vem depressa para a
mesa?'
8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepara- -me o jantar, cinge-te
e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?
9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?
10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei:
'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'".
LEITURAS DA SEMANA DE 07 a 13 de Outubro de 2013:
2ª Vd - At 1,12-14; Med.: Lc 1,46-55; Lc 1,26-38
3ª Vd - Jn 3,1-10; Sl 129(130); Lc 10,38-42
4ª Vd - Jn 4,1-11; Sl 85(86); Lc 11,1-4
5ª Vd - Ml 3,13-20a; Sl 1; Lc 11,5-13
6ª Br - Jl 1,13-15; 2,1-2; Sl 9a(9); Lc 11,15-26
Sb Vd - Est 5,1b-2; 7,2b-3; Sl 44(45); Ap 12,1.5.13a15-16a; Jo 2,1-11
28º DTC Vd - 2Rs 5,14-17; Sl 98(97); 2Tm 2,8-13; Lc 17,11-19
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O que é a Fé?
Eis um evangelho onde, se o leitor não prestar muita atenção, irá pensar que
são dois assuntos diferentes que Jesus está tratando. Os apóstolos lhe fazem
um pedido que nós todos sempre fazemos: Para que Deus aumente a nossa Fé!
Jesus acolhe o pedido, mas vai lhes dizer que “Se a Fé que eles tinham fosse
tão pequenina como o de um grão de mostarda, conseguiriam até arrancar uma
amoreira e fazê-la sozinha plantar-se ao mar”, ou seja, com um pouco se faz
muito além do que se pode.
Arrancar qualquer árvore adulta,
usando as próprias mãos, já requer um grande esforço, uma amoreira mais
ainda, pois sua raiz é grande e muito entrelaçada, exatamente como suas
ramagens se apresentam. Arrancá-la dando uma simples ordem verbal, sem por as
mãos, e ainda fazê-la plantar-se ao mar, ora, a amoreira teria que afundar,
atingir o solo do fundo do mar e penetrar na terra. Mesmo estando em um
contexto longe da narrativa do evangelho, do Jesus Histórico e seus
seguidores, a gente conclui que essa seria uma ação impossível humanamente
falando.
Se a reflexão parasse por aqui a
conclusão seria essa: Os apóstolos não tinham nenhuma Fé, pois se tivessem,
poderiam fazer grandes proezas, como aquela que Jesus lhes propôs como
exemplo. Se a Fé fosse isso, seria tão bom para todos nós. Faríamos grandes
proezas e não passaríamos mais nenhuma necessidade. Essa é a Fé Mágica que
muitos querem ter pois sempre diante de algo difícil de se conseguir, não
falta quem diga “Você precisa ter mais Fé”
Mas a reflexão tem sequência quando
Jesus lhes fala da relação entre servo e seu Senhor. Mudou o assunto? Não.
Jesus agora irá aprofundar o ensinamento. Os apóstolos, embora seguidores de
Jesus, ainda não tinham conseguido mudar a mentalidade sobre o Messias e no
fundo pensavam como a Comunidade Judaica, principalmente os Fariseus e
Doutores da Lei, para os quais, Deus estava á sua inteira disposição, desde
que cumprissem toda Lei de Moisés, atendendo rigorosamente a todas as
prescrições e determinações. Com uma conduta e procedimento de um Justo, Deus
era obrigado a atendê-los concedendo todas as bênçãos e promessas feitas a
Abraão e sua descendência, pois tornavam-se merecedores.
Entre nós, quando alguém recebe
algum benefício, ou acontece algo de bom que vai lhe trazer vantagens, principalmente
financeiras e materiais, os mais próximos o saúdam e o cumprimentam, dizendo
“Olha, você merece!”. Essa mentalidade Farisaica perpassa o tempo e o espaço,
e ainda contamina nosso coração diante de Deus, pois, quando peco mereço o
castigo, quando me confesso e procuro viver bem, na Graça de Deus, então sou
merecedor das bênçãos e do Céu, que um dia Deus me dará, porque sou realmente
muito bom, como Cristão.
Fé consistente, não é aquela que
faz coisas prodigiosas, sem explicação, mas sim aquela que consegue
transformar a nossa mentalidade religiosa, e consequentemente a nossa relação
com Deus! Algo tão difícil como arrancar uma amoreira com raiz e tudo e
fazê-la plantar ao mar... Os Dons maravilhosos que o Senhor nos concede, são
todos imerecidos.
Um coração contaminado pelo
orgulho, vaidade e prepotência, nem sempre aceita o que é de graça, porque
isso seria reconhecer a superioridade de quem nos concede, por isso os pobres
e pequenos sempre foram os preferidos de Deus.
De igual forma os que se julgam
pecadores e estão afastados da comunidade, em geral estão sempre abertos para
essa experiência impar com a gratuidade do grandioso Amor Divino, que na sua
Graça nos transforma por inteiro, arrancando de nosso coração as raízes
entrelaçadas de pensamentos egoístas, que nos impedem de nos abrir á Deus.
2. Importância da Fé
O que importa, aqui, não é o tamanho da fé, mas em que ela nos faz apoiar
nossa vida e nossa vocação.
Talvez, muitos leitores do
evangelho de hoje se sintam confusos pelo que aí é dito; outros tantos se
deixarão levar pelo imediatamente percebido na leitura, sem aprofundar o
sentido do texto. Tentemos ajudar o leitor a conhecer a mensagem que o autor
quis transmitir com o seu texto.
"Aumenta a nossa fé!" (v.
5). Esta é a súplica dos apóstolos, os enviados. A fé é fundamentalmente
adesão à pessoa de Jesus Cristo e, em razão dessa adesão, ela se transforma
em testemunho. Tendo já sido enviados em missão (9,1-6), os apóstolos
experimentaram a necessidade de uma comunhão estreita com Jesus. Sem esta
relação estreita, o "sucesso" da missão fica comprometido. A fé
oferece a possibilidade de fazer tudo em Deus, sem se deixar seduzir pelo
prestígio, nem desanimar pelo fracasso. A fé está ligada à missão. Diante da
súplica dos Doze, que também é a nossa, Jesus responde: "Se tivésseis
fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira:
'Arranca-te daqui e planta-te no mar', e ela vos obedeceria" (v. 6). A
fé, dizemos nós, remove montanhas! É preciso bem compreender, pois o que
importa, aqui, não é o tamanho da fé, mesmo porque ela não é mensurável, mas
em que ela nos faz apoiar nossa vida e nossa vocação. É a confiança no poder
de Deus, na palavra de Cristo, que pode transformar a realidade tanto pessoal
como social. É Deus quem age, não importa qual seja a nossa fé ou o nosso
grau de confiança nele. Quando a ação do discípulo no desempenho de sua
missão é feita em nome do evangelho, não há nada que seja impossível.
"Para Deus tudo é possível", dirá o Anjo Gabriel a Maria (1,37).
Para o discípulo apoiado na palavra de Jesus Cristo, não há nada que possa
desencorajá-lo.
"Somos simples servos…"
(v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: "Somos
servos inúteis!". Se o fôssemos, porque Deus nos chamaria ao seu serviço?
A questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos
homens. Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um
trabalho a ser feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf.
At 1,8). Em segundo lugar, a expressão "simples servos, pois fizemos o
que devíamos ter feito" diz respeito à gratuidade do serviço. A
recompensa do apóstolo é Deus mesmo, seu verdadeiro salário é ser admitido
como operário na vinha do Senhor. Quem é enviado não tem nenhum direito sobre
Deus, nem sobre seus semelhantes. A gratuidade exige não só deixar de buscar
recompensa, mas renunciar ao prestígio pessoal e à segurança pessoal. Deus é
a sua força e proteção.
ORAÇÃO
Espírito de fé operosa, robustece minha fé pequena, capacitando-me para
realizar as obras do amor e da misericórdia.
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