Liturgia da Segunda Feira — 09.09.2013
XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa
sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Leitura (Colossenses 1,24-2,3)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
1 24 Agora me alegro nos
sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo,
completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja.
25 Dela fui constituído ministro, em virtude da missão que Deus me conferiu
de anunciar em vosso favor a realização da palavra de Deus,
26 mistério este que esteve escondido desde a origem às gerações (passadas),
mas que agora foi manifestado aos seus santos.
27 A estes quis Deus dar a conhecer a riqueza e glória deste mistério entre
os gentios: Cristo em vós, esperança da glória!
28 A ele é que anunciamos, admoestando todos os homens e instruindo-os em
toda a sabedoria, para tornar todo homem perfeito em Cristo.
29 Eis a finalidade do meu trabalho, a razão por que luto auxiliado por sua
força que atua poderosamente em mim.
2 1 Desejo realmente que estejais informados do árduo combate que sustento
por amor de vós e dos de Laodicéia, assim como de todos os que ainda não me
viram pessoalmente!
2 Tudo sofro para que os seus corações sejam reconfortados e que,
estreitamente unidos pela caridade, sejam enriquecidos de uma plenitude de
inteligência, para conhecerem o mistério de Deus, isto é, Cristo,
3 no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
Salmo responsorial 61/62
A minha glória e salvação estão em
Deus.
Só em Deus a minha alma tem
repouso,
porque dele é que me vem a salvação!
Só ele é meu rochedo e salvação,
a fortaleza onde encontro segurança!
Povo todo, esperai sempre no Senhor
e abri diante dele o coração:
nosso Deus é u refúgio para nós!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).
EVANGELHO (Lucas 6,6-11)
6 6 Em outro dia de sábado, Jesus
entrou na sinagoga e ensinava. Achava-se ali um homem que tinha a mão direita
seca.
7 Ora, os escribas e os fariseus observavam Jesus para ver se ele curaria no
dia de sábado. Eles teriam então pretexto para acusá-lo.
8 Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e disse ao homem que tinha a mão
seca: Levanta-te e põe-te em pé, aqui no meio. Ele se levantou e ficou em pé.
9 Disse-lhes Jesus: "Pergunto-vos se no sábado é permitido fazer o bem
ou o mal; salvar a vida, ou deixá-la perecer".
10 E relanceando os olhos sobre todos, disse ao homem: "Estende tua
mão". Ele a estendeu, e foi-lhe restabelecida a mão.
11 Mas eles encheram-se de furor e indagavam uns aos outros o que fariam a
Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Para se fazer o Bem, não há dia
nem hora...
No Preceito Sabático o Judeu fazia memória da ação libertadora que Deus havia
realizado a favor do povo, através de Moisés. O que está, portanto no centro
dessa ação Divina, é justamente a Vida enquanto dom Divino, e que tem a sua
Dignidade. Jesus é o Libertador por Excelência, e a libertação por ele oferecida
abrange todo homem. Nenhuma Lei ou norma, mesmo de caráter religioso, deverá
impedir qualquer ação a favor da Vida.
Os escribas e Fariseus, obcecados
pela idéia de condenar Jesus, só conseguem olhar o aspecto legal do Preceito
Sabático, sem darem a mínima para o seu conteúdo e significado. Se de fato
tivessem a consciência do ato libertador de Deus, o teriam reconhecido em
Jesus, e longe de censurá-lo pela quebra da lei sabática, louvariam a Deus
pela cura, sinal visível da ação libertadora de Deus a favor do homem.
Para nós cristãos, o Dia do Senhor
é o domingo, que invadido pelo espírito consumista, vai perdendo totalmente o
seu sentido, mesmo entre os cristãos, pois outros deuses são glorificados, os
grandes shoppings e Magazines, tornam-se templos de luxo e de consumismo.
No futebol ou nos programas de
auditórios, muitos ídolos recebem as honras e tributos dos seus fãs, e Jesus
Cristo, nosso Deus e Salvador, que espaço tem ele em nosso domingo? Será que
não nos tornamos também ritualistas, de uma celebração formal, onde muitas
vezes não passamos de meros assistentes?
Ao curar o homem de mão seca, e o
colocá-lo no centro da assembleia, Jesus está nos ensinando que na comunidade
a nossa comunhão tem que ter como referência central a Vida do outro, pois só
assim a comunhão com Deus será completa. As pessoas são mais importantes do
que qualquer norma ou regra...
2. A Lei de Deus deve proteger o
dom da vida e da liberdade.
A prática do descanso sabático, com a sua respectiva interpretação,
distancia, entre outras questões ligadas à prática e à interpretação da Lei,
Jesus de seus adversários, mais especificamente dos escribas e dos fariseus.
É e será sempre oportuno lembrar que o dom da vida (criação) e da liberdade
(saída do Egito) precedeu a Lei. Este dado é fundamental, pois a Lei de Deus
deve proteger o dom da vida e da liberdade. Este é o princípio através do
qual Jesus interpreta e pratica a Lei. Daí a pertinência da pergunta de Jesus
aos escribas e fariseus: "Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é
permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar
morrer?" (v. 9).
A pergunta de Jesus desvela o
equívoco na prática legalista e rigorista do descanso sabático. Ademais, a
prescrição deuteronômica do descanso sabático não diz que Deus descansa:
"Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem
teu escravo, nem tua escrava… Recorda que foste escravo na terra do Egito, e
que o Senhor te tirou de lá com mão forte e braço estendido. É por isso que o
Senhor teu Deus te ordenou guardar o sábado" (Dt 5,14-15). A memória da
saída do Egito devia tornar presente ao povo a misericórdia de Deus e, ao
mesmo tempo, levar todo o povo a proceder assim em relação aos semelhantes.
No evangelho segundo João, na cura
junto à piscina de Bezata, num dia de sábado, quando contestado por violar o
sábado, Jesus diz: "Meu pai trabalha sempre, e eu também trabalho"
(Jo 5,17).
ORAÇÃO
Pai, abre minha mente para compreender tua santa vontade a fim de conformar
minha vida com ela. E livra-me de qualquer tipo de preconceito.
3. URGE FAZER O BEM
A malícia dos mestres da Lei e dos fariseus chocava-se com a determinação de
Jesus de querer fazer sempre o bem. Embora soubesse que costumavam
observá-lo, com a intenção de encontrar nele motivo para acusá-lo, o Mestre
mantinha-se fiel ao querer do Pai.
Estando a ensinar na sinagoga, em
dia de sábado, Jesus deu-se conta da presença de um homem cuja mão direita
estava seca. O aleijado não lhe pediu para curá-lo. Talvez estivesse escondendo
esta mão, só para não ser observado.
Para a mentalidade das pessoas
daquele tempo, ter a mão direita nestas condições era mau sinal, porque o
indivíduo só podia servir-se da mão esquerda, tida como a mão dos maus
augúrios e das más ações. Era vergonhoso participar de uma assembléia
litúrgica e, por conseguinte, estar diante de Deus, nestas condições. Por
isso, a prudência aconselhava-o a manter-se discreto.
A ordem recebida de levantar-se e
colocar-se no meio da assembléia pegou-o de surpresa. Sua deficiência estava
sendo posta em evidência. Em todo caso, o homem obedeceu, fazendo como o
Mestre ordenara. Nova ordem: estender a mão. Em outras palavras, mostrar a
todos sua condição vergonhosa. De novo, ele obedeceu. E eis que sua mão ficou
sã. Sua vergonha foi superada. Ele ficara livre do estigma do mal.
Os mestres da Lei e os fariseus
ficaram insensíveis diante do bem realizado por Jesus. Movidos pelo ódio,
começaram a discutir uma maneira de eliminá-lo, quando deveriam dar glórias a
Deus por realizar maravilhas em favor da humanidade.
Oração
Espírito do bem, faze-me compreender a urgência de fazer o bem em favor dos
pobres e sofredores.
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XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa
sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Leitura (Colossenses 2,6-15)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
Irmãos, 2 6 como (de nossa
pregação) recebestes o Senhor Jesus Cristo, vivei nele,
7 enraizados e edificados nele, inabaláveis na fé em que fostes instruídos,
com o coração a transbordar de gratidão!
8 Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e vãos
sofismas baseados nas tradições humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de
se apoiar em Cristo.
9 Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
10 Tendes tudo plenamente nele, que é a cabeça de todo principado e
potestade.
11 Nele também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de
homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do nosso
ser carnal.
12 Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé
no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne,
chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos
os pecados,
14 cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos
condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.
15 Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando
deles pela cruz.
Salmo responsorial 144/145
O Senhor é muito bom para com
todos.
Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó
meu rei,
e bendizer o vosso nome pelos séculos.
Todos os dias haverei de bendizer-vos,
hei de louvar o vosso nome para sempre.
Misericórdia e piedade é o Senhor,
ele é amor, é paciência, é compaixão.
O Senhor é muito nom para com todos,
sua ternura abraça toda criatura.
Que vossas obras, ó Senhor, vos
glorifiquem
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que seis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jô
15,16).
EVANGELHO (Lucas 6,12-19)
6 12 Naqueles dias, Jesus
retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus.
13 Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que
chamou de apóstolos:
14 Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João,
Filipe, Bartolomeu,
15 Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador;
16 Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor.
17 Descendo com eles, parou numa planície. Aí se achava um grande número de
seus discípulos e uma grande multidão de pessoas vindas da Judéia, de
Jerusalém, da região marítima, de Tiro e Sidônia, que tinham vindo para
ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades.
18 E os que eram atormentados dos espíritos imundos ficavam livres.
19 Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a
todos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A alegria de ser convocado...
Nos meus tempos de menino, como todo garoto tínhamos um campinho de futebol
no final da rua, onde travávamos verdadeiras batalhas campais correndo atrás
de uma bola. Eu gostava de atuar de goleiro, posição não tão disputada e
então sempre tinha um lugar garantido quando íamos iniciar a partida e dois
escolhiam os times. Mas com o tempo surgiu outro goleiro e daí na hora da
escolha eu ficava com o coração na mão, não sabendo se seria escolhido ou
não.
Neste evangelho Jesus convoca o
time que terá a missão de evangelizar e a seleção é feita entre os seus
discípulos, ganhando os escolhidos o nome de apóstolos. Judas Iscariotes
estava entre os escolhidos, porque Jesus não chama só os bons, mas sim os que
querem comprometer-se com o seu projeto da construção do novo reino. Todo
homem chamado por Deus para viver a vocação do amor, esse chamado é natural e
está no próprio dom da vida, entretanto, alguns, o Senhor escolhe para serem
os seus colaboradores, estes têm uma responsabilidade maior, os cristãos
batizados são assim convocados para serem os anunciadores desse Reino Novo, é
preciso vestir a camisa, ir a campo para o combate.
Aos escolhidos Deus dá uma força
que não vem do humano, mas do Divino, antes da escolha, Jesus estava em
oração, isso significa dizer que aquela mesma força libertadora, que saia de
Jesus e aliviava as pessoas de seus males, está também presente em cada
discípulo. Vivemos em uma sociedade marcada por uma multidão de pessoas que
não são livres, a alienação de certas ideologias vem contaminando o coração
de muitos, e nesse caso, o anúncio cristão de Jesus e seu evangelho, é a
única saída para tantas opressões. Entretanto, essa ação libertadora por
excelência, depende de nós...
2. É na oração que é concebida a
escolha dos Doze.
Trata-se de uma segunda etapa no chamado dos doze apóstolos. O primeiro
relato do chamado foi junto ao mar da Galileia (5,1-11). Os "doze"
(v. 13), significa que eles representam todo o Israel, as doze tribos (ver:
Lc 22,28-30). Há, como se pode notar, dois grupos doravante: o grupo maior
dos discípulos e o grupo dos Doze. O auditório amplo, aí presentes judeus,
pagãos e enfermos, já sinaliza para a universalidade da missão da Igreja.
A escolha dos Doze é precedida de
uma longa oração de Jesus sobre a montanha. A montanha é o lugar do
conhecimento de Deus, lugar de sua revelação; o monte é o lugar onde é dado
ao ser humano conhecer os desígnios salvíficos de Deus. É na oração que é
concebida a escolha dos Doze. Dizer isso não significa que a oração nos exime
de equívocos. Ao nome de Judas é acrescentada a observação de que ele se
tornou o traidor. O ser humano é livre e, muitas vezes, submetido a muitos
condicionamentos. Isso pode fazer com que ele não persevere no caminho que,
inicialmente, aceitou trilhar.
Ao tocar Jesus, as pessoas se
sentiam tocadas pela força que saía dele e curava a todos. É a força do
Espírito Santo da qual ele foi revestido e que move toda a sua existência
terrestre.
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo
Espírito, eu possa ser sinal da presença dele neste mundo tão carente de
salvação.
3. UMA NOITE EM ORAÇÃO
Passando uma noite toda em oração, no alto de uma montanha, Jesus preparou-se
para um momento importante de seu ministério: a escolha do grupo de
discípulos, que seriam objeto de sua atenção especial, pois teriam como
tarefa levar adiante a sua missão.
Por que esta longa vigília de
oração? Estar em oração significava recorrer a Deus e deixar-se guiar por
ele, em vista de acertar na escolha a ser feita. Afinal, os discípulos
deveriam ficar a serviço do Reino do Pai, e só este poderia oferecer ao Filho
os critérios corretos de discernimento. Era fundamental fazer uma escolha
acertada.
Os nomes sugeridos pelo Pai
correspondiam aos de pessoas comuns, sem qualidades especiais. Humanamente
falando, teria sido preferível escolher pessoas mais inteligentes, mais
corajosas e dispostas a enfrentar adversidades, menos apegadas a certos
esquemas mentais inconvenientes, mais sintonizadas com o modo de pensar de
Jesus. Nada disto tinham as doze pessoas que ele escolheu.
Na oração, o Mestre deixou-se
convencer pelo Pai a contar com a companhia de homens limitados, para
realizar a grande obra da implantação do Reino. Aliás o Pai sempre agira
assim. Seria cair na tentação, querer pensar de modo diferente. Neste
sentido, a escolha feita por Jesus correspondeu, realmente, à vontade do Pai.
Oração
Espírito de docilidade nas mãos do Pai, faze-me escolher sempre o que
corresponde ao querer divino, sem deixar-me influenciar por meu próprio
querer.
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XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da
entrada: Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa
sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Leitura
(Colossenses 3,1-11)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 1 Se,
portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo
está sentado à direita de Deus.
2 Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra.
3 Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele
na glória.
5 Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a
impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria.
6 Dessas coisas provém a ira de Deus sobre os descrentes.
7 Outrora também vós assim vivíeis, mergulhados como estáveis nesses vícios.
8 Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade,
maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca,
9 nem vos enganeis uns aos outros. Vós vos despistes do homem velho com os
seus vícios,
10 e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem
daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento.
11 Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem
livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos.
Salmo responsorial 144/145
O Senhor é
muito bom para com todos.
Todos os
dias haverei de bendizer-vos,
hei de louvar o vosso nome para sempre.
Grande é o Senhor e muito digno de louvores,
e ninguém pode medir sua grandeza.
Que vossas
obras, ó Senhor, vos glorifiquem
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!
Para
espalhar vossos prodígios entre os homens
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
O vosso reino é um reino para sempre,
vosso poder, de geração em geração.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Meus discípulos, alegrai-vos, exultai de alegria, pois grande é a recompensa
que nos céus tereis um dia! (Lc 6,23).
Evangelho (Lucas 6,20-26)
6 20 Então
Jesus ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: "Bem-aventurados
vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus!
21 Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos!
Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis!
22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos
ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do
Homem!
23 Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no
céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas.
24 Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação!
25 Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que
agora rides, porque gemereis e chorareis!
26 Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais
deles aos falsos profetas!"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Bem
Aventurados
Quem é rico e quem é pobre diante de Deus? Certamente que essa pobreza e essa
riqueza citada no evangelho., não é a simples posse ou não, de bens
materiais. O que Lucas coloca como eixo temático desse evangelho é a nossa
relação com Deus e a nossa relação com os bens materiais. Em nossas
comunidades há pobres egoistas, mas há também ricos generosos. Se alguém é
pobre no sentido material, mas se apega egoísticamente ao pouco que tem,
nesse evangelho ele é considerado rico.
Que Deus
está acima de qualquer riqueza, disso não deve haver a menor dúvida para nós
cristãos, mas há um porém, a nossa conduta e o nosso procedimento, muitas
vêzes não condiz com essa verdade na qual cremos. Isso porque, o capitalismo
nos apresenta outra verdade, só é feliz quem TEM patrimônio e uma gorda conta
bancária. A riqueza está sempre de mãos dadas com o Poder, o prestígio e o
sucesso, e nessa condição de todo poderoso, o homem começa a sentir coceira
de poder fazer tudo e o que quiser, ocupando então o lugar que é de Deus, é
esse o grande problema pois diante de Deus, seremos eternamente necessitados
e dependentes, sejamos ricos ou pobres no sentido material, pois a posse de
bens materiais cria no coração e na mente do homem a ilusão de um Poder que
vai além....É por isso que o Ser humano comete tantas atrocidades, porque
acha que tudo pode.
Os Bem
Aventurados citados por Jesus são os que souberam fazer a escolha certa,
anseiam por um mundo melhor onde o Homem possa ser feliz por aquilo que ele
é, não pelo que tem. ser pobre nesse sentido é colocar somente em Deus toda
confiança, haverá fome e choro, porque o Reino desejado no fundo da alma
ainda está em gestação, já chegou com Jesus, mas terá que ser construído no
dia a dia.
Os Bem
Aventurados devem sempre estar preparados para o confronto, pois tudo o que
contraria a Felicidade terrena, ditada pela Pós Modernidade, será repelido,
rejeitado e até perseguido. Ser discípulo é navegar continuamente contra a
correnteza....O prazer e a alegria será muito maior...
2. Jesus
promete o Reino de Deus
Depois da escolha dos Doze entre os discípulos, Jesus desce da montanha e
para num lugar plano, em que numerosa multidão de discípulos, judeus e pagãos
o esperam, pois foram para ouvi-lo e ser curados por ele. É o cenário da
universalidade da missão da Igreja.
O nosso
texto de hoje é o início do "Sermão da planície" (6,20-49). As
quatro bem-aventuranças são acompanhadas de quatro lamentações. De certo
modo, todo o sermão da planície é um desdobramento do discurso programático
de Jesus, na Sinagoga de Nazaré (4,16-30).
O que é
prometido nesta introdução do sermão é a transformação da realidade terrena e
passageira. O Reino de Deus é objeto desta promessa. Os "pobres"
(v. 20) aqui tem um duplo significado: são os que passam fome e os que choram
por causa de seus sofrimentos, mas também os discípulos perseguidos por causa
de sua fé em Jesus Cristo. As lamentações estão em paralelo com as
bem-aventuranças: os ricos são os que levam uma vida confortável sem se
preocupar com os outros (vv. 24-25; ver Lc 16,19-31). Jesus não promete
resolver os dramas socioeconômicos do povo, nem livrar os discípulos da
perseguição. Promete o Reino de Deus, que através de seus valores vividos são
capazes de transformar o coração do ser humano e a realidade.
A
recompensa de quem, por amor, vive a fidelidade no seguimento de Jesus Cristo
é o próprio Deus e a participação na vida divina.
ORAÇÃO
Pai, faze-me solidário com os mais pobres deste mundo, e ensina-me a
partilhar, de modo que chegue até eles a esperança e a alegria que Jesus veio
nos trazer.
3. O
ANÚNCIO DA BOA NOVA
Na sinagoga de Nazaré, Jesus afirmara, com base num texto do profeta Isaías,
ter vindo para proclamar a Boa Nova aos pobres. Este aspecto de sua missão
foi concretizado no sermão das bem-aventuranças. Nele os pobres foram
declarados senhores do Reino de Deus. Em outras palavras, são os preferidos
do Pai, tendo um lugar especial no seu coração. É impossível pensar em
notícia melhor!
A pobreza
tem muitas faces. Ela pode ser material, caracterizada como carência de
recursos, até mesmo para comer. Mas se expressa, também, na falta de motivo
para se alegrar, como quando alguém é vítima da maldade alheia; na situação
em que é odiado, desterrado, injuriado, declarado maldito por causa da opção
pelo Reino. São todas situações em que o ser humano vê totalmente
desrespeitada a sua dignidade.
O anúncio
feito por Jesus está em perfeita consonância com o modo de agir de Deus, ao
longo de toda a história da salvação. Desde o êxodo, quando tomara a defesa
de seu povo oprimido no Egito, Deus havia se manifestado como quem toma o
partido dos pobres e indefesos, fazendo jus à sua condição de Pai justo e
fiel, que está presente na história humana, para fazer justiça aos excluídos.
A Boa Nova
dos pobres, por conseguinte, consistia em saber que têm Deus a seu favor.
Oração
Espírito de solidariedade com os pobres, faze-me imitar a misericórdia do
Pai, que toma partido dos excluídos, e se manifesta solidário com eles.
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XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM* *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da
entrada: Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença;
tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Leitura
(Colossenses 3,12-17)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 12
Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada
misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.
13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que
tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai
também vós.
14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.
15 Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a
fim de formar um único corpo. E sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte
que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração
da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos
espirituais.
17 Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Salmo responsorial
150
Louve o
Senhor tudo o que vive e que respira.
Louvai o
Senhor Deus no santuário,
louvai-o no alto céu de seu poder!
Louvai-o por seus feitos grandiosos,
louvai-o em sua grandeza majestosa1
Louvai-o
com o toque da trombeta,
louvai-o com a harpa e com a cítara!
Louvai-o com a dança e o tambor,
louvai-o com as cordas e as flautas!
Louvai-o
com os címbalos sonoros,
louvai-o os címbalos de júbilo!
Louve a Deus tudo o que vive e que respira,
tudo cante os louvores do Senhor!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Se nós nos amamos, irmãos, Deus vive unido conosco e, em nós, seu amor fica
pleno! (1Jo 4,12).
EVANGELHO (Lucas 6,27-38)
6 27 Falou
Jesus aos seus discípulos: "digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos
inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
28 abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam.
29 Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra. E ao que te tirar a
capa, não impeças de levar também a túnica.
30 Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames.
31 O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.
32 Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores
amam aqueles que os amam.
33 E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o
mesmo fazem também os pecadores.
34 Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa mereceis?
Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
35 Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí
esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo,
porque ele é bom para com os ingratos e maus.
36 Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37 Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis
condenados; perdoai, e sereis perdoados;
38 dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada
e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos
vós também".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. AMAR OS
INIMIGOS!
Este é um evangelho daqueles bem desconcertantes, porque em tempo em que se
cometem crimes horrendos que chocam a opinião pública, praticados por
bandidos cruéis, há no coração do povo um sentimento de vingança. Um pouco
pela própria natureza humana, que diante de uma agressão pensa na vingança
como forma de punir o agressor, mas este sentimento é também calcado no
coração das pessoas pela mídia sensacionalista que mistura indignação, ódio e
vingança, enfiando tudo goela abaixo do povo que a toma como uma verdade
absoluta sendo que a proposta é sempre a mesma: eliminar a árvore, porém sem
mexer em sua raiz, eliminar o efeito sem se preocupar com a causa.
“Amai os
vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem
e orai pelos que vos injuriam” Para muitos cristãos este evangelho é difícil
de ser praticado e então o empurram para baixo do tapete, como fazemos com
aquela “sujeirinha” inoportuna, quando não queremos fazer uma faxina pra
valer em nossa casa. Primeiramente é bom que se esclareça algo muito
importante: Jesus não fez esse ensinamento a toda multidão, mas apenas aos
que o ouviam, isto é, aos seus discípulos, os mesmos para os quais já havia
dito no sermão da planície, a frase revolucionária “Feliz os pobres porque
deles é o Reino de Deus”.
Mas afinal
de contas quem é o nosso inimigo? É todo que nos faz ou nos deseja algum tipo
de mal, de pequenas ou de grandes proporções. A inimizade existe em todo
lugar, escola, trabalho, família, vizinhança, esporte, e até em lugar onde
ela nunca deveria existir: na comunidade, entre ministros, agentes pastorais,
dirigentes, coordenadores e obreiros. Diante desse evangelho, imediatamente
pensamos nas situações críticas da sociedade onde assistimos a confronto de
classes, chacinas, extermínios, atos de violência explícita no confronto
entre nações. Então um sentimento de impotência nos domina e achamos que nada
há para se fazer a não ser rezar.
Mas a coisa
mais importante que devemos fazer, de maneira bem prática, é olharmos mais
perto, para o nosso quotidiano onde nos relacionamos com as pessoas. Que
sentimentos alimentamos, com nossos gestos, palavras e atitudes? A quem
devemos ouvir e dar razão: ao mundo que propõe a vingança e o extermínio de
quem pratica o mal, ou ao evangelho de Cristo, que nos ensina o amor, o
perdão e a misericórdia?
Jesus não
condena uma pessoa que quer justiça e vingança contra alguém que lhe fez mal.
Esta é uma reação humana, perfeitamente compreensível e natural, de acordo
até com um ensinamento bíblico do Antigo Testamento, de que se deve fazer o
bem a quem nos faz o bem, e o mal a quem nos deseja o mal, é a lei do talião,
olho por olho e dente por dente, fato que acontece com o melhor e mais santo
dos cristãos .Somos homens desta terra, descendentes de Adão e irmãos de
Caim, que cometeu o primeiro crime da história ao matar seu próprio irmão
Abel por ciúmes e inveja.
Porém,
lembra-nos o apóstolo Paulo na segunda leitura, o Espírito vivificante nos
transformou em Homens celestiais a partir da graça que Jesus nos concedeu,
dom imerecido que nos santifica e nos configura ao próprio Cristo, portanto
capacitados para viver na relação com o próximo, aquele único e verdadeiro
amor com o qual Deus nos ama em seu Filho Jesus.
A proposta
desse jeito novo de se relacionar é apenas para os discípulos do Senhor que
hoje são todos os que creem e são batizados, vivendo em comunidade com os
irmãos e irmãs. É aí que devemos trabalhar no sentido de superarmos na graça
de Deus, qualquer sentimento de ódio, mágoa ou vingança, contra alguém que
nos fez o mal.
Da comunidade vamos para a família e desta para o nosso ambiente de trabalho,
é isso que Jesus pede de nós nesse evangelho, pois somente nos exercitando no
amor, na misericórdia e no perdão, com as pessoas com quem convivemos, é que
teremos a coragem de anunciar o evangelho falando o contrário do que o mundo
nos ensina.
Somente
assim estaremos sendo Filhos do Altíssimo, imagem e semelhança do Pai de
Misericórdia que em Jesus nos ama, jamais nos tratando segundo as nossas
faltas. Então o primeiro passo nesse processo de conversão, é reconhecermos
que somos imperfeitos, ainda uma imagem muito distorcida de Deus que é todo
perfeição e santidade. Dado este primeiro passo, a graça transbordante do
Senhor, em um processo dinâmico de conversão, nos configurará a Cristo,
imagem perfeita do Amor de Deus vivido com os irmãos.
2. O
amor implica "fazer o bem"
O trecho proposto para hoje é a continuidade do "Sermão da
planície" e está dominado pelo tema do amor aos inimigos. Amor que
implica "fazer o bem" (v. 27), pois o "amor se põe mais em
gestos que em palavras" (Santo Inácio de Loyola). Os destinatários deste
trecho são os "vós que me escutais", aqueles que não simplesmente
ouvem, mas que, ouvindo, permitem à palavra cair no mais profundo do coração,
lá aonde só Deus chega e transforma radicalmente a existência humana.
Deus é
misericordioso. É preciso que os que ouvem o Senhor se deixem configurar por
este mesmo Deus: "Sede misericordiosos, como o vosso Pai é
misericordioso" (v. 36). Esta identificação é traduzida na prática do
amor aos inimigos, que já é superação da teologia da retribuição: "Se
amais somente aqueles que vos amam... se fazeis o bem somente aos que vos
fazem o bem... E se prestais ajuda somente àqueles de quem esperais receber,
que generosidade é essa?" (vv. 32-34).
O amor aos
inimigos é o "plus" exigido para uma vida cristã autêntica.
ORAÇÃO
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei
dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
3. O PAI,
MODELO DE MISERICÓRDIA
O ensinamento de Jesus a respeito do amor aos inimigos é o maior desafio para
quem aceita tornar-se seu discípulo. Este amor aos inimigos foi especificado
de várias maneiras. Responder o ódio com a prática do bem, a maldição com a
bênção e a calúnia com a oração são todas formas de amar os inimigos e,
assim, quebrar a espiral da violência. Oferecer a outra face a que o
esbofeteou e dar a túnica a quem lhe tirou o manto são também sinais deste
amor. O discípulo, agindo assim, reverte uma maneira esteriotipada de reagir,
pela qual as pessoas tendem a revidar o mal com o mal e a violência com
violência. Só é capaz de agir assim quem tem o coração repleto da
misericórdia do Pai. Caso contrário, não terá condições de realizar os gestos
heróicos propostos por Jesus.
O modelo
inspirador da ação cristã é a misericórdia do Pai. Ele é igualmente bondoso
para bons e maus. Se ele respondesse às ofensas humanas, eliminando o
pecador, boa parte da humanidade deveria desaparecer. O Pai tem paciência com
os ingratos e malvados por nutrir a esperança de que se convertam para a
misericórdia no trato mútuo.
O mesmo se
dá com o discípulo. A capacidade de fazer frente à violência, com o amor,
justifica-se pela esperança de conquistar o malvado para o Reino. A atitude
cristã pode fazer o perverso abandonar seu caminho de violência e levá-lo a
optar pelo caminho indicado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para retribuir o ódio com o amor e,
assim, poder conquistar meus inimigos para o Reino.
|
Antífona da
entrada: Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor;
chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23s).
Leitura (1
Timóteo 1,1-2.12-14)
Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo.
1 1 Paulo,
apóstolo de Jesus Cristo por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Jesus
Cristo, nossa esperança,
2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia, paz da parte de
Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!
12 Dou graças àquele que me deu forças, Jesus Cristo, nosso Senhor, porque me
julgou digno de confiança e me chamou ao ministério,
13 a mim que outrora era blasfemo, perseguidor e injuriador. Mas alcancei
misericórdia, porque ainda não tinha recebido a fé e o fazia por ignorância.
14 E a graça de nosso Senhor foi imensa, juntamente com a fé e a caridade que
está em Jesus Cristo.
Salmo
responsorial 15/16
O Senhor é
a porção da minha herança!
Guardai-me,
ó Deus, porque em vós me refugio!
Digo ao Senhor: "Somente vós sois meu Senhor".
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo
o Senhor, que me aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Vós me
ensinais vosso caminho para a vida;
junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Vossa palavra e a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).
EVANGELHO (Lucas 6,39-42)
Naquele
tempo, 6 39 Jesus propôs-lhes também esta comparação: "Pode acaso um
cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova?
40 O discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será
como o seu mestre.
41 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que
está no teu olho?
42 Ou como podes dizer a teu irmão: 'Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o
argueiro', quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a
trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu
irmão".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O
Roto falando do rasgado...
Há um ditado ou dístico popular que se aplica perfeitamente bem aos
ensinamentos desse evangelho “Não apontes os meus erros com o seu dedo sujo”
Não é
proibido corrigir alguém que cometeu um erro, ao contrário, a correção
fraterna é uma das práticas que Jesus recomenda á comunidade. O problema aqui
é outro...
É quando a
pessoa se insinua ou se apresenta como modelo e referência na comunidade.
Claro que ninguém vai dizer aos outros “Olha, siga o meu exemplo, veja como
sou bom...”. Mas é a postura que assumimos diante do outro, que nos coloca em
evidência. Principalmente do outro que errou, pecou, e tem uma conduta moral
não muito recomendável. O Guia cego relatado no evangelho, é aquele que olha
para essa pessoa de cima para baixo, com ares de superioridade, ás vezes até
se passando por conselheiro, mas na verdade está dando uma “raspança” no
coitado, querendo urgenciar á sua conversão. É esse o Guia cego que cresce
prá cima do outro, colocando em evidência suas “virtudes” diante do erro
daquele pecador.
O Evangelho
também diz claramente que somente Jesus Cristo é a referência para todos os
discípulos, e que nenhum discípulo é superior ao Mestre. Em nossas relações
de comunidade, ás vezes até verbalizamos o anúncio de Jesus, quando na
verdade estamos anunciando a nós mesmos. Aí é que está o perigo de sermos
“Guias Cegos”, com a trave no olho, querendo limpar os olhos do outro.
Quando se
fala de Jesus a quem errou, a quem é pecador, basta falar da Misericórdia
Divina, do Amor infinito sempre aberto a quem errou, da Paciência e bondade
suprema do Pai manifestada em Jesus. Fala-se tudo isso com palavras doces,
com um sorriso acolhedor, dando ao outro coragem para recomeçar e ânimo para
retomar a caminhada. Essa pessoa, voltará outras vezes, já com o coração
aberto para acolher a Palavra de Deus manifestada em Jesus. Mas quando
falamos de nós mesmos, e de como nos convertemos e nos tornamos um cristão
exemplar, estamos incorrendo nesse erro grotesco de sermos cego guiando outro
cego, fatalmente os dois cairão no buraco... em uma cena cômica e trágica ao
mesmo tempo.
2. Ver o
outro com os olhos de misericórdia de Jesus.
Nós não temos acesso, ou muito dificilmente o temos, do lugar original das
parábolas contadas por Jesus.
A parábola
de nossa perícope de hoje pode se referir às exigências precedentes. Quem é o
"guia cego" de que fala a parábola? (v. 39). Parece ser o discípulo
que não se submete ao seu Mestre, ou que não vê os outros com os olhos de
misericórdia de Jesus; é o que resiste à identificação com o seu Senhor:
"... todo discípulo bem formado será como o mestre" (v. 40).
A parábola
da palha e da trave (vv. 41-42) apela para a necessidade de autocrítica e
misericórdia: "Como podes dizer a teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o
cisco do teu olho', quando não percebes a trave que está no teu próprio
olho?'" (v. 42). A trave não permite enxergar bem; ela distorce ou
diminui a visão. A trave no olho equivale à cegueira ou estreiteza de visão e
impossibilita a não importa quem se arrogar o direito de ser juiz de seu
semelhante.
ORAÇÃO
Pai, concede-me suficiente autocrítica que me predisponha a corrigir meu
semelhante, sem incorrer na malícia dos hipócritas.
3. CUIDADO
COM OS FALSOS LÍDERES
Jesus criticava a postura dos fariseus, mas também se preocupava com a
mentalidade corrente entre os seus discípulos. Os fariseus pretendiam ser um
exemplo consumado de piedade, só porque davam mostras de ser zelosos no
cumprimento da Lei.
Muitos
ficavam bem impressionados com o testemunho de fidelidade a Deus, que eles
davam. Jesus, porém, não se deixava enganar, pois conhecia a falta de solidez
do estilo de vida dos fariseus. Pouca coisa restava além de exibicionismo.
Portanto, era loucura deixar-se encantar por um testemunho de vida desse
quilate. Seria como se um cego pretendesse ser guiado, com segurança, por
outro cego.
Entre os
discípulos, difundia-se, também, uma perigosa mentalidade. Havia os que se
mostravam severos com o irmão, censurando-lhe as mínimas faltas, sem estarem
dispostos a corrigir as próprias faltas pessoais, muito mais graves. Eram
hábeis para perceber um cisquinho no olho alheio, mas incapazes de dar-se
conta da trave que tinham no próprio olho.
Jesus não
podia suportar tal hipocrisia. Para estar em condições de censurar o próximo,
era preciso dispor-se a corrigir as próprias faltas. Neste caso, a severidade
daria lugar à benevolência, e a impaciência, à compreensão. A atitude de juiz
dos pecados alheios seria substituída pela solidariedade com a fraqueza
humana.
Oração
Espírito de benevolente compreensão, dá-me um coração que saiba
solidarizar-se com as fraquezas do próximo, sem cair na tentação de tornar-me
seu juiz.
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EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
( VERMELHO,
GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA FESTA )
Antífona da
entrada: A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a
nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e
libertou (Gl 6,14).
Leitura
(Números 21,4-9)
Leitura do livro dos Números.
4 Partiram
do monte Hor na direção do mar Vermelho, para contornar a terra de Edom.
5 Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e
contra Moisés: "Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para
morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste
miserável alimento."
6 Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e
mataram muitos.
7 O povo veio a Moisés e disse-lhe: "Pecamos, murmurando contra o Senhor
e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes." Moisés
intercedeu pelo povo,
8 e o Senhor disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a
sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo."
9 Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se
alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze,
conservava
Salmo
responsorial 77/78
Das obras
do Senhor, ó meu povo,
não te esqueças!
Escuta, ó
meu povo, a minha lei,
ouve atento as palavras que eu te digo;
abrirei a minha boca em parábolas,
os mistérios do passado lembrarei.
Quando os
feria, eles então o procuravam,
convertiam-se correndo para ele;
recordavam que o Senhor é sua rocha
e que Deus, seu redentor, é o Deus altíssimo.
Mas apenas
o honravam com seus lábios
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
seus corações enganadores eram falsos
e, infiéis, eles rompiam a aliança.
Mas o
Senhor, sempre benigno e compassivo,
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira
e não deu largas à vazão de seu furor.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz
remistes o mundo!
Evangelho (João 3,13-17)
13 Ninguém
subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no
céu.
14 Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o
Filho do Homem,
15 para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.
16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o
mundo seja salvo por ele.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. CRUZ: A
VITÓRIA DO AMOR!
Afirmar, antes do século IV, que Jesus foi um vencedor na cruz do calvário,
era passar-se por ridículo, fazer zombaria com a desgraça e a tragédia que se
abateu sobre o Nazareno. Na própria comunidade cristã, o uso da cruz como
símbolo cristão, só viria após esse período. Falar de alguém que morreu numa
cruz, ser seguidor de suas idéias e ensinamentos, era empreender uma
caminhada incerta que poderia terminar em fracasso, pois antes da conversão
do imperador Constantino, o Cristianismo era considerado uma seita.
Há uma
linha crescente no evento Jesus de Nazaré, que começa com o seu batismo,
prolongando-se nos grandes prodígios que realizou inclusive a ressurreição de
mortos, que atinge o seu ápice quando o povo vê nele os sinais messiânicos
aclamando-o como rei na subida para Jerusalém, cuja entrada triunfal era a
concretização do ideal de libertação, sonhado e alimentado no coração do
povo. Entretanto, esse evento marcou na verdade o início de uma tragédia, que
iria culminar com a morte humilhante e vergonhosa na cruz do calvário.
A cruz foi
assim, até o século IV o símbolo do fracasso e da vergonha, porém, no evento
pós- pascal, os seguidores de Jesus, os discípulos e todos os que professavam
nele a sua fé, são convidados agora a olhar para o lenho da cruz com um olhar
diferente, iluminado pela glória da ressurreição.
Um olhar
que transcende o próprio objeto, enxergando no crucificado a concretização do
projeto de Deus, seria, portanto o ápice da glória do Filho do Homem, o
momento da sua morte na cruz, ilumina a existência humana dando-lhe um novo
sentido e mostrando a vocação do homem, criado a imagem e semelhança de Deus,
à plenitude do amor.
Os que
rejeitavam Jesus, sua pessoa e seu anúncio revolucionário, ao ser levantada a
cruz no alto do Gólgota, enxergaram apenas um homem agonizante, um derrotado
que o poder Imperial e Religioso fez calar a boca, o poder religioso tinha
boas razões para querer acabar definitivamente com Jesus, ele ousara falar de
uma salvação que não passava pelos padrões religiosos do Povo de Israel, e
isso era imperdoável.
Entretanto,
aquela cruz, sinal de aparente fracasso, torna-se a maior e mais explícita
declaração de amor de Deus pela humanidade, e nesse caso, o homem olhando
para o crucificado, sentindo-se tocado em seu íntimo por um tão grande amor,
reconhecerá em Jesus, esmagado na cruz, a glória de um amor nunca antes
conhecido por nenhum homem, nesse sentido, deve-se olhar para a cruz com o
coração.
Contrariando
o princípio imperialista da desigualdade social, que facilita a classe
dominante, o cristianismo se fundamenta na igualdade e justiça social, a
partir da liberdade. Nesse sentido o Deus dos Cristãos é o Deus Libertador,
que assim manifestou-se no fato histórico do Povo Hebreu no Êxodo do Egito,
uma prefiguração da libertação plena do mal do pecado, que Jesus, o novo
Moisés realizou.
Confiança e
fidelidade na ação Divina a favor do povo oprimido e explorado é o que as
leituras desse domingo nos pedem, os deuses de ontem e de hoje, apesar de
muito sedutores, conduzem o povo à morte, como as serpentes do deserto. Há um
só Deus Criador, Redentor, Libertador, que pode salvar o homem: é Jesus, o
Filho de Deus, encarnado na história do homem. A salvação e a libertação está
disponível à todo homem que crer nele.
Olhar para
a cruz com um olhar de esperança e fé, é um grande desafio, porque os olhos
da carne vislumbram apenas um homem derrotado, esmagado, destruído pelo poder
do mal, mas o olhar de fé sabe vislumbrar, além do fracasso a glória que
envolveu Jesus, no preciso momento em que o Pai foi glorificado, porque seu
amor, presente no mistério, oculto desde toda a eternidade, agora se torna
visível, sendo impossível não crer nesse amor, pois como afirma João – Deus é
amor e somente um amor grandioso como o de Jesus, foi capaz de tão grande
sacrifício, a favor dos homens, transformando o fracasso da cruz na maior de
todas as vitórias sobre o mal, de maneira definitiva. (Exaltação da
Santa Cruz João 3, 13-17)
2. A cruz
de Cristo é um ato de amor de Deus por toda a humanidade.
O lugar próprio da "exaltação da Santa Cruz" é a Sexta-Feira Santa.
Nunca é demais, no entanto, recordar que a cruz de Cristo é um ato de amor de
Deus por toda a humanidade. Nós, cristãos, não temos uma mística da cruz ou
do sofrimento, mas do Crucificado que "tendo amado os seus que estavam
no mundo, amou-os até o extremo" (Jo 13,1). O que nós podemos ler em Jo
15,13 se realiza no Filho de Deus pregado na cruz: "Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a vida por seus amigos".
Nosso
trecho é parte da catequese batismal do capítulo 3 do evangelho de João.
Nestes versículos Jesus é apresentado como dom de Deus: "Deus amou tanto
o mundo, que deu o seu Filho único" para que, aquele que adere pela fé a
ele, tenha a vida eterna (v. 15). O Filho único é doação do Pai para a
salvação do mundo. A fé nele abre o coração do ser humano para receber este
dom como salvação. Não é só a cruz de Cristo que nos salva, mas toda a sua
vida terrestre e gloriosa.
ORAÇÃO
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que
ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a
ti.
3. SALVOS
PELA CRUZ
A expressão "exaltação da cruz" deve ser corretamente compreendida
para se evitar mal entendidos. Erraria quem a interpretasse como uma apologia
do sofrimento, privando-a do contexto em que se deu na vida de Jesus.
O diálogo
com Nicodemos ajuda-nos a encontrar o sentido da cruz, no conjunto do
ministério do Mestre. Evocando a serpente de bronze erguida por Moisés no
deserto, Jesus afirmava ser necessário que ele também fosse elevado para
salvar os que haveriam de crer nele. Como a serpente de bronze era penhor de
vida para o povo pecador que a contemplava no alto do mastro, o mesmo
aconteceria com o Messias. A força salvadora do Filho erguido na cruz era uma
clara manifestação da presença do Pai em sua vida. Afinal, na cruz, o Filho
revelava sua mais absoluta fidelidade ao Pai. Por se recusar a não trilhar o
caminho traçado pelo Pai, teve de se confrontar com a terrível experiência de
sofrer a morte dos malfeitores. Assim, tornou-se fonte de salvação.
A exaltação
da cruz tem por objetivo glorificar Jesus por seu testemunho de adesão
incondicional ao querer do Pai. Só é capaz deste gesto quem acolheu a
salvação de que é portadora, e deseja mostrar-se agradecido a Jesus, por
tamanha prova de amor.
Quem se dispõe a abrir o coração e deixar a cruz dar seus frutos de vida e
salvação, irá beneficiar-se do amor infinito que o Pai demonstrou pela
humanidade pecadora.
Oração
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que
ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a
ti.
|
Liturgia do
Domingo 15.09.2013
24º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO
SALTÉRIO )
__ "Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte
do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão" __
Ambientação:
Sejam
bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Reunimo-nos para
celebrar a fé e nossa caminhada rumo à liberdade e vida, tendo Deus como
líder e autor da vida em plenitude para todos. Ele não nos rejeita por sermos
pecadores. Ao contrário, procura-nos incansavelmente para conosco celebrar o
banquete festivo da fraternidade. Por isso, a Eucaristia é a celebração do
amor de Deus em nossa vida. Contudo, ela não cessa de apontar as idolatrias e
farisaísmos nossos. O fato de comungarmos o corpo do Senhor não nos coloca
acima dos outros. Não somos os noventa e nove justos que não necessitam de
conversão, mas a ovelha extraviada e a moeda perdida. Talvez sejamos também
"o filho mais velho" que ainda não compreendeu o amor preferencial
do Pai pelos marginalizados e pecadores. Professemos, seguindo a orientação de
Paulo, a fé em Cristo Jesus, que veio ao mundo para salvar os pecadores, dos
quais nós somos os primeiros.
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje as leituras
ressaltam que a grande passagem que devemos realizar nesta vida é a conversão
do pecado para a graça. É com esta perspectiva que estamos celebrando o Ano
da Fé, do qual participa de modo especial neste domingo a Região Episcopal
Lapa, com a peregrinação à Catedral da Sé. Que esse tempo de graça abra os
nossos corações ao amor de Deus que se derramou na cruz e continua a se
derramar nos sacramentos. Peçamos a Deus a graça de chegarmos às alegrias
manifestas por quem encontra o tesouro da fé.
INTRODUÇÃO
DO WEBMASTER: O amor de Deus para com os homens é
tão gratuito que não podemos pretender ter direito a ele; é tão absoluto que
jamais podemos dizer que nos falta. O amor humano, ao contrário, é tão
limitado e fechado pelo nosso egoísmo, tão raramente ultrapassa a estrita
justiça ou se liberta da severidade moralista, que facilmente imaginamos um
Deus vingador e uma religião baseada no temor. Quem de nós se lembra de que a
"graça" que pedimos a Deus significa "ternura" e
"piedade" pelo pecador? Só um estudo atento da Palavra de Deus pode
ajudar-nos a tomar consciência do sentido da misericórdia indefectível de
Deus.
Sintamos em
nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao
Senhor!
XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
A EXPERIÊNCIA DO PERDÃO, RENOVAÇÃO DO ÍNTIMO
Antífona da
entrada: Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso
povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos
profetas sejam verdadeiros (Eco 36,18).
Comentário
das Leituras: Quando se despreza Deus e ele é trocado
por ídolos, as consequências no relacionamento social são visíveis, a começar
pelo individualismo e pela mentalidade da autossuficiência, perdendo-se em
caminhos estranhos. Hoje, somos convidados a voltar para Deus e dele receber
o abraço de Pai. A conversão do pecador é motivo de festa no céu e regozijo na
terra.
Primeira
Leitura (Êxodo 32,7-11.13-14)
Leitura do livro do Êxodo.
32 7 O
Senhor disse a Moisés: "Vai, desce, porque se corrompeu o povo que
tiraste do Egito.
8 Desviaram-se depressa do caminho que lhes prescrevi; fizeram para si um
bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe
sacrifícios, dizendo: eis, ó Israel, o teu Deus que te tirou do Egito.
9 Vejo, continuou o Senhor, que esse povo tem a cabeça dura.
10 Deixa, pois, que se acenda minha cólera contra eles e os reduzirei a nada;
mas de ti farei uma grande nação."
11 Moisés tentou aplacar o Senhor seu Deus, dizendo-lhe: "Por que,
Senhor, se inflama a vossa ira contra o vosso povo que tirastes do Egito com
o vosso poder e à força de vossa mão?
13 Lembrai-vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos servos, aos quais
jurastes por vós mesmo de tornar sua posteridade tão numerosa como as
estrelas do céu e de dar aos seus descendentes essa terra de que falastes,
como uma herança eterna."
14 E o Senhor se arrependeu das ameaças que tinha proferido contra o seu
povo.
Salmo
responsorial 50/51
Vou agora
levantar-me, volto à casa do meu pai.
Tende
piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!
Criai em
mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
Abri meus
lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!
Segunda
Leitura (1 Timóteo 1,12-17)
Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo.
1 12 Dou
graças àquele que me deu forças, Jesus Cristo, nosso Senhor, porque me julgou
digno de confiança e me chamou ao ministério,
13 a mim que outrora era blasfemo, perseguidor e injuriador. Mas alcancei
misericórdia, porque ainda não tinha recebido a fé e o fazia por ignorância.
14 E a graça de nosso Senhor foi imensa, juntamente com a fé e a caridade que
está em Jesus Cristo.
15 Eis uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio
a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro.
16 Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo
manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os
que, a seguir, nele crerem, para a vida eterna.
17 Ao Rei dos séculos, Deus único, invisível e imortal, honra e glória pelos
séculos dos séculos! Amém.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra, a palavra
da reconciliação, a palavra que hoje, aqui nos salva! (2Cor 5,19)
EVANGELHO (Lc 15,1-32)
15 1
Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
2 Os fariseus e os escribas murmuravam: "Este homem recebe e come com
pessoas de má vida!"
3 Então lhes propôs a seguinte parábola:
4 "Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as
noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5 E depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo,
6 e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
'Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido'.
7 Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer
penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento.
8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma delas, não acende
a lâmpada, varre a casa e a busca diligentemente, até encontrá-la?
9 E tendo-a encontrado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos
comigo, achei a dracma que tinha perdido.
10 Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se
arrependa".
11 Disse também: "Um homem tinha dois filhos.
12 O mais moço disse a seu pai: 'Meu pai, dá-me a parte da herança que me
toca'. O pai então repartiu entre eles os haveres.
13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho
mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo
dissolutamente.
14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e
ele começou a passar penúria.
15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou
para os seus campos guardar os porcos.
16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas
dava.
17 Entrou então em si e refletiu: 'Quantos empregados há na casa de meu pai
que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de fome!'
18 Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: 'Meu pai, pequei contra o
céu e contra ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus
empregados'.
20 Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu
pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao
pescoço e o beijou.
21 O filho lhe disse, então: 'Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já
não sou digno de ser chamado teu filho'.
22 Mas o pai falou aos servos: 'Trazei-me depressa a melhor veste e
vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés.
23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.
24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado'. E
começaram a festa.
25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa,
ouviu a música e as danças.
26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia.
27 Ele lhe explicou: 'Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho
gordo, porque o reencontrou são e salvo'.
28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com
ele.
29 Ele, então, respondeu ao pai: 'Há tantos anos que te sirvo, sem jamais
transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com
os meus amigos.
30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as
meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!'
31 Explicou-lhe o pai: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é
teu.
32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e
reviveu; tinha se perdido, e foi achado'".
LEITURAS DA SEMANA DE 16 a 22 de Setembro de
2013:
2ª Br - 1Tm 2,1-8; Sl 27(28); Lc 7,1-10
3ª Vm - 1Tm 3,1-13; Sl 100(101); Lc 7,11-17
4ª Br - 1Tm 3,14-16; Sl 110(111); Lc 7,31-35
5ª Vm - 1Tm 4,12-16; Sl 110(111); Lc 7,36-50
6ª Vd - 1Tm 6,2c-12; Sl 48(49); Lc 8,1-3
Sb Vd - Ef 4,1-7.11-13; Sl 18(19); Lc 9,9-13
25º DTC Vd - Am 8,4-7; Sl 112 (113),1-2. 4-6. 7-8 (R/ 1a e 7b); 1Tm 2,1-8; Lc
16,1-13 (Parábola do administrador)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Afinal,
o Filho arrependeu-se ou não?
Esta parábola traz a reflexão praticamente pronta: O Filho mais novo se
arrependeu e voltou a casa do Pai que o perdoou. Será? Deixemos que o Filho
sem juízo nos conte nesta breve entrevista em nosso imaginário, logo depois
da Festança que foi até o amanhecer do Dia.
____Por que
você voltou para a casa do Pai?
Filho Pródigo ___ Vou ser sincero, a fome apertou meu amigo, quando eu pensei
que escravos e empregados na casa do meu pai, tinham pão a vontade, decidi
voltar.
___Opa!
Espere um pouco, e aquele arrependimento todo que você manifestou nesse
evangelho?
Filho Pródigo___ Apenas um discurso para convencer o Pai de que eu estava
arrependido, palavras bonitas e bem colocadas que iriam tocar no coração do
meu “Velho”
___Mais uma
coisinha Filho Pródigo, o que te levou a sair de casa, se lá você tinha tudo
que precisava?
Filho Pródigo___ Na Casa do Pai tinha a impressão de que não era livre, eu
queria aproveitar a vida, fazer tudo o que meu coração desejava gozar e
desfrutar de todos os prazeres e alegrias que o mundão nos oferece. Enfim,
como vocês dizem por aí “Cair na gandaia” de cabeça, e ser livre...
___Deixa
ver se eu entendi, as vezes nós cristãos achamos que os maus, os que não
conhecem a Deus e a sua verdade, são mais felizes porque fazem muitas coisas,
sem se importar com a ética, moral, doutrina da Fé e tudo mais. É a liberdade
que o adolescente quer, sem a ingerência dos pais em sua vida...
Filho Pródigo ____Isso mesmo, eles tem com os pais não uma relação de amor,
mas de compromisso e obrigatoriedade em fazer o que eles mandam, parecem mais
empregados do que Filhos.
____E o que
mudou na sua vida após a volta a casa paterna?
Filho Pródigo____ Bom, confesso que não fazia ideia de quanto meu Pai me
amava, imagine você que todos os dias ele ficava á minha espera. O jeito que
ele me abraçou, me vestiu aquele manto, me deu a sandália e o cajado, tudo
isso sem exigir que eu tomasse um banho, ele cobriu a minha sujeira e
imundície com aquela veste. E fez uma festa inesquecível. Nesse retorno
descobri algo inédito, o amor do Pai, imenso, grandioso, gratuito e
incondicional. Juro que eu não sabia...
___Então
nessa parábola, o foco é o Pai Infinitamente Bom e Misericordioso?
Filho Pródigo___ Pois é, Se o Pai não me desse a liberdade de pecar, indo
embora da sua casa, jamais eu saberia o quanto ele me ama. Eu sou cada um de
vocês aí na Igreja de 2013, a gente vai e vem, e o Pai ali, de braços sempre
abertos, nos acolhendo com imensa alegria, porque nos ama de maneira
apaixonada...
___Mas não
é perigo a gente pensar que a parábola é um incentivo ao pecado?
Filho Pródigo___ Ao contrário, é um convite para contemplarmos o grandioso Amor
e Misericórdia que Deus Pai tem por nós, pecar é ir contra esse grandioso
amor.
2. Alegria
pela conversão dos pecadores
O evangelho deste domingo nos apresenta uma sucessão de três parábolas de
misericórdia: ovelha perdida e reencontrada (vv. 4-7), moeda perdida e
reencontrada (vv. 8-10) e o pai misericordioso (vv. 11-32). Estas três
parábolas são a resposta de Jesus à murmuração dos escribas e fariseus:
"Este homem acolhe os pecadores e come com eles" (v. 2). O tema da
alegria pela conversão dos pecadores está presente nas três parábolas (vv.
6.7.9.10.32). Se há alegria no céu, deve haver na terra!
Na parábola
do pai misericordioso, a atitude do pai que acolhe o filho mais novo com
festa (vv. 22-24) contrasta com a atitude de raiva e de murmuração do filho
mais velho (vv. 25-30). Parece que Jesus queria identificar a atitude do
filho mais velho com a atitude dos escribas e fariseus. O filho mais velho é
convidado a entrar no coração compassivo do pai (v. 20), pois "era
preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a
viver, estava perdido e foi encontrado" (v. 32).
Se as parábolas
são a resposta de Jesus à murmuração dos escribas e fariseus, elas visam
exortar o leitor do evangelho a proceder como Deus procede, a identificar-se
com o Deus "de piedade e de ternura, lento para a ira, e rico em
amor" (Jn 4,2).
ORAÇÃO
Espírito que possibilita a conversão, mantém meu coração aberto aos
pecadores, confiante de que são atraídos pela misericórdia do Pai.
3.
ENSINANDO A PERDOAR
Um dos maiores desafios para quem vive em comunidade é o perdão. Por outro
lado, a sobrevivência de qualquer comunidade humana dependerá da capacidade
que seus membros têm de perdoar. Sem isto, não há comunidade que possa
subsistir por muito tempo.
Em se
tratando da comunidade cristã, o perdão torna-se um imperativo. Os discípulos
de Jesus foram exortados a considerar as raízes teológicas do perdão. No ato
de perdoar o próximo e de se reconciliar com ele, Deus se faz presente. Por
conseguinte, o perdão supera os limites humanos.
Quando
alguém perdoa o próximo, age em conformidade com Deus que concede
prodigamente o seu perdão ao ser humano. Para tanto, fecha os olhos para a
maldade humana, quando a pessoa se reconhece pecadora e se volta para ele.
A
capacidade divina de perdoar é ilimitada. Deus conhece perfeitamente de que é
feito o ser humano, e sabe muito bem que sua fidelidade pode não ser
definitiva. Quem é perdoado hoje pode voltar a pecar amanhã. No entanto,
sempre que se converte e volta arrependido, encontrará um Pai bondoso e
misericordiosos para acolhê-lo.
Os discípulos de Jesus são chamados a imitar o modo de agir de Deus. Também
eles devem perdoar com prodigalidade, tendo um coração cheio de misericórdia
para acolher quem carece de perdão.
Oração
Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser
pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
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