Liturgia da Segunda Feira — 10.06.2013
X SEMANA DO TEMPO
COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: O
Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o
baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos,
são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (2
Coríntios 1,1-7)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
1 1 Paulo, apóstolo de
Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que
está em Corinto, e a todos os irmãos santos que estão em toda a Acaia.
2 A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus
Cristo!
3 Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
misericórdias, Deus de toda a consolação,
4 que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação
com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão
em qualquer angústia!
5 Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, crescem
também por Cristo as nossas consolações.
6 Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se somos
consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência
em tolerar os sofrimentos que nós mesmos suportamos.
7 A nossa esperança a respeito de vós é firme: sabemos que, como sois
companheiros das nossas aflições, assim também o sereis da nossa consolação.
Salmo responsorial
33/34
Provai e vede quão suave é
o Senhor!
Bendirei o Senhor Deus em
todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!
Comigo engrandecei ao
Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei,
ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.
Contemplai a sua face e
alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.
O anjo do Senhor vem
acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Alegrai-vos, vós todos, porque grande há de ser a recompensa nos céus que um
dia tereis! (Mt 5,12)
EVANGELHO (Mateus 5,1-12)
Naquele tempo, 5 1 vendo
aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos
aproximaram-se dele.
2 Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3 "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o
Reino dos céus!
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles
é o Reino dos céus!
11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e
disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus,
pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. As
bem-aventuranças são um apelo a viver na confiança em Deus
As bem-aventuranças fazem
parte do longo discurso denominado sermão da montanha (Mt 5–7). As
bem-aventuranças fazem parte de um gênero literário bastante atestado no
Antigo Testamento.
A primeira bem-aventurança
é o fundamento de todas as demais: "Felizes os pobres no espírito,
porque deles é o Reino dos Céus" (v. 3). Há um espírito dentro do ser
humano; ele o recebeu de Deus, que o chamou à existência (cf. Gn 2,7). A
pobreza de espírito é uma pobreza em relação a Deus: diante de Deus, o ser
humano se encontra "desnudo".
Viver esta realidade de
maneira concreta é assumi-la com um coração puro, experimentá-la no mais
profundo do ser, lá onde aflora a presença de Deus. Nesse sentido, as
bem-aventuranças são um apelo ao discípulo a viver a vida referida a Deus e
na confiança nele. O que cada uma das bem-aventuranças promete é que a
realidade escatológica constitui o fundamento da vida moral, do modo de agir
do cristão.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, não permitas que eu me curve aos caprichos do mundo, e faze-me
caminhar firme na estrada das bem-aventuranças.
2. É POSSÍVEL
SER SANTO
A santidade é uma meta a
ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode
eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade,
sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de
colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente
dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o
bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus
desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no
ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço
gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais
e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é
inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é
chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de
comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o
hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu
dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a
graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.
Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída
na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para
com meu próximo.
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Liturgia da
Terça-Feira
SÃO BARNABÉ - APÓSTOLO
(VERMELHO,
PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da
entrada: Feliz
foi Barnabé, santo de Deus, que mereceu ser contado entre os apóstolos. Era
na verdade um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11,24).
Leitura (Atos
11,21- 26; 13,1-3)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 11 21 A mão do Senhor estava
com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao
Senhor.
22 A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram
então Barnabé até Antioquia.
23 Ao chegar lá, alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a
perseverar no Senhor com firmeza de coração,
24 pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma
grande multidão uniu-se ao Senhor.
25 Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e
levou-o para Antioquia.
26 Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e
instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos,
pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos. 13 1 Havia então na
Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles Barnabé, Simão, apelidado
o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância do tetrarca
Herodes, e Saulo.
2 Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes
o Espírito Santo: "Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho
destinado".
3 Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e os despediram.
Salmo responsorial
97/98
O Senhor fez conhecer seu
poder salvador
E, às nações, sua justiça.
Cantai ao Senhor Deus um
canto novo,
Porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
Alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a
salvação
E, às nações, sua justiça;
Recordou o seu amor sempre fiel
Pela casa de Israel!
Os confins do universo
contemplam
A salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
Alegrai-vos e exultai!
Cantai salmos ao Senhor ao
som da harpa
E da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
Ao Senhor, o nosso rei!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ide ao mundo e ensinai a todas as noções!
Eis que eu estou convosco até o fim do mundo! (Mt 28,19s)
EVANGELHO (Mateus
10,7-13)
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: 10 7 "Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus
está próximo.
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os
demônios. Recebestes de graça, de graça dai!
9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,
10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão;
pois o operário merece o seu sustento.
11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno
de vos receber; ficai ali até a vossa partida.
12 Entrando numa casa, saudai-a: 'Paz a esta casa'.
13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o
for, vosso voto de paz retornará a vós".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Pela sua palavra
e gestos, Deus guia a vida da humanidade)
Como parte do discurso
missionário, nosso texto é a sequência do chamado dos doze discípulos, entre
os quais Barnabé, cuja festa celebramos (Mt 10,1-4). Mais especificamente,
nossa perícope é parte das recomendações dadas por Jesus aos discípulos
acerca da missão dos Doze (cf. v. 5).
O anúncio (v. 7) deve ser
acompanhado de gestos que libertam as pessoas das amarras do mal (vv. 8-16),
mal que impede o Reino de Deus de ser reconhecido como próximo, e impede o
ser humano de ceder à atração do Senhor. O conteúdo do anúncio é a
proximidade do Reino de Deus; cercanias, em primeiro lugar, da pessoa de
Jesus Cristo. Pela sua palavra e gestos, Deus guia a vida da humanidade.
O despojamento deve marcar
a vida daquele que é enviado. Sua confiança não deve estar nos meios pelos
quais a missão é realizada, nem sua segurança nos bens. Sua confiança e
segurança devem estar naquele que os enviou e na sua palavra. A paz a ser
oferecida é a paz do Messias, de Jesus Cristo Ressuscitado, paz que deve ser
oferecida, mas não imposta (cf. v. 12).
ORAÇÃO
Pai, faze de mim um
instrumento para a construção da paz desejada por Jesus. Paz que se constrói
na comunicação dos bens divinos a cada pessoa humana.
2. IDE E
PROCLAMAI
Uma das tarefas dos
apóstolos consistia em proclamar, aos quatro ventos, o anúncio da chegada do
Reino. Finalmente realizavam-se as esperanças do povo.
E essa proclamação deveria
ser feita com palavras, quanto com ações. Aliás, as ações próprias do Reino
seriam a melhor prova da presença desta novidade, na história de Israel. Os
gestos de curar doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e
expulsar os demônios provavam cabalmente a irrupção do Reino na história.
Significavam que a vida humana fora recuperada no seu frescor original; fora
libertada de todo tipo de escravidão; que o ser humano fora salvo da
marginalização, tendo adquirido plenos direitos sociais e religiosos.
Sobretudo, indicavam que finalmente Deus tinha a primazia sobre vida humana,
livrando-a do poder da morte.
A gratuidade no ministério
também seria um excelente testemunho de serviço ao Reino. Quem recebeu de
graça, deve dar de graça, para fazer frente à tentação de acumular e querer
impor-se pela riqueza. A falta de gratuidade pode levar o discípulo a
tornar-se escravo do dinheiro, a ponto de esquecer-se da primazia de Deus e
de seu Reino. Isto seria um contratestemunho.
Oração
Espírito que restaura a vida, faze de mim um arauto do Reino, colocando-me
todo a serviço da libertação do meu próximo.
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Liturgia da
Quarta-Feira
X SEMANA DO TEMPO
COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: O
Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o
baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos,
são eles que vacilar e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (2 Coríntios
3,4-11)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
3 4 Tal é a convicção que
temos em Deus por Cristo.
5 Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós
mesmos. Nossa capacidade vem de Deus.
6 Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra,
e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.
7 Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de
tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de
Moisés, por causa do resplendor de sua face (embora transitório),
8 quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito!
9 Se o ministério da condenação já foi glorioso, muito mais o há de
sobrepujar em glória o ministério da justificação!
10 Aliás, sob esse aspecto e em comparação desta glória eminentemente
superior, empalidece a glória do primeiro ministério.
11 Se o transitório era glorioso, muito mais glorioso é o que permanece!
Salmo responsorial
98/99
Santo é o Senhor nosso Deus!
Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seus pés,
pois é santo o Senhor nosso Deus!
Eis Moisés e Aarão entre os
seus sacerdotes.
E também Samuel invocava seu nome,
e ele mesmo, o Senhor, os ouvia.
Da coluna de nuvem falava
com eles.
E guardavam a lei e os preceitos divinos
que o Senhor nosso Deus tinha dado.
Respondíeis a ele, Senhor
nosso Deus,
porque éreis um Deus paciente com eles,
mas sabíeis punir seu pecado.
Exaltai o Senhor nosso Deus
e prostrai-vos perante seu monte,
pois é santo o Senhor nosso Deus.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl
24,4s)
Evangelho (Mateus 5,17-19)
Naquele tempo, 5 17 disse
Jesus: "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para
os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um
jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim
aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os
guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus realiza
plenamente a Lei a partir da centralidade do mandamento do amor
Em primeiro lugar, nosso
texto visa eliminar o equívoco de que Jesus tivesse vindo para eliminar a
Escritura. A expressão “a Lei e os Profetas” (v. 17a) não é um registro
puramente jurídico, mas um modo de designar a Escritura na sua totalidade. A
Lei designa o Pentateuco enquanto receptáculo do imperativo divino.
Os Profetas são portadores
da promessa e, enquanto tais, podem ser invocados como testemunhas do direito
de Deus. Jesus realiza plenamente a Lei a partir da centralidade do
mandamento do amor, pois dos dois mandamentos do amor a Deus e ao próximo
dependem toda a Lei e os Profetas (cf. 22,40).
A Torá é integralmente
respeitada e cumprida por Jesus e o deve ser para a Comunidade dos
discípulos, porque recomposta sobre a exigência do amor. Nesse sentido, a Lei
é pensada a partir da Cristologia. É nela que a Lei encontra sua instância de
validade e, em consequência, o princípio de ponderação das suas prescrições.
ORAÇÃO
Espírito de plenificação,
como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade,
pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
2. A PRÁTICA DA LEI
Jesus respeitava a Lei
mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu
cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la
plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em
radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
O respeito radical de Jesus
à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos
legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a
Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei
correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
A atitude de Jesus serve de
modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e
os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se
exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à
Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
A violação da Lei, na
perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências
desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de
Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de
soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como
o acusavam seus adversários.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude, como tu, de modo a
submeter toda a minha vida ao querer do Pai.
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Liturgia da
Quinta-Feira
SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA
- PRESBÍTERO E DOUTOR
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM
OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da
entrada: Estes
são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu
salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).
Leitura (2
Coríntios 3,15-4,1.3-6)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 3 15 Por isso, até
o dia de hoje, quando lêem Moisés, um, véu cobre-lhes o coração.
16 Esse véu só será tirado quando se converterem ao Senhor.
17 Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há
liberdade.
18 Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a
glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais
resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor.
4 1 Por isso não desanimamos deste ministério que nos foi conferido por
misericórdia.
3 Se o nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles
que se perdem,
4 para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal
ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de
Cristo, que é a imagem de Deus.
5 De fato, não nos pregamos, a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor.
Quanto a nós, consideramo-nos servos vossos por amor de Jesus.
6 Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez
brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento
do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo.
Salmo responsorial
84/85
A glória do Senhor habitará
em nossa terra.
Quero ouvir o que o Senhor
irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para o seu povo e seus amigos.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se
encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o
que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação hã de seguir os passos seus.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho
amado (Jo 13,34)
EVANGELHO (Mateus 5,20-26)
5 20 Disse Jesus: "Se
vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no
Reino dos céus.
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será
castigado pelo juízo do tribunal.
22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado
pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: 'Raca', será castigado pelo
Grande Conselho. Aquele que lhe disser: 'Louco', será condenado ao fogo da
geena.
23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com
teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho
com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao
seu ministro e sejas posto em prisão.
26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último
centavo".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. A justiça do Reino de Deus
Qual é a justiça maior que
a dos escribas e fariseus, necessária para entrar no Reino dos Céus? A
justiça do Reino é formulada em seis antíteses (vv. 21-26; 27-30; 31-32;
33-37; 38-42; 43-47).
A primeira antítese (vv.
21-26) retoma a bem-aventurança da mansidão (5,4) e a exemplifica. Não só é
proibido matar, como não se pode dar títulos ofensivos ao irmão. Esta
primeira antítese de não matar (cf. Ex 20,3; Dt 5,7) visa não só a morte
física, mas toda ofensa moral cometida contra o irmão explicitada pela
tríade: raiva, imbecil e louco.
A ilustração positiva desta
sentença é fornecida pelas duas sentenças sobre a reconciliação. Ao homem que
vai apresentar a sua oferta, Deus lhe permite lembrar não só o mal cometido
contra alguém, mas de um mal que alguém cometeu contra ele. O perdão e a
reconciliação são exigidos para que o homem, membro do povo de Deus, proceda
como Deus.
ORAÇÃO
Espírito de reverência,
dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo
que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
2. A RECONCILIAÇÃO NECESSÁRIA
A busca do espírito da Lei
levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do Decálogo. O mandamento de não
matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto material de tirar a vida
física do próximo. E comporta a exigência de ter um trato fraterno e
respeitoso para com o semelhante. Implica não agredi-lo verbalmente, de forma
a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama.
Existe, pois, uma maneira
de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também abarcada pelo
mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranqüilo se, com palavras e
gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo.
O mandamento exige também o
viver reconciliado com o próximo, como pré-condição para uma correta relação
com Deus. Uma oferenda só é agradável a Deus se, quem a oferece, não guarda,
em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo. Enquanto a reconciliação
não for efetivada, a oferta não pode ser feita, porque Deus não a aceitará.
Por outro lado, o processo
de reconciliação não pode ser protelado indefinidamente. Existe um tempo
limite para fazê-lo. É preciso agir com prontidão para não acabar nas mãos do
juiz, Deus, que pedirá conta da ofensa grave à sua Lei.
A reinterpretação dos
mandamentos por parte de Jesus permite ao discípulo tornar-se mais atilado no
seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e com o próximo.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a viver reconciliado com todos, de modo a poder viver
reconciliado com o Pai.
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Liturgia da
Sexta-Feira
X SEMANA DO TEMPO
COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: O
Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o
baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos,
são eles que vacilar e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (2
Coríntios 4,7-15)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
4 7 Porém, temos este
tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder
extraordinário provém de Deus e não de nós.
8 Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria,
mas não desesperamos.
9 Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não
somos destruídos.
10 Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também
a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo.
11 Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de
Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal.
12 Assim em nós opera a morte, e em vós a vida.
13 Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: "Eu cri, por
isto falei", também nós cremos, e por isso falamos.
14 Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará
também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco.
15 E tudo isso se faz por vossa causa, para que a graça se torne copiosa
entre muitos e redunde o sentimento de gratidão, para glória de Deus.
Salmo responsorial
115/116B
Oferto ao Senhor um
sacrifício de louvor.
Guardei a minha fé, mesmo
dizendo:
"É demais o sofrimento em minha vida!"
Confiei quando dizia na aflição:
"Todo homem é mentiroso!
Todo homem!"
É sentida por demais pelo
Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
vosso servo que nasceu de vossa serva;
mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
Por isso oferto um
sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Como astros no mundo brilheis, pregando a palavra da vida! (Fl 2,15s)
EVANGELHO (Mateus 5,27-32)
Naquele tempo, 27 disse Jesus:
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma
mulher, já adulterou com ela em seu coração.
29 Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de
ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu
corpo todo seja lançado na geena.
30 E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de
ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu
corpo inteiro seja atirado na geena.
31 Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de
divórcio.
32 Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se
adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que
desposa uma mulher rejeitada comete um adultério".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Apelo ao perdão
O texto de hoje apresenta a
segunda (vv. 27-30) e a terceira (vv. 31-32) antíteses.
A segunda antítese é um
exemplo do que significa ser puro de coração. Não só não é permitido romper o
lar do irmão tomando a mulher dele, mas não se pode deixar nascer o desejo de
provocar esta ruptura. A integridade do lar do outro é tão importante a ser
respeitada, para quem quer viver com retidão a prescrição da Aliança, que ela
incide sobre a integridade física, tão cara e preciosa ao homem, pois o olho
lhe permite que se conduza, e a mão, que aja.
A terceira antítese exprime
a capacidade de fidelidade, de pureza, de reconciliação. O repúdio da mulher
acontece por dois motivos: ou o coração está dividido por outra mulher ou
aconteceu uma inimizade invisível; portanto, não havendo misericórdia,
perdão, paz, a mulher é repudiada. O texto é um forte apelo ao perdão.
ORAÇÃO
Pai, tu exiges respeito
mútuo entre homens e mulheres. Não permitas jamais que a cupidez e a malícia
do mundo tomem conta do meu coração.
2. O RESPEITO PELA
MULHER
Numa sociedade onde a
mulher era inferiorizada, Jesus reinterpretou o mandamento de não cometer
adultério buscando inculcar no discípulo do Reino um profundo respeito por
ela. E o fez condenando a atitude interior, que transforma a mulher em objeto
de cobiça e maus desejos, mesmo antes de transformar o pensamento em ato. Embora o ato
não seja concretizado, a transgressão do mandamento se consuma se o indivíduo
dá livre curso a seus pensamentos depravados.
Diante desta eventualidade,
o discípulo do Reino deve ser rigoroso consigo mesmo e cortar o mal pela
raiz. As duas imagens usadas por Jesus para ilustrar esta disposição são
fortíssimas. Ele falou de arrancar o olho direito e cortar a mão direita e
jogá-los fora caso se transformem em ocasião de pecado. Jesus falava numa
perspectiva de juízo final. O discípulo do Reino, ao violar o mandamento de
Deus, deveria ter em vista sua sorte eterna. Conservar algo que se transformou
em ocasião de pecado e pode levar à condenação é insensatez. É melhor
privar-se dele e ser salvo, do que conservá-lo e ser lançado na ruína eterna.
Essa releitura do sexto
mandamento esta relacionada com a bem-aventurança da pureza de coração. Só o
coração não pervertido pela maldade pode olhar para uma mulher de maneira
respeitosa, sem convertê-la em objeto de pensamentos maliciosos.
Oração
Senhor Jesus, dá-me pureza de coração para que eu possa me aproximar, de
maneira respeitosa, de quem quer que seja.
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Liturgia do Sábado
X SEMANA DO TEMPO
COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: O
Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o
baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos,
são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Leitura (2
Coríntios 5,14-21)
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.
5 14 O amor de Cristo nos
constrange, considerando que, se um só morreu por todos, logo todos morreram.
15 Sim, ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam para si,
mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu.
16 Por isso, nós daqui em diante a ninguém conhecemos de um modo humano.
Muito embora tenhamos considerado Cristo dessa maneira, agora já não o
julgamos assim.
17 Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era
velho; eis que tudo se fez novo!
18 Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo, por Cristo, e nos
confiou o ministério desta reconciliação.
19 Porque é Deus que, em Cristo, reconciliava consigo o mundo, não levando
mais em conta os pecados dos homens, e pôs em nossos lábios a mensagem da
reconciliação.
20 Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é
Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos:
reconciliai-vos com Deus!
21 Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele
nós nos tornássemos justiça de Deus.
Salmo responsorial
102/103
O Senhor é indulgente, é
favorável.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Pois ele te perdoa toda
culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.
O Senhor é indulgente, é
favorável,
é paciente, é bondoso e compassivo.
Não fica sempre repetindo as suas queixas
nem guarda eternamente o seu rancor.
Quando os céus por sobre a
terra se elevam,
tão grande o seu amor aos que o temem;
quando dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me vossa lei como um
presente vantajoso! (Sl 118,36.29)
Evangelho (Mateus 5,33-37)
Naquele tempo, 5 33 disse
Jesus: "Ouvistes ainda o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso,
mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.
34 Eu, porém, vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o
trono de Deus;
35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque
é a cidade do grande Rei.
36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se
branco ou negro.
37 Dizei somente: 'Sim', se é sim; 'não', se é não. Tudo o que passa além
disto vem do Maligno".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus condena
todo tipo de juramento
Trata-se da quarta
antítese. “Não jurar” invoca a sinceridade, outra forma de pureza de coração.
É uma forma de pureza de espírito, pela qual, quando se é “pobre”, não se
teme nada. Trata-se de uma pessoa livre, cuja liberdade se exprime no falar.
Esta atitude nasce da simplicidade, do desapego das coisas, da pureza, como
dissemos.
Esta antítese diferencia-se
das demais por não se referir às relações humanas, mas a um dever em relação
a Deus. O juramento é uma promessa acompanhada de uma invocação da divindade.
Jesus condena todo tipo de juramento (vv. 34-36). Para não pronunciar o nome
de Deus, os judeus juravam pelo céu, pela Cidade Santa etc. Os falsos
juramentos de Levítico 19,12, Jesus estende-os a todo juramento.
Se Jesus prescreve não
jurar em hipótese alguma, é porque o homem não pode engajar na sua própria
palavra o que pertence a Deus. Isto seria uma tentativa de pôr Deus a seu
serviço.
ORAÇÃO
Pai, seja o meu sim, sim, e
o meu não, não, de forma que o maligno não contamine o meu coração com a
mentira, levando-me a ser falso no relacionamento com meu próximo.
2 NÃO SE DEVE JURAR
A Lei proibia apenas o
juramento falso e exigia o cumprimento do juramento feito. Jesus foi além, proibindo
qualquer forma de juramento. Portanto, o discípulo do Reino deveria evitar
servir-se deste expediente para dar credibilidade à sua palavra.
O rigor de Jesus visava
criar no coração do discípulo um clima de sinceridade e transparência, a
ponto de não precisar recorrer ao artifício do juramento quando falasse ou
prometesse algo. A mentira e o dolo são incompatíveis com o proceder do
discípulo do Reino. Quem recorre a expedientes deste tipo, renega sua adesão
ao Senhor.
Outro objetivo da proibição
de Jesus era evitar a vulgarização de Deus. O juramento falso infringe o
mandamento que veta usar em vão do nome de Deus. O discípulo autêntico não
tem necessidade de, a cada passo, lançar mão deste recurso para fazer-se
crido. O sim do discípulo é sim e o não é não. Não lhe interessa enganar.
Tudo quanto é dito fora destes limites não vem de Deus, por isso tem que ser
evitado.
A formulação tradicional do
mandamento, no pensar de Jesus, não era suficiente para garantir relações
sadias no interior da comunidade cristã. A necessidade de continuamente
invocar o nome de Deus, para garantir o trato mútuo, podia ser indício de que
o Reino ainda não tinha chegado a transformar o interior do discípulo.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a graça da sinceridade e da transparência, para que eu
seja sempre honesto no trato com o meu próximo.
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Liturgia do Domingo
11º
Domingo do Tempo Comum — ANO C
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Deus perdoa porque ama; nós amamos porque fomos perdoados" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos
amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Reunimo-nos como comunidade cristã para celebrar a fé
no Filho de Deus, que nos amou e se entregou por nós. O centro de nossa
celebração é Cristo, que não morreu em vão; pelo contrário, sua morte nos
inocentou das culpas. A fé no mistério pascal, celebrado na Eucaristia, nos
leva a exclamar com Paulo: "Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é
Cristo que vive em mim". Celebrando a Eucaristia, tomamos consciência de
nossos pecados e fraquezas. Porém, nenhum crime está excluído do perdão de
Deus. Sendo, portanto, a Eucaristia memorial do amor de Deus que perdoa,
celebrá-la significa sermos gratos ao Senhor, pois ele perdoa porque ama.
Junto com todos os sofredores e marginalizados, acolhamos a salvação que Deus
nos oferece em Jesus, que a todos valorizava.
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebremos, na festa da Eucaristia, o dom do perdão dos
pecados concedido por Deus. Somente esta graça pode nos possibilitar a vida
nova em Cristo. Mais
uma vez, elevemos nossa gratidão Àquele que perdoa nossas faltas e nos
recoloca de pé para vivermos a dignidade dos filhos de Deus. Por se tratar de
uma dignidade batismal, peçamos a Deus que nos fortaleça em nossa missão de
sal e luz do mundo.
INTRODUÇÃO DO
WEBMASTER: A
celebração da Santíssima Eucaristia é a expressão do imenso amor de Deus por
nós e do seu perdão. A liturgia deste domingo, mostra-nos que o pecado é um
enorme e pesado fardo que separa o homem de Deus, o oprime e lhe tira a
alegria e o sentido da vida. Mas, nos revela também, que Deus ama tanto o
homem que está sempre disposto a perdoar. De fato, Deus detesta o pecado, mas
ama apaixonadamente o pecador, e investe tudo para libertá-lo dessa terrível
opressão. Tudo o que Ele nos pede é que arrependidos, nos deixemos amar e
confiemos no seu amor. E celebrar a Eucaristia é reconhecer e acolher seu
amor misericordioso. Um dos temas fundamentais do evangelho de Lucas é a
manifestação que Jesus faz de si mesmo, como aquele que salva os pecadores.
Neste sentido, ele já se proclama Deus, porque os judeus têm consciência de
que só Deus pode perdoar os pecados.
Sintamos em nossos
corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XI DOMINGO DO TEMPO
COMUM
Antífona da
entrada: Ouvi,
Senhor, a voz do meu apelo: tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu
protetor: não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl
26,7.9)
Comentário das
Leituras: A
mensagem das fontes da palavra hoje, uma vez mais, é a misericórdia de Deus
que perdoa ao pecador arrependido, representado em Davi e na mulher sem nome.
Esta misericórdia de Deus manifesta-se na predileção de Cristo pelos
marginalizados. Assim como o Pai quer bem a todos os filhos e filhas, sem
distinção, igualmente Jesus. Valorizava a todos, a ponto de contar com a
colaboração de mulheres e convidá-las para o discipulado. Jesus nos concede o
perdão dos pecados, que é a condição para uma vida nova.
Primeira Leitura (2
Samuel 12,7-10.13)
Leitura do segundo livro de Samuel.
12 7 Natã disse então a
Davi: "Tu és esse homem. Eis o que diz o Senhor Deus de Israel: ungi-te
rei de Israel, salvei-te das mãos de Saul,
8 dei-te a casa do teu senhor e pus as suas mulheres nos teus braços.
Entreguei-te a casa de Israel e de Judá e, se isso fosse ainda pouco, eu
teria ajuntado outros favores.
9 Por que desprezaste o Senhor, fazendo o que é mau aos seus olhos? Feriste
com a espada Urias, o hiteu, para fazer de sua mulher a tua esposa, e o
fizeste perecer pela espada dos amonitas.
10 Por isso, jamais se afastará a espada de tua casa, porque me desprezaste,
tomando a mulher de Urias, o hiteu, para fazer dela a tua esposa".
13 Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor". Natã respondeu-lhe:
"O Senhor perdoa o teu pecado; não morrerás".
Salmo responsorial
31/32
Eu confessei, afinal, meu
pecado
e perdoastes, Senhor, minha falta.
Feliz o homem que foi
perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado
e em cuja alma não há falsidade!
Eu confessei, afinal, meu
pecado
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: "Eu irei confessar meu pecado!"
E perdoastes, Senhor, minha falta.
Sois para mim proteção e
refúgio;
na minha angústia me haveis de salvar
e envolvereis a minha alma no gozo.
Regozijai-vos, ó justos, em Deus
e no Senhor exultai de alegria!
Corações retos, cantai jubilosos!
Segunda Leitura
(Gálatas 2,16.19-21)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
2 16 sabemos, contudo, que
ninguém se justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Também
nós cremos em Jesus
Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em
Cristo, e não pela prática da lei. Pois, pela prática da lei, nenhum homem
será justificado.
19 Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou
pregado à cruz de Cristo.
20 Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida
presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim.
21 Não menosprezo a graça de Deus; mas, em verdade, se a justiça se obtém
pela lei, Cristo morreu em vão.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tanto amor Deus nos mostrou, que seu Filho entregou, como vítima expiatória
pelas nossas transgressões (1Jo 4,10).
EVANGELHO (Lucas
7,36-50)
7 36 Um fariseu convidou
Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do
fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38 e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois
suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos,
beijava-os e os ungia com o perfume.
39 Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo:
"Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o
toca, pois é pecadora".
40 Então Jesus lhe disse: "Simão, tenho uma coisa a dizer-te".
"Fala, Mestre", disse ele.
41 "Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o
outro, cinqüenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o
amará mais?"
43 Simão respondeu: "A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou".
Jesus replicou-lhe: "Julgaste bem".
44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: "Vês esta mulher? Entrei
em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas
lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45 Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me
os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela
tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama".
48 E disse a ela: "Perdoados te são os pecados".
49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: "Quem é este
homem que até perdoa pecados?"
50 Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: "Tua fé te salvou; vai
em paz".
LEITURAS
DA SEMANA DE 10 a
16 de junho de 2013:
2ª Vd - 1Rs 21,1-16; Sl 5; Mt 5,38-42
3ª Vd - 1Rs 21,17-29; Sl 50 (51); Mt 5,43-48
4ª Vd - 2Rs 2,1.6-14; Sl 30 (31); Mt 6,1-6.16-18
5ª Vd - Eclo 48,1-15; Sl 96 (97); Mt 6,7-15
6ª Vd - 2Rs 11,1-4.9-18.20; Sl 131 (132); Mt 6,19-23
Sb Vd - 2Cr 24,17-25; Sl 88 (89); Mt 6,24-34
12º DTC Zc 12,10-11; 13,1; Sl 62(63); Gl 3,26- 29; Lc 9,18-24 (Profissão de
fé de Pedro e primeiro anuncio da paixão)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A CONSCIÊNCIA DO PECADO
Na sociedade globalizante e
consumista da qual fazemos parte, onde vale tudo para ser feliz, seduzido pelas
facilidades da vida moderna, na medida em que o homem avança em ritmo
acelerado na tecnologia e na ciência, experimenta uma evolução rápida e
espantosa. Porém, por outro lado todo esse sucesso da comunidade científica
aumenta no ser humano a prepotência e a auto suficiência, assumindo o lugar
de Deus, quando se apresenta como senhor de sua vida e de seus atos,
conhecedor do bem e do mal, e arrogando-se o direito de decidir sua própria
vida.
Temos visto recentemente em
uma emissora de TV uma campanha publicitária onde determinada corrente
ideológica defende abertamente o aborto e uma mulher elegante e liberada
convence o telespectador de que o aborto está entre as demais conquistas da
mulher moderna, que por isso têm todo direito de decidir o que fazer com seu
corpo, sem dar satisfação a ninguém, muito menos a Deus, cuja lei é
considerada retrógrada.
E assim, nessa sociedade
mais do que nunca antroprocêntica, o homem arrogante vai dando o seu grito de
independência, decretando a morte de Deus e o fim do pecado, como se Deus
atrapalhasse os planos de ser feliz, da humanidade.
Mas e os discípulos de
Jesus, membros de tantas igrejas cristãs, como se posicionam diante dessa
sociedade que “liberou geral” em uma verdadeira maratona do “vale tudo” na
busca do prazer, sucesso e felicidade?
A voz profética de Natã na
primeira leitura, despertou no rei Davi a consciência do seu delito, do seu
procedimento totalmente contrário à palavra de Deus, pois colocou Urias na
frente de batalha para que este morresse e assim ele pudesse possuir a sua
esposa. Essa atitude penitente permitiu ao rei experimentar a alegria do amor
de Deus.
Precisamos admitir que
estamos enfermos, para sermos curados pela misericórdia divina. O salmo 51 é
um dos mais belos da sagrada escritura, com seu caráter profundamente
penitencial mostra-nos o rei Davi humilde e penitente, que reconhece o seu
pecado “Pequei contra o Senhor”.
Mas o pior enfermo é aquele
que não admite a sua enfermidade, procurando esconde-la com práticas
religiosas e uma aparência piedosa diante dos irmãos. O Fariseu Simão, que
convidara Jesus para jantar em sua casa, não é má pessoa ao contrário, sua
conduta é irrepreensível já que cumpre todos os deveres para com Deus e o
próximo e como bom teólogo, conhece a Palavra de Deus, suas promessas e suas
leis dadas a Moisés.
Já a mulher tem má fama, é
conhecida como pecadora sendo moralmente desqualificada, e por sua conduta
está excluída da comunidade porque é considerada impura, mas há algo em sua
vida que a difere do fariseu piedoso: conheceu Jesus e descobriu-se amada e
querida por ele, apesar dos seus inúmeros pecados e a experiência desse amor
a leva a reconhecer-se pecadora, sentindo no coração não um remorso doloroso,
mas sim uma incontida alegria que procurou manifestar na casa do fariseu,
lavando e ungindo os pés daquele que a fez descobrir o verdadeiro amor.
O fariseu mantinha com Deus
uma relação sem dúvida piedosa, mas como se sentia justificado pelas suas
obras, dava-se o direito de julgar os que estavam em pecado, excluindo-os de
sua companhia, e sentindo-se merecedor do amor de Deus e sua salvação.
Note-se que Jesus não
condena a conduta e o modo de viver do fariseu, e nem tão pouco aprova a vida
pecaminosa da mulher, apenas realça o modo como ambos se relacionam com Deus.
Certamente essa experiência com o Mestre Jesus mudou para sempre a vida
daquela mulher mostrando-nos que a iniciativa é sempre de Deus e que somente
quando descobrimos o seu amor em nossa vida, é que percebemos o quanto somos
pecadores por não correspondermos a esse amor.
Simão admirava Jesus, mas
não via nele nada de especial, porque a lei, tradição, o rito e suas boas
obras não o deixavam sentir o quanto Deus o amava, manifestando este amor em Jesus. A religião do
perfeicionismo e do moralismo é sempre muito triste porque nela, o homem
mantém com Deus não uma relação de filho, amado e querido, mas apenas de um
empregado, que cumpre seu dever junto ao patrão, merecendo deste o justo
salário.
A verdadeira autêntica e
única religião têm como base um amor que não se prende a qualquer lei moral
ou norma de conduta, mas sim ao encanto e fascínio de Cristo Jesus, cujo
olhar, gesto e palavras tem o poder de tocar nosso coração, fazendo-nos
renascer e recuperar nossa dignidade de filhos de Deus, despertando-nos esse
desejo incontido de estar a seus pés, como essa mulher, naquela noite
imemorável na casa de Simão. Que o formalismo religioso não mate em nós a
alegria desse amor grandioso!
2. A identidade de Jesus, profeta
O texto do evangelho está
situado na primeira parte do evangelho segundo Lucas, onde a questão é a
identidade de Jesus. Especificamente, nesta parte de ele ser profeta. Jesus é
convidado para um jantar na casa de um fariseu de nome Simão.
Uma pecadora da cidade
entra na casa e lava os pés de Jesus com as suas lágrimas, enxuga-os com seus
cabelos e os unge com perfume (vv. 37-38). Aqui em nosso texto, esta sua
identidade de profeta é posta em questão pelos fariseus: “Se este homem fosse
profeta, saberia quem é a mulher que está tocando nele: é uma pecadora!” (v.
39). O que significam os gestos da mulher? Quem perdoa os pecados, Jesus ou
Deus?
Nos vv. 41-42, Jesus, para
responder à objeção do fariseu, conta uma parábola que não se aplica
adequadamente ao contexto imediato. A parábola visa ressaltar a gratuidade do
credor – é ele quem perdoa, não importa qual seja a dívida. No v. 47, lemos:
“Teus pecados estão perdoados”.
O passivo divino empregado
indica que é Deus quem perdoa, e Jesus é quem anuncia este perdão. Deus
perdoou a mulher por sua fé em
Jesus. Os gestos da mulher não são simplesmente um sinal de
arrependimento, mas profunda fé naquele para quem ela oferece tais gestos.
Ela crê em Jesus, o médico, que chama os pecadores à conversão (cf. 5,31-32).
Isto não significa que o perdão é devido à fé, mas que a fé é necessária para
acolher o dom do perdão. A fé purifica. A resposta à gratuidade do perdão
recebido será o amor por Jesus, expresso no seguimento e na ajuda dada a
Jesus e seus discípulos (cf. 8,1-3).
ORAÇÃO
Espírito de hospitalidade, abre meu coração para acolher Jesus, e
manifestar-lhe toda a minha gratidão pelo amor que ele tem por mim.
3. QUEM AMOU MAIS?
O contraste entre o
comportamento do fariseu Simão e o da pecadora anônima ficou evidenciado na
censura de Jesus. Durante um banquete em que este homem convidara o Mestre
para uma refeição, fez um julgamento errado a respeito dessa mulher. Seguro
de sua santidade, o fariseu olhou com desprezo para a pecadora que se pusera
a lavar os pés do hóspede Jesus, com suas lágrimas, e a enxugá-los com seus
cabelos, beijá-los e ungi-los com óleo perfumado.
O mau juízo de Simão
atingiu também a pessoa de Jesus. Se fosse um profeta verdadeiro, saberia que
se tratava de uma mulher de má-fama, e recusaria deixar-se tocar por ela. A
conivência com o gesto da mulher nivelava-o com ela. Conclusão: Jesus não
podia ser o Messias verdadeiro.
A reação do Mestre
desmascarou o fariseu. Este, além de pensar mal da mulher e de Jesus, não se
comportara como exigiam os bons costumes: não ofereceu ao hóspede água para
lavar os pés, nem lhe deu o ósculo de acolhida, como sinal de hospitalidade.
Essa mulher, no entanto, fizera tudo isso, com o mais profundo amor e
humildade. Enfim, sempre movida por amor, a mulher fizera o papel de
verdadeira anfitriã. Ela, sim, havia aberto as portas de sua casa - o coração
- para acolher Jesus, e tornou-se digna de participar da salvação oferecida
pelo Messias Jesus. O fariseu, porém, ficou de fora!
Oração
Espírito de hospitalidade, abre meu coração para acolher Jesus, e
manifestar-lhe toda minha gratidão pelo amor que ele tem por mim.
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