Liturgia da Segunda Feira — 20.05.2013
VII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA, III
SEMANA DO SALTÉRIO)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 1,1-10)
Leitura do livro do Eclesiástico.
1 1 Toda a
sabedoria vem do Senhor Deus, ela sempre esteve com ele. Ela existe antes de
todos os séculos.
2 Quem pode contar os grãos de areia do mar, as gotas de chuva, os dias
do tempo? Quem pode medir a altura do céu, a extensão da terra, a
profundidade do abismo?
3 Quem pode penetrar a sabedoria divina, anterior a tudo?
4 A sabedoria foi criada antes de todas as coisas, a inteligência
prudente existe antes dos séculos!
5 O verbo de Deus nos céus é fonte de sabedoria, seus caminhos são os
mandamentos eternos.
6 A quem foi revelada a raiz da sabedoria? Quem pode discernir os seus
artifícios?
7 A quem foi mostrada e revelada a ciência da sabedoria? Quem pode
compreender a multiplicidade de seus caminhos?
8 Somente o Altíssimo, criador onipotente, rei poderoso e infinitamente
temível, Deus dominador, sentado no seu trono;
9 foi ele quem a criou no Espírito Santo, quem a viu, numerada e
medida;
10 ele a espargiu em todas as suas obras, sobre toda a carne, à medida
que a repartiu, e deu-a àqueles que a amavam.
Salmo responsorial
92/93
Reina o Senhor, revestiu-se
de esplendor!
Deus é rei e se vestiu de majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes o universo inabalável,
vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa,
pelos séculos dos séculos, Senhor!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo
Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).
EVANGELHO (Marcos
9,14-29)
9 14 Depois que João
foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e
dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei
penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão,
que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de
homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João,
seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os
logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o
seguiram.
21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na
sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito
imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei
quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste
homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito,
saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros:
"Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além
disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de
Simão e André.
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Jesus é
vitorioso sobre o mal
No tempo de Jesus, algumas
enfermidades, sobretudo as psíquicas, em que não se sabia a origem, tampouco
o tratamento adequado e eficaz, eram atribuídas a um espírito impuro. O mal é
o que faz mal ao ser humano. O mal desfigura o ser humano, impede-o de falar,
e de falar bem, confunde e distorce a palavra.
A fé, a confiança e adesão
à pessoa de Jesus Cristo possibilitam reconhecer sua presença como dom da
salvação de Deus; somente recorrendo à ajuda de Deus é que mal não tem poder
sobre nós. O homem entregue às próprias forças não pode vencer o mal. Por
isso, Jesus responderá à pergunta dos discípulos desse modo: “Essa espécie só
pode ser expulsa pela oração” (v. 29). O evangelho é uma proclamação da fé:
Jesus é vitorioso sobre o mal.
ORAÇÃO
Pai, reforça minha fé, de modo a me predispor a ser beneficiado por teu filho
Jesus, por meio do qual tua misericórdia chega até a mim.
2. AUMENTA A
MINHA FÉ!
No exercício da missão, os
discípulos de Jesus viram-se às voltas com situações delicadas, que colocavam
em jogo sua credibilidade. Quem recorria a Jesus, movido pela fé, era sempre
atendido. O mesmo não acontecia com os discípulos. Houve casos em que se
viram impossibilitados de aliviar o sofrimento de quem lhes pedia ajuda.
O exercício da missão
recebida de Jesus requeria muita fé. O anúncio da novidade do Reino exigia
dos discípulos uma convicção profunda de que aquele era o caminho de acesso a
Deus. As curas prodigiosas, a exemplo de Jesus, só se dariam, quando houvesse
uma certeza inabalável no poder recebido para realizar milagres. Suportar as
conseqüências da missão era próprio somente de quem estava absolutamente
convencido de estar servindo ao verdadeiro Senhor. Caso contrário, todo o
projeto de missão iria de água abaixo.
Diante de exigências tão
radicais, em certos momentos os discípulos fraquejavam e se tornavam
impotentes para realizar o milagre solicitado. A declaração sincera do pai da
criança doente ficaria igualmente bem na boca dos discípulos: "Senhor,
eu creio! Mas vem ajudar minha falta de fé!" Quando esta é pouca, a
missão fica comprometida.
Jesus não se omitiu, quando
solicitado, para reforçar a fé de seus discípulos.
Oração
Senhor Jesus, torna a minha fé sempre mais forte e resistente, para que eu
possa realizar bem a missão que me confiaste.
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Liturgia da
Terça-Feira
VII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 2,1-13)
Leitura do livro do Eclesiástico.
2 1 Meu filho, se
entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e
prepara a tua alma para a provação;
2 humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as
palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade,
3 sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a
fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça.
4 Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na
humilhação, tem paciência.
5 Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens
agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação.
6 Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho
e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice.
7 Vós, que temeis o Senhor, esperai em sua misericórdia, não vos
afasteis dele, para que não caiais;
8 vós, que temeis o Senhor, tende confiança nele, a fim de que não se
desvaneça vossa recompensa.
9 Vós, que temeis o Senhor, esperai nele; sua misericórdia vos será
fonte de alegria.
10 Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão de
luz.
11 Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum
daqueles que confiavam no Senhor foi confundido.
12 Pois quem foi abandonado após ter perseverado em seus mandamentos?
Quem é aquele cuja oração foi desprezada?
13 Pois Deus é cheio de bondade e de misericórdia, ele perdoa os pecados
no dia da aflição. Ele é o protetor de todos os que verdadeiramente o
procuram.
Salmo responsorial
36/37
Entrega teu caminho ao
Senhor, e o mais ele fará.
Confia no Senhor e faze o bem,
e sobre a terra habitarás em segurança.
Coloca no Senhor tua alegria,
e ele dará o que pedir teu coração.
O Senhor cuida da vida dos honestos,
e sua herança permanece eternamente.
Não serão envergonhados nos maus dias,
mas, nos tempos de penúria, saciados.
Afasta-se do mal e faze o bem,
e terás tua morada para sempre.
Porque o Senhor Deus ama a justiça
e jamais ele abandona os seus amigos.
Os malfeitores hão de ser exterminados,
e a descendência dos malvados destruída.
A salvação dos piedosos vem de Deus;
ele os protege nos momentos de aflição.
O Senhor lhes dá ajuda e os liberta,
defende-os e protege-os contra os ímpios
e os guarda porque nele confiaram.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minha glória é a cruz do Senhor Cristo Jesus, pela qual o mundo está
crucificado para mim e eu para este mundo (Gl 6,14).
EVANGELHO (Marcos 9,30-37)
9 30 Tendo partido dali, Jesus e seus
discípulos atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o
soubesse.
31 E ensinava os seus discípulos: O Filho do homem será entregue nas
mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte.
32 Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar.
33 Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus
perguntou-lhes: De que faláveis pelo caminho?
34 Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si
qual deles seria o maior.
35 Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: Se alguém quer ser o
primeiro, seja o último de todos e o servo de todos.
36 E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes:
37 Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe;
e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Na vida cristã é
maior quem serve
O Jesus apresentado por
Marcos é um Mestre que continuamente ensina seus discípulos e a multidão (cf.
6,34). Marcos não nos informa, em geral, explicitamente acerca do conteúdo do
ensinamento de Jesus. Aqui, em concreto, o ensinamento diz respeito à sua
Páscoa (v. 31). Os discípulos, porém, não compreendiam (cf. v. 32).
O anúncio da
paixão-morte-ressurreição não é previsão de futuro. Ele tem, no relato, uma
função específica: preparar o ouvinte e/ou leitor do evangelho para entrar,
sem esmorecer e sem medo, na paixão e morte de Jesus, iluminado pela certeza
de sua ressurreição.
A discussão dos discípulos
acerca de quem era o maior entre eles (cf. vv. 33-34) revela a incompreensão
deles, não somente acerca do destino de Jesus, mas também de sua própria
condição.
No seguimento de Cristo e
na vida cristã, o mais é quem serve, a exemplo do Senhor que se fez Servo de
todos (cf. vv. 35-36). Serviço que tem que se traduzir no acolhimento de
todos, sobretudo, dos que precisam de mais cuidado (cf. v. 37).
ORAÇÃO
Senhor Jesus, tira do meu coração todo ideal humano de grandeza, e faze-me
compreender que ela consiste em fazer-me servidor.
2. QUEM É O
MAIOR?
Os discípulos de Jesus
deixaram-se contaminar pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber
quem, dentre eles, seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate
revelava um equívoco. Pensavam na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e
na possibilidade de ocupar posições de destaque junto ao monarca. De antemão,
esses discípulos faziam a partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus,
porém, deu um basta a estas considerações indignas de quem quer ser seu um
discípulo.
O ensinamento de Jesus
centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do
discípulo está em sua capacidade de colocar-se a serviço do próximo. Ocupa o
primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a
condição de servo, de maneira plena. A quem é reticente no servir e não prima
pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se
os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o
fizessem motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem
sentido para quem vive a dinâmica do Reino.
Os discípulos tinham em
Jesus um exemplo consumado de servidor do Reino. Sua vida definia-se como
serviço generoso e gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas
maneiras. Bastava que se espelhassem no Mestre.
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me lance na busca das grandezas deste
mundo. Que eu busque, antes, a grandeza do serviço generoso, e gratuito.
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Liturgia da
Quarta-Feira
VII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 4,12-22)
Leitura do livro do Eclesiástico.
4 12 A sabedoria
inspira a vida aos seus filhos, ela toma sob a sua proteção aqueles que a
procuram; ela os precede no caminho da justiça.
13 Aquele que a ama, ama a vida; aqueles que velam para encontrá-la
sentirão sua doçura. 14 Aqueles que a possuem terão a vida como
herança, e Deus abençoará todo o lugar onde ele entrar.
15 Aqueles que a servem serão obedientes ao Santo; aqueles que a amam
serão amados por Deus.
16 Aquele que a ouve julgará as nações; aquele que é atento em
contemplá-la permanecerá seguro.
17 Quem nela põe sua confiança tê-la-á como herança e sua posteridade a
possuirá,
18 pois na provação ela anda com ele, e escolhe-o em primeiro
lugar.
19 Ela traz-lhe o temor, o pavor e a aprovação. Ela o atormenta com sua
penosa disciplina, até que, tendo-o experimentado nos seus pensamentos, ela
possa confiar nele.
20 Então ela o porá firme, voltará a ele em linha reta. Ela o cumula de
alegria,
21 desvenda-lhe seus segredos e enriquece-o com tesouros de ciência, de
inteligência e de justiça.
22 Porém, se ele se transviar, ela o abandonará, e o entregará às mãos
do seu inimigo.
Salmo responsorial
118/119
Os que amam a vossa lei têm
grande paz!
Os que amam a vossa lei têm grande paz,
e não há nada que os faça tropeçar.
Serei fiel à vossa lei, vossa aliança;
os meus caminhos estão todos ante vós.
Que prorrompam os meus lábios em canções,
pois me fizestes conhecer vossa vontade!
Desejo a vossa salvação ardentemente
e encontro em vossa lei minha delícias!
Possa eu viver e para sempre vos louvar;
e que me ajudem, ó Senhor, vosso conselhos!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).
Evangelho (Marcos 9,38-40)
Naquele
tempo, 9 38 João disse-lhe: "Mestre, vimos alguém, que
não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos".
39 Jesus, porém, disse-lhe: "Não lho proibais, porque não há
ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de
mim.
40 Pois quem não é contra nós, é a nosso favor".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus não é
monopólio da comunidade
Os versículos precedentes
(30-37) já nos permitiram afirmar que, diante da discussão de quem seria o
maior dentre eles, os discípulos revelam a sua incompreensão em relação ao
mistério de Cristo e da sua condição de discípulo.
Quem é esse “alguém” que
expulsava demônios em nome de Jesus (cf. v. 38), e a que grupo pertencia, nós
não o sabemos, uma vez que o texto não nos oferece nenhuma informação a
respeito. E isso porque tal informação ou identificação não é importante.
O nome de Jesus, sua
pessoa, não é monopólio da comunidade. O Senhor não é prisioneiro de nenhum
grupo, pessoa ou instituição. A sua ação, que liberta o homem das cadeias do
mal, não se circunscreve nos limites de um único grupo, pois “ninguém que faz
milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim” (v. 39). Ademais,
ninguém pode fazer o bem se Deus não mover o coração. Deus está na origem do
bem; o Senhor está na origem de toda ação que protege e promove a vida do ser
humano; é pela autoridade de Cristo (= no nome de) que o mal é vencido.
ORAÇÃO
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem
pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições
de fazer o bem.
2. A FAVOR DE JESUS
Os discípulos eram ciosos
de sua condição de executadores privilegiados da missão de Jesus. Quiçá,
tivessem a tentação de formar um grupinho seleto e fechado para novas
adesões. Daí sua irritação quando viram alguém expulsar demônios, no nome de
Jesus, sem ser explicitamente do grupo dos doze.
Jesus tenta alargar-lhes os
horizontes e fazê-los perceber que existem agentes do Reino, onde menos se
espera. Se alguém realmente realiza uma ação taumatúrgica, invocando o nome
de Jesus, está proclamando, de maneira patente, sua condição de discípulo,
mesmo não fazendo parte do grupo dos doze. O discipulado, portanto, estende-se
para além do grupinho inicial, num raio muito mais amplo. O grupo primitivo,
de certo modo, devia funcionar como semente de um movimento tendente a
crescer e a se tornar, de certa forma, incontrolável. O protesto dos
discípulos, em última análise, era motivado pela incapacidade de manter sob
controle a propagação dos benefícios do Reino. Jesus não tinha objeções de
que a coisa fosse assim. Antes, é assim mesmo que deveria ser.
O surgimento de novos
discípulos e dispensadores do Reino não podia ser motivo de tristeza e
preocupação. Quanto mais se multiplicasse o número de discípulos, melhor.
Assim, o Reino poderia chegar a um número sempre maior de pessoas,
recuperando-lhes a vida.
Oração
Senhor Jesus, possa eu alegrar-me com a multiplicação de seus discípulos,
através dos quais o Reino vai espalhando seus frutos na história humana.
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Liturgia da
Quinta-Feira
VII SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 5,1-10)
Leitura do livro do Eclesiástico.
5 1 Não contes
com riquezas injustas. Não digas: "Tenho o suficiente para viver",
pois no dia do castigo e da escuridão, isso de nada te servirá.
2 Quando te sentires forte, não te entregues às cobiças de teu
coração.
3 Não digas: "Como sou forte!" ou: "Quem me obrigará a
prestar contas dos meus atos?",
4 pois Deus tomará sua vingança. Não digas: "Pequei, e o que me
aconteceu de mal?", pois o Senhor é lento para castigar (os
crimes).
5 A propósito de um pecado perdoado, não estejas sem temor, e não
acrescentes pecado sobre pecado.
6 Não digas: "A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade
da multidão dos meus pecados",
7 pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa
aos pecadores.
8 Não demores em te converteres ao Senhor, não adies de dia em
dia,
9 pois sua cólera virá de repente, e ele te perderá no dia do
castigo.
10 Não te inquietes à procura de riquezas injustas, de nada te servirão
no dia do castigo e da escuridão.
Salmo responsorial
1
É feliz quem a Deus se
confia!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de
Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts2,13).
EVANGELHO (Marcos 9,41-50)
Naquele tempo, disse
Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque
sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa.
42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem
em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e
o lançassem ao mar!
43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é
entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o
fogo inextinguível
44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora;
melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres
lançado à geena do fogo inextinguível
46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor
te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos,
seres lançado à geena do fogo,
48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Porque todo homem será salgado pelo fogo.
50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe
restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros.
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. O bem
também é feito fora da comunidade dos discípulos
Jesus continua a instruir
os seus discípulos a como se comportarem ante a diversidade. O bem também é
feito fora da comunidade dos discípulos. A comunidade é chamada a se abrir ao
bem que vem de outrem; pois ela também é beneficiária do bem que outros, “de
fora”, lhe fazem: “Quem vos der um copo de água…” (v. 41).
Da comunidade é exigida
coerência. O escândalo é uma pedra de tropeço que impede outros de
progredirem na vida cristã. A comunidade precisa estar aberta para acolher e
sustentar, com o seu testemunho, os que se aproximam dela para ajudá-los a
uma verdadeira mistagogia. Por isso, o escândalo, ante a incoerência interna,
da distância entre o crer e o agir, entre o falar e praticar, deve ser
rechaçado veementemente. Segundo Mt 5,13, o discurso é “sal da terra”. Mc
9,50 diz que o “sal é bom”. É bom na justa medida: nem mais, nem menos.
A presença do discípulo,
portador do mistério pascal de Cristo, deve dar sentido à vida. No entanto,
se ele desvirtua sua missão, é como o sal que perdeu suas propriedades,
incapaz de dar sabor a todas as coisas.
ORAÇÃO
Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto possa servir de
contra-testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti.
2. NÃO SER OCASIÃO
DE PECADO
O discípulo do Reino, no
exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião
de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé. O pecado, neste
caso, consistiria em
refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por
ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco
de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
As atitudes inconsideradas
do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem
intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa
no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico,
que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém
convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos. Com a
liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os
pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade
deixavam-se permear pela novidade do Reino. Levados por um espírito
corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos,
os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não
satisfaziam suas exigências.
A denúncia de Jesus contra
esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão
deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos
que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.
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Liturgia da
Sexta-Feira
VII SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 6,5-17)
Leitura do livro do Eclesiástico.
6 5 Uma boa
palavra multiplica os amigos e apazigua os inimigos; a linguagem elegante do
homem virtuoso é uma opulência.
6 Dá-te bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.
7 Se adquirires um amigo, adquire-o na provação, não confies nele tão
depressa.
8 Pois há amigos em certas horas que deixarão de o ser no dia da
aflição.
9 Há amigo que se torna inimigo, e há amigo que desvendará ódios,
querelas e disputas;
10 há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da
desgraça.
11 Se teu amigo for constante, ele te será como um igual, e agirá
livremente com os de tua casa.
12 Se se rebaixa em tua presença e se retrai diante de ti, terás aí, na
união dos corações, uma excelente amizade.
13 Separa-te daqueles que são teus inimigos, e fica de sobreaviso diante
de teus amigos.
14 Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um
tesouro.
15 Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser
postos em paralelo com a sinceridade de sua fé.
16 Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao
Senhor, achará esse amigo.
17 Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo
lhe será semelhante.
Salmo responsorial
118/119
Guiai-me pela estrada do
vosso ensinamento!
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre;
os vossos mandamentos ensinai-me!
Minha alegria é fazer vossa vontade;
eu não posso esquecer vossa palavra.
Abri meus olhos, e então contemplarei
as maravilhas que encerra a vossa lei!
Fazei-me conhecer vossos caminhos,
e então meditarei vossos prodígios!
Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei,
e de todo o coração a aguardarei.
Guiai meus passos no caminho que traçastes,
pois só nele encontrarei felicidade.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).
EVANGELHO (Marcos 10,1-12)
Naquele tempo, disse
Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque
sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa.
42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem
em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e
o lançassem ao mar!
43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é
entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o
fogo inextinguível
44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora;
melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres
lançado à geena do fogo inextinguível
46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor
te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos,
seres lançado à geena do fogo,
48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Porque todo homem será salgado pelo fogo.
50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe
restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus põe homem
e mulher em pé de igualdade.
Trata-se de um “diálogo
didático”, destinado a ensinar os discípulos a procederem em conformidade com
os ensinamentos de Jesus.
A questão levantada é a do
repúdio da mulher pelo homem. A má intenção da questão é apresentada: “para
experimentá-lo” (v. 2). Num primeiro momento, Jesus remete-os à Lei de Moisés
(cf. v. 3; ver Dt 24,1-3). No entanto, à Lei de Moisés, Jesus opõe o projeto
original de Deus (cf. Gn 1,27; 2,24; 5,2), dando prioridade ao que é da ordem
da criação e, de certo modo, desautorizando a aplicação da Lei mosaica para
esse caso.
Para concluir, como é
próprio desses diálogos didáticos, Jesus dá a norma que o discípulo deve
observar: “Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério
contra a primeira. E se uma mulher despede o seu marido e se casa com outro,
comete adultério também” (vv. 11-12). Jesus põe homem e mulher em pé de
igualdade e condições.
ORAÇÃO
Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam
reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.
2. UMA MUDANÇA DE
MENTALIDADE
O Reino anunciado por Jesus
visava restabelecer entre os seres humanos as relações primitivamente
queridas por Deus. O pecado havia contaminado a humanidade, pervertendo-lhe
as relações. Era preciso reverter este quadro em todos os níveis.
No âmbito familiar, era
preciso superar a mentalidade divorcista, onde o marido se sobrepunha à
esposa, podendo despedi-la quando lhe conviesse. A situação da esposa, nestas
circunstâncias, era de grande instabilidade. Ela jamais podia estar certa da
profundidade dos laços matrimoniais. Por qualquer motivo, o marido tinha o
direito de despedi-la.
Jesus foi buscar nas
primeiras páginas das Escrituras o pensamento de Deus a respeito do
matrimônio, anterior à Lei mosaica divorcista. O homem e a mulher foram
criados em vista do matrimônio que os uniria de modo tão profundo, a ponto de
fazer dos dois uma só carne. Trata-se de uma união espiritual onde os esposos
se mútuo assumem, fazendo suas existências se interpenetrarem
inseparavelmente. Só Deus pode ser o autor da união conjugal, assim
entendida. E, quando Deus une, nenhum ser humano pode se arvorar o direito de
desfazer sua obra. Deus une para sempre.
Quem adere ao Reino é
chamado a refazer seus esquemas mentais. E não se deixar levar pela dureza de
coração, mas sim pelos desígnios de Deus.
Oração
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas
mentais contaminados pelo pecado.
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Liturgia do Sábado
VII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Confiei, Senhor, na
vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez (Sl 12,6).
Leitura
(Eclesiástico 17,1-13)
Leitura do livro do Eclesiástico.
17 1 Deus criou o
homem da terra, formou-o segundo a sua própria imagem;
2 e o fez de novo voltar à terra. Revestiu-o de força segundo a sua
natureza;
3 determinou-lhe uma época e um número de dias. Deu-lhe domínio sobre
tudo o que está na terra.
4 Fê-lo temido por todos os seres vivos, fê-lo senhor dos animais e dos
pássaros.
5 De sua própria substância, deu-lhe uma companheira semelhante a ele,
com inteligência, língua, olhos, ouvidos, e juízo para pensar; cumulou-os de
saber e inteligência. 6 Criou neles a ciência do espírito,
encheu-lhes o coração de sabedoria, e mostrou-lhes o bem e o mal.
7 Pôs o seu olhar nos seus corações para mostrar-lhes a majestade de
suas obras,
8 a fim de que celebrassem a santidade do seu nome, e o glorificassem
por suas maravilhas, apregoando a magnificência de suas obras.
9 Deu-lhes, além disso, a instrução, deu-lhes a posse da lei da
vida;
10 concluiu com eles um pacto eterno, e revelou-lhes a justiça de seus
preceitos.
11 Viram com os próprios olhos as maravilhas da sua glória, seus ouvidos
ouviram a majestade de sua voz: Guardai-vos, disse-lhes ele, de toda a
iniqüidade.
12 Impôs a cada um (deveres) para com o próximo.
13 O proceder deles lhe está sempre diante dos olhos, nada lhe escapa.
Salmo responsorial
102/103
O amor do Senhor por quem o
respeita é de sempre e para sempre.
Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Porque sabe de que barro somos feitos
e se lembra que apenas somos pó.
Os dias do homem se parecem com a erva,
ela floresce como a flor dos verdes campos;
mas, apenas sopra o vento, ela se esvai,
já nem sabemos onde era o seu lugar.
Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme
é de sempre e perdura para sempre;
e também sua justiça se estende
por gerações até os filhos de seus filhos,
aos que guardam fielmente sua aliança.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os
mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
Evangelho (Marcos 10,13-16)
Naquele
tempo, 10 13 apresentaram-lhe então crianças para que as
tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam.
14 Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: "Deixai vir a mim os
pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes
assemelham.
15 Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a
mentalidade de uma criança, nele não entrará."
16 Em seguida, ele as abraçou e as abençoou, impondo-lhes as mãos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Papel do
discípulo é facilitar que as pessoas se aproximem de Jesus
No tempo de Jesus, as
crianças eram respeitadas, bem tratadas e acolhidas. Há um contraste entre as
crianças levadas a Jesus e a resistência dos discípulos. É ocasião para Jesus
esclarecer os discípulos: o Reino de Deus precisa ser acolhido como dom. Em
primeiro lugar o Reino de Deus se manifesta e se aproxima de nós através da
pessoa de Jesus Cristo, com seus gestos e suas palavras.
A criança, talvez por causa
de sua dependência, recebia tudo dos pais. O seu exemplo é usado para
interpelar os discípulos a se abrirem ao novo e a superarem a teologia da
retribuição. A resposta à gratuidade de Deus é a gratuidade: “… quem não
receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!” (v. 15).
Papel do discípulo,
escolhido pelo Senhor, é facilitar a que as pessoas se aproximem dele, Fonte
de vida: “Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais…” (v. 14).
ORAÇÃO
Pai, coloca no meu coração o mesmo carinho e afeto que Jesus demonstrou às
criancinhas, pois a simplicidade delas me ensina como devo acolher o teu
Reino.
2. O REINO É DAS
CRIANÇAS
Havia, no tempo de Jesus,
várias categorias de pessoas vítimas da exclusão social. Entre elas, estavam
as crianças. Juntamente com as mulheres, as crianças eram consideradas como
propriedade dos pais. Sua dignidade de não passava disto.
O Reino inaugurado por
Jesus rejeitava este esquema social, descobrindo o valor que cada criança
traz dentro de si. E, mais, encarnavam a atitude requerida de quem pensava
fazer-se discípulo do Reino. Elas eram a parábola viva do discipulado. Como
as crianças, o discípulo verdadeiro não tem malícia coração e acolhe o Reino
com simplicidade. Confia plenamente em Deus e a ele se entrega, como as
crianças em relação aos pais. As crianças são indefesas e despretensiosas,
como devem ser os discípulos. Os discípulos têm que predispor-se para sofrer
a mesma exclusão e marginalização, sofridas pelas crianças, por causa de sua
opção pelo Reino. Por causa do Reino, também haveriam de ser considerados
gente de segunda categoria, sem privilégios, vivendo como párias da
sociedade.
Reduzido à condição social
de uma criança, por causa de sua fé, o discípulo estaria em condições de
voltar-se totalmente para Deus e só nele colocar sua esperança. O Reino,
enquanto senhorio de Deus, se faz verdade na vida do discípulo, quando ele o
recebe como uma criancinha. Assim, se estabelecem relações verdadeiras com
Deus.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a simplicidade de uma criancinha, para acolher o Reino
com despretensão e colocar-me inteiramente nas mãos do Pai.
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Liturgia do Domingo 26.05.2013
Solenidade da Santíssima Trindade — ANO C
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – IV SEMANA DO
SALTÉRIO)
__ "Comunidade divina: modelo para a comunidade humana. Deus sempre se
dá a conhecer aos homens." __
Ambientação:
Sejam bem-vindos
amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje o mistério da Santíssima Trindade. A fé
em Deus Trindade
nos leva reconhecer a beleza e a profundidade da realidade humana. Deus é UM
em três pessoas, mistério de amor e comunhão, perfeita unidade na
diversidade. Por isso, a comunidade humana encontrará a sua verdadeira
realização à medida que buscar conviver numa relação de igualdade entre todos
os seus membros, respeitando as diferenças. Pela fé tivemos acesso a essa
revelação e, pela fé, conhecemos a Deus e entramos na sua intimidade.
Portanto, no contexto do ano da fé, vamos celebrar este Mistério como gente
que crê e peregrina ao encontro de Deus para participar de sua vida.
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A festa da Santíssima Trindade celebra mistério que é o
cume da nossa relação com Deus. De Deus viemos e para Deus estamos voltando a
cada dia. Se Deus é amor, aí está a nossa fonte e o nosso desejo que se torna
o maior impulso desta vida. O sacramento mais pleno para celebrarmos o amor
de Deus é a Eucaristia. Por isso, celebraremos na próxima quinta-feira a
festa de Corpus Christi, para a qual toda a Igreja de São Paulo está se
mobilizando, a fim de prestar homenagem a Cristo, pelo sacrifício da entrega
do seu Corpo e do seu Sangue na Eucaristia e na Cruz. Faremos isso com missa
solene e uma procissão da Igreja de Santa Ifigênia até a Catedral da Sé.
INTRODUÇÃO DO
WEBMASTER: Quando
ouvimos falar de alguém como de grande personalidade, temos o desejo de
conhecê-lo. A festa da SSma. Trindade desperta em nós este desejo e a ele
responde, porque Deus dá sempre o primeiro passo em direção à nós. Nesta
data, é acentuado particularmente o fato de que Deus se manifesta, se revela,
se nos dá a conhecer e nos oferece um conhecimento "pessoal", quer
um face a face com cada um de nós, para que nos abramos todos ao grande face
a face de Deus. A "Sabedoria de Deus" é alegria de amar aos homens!
Sintamos em nossos
corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
SANTÍSSIMA TRINDADE
Antífona da
entrada: Bendito seja Deus
Pai, bendito o Filho unigênito e bendito o Espírito Santo. Deus foi
misericordioso para conosco.
Comentário das
Leituras: As
leituras bíblicas de hoje acentuam vigorosamente a ação e guia do Espírito
Santo, que Jesus chama Espírito da Verdade, no caminho de nossa vida cristã
para o Pai na fé, esperança e caridade. A plenitude da revelação nos possibilita
a relação com as três Pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Primeira Leitura
(Provérbios 8,22-31)
Leitura do livro dos Provérbios.
8 22 O Senhor me
criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da
terra.
23 Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras dos tempos
antigos.
24 Ainda não havia abismo quando fui concebida, e ainda as fontes das
águas não tinham brotado.
25 Antes que assentados fossem os montes, antes dos outeiros, fui dada à
luz;
26 antes que fossem feitos a terra e os campos e os primeiros elementos
da poeira do mundo.
27 Quando ele preparava os céus, ali estava eu; quando traçou o
horizonte na superfície do abismo,
28 quando firmou as nuvens no alto, quando dominou as fontes do
abismo,
29 quando impôs regras ao mar, para que suas águas não transpusessem os
limites, quando assentou os fundamentos da terra,
30 junto a ele estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante
dele,
31 brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias
junto aos filhos dos homens.
Salmo responsorial
8
Ó Senhor nosso Deus, como é
grande vosso nome por todo o universo!
Contemplando estes céus que plasmastes
e formastes com dedos de artista;
vendo a lua e estrelas brilhantes,
perguntamos: “Senhor, que é o homem,
para dele assim vos lembrardes
e o tratardes com tanto carinho?”
Pouco abaixo de Deus o fizestes,
coroando-o de glória e esplendor;
vós lhe destes poder sobre tudo,
vossas obras aos pés lhe pusestes.
As ovelhas, os bois, os rebanhos,
todo o gado e as feras da mata;
passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas.
Segunda Leitura
(Romanos 5,1-5)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
5 1 Justificados,
pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo.
2 Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e
nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus.
3 Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a
tribulação produz a paciência,
4 a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a
esperança.
5 E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito divino, ao Deus que é, que era e
que vem, pelos séculos. Amém (Ap 1,8).
EVANGELHO (João 16,12-15)
16 12 Disse Jesus
a seus discípulos: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis
suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a
verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e
anunciar-vos-á as coisas que virão.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo
anunciará.
15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que
é meu, e vo-lo anunciará”.
Antífona da
comunhão: Porque sois
filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito do seu Filho, que clama:
Abba, Pai (Gl 4,6).
LEITURAS
DA SEMANA DE 27 de maio a 02 de junho de 2013:
2ª Vd - Sf 3,14-18 ou Rm 12,9-16b; (Sl) Is 12,2-6; Lc 1,39-56
3ª Vm - 2 Pd 3,12-15a.17-18; Sl 89 (90); Mc 12,13-17
4ª Br - 2 Tm 1,1-3.6-12; Sl 122 (123); Mc 12,18-27
5ª Br - Gn 14,18-20; Sl 109; 1Cor 11,23-26; Lc 9,11b-17
6ª Br - 2Tm 3,10-17; Sl 118 (119),157.160-161.165-166.168; Mc 12,35-37
Sb Br - 2Tm 4,1-8;Sl 70 (71); Mc 12,38-44
9º DTC Br - 1Rs 8,41-43; Sl 116(117); Gl 1,1-2.6-10; Lc 7,1-10 (A cura do
empregado do oficial romano)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. TRINDADE NOSSA
FAMÍLIA
Chacrinha, o velho
Guerreiro, revolucionou a TV com a sua comunicação irreverente nos programas
de auditório ao vivo, foi um grande comunicador e há até uma frase sua que
marcou o público “eu não vim para explicar, vim para confundir”.
Há muita gente que pensa
que Deus quis nos confundir ao revelar-se um Deus Trino, uma verdade ilógica,
uma aberração matemática, segundo o raciocínio humano, pois 1 nunca será
igual a 3, entretanto, é o contrário do que dizem, porque o homem jamais
teria condições de penetrar no mistério de Deus, e, as leituras desse
domingo, da Festa da Santíssima Trindade, mostram-nos como Deus se revela,
permitindo ao homem contemplar toda a beleza desse amor.
Então penso que o maior e
verdadeiro comunicador de todos os tempos é o Espírito Santo, chamado por
Jesus neste evangelho, de Espírito de Verdade, que nos comunica não só quem é
Deus, mas também quem somos. E a pedagogia de Deus é perfeita, sem queimar
nenhuma etapa, respeitando os limites do homem na sua dificuldade de
compreender, e se revela aos poucos, na medida em que o homem amadurece em
sua fé, é, portanto uma revelação pessoal, pois um comunicador de massa nos
moldes que a mídia nos coloca, não sabe na verdade quem são as pessoas com
quem se comunica, seu jeito de ser, suas dores e angústias, suas
dificuldades, além do que, nem sempre o que a mídia nos comunica é
verdadeiro, aliás, na maioria das vezes são “verdades” inventadas para se
vender uma idéia, um conceito ou um produto. Mas Deus nos dá um tratamento
personalizado, pois o Espírito Santo nos conduz à Verdade que é ele próprio.
O homem é muito especial
estando sempre no centro do projeto de Deus, basta ver a obra da criação em
seus detalhes, feita com grande sabedoria, tudo foi preparado para que o
homem fosse feliz, a sabedoria aqui mencionada em Provérbios, é como o amor
de uma mãe que prepara com todo carinho o enxoval e o quarto onde o seu filho
irá viver após o nascimento, amor que acolhe e que se alegra em ficar junto e
a sabedoria de Deus tinha prazer de ficar junto com os filhos dos homens, o
belo e perfeito, se apaixonando pelo feio e imperfeito. Nenhum Deus é assim,
só o Pai de Jesus!
O nosso Deus nunca foi um
enigma que desafia os homens a decifrá-lo, ao contrário, torna-se acessível em Jesus Cristo, no
qual pela fé somos justificados, isso não significa que alcançaremos à
salvação de maneira passiva, pois a segunda leitura da carta de Paulo aos
Romanos, nos propõe o desafio de testemunharmos nossa esperança, que é Jesus
Cristo, em meio às tribulações deste mundo.
As palavras de Jesus aos
discípulos são consoladoras nesse sentido, porque na verdade eles estão
tomados pela tristeza, por causa da idéia de que o senhor irá deixá-los, não
haviam se dado conta de que a volta de Jesus ao Pai, iria perpetuar a
presença de Jesus junto a eles, através do Espírito Santo. Os pecados e as
misérias humanas não conseguem impedir essa comunicação de Deus aos homens,
aberta a partir de Jesus Cristo, poderia se dizer que o emissor se comunica
perfeitamente bem, mesmo que o receptor não seja muito eficiente, pois Deus
nunca desiste do homem e o seu amor é eterno, comprovado em Jesus Cristo, ápice
da revelação desse amor, que nos insere na vida de Deus através da comunhão.
Celebrar a Santíssima
Trindade não é celebrar um mistério insondável, mas é sentir uma grande
alegria, ao saber o quanto Deus nos ama, e se desdobra para nos alcançar e
nos manter sempre junto a si. Uma galinha que abre suas asas para proteger e
abrigar os pintinhos, uma águia que carrega sobre as asas seus filhotes para
que apreendam a voar, são alegorias que aparecem na Bíblia e que facilitam à nossa
compreensão a respeito de Deus. Enfim, embora imerecedores, somos todos
membros desta Família Do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. (Festa da
Santíssima Trindade)
2. Através de Jesus
Deus se revela na sua plenitude
É a primeira festa
litúrgica na retomada do tempo comum. O termo “Trindade” não parece nem no
Antigo nem no Novo Testamento. Para a tradição bíblica, o que Deus é, Uno e
Trino, é dito narrativamente, isto é, na longa história da revelação de Deus
ao seu povo. É na história, com suas vicissitudes, e, sobretudo, na história
de Jesus Cristo, que Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
O que Deus é desde toda
eternidade, o que ele é desde o início, só pôde ser compreendido à luz da
Ressurreição do Cristo e da efusão do Espírito Santo. O último na ordem da
compreensão é o primeiro na ordem do ser, diz o axioma filosófico.
Os quatro evangelhos, cada
um a seu modo, apresentam a dificuldade dos discípulos de compreenderem os
gestos e palavras de Jesus e de fazerem a experiência de que em Jesus e por
ele é que se chega à verdade plena, isto é, ao que Deus é, pois é ele quem
descortina o mistério de Deus. O Espírito Santo continua a missão de Jesus:
“Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (v.
13). A luz dada como dom do Ressuscitado permitirá compreender o que não era
possível até então: “Tenho muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de
compreender agora” (v. 12; ver também: Lc 24,25-26).
Nesse contexto de João, o
Espírito Santo é apresentado como um hermeneuta: “vos guiará em toda a
verdade” (v. 13), “dirá tudo quanto tiver ouvido” (v. 13). O Espírito não
fala por conta própria, pois ele é um com o Pai e o Filho; vivem numa
profunda comunhão.
O Espírito Santo anuncia o
que há de vir (cf. v. 13). O futuro do discípulo é a sua participação, não
obstante a perseguição e a morte, na vitória de Cristo sobre o mal e a morte
(1Cor 15). É nessa esperança que a comunidade de fé é chamada a viver, pois
“a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos
corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5).
ORAÇÃO
Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam
“ver” Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.
3. BATIZADOS NA
TRINDADE
A Santíssima Trindade é a
face de Deus que Jesus nos revelou. Deus é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. A cada pessoa é atribuída uma ação característica. O Pai envia o Filho
com uma missão salvífica, em relação à humanidade. O Espírito Santo é enviado
pelo Pai e pelo Filho para que esteja com os discípulos, em sua missão de
testemunhar o Reino do Pai. O Filho tem sua existência totalmente enraizada
no Pai. Seu alimento é fazer a vontade do Pai e realizar, com perfeição, a
sua obra. O Espírito Santo revela aos discípulos o que ouviu de Jesus.
Terminada sua missão terrena, o Filho voltou para junto do Pai, ao passo que
o Espírito Santo continua a dinamizar, na história, a obra do Filho.
Quando o cristão é batizado
no nome da Trindade, o modo de ser de Deus lhe é apresentado como modelo de
vida. A perfeita comunhão existente entre as pessoas da Trindade deve
tornar-se o ideal de comunhão dos cristãos. Igualmente, a capacidade de agir
de forma integrada, sem concorrências nem sobreposição de um sobre o outro.
A diversidade não é
empecilho para que aconteça a comunhão trinitária. As pessoas divinas não
precisam abrir mão de suas individualidades para que a Trindade aconteça. A
comunhão se faz a partir do diferente, na acolhida e no respeito pelo Outro.
Este é o caminho que a comunidade cristã terá de tomar, se quiser deixar-se
modelar pela Trindade.
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da Trindade me predisponha para construir
minha vida a partir deste modelo consumado de comunhão.
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