Liturgia da Segunda Feira — 03.12.2012
Antífona da entrada: Estes sãos homens santos que se tornaram
amigos de Deus, gloriosos arautos de sua mensagem.
Leitura (Isaías 2,1-5)
Leitura do livro do profetas Isaías.
2 1 Visão de Isaías, filho de Amós,
acerca de Judá e Jerusalém.
2 No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, 3 e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas". Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor. 4 Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra. 5 Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor.
Salmo responsorial 121/122
Que alegria quando me disseram:
"Vamos à casa do Senhor!"
Que alegria quando ouvi que me
disseram:
"Vamos à casa do Senhor!" E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.
Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam! Que a paz habite dentro de teus muros, tranqüilidade em teus palácios!
Por amor a meus irmãos e meus
amigos,
peço: "A paz esteja em ti!" Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó vinde libertar-nos, Senhor e nosso Deus; mostrai a vossa face e nós seremos salvos! (Sl 79,4). Evangelho (Mateus 8,5-11)
Naquele tempo, 8 5 entrou Jesus em
Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito". 7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei". 8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. 9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: 'Vai', e ele vai; a outro: 'Vem', e ele vem; e a meu servo: 'Faze isto', e ele o faz". 10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. 11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um Deus que ama e se comove com
nossas súplicas
Não dá dúvidas de que esse
evangelho põe em evidência a Fé desse Centurião, o respeito e a humildade com
que se aproximou de Jesus, chamando-o de “Senhor” e a oração de súplica que
marcou esse encontro com Jesus.
Mas não podemos deixar de refletir
também sobre o grande Amor Misericordioso de Deus que ali se manifestou em
Jesus, primeiro na pessoa daquele Centurião, mas que é um sinal desse amor
por toda a humanidade.
Note-se que Jesus não o interrogou
para saber se ele tinha Fé, se tinha vontade de ser seu discípulo, se estava
mesmo disposto a ser seu seguidor. Diante da oração de súplica, que, aliás,
não pediu nada, mas apenas constatou a grave enfermidade do servo, a
iniciativa foi de Jesus “Eu irei e o curarei”.
Pessoas ao nosso redor, muito
queridas, e na maioria das vezes nós próprios, padecemos desse “mal” do
pecado, que nos deixa paralíticos, porque impede-nos de viver o amor e de
ajudar sinceramente as pessoas em nossas relações.
Nossas orações diante de Jesus
devem ser iguais a essa oração do Centurião, para serem sinceras. Nos colocar
diante dele com nossas misérias, fraquezas e limitações, em um Espírito
contrito e orante, dando também a abertura no coração e na alma, para que Ele
possa agir com o seu poder restaurador. A mesma dificuldade do Centurião é a
nossa, pois não nos julgamos dignos de acolher em nossa vida a preciosa e
valiosa Graça Operante e Santificante, que o Senhor cheio de misericórdia nos
oferece, entretanto, tudo isso vem com a Palavra e isso nos basta para que o
esperado “Milagre” aconteça. O Centurião reconhecia o poder dessa Palavra e
estava aberto para acolhê-la, ciente de que ela produziria uma ação eficaz na
Vida do seu servo. Exatamente por isso á sua Fé é enaltecida diante dos
presentes.
Não são as nossas ações ou medidas
rigorosas, de obediência a algum preceito, que nos libertam e nos curam de
nossos “pecados” mas o Poder da Palavra do Senhor, manifestada claramente no
Verbo Divino, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.
2. Fé que leva à adesão a Jesus
Esta narrativa envolvendo o
centurião romano circulava nas primeiras comunidades cristãs em duas versões
um pouco diferenciadas. Assim temos a versão de Mateus, no evangelho de hoje,
e a de Lucas, próximas entre si, e a versão de João (cf. Jo 4,43-53) mais
diferenciada. Na narrativa de Mateus há uma preocupação de destacar a fé que
opera a cura à distância. É um estímulo ao fortalecimento da fé nas
comunidades após a morte de Jesus, que não o têm mais visivelmente presente.
Fica também em destaque o
universalismo do chamado de Jesus. A fé que leva à adesão a Jesus não está
restrita aos que se submetem à Lei que regia o Templo e as sinagogas, mas
está ao alcance de qualquer povo ou nação, sem exclusões.
Hoje tende a se consolidar uma fé
ecumênica que une as diversas religiões e igrejas, com o objetivo comum da
promoção da vida e da dignidade humana. É um caminho e uma fonte de esperança
de um mundo novo fraterno e pacífico.
Oração
Pai, que a purificação da fé predisponha-me para ir ao encontro do Senhor. Como o homem pagão, quero manifestar uma fé imensa no poder salvífico de teu Filho Jesus.
3. A ACOLHIDA DO SENHOR
O oficial romano é um exemplo de
disponibilidade para acolher o Senhor. Sendo um romano, não nutria a
esperança na vinda do Messias, como o Povo de Deus. Era um chefe militar, sob
cujas ordens estava uma centena de soldados. Tal condição colocava-o numa
situação que, com muita facilidade, poderia tê-lo levado à soberba e ao
autoritarismo. Exercendo seu cargo numa terra estrangeira, corria o risco de
mostrar-se prepotente e opressor da população local.
Entretanto, ele não se deixou levar
por nenhuma dessas tentações. O terrível sofrimento de um subalterno
paralítico tocou fundo o seu coração. Seu amor solidário manifestou-se no interesse
sincero de lutar para o seu servo obter a cura. Por isso, não receou
suplicá-la a Jesus, nem lhe pareceu inconveniente colocar-se como subalterno
e totalmente dependente do Mestre. Deste modo, ao amor pelo servo doente
juntou-se uma fé entranhada a Jesus. Fé e amor permitiram, pois, ao homem
pagão deixar a ação de Deus atuar em sua vida.
O mesmo acontece com o discípulo do
Reino: será digno de acolher o Senhor, na medida em que a fé o amor forem os
eixos de sua ação, levando-o a romper os limites do egoísmo e a sair de si,
para encontrar Jesus que passa em sua vida.
Oração
Senhor Jesus, dá-me fé e amor profundos para que, rompendo os laços do meu egoísmo, criem, no mais íntimo do meu ser, espaço para acolher-te. |
I SEMANA DO ADVENTO *
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Eis que o Senhor virá e com ele todos os seus
santos, e haverá uma grande luz naquele dia (Zc 14,5.7).
Leitura (Isaías 11,1-10)
Leitura do livro do profeta Isaías.
1 1 Um renovo sairá do tronco de
Jessé, e um rebento brotará de suas raízes.
2 Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. 3 (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; 4 mas julgará os fracos com eqüidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio. 5 A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. 6 Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; 7 a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. 8 A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. 9 Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar. 10 Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada.
Salmo responsorial 71/72
Nos seus dias, a justiça
florirá
e paz em abundância para sempre.
Dai ao rei vossos poderes, Senhor
Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
Nos seus dias, a justiça
florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
Libertará o indigente que
suplica,
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.
Seja bendito o seu nome para
sempre!
E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade. E ele há de iluminar os olhos dos seus servos. Evangelho (Lucas 10,21-24)
10 21 Naquele mesma hora, Jesus
exultou de alegria no Espírito Santo e disse: "Pai, Senhor do céu e da
terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim
foi do teu agrado.
22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". 23 E voltou-se para os seus discípulos, e disse: "Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24 pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ditosos os que veem e ouvem
Há algo inédito que os discípulos
de Jesus conseguem ver e ouvir, e que antes de ser um privilégio ou uma
conquista humana é puro Dom de Deus. Nesse evangelho, conhecimento e
Revelação têm o mesmo significado. Em Jesus Cristo o Ser Humano nesta Vida
têm a possibilidade real e única de conhecer a Deus, não como algo estranho e
alheio á natureza humana, um Ser Espacial e cósmico, estranho e inatingível,
ao contrário, um Deus bem dentro de si, nas profundezas do Homem, e que lhe
dá um novo olhar e um novo ouvir. Se antes Deus falava com os homens de
dentro de uma nuvem, ou em uma sarça ardente ou em meio ao fogo, a partir de
Jesus Ele fala de dentro do homem, dando um novo significado á sua
existência.
É isso precisamente os efeitos da
Salvação oferecida por Jesus a cada homem! Esta Salvação satisfaz a todos os
anseios humanos, liberta de todas as amarras e alienações,, cura de todas as
feridas. O Discípulo não só denuncia as estruturas que agem contrariamente a
essa Salvação, mas experimenta de modo concreto seus efeitos em sua vida pois
anuncia algo que experimentou e conhece. Os discípulos são os primeiros e
depois deles, todo aquele que crê e se permite ser atingido por essa Graça.
É esse o motivo da Alegria de
Jesus, seus discípulos ainda não são homens santos e perfeitos, de conduta
moral inabalável, virtuosos e justos, mas apesar disso já experimentam os
efeitos primeiros da Salvação que Ele trouxe e que irá consolidar-se com sua
morte e ressurreição. Através do Espírito Santo ela já vai acontecendo, em
todos os que o buscam, enquanto Deus e Senhor, como de fato Ele é, porque
assim se revela.
Sábios e inteligentes são todos os
que, por aquele tempo e nos dias de hoje, não compreenderam o que é a Salvação,
ou julgam que poderão alcança-la com o esforço humano, a prática das virtudes
e o seguimento a leis e preceitos. Os pequeninos de ontem e de hoje, são
todos os que descobriram essa Verdade, de que a Salvação é um processo
dinâmico que nos acompanha desde o nascimento até a morte, consolando o nosso
coração e alimentando a Esperança, quando nos deparamos com nossos limites e
fragilidades, quando reconhecemos que não somos capazes de nos salvar, e por
isso descobrem a cada instante, que no meio de toda essa insegurança e
incerteza, somos crianças conduzidas pela mão pelo Senhor de Nossa Vida, o
Salvador Cristo Jesus.
2. Deus acolhe os pequeninos
Lucas narra esta exultação e louvor
de Jesus ao acolher de volta os setenta e dois discípulos que foram enviados
em missão. O texto está também no evangelho de Mateus, praticamente com as
mesmas palavras no texto grego, porém em uma parte narrativa onde faz contraste
com as increpações proferidas contra as cidades que o rejeitaram.
Jesus louva o Pai, porque a missão
é destinada aos pequenos, e entre eles suas palavras são acolhidas. No
ambiente cultural do judaísmo, os pequenos eram os pobres e ignorantes da cultura
religiosa. Entre os doutos rabinos, autossuficientes, circulava a máxima:
"Um ignorante não evita o pecado, e um analfabeto não pode ser
piedoso".
Deus acolhe os pequeninos,
humildes, disponíveis e acolhedores do amor que une as pessoas e fortalece a vida.
A estes, que são bem-aventurados (makarioi), o Filho revela o Pai, dando-lhes
uma sabedoria que resulta da experiência do amor. Esta sabedoria revelada aos
pequeninos escapa ao controle dos sábios e doutos que fiscalizam e controlam
as doutrinas e a fé.
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda de tua graça.
3. A FELICIDADE DE VER O
MESSIAS
Os discípulos foram declarados
felizes por terem visto e reconhecido o Messias Jesus. Esta felicidade foi
ansiada, ao longo da história de Israel, por "muitos profetas e
reis" que nutriam a esperança de vê-lo. O desejo deles, porém, não foi
realizado.
Entretanto, a graça de ver o
Messias tem dois pressupostos. O primeiro diz respeito à ação divina como
propiciadora desta experiência. Só pode reconhecer o Messias, Filho de Deus,
aquele a quem o Pai o quiser revelar. A simples iniciativa ou a curiosidade
humana são insuficientes. O máximo que se poderá alcançar é a visão da
realidade humana do Messias, seu aspecto exterior e suas características
secundárias. Sua verdadeira identidade de Filho de Deus só pode ser conhecida
por aqueles a quem o Pai revelar. Privado deste dado fundamental, esse
conhecimento da pessoa do Messias Jesus esvazia-se e perde toda a sua
relevância.
O segundo pressuposto refere-se à
postura espiritual de quem recebe a graça de reconhecer o Messias. Somente os
simples e pequeninos, os não contaminados pelo espírito de soberba próprio
dos sábios e entendidos deste mundo, é que terão acesso a este conhecimento elevado.
O que os sábios em vão buscam conseguir, aos pequeninos é revelado
diretamente por Deus. Estes têm a felicidade de ver e ouvir o Messias e
predispor-se a acolher o Reino proclamado por ele.
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda de tua graça. |
Liturgia da Quarta-Feira
I SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O Senhor vai chegar, não tardará: há de
iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará a todos os povos (Hab 2,3;
1Cor 4,5).
Leitura (Isaías 25,6-10)
Leitura do livro do profeta Isaías
25 6 O Senhor dos exércitos
preparou para todos os povos, nesse monte, um banquete de carnes gordas, um
festim de vinhos velhos, de carnes gordas e medulosas, de vinhos velhos
purificados.
7 Nesse monte tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações, 8 e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo, porque o Senhor o disse. 9 Naquele dia dirão: "Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por seu socorro", 10 porque a mão do Senhor repousa neste monte, enquanto que Moab é pisada no seu lugar como pisada é a palha no monturo.
Salmo responsorial 22/23
Na casa do Senhor habitarei pelos
tempos infinitos.
O Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes Ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha E restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro
Pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, Nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, Eles me dão a segurança!
Preparais à minha frente uma mesa,
Bem à vista do inimigo Com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de
seguir-me
Por toda a minha vida; E, na casa do Senhor, Habitarei pelos tempos infinitos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o Senhor há de vir a fim de salvar o seu povo; felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro. Evangelho (Mateus 15,29-37)
15 29 Jesus saiu daquela região e
voltou para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se
ali.
30 Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, 31 de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. 32 Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: "Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho". 33 Disseram-lhe os discípulos: "De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão?' 34 Pergunta-lhes Jesus: "Quantos pães tendes?" "Sete, e alguns peixinhos", responderam eles. 35 Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, 36 tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão. 37 Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quando o “pouco” vira um
banquete
Para a gente pobre de Israel, que
tomavam apenas uma refeição principal ao dia, falar de um banquete era
estimular o seu imaginário, é como aquele Pai de família que tem um salário
bem modesto, filhos pequenos e que faz malabarismos para passar o mês. Quando
tem diante de si alguma festa onde há fartura de alimentos, ele e toda a
família se alegra.
Na concepção judaica, Salvação era
prosperidade de bens materiais e alimentação farta para todos. Alguns
profetas, entre eles Isaias, primeira leitura de hoje, vivem aguçando o
imaginário do povo, com a ideias de um Deus que dará um grande banquete no
alto de um montanha, onde todos serão convidados.Mas não é só isso, Deus vai
acabar com a morte e a tristeza daquele povo, acabando também com a sua
desonra. No exílio tornaram-se um povo desamparado, causa de vergonha e humilhação
que passavam. “Confiou no seu Deus, que ele venha salvá-lo” , essas palavras
sobre o povo, foram também ditas aos pés da cruz, referindo-se a Jesus
Crucificado.
Mateus neste evangelho mostra
exatamente que em Jesus o tempo Novo chegou o tempo de um Deus que se
compadece e cura todos os males, de um Deus que sacia a fome do seu povo.
É no alto de uma montanha que Jesus
assenta-se e em seguida cura as multidões que o procuram, formada por coxos,
aleijados, cegos, mudos e outros doentes. Em seguida Jesus manifesta
compaixão pela fome do seu povo e de sete pães e alguns peixinhos, faz um
verdadeiro banquete. É o sonho do profeta Isaias se realizando.
Na prática a liturgia nos mostra
que a Salvação não é algo que só vai chegar no pós morte, pois nosso Deus presente
em Jesus está agindo continuamente no meio do seu povo. A Vida Nova vem do
Amor e o Amor de Deus nunca é pouca coisa, mas fartura, exagero, sacia a
todos e ainda sobras 12 cestos. Por isso ninguém se iluda achando que Vida
Nova que traz alegria sem fim, provém do “muito” que o materialismo pode nos
oferecer.
No Dom da Fé, do nosso “pouco” Deus
faz muito, como neste evangelho.
2. Jesus entre os gentios
Jesus, desde o início de seu
ministério, dirige-se a judeus e a gentios, fazendo discípulos entre eles.
Neste texto de Mateus temos, de início, um resumo das atividades de Jesus
entre os gentios. Jesus mantém-se em contato com as multidões, o que seria
uma impureza do ponto de vista do judaísmo. As diversas curas de Jesus são
sinais de sua ação libertadora da opressão e da exclusão. Já ocorrera uma
partilha dos pães na área de influência do judaísmo, onde Jesus
"abençoa" (uso hebraico) os pães (Mt 14,19).
Agora a partilha dos pães se dá no
próprio território gentílico, e Jesus "dá graças" (uso grego) ao
partir o pão. Comendo com os gentios, Jesus revela que o banquete do Reino é
para todos.
Oração
Pai, a acolhida que teu Filho Jesus me dispensa deve mudar profundamente o meu coração. Que eu seja transformado por ele e me torne mais disponível para ti.
3. OS POBRES BUSCAM O SENHOR
Foram os pobres os primeiros a
contar com Jesus. Reconheceram seu poder de restaurar a vida e de curar toda
sorte de doença e enfermidade. Coxos, aleijados, cegos, mudos e tantos outros
aproximavam-se de Jesus, na esperança de serem curados, porque tinham a
certeza de que um poder divino atuava por intermédio dele. E, por isso, davam
glória ao Deus de Israel.
A pobreza e a marginalização
levavam-nos a esperar a intervenção de Deus na História, por meio do Messias
anunciado pelos profetas, o qual iria restituir a fala aos mudos, curar os
aleijados, fazer os coxos andarem e os cegos enxergarem. Tudo isto eles viam
acontecer na ação de Jesus, a quem reconheciam como o Messias.
Não se notava nos ricos a mesma
sensibilidade dos pobres. Aqueles não precisavam de Jesus, nem de Deus, pois
se bastavam a si mesmos. Depositavam sua confiança nos bens que possuíam. Não
tinham tempo para perceber a ação amorosa de Deus, em benefício da
humanidade. Sendo assim, a pessoa de Jesus e sua ação taumatúrgica nada
representavam para eles. Quiçá o tomassem por um milagreiro qualquer.
Enquanto os pobres buscavam, encontravam e reconheciam o Senhor, os ricos, em
sua insensatez, ficavam à margem da ação de Deus na história humana.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a simplicidade e a sensibilidade dos pobres, para reconhecer-te como Mediador do amor do Pai pela humanidade. |
I SEMANA DO ADVENTO *
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Estais perto, Senhor, e todos os vossos
caminhos são verdadeiros. Desde muito aprendi que vossa aliança foi
estabelecida para sempre (Sl 118,151s).
Leitura (Isaías 26,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
26 1 Naquele tempo será cantado
este cântico na terra de Judá: "Nós vimos uma cidade forte, em que se
pôs por proteção muro e antemuro.
2 Abri as portas, deixai entrar um povo justo, que respeita a fidelidade, 3 que tem caráter firme e conserva a paz, porque tem confiança em vós. 4 Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o rochedo perene. 5 Ele derrubou os que habitavam nas alturas e destruiu a cidade soberba; derrubou-a por terra e ao nível do chão a reduziu. 6 Ela é calcada aos pés pela plebe, sob os passos dos indigentes".
Salmo responsorial 117/118
Bendito é aquele que vem vindo em
nome do Senhor!
Daí graças ao Senhor, porque ele é
bom!
"Eterna é a sua misericórdia!" É melhor buscar refúgio no Senhor Do que pôr no ser humano a esperança; É melhor buscar refúgio no Senhor do que contar com os poderosos deste mundo!"
Abri-me vós, abri-me as portas da
justiça;
Quero entrar para dar graças ao Senhor! "Sim, esta é a porta do Senhor, Por ela só os justos entrarão"! Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes E vos tornastes para mim o Salvador!
"Ó Senhor, dai-nos a vossa
salvação;
Ó Senhor, dai-nos também prosperidade!" Bendito seja, em nome do Senhor, Aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto está perto! (Is 55,6). EVANGELHO (Mateus 7,21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 7 21 "Nem todo aquele que me diz: ´Senhor, Senhor´, entrará
no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos
céus.
24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. 28 Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. 29 Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Cristãos marca Denorex
“Denorex” era a marca de um Shampoo anti caspa, com um forte cheiro de
remédio, que era muito falado nos finais dos anos 80, pelo fato de parecer
remédio, mas não passava de um shampoo comum como os demais. O evangelho de
hoje nos apresenta o perigo de sermos Cristãos Denorex...
São os empolgados pela Fé em Jesus
Cristo, os convertidos de última hora, que cheios de entusiasmo começam a
frequentar as comunidades, são os que fazem questão de uma prática
formalista, pois precisam provar aos outros que são cristãos, conheci um
desses tipo que andava rezando o terço pelas ruas da cidade e só tinha um
pequeno detalhe, o tal erguia a mão direita acima da cabeça, para que todos
vissem o terço que ele segurava.
Rezar o terço é uma ótima prática
cristã, mesmo na rua, porém de maneira discreta pois as pessoas n ao precisam
saber que estamos rezando o terço.
Quando se quer auto afirmar-se como
cristão, com práticas e formalismo religioso, corre-se sempre o risco do
tombo ser maior, pois no dia em que as enxurradas da vida, as tempestades e
vendavais caírem sobre nós, como diz o evangelho, iremos cair e a ruína será
total.
Então por que temos que participar
da Santa Missa e celebrações, fazer orações com a comunidade, rezar o terço,
fazer visitas ao Santíssimo, será que tudo isso de nada adianta? Se não
tivermos uma raiz, uma base sólida onde apoiamos a nossa Vida de Cristãos,
todas essas coisas realmente de nada irão adiantar pois elas são sinais
daquilo que está por dentro, uma casa sem alicerce não resistirá as
interpéries, uma árvore sem raiz vai tombar na primeira ventania, um Cristão
sem Espiritualidade autêntica, não irá resistir nas revezes da Vida.
Casais que se separam, irmãos que
de repente abandonam a Igreja ou a trocam por outra, Agentes de Pastoral da
Vanguarda, que um belo dia são descobertos por atitudes totalmente contrárias
ao Espírito Cristão, vocações religiosas de Ministros da Igreja ou
Consagrados que da noite para o dia acabam em nada, enfim, irmãos que até
deram um belíssimo testemunho no ECC ou em outros movimentos da Igreja,
causando alegria e admiração nos demais, até que um dia abandonam tudo,
igreja, movimento, Família, e a Casa cai em ruínas.
O Cristão autêntico têm plena
consciência da sua fragilidade, suas fraquezas e limites, mas caminha
depositando toda sua confiança na Graça de Deus, sem muito alarde e
Merchandising na vida em comunidade. Do jeitinho mineiro trabalham em
silêncio e jamais se abalam diante de acontecimentos desconcertantes, em sua
vida ou na vida da comunidade.
Assim agem porque Cristo Jesus é a
Rocha firme na qual embasam todo seu cristianismo e disso jamais abrem mão.
São Cristãos autênticos e não o nosso velho e conhecido “Denorex”, o tal que
parece... Mas não é!
2. O caminho para Jesus é a
prática do bem
A fala inicia-se com uma
contundente antítese entre o louvor que enche de satisfação o fiel e a
exigência da prática perseverante da vontade do Pai do céu, revelada nas
palavras e no testemunho de Jesus. As invocações, as profecias, a expulsão de
demônios, os milagres não são o caminho para a união com Deus. O caminho é a
prática da justiça, da fraternidade, da partilha, tudo a serviço da vida,
principalmente dos mais desamparados, empobrecidos e excluídos.
Muitos que realizam ações
extraordinárias, desdobrando-se em louvores ao Senhor, na realidade estão
buscando sua própria glória e prestígio, como os fariseus que faziam longas
orações diante do povo para se aparentarem como piedosos e justos.
O primado do "fazer a vontade
do Pai" como sendo o caminho para a união com Deus é uma característica
do evangelho de Mateus e, principalmente, do evangelho de João. Fazer a
vontade do Pai resulta em transformar-se em sede da morada do Pai e do Filho
com a participação na vida eterna.
Oração
Espírito que move a praticar a Palavra, que eu não proclame minha fé só com a boca, e sim, com a plena vivência da vontade do Pai celeste, expressa nas palavras de Jesus.
3. DAS PALAVRAS À AÇÃO
A autêntica adesão a Jesus e a
profissão de fé em sua condição de enviado do Pai encontra sua verdadeira
expressão na vida do discípulo, e não apenas em suas muitas palavras. Estas,
ainda que belas, nem sempre manifestam uma vida vivida segundo o querer de
Jesus e a proposta de Reino por ele proclamada. Ele mesmo denunciou, na vida
dos discípulos, o descompasso entre falar e viver. Gritar "Senhor,
Senhor" não garante a entrada no Reino dos Céus. Somente entrará neste
Reino quem se esforçar para fazer a vontade do Pai, conforme nos ensinou
Jesus.
Daqui decorrem dois tipos de
atitudes possíveis ao discípulo de Jesus. A primeira consiste em ouvir a
Palavra de Deus e praticá-la com sinceridade. Os percalços da vida
encarregar-se-ão de verificar a solidez e a profundidade da fé do discípulo.
Quem sair ileso das perseguições, dificuldades e provações, mantendo-se fiel
a Jesus, terá dado provas da consistência de sua fé e de sua adesão ao Reino.
A segunda atitude consiste em professar-se discípulo do Reino, mas sem o
empenho de viver em conformidade com a fé professada. A superficialidade
desta adesão ao Reino revelar-se-á assim que surgir a primeira crise, por
causa da fé.
Só o discípulo fiel, alicerçando
sua vida na vontade do Pai, supera, incólume, as provações da fé.
Oração
Senhor Jesus, que eu seja bastante prudente para colocar em prática tuas palavras e, assim, não sucumbir, quando minha fé for provada. |
I SEMANA DO ADVENTO *
SANTO AMBRÓSIO - BISPO E DOUTOR
Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo
o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Leitura (Isaías 29,17-24)
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor Deus: 29 17
"Acaso, dentro de mui pouco tempo, não será o Líbano convertido em
vergel, e o vergel não passará por floresta?
18 Naquele tempo os surdos ouvirão as palavras de um livro; e, livres da obscuridade e das trevas, os olhos dos cegos verão. 19 Os humildes encontrarão cada vez mais ventura no Senhor e os homens mais pobres, graças ao Santo de Israel, estarão jubilosos. 20 Pois não haverá mais tiranos, já terá desaparecido o cético, e todos os que planejavam o mal serão exterminados; 21 os que, por uma palavra, acusam os outros; os que, à porta, procuram enganar o juiz e por um nada fazem o inocente perder sua causa". 22 Por isso eis o que disse o Senhor, o Deus da casa de Jacó, que resgatou Abraão: "Daqui em diante Jacó não será mais confundido, e seu rosto não mais empalidecerá, 23 porque, quando virem nele minha obra, bendirão o meu nome. Glorificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel. 24 Os espíritos desencaminhados aprenderão sabedoria, e os que murmuravam receberão instrução".
Salmo responsorial 26/27
O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contempla-lo no seu templo.
Sei que a bondade do Senhor eu hei
de ver
na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade, E ele há de iluminar os olhos dos seus servos! EVANGELHO (Mateus 9,27-31)
9 27 Partindo Jesus dali, dois
cegos o seguiram, gritando: "Filho de Davi, tem piedade de nós!"
28 Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: "Credes que eu posso fazer isso?" "Sim, Senhor", responderam eles. 29 Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: "Seja-vos feito segundo vossa fé". 30 No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: "Vede que ninguém o saiba". 31 Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Especial: Cura dos cegos
repercute na comunidade!
___ Você é da comunidade de Mateus?
___ Sim, pertenço a essa comunidade desde o seu início ___O episódio desses dois cegos do evangelho de hoje, o que significou para vocês? ___Na nossa comunidade e também fora dela, predominavam os Judeus e a maioria deles, os mais conservadores não viam em Jesus de Nazaré os sinais messiânicos de que falavam as escrituras através dos profetas... ___Mas esses dois cegos o chamaram de “Filho de Davi” .... ___Pois aí é que está... Os dois que estavam á margem do ambiente religioso, justamente por causa da sua deficiência visual, conseguem “enxergar” em Jesus, algo que os perfeitos da religião judaica não conseguiam enxergar, creem nele enquanto Messias, o Salvador....e legitimam esse título quando o chamam de Filho de Davi. ___Mas e a cura física, não é ela que aparece como o grande milagre realizado por Jesus? ___Olha, na nossa comunidade tinham deficientes visuais, mas não foi nenhum deles que Jesus curou, o que não significa que eles não tinham fé, ou que Jesus tinha má vontade de curá-los.... ___Mas então você não conheceu esses dois cegos que começaram a ver naquele dia? ___Sinceramente não. Mas na comunidade tinham pessoas, mesmo vindos do Judaísmo, que acreditavam em Jesus e junto aos apóstolos davam continuidade á sua missão. Viam nele o Messias prometido, aquele que lhes trouxera uma Salvação que não passava pela questão do Poder institucionalizado, nem da Supremacia de um Povo, nem do Poder de um Rei Libertador. Eles sentiam no coração alegria de terem sidos libertos da “Cegueira Espiritual” dos seus Líderes, e agora viam um mundo totalmente renovado, onde estava presente o Reino que Jesus havia inaugurado... ___Mas Mateus teria então inventado essa história? Jesus não curou cego algum? Se for assim, muitas pessoas aqui do nosso tempo, vão deixar de acreditar... ___Claro que Jesus realizou “milagres”, curou cegos, fez andar paralíticos, ressuscitou mortos, fez mudos falarem e aí no seu tempo também com certeza continua a realizar tais milagres. Entretanto...os milagres aqui do nosso tempo e aí do tempo de vocês, serão sempre sinais de uma Realidade maior que é o Reino de Deus presente na humanidade. A pessoa curada descobre isso e passa a ser discípulo missionário, exatamente como aconteceu na vida desses dois Ex Cegos, que bem antes da cura já viam Jesus com os olhos da Fé presente no coração.
2. O Milagre para fortalecer a fé
Mateus cria aqui, com algumas
adaptações, uma duplicata de sua narrativa em 20,29-34, na qual dois cegos
são curados em Jericó. Em Marcos e Lucas, nesta mesma narrativa, trata-se de
apenas um cego (cf. 19 nov.). Com a duplicata, Mateus completa um bloco de
dez milagres, narrados em vista de fortalecer a fé, preparando o discurso
apostólico, apresentado em seguida. Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão.
Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi".
A tradição da volta de um
descendente de Davi, messias, para restaurar a glória de Israel tem um
caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do judaísmo que surgiu a
partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por essa
ideologia do poder. Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos
cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos,
atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem. Abrir os olhos aos cegos
é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos
profetas (cf. Lc 4,16-19).
A advertência para manter segredo
("segredo messiânico") parece ser uma criação do evangelista, tendo
suscitado várias interpretações.
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
3. A CURA PELA FÉ
A cura dos cegos pode ser
considerada sob dois aspectos. No aspecto físico, a recuperação da vista
representou para eles o descortinar de uma perspectiva nova de existência, para
além da exclusão e do estigma social de serem tidos como punidos por Deus por
causa de pecados próprios ou alheios. Realizar isto já seria um gesto
espetacular de Jesus. Entretanto, aconteceu, também, uma outra transformação
na vida daqueles homens: a cura da cegueira espiritual. Esta libertação
possibilitou-lhes reconhecer Jesus como o Filho de Davi, ou seja, o Messias
esperado, e os levou a recorrer a ele na certeza de serem curados. O pedido
desses dois cegos foi aceito, porque acreditaram em Jesus e em seu poder.
Só é possível reconhecer o Senhor,
na medida em que a cegueira é superada. Isto acontece quando o discípulo
recorre ao Mestre e, uma vez curado da cegueira espiritual, torna-se capaz de
perceber sua condição messiânica, sem se deter nas aparências exteriores.
Ademais, consegue confessá-lo como a presença da misericórdia divina na
história humana e a concretização da esperança do povo.
Como os dois cegos, o discípulo deve sempre suplicar ao Senhor para ser curado de sua cegueira espiritual.
Oração
Senhor Jesus, liberta-me da cegueira que me impede de recorrer a ti como a presença da misericórdia de Deus em minha vida. |
IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
Antífona da entrada: Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e
minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como
a noiva ornada de suas jóias (Is 61,10).
Primeira Leitura (Gênesis
3,9-15.20)
Leitura do livro do Gênesis.
3 9 Mas o Senhor Deus chamou o
homem, e disse-lhe: "Onde estás?"10 E ele respondeu: "Ouvi o
barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e
ocultei-me."11 O Senhor Deus disse: "Quem te revelou que estavas
nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido
de comer?"12 O homem respondeu: "A mulher que pusestes ao meu lado
apresentou-me deste fruto, e eu comi."13 O Senhor Deus disse à mulher:
Porque fizeste isso?" "A serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu
comi."
14 Então o Senhor Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. 15 Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar." 20 Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes.
Salmo responsorial 97/98
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
porque ele fez prodígios!
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
Segunda Leitura (Efésios
1,3-6.11-12)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
1 3 Bendito seja Deus, Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual
em Cristo,
4 e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. 5 No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, 6 para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado. 11 Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, 12 para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo! (Lc 1,28) Evangelho (Lucas 1,26-38)
1 26 No sexto mês, o anjo Gabriel
foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo". 29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33 e o seu reino não terá fim". 34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?" 35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível". 38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Imaculada Conceição de Maria
(O Dogma da Imaculada Conceição,
proclamado pelo Papa Pio IX em 1854 não faz de Maria uma deusa, mas mostra
que em sua pessoa Jesus antecipou a Salvação, livrando-a da mancha do pecado
original.Aos poucos Maria foi descobrindo isso, depois dela as comunidades
cristãs também o descobriram em suas devoções marianas, só então a Igreja
reconheceu e proclamou solenemente esse Dogma)
Depois do nome, a referência mais
importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter
uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade,
sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de
quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita
trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá
acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais
famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores
impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma
nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito,
pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do
Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o
esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi,
ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres,
alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou
decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam
ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e aguentar as
consequências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre
Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica
assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da
história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer
de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas
humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas
fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos,
incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de
Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso,
José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria?
Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto
de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida.
Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava
o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se
abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma
fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o
questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão
bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas
nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando
não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é
que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de
aceitar porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido,
quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão
acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um
sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá
conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é
preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais
fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela
aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que
fosse condenada á morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se
em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e
entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia idéia
do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai
acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como
Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e
silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a
decisão em favor de Jesus e seu reino...
2. O Divino e o humano se encontram
Na festa de hoje, a Igreja comemora
a concepção de Maria, fruto da união amorosa entre seus pais, Ana e Joaquim.
A esta festa articula-se a festa da Natividade de Nossa Senhora, celebrada
nove meses depois, no dia 8 de setembro. "Imaculada conceição
(concepção)" significa que Maria foi concebida sem o pecado original,
segundo o dogma proclamado por Pio IX em 1854. Maria, por sua vez, em torno
de seus quinze anos, conceberá Jesus, conforme a narrativa exclusiva do
evangelho de Lucas.
Através de Maria, em Jesus, Deus
assume a humanidade, comunicando-lhe a filiação divina e a vida eterna.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.
3. ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA
A saudação do anjo Gabriel
surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade
sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher sem maiores pretensões do
que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas
sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal,
que méritos tinha para ser uma "agraciada", "plena da
graça" divina?
Maria estava longe de compreender o
projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior
não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha
sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias.
Livre de toda forma de orgulho e autosuficiência, Maria podia abrir seu
coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do
Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de
salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se
tornar "escrava do Senhor", e permitir que a vontade divina
acontecesse em sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os
olhares de Deus!
Tudo quanto o anjo comunicara a
Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava sua capacidade de
pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser
prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe
permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo
anjo.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade. |
Liturgia do Domingo 09.12.2012
2º Domingo do Advento — ANO C (ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – II SEMANA DO SALTÉRIO) __ "Preparai o caminho do Senhor! Caminhai no caminho do Senhor!" __
Ambientação:
(Valorizar os símbolos do Advento:
coroa, velas, manjedoura vazia...)
Sejam bem-vindos amados irmãos e
irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL
PULSANDINHO: Já estamos no segundo domingo
do Advento, palavra que significa "vinda, chegada". É tempo,
portanto, de conversão, meditação e oração. A liturgia de hoje sacudirá o
comodismo de quem se contenta com uma vida qualquer ou seguem vozes que não
conduzem a lugar algum. Sacudir o comodismo significa se colocar numa atitude
de quem deseja não somente preparar o caminho do Senhor, mas também colocar o
pé na estrada que favorece o encontro com Jesus Cristo, não se acanhando
diante dos montes e colinas que impedem o encontro com Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O
POVO DE DEUS: Neste domingo damos mais
um passo na celebração do Mistério da Salvação. Acende-se a segunda vela da
coroa do Advento, em sinal de acolhimento ao mistério do Filho de Deus, o
Amor encarnado. Neste sentido, atendamos ao apelo que a Igreja nos faz pela
Coleta Nacional para a Evangelização, a ser realizada no próximo domingo. Por
meio da oração e de gestos concretos desta natureza nos preparamos para
celebrar o Natal do Senhor.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Podemos situar o tema deste domingo à
volta da missão profética. Ela é um apelo à conversão, à renovação, no
sentido de eliminar todos os obstáculos que impedem a chegada do Senhor ao
nosso mundo e ao coração dos homens. Esta missão é uma exigência que é feita
a todos os baptizados, chamados – neste tempo em especial – a dar testemunho
da salvação/libertação que Jesus Cristo veio trazer. O Evangelho
apresenta-nos o profeta João Baptista, que convida os homens a uma
transformação total quanto à forma de pensar e de agir, quanto aos valores e
às prioridades da vida. Para que Jesus possa caminhar ao encontro de cada
homem e apresentar-lhe uma proposta de salvação, é necessário que os corações
estejam livres e disponíveis para acolher a Boa Nova do Reino. É esta missão profética
que Deus continua, hoje, a confiar-nos. A primeira leitura sugere que este
"caminho" de conversão é um verdadeiro êxodo da terra da escravidão
para a terra da felicidade e da liberdade. Durante o percurso, somos
convidados a despir-nos de todas as cadeias que nos impedem de acolher a
proposta libertadora que Deus nos faz. A leitura convida-nos, ainda, a viver
este tempo numa serena alegria, confiantes no Deus que não desiste de nos
apresentar uma proposta de salvação, apesar dos nossos erros e dificuldades.
A segunda leitura chama a atenção para o facto de a comunidade se dever
preocupar com o anúncio profético e dever manifestar, em concreto, a sua
solidariedade para com todos aqueles que fazem sua a causa do Evangelho.
Sugere, também, que a comunidade deve dar um verdadeiro testemunho de
caridade, banindo as divisões e os conflitos: só assim ela dará testemunho do
Senhor que vem.
Sintamos o júbilo real de Deus em
nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao
Senhor!
2ª SEMANA DO ADVENTO — ANO LITÚRGICO "C"
Antífona da entrada: Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as
nações! E, na alegria do vosso coração, soará majestosa a sua voz (Is
30,19.30).
Primeira Leitura (Baruc 5,1-9)
Leitura do livro do profeta Baruc.
Comentário das Leituras: O exílio se apresenta como um fato estranho
na vida do povo, e de cada pessoa. Deus realiza um novo êxodo, trazendo quem
vive longe da vida. A condição para participar do caminho que conduz à
libertação é ouvir a voz que clama nos desertos da vida.
5 1 Tira, Jerusalém, a veste de
luto e de miséria; reveste, para sempre, os adornos da glória divina.
2 Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus, e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno. 3 Deus vai mostrar à terra, e sob todos os céus, teu esplendor. 4 Eis o nome que te é dado por Deus, para todo o sempre: "Paz da Justiça e Esplendor do temor a Deus!" 5 Ergue-te, Jerusalém, galga os cumes e olha para o oriente! Olha: ao chamado do Altíssimo, reúnem-se teus filhos, desde o poente ao levante, felizes por se haver Deus lembrado deles. 6 Quando de ti partiram, caminhavam a pé, arrastados pelos inimigos. Deus, porém, tos devolve, conduzidos com honras, quais príncipes reais, 7 porque Deus dispôs que sejam abaixados os montes e as colinas, e enchidos os vales para que se una o solo, para que Israel caminhe com segurança sob a glória divina. 8 As florestas e as árvores de suave fragrância darão sombra a Israel, por ordem do Senhor. 9 Em verdade, é o próprio Deus quem conduz Israel, pleno de júbilo no esplendor de sua majestade, pela sua justiça, pela sua misericórdia!
Salmo responsorial 125/126
Maravilhas fez conosco o
Senhor,
exultemos de alegria!
Quando o Senhor reconduziu nossos
cativos,
parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
Entre os gentios se dizia:
Maravilhas
fez com eles o Senhor!" Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com alegria.
Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
Segunda Leitura (Filipenses
1,4-6.8-11)
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
1 4 Em todas as minhas orações,
rezo sempre com alegria por todos vós,
5 recordando-me da cooperação que haveis dado na difusão do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6 Estou persuadido de que aquele que iniciou em vós esta obra excelente lhe dará o acabamento até o dia de Jesus Cristo. 8 Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo! 9 Peço, na minha oração, que a vossa caridade se enriqueça cada vez mais de compreensão e critério, 10 com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, 11 cheios de frutos da justiça, que provêm de Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Toda a carne há de ver a salvação do nosso Deus (Lc 3,4.6). EVANGELHO (Lucas 3,1-6)
3 1 No ano décimo quinto do reinado
do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes
tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de
Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina,
2 sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João, filho de Zacarias. 3 Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados, 4 como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: "Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 5 Todo vale será aterrado, e todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver torto, e os caminhos escabrosos serão aplainados. 6 Todo homem verá a salvação de Deus'".
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Silêncio após comunhão
Após a comunhão, a comunidade entra
num importante, rico e denso silêncio, que possibilita o louvor e o
agradecimento. Nesse momento, deve cessar toda palavra, todo movimento e todo
canto para dar lugar apenas à meditação, ao recolhimento e à suplica. Esse
tempo de silêncio é seguido pela oração após comunhão, que conclui a terceira
parte da missa.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Rx - Is 35,1-10; Sl 84 (85); Lc 5,17-26 3ª Rx – Is 40,1-11; Sl 95 (96); Mt 18,12- 4ª Br – Gl 4,4-7; Sl 95 (96); Lc 1,39-47 5ª Vm - Is 41,13-20; Sl 144 (145); Mt 11,11-15 6ª Br - Is 48,17-19; Sl 1; Mt 11,16-19 Sb Rx – Eclo 48,1-4.9-11; Sl 79 (80); Mt 17, 1010-13 3º DOM. DO ADVENTO Sf 3,14-18A; Cânt.: Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R/.6); Fl 4,4-7; Lc 3,10-18 (Testemunho de João Batista)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A VIDA NOVA QUE VEM DO
DESERTO
Somos um povo acostumado a
“mudanças” que só vem de cima para baixo, governantes e legisladores é que
deve preocupar-se com o que precisa ser mudado “Eles ganham uma fortuna, fora
o que roubam, justamente para pensar em mudanças que melhorem a nossa vida” –
comentou uma vizinha, bastante exaltada, sobre esse tema. Este pensamento não
é de todo errado, as pessoas não têm tempo para nada, trabalho e
estudo, correria do dia a dia, como é que vai ter tempo para parar e refletir
sobre a realidade política e econômica? “Essa cambada de inúteis tem que
fazer pelo menos isso, por isso que a gente os coloca lá” – completou a
vizinha.
Entretanto é um pensamento
perigoso, porque eles se tornam a nata pensante, e resto da população tem
mais é que produzir. Quando não temos tempo para pensar, ou achamos uma perda
de tempo preocupar-se com a política, economia e outras questões sociais, a
classe política fica super feliz, porque pensam,decidem e fazem mudanças, com
a nossa total aprovação. E assim somos constantemente manipulados na área
econômica, nas decisões políticas, e a maioria acha que está “tudo lindo e
maravilhoso”.
Acontece que quando Deus interfere
na história, não segue essa lógica humana, pois Deus não concorda com essa
história, de que a possibilidade de mudar alguma coisa está unicamente nas
mãos dos que nos governam e legislam.
Deus não precisa pedir o aval das
instituições, mesmo as religiosas, para agir na história. Ele não desvia a
sua atenção da vida do povo um só momento, pois é no coração desse povo que
ele faz nascer a esperança e o desejo de mudança, por isso, governante e
legislador que é sábio, está sempre atento ao clamor que vem do coração do
povo.
João Batista poderia ser um
sacerdote, como seu pai Zacarias, e viver tranqüilo, na instituição do
templo, poderia acomodar-se e até ser um bom sacerdote. Mas, tocado pelo
Espírito de Deus, começou a perceber que havia algo de errado na estrutura
política, econômica, social e religiosa daquele tempo, por isso foi viver no
deserto, não para tornar-se um alienado e empreender uma espécie de fuga, mas
para fazer uma releitura da história de Israel, resgatando valores morais que
já se tinham perdido, na relação entre as pessoas. Deus lhe dirige a sua
palavra e João começa a falar de mudanças, que não deverão vir de cima para
baixo, mas sim de dentro para fora, do fundo do coração, tocado pelo
arrependimento sincero, pois ele sabe que o coração do homem é o caminho mais
fácil para Deus intervir na história.
Deserto é lugar de reflexão, de
encontro e experiência com Deus, foi na caminhada do deserto, que se formou o
povo de Deus, e o rio Jordão foi o último desafio a ser superado para
entrarem na terra das Promessas, onde corria leite e mel. Este caminho
tortuoso que tem que ser endireitado, este vale e montanha, qual barreira
intransponível, está no coração do homem, é aí que deve começar a mudança, e
este desafio de mudar, vem do agir de Deus, através do Espírito Santo, mas
também supõe o esforço do homem, e quando Deus e o homem se unem em um
projeto, o milagre acontece.
Enquanto cristãos membros da
Igreja, podemos imitar o precursor João Batista, e ter dentro de nós esse
deserto onde nos encontramos com Deus, onde a sua Palavra nos é dirigida, mas
isso é possível se aceitarmos o desafio de derrubar toda e qualquer barreira
existente em nosso coração. Parece ser exatamente esse o grande convite da
Liturgia nesse segundo domingo do nosso advento.Certamente que a organização
de um povo, em torno de um ideal humano que busque a justiça, a igualdade e a
fraternidade, na relação com o outro, e mesmo entre as nações, é válido e
deve merecer o apoio e o incentivo de todos os cristãos e homens de bem, entretanto,
o cristão deve ter bem claro que o Reino que Jesus plantou em meio a
humanidade, tem os seus próprios valores e princípios, e não precisa jamais
de qualquer ideologia humana, para realizá-lo.
Portanto, conversão é algo pessoal,
eu permito que a força da graça de Deus, aplaine o meu coração, endireite os
caminhos tortuosos, preencha o vazio de tanto egoísmo, que me impede de olhar
para o outro, que derrube por terra a montanha da indiferença, que me separa
das pessoas. E acima de tudo, ter sempre a consciência de essa mudança é dom
de Deus, e obra iniciada pela Salvação que Cristo nos trouxe, e que um dia,
ele próprio a conduzirá á perfeição. Não esperemos muito das nossas
instituições, elas só serão transformadas, quando as pessoas mudarem, e isso
só ocorrerá quando eu me converter. Caso contrário, o cristianismo continuará
a ser para muitos uma grande ilusão...
2. Início do ministério de João
Seguindo um estilo literário usual da cultura grega, em seu tempo, Lucas, no prólogo de seu evangelho, afirma sua intenção de escrever "de modo ordenado" a sucessão dos fatos relativos a Jesus de Nazaré. Com isto ele pretende realçar o caráter histórico do acontecimento de Jesus. Contudo, na realidade, em seus textos, o caráter teológico lucano prevalece sobre o caráter histórico, deixando transparecer a sua interpretação pessoal.
Após as narrativas de infância de
João Batista e de Jesus, Lucas procura situar, no tempo, o início do
ministério de João, referindo-se a algumas datas dos governantes
contemporâneos, tanto no poder civil como no poder religioso. Embora haja
certa ambiguidade nestas datas, a intenção de Lucas, com estes marcos
cronológicos, é inserir na própria história os acontecimentos envolvendo
Jesus e, em Atos dos Apóstolos, as primeiras comunidades.
João prega no deserto, além-Jordão,
isto é, fora da Judeia. Conforme a tradição criada pelo Primeiro Testamento,
o "povo eleito" libertara-se da escravidão no Egito, dirigindo-se
ao deserto em busca da terra prometida. Agora, João lidera a libertação em
relação ao poder religioso do Templo e do sacerdócio de Jerusalém voltando ao
deserto, invertendo e preparando "o caminho do Senhor" para uma
nova terra, o Reino de Deus. Aquela que era considerada a terra prometida
(primeira leitura), Israel, com sua teocracia, na realidade tornou-se uma
terra de opressão e exploração da parte dos chefes de Israel sobre o povo.
Lucas não dá grande realce ao
batismo de Jesus por João, inserindo-o no conjunto de "todo o povo"
que havia sido batizado, destacando, apenas o momento de oração de Jesus,
quando o Espírito Santo desce sobre ele sob a forma de pomba, seguindo-se a
proclamação: "Tu és meu filho; eu, hoje, te gerei", inspirada no
Salmo 2, versículo 7. Assim, percebe-se que Lucas realça mais o caráter
profético de João, com o anúncio da conversão (metanóia). É pela conversão à
prática da justiça, na partilha e na solidariedade, na rejeição da corrupção
e da violência, que o pecado é removido do mundo.
João Batista está inserido no
projeto "daquele que começou uma boa obra" (segunda leitura) a ser
plenificada em Jesus de Nazaré. A nova terra, o mundo novo possível, é
marcada pela ternura de Jesus, pelos laços do amor. Com lucidez busca-se
discernir e libertar-se das falsas ideologias emanadas do poder econômico.
Com esperança busca-se um mundo melhor, tecendo-se a rede de relações sociais
comunitárias em vista de implantar a justiça e estabelecer a Paz.
Oração
Espírito que converte, toca o coração de todas as pessoas para que, abandonando seus erros e vícios, voltem-se para Jesus, por uma sincera conversão.
3. O MEU MENSAGEIRO
A vinda de Jesus foi devidamente
preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de
conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o
coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar. A
figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo
para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava
para vir.
O Precursor tinha consciência de
ser um simples mensageiro de quem era mais forte do que ele e cuja grandeza
tornava-o indigno até mesmo de desatar-lhe as sandálias. Tinha consciência da
provisoriedade de sua missão. O batismo com água, que ele ministrava, seria
substituído pelo batismo com o Espírito Santo, que seria conferido pelo
Messias vindouro. Sua pessoa, pois, estava fadada a cair no esquecimento.
Contudo, o Batista não se sentia
diminuído no exercício da missão que lhe fora confiada. Preparar os caminhos
do Senhor era sua tarefa. Aplicava-se a ele, perfeitamente, o texto em que o
profeta se referira ao mensageiro enviado por Deus para preparar o caminho do
povo, de volta do exílio babilônico. Tratava-se, agora, de preparar o povo
para entrar no Reino que seria instaurado por Jesus. O desempenho do Batista
foi exemplar. Jesus podia caminhar seguro, nos caminhos preparados por ele.
Oração
Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti. |
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domingo, 2 de dezembro de 2012
Liturgia da 1ª semana do Advento
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