Liturgia do Domingo
Solenidade de Pentecostes — ANO B"O Espírito Santo anima a comunidade."
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL
PULSANDINHO: O
Espírito nos tira da dispersão e nos re- úne numa assembleia de irmãos, com
vários dons e ministérios para ouvir a Palavra e viver a alegria da partilha
e da comunhão. É também o Espírito Santo que transforma o pão e o vinho nos
sinais da páscoa de Cristo e nos une, todos cristãos, num só corpo,
revestindo-nos da força do alto para renovarmos a face da terra. Cada
celebração é um novo Pentecostes. Pentecostes é a festa da plenitude da
páscoa. O Espírito profético de Jesus torna-se o grande DOM da Igreja,
tornando-a comunidade da proclamação e do testemunho! Bendizemos ao Pai
porque o Espírito Santo abriu e revelou a todos os povos, raças e nações o
mistério que estava escondido desde sempre e reuniu todos na alegria da
libertação. Somos hoje revestidos da força deste Espírito para sermos
testemunhas alegres e corajosas do Cristo Ressuscitado.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: É chegado o grande dia de Pentecostes; dia em que a
for- ça de Deus resplandeceu de forma sacramental, porque o amor foi
derramado nos corações pelo Espírito Santo que nos foi doado (Rm 5,5.) Todas
as nações compreenderam a Palavra de Deus, comunicada em todas as línguas,
porque era mediada pelo Amor. Hoje, na Catedral, os jovens crismados e os que
se preparam para a Crisma se reunirão para a celebração eucarística de
Pentecostes. Estejamos unidos a eles e a toda a Igreja, que celebra o cume do
Mistério Pascal de Cristo e a salvação que o Filho de Deus trouxe para toda a
humanidade.
Antífona da entrada: O Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém
unidas todas as coisas e conhece todas as línguas, aleluia! (Sb 1,7)
Primeira Leitura (Atos
2,1-11)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
2 1 Chegando o dia de
Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
2 De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5 Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. 6 Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: "Não são, porventura, galileus todos estes que falam? 8 Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!"
Salmo responsorial
103/104
Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.
Bendize, ó minha alma, ao
Senhor!
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto.
Quão numerosas, ó Senhor, são
vossas obras!
e que sabedoria em todas elas! Encheu-se a terra com as vossas criaturas Bendize, ó minha alma, ao senhor!
Todos eles, ó Senhor, de vós
esperam
que a seu tempo vós lhes deis o alimento; vós lhes dais o que comer e eles recolhem, vós abris a vossa mão e eles se fartam.
Se tirais o seu respiro, elas
perecem
e voltam para o pó de onde vieram. Enviais o vosso espírito e renascem e da terra toda a face renovais.
Segunda Leitura (1 Coríntios
12,3-7.12-13)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
12 3 Por isso, eu vos declaro:
ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: "Jesus é o Senhor",
senão sob a ação do Espírito Santo.
4 Há diversidade de dons, mas um só Espírito. 5 Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. 6 Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7 A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum. 12 Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. 13 Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito.
Seqüência
Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz! Vinde, Pai dos pobres, daí aos corações vossos sete dons. Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde! No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem. Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós! Sem luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele. Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente. Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei. Daí à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons. Daí em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde, Espírito divino, e enchei com vossos dons os corações dos fiéis; e acendei neles o amor como um fogo abrasador! EVANGELHO (João 20,19-23)
20 19 Na tarde do mesmo dia, que
era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar
onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles.
Disse-lhes ele: "A paz esteja convosco!"
20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21 Disse-lhes outra vez: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós". 22 Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo. 23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Liturgia da Palavra -
"Sequência"
Nas festas de Páscoa,
Pentecostes, Corpus Christi e Nossa Senhora das Dores, o Missal Romano prevê
para, logo após a segunda leitura da Missa, um hino chamado
"sequência". A "sequência" é um canto que entoa louvores
– de forma expressiva – sobre determinado tema da devoção cristã. Esse gênero
musical surgiu por volta do século IX. Sua popularidade foi tamanha que, dois
séculos depois, já havia um número aproximado de 5.000
"sequências". Praticamente, para cada festa ou outra circunstância,
existia uma "sequência" própria. O Missal Romano pós-Vaticano II
manteve apenas quatro "sequências", a saber: Victimae Paschali
Laudes (Páscoa); Veni Sanctae Spiritus (Pentecostes); Lauda Sion Salvatorem
(Corpus Christi) e Stabat Mater Dolorosa (N. Sra. das Dores). Destas, as duas
primeiras são de uso obrigatório. Quanto à sua execução, a
"sequência" se canta após a segunda leitura, da forma como a
comunidade achar mais viável: por um ou dois solistas, com todo o povo, em
dois coros etc. Não há necessidade de ser feito da mesa da Palavra, e todos
podem permanecer sentados neste momento, como se estivessem ouvindo uma das
leituras.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2ª Vd - 1Pd 1,3-9; Sl 110(111); Mc 10,17-27 3ª Vd - 1Pd 1,10-16; Sl 97(98); Mc 10,28-31 4ª Vd - 1Pd 1,18-25; Sl 147(148); Mc 10,32-45 5ª Br - Sf 3,14-18 ou Rm 12,9-16b; Is 12,2-6; Lc 1,39-56 6ª Vm - 1 Pd 4,7-13; Sl 95 (96); Mc 11,11-26 Sb Vd - Jd 17,20b-25; Sl 62(63); Mc 11,27-33 Domingo Santíssima Trindade Dt 4,32-34.39-40; Sl 32 (33),4-5.6.9.18-19.20.22 (R/. 12b); Rm 8,14-17; Mt 28,16-20 (Despedida na Galileia)
1. "RENASCIDOS NO ESPÍRITO"
Quando se capricha na reforma de
uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela
ficou como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a compra
de um sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao
sapateiro, que colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando
ia buscar, era como se fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos
carros que tive foi uma Brasília, que em certa ocasião mandei fazer uma
reforma caprichada e ao sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou
“novinha”
Quando o homem toma conhecimento
dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que
podia um homem, sendo já velho, nascer de novo, e se era necessário entrar
novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília, e do domingo de
Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa renovação não dependem
do homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes estamos na
verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, a renovação de toda
humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu
Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na Igreja, que é o Povo da Nova
Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêem e vivem segundo o Espírito,
vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e
particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus
dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para
alguns em particular como pensam algumas correntes religiosas. Todos os
textos que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da Vigília e da
própria Festa, não deixam margem para dúvidas a esse respeito. “Derramarei o
meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os
inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo,
quando ouviram o barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem
em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é único,
Deus se comunica com todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e
religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que
somos todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos
apelos do Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos
separam e homens de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar as
mãos e em uma única voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro
Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais este ou aquele
templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem.
Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos
renovamos porque Deus
Essa possibilidade se
concretizou ao anoitecer daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade
dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito.
Precisamente ali surgiu a nova humanidade,
2. Jesus renova a comunicação de sua paz.
As festas religiosas, nas
religiões primitivas em culturas de economia agrícola, como acontecia em
Canaã, eram associadas ao tempo de colheitas, ao longo do ano. Assim
acontecia com as festas da Páscoa, dos Ázimos e de Pentecostes, celebradas no
Templo de Jerusalém. A festa da Páscoa, que antecipa o primeiro dia dos
Ázimos, era celebrada no começo da colheita do trigo (14o dia do mês de Nisã
- geralmente em Abril) e a festa de Pentecostes celebrada sete semanas
(cinquenta dias) depois.
João, no seu evangelho, após a
crucifixão de Jesus na véspera de um sábado, apresenta os grandes eventos do
primeiro dia da semana que se inicia. Este dia, o da ressurreição, bem
delimitado no evangelho de João, começa com a ida de Maria Madalena ao túmulo
de Jesus, de madrugada. Encontrando o túmulo vazio, avisa a Pedro e João, que
correm para constatá-lo (cf. 8 abr.). Ao anoitecer deste mesmo dia, os
discípulos estão reunidos com as portas fechadas, o que indica o temor que os
tomava diante da execução de Jesus pelos judeus. Jesus entra e se põe no meio
deles. De imediato lhes comunica a paz, a eles que estavam perturbados.
Aquele que fora crucificado se apresentava vivo entre eles, o que é motivo de
grande alegria, ainda mais quando Jesus renova a comunicação de sua paz.
Soprando sobre eles, comunica-lhes o Espírito Santo. É o Espírito de Amor que
liberta do pecado e une a todos formando um só corpo (segunda leitura) na
diversidade, na fraternidade, no serviço e na compaixão. É o Espírito que
renova a face do mundo inundando-o de amor e paz.
Lucas, na passagem paralela a
esta, em seu evangelho, não menciona o dom do Espírito com o sopro de Jesus.
É em Atos dos Apóstolos que será feita, com um grande realce, a narrativa do
dom do Espírito Santo, com uma teofania caracterizada por grandes sinais
espantosos, como acontecimento que ocorre na festa judaica de Pentecostes
(primeira leitura). Tal narrativa contrasta com a simplicidade da narrativa
de João, bem como com o clima de perseguição aos discípulos, que nela
transparece. Trata-se de uma narrativa teológica a fim de vincular o
movimento de Jesus aos judeus cristãos de Jerusalém, que continuaram
frequentando o Templo até sua destruição, no ano 70, e as sinagogas, das
quais foram expulsos na década de 80.
As narrativas da ressurreição e
as aparições sucessivas exprimem uma realidade que as antecede. São a
confirmação da condição humana e divina de Jesus que, em toda sua vida,
revelou o amor libertador e vivificante de Deus, que a todos comunica sua
vida divina e eterna.
Oração
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do teu Reino.
3. RECEBEI O ESPÍRITO SANTO
O dom do Espírito Santo foi um
elemento fundamental na experiência missionária dos primeiros cristãos. Com a
ascensão do Senhor, eles se viram às voltas com uma tarefa descomunal: levar
a mensagem do Evangelho a todo o mundo. A missão exigiria deles inculturar a
mensagem, fazendo o Evangelho ser entendido por pessoas das mais variadas
culturas. Deveriam ser capazes de enfrentar dificuldades, perseguições e, até
mesmo a morte, por causa do nome de Jesus. Muitos problemas proviriam dos
judeus, pois a ruptura com eles seria inevitável, dada a intransigência da
liderança judaica para com a comunidade cristã que tomaria um rumo
considerado inaceitável. Sem dúvida, não faltariam problemas dentro da
própria comunidade, causados por partidarismos, falsas doutrinas e atitudes
incompatíveis com a opção pelo Reino.
Os discípulos eram demasiado
fracos para, por si mesmos, levar a cabo uma empresa tão grande. Jesus,
porém, concedeu-lhes o auxílio necessário ao comunicar-lhes o Espírito Santo.
Fortalecidos pelo Espírito, eles não se intimidaram, antes, cumpriram, com
denodo, o ministério da evangelização.
O dom de Pentecostes renova-se, cada dia, na vida da Igreja.
O Espírito, ontem como hoje, não permite que os cristãos cruzem os braços
diante do mundo a ser evangelizado.
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VIII SEMANA
COMUM
Antífona da entrada: O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-se da angústia
e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).
Leitura (1 Pedro 1,3-9)
Leitura da primeira carta de são Pedro.
1 3 Bendito seja Deus, o Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia ele nos fez renascer
pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança,
4 para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada para vós nos céus; 5 para vós que sois guardados pelo poder de Deus, por causa da vossa fé, para a salvação que está pronta para se manifestar nos últimos tempos. 6 É isto o que constitui a vossa alegria, apesar das aflições passageiras a vos serem causadas ainda por diversas provações, 7 para que a prova a que é submetida a vossa fé (mais preciosa que o ouro perecível, o qual, entretanto, não deixamos de provar ao fogo) redunde para vosso louvor, para vossa honra e para vossa glória, quando Jesus Cristo se manifestar. 8 Este Jesus vós o amais, sem o terdes visto; credes nele, sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, 9 porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a salvação de vossas almas.
Salmo responsorial
110/111
O Senhor se lembra sempre da
aliança!
Eu agradeço a Deus, de todo o
coração,
junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosa são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!
Ele dá o alimento aos que o
temem
e jamais esquecerá sua aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações.
Enviou libertação para o seu
povo,
confirmou sua aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9). Evangelho (Marcos 10,17-27)
Naquele tempo, 10 17 tendo
Jesus saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os
joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara
vida eterna?"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO18 Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom. 19 Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe." 20 Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade." 21 Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me. 22 Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens. 23 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!" 24 Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! 25 É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus." 26 Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?" 27 Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
1. "O Homem que não queria arriscar-se indo
além..."
Os evangelhos sinóticos estão repletos de passagens onde os ouvintes são estimulados a irem além no seu testemunho cristão. Podemos citar comparações simples que nos ajudarão nessa reflexão. A pesca na beira mar é muito divertida, certa vez na praia, eu até fiz essa experiência, mas é muito difícil de fisgar um peixe grande, seria pura sorte. Pescador que não gosta de se arriscar e permanece ali na beira mar, nunca vai pegar grandes peixes, certa ocasião Jesus disse aos pescadores da Galiléia para jogarem as redes em águas mais profundas, isso significa avançar para o meio do mar, lá onde os ventos sopram mais fortes e quando vêm as tempestades e as ondas bravias, o frágil barquinho parece que vai afundar.
No evangelho de hoje encontramos
esse homem, que não sabemos se é jovem ou adulto, mas é alguém que queria ir
além e cheio de entusiasmo procurou a Jesus, na certeza de que ele tinha algo
novo nesse sentido. Esse homem tinha um grande desejo e vontade, alcançar a
Vida Eterna, podemos dizer que ele buscava as coisas do alto... Estava no
caminho certo e buscou a pessoa certa... Jesus Cristo. Só que havia um
pequeno problema, ele tinha uma segurança nos bens materiais. Deus o
abençoara com a prosperidade que lhe fazia muito bem e lhe dava grandes
alegrias...
Primeiro Jesus lhe coloca o
cumprimento da Lei como um primeiro caminho, podemos pensar que naquele
momento o homem se alegrou e talvez até tenha pensado "Essa eu tiro de
letra". Hoje em dia temos muitos cristãos que pensam assim, que está
tirando de letra o seu trabalho pastoral, nas suas obrigações para com a
Santa Igreja, em uma conduta moral irrepreensível, em uma integridade que
chega a dar orgulho. É difícil falar alguma coisa de pessoas assim e tem que
vasculhar muito a vida delas, para se achar um pecado, mas o bem que fazem e
o jeito que vivem é tão perfeito que nem dá para se considerar este ou aquele
pecado que venham a cometer lá de vez em quando.
Estava tudo muito bem, lindo e
maravilhoso, o homem seguia com seriedade todos os mandamentos e fazia todas
as suas obrigações. Jesus agora o iria confirmar como alguém que praticamente
já têm a Vida Eterna, já conquistou o seu Galardão, o passaporte para o
céu... Mas eis que vem o balde de água gelada... "Só te falta uma
coisa, vai, vende tudo o que tens, dê tudo aos pobres e depois vem e
segue-me...".
Um detalhe importante, o homem
fora sincero com Jesus, ele de fato queria algo mais, ir além, e Jesus também
não teve a intenção de magoá-lo, quando lhe fez essa proposta, o texto
inclusive fala que Jesus o olhou e o amou, pois viu naquele homem que queria
algo mais, um futuro discípulo...
Não são as riquezas e bens
materiais que nos põe a perder, mas o modo de como nos relacionamos com elas.
Hoje em dia, vencer na vida significa ser bem sucedido em uma carreira ou
negócio, deixar de ser um assalariado e ter um ganho extraordinário, viver de
maneira confortável e luxuosa. Junto com isso vem o poder, a fama e o
prestígio e toda uma bola de neve para colocar o homem no Top Model onde só é
mesmo feliz nesta vida quem faz parte da lista dos mais ricos do planeta.
E como um homem vai poder
confiar totalmente em Deus, e partilhar a sua vida e seus bens com os irmãos
e irmãs empobrecidos? Não seria mais fácil continuar sendo rico e talvez
aumentar o valor do seu dízimo, fazer gordas e generosas contribuições para
as causas sociais? Deus não quer a nossa riqueza ou qualquer bem material,
ele quer o nosso coração, a doação de valores ou de bens materiais é só uma
consequência do que somos.
Para ser assim só há um caminho,
irmos além de um cristão cumpridor de seus deveres, e só quando alargamos o
nosso coração e colocamos nossa total segurança em Deus, é que estamos
preparados para sermos discípulos. Quem não gosta de se arriscar na doação e
no amor aos pobres, colocando limites até onde pode chegar, não deixa de ser
amado por Deus, como este homem, mas não está preparado para ser Discípulo...
2. Mudança fundamental
Quem se dirige a Jesus é um
judeu fiel à lei e rico, observante dos mandamentos. Jesus externa-lhe seu
amor, propondo-lhe que o siga. Para isto só lhe faltava uma coisa: o abandono
das riquezas e o serviço aos pobres. Diante desta opção radical, aquele
judeu, atordoado, prefere voltar para suas riquezas. As observâncias
religiosas, por mais piedosas que sejam, não contribuem para o advento do
Reino de Deus. A mudança fundamental, necessária, é a superação das
injustiças que decorrem de uma estrutura socioeconômica de acumulação de
riquezas. Quem aspira ao "ter" serve às riquezas e a esta estrutura
que oprime os pobres. Os ricos poderosos são os que mantêm esta estrutura
injusta e dela se beneficiam.
Oração
Espírito de coragem perseverante, nas adversidades da vida, vem em meu auxílio, e ajuda-me para que não arrefeça a minha adesão a Jesus e ao Reino.
3. PARA ALCANÇAR A VIDA ETERNA
A preocupação do homem rico, em
relação à vida eterna, deu margem para Jesus ensinar aos discípulos a lição
do desprendimento dos bens materiais. Estes são um empecilho no caminho para
Deus, quando alguém se apega demasiadamente a eles, tornando-se incapaz de
fazer uma ruptura radical, em vista das exigências do Reino.
Na conquista da vida eterna,
existe passos a serem dados, dos mais simples aos mais exigentes. O primeiro
passo - observar os mandamentos - o homem já havia dado. Desde a sua
mocidade, fora sincero no cumprimento de todos eles. Estava na hora de dar um
passo a mais, mostrando-se mais generoso. Jesus indica-lhe que atitude deve
tomar: desfazer-se de todas as suas propriedades, distribuindo-as entre os
mais pobres, para tornar-se discípulo. Esta seria a forma de alcançar a vida
eterna: desapegar-se dos bens, para servir a Deus e ao próximo.
A renúncia aos bens seria uma
prova cabal de liberdade e uma demonstração de que os pobres efetivamente
tinham importância para ele. O simples cumprimento dos mandamentos não era
suficiente para evidenciar a profundidade do seu amor. Algo mais deveria ser
feito!
Infelizmente, a insegurança da pobreza ou o apego exagerado
a seus bens não permitiu ao homem tornar-se herdeiro da vida eterna. A
riqueza foi inimiga da salvação!
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VIII SEMANA
COMUM
Antífona da entrada: O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-se da angústia
e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).
Leitura (1 Pedro
1,10-16)
Leitura da primeira carta de são Pedro.
10 Esta salvação tem sido o
objeto das investigações e das meditações dos profetas que proferiram
oráculos sobre a graça que vos era destinada.
11 Eles investigaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava e que profetizava os sofrimentos do mesmo Cristo e as glórias que os deviam seguir. 12 Foi-lhes revelado que propunham não para si mesmos, senão para vós, estas revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo enviado do céu. Revelações estas, que os próprios anjos desejam contemplar. 13 Cingi, portanto, os rins do vosso espírito, sede sóbrios e colocai toda vossa esperança na graça que vos será dada no dia 14 À maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis antes, no tempo da vossa ignorância. 15 A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: 16 "Sede santos, porque eu sou santo".
Salmo responsorial 97/98
O Senhor fez conhecer seu poder
salvador
perante as nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo
contemplaram
a salvação do nosso Deus. Aclamai, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) Evangelho (Marcos 10, 28-31)
10 28 Pedro começou a dizer a
Jesus: "Eis que deixamos tudo e te seguimos."
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO29 Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho 30 que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna. 31 Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."
1. "Fazer, esperando uma recompensa..."
Este evangelho é sequência do
anterior, meditado ontem, Jesus nem tinha acabado de falar e o apóstolo Pedro,
todo garboso, achando que ele e o grupo de discípulos eram bem melhores do
que o homem rico, que foi embora de cabeça baixa, disse a Jesus "Eis que
deixamos tudo e te seguimos...", e em seguida a pergunta que com
certeza ele fez ou deixou no ar "Vamos ganhar o que?".
Na parábola dos empregados
convidados para trabalharem na Vinha, aqueles primeiros que madrugaram
receberam uma moeda de ouro, e imaginavam que os últimos que começaram as
cinco da tarde, receberiam um valor menor. O Filho mais velho, na Parábola do
Filho Pródigo, irritou-se e encheu-se de ódio contra o Pai, porque ele dava
uma recompensa a quem não merecia, referindo-se a festa e ao boi gordo
abatido para o churrasco na recepção do Filho mais novo, que tinha partido um
dia dissipando os seus bens em uma vida devassa.
Embora o Judaísmo não influencie
mais a vida dos cristãos da Pós-Modernidade, mas a questão da recompensa
ainda existe, nos impedindo de amar gratuitamente e incondicionalmente as
pessoas. Nas Famílias, mesmo nas cristãs bem constituídas, ainda se premia o
filho ou a filha mais comportado, mais estudioso, mais trabalhador. Na
sociedade, as pessoas boas sempre são lembradas pelos nossos políticos, ainda
em vida, ou virando nome de rua depois de mortas. Quando alguém de uma vida Santa
consegue um ótimo emprego, ou algum prêmio que vai mudar sua vida, tipo
ganhar na Mega Sena acumuldada, na própria comunidade irão dizer "Deus
te abençoou, porque você merece..." E por fim, temos a Teologia da
Retribuição e Prosperidade, que lotam templos enriquecendo pastores mal
intencionados, tudo para prosperar e ser bem sucedido nesta vida.
Lembro dos meus tempos de
catequese lá nos anos sessenta, onde aprendíamos a ser bons para poder ir
para o céu, e quando aprontávamos alguma, em casa ou na catequese, alguém nos
alertava " Olha, desse jeito você não vai para o céu". Será que
hoje em nossas comunidades muita gente não pensa assim? E pode
acontecer ainda pior, alguém ser bom para que nenhum mal lhe aconteça... Essa
conduta e modo de pensar estão muito longe de SER CRISTÃO de verdade.
Jesus garante que a renúncia e o
desapego a tudo nesta vida, para ficar com ele e se tornar um discípulo, não
ficará sem recompensa, de fato, as alegrias que se sente, quando se ama e se
doa gratuitamente é algo fantástico, mas que porém pode se tornar frustrante,
quando esperamos algum retorno, algum elogio, algum confete, quando queremos
uma boa alisada em nosso ego,por conta de sermos bons...
2. Partilha e abundância
para todos
O piedoso homem rico não quis
abrir mão de sua riqueza e rejeitou a proposta de Jesus de ingresso na vida
eterna (cf. 28 maio). Em contraposição, Marcos apresenta, em seguida, o
testemunho de Pedro e dos discípulos que seguiam Jesus, embora vacilantes e
sem bem entendê-lo. Jesus não responde diretamente às expectativas de Pedro e
dos demais, mas dá uma resposta geral, dirigida a todos que efetivamente
deixam tudo para segui-lo. Aquele que partilhar seus bens receberá cem vezes
mais, agora, e a vida eterna que transcende o tempo. Nesta partilha dos bens
temos uma versão, em termos econômicos, da partilha do pão na montanha, a
partir da qual os pães se multiplicaram e houve abundância. Além do mais, o
desapego às conservadoras tradições familiares, que reproduzem o sistema
social de privilégios e dominação, proporciona o ingresso na grande família
daqueles que fazem a vontade de Deus. Contudo, a adesão a Jesus e ao
evangelho pode ser motivo da conquista da bem-aventurança da perseguição por
causa do Reino.
No novo mundo possível e já em
construção, não haverá exploração e miséria, mas sim compaixão,
solidariedade, partilha e abundância para todos.
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
3. SEGUIMENTO GRATUITO
A preocupação de Pedro e dos
outros discípulos com a recompensa que haveriam de receber, por serem
seguidores de Jesus, tem sua razão de ser. Eles haviam deixado para trás
família, profissão, projetos pessoais, para seguir o chamado do Mestre. Quem
haveria de garantir-lhes o sustento? Qual seria o futuro deles, já que não
estava em jogo o recebimento de benefícios financeiros? A pobreza de Jesus
não lhes permitia nutrir ilusões. Ele não podia dar o que não tinha. Segui-lo
significava tornar-se pobre como ele.
A resposta de Jesus é
compreensível à luz da experiência das primeiras comunidades cristãs. Estas
conseguiram libertar-se do que possuíam, e se dispuseram a colocar tudo em
comum, realizando uma efetiva comunhão de bens e de relações interpessoais.
Por isso, quem aderia ao Senhor, mesmo desfazendo-se de seus bens, não corria
o risco de ver-se na indigência. A própria comunidade viria em socorro de
suas necessidades.
Em decorrência disto, quem se
tornava discípulo, mesmo tendo deixado tudo, receberia, já neste mundo, o
cêntuplo como recompensa, participaria dos bens comuns, e teria sempre alguém
para acudi-lo, quando necessário.
O seguimento gratuito acaba sendo recompensado. Não segundo
os esquemas mundanos de acumulação de bens, mas conforme o esquema de
partilha, característico do Reino.
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VIII SEMANA
COMUM
Antífona da entrada: O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia
e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).
Leitura (1 Pedro
1,18-25)
Leitura da primeira carta de são Pedro.
1 18 Porque vós sabeis que não é
por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da
vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo
precioso sangue de Cristo,
19 o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo 20 e que nos últimos tempos foi manifestado por amor de vós. 21 Por ele tendes fé em Deus, que o ressuscitou dos mortos e glorificou, a fim de que vossa fé e vossa esperança se fixem 22 Em 23 Pois fostes regenerados não duma semente corruptível, mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna. 24 Porque toda "carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Seca-se a erva e cai a flor, 25 mas a palavra do Senhor permanece eternamente". Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada pelo Evangelho.
Salmo responsorial
147/148 B
Glorifica o Senhor, Jerusalém!
Glorifica o Senhor, Jerusalém!
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas e os teus filhos em teu seio abençoou.
A paz em teus limites garantiu
e te dá como alimento a flor do trigo. ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.
Anuncia a Jacó sua palavra,
seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhuma povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45). Evangelho (Marcos 10,32-45)
10 32 Estavam a caminho de
Jerusalém e Jesus ia adiante deles. Estavam perturbados e o seguiam com medo.
E tomando novamente a si os Doze, começou a predizer-lhes as coisas que lhe
haviam de acontecer:
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO33 "Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e entregá-lo-ão aos gentios. 34 Escarnecerão dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas ao terceiro dia ele ressurgirá. 35 Aproximaram-se de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos." 36 "Que quereis que vos faça?" 37 "Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda." 38 "Não sabeis o que pedis, retorquiu Jesus. Podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?" 39 "Podemos", asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado. 40 Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado." 41 Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42 Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. 43 Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; 44 e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. 45 Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."
1. "Ciúmes e
concorrência pelo poder afetam os Discípulos de ontem e de hoje"
Recorramos ao Discípulo anônimo,
que se dispõe a dialogar conosco, sobre essa narrativa de São Marcos
______ Olha Discípulo, não nos
leve a mal, mas nós aqui, cristãos do ano de 2012 lemos essa narrativa
e ficamos indignados, pois isso não é a conduta de um discípulo, concorda?
Discípulo _____ Bom,
nesse negócio de ter ciúmes, brigar por cargos e disputar para ver quem é
mais poderoso ou importante na comunidade, não dá para vocês falarem muito do
nós...
_____ Desculpe Discípulo, se a
gente pegou pesado, mas é que vocês formam a comunidade dos santos, onde se
viu aqueles dois, o Tiago e João querer determinar a Jesus como queriam
ser atendidos!
Discípulo____ E vocês aí, que
brigam entre pastorais e movimentos, disputam cargos de coordenação,
concorrem para ver quem fica mais perto do padre ou do Diácono, para
influenciá-los a seu favor, a gente fica olhando aqui do "Céu" e
também ficamos indignados!
____Mas discípulo, tudo bem,
ninguém é perfeito, aqui em nosso tempo somos influenciados pela sociedade,
que é regida pelo egoísmo, pela concorrência e disputa, pela correria atrás
de grandezas, e até a politicagem dos medíocres infesta as comunidades...
Discípulo____ Pois é, com o
nosso grupo e nas primeiras comunidades, isso também aconteceu, e aí entre
vocês também acontece. Tem leigos antigos que brigam até pelo seu lugar no
banco da igreja. Quer mais? Até no Clero estão brigando por causa do poder!
____Oh Discípulo, vai com calma,
você está falando da nossa querida Igreja, nossos amados pastores, padres,
sacerdotes, diáconos, Bispos e Leigos. Se você está nervoso a gente para por
aqui com a reflexão...
Discípulo (sorrindo) ____Claro
que não meu amado, não estou nervoso... Só quero que você entenda que somos
uma Igreja Santa, mas também pecadora, nós aqui já estamos na Igreja
Celestial, não precisamos mais de prestígio, badalação, status, cargos e
poderes, sucesso e marketing pessoal, mas vocês enfrentam isso dentro da
igreja e não adiante querer tapar o sol com a peneira...
____Escuta Discípulo, será que
Deus não poderia fazer alguma coisa nesse sentido? Manifestar a sua glória e
seu poder mostrando de uma vez por todas, que o Dono da Igreja é Jesus
Cristo, daí todo mundo punha o rabo entre as pernas e cada um ficava no seu
canto, sem querer, nos trabalhos pastorais, ser o "Rei da Cocada
Preta".
Discípulo____ Ah meu amado, e
todos os domingos, vocês aí fazem o que? Vão à comunidade jogar Bingo?
______Claro que não, a gente vai
à missa aos domingos celebrar a Eucaristia, Paixão, Morte e Ressurreição de
Jesus, a gente está afiado nesses conceitos doutrinários...
Discípulo_____ Pois é, de
Cristianismo vocês sabem até demais. Celebram a Eucaristia, mas não a vivem
entre vocês. Olha, para ficar mais fácil vou resumir o que o Mestre nos
ensinou naquele dia meio conturbado para o grupo...
_____É isso que a gente quer,
querido Discípulo, a reflexão está se alongando e você não falou o que nos
interessa de verdade... Vamos lá, diz aí querido irmão.
Discípulo____ Jesus quer que
olhem para Ele e façam uma doação total de suas vidas, nos trabalhos
pastorais e ministérios, com disposição de beber, quando necessário, o cálice
amargo, como Jesus bebeu. Segundo, Não se deixem influenciar pela busca
de poder, que marca a História de vocês na política, na economia e nas
relações de um modo geral. Terceiro, que em vossas orações não queiram
manipular a Deus pedindo favores nesse sentido, como fizeram meus irmãos
Tiago e João que não sabiam o que estavam pedindo. E por último meu caro,
sejam Servos e Servas de Deus servindo a todos com os carismas que Deus lhes
concedeu, essa é a prática essencial da vida
_____Nenhuma, amado Discípulo,
vamos começar agora mesmo a fazer alongamento, para podermos nos abaixar
melhor e servir aos irmãos e irmãs, com alegria e humildade, sem querer ser
importante naquilo que fazemos.
Discípulo ___E por que o
alongamento?
_____Para flexibilizar o nosso
coração que está duro e travado de orgulho, vaidade e egoísmo. Viver a
Eucaristia é viver no amor que é serviço. Agora entendi, na comunidade a
única disputa que deve haver, é QUEM SERVE MAIS E MELHOR,OS IRMÃOS E IRMÃS...
Os três evangelistas sinóticos
registram três anúncios da Paixão feitos por Jesus a seus discípulos, ao
longo da caminhada que empreendiam para Jerusalém. Em Marcos e Mateus, o
segundo e o terceiro anúncio são seguidos de manifestações dos discípulos que
aspiravam a posições privilegiadas, esperando que Jesus fosse a Jerusalém
para conquistar o poder. Com isto se evidencia a incompreensão dos discípulos
em relação à missão de Jesus, até os últimos momentos de seu ministério. O
texto de hoje se refere ao terceiro anúncio da Paixão. Jesus revela que a
característica do Reino não é o poder, mas sim o serviço e o amor.
Oração
Pai, a exemplo de Jesus, transforma-me em servidor de meus semelhantes, e não me deixes ter medo de colocar minha vida a serviço de quem precisa de mim.
3. O PEDIDO INCONSIDERADO
Quanto mais os discípulos se
aproximavam de Jerusalém, onde Jesus haveria de morrer e ressuscitar, tanto
mais nutriam esperanças equivocadas a seu respeito. Uma falsa expectativa
consistia
Jesus questionou esta
mentalidade mundana descrevendo o Messias como servo e não como senhor,
deslocando o eixo de sua ação da autoridade para o serviço. Os grandes do
mundo fazem questão de impor-se sobre os demais e serem tratados como
senhores. Eles se comportam como se fossem proprietários das pessoas,
exigindo-lhes submissão. No contexto do Reino, as coisas se passam de forma
muito diversa, revertendo os esquemas do mundo. Nele, a grandeza consiste em
fazer-se servidor de todos e o ocupante do primeiro lugar será quem se
predispuser a ser submisso a todos. Por conseguinte, quem é grande no Reino
não coisifica seu semelhante. Ele vê no outro um irmão a quem é chamado a
servir, com disponibilidade e generosidade.
A vida de Jesus, o Filho do Homem, ilustra seu ensinamento.
Toda ela se definiu como serviço à humanidade, para resgatá-la do pecado. Ele
não veio para ser servido.
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VISITAÇÃO DE
NOSSA SENHORA
Antífona da entrada: Vinde e escutai, todos os que temeis a Deus, e eu vos
direi tudo o que o Senhor fez por mim (Sl 65,16).
Leitura (Sofonias
3,14-18)
Leitura da profecia de Sofonias.
3 14 Solta gritos de alegria,
filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de
todo o teu coração, filha de Jerusalém!
15 O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça. 16 Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: "Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços! 17 O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito 18 como num dia de festa. Suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha que pesa sobre ti".
Salmo responsorial Is 12
O santo de Israel é grande entre
vós.
Eis o Deus, meu salvador, eu
confio e nada temo;
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.
E direis naquele dia: "Dai
louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai, cantando, ao nosso Deus,
que fez prodígios e portentos,
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
És feliz porque creste, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45) EVANGELHO (Lucas 1,39-56)
1 39 Naqueles dias, Maria se
levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? 44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. 45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" 46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor, 47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre. 56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa".
1. "Maria a Isabel, o encontro das duas
Alianças..."
Já ouvi dizer que Maria teria
percorrido uns
Maria representa o Povo da Nova
Aliança, que terá a alegria de ver realizada todas as promessas de Deus,
tendo em seu meio não Patriarcas ou Profetas, Homens que foram
Mediadores entre Deus e o seu Povo, mas o próprio Cristo, Filho de Deus. O
detalhe importante nessa narrativa Lucana é o Elo de ligação entre o Povo
antigo e o Povo da Nova Aliança: o Espírito Santo de Deus, foi ele que
alimentou de esperança e Fé o coração e na Vida do Povo de Israel, até
aquele momento, é ele que inunda o ventre de Maria com essa grande Graça de
ter em si o Germe Divino, gerado pelo mesmo Espírito.
Tanto no passado como no
presente o que essa ação de Deus no Espírito Santo espera do homem, é a Fé,
pois o Espírito Gerador de Vida, só entra na Vida das pessoas, quando há
abertura e acolhimento, virtudes que não faltaram em Isabel e Maria. E assim,
as duas histórias se tornam uma só, pois João Batista, o Filho de Isabel,
será o último profeta da antiga aliança, aquele que encerrará o ciclo
profético em grande estilo, apontando para Aquele que veio anunciar, pois os
antigos profetas falaram dessa promessa, mas não a viram realizada.
Se o Espírito Santo é o Elo
Divino que une o tempo das promessas ao tempo das realizações, João Batista é
o Elo humano que une o antigo Israel ao novo Povo que em Cristo está
nascendo, pois sem o anúncio de João Batista, a história da antiga Aliança
terminaria de maneira melancólica. João Batista é a transição do tempo das
promessas para a plenitude de sua realização.
Uma promessa, quando têm
crédito, transmite alegria, a realização torna essa alegria plena, assim
podemos definir o encontro de Maria e Isabel, como uma explosão de alegria,
porque nos olhos de Isabel todo o antigo Israel pode vislumbrar a Fidelidade
Divina, com a visita de Maria, a portadora por excelência de Deus, no Jesus
que trazia em seu ventre, pois até então, os Santos Homens eram apenas porta
vozes da Palavra de Deus e da sua Vontade, Maria de Nazaré não é apenas
portadora da Palavra, mas sim portadora do próprio Deus.
Nesse encontro as duas alianças,
a antiga e a nova, se entrelaçam em uma única alegria e Esperança, e por isso
Maria, agora falando em nome de todo o Povo das Promessas, proclama
solenemente o "Magnificat", pois a travessia chegara ao seu final,
e tanto como na páscoa antiga, Moisés e seu Povo entoaram o cântico da
Vitória após a travessia do mar vermelho, agora a Serva de Deus entoa na casa
de Isabel um hino de Louvor, proclamando que uma vez mais, como no passado,
Deus deixou de lado os orgulhosos, arrogantes e poderosos, e agiu nos pequenos,
nos desprezados e marginalizados da História onde Maria e Isabel são as
primeiras testemunhas disso. Em Cristo a páscoa tornou-se definitiva, e a
libertação humana alcançou o sentido mais pleno...
2. Encontro das duas mães
Lucas faz as narrativas
paralelas dos anúncios do anjo e dos nascimentos de Jesus e de João Batista.
Com isto ele destaca a íntima relação entre a missão de João Batista e a
missão de Jesus. João Batista significa a ruptura com a religião do Templo e
da Lei, e Jesus, na esteira desta ruptura, significa a inauguração dos novos
tempos da manifestação da misericórdia e do amor paternal de Deus.
Nesta narrativa da visitação de
Maria a Isabel, com o encontro das duas mães, fica realçada a subordinação do
menino no ventre de Isabel ao menino no ventre de Maria. Quando Isabel ouviu
a saudação de Maria, trazendo Jesus em seu ventre, seu menino pulou de
alegria.
Maria é bem-aventurada por
trazer consigo aquele que renova o mundo.
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da assunção de tua mãe santíssima me inspire a viver em comunhão com Deus, servindo-o como servo humilde.
3. O SENHOR FEZ GRANDES COISAS
A fé eclesial, contemplando
Maria a partir do Mistério Pascal de Jesus, professa que ela, no término de
sua caminha terrestre, foi elevada ao céu. A Igreja fala em assunção, ou
seja, Maria foi assumida por Deus e colocada na glória celeste. Trata-se da
ação de Deus fazendo grandes coisas na vida da mãe do Salvador. Não uma ação
isolada, e sim, o ápice de uma sucessão de graças na vida de quem foi cheia
de graça.
A assunção de Maria brotou da
Ressurreição de Jesus. É como se Maria tivesse seguido o caminho novo de
acesso ao Pai, aberto pelo Filho Jesus. Deus, de certo modo, antecipou em
Maria o que haveria de ser o destino de toda a humanidade. A Ressurreição de
Jesus foi penhor de ressurreição para todo ser humano. Em Maria, isto já se
fez realidade.
A assunção situa-se no contexto da fé de Maria. Ela havia
proclamado que Deus exalta os humildes e destrói a segurança dos soberbos.
Sua vida caracterizou-se pela humildade e pelo espírito de serviço. Ela se
sabia serva humilde do Senhor, transcorrendo sua vida no escondimento. A
condição de mãe do Messias não a tornou orgulhosa e cheia de si. A Maria
exaltada na assunção foi a mulher humilde e servidora. Deus levou para junto
de si a mulher cuja vida transcorrera em total comunhão com ele. A assunção,
por conseguinte, consistiu na radicalização de uma experiência constante na
vida de Maria.
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Antífona da entrada: Os pagãos me contaram suas fábulas, mas nada valem
perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me
envergonhar (Sl 118,85.46).
Leitura (1 Pedro 4,7-13)
Leitura da primeira carta de são Pedro.
4 7 O fim de todas as coisas
está próximo. Sede, portanto, prudentes e vigiai na oração.
8 Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados. 9 Exercei a hospitalidade uns para com os outros, sem murmuração. 10 Como bons dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu: 11 a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade! Amém. 12 Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. 13 Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada sua glória.
Salmo responsorial 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra.
Publicai entre as nações:
"Reina o Senhor!"
Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a
terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele
vem,
porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jô 15,16). EVANGELHO (Marcos 11,11-26)
11 11 Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí
lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde,
voltou para Betânia com os Doze.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome. l3 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos. 14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição. 15 Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 16 Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo. 17 E ensinava-lhes nestes termos: "Não está porventura escrito: 'A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações'? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões". 18 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina. 19 Quando já era tarde, saíram da cidade. 20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz. 21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!" 22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus. 23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre. 24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado. 25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. 26 Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados."
1. "Dar frutos fora de tempo..."
Neste evangelho vemos que Jesus
roga uma praga, essa é que é a verdade, em uma coitada de uma figueira que
não tinha frutos a oferecer, pois não era tempo... Com a palavra São Marcos,
O "próprio" e não o do Palmeiras, que vai segurar "essa",
para que a gente entenda...
Marcos____ Bom, vamos ligar os
pontos que parecem desarticulados nesse evangelho, Jesus entrou em Jerusalém
e foi ao templo, onde olhou tudo ao seu redor. Depois foi pousar em Betânia,
pois já era tarde, daí ao amanhecer é que vem o episódio da figueira...
____E então São Marcos, foi
praga mesmo ou é apenas um modo de dizer...?
São Marcos____ A reflexão é uma
crítica á religião Oficial, centralizada no templo, onde Jesus esteve ao
chegar à cidade, e parece que não gostou do que viu... A grande árvore do
Judaísmo só tinha folhas e não estava produzindo fruto nenhum, ali não havia
Justiça, Misericórdia, igualdade, liberdade, a coisa já tinha desandado...
____Escuta São Marcos, o Senhor
falou aí e eu pensei daqui, se Jesus viesse hoje visitar nossas comunidades,
será que iria gostar de ver?
São Marcos_____ Bem pensado....
Isso mesmo.... A reflexão vai nessa linha, que frutos as comunidades cristãs
de hoje estão produzindo? A verdadeira comunidade frutifica, evangeliza,
educa, orienta, ilumina e conduz e liberta.
____São Marcos, no caminho de
volta já no outro dia, Pedro percebeu que a praga tinha pegado, e foi das
bravas, pois secou até a raiz...
São Marcos____ Pois é, e quando
seca uma árvore até a sua raiz a mesma morre. Se não há frutos, para que
serve a raiz de uma árvore? Estamos aqui falando de árvore frutífera, da qual
se espera o fruto. Usando um tema bem do tempo de vocês, qual o custo
benefício de uma árvore frutífera que não frutifica? Claro que nenhum... Toda
a tradição de Israel apontava para uma promessa: o Messianismo Salvador que
mudaria a vida das pessoas. Mas havia chegado o tempo da esperança, o tempo
do fruto novo que era Jesus, mas cadê o reconhecimento e a aceitação?
____Nossa São Marcos! Então a
condição ideal para que Israel desse frutos era a Fé
São Marcos____ Exato! O tempo da
espera tinha terminado, Jesus estava ali com eles, bastava a Fé em sua pessoa
e os frutos seriam abundantes. Afinal Deus havia investido na Figueira de
Israel, era justo querer os frutos, como hoje Cristo confia e investe nos
cristãos dando-lhes a sua Graça, não importa quantos frutos estamos dando, o
que importa é a qualidade...
_____Bom, então fica aqui uma
pergunta inquietante: como cristãos em nossas comunidades, temos dado frutos
aos que nos procuram, ou somos apenas um amontoado de folhas que nada têm a
oferecer aos que nos procuram? Como diria um amigo meu, é só volume e
barulho, mas nada tem a oferecer...
São Marcos____ Só não esqueça
que, os frutos que Deus espera, provém do Espírito presente na Igreja,
portanto, condições de produzi-los, toda comunidade e todo cristão tem, não
há desculpa e nem justificativa para ser uma "árvore"
infrutífera...
2. Perdão X Perdão
O Templo de Jerusalém, desde sua
construção por Salomão, sempre teve como anexo o Tesouro, destinado ao
depósito das imensas riquezas acumuladas a partir das ofertas e das taxas
cobradas do povo. Naquele momento de intenso comércio praticado durante a
festa da Páscoa, Jesus denuncia esta corrupção do Templo. A figueira que
secou por não dar frutos representa o sistema religioso do Templo, com sua
infidelidade a Deus. O monte que com fé é lançado ao mar é o monte Sião, com
Jerusalém e o Templo, sede da opressão sobre o povo humilhado e submisso.
No acréscimo final, sobre a
oração, temos uma retomada do final da oração do Pai-Nosso: pela prática do
perdão alcança-se o perdão de Deus.
Oração
Pai, ensina-me a viver a religião pura e agradável a ti. Cheio de fé e disposto a perdoar e a viver reconciliado, que eu possa rejeitar tudo o que desvirtua a verdadeira religião.
O episódio da figueira tem, à
primeira vista, um quê de inexplicável. A maldição lançada sobre ela, por
Jesus, parece não se justificar. Se não era tempo de figos, como ele esperava
encontrar frutos? Estaria pretendendo que o ciclo natural daquela planta se
adaptasse às suas exigências? Teria Jesus dado vazão a uma agressividade
infantil?
Estas questões são irrelevantes,
diante do valor parabólico do relato. A figueira simboliza o povo de Israel.
Jesus, o Filho enviado, contava com os frutos produzidos por este povo
predileto de Deus. Encontrou-o, ao invés, na mais completa esterilidade. Foi
o que também ficou patente, quando, certa vez, Jesus entrou no Templo. Aí se
deparou com uma religião transformada em comércio, em exploração, sem nenhuma
preocupação com a prática da misericórdia e da justiça. A casa de Deus fora
profanada de maneira flagrante, e ninguém se levantava para pôr um basta
nesta situação. Era possível esperar grandes coisas de um povo que agia desta
maneira? E o que teria sentido Deus diante desta situação?
Na teologia de Israel, a
infidelidade era sempre punida. Fazer a figueira secar até à raiz apontava
para o castigo a ser infligido ao Israel infiel, incapaz de dar os frutos
esperados por Deus.
Não foi Jesus o primeiro a tocar
neste assunto. Antes dele, já os profetas haviam alertado o povo infiel para
o castigo que lhe estava reservado.
Oração
Espírito de fecundidade, livra-me de viver de modo incompatível com o projeto de Deus. Que minha vida dê frutos de justiça e caridade. |
VIII
SEMANA COMUM *
Antífona da entrada: O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-se da angústia
e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).
Leitura (Judas 17.20-25)
Leitura da carta de são Judas.
17 Mas vós, caríssimos,
lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso
Senhor Jesus Cristo,
20 Mas vós, caríssimos, edificai-vos mutuamente sobre o fundamento da vossa santíssima fé. Orai no Espírito Santo. 21 Conservai-vos no amor de Deus, aguardando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22 Para com uns exercei a vossa misericórdia, repreendendo-os, 23 e salvai-os, arrebatando-os do fogo. Dos demais tende compaixão, repassada de temor, detestando até a túnica manchada pela carne. 24 Àquele, que é poderoso para nos preservar de toda queda e nos apresentar diante de sua glória, imaculados e cheios de alegria, 25 ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém.
Salmo responsorial 62/63
A minha alma tem sede de vós, ó
Senhor!
Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco! A minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!
Venho, assim, contemplar-vos no
templo,
para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.
Quero, pois, vos louvar pela
vida
e elevar para vós minhas mãos! A minha alma será saciada como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios ao cantar para vós meu louvor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra de Cristo ricamente habite em vós, dando graças, por ele, a Deus Pai! (Cl 3,16s). Evangelho (Marcos 11,27-33)
11 27 Jesus e seus discípulos voltaram outra vez a
Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, acercaram-se dele os príncipes dos
sacerdotes, os escribas e os anciãos,
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO28 e perguntaram-lhe: "Com que direito fazes isto? Quem te deu autoridade para fazer essas coisas?" 29 Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta; respondei-ma, e dir-vos-ei com que direito faço essas coisas. 30 O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me." 31 E discorriam lá consigo: "Se dissermos: Do céu, ele dirá: Por que razão, pois, não crestes nele? 32 Se, ao contrário, dissermos: Dos homens, tememos o povo." Com efeito, tinham medo do povo, porque todos julgavam ser João deveras um profeta. 33 Responderam a Jesus: "Não o sabemos." "E eu tampouco vos direi, disse Jesus, com que direito faço estas coisas."
1. "A Sabedoria Humana rejeita a Sabedoria do
Alto..."
Autoridade e Direito, eis aí
duas palavrinhas perigosas, que quando mal empregadas e interpretadas,
destroem ao em vez de edificar. Autoridade e direito não pode ser confundido
com Autoritarismo, que leva a prática de um poder centralizador. Temos de um
lado Jesus Cristo, Filho de Deus, revestido de todo poder e glória, mas que
se rebaixou á nossa natureza humana, sem entretanto deixar de ser Deus.
E de outro os príncipes dos
sacerdotes, escribas e anciãos, defensores ferrenhos da tradição do antigo
Israel, e que, por isso mesmo, falando em nome dessa tradição se tornaram
autoritaristas com pleno direito sobre a vida do povo, por conhecerem a Lei e
os Profetas (Torá), a última palavra eram sempre deles, todas as ações
concernentes a prática religiosa, tinham de ter o aval desse grupo, tidos
como sábios, guardiães da tradição e da lei, e que aproveitando-se desse
status, impunham o seu domínio sobre o povo e não havia quem os afrontasse,
isso é, que ousasse dizerem algo que contrariasse os seus ensinamentos. Até
que surgiu Jesus de Nazaré, profeta ousado e corajoso, cuja sabedoria
superava todas as demais, merecendo a atenção e a admiração do povo...
O que fazer quando alguém
subestima nosso conhecimento e autoridade nos trabalhos pastorais? A
estratégia utilizada pelos que exerciam o poder na comunidade de Israel era o
questionamento. "Com que direito fazes isso? Quem te deu autoridade para
fazer essas coisas?"
O direito emana do Poder, e quem
tinha o Poder nas mãos eram eles, os Doutores da Lei, Escribas e Príncipes
dos Sacerdotes. Em nossas comunidades o questionamento vai também nessa linha
"Escuta, o Padre está sabendo disso?" ou "Você falou com o
cooperador?" e ainda "O Coordenador autorizou?". Sem o crivo
desses nada se pode fazer ou criar, e nem dar opinião. Quando se faz tal
questionamento, é porque a Autoridade virou autoritarismo e aplica-se aquele
ditado "Manda quem pode, obedece quem têm juízo..."
Jesus desmascara essa Sabedoria Humana, que quer manipular a Deus, e impor as coisas da terra, como superiores as do Céu.
E Jesus mostra como o sistema é
frágil, quando indaga sobre o Batismo de João Batista, como se perguntasse
aos "Donos e Mandatários da Religião", "Quem de vocês
autorizou João Batista a pregar e batizar no deserto?". Os Sabichões
percebem que, na armadilha que armaram para Jesus, iriam cair eles próprios,
se respondessem que o poder e autoridade de João vinha do Céu, estariam
legitimando o Messianismo de Jesus, se respondessem que era da Terra,
arrumariam encrencas com o povo, que ouvia, respeitava e admirava João
Batista porque viam nele o Profeta enviado de Deus.
E pela primeira vez, os
"Donos absolutos da verdade" tiveram que admitir que "Não
Sabiam", mas fizeram isso diante do Mestre de todos os mestres, Jesus de
Nazaré, nosso Deus e Senhor, diante do qual toda a sabedoria humana, mesmo a
mais brilhante, é menos que um grão de areia da praia.
3. AUTORIDADE
QUESTIONADA
A controvérsia com as lideranças
religiosas de Jerusalém serviu para evidenciar a preconceito que tinham
contra Jesus. Incomodados com seu modo de falar e agir, seus adversários
questionavam a autoridade (poder) com que atuava. Queriam saber quem o havia
comissionado para este tipo de ação, como se justificava sua liberdade diante
de tudo e de todos, e de que tipo de poder se servia para realizar prodígios.
Em suma, estavam pondo em xeque todo o ministério de Jesus.
O Mestre respondeu-lhes com uma
contrapergunta, apelando para a figura de João Batista, considerado pelo povo
como profeta. Os líderes religiosos, porém, duvidavam dessa condição
profética do Precursor de Jesus. Não davam importância ao sentimento do povo,
que o ouvia com interesse e se convertia depois de sua interpelado. Talvez,
até se tenham alegrado, quando Herodes mandou decapitá-lo. É que a pregação
do Batista lhes era incômoda.
Jesus encontrava-se em situação
semelhante à de João. O testemunho do povo a respeito do Mestre não tinha
nenhum valor para as autoridades religiosas. A falta de sintonia com o
profeta João era indício de que também não estavam dispostas a acolher o
testemunho do profeta Jesus. Portanto, seria inútil dar-lhes explicações a
respeito da origem de sua autoridade, e nutrir a esperança de que o
acolhessem como Filho enviado.
Oração
Espírito de estima pelo Senhor, dá-me um coração dócil para acolher Jesus, na qualidade de Filho de Deus. |
Solenidade da
Santíssima Trindade ANO B "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: A
Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se
esconde por detrás de "um Deus em três pessoas"; mas é um convite a
contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os
homens para os fazer comungar nesse mistério de amor. Pelo batismo, somos
mergulhados no mistério, participantes da vida trinitária. Na liturgia
vivenciamos mais intimamente a comunhão trinitária e somos renovados na
certeza de sermos filhas(os) e não escravos. Ora, se somos o povo do Deus
Trindade, não podemos agir de outra forma senão como sinais autênticos de
unidade. Em ação de graças e santificados pelo Espírito, nos oferecemos com
Cristo ao Pai, na ação do Espírito, e assumimos ser comunicadores da salvação
a todos os povos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Depois de celebrar o Pentecostes, a Igreja nos convida
a louvar a Deus, Santíssima Trindade, cujo mistério ultrapassa nossa
compreensão lógica e nos coloca na dimensão mais profunda da fé. O Deus uno
se manifestou na Trindade das Pessoas e na unidade do Amor. Assim, nos
convida a vivermos no amor, participando da vida trinitária. Nesta
celebração, renovemos nossa fé no Deus uno e trino, mistério professado em nosso
credo e vivido na dimensão essencialmente comunitária da fé.
Antífona da entrada: Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigênito e bendito
o Espírito Santo. Deus foi misericordioso para conosco.
Primeira Leitura
(Deuteronômio 4,32-34.39-40)
Leitura do livro de Deuteronômio.
4 32 "Escuta os tempos que
te precederam, desde o dia
33 Houve, porventura, um povo que, como tu, tenha ouvido a voz de Deus falando do seio do fogo, sem perder a vida? 34 Algum deus tentou jamais escolher para si uma nação do meio de outra, por meio de provas e de sinais, de prodígios e de guerras, com mão poderosa e braço estendido, e de prodígios espantosos, como o Senhor, vosso Deus, fez por vós no Egito diante de vossos olhos? 39 Sabe, pois, agora, e grava em teu coração que o Senhor é Deus, e que não há outro em cima no céu, nem embaixo na terra. 40 Observa suas leis e suas prescrições que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, e prolongues teus dias para sempre na terra que te dá o Senhor, teu Deus".
Salmo responsorial 32/33
Feliz o povo que o Senhor
escolheu por sua herança.
Reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.
A palavra do Senhor criou os
céus,
e o sopro de seus lábios, as estrelas. Ele falou e toda a terra foi criada, ele ordenou e as coisas todas existiram.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre
os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimenta-los quando é tempo de penúria.
No Senhor nós esperamos
confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
Segunda Leitura (Romanos
8,14-17)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
8 14 Todos os que são conduzidos
pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
15 Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! 16 O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. 17 E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito divino, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém (Ap 1,8). EVANGELHO (Mateus 28,16-20)
28 16 Os onze discípulos foram
para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado.
17 Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. 18 Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20 Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo".
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Liturgia da Palavra - Homilia:
Conversa Familiar, ligando Vida, Bíblia e Celebração!
A Liturgia da Palavra é diálogo
amoroso e comprometedor entre Deus e seu povo, congregado em Cristo e animado
pelo seu Espírito. A homilia, como parte integrante deste diálogo, merece
nossa atenção. Vamos, então aprofundá-la! Homilia significa conversa
familiar. Um diálogo fraterno, continuando o assunto da conversa que Deus vem
fazendo conosco através das leituras e dos fatos da vida. Ela tece
harmoniosamente uma relação entre a Bíblia, a celebração e a vida. Estabelece
um elo entre a proposta de Deus e a resposta da assembleia. A homilia é ação
simbólica, assim como cada momento da liturgia da palavra. "Cristo está
presente na sua Palavra, quando na Igreja se lê e comenta a Escritura"
(SC 7). Esta afirmação do documento conciliar sobre a liturgia nos lembra a
experiência dos discípulos de Emaús, que sentiram o coração arder quando,
pelo caminho, Jesus lhes falava e explicava as Escrituras (cf. Lc 24,32).
Homilia não pode ser confundida com sermão, discurso temático ou pregação com
caráter moralizante. Não é estudo bíblico ou catequético nem reflexão e,
muito menos, deve ser substituída por desabafos pessoais de quem a faz. Não
basta simplesmente explicar os textos bíblicos. É preciso interpretá-los a
partir da realidade, atualizando-os na vida concreta da comunidade
celebrante, tendo como referência o mistério de Cristo. Ele faz arder os
corações, abrindo-os à conversão, à transformação pessoal, comunitária e
social... A homilia é o momento da comunidade expressar e firmar seu
compromisso com o Senhor, como parceira da aliança, como se deu aos pés do
Sinai, quando Deus propôs ao povo de Israel: "Se ouvirdes a minha voz e
guardardes a minha aliança, sereis minha propriedade exclusiva dentre todos
os povos". O povo, prontamente, respondeu: "Faremos tudo o que o
Senhor falou" (Ex 19,7-8).
SOLENIDADE DE CORPUS
CHRISTI
Neste ano, na Solenidade de
Corpus Christi - do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (dia 07/06) -, vamos
unir-nos com os católicos da Irlanda e de todo o mundo, que realizarão, logo
mais, o próximo Congresso Eucarístico Internacional, em Dublim, nos dias
E aqui,
Faremos um Tríduo em preparação
à Solenidade de Corpus Christi, em todas as Paróquias, Comunidades e igrejas.
E, na Quinta Feira de Corpus Christi, próximo dia 07 de junho, faremos uma
grande concentração eucarística na frente da igreja de Santa Ifigênia, a
partir das 09h00; em seguida, sai a procissão eucarística, passando pelo
viaduto de S.Ifigênia, o Largo de S.Bento, a Praça Patriarca e o Largo
S.Francisco, até à Praça da Sé, onde será celebrada a Missa e dada a bênção.
Convido todo o povo da Arquidiocese a participar. Acesso fácil pelo metrô.
Será muito bonito!
A Igreja de Cristo é uma
"Comunidade Eucarística", porque vive de Jesus Cristo. Isso vale
também para cada Paróquia, Comunidade de discípulos reunidos em torno de
Jesus Cristo, convocados pela sua Palavra, alimentados por essa mesma Palavra
e pelo "Pão da Vida", que é Jesus, e enviados novamente em missão
por Ele. Quando participamos da Eucaristia, tornamos perceptível e
"visível" o Mistério profundo da Igreja. A Igreja celebra a
Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja.
Participemos sempre com fé,
alegria e gratidão da Missa. Sem participar da Eucaristia, sobretudo todos os
domingos, nossa referência a Jesus Cristo e à Igreja fica muito vaga e tende
a se perder por completo. Nesta festa de Corpus Christi, queremos reavivar a
consciência de nossa relação essencial e inseparável com Cristo, Senhor da
Igreja, que se faz presente entre nós no Sacramento da Eucaristia.
A participação, todos os
Domingos, da celebração da Eucaristia, nos proporciona a comunhão íntima com
Jesus Cristo e com a Igreja, seu Corpo Místico, seu Povo. Assim fazendo, nós
crescemos na fé, na vida cristã e em santidade, junto com nossos irmãos de
fé. Ao participarmos da única mesa eucarística e do mesmo Pão de Deus,
entregue a nós pelo Pai celeste, crescemos na consciência dos profundos laços
de fraternidade que nos unem a todos irmãos, membros do mesmo Corpo de
Cristo, que é a Igreja.
Querido Povo de Deus
Card. D.Odilo P. Scherer,
Arcebispo de São Paulo
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
2ª Vd - 2Pd 1,2-7; Sl 90; Mc 12,1-12 3ª Vm - 2Pd 3,12-15a.17-18; Sl 89; Mc 12,13-17 4ª Vd - 2Tm 1,1-3.6-12; Sl 122; Mc 12,18-27 5ª Br - Ex 24,3-8; Sl 115; Hb 9,11-15; Mc 14,12-16.22-26 6ª Br - 2Tm 3,10-17; Sl 118; Mc 12,35-37 Sb Vd - 2Tm 4,1-8; Sl 70; Mc 12,38-44 10º DOMINGO TC Gn 3,9-15; Sl 129 (130),1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R/. 7); 2Cor 4,3-18–5,1; Mc 3,20-35
1. "TRINDADE, NOSSA FAMÍLIA."
Chacrinha, o velho Guerreiro dos
anos 70/80, revolucionou a TV com a sua comunicação irreverente nos programas
de auditório ao vivo, foi um grande comunicador e há até uma frase sua que
marcou o público “eu não vim para explicar, vim para confundir”. Há muita
gente que pensa que Deus quis nos confundir ao revelar-se um Deus Trino, uma
verdade ilógica, uma aberração matemática, segundo o raciocínio humano, pois
1 nunca será igual a 3, entretanto, é o contrário do que dizem, porque o
homem jamais teria condições de penetrar no mistério de Deus e as leituras
desse domingo, da Festa da Santíssima Trindade, mostra-nos como Deus se
revela, permitindo ao homem contemplar toda a beleza desse amor.
Então penso que o maior e
verdadeiro comunicador de todos os tempos é o Espírito Santo, chamado por
Jesus neste evangelho, de Espírito de Verdade, que nos comunica não só quem é
Deus, mas também quem somos, pois o mistério da vida do homem está
A pedagogia de Deus é perfeita,
sem queimar nenhuma etapa, respeitando os limites do homem na sua dificuldade
de compreender, ele se revela aos poucos, na medida em que o homem amadurece
em sua fé, é, portanto, uma revelação pessoal, pois um comunicador de massa
nos moldes que a mídia nos coloca, não sabe na verdade quem são as pessoas
com quem se comunica, seu jeito de ser, suas dores e angústias, suas
dificuldades, além do que, nem sempre o que a mídia nos comunica é
verdadeiro, aliás, na maioria das vezes são “verdades” inventadas para se
vender uma idéia, um conceito ou um produto. Mas Deus nos dá um tratamento
personalizado, pois o Espírito Santo nos conduz à Verdade que é ele próprio.
O homem é muito especial,
estando sempre no centro do projeto de Deus, basta ver a obra da criação em
seus detalhes, feita com grande sabedoria, tudo foi preparado para que o
homem fosse feliz, a sabedoria aqui mencionada em Provérbios, é como o amor
de uma mãe que prepara com todo carinho o enxoval e o quarto onde o seu filho
irá viver após o nascimento, amor que acolhe e que se alegra em ficar junto e
a sabedoria de Deus tinha prazer de ficar junto com os filhos dos homens, o
belo e perfeito, se apaixonando pelo feio e imperfeito. Nenhum Deus é assim, só
o Pai de Jesus! O nosso Deus nunca foi um enigma que desafia os homens a
decifrá-lo, ao contrário, torna-se acessível
As palavras de Jesus aos
discípulos são consoladoras nesse sentido, porque na verdade eles estão
tomados pela tristeza, por causa da idéia de que o senhor irá deixá-los, não
havia se dado conta de que a volta de Jesus ao Pai, iria perpetuar a sua
presença junto a eles, através do Espírito Santo. Os pecados e as misérias
humanas não conseguem impedir essa comunicação de Deus aos homens, aberta a
partir de Jesus Cristo, poderia se dizer que o emissor se comunica
perfeitamente bem, mesmo que o receptor não seja muito eficiente, pois Deus
nunca desiste do homem e o seu amor é eterno, comprovado
Celebrar a Santíssima Trindade
não é celebrar um mistério insondável, mas é sentir uma grande alegria, ao
saber o quanto Deus nos ama, e se desdobra para nos alcançar e nos manter
sempre junto a si. Uma Galinha que abre suas asas para proteger e abrigar os
pintinhos, uma Águia que carrega sobre as asas seus filhotes para que
apreendam a voar, são alegorias que aparecem na Bíblia e que facilitam à
nossa compreensão a respeito de Deus. Enfim, embora não merecedores, somos
todos membros desta Família Do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. (Festa da
Santíssima Trindade)
2. Missão dos discípulos de Jesus
Nos evangelhos de Marcos e de
Mateus, quando as mulheres, após a crucifixão de Jesus, vão visitar seu
túmulo na madrugada do primeiro dia da semana, um anjo lhes diz: "Ide
contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vos precede na
Galileia. Lá o vereis" (Mc 16,7; Mt 28,7). No evangelho de Marcos, Jesus
já havia dito aos discípulos: "Depois que eu ressurgir, eu vos
precederei na Galileia" (Mc 14,28). Em Mateus, após as palavras do anjo,
o próprio Jesus, vindo ao encontro das mulheres, lhes repete: "Ide
anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão" (Mt
28,10).
Em continuidade a este anúncio,
Mateus registra o encontro dos discípulos com Jesus em uma montanha da
Galileia. Durante seu ministério na Galileia, Jesus já havia enviado os
apóstolos
Os discípulos são enviados para
batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus assumiu o
batismo de João revelando que este batismo da conversão é do agrado de Deus,
e pela prática da justiça que promove a vida, removendo o pecado do mundo,
somos inseridos na própria vida divina, na comunhão de amor entre o Pai e o
Filho. Deixando-nos conduzir pelo Espírito de Amor, na fraternidade e na
compaixão, tornamo-nos filhos de Deus (segunda leitura), ao qual chamamos de
"Pai Nosso".
Em contraste com os evangelhos
de Marcos e Mateus, Lucas não narra o retorno à Galileia. Na sua narrativa,
com sua teologia particular, o ressuscitado ordena aos discípulos:
"Permanecei em Jerusalém até serdes revestido da força do Alto" (Lc
24,49). E Lucas conclui seu evangelho com a observação: "Eles voltarem a
Jerusalém com grande alegria e estavam continuamente no Templo, louvando a
Deus" (Lc 24,52s). O empenho de Lucas é apresentar Jerusalém como sendo
o centro de irradiação do cristianismo, após a morte de Jesus, relegando a
Galileia à obscuridade.
O credo da tradição de Israel,
bem desenvolvido no livro do Deuteronômio (primeira leitura), se fundamenta
em uma divindade que elege um povo e o conduz à "terra prometida",
por meio de "sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e
braço estendido, por meio de grandes terrores", exterminando os demais
povos, que são considerados inimigos. É o deus do terror: "Hoje
começarei a espalhar o terror e o medo de ti aos povos debaixo do céu. Ao
ouvirem falar de ti, ficarão perturbados e tremerão de angústia à tua frente"
(Dt 2,25). Esta crença, como foi destacado pelo Sínodo para o Oriente Médio,
em 2010, tem sido o fundamento das violências perpetradas contra o povo da
Palestina, em nossos dias. Removendo esta imagem de Deus, Jesus vem revelar o
Deus de amor e misericórdia, na humildade, na mansidão e na paz, que acolhe
todos os povos do mundo. Jesus se comunica não com terror e poder, mas com
seu amor e suas palavras dirigidas aos seus discípulos, de irmão para irmão,
de amigo para amigo. É a presença carinhosa, com palavras de vida que seduzem
e conquistam.
Oração
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.
3. DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE DE JESUS
Quando Maria Madalena e a outra
Maria foram ao túmulo de Jesus, ao raiar do primeiro dia da semana, um anjo
lhes anunciou que Jesus ressuscitara e que precedia os discípulos na
Galiléia, para onde eles deviam se dirigir. A seguir, o próprio Jesus vai ao
encontro delas e também lhes comunica que devem anunciar aos discípulos que
se dirijam para a Galiléia (Mt 28,1-10). Isto indica que, após a crucifixão
de Jesus em Jerusalém, a missão iniciada por ele foi retomada na Galiléia.
Dessa maneira, os onze
discípulos voltam para lá e se encontram com Jesus ressuscitado, sendo por
ele enviados
O credo da tradição de Israel se
fundamenta em uma divindade que elege um povo e, por meio de "sinais e
prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, por meio de
grandes terrores", extermina os demais povos, que são considerados
inimigos (primeira leitura). Contudo, Jesus vem revelar o Deus de amor e
misericórdia, na humildade, na mansidão e na paz, que acolhe todos os povos
do mundo. Jesus se comunica não com terrores e poder, mas com palavras
dirigidas aos seus discípulos de irmão para irmão, de amigo para amigo. São
palavras de vida que seduzem e conquistam.
Os discípulos são enviados de
modo a eles próprios fazerem novos discípulos entre todas as nações. Não há
nenhuma eleição particular; todos são chamados ao seguimento de Jesus, na
observância de sua palavra e na adesão à vontade do Pai. O ministério de
Jesus iniciou-se com o batismo de João. É o batismo da conversão à justiça, à
fraternidade e à compaixão. Agora, os discípulos são enviados para batizar,
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus assumiu o batismo de João
revelando que este batismo da conversão é do agrado de Deus e, pela prática
da justiça que promove a vida, somos inseridos na própria vida divina, na
unidade da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.
A justiça que promove a vida, na
misericórdia e na compaixão, é a forma concreta do amor que une os filhos de
Deus. Pela fidelidade a Jesus, movidos pelo Espírito, podemos chamar Deus de
Pai (segunda leitura) e temos a presença de Jesus por toda a eternidade.
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segunda-feira, 28 de maio de 2012
08ª semana Comum
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