Liturgia da Segunda Feira — 31.12.2012
OITAVA
DO NATAL *
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO
DO NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O
poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado mensageiro do conselho de Deus
(Is 9,6).
Leitura (1 João 2,18-21)
Leitura da primeira carta de são João.
2 18 Filhinhos, esta é a última
hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos
anticristos, por isto conhecemos que é a última hora.
19 Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos
nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que
nem todos são dos nossos.
20 Vós, porém, tendes a unção do Santo e sabeis todas as coisas.
21 Não vos escrevi como se ignorásseis a verdade, mas porque a conheceis, e
porque nenhuma mentira vem da verdade.
Salmo responsorial 95/96
O céu se rejubile e exulte a
terra!
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua salvação.
O céu se rejubile e exulte a
terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele
vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de
Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).
Evangelho (João 1,1-18)
1 1 No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos
cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o
poder de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória
que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: "Eis aquele de quem eu disse: 'O
que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim'".
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus
Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem
o revelou.
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Parábola do Menino de
rua...
Era um menino pobre que
vivia na miséria total, dormia em baixo da ponte ou nas marquises dos
prédios, não tinha a segurança de um lar, de uma família, não tinha quem
olhasse por ele. Um certo dia um homem sentou-se ao seu lado e começou a
conversar com ele.
Comprou e comeu com ele um
cachorro quente e um refrigerante, depois passou uma noite com o menino,
dormiram em baixo de uma marquise porque naquela noite choveu muito e de
manhã convidou o menino a ir para sua casa.
___O Senhor tem uma casa? Uma
família? Como é isso...?
___Sim, tenho uma família e uma casa e queria levar você para morar com a
gente.
___Mas por quanto tempo vou poder ficar por lá? Perguntou o menino
desconfiado.
___Filho, você não vai como hóspede, mas sim como membro da família, poderá
ficar a vida inteira e tudo o que é nosso será também seu, e um dia serás
Herdeiro...
Uma pergunta para os leitores:
Quem é que recusaria uma proposta dessa? Só se o sujeito for ruim da cabeça e
não estiver em seu juízo perfeito, não é mesmo?
Pois aqui está o evangelho de
São João, neste último dia do ano civil, a encarnação de Jesus, aquele que
pré existia junto ao Pai, e que assumiu a nossa natureza humana, tornando-se
um de nós, nos convida a participarmos na comunhão de vida com a Trindade
Santa, Jesus não só assumiu a nossa natureza humana, mas nos divinizou
fazendo-nos participantes da Trindade, mesmo na caminhada terrena, com as
nossas fragilidades.
É isso que João Batista
anunciou: mudança de casa, mudança de rumo e de direção, a Graça e a Verdade em Cristo Revelada
nos deu acessibilidade total á comunhão com Deus. Agora acabou o tempo da
Lei, pois em vez de simplesmente obedecermos ordens (seguirmos a Lei) nos
tornamos íntimos daquele que nos deu a Lei, e por esta nossa ligação com
Jesus o Pai nos acolhe em sua casa e somos inseridos na comunhão, podendo
contemplar a sua glória e a sua luz maravilhosa.
Encarnação, assim resumida por
João, consiste precisamente nisso: Jesus vem á nossa vida e nos leva a
participar da Vida de Deus. Nele nasce um Novo homem, que agora renovado pela
Graça e Salvação, se reencontra diante de Deus em imagem e semelhança, como
em sua origem...
2. Um mundo novo
Já brilha a luz da qual João
Batista foi testemunha, a qual iluminará o novo ano civil que se aproxima.
Esta luz é a vida comunicada pela Palavra de Deus que veio habitar entre nós.
Toda a criação foi feita pela Palavra e, agora, quem crer nela e a acolher
torna-se filho de Deus, participante de sua vida eterna. Tudo foi feito pela
Palavra e o universo criado é a expressão do poder de Deus.
E o Verbo se faz carne, Jesus
nasce. A carne, a individualidade de Jesus, é solidária com todo o universo.
Jesus é o homem novo e com ele surgem os novos homens e as novas mulheres, o
novo céu e a nova Terra, transcendendo o tempo.
Agora, homens e mulheres que
creem na Palavra são gerados por Deus, na comunicação do seu amor. Na sua
relação com os homens e as mulheres, Deus é amor. Deus comunica sua vida a
eles por amor. E este amor é plenamente revelado e glorificado por Jesus.
Oração
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus
gestos misericordiosos em favor da humanidade.
3. A TENDA DIVINA ARMADA ENTRE NÓS
Só uma reflexão atenta sobre o
nascimento de Jesus permitiu ao evangelista compreender, em profundidade, o
que se passou na humildade de Belém. Aí, o Filho de Deus armou sua tenda
entre nós, na qualidade de enviado para nos falar de Deus e nos levar a
conhecê-lo. Ele veio para nos transmitir tudo quanto aprendeu do Pai.
Sua condição divina foi descrita
num linguajar elevado. Ele era a Palavra de Deus, estava em Deus e gozava da
condição divina. Toda a Criação traz a sua marca, por ser obra sua. Nenhum
ser existe independente de seu querer, pois nele estava a fonte da vida. Foi
ele que arrancou o ser humano das trevas do erro, sendo uma luz brilhando nas
trevas. Desde então, toda pessoa pode beneficiar-se desta luz, oferecida
abundantemente.
Fazendo-se carne, em Jesus de
Nazaré, a Palavra divina tornou-se visível. E assim, toda a humanidade passou
a ter acesso a Deus, de maneira nova, por meio do Filho único, "cheio de
graça e verdade". Só ele pode nos falar do Pai.
Todas estas credenciais não
foram suficientes para que os seus acolhessem Jesus. Antes, movidos pelas
paixões humanas – "a vontade da carne" –, muitos o rejeitaram
recusando-se a partilhar da plenitude que lhes tinha sido oferecida.
Contudo, a insensatez humana não
foi suficientemente forte para anular o projeto do Pai. A tenda do Verbo
encarnado continua armada entre nós. Aproximemo-nos dela!
Oração
Pai, em teu Filho
Jesus tu te fazes presente no meio de nós. Que eu saiba
reconhecer-te e acolher-te na fragilidade humana do Verbo encarnado.
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Liturgia da Terça-Feira
01.01.2013
SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS — ANO C
(BRANCO,
GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
__ "Maria meditava tudo em seu coração" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste primeiro dia do ano civil, a Igreja celebra o
mistério da maternidade divina, realizado em Maria, apresentando-a como
protótipo do cristão, que medita a Palavra e os acontecimentos da vida. Por
isso, Maria, a Mãe do Senhor, encarna o ideal dinâmico da presença ativa da
mulher na Igreja e é o ponto mais alto da estima dos valores femininos que
Cristo testemunhou com sua atitude diante da mulher. Neste Dia Mundial da
Paz, iniciando um novo ano, a paz é desejada, suplicada como sinal de benção
e da proteção permanente de Deus. Com o exemplo de Maria no seu sim
incondicional, assumamos a proposta de Jesus de sermos promotores da paz em
nossos lares e na sociedade em que vivemos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no alvorecer
do Ano Novo, nos coloca diante da Esperança que foi gerada no ventre virginal
de Nossa Senhora. Deixemo-nos, pois, inundar pela paz que Jesus trouxe e nos
confiemos à constante proteção da Virgem Maria. Depositemos aos pés da Mãe de
Deus nossas esperanças e nosso compromisso de, neste ano, nos empenharmos
mais na busca da paz e no aprofundamento da fé.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Hoje celebramos a Festa da Sagrada Família: Jesus,
Maria e José. Deus em sua plenitude e em sua infinita bondde mostra que
precisa de nós, seres humanos, para realizar suas grandiosas obras. É através
da família que seu amor infinito se espalha pelo mundo, contagiando a todos
com a beleza da santidade e do amor ao próximo.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e
cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
MARIA, MÃE DE DEUS
Antífona da entrada: Salve, ó santa mãe de Deus, vós destes à luz o rei que
governa o céu e a terra pelos séculos eternos (Sedúlio).
Oração do dia
Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação
eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o
autor da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Comentário das Leituras: A Palavra nos incentiva a invocar a bênção divina, para
que a paz tome conta de nossas vidas, pois somos filhos e filhas do Deus da
paz. A meditação silenciosa de Maria, Mãe de Deus, é exemplo e caminho de
como beber a paz divina e ser promotor dessa mesma paz, através de nossos
relacionamentos.
Primeira Leitura (Números 6,22-27)
Leitura do livro dos Números.
6
22 O Senhor disse a Moisés:
23 "Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos
de Israel:
24 O Senhor te abençoe e te guarde!
25 O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça!
26 O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz!
27 E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os
abençoarei".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 66/67
Que
Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
Que
Deus nos dê a sua graça e sua bênção,
e sua face resplandeça sobre nós!
Que na terra se conheça o seu caminho
e a sua salvação por entre os povos.
Exulte
de alegria a terra inteira,
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão
e guiais, em toda a terra, as nações.
Que
as nações vos glorifiquem, ó Senhor,
que todas as nações vos glorifiquem!
Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,
e o respeitem os confins de toda a terra!
Segunda Leitura (Gálatas 4,4-7)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
4
4 Irmãos, quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que
nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei,
5 a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua
adoção.
6 A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito
de seu Filho, que clama: Aba, Pai!
7 Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também
herdeiro por Deus.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas;
nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1s).
EVANGELHO (Lucas 2,16-21)
2
16 Os pastores foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino
deitado na manjedoura. 17 Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a
respeito deste menino.
18 Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os
pastores.
19 Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.
20 Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham
ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito.
21 Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe
posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido
no seio materno.
BÊNÇÃO DO INÍCIO DO ANO
Presid.: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele
está no meio de nós.
Presid.: Que o Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda a
bênção, vos conceda a sua graça, derrame sobre vós as suas bênçãos e vos
guarde sãos e salvos todos os dias deste ano.
Todos: Amém.
Presid.: Que ele vos conserve íntegros na fé, pacientes na
esperança e perseverantes até o fim na caridade.
Todos: Amém.
Presid.: Que ele disponha em sua paz vossos atos e vossos dias,
atenda sempre as vossas preces e vos conduza à vida eterna.
Todos: Amém.
Presid.: Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. BÊNÇÃO E PAZ!
A
Igreja celebra em todo dia primeiro de ano a solenidade de Santa Maria, Mãe de
Deus, onde a primeira leitura nos apresenta a chamada “Bênção de Aarão” que
traz uma tríplice invocação de Deus, precedida de uma ação.
Para
o homem bíblico, bênção tinha muitos significados e há correntes religiosas
que em nossos dias ainda vê a bênção dentro desses conceitos do Antigo
Testamento, o que é perigoso, pois pode gerar uma distorção nos ensinamentos
básicos do Cristianismo, transmitidos por Jesus.
Bênção
não é uma superproteção divina para alguns privilegiados, nem tão pouco
aumento de patrimônio e conquista de riqueza, porque nesse caso, o homem
Jesus de Nazaré seria o mais rico que já pisou nessa terra e seu nome estaria
evidentemente relacionado entre as maiores fortunas do mundo, e Jesus também
não teria proclamado que os pobres e pequenos são os prediletos no Reino de
Deus.
A
bênção também não é um amuleto de sorte ou uma fórmula mágica para se fazer
uso quando algo dá errado em nossa vida. Na verdade, bênção é todo bem que
desejamos e que Deus quer nos dar, não porque sejamos merecedores, mas porque
a sua misericórdia nos concede gratuitamente.
E
qual é o maior bem que podemos desejar? O mundo responde que é o “ter” e o
“poder”, porém, infeliz do homem que assim pensar. A segunda leitura dessa
liturgia nos dá a resposta e nos leva ao coração de Deus porque fala da
bênção na sua essência, pois o Bem mais supremo e a maior de todas as bênçãos
que Deus nos concede é Jesus Cristo, que nos transforma de escravos, porque
éramos devedores de Deus, em filhos, herdeiros da sua graça!
É
exatamente nesse ato da bondade divina que se concretiza a bênção de Aarão –
Em Cristo, Deus nos guarda, nos mostrou a sua face, concedeu-nos a sua graça,
voltou para nós o seu olhar e nos concedeu a verdadeira Paz.
E
quem é portador dessa bênção? São pessoas especiais, dotadas de poderes
sobrenaturais? O evangelho de Lucas, que narra alguns episódios da infância
de Jesus, nos mostra que é portador dessa bênção, quem crê e vive essa grande
esperança chamada Jesus. A narrativa coloca em realce Maria e os
pastores, que eram pessoas simples do meio do povo. Os pastores viviam
isolados em suas aldeias próximas a pastagem e não tinham acesso ao sistema
religioso, porque sua conduta não era das melhores já que tinham fama de
mentirosos e violentos. Maria é de um vilarejo pobre, Nazaré, que em nada
poderia contribuir para alguma mudança na humanidade. É no coração dessas
pessoas, excluídas do sistema religioso e econômico, que Deus age.
O
poder religioso da época jamais admitiria que Jesus fosse o Messias
prometido; já os pastores, ao ouvirem o anúncio na noite santa, puseram-se a
caminho. Lucas gosta da palavra “pressa” (ele a utiliza para Maria, na visita
a sua prima Isabel: Maria foi às pressas...) e nesse domingo novamente
menciona que os pastores foram as pressas... Ter pressa nos sugere movimentos
feitos com rapidez, mostrando-nos assim que o anúncio da Boa Nova requer
certo dinamismo, uma ação eficiente e objetiva.
Quando
o nosso agir emana da fé, nossas atitudes e palavras provocam admiração;
porém, o verdadeiro anunciador da Boa Nova jamais aponta para si mesmo, mas
para o “outro”. A admiração das pessoas é porque vê nos pastores o agir de
Deus, é Ele quem causa admiração. As pessoas na verdade descobrem Deus no
agir de quem o anuncia. Essa ação de Deus em nossa vida, nem sempre pode ser
explicada, pois a fé é por si um mistério. Há muita gente que quando depara
com o mistério em sua vida, e não consegue explicação lógica para certos
acontecimentos , acabam desistindo de viver a fé.
O
texto dá a entender que Maria e José se admiraram das coisas que os pastores
anunciaram. Maria é por excelência a portadora de Jesus para o mundo, mas não
sabe tudo e vai descobrindo a verdade aos poucos, sabendo reconhecer Deus nas
palavras daqueles homens rudes. Por isso, ela guardava todas essas coisas no
coração.
A
exemplo de Maria e dos pastores, louvemos e glorifiquemos a Deus, adorando-o
no mais íntimo do nosso ser a cada dia de nossa vida, e neste primeiro dia do
ano rezemos como o salmista “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”. Amém.
2. Esperanças de um feliz ano novo
Começar
o ano civil com esta festa é significativo, pois nos põe na perspectiva do
discipulado. Maria é modelo do discípulo: mulher que escuta a Palavra e põe
em prática o que escutou. O evangelho de hoje faz parte de um conjunto de
textos denominados "evangelhos da infância". O anúncio dos anjos
aos pastores, uma das classes mais esprezadas da época, introduz uma novidade
na história do povo eleito: ninguém está excluído da salvação, muito pelo
contrário.
A
salvação, o amor de Deus pela humanidade, se faz experimentar, agora,numa
carne como a nossa, num coração como o nosso, em Jesus de Nazaré. É dessa
mensagem que os anjos são portadores e de que Maria "conservava e
meditava no seu coração". Se a mensagem causa admiração, ela exige a
atitude requerida pelo mistério: escuta e meditação. A atitude de Maria é
pedagógica: a compreensão do mistério de Deus supõe tempo e um itinerário
pelo qual o ouvinte é conduzido ao mistério Pascal de Jesus Cristo, lugar
teológico a partir do qual toda a história da salvação é compreendida na sua
unidade.
Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender
o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
3. GUARDAVA TUDO NO CORAÇÃO
Os
fatos ocorridos em torno do nascimento de Jesus exigiram de Maria muita
atenção. A acolhida do projeto divino – "Faça-se em mim segundo a tua
palavra" – de modo algum proporcionou-lhe um conhecimento preciso e
exaustivo do que estava para acontecer. O "sim" de disponibilidade
exigiu dela jogar-se toda nas mãos de Deus e adaptar-se aos contínuos
imprevistos preparados pelo mistério divino.
As
palavras dos pastores a respeito de Jesus pegaram-na de surpresa. Eles
falavam das coisas maravilhosas comunicadas pelos anjos: o recém-nascido era
o Salvador da humanidade, o Messias Senhor, motivo de grande alegria para
todo o povo.
Maria
"observava tudo, guardando no coração o que ouvia". Ela registrava
na memória os fatos presenciados, buscando seu sentido profundo, para além
das aparências. Com a ajuda do Espírito, esforçava-se para interpretar tudo
quanto dizia respeito a seu filho, cuja missão salvífica começava a se
esboçar, desde o seu nascimento.
Portanto,
a fé da Mãe de Deus foi pouco a pouco se consolidando. Embora "cheia de
graça", não deixou de se esforçar para captar cada pequeno sinal do
desígnio de Deus para si e para seu filho. Não foi agraciada com
conhecimentos excepcionais que lhe proporcionassem tranqüilidade em relação
ao mistério que a envolvia. A sua foi uma exigente vida de fé.
Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender
o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
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SANTOS BASÍLIO E GREGÓRIO - BISPOS E DOUTORES
(BRANCO, PREFÁCIO DO
NATAL OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei
um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34 11.23s).
Leitura (1 João 2,22-28)
Leitura da primeira carta de são João.
2
22 Irmãos, quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse
é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho.
23 Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai. Todo aquele que proclama o
Filho tem também o Pai.
24 Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer
em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e
no Pai.
25 Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
26 Era isto o que eu vos tinha a escrever a respeito dos que vos seduzem.
27 Quanto a vós, a unção que dele recebestes permanece em vós. E não tendes
necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas
as coisas, assim é ela verdadeira e não mentira. Permanecei nele, como ela
vos ensinou.
28 E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando aparecer, tenhamos
confiança e não sejamos confundidos por ele, na sua vinda.
Salmo responsorial 97/98
Os
confins do universo contemplaram
A salvação do nosso Deus.
Cantai
ao Senhor Deus um canto novo,
Porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O
Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os
confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas
vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s).
Evangelho (João 1,19-28)
1
19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém
sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: "Quem és tu?"
20 Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: "Eu não sou o
Cristo".
21 "Pois, então, quem és?", perguntaram-lhe eles. "És tu
Elias?" Disse ele: "Não o sou". "És tu o profeta?"
Ele respondeu: "Não".
22 Perguntaram-lhe de novo: "Dize-nos, afinal, quem és, para que
possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?"
23 Ele respondeu: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o
caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías'".
24 Alguns dos emissários eram fariseus.
25 Continuaram a perguntar-lhe: "Como, pois, batizas, se tu não és o
Cristo, nem Elias, nem o profeta?"
26 João respondeu: "Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós
não conheceis.
27 Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia
do calçado".
28 Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava
batizando.
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. O Pregador não era credenciado...
___Vocês
já foram lá sondar aquele pregador que está soltando o seu vozeirio e
atraindo o povo?
___Ainda não Senhor, mas ele é mais um desses loucos que pregam um Messias
que está para vir...
___Não dá para facilitar hoje em dia, formem uma delegação e vão lá checar,
se ele tem credencial para andar pregando por aí, falando do Messias.
___Sim Senhor, vamos até lá, o Messianismo é assunto nosso, só nós sabemos a
história e temos em nossos arquivos a profecia....
Inquirido pela comissão investigatória, o Batista declarou logo de início que
não era o Cristo.
__Menos mal ----- comentou um dos enviados - Mas será que ele não é Elias?
João negou.
Não
era o Cristo Ungido e esperado por todos, e nem o grande profeta Elias, que
iria voltar lá do céu para instaurar o novo Reino, portanto não estava ligado
a Religião oficial, não tinha credencial para falar do tal Messias, mas como
não havia muito o que fazer, a Comissão decidiu ir embora.
Um
deles lembrou que não adiantaria dizer quem João não era, o "Pessoal lá
de cima" não iria gostar da resposta. E voltaram a bombardeá-lo para
saber quem era, se fosse alguém importante que dissesse logo, pois o Poder
religioso precisava monitorar a sua pregação e conceder-lhe um alvará para
continuar o trabalho.
Daí
a comissão de Sacerdotes e Levitas, vindos de Jerusalém começaram a
preocupar-se quando João citou Isaias 40,3 se auto definindo como uma voz que
clama no deserto "Preparai os caminhos do Senhor".
Precisavam
fazer aquele homem calar a boca, afinal ele era um pregador autônomo sobre o
qual eles não tinham nenhum controle, e o povão andava o rodeando pois não
pregava a mesmice dos outros pregadores, mas falava de algo novo. Então
pensaram em proibir -lhe de batizar e a melhor forma seria fazê-lo ver que
não era credenciado para aquilo. Só o Cristo, Elias ou um dos Profetas que
estavam para voltar, é que poderiam apresentar um rito novo de purificação.
Lugar de se purificar era no templo...
E
João aproveitou para dizer que, tudo o que se tinha de rito purificador, que
tentava reaproximar o homem de Deus, passaram a ser velharias perto do novo
Batismo que Alguém, muito maior que ele estava por fazer.
A
comissão voltou até os poderosos e resolveram botar panos quentes em cima do
assunto "Vamos esperar esse que ele está anunciando, parece que aí é que
está o perigo que nós todos tememos..."
O
Reino de Deus não está atrelado a nenhum poder ou instituição deste mundo,
mesmo as religiosas, nossa Igreja, tal como João Batista, é apenas uma voz
que anuncia a presença do Reino, é apenas um sinal desse Reino que é maior do
que qualquer instituição. Aquele que todos nós anunciamos, é infinitamente
maior que nós, age em total liberdade e penetra nos corações que desejar,
independente de Credo, conhecimento ou posição social da pessoa.
Precisamos
saber bem disso, para não termos a tentação de sermos os "Donos" da
Santa Palavra que anunciamos.
2. João Batista dá testemunho de Jesus
A
noção de testemunho caracteriza o quarto evangelho. João Batista, com vários
outros personagens, forma uma verdadeira corrente de testemunhos, em que o
"discípulo amado" é expoente, e que tem por objetivo conduzir o
leitor ou ouvinte do evangelho a crer que Jesus é o Messias, o Filho de Deus
(cf. Jo 20,30-31).
O
evangelho não nos diz, neste ponto, da atividade anterior do Batista, talvez
deixando entender que o leitor ou ouvinte já o soubesse. O interrogatório a
que João Batista é submetido revela que o movimento começado por ele
conquistou uma amplitude que preocupava as autoridades judias. O testemunho
de João (cf. v. 19) consiste em dirimir o equívoco de que ele fosse o Messias
(cf. v. 20) e aponta para aquele que vem "depois dele" (v. 27).
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou
sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes
de João.
3. QUEM ÉS TU?
O
ministério de João Batista foi importante para se conhecer o sentido do
ministério de Jesus. Faziam-se a respeito dele muitas perguntas. Sua vida austera
deixava transparecer a condição de homem de Deus, totalmente confiado na
Providência divina, sem ambições mundanas. Tampouco iludia-se com a fama que
seu comportamento podia provocar. Suas palavras cortantes tinham o sabor da
pregação dos antigos profetas, a ponto de ser confundido com Elias.
Entretanto,
João rebatia com firmeza qualquer tentativa de fazê-lo passar por aquilo que
sabia não ser: Messias, profeta ou algo que o valha.
Sua
humilde função consistia em "dar testemunho" do Messias vindouro,
na qualidade de voz que, no deserto, convoca os pecadores a se prepararem
para acolher o enviado de Deus. Portanto, uma tarefa que terminaria tão logo
despontasse, na história de Israel, o Messias esperado.
O
Batista relativizava sua pessoa e sua missão. Comparando-se ao Messias, tinha
consciência de não ser digno nem mesmo de desatar-lhe a correia das
sandálias, gesto reservado aos criados. Sua compreensão ia além: o Messias
havia-o precedido e lhe tomaria a dianteira.
Desta
forma, João Batista deu mostras de estar totalmente sintonizado com a vontade
divina. Ele nada mais era do que um modesto servidor de Deus.
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e
conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos
mesmos moldes de João.
|
TEMPO DO NATAL *
(BRANCO, PREFÁCIO DO
NATAL – OFÍCIO DA II SEMANA)
Antífona da entrada: No princípio e antes dos séculos o Verbo era Deus, e
dignou-se nascer para salvar o mundo (Jo 1,1).
Leitura (1 João 2,29-3,6)
Leitura da primeira carta de são João.
2
29 Se sabeis que ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a
justiça é nascido dele.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos
de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não
o conheceu.
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o
que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos
semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é.
3 E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.
4 Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da
lei.
5 Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há
pecado.
6 Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o
conheceu.
Salmo responsorial 97/98
Os
confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Cantai
ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
Os
confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Cantai
salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
A Palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de
Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).
EVANGELHO (João 1,29-34)
1
29 No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: "Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30 É este de quem eu disse: 'Depois de mim virá um homem, que me é superior,
porque existe antes de mim'.
31 Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne
conhecido em Israel.
32 (João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e
repousar sobre ele.)
33 Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me:
Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito
Santo.
34 Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus".
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. O FRÁGIL CORDEIRO DE DEUS...
Houve
um tempo na minha infância, em que os Reis do Ringue influenciavam nossas
brincadeiras e disputava-se em duplas, fazendo do campinho de final de rua,
nosso ringue improvisado. Havia um garoto novo, mas muito encorpado, e além
do mais com uma agilidade incrível para lutar, quem lutava ao seu lado,
saia-se vencedor. Nós éramos franzinos e ele era sempre o destaque,
considerado forte, sempre com pose de campeão.
Quando
as lutas eram com algum menino de outro bairro, para intimidar o adversário,
o apontávamos como o grande campeão e vencedor nato, e assim, por muito tempo
foi considerado o melhor lutador da região, ninguém ousava enfrentá-lo.
João
Batista aponta aos discípulos e demais seguidores, o grande Messias, o
esperado por todos, o Ungido de Deus e revestido de todo poder, mas o título
que lhe confere deve ter provocado risos em alguns mais céticos: Cordeiro de
Deus ! Poderia utilizar-se de um título mais condizente com o poder do
Messias, quem sabe Leão ou até mesmo Urso, animal forte e poderoso entre os
demais, com força descomunal.
Mas
Cordeiro era motivo até para chacota, pois o cordeiro é frágil, indefeso,
incapaz de qualquer reação diante dos que atentam contra sua vida. Quanto á
sua ação de “tirar o pecado do mundo”, esperava-se alguém que acabasse
definitivamente com os maus, premiasse os bons e eliminasse todas as forças
do mal, não muito diferente de hoje, quando diante do quadro triste de um
mundo marcado por tanto pecado, muitos nutrem no coração, a falsa esperança
de que Jesus venha nas nuvens para desmascarar o Mal e fazer triunfar o Bem.
Seria assim a vingança dos bons e justos, ver os maus serem esmagados e
aniquilados por Jesus triunfante e glorioso. Acredita-se que o traidor Judas,
no fundo pensava em uma “virada” na situação e por isso entregou Jesus aos
seus inimigos, para deliciar-se ao ver a reação der Jesus na hora “H”. Esse
pensamento equivocado prevaleceu até na hora derradeira quando entre outros
insultos se dizia “Se és de fato o Messias, desce da cruz agora...”
Não
é errado pensarmos desse modo, diante do Poder e Perfeição de Deus, e de
nossas fragilidades, até João Batista tinha uma compreensão messiânica
rigorosa e severa, vivia falando em fogo que devora, em palha que iria ser
queimada quando o Reino se instalasse, para que os maus tremessem na base e
se convertessem.
Mas
no evangelho de hoje, parece que “caiu a ficha” de João, duas vezes ele
declara que não conhecia Jesus, e que chegou a esse conhecimento porque
Aquele que o tinha enviado para Batizar, o revelara.
Não
se compreende as coisas de Deus, o seu pensamento e seu agir, a partir da
lógica humana, mas pode-se ver os sinais que ele realiza, e João VIU ,
logicamente esse Ver Teológico, transcende a nossa limitada visão carnal, ver
os sinais que Deus realiza, só é possível com os olhos da Fé, em outras
palavras, quem vive na Fé, começa a ver os acontecimentos e as pessoas com um
olhar diferente e o quadro inverte-se: aquilo que é Forte e poderoso se
tornará em ruína, aquilo que é fraco, indefeso, insignificante, irá realizar
a salvação completa, não só dos Israelitas, mas de toda humanidade.
Na
primeira Leitura o Profeta, que é a Boca de Deus, já havia dito sobre o Servo
de Javé, que ele seria a Luz das Nações, e aqui, o servo de Javé é aplicado
ao povo, que estava cativo na Babilônia, totalmente derrotado e massacrado,
sem pátria e sem identidade, aliás, nas duas leituras, não é homem que se
sente forte e preparado, para algo grandioso, mas é Deus que chama através da
Vocação, o apóstolo Paulo apresenta-se desse modo á comunidade, e Deus nunca
chama os arrogantes, os prepotentes, os mais fortes, e que tem panca de
vencedor, como o meu amigo de infância, a quem me referi no início e que nós
chamávamos de “Homem Montanha”, ao contrário, Deus se alia aos pobres,
fracos, desprezados, por isso o título “Cordeiro de Deus” evoca realmente
quem é Jesus, o Deus Todo Poderoso encarnado na fragilidade humana para
vencer em definitivo as forças do mal e tirar o pecado do mundo.
O
Cordeiro de Deus, o Deus imortal, Criador de todas as coisas, Onipotente,
Onipresente e Onisciente, vem como Cordeiro indefeso diante da violência
humana, vai para o matadouro mudo, sem reclamar, sem praguejar contra o Pai,
sem maldizer a própria sorte. Porque somente assim realizará sua Missão de
Salvar os homens, só o amor salva, e só DEUS É AMOR.
Aprofundar
no conhecimento de Deus e poder dar testemunho como João Batista, requer de
cada cristão esse VER constante no dia a dia, os atos de mais puro amor que
Deus vai realizando, mas é sempre preciso ter em mente esse modo de agir
Divino, que sempre engana os homens que se julgam sábios e espertalhões.
Olhemos para a Eucaristia, ponto convergente da Igreja e cume da Liturgia, o
Sacerdote ergue uma hóstia frágil, que cabe na palma da nossa mão, e que até
um ventilador ligado pode fazê-la sair voando...
Entretanto,
ali está escondido e oculto aos olhos dos que não crêem o maior e mais
valioso de todos os tesouros da terra. A graça de Deus em forma de pão que
alimenta e restaura as nossas forças, ajudando-nos a atravessar o deserto da
Vida terrena, como aquele Maná descido do céu ajudou o povo na travessia do
deserto, milhares de vezes ao dia esse gesto se repete, a hóstia é
apresentada repetindo-se as palavras de João: Eis o Cordeiro de Deus, aquele
que tira o pecado do mundo...
Como
diz São Paulo, Jesus Cristo é o mesmo ontem, Hoje e sempre, e ainda prefere
ocultar todo o seu Poder, graça, Glória e Salvação, em algo frágil. Que a
exemplo de João Batista, possamos também VER , e dar testemunho de que
naquele pedacinho de pão está o Filho de Deus, Cristo Jesus, nosso Deus e
Senhor, aquele que criou o céu e a terra, e salva e santifica a todos os que
Nele crêem, em meio a toda humanidade.
2. O Cordeiro de Deus
O
testemunho de João Batista é situado no tempo: "no dia seguinte"
(v. 29). A história é o lugar aberto ao testemunho. Há uma tríplice afirmação
sobre Jesus: ele é o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"
(v. 29), aquele sobre quem o Espírito permanece (cf.vv. 32-33), ele é o Filho
de Deus (v. 34).
A
expressão "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" aparece uma
única vez no Novo Testamento. Rica de significado, ela é um título
cristológico. Pode evocar tanto o servo sofredor de Is 53,7 quanto o cordeiro
imolado de Ap 14,10; 17,14, ou ainda o cordeiro pascal(cf. Jo 19,14), sem
defeito, de quem nenhum osso foi quebrado (cf. Jo 19,31-36).
Oração
Pai, tu enviaste Jesus com a missão de nos introduzir no Reino da
fraternidade. Dá-me a graça de reconhecê-lo e fazer-me seguidor dele.
3. EIS O CORDEIRO DE DEUS!
A
proclamação de João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus" sublinha a
função salvadora de Jesus, presente desde o início de seu ministério. Como
pano de fundo desta imagem de Jesus-Cordeiro de Deus está a tradição do
êxodo, suporte de toda a teologia bíblica.
Dois
textos do evangelho joanino aludem à imagem enunciada pelo Batista. O
primeiro é o discurso eucarístico no qual, ao falar em "comer a minha
carne e beber o meu sangue", Jesus referia-se a si mesmo como o cordeiro
imolado na cruz, à semelhança do cordeiro sacrificado por ocasião da Páscoa.
Na ceia pascal, os judeus comem a carne do cordeiro, recordando a libertação
do Egito. No passado, o sangue do cordeiro, aspergido nos frontais das casas,
indicava pertença ao povo eleito, e o livrava do castigo divino. O que o
cordeiro pascal representou para o antigo Israel, Jesus representa para o
verdadeiro Israel, cuja origem foi seu serviço obediente ao Pai.
O
segundo corresponde à cena da cruz, quando Jesus foi traspassado pela lança.
O evangelista recorda ter sido a tarde do dia em que se faziam os
preparativos para a Páscoa o momento em que, com um golpe de lança, um soldado
traspassou o peito de Jesus, sem lhe quebrar nenhum osso. Ou seja, na hora da
imolação do cordeiro para a celebração da páscoa nas famílias, seguindo o
rito como o cordeiro deveria ser sacrificado. Portanto, imolado na cruz,
Jesus cumpriu o papel de Cordeiro de Deus "que tira o pecado do
mundo".
Oração
Pai, que eu possa a acolher a salvação realizada por teu Filho Jesus, o qual
veio abolir todo pecado deste mundo. Que o meu pecado também seja abolido!
|
TEMPO DO NATAL *
(BRANCO, PREFÁCIO DO
NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Para os retos de coração surgiu nas trevas uma luz: o
Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111,4).
Leitura (1 João 3,7-10)
Leitura da primeira carta de João.
3
7 Filhinhos, ninguém vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como
também (Jesus) é justo.
8 Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis
por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio.
9 Todo o que é nascido de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e
não pode pecar, porque nasceu de Deus.
10 É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio:
todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não
ama o seu irmão.
Salmo responsorial 97/98
Os
confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Cantai
ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda
o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na
presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais, pelos profetas, muitas
vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s).
EVANGELHO (João 1,35-42)
1
35 No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36 E, avistando Jesus que ia passando, disse: "Eis o Cordeiro de
Deus".
37 Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que
procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde
moras?"
39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e
ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que
o tinham seguido.
41 Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o
Messias" (que quer dizer o Cristo).
42 Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão,
filho de João; serás chamado Cefas" (que quer dizer pedra).
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. Recontando a História...
Eram
dois catequizandos, André e um outro amigo, o catequista era João Batista,
pessoa muito cativante, que falava com muita sabedoria sobre o Salvador, os
catequizandos sentiam-se muito atraídos por ele, até que um dia, durante a
catequese, João apontou para alguém que passava e disse com alegria e
convicção "Eis o Cordeiro de Deus".
Nem
houve festa de despedida, os dois alunos discípulos, na mesma hora
foram atrás de Jesus que passava e de repente Jesus parou e perguntou "O
que estão procurando?. O que os nossos catequizandos, terminada a primeira
fase da catequese procuram? Será que a nossa catequese os deixa encantados
por Jesus a ponto de querer conhecê-lo melhor?
Como
catequista, João foi aprovado com louvor, pois seus dois catequizandos, não
só quiseram conhecer melhor a Jesus Cristo, mas foram morar com ele, isso é,
sentiram-se despertos a viverem com ele em comunhão. Catequista
e pregador autêntico jamais aponta para si mesmo, mas revela e anuncia Jesus
Cristo, e deve fazê-lo de um modo que convença, que o discípulo catequizando
sinta-se encantado pelo que ouve e vê...
Quando
se faz essa experiência íntima com Jesus Cristo, no mais íntimo do nosso ser,
é impossível não ser missionário, assim aconteceu com a mulher Samaritana,
lembram-se? Ela foi correndo anunciar aos Samaritanos sobre Jesus e a
experiência que com ele acabara de fazer, assim aconteceu com todos os
que foram tocados pela graça Divina manifestada em Jesus, ontem e hoje...
Do
Discipulado surge à missão, André vai anunciar ao irmão Simão, e o levou a
Jesus, esse levar até Jesus tem um sentido teológico e retoma a essência do
anúncio kerigmático: nosso anúncio deve levar as pessoas a Jesus, não para
que a pessoa venha fazer parte do Fã Clube de Jesus de Nazaré, não para que
ela seja agora mais um membro do nosso grupo ou da nossa Igreja...isso é
apenas consequência...
Mas
sim para tenham também elas uma experiência profunda com Aquele que nos
renova e nos transforma, que nos faz ser outra pessoa. A História do
Apóstolo Pedro, uma das colunas da nossa Igreja, começou naquele dia, quando
tocado pelo anúncio de André, trocou um profundo olhar com o Mestre. E de
Pedro tornou-se Cefas, que quer dizer Pedra.
Em
nossas comunidades cristãs há histórias tão bonitas como esta, mas o que
importa na reflexão é que possamos a todo momento recontar a nossa história,
aumentando assim o nosso fervor, a nossa Fidelidade, o nosso amor e encanto
por Jesus de Nazaré - Nosso Único Deus e Senhor. Jesus olhou profundamente
para Pedro e agora olha também para cada um de nós... Amém...
2. Características do discípulo de Jesus
O
testemunho de João Batista suscita nos seus ouvintes o seguimento do Senhor.
Já dissemos anteriormente que uma das características do quarto evangelho é a
corrente de testemunhas desencadeada pelo encontro com Jesus Cristo.
Salvaguardando
a cristologia como tema central, em que se afirma que Jesus é o
"Cordeiro de Deus", o evangelho de hoje apresenta algumas
características fundamentais do discípulo, segundo o evangelho de João: é
aquele que ouve e recebe o testemunho, que busca encontrar o Senhor, que
deseja conhecê-lo e que aceita o convite do "Rabbi": vai, vê,
permanece e se torna testemunha do Messias.
Oração
Senhor Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo
autêntico, e que minha vida se espelhe na tua.
3. O ENCONTRO COM O MESSIAS
O
encontro de Jesus com seus primeiros discípulos é apresentado sob uma luz
messiânica.
Dois
discípulos de João Batista, um dos quais era André, seguiram o novo Mestre,
assim que foram informados tratar-se do "Cordeiro de Deus".
Encontrando-se com Simão Pedro, André, seu irmão, anuncia-lhe ter encontrado
o Messias.
O
desejo de conhecer Jesus fez com que os dois primeiros discípulos o seguissem
e ficassem com ele um dia inteiro. Foram movidos por um interesse que ia
muito além de constatar as condições de vida do novo Mestre. Eles queriam
averiguar em que sentido ele era o "Cordeiro de Deus".
O
diálogo com Jesus serviu para esclarecer sua condição de enviado, com a
tarefa precisa de reconciliar a humanidade pecadora com o Pai, eliminando o
pecado que impede o ser humano de ter acesso a Deus.
A
libertação do passado continuava a se efetivar no presente, por meio do
ministério de Jesus. Sua condição de "Cordeiro" era claro indício
de que a salvação comportaria sacrifício e morte. Se quisessem tornar-se
discípulos seus, André e João deveriam considerar, desde já, este aspecto do
discipulado.
Convivendo
com o Mestre, entenderam tratar-se do Messias. Por isso é que André,
plenamente convicto, foi até seu irmão Simão para dar-lhe a notícia: 'Nós
encontramos o Messias". Movido por esta certeza, Simão não hesitou em
deixar o antigo mestre – João Batista – e começar um discipulado totalmente
novo.
Oração
Pai, faze-me permanecer sempre junto a teu Filho Jesus, enviado por ti para
realizar todas as nossas esperanças de salvação.
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TEMPO DO NATAL
(BRANCO, PREFÁCIO DO
NATAL – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, para que
nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4,4s).
Leitura (1 João 3,11-21)
Leitura da primeira carta de são João.
3
11 Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos
uns aos outros.
12 Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o
matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas.
13 Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos
nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.
15 Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece
em nenhum assassino.
16 Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós
outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos.
17 Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe
fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?
18 Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade.
19 Nisto é que conheceremos se somos da verdade, e
tranqüilizaremos a nossa consciência diante de Deus,
20 caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que nossa
consciência e conhece todas as coisas.
21 Caríssimos, se a nossa consciência nada nos censura, temos confiança
diante de Deus.
Salmo responsorial 99/100
Aclamai
o Senhor, ó terra inteira!
Aclamai
o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
ide a ele cantando jubilosos!
Sabei
que o Senhor, só ele, é Deus,
ele mesmo nos fez, e somos seus,
nós somos seu povo e seu rebanho.
Entrai
por suas portas dando graças
e em seus átrios com hinos de louvor;
dai-lhe graças, seu nome bendizei!
Sim,
é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Um dia sagrado brilhou para nós: nações, vinde todas adorar o Senhor, pois
hoje desceu grande luz sobre a terra.
Evangelho (João 1,43-51)
1
43 No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra
Filipe e diz-lhe: "Segue-me".
44 (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)
45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés
escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de
José".
46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de
Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".
47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro
israelita, no qual não há falsidade".
48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus:
"Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da
figueira".
49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de
Israel".
50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da
figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".
51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. A Superação de barreiras
Essa
experiência profunda com Jesus Cristo, o Filho de Deus, não acontece em um
passe de mágica. Quando falamos que Jesus nos encanta e nos atrai, não se
trata de uma atração fatal. Ao contrário, ele nos atrai para nos dar
Vida, propõe e nos chama, mas sempre respeita as nossas decisões,
afinal quer nos fazer livres e não escravos...
Na
nossa Vida somos marcados por muitos preconceitos, de cor, de etnias, de
raça, e até de religião, não podemos permitir que esses preconceitos nos
impeçam de conhecer Jesus e de fazer com ele essa experiência tão necessária
para descobrir quem somos, e encontrarmos a nossa realização como pessoa
humana, Filhos e Filhas do Pai Eterno.
Natanael
era um bom cristão, porém muito fechado em seu grupo, sua comunidade, sua
igreja, costumava meditar a Palavra de Deus em baixo de uma Figueira, então
isso significa que ele buscava a Deus de coração sincero e quando isso
acontece, Jesus nos encontra primeiro, a iniciativa é sempre dele.
Filipe
anunciou Jesus a Natanael, mas quando este soube da sua origem, Nazaré,
colocou objeção para fazer a experiência. A Vila de Nazaré tinha de tudo e
sua fama, nos meios religiosos, não era lá muito boa, era quase que
impossível que de Nazaré viesse um Profeta poderoso.
Mas
Natanael não se deixou prender a esse preconceito, aceitou o convite de
Filipe "Vem e vê" e na comunidade Natanael conheceu Jesus e ali deu
o seu testemunho, tornando pública a sua Fé "Tu és o Filho de Deus, Tu
és o Rei de Israel...".
O
texto mais uma vez evidencia a impoortância da Comunidade, como lugar
teológico para se fazer a experiência de Deus manifestado em Jesus. Para tanto é
necessário superar dificuldades, desafios e preconceitos, para se viver a
comunhão em Cristo e com os irmãos e irmãs.
Quem
não participa de uma comunidade cristã, porque não consegue superar os
desafios e preconceitos para se viver a comunhão, nunca verá o Céu aberto e
os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Só vê o Céu
aberto quem aceita viver a comunhão com a Igreja Santa e Pecadora, vivendo o
amor fraterno junto aos irmãos e irmãs.
O
egoísmo fecha-NOS as portas do céu, e anula qualquer possibilidade de
experimentar Deus em nossa vida.
2. O chamado dos primeiros discípulos
Continua,
sob o dinamismo de uma corrente de testemunhos, o chamado dos primeiros
discípulos.
A
afirmação de fé de Filipe é fruto da experiência e releitura pascal: ".
encontramos. aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, assim como os
Profetas" (v. 45). O convite de Filipe a Natanael se faz com os mesmos
termos com os quais Jesus convida André, irmão de Simão, e outro discípulo,
cujo nome não nos é revelado: "Vem e vê" (v. 46; cf. v. 39).
É
o Senhor que, de fato, está na origem do chamado de Natanael: "Antes que
Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi" (v.
48). Isso irá provocar a profissão de fé de Natanael: "Tu és o Filho de
Deus, tu és o rei de Israel" (v. 49).
Oração
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu
Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
3. O MESSIAS IDENTIFICADO
Ao
poucos, os primeiros discípulos foram identificando Jesus, ao se darem conta
de quem se tratava. Filipe exprimiu sua fé messiânica ao defini-lo como Jesus
de Nazaré, filho de José, "aquele de quem Moisés escreveu na Lei e
também os profetas". Reconhecia-o como o personagem central de toda a
história da salvação, para o qual apontava cada página das Escrituras.
O
judeu fiel que aceitava como verdadeiras as Escrituras forçosamente deveria
acolher o Messias. Seria injustificável a rejeição dele por parte de quem
pretendia ser fiel às tradições mosaicas. Por isso, a incredulidade das
lideranças religiosas da época foi fortemente denunciada por Jesus.
Natanael,
após o diálogo enigmático com o Mestre, fez sua profissão de fé messiânica,
identificando-o como "Filho de Deus e Rei de Israel". Evidencia-se,
assim, um dos traços mais característicos da identidade de Jesus: sua
condição de Filho. De fato, ele se proclamava enviado do Pai, com a tarefa de
salvar a humanidade. Revelava ao povo o que havia aprendido junto do Pai.
Buscava, em tudo, fazer a vontade divina e levar a cumprimento seu projeto de
salvação. Tinha consciência de estar a caminho da casa do Pai, onde
prepararia um lugar para todos os que, pela fé, haveriam de acolhê-lo.
Assim,
os primeiros discípulos foram aprofundando a descoberta da identidade de
Jesus: Messias, centro e o objetivo da história da salvação, e Filho de Deus.
Oração
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu
Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
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Liturgia do Domingo — 06.01.2013
Solenidade da Epifania do Senhor Jesus ANO C
(BRANCO,
GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
__ "Em Jesus, a salvação é oferecida a todos. Na Igreja, Cristo se
revela a todos os povos!" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: A
festa de hoje, que popularmente chamamos de "dia de Reis", é
chamada pela liturgia de "Epifania" do Senhor. Epifania é uma
palavra grega e significa Manifestação da Divindade, e que passou para a
liturgia latina por influxo da Igreja Oriental. A manifestação da salvação de
Deus em Jesus Cristo
é, portanto, a ideia central que hoje celebramos. Por isso, a festa de hoje é
a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças
encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo. Essa é, no
fundo, a expectativa de Deus que transparece em toda a Bíblia. Mas é em Jesus
que ela toma corpo e forma, aparecendo como proposta oferecida a todos.
Superada, portanto, a etapa dos intermediários, Deus teve por bem se revelar
a nós por seu próprio Filho em pessoa.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Cristo
se manifestou ao mundo inteiro, quando acolheu a visita dos Magos do Oriente.
Consequentemente, celebramos também a vocação missionária da Igreja, que deve
anunciar a salvação a todos os povos. A Igreja é chamada a difundir a Boa
Nova e suscitar a fé, que gera a obediência ao amor de Deus. Que neste Ano da
Fé nos deixemos plasmar pelo dom de crer e professemos com entusiasmo o que
cremos, para que nosso testemunho seja verdadeiro.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Deus hoje revela seu Filho às nações, guiando-as pela
estrela e concede a todos nós, seus servos e servas que já o cnhece pela fé,
a certeza de um dia poder comtemplá-Lo face a face no céu, junto a Jesus Cristo.
Esta Unidade nos permite sentir aqui na terra, um pouco da felicidade que
teremos junto ao Pai, na casa que Ele preparou para nós.
Sintamos o júbilo real
de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres
cânticos ao Senhor!
EPIFANIA
DO SENHOR
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO,
PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE)
Antífona da entrada: Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o
poder e a realeza (Ml 3,1; 1Cr 19,12).
Comentário das Leituras: As três leituras bíblicas de hoje, em perfeita unidade
temática e em dinâmica ascendente, afirmam claramente a universalidade da
salvação de Deus por Cristo para todos os homens e nações.
Primeira Leitura (Isaías
60,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
60 1 Levanta-te, sê radiosa, eis
a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti.
2 Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se
o Senhor, e sua glória te ilumina.
3 As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora.
4 Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus
filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa.
5 Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará,
porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das
nações.
6 Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madiã e de
Efá; virão todos de Sabá, trazendo ouro e incenso, e publicando os louvores
do Senhor.
Salmo responsorial 71/72
As nações de toda a terra hão de
adorar-vos, ó Senhor!
Dai ao rei vossos poderes,
Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
Nos seus dias a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!
Os reis de Társis e das ilhas
hão de vir
e oferecer-lhe seus presentes e seus dons;
e também os reis de Seba e de Sabá
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.
Libertará o indigente que
suplica
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terra pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.
Segunda Leitura (Efésios
3,2-3.5-6)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
Irmãos, 3 2 vós deveis ter
aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso
respeito.
3 Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar.
5 que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora
tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.
6 A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são
membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo
Evangelho.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2).
EVANGELHO (Mateus 2,1-12)
2 1 Tendo, pois, Jesus nascido
em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
2 Perguntaram eles: "Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?
Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo".
3 A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.
4 Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles
onde havia de nascer o Cristo.
5 Disseram-lhe: "Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo
profeta:
6 'E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades
de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo'".
7 Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época
exata em que o astro lhes tinha aparecido.
8 E, enviando-os a Belém, disse: "Ide e informai-vos bem a respeito do
menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá
adorá-lo".
9 Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que
tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde
estava o menino e ali parou.
10 A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.
11 Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se
diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como
presentes: ouro, incenso e mirra.
12 Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por
outro caminho.
FORMAÇÃO
LITÚRGICA
ANO DA FÉ
No dia 11 de outubro do ano
passado, iniciamos o "Ano da Fé", proclamado pelo Papa Bento XVI,
pela ocasião do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e aniversário
de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, no dia 24 de
novembro do ano corrente. Qual o sentido do ano da fé? A fé ainda tem espaço
em nossa cultura secularizada? Em um mundo marcado pela miséria, fome,
guerras, onde Deus parece não ter mais lugar, nem vez, não seria uma
alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé? O cristão diante dessa
problemática não se cala. Devemos descobrir, na oração, os desígnios de Deus
e dar respostas adequadas. Descobrir e responder: eis a atitude que se faz
necessária para todos os que desejam viver sua fé, com consciência, e não
apenas como uma herança de seus pais e avós, guardada e esquecida em um canto
perdido da própria vida, não tendo nenhuma incidência concreta no modo de
viver, pensar, ser e relacionar-se. Assim nos convida o Papa Bento XVI:
"Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o
mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo da graça espiritual que
o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos
celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão
sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais
conscientes e revigorarem a sua adesão ao evangelho, sobretudo num momento de
profunda mudança como este que a humanidade está vivendo. [...] Neste Ano,
tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as
realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão, forma de fazer
publicamente a profissão do Credo" (Porta Fidei, n. 8).
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
2ª 1 Jo 3,22-4,6; Sl 2; Mt 4,12-17.23-25
3ª 1 Jo 4,7-10; Sl 71 (72); Mc 6,34-44
4ª 1 Jo 4,11-18; Sl 71 (72); Mc 6,45-52
5ª 1 Jo 4,19-5,4; Sl 71 (72); Lc 4,14-22a
6ª 1 Jo 5,5-13; Sl 147 (147B); Lc 5,12-16
Sb 1 Jo 5,14-21; Sl 149; Jo 3,22-30
Batismo do Senhor: Is 42,1-4. 6-7; Sl 28(29), 1a. 2. 3ac-4. 3b. 9b-10 (R/.
11b); At 10,34-38; Lc 3,15-16. 21-22
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. VIMOS A SUA
ESTRELA...
Na Liturgia da igreja, ainda
dentro das festividades do natal celebra-se nesse domingo a Festa da Epifania
que significa Manifestação de Deus. Há quem pense de maneira bem equivocada,
que o cristianismo é um grupo fechado para o qual Jesus se manifestou e se
revelou com exclusividade e por conta desse pensamento muitos há que se
apossam da salvação como se esta também fosse particular. Há outros ainda
mais ousados que tendo séria dificuldade para ser seguidor fiel de Cristo e
do seu santo evangelho, procuram adaptá-lo de acordo com suas conveniências
ou interesses.
No passado realmente Deus
escolheu o povo de Israel em particular para revelar-se porém, chegando a
plenitude dos tempos, enviou–nos seu Filho Jesus Cristo que veio trazer a
Salvação a toda humanidade e não mais a uma pessoa ou a um grupo em
particular.
No evangelho desse domingo, uns
magos do oriente, sobre os quais há muitas histórias, viram no céu um sinal e
seguindo a estrela chegaram até Jesus na manjedoura. Não conheciam as
profecias, eram de outra cultura religiosa, mas assim que viram a estrela no
céu, puseram-se a caminho.
Não é de hoje que a humanidade
sonha com uma Paz que reúna os homens do mundo inteiro, em uma unidade que
não exclua a diversidade, afinal a humanidade tem algo em comum, somos todos
filhos e filhas de Deus, irmanados em Jesus, de diferente nacionalidade,
cultura, contexto histórico, social e político, mas somos iguais porque Jesus
veio para todos.
Ser igual não significa
necessariamente um mesmo jeito de rezar, de se relacionar com Deus, um mesmo
rito e uma mesma maneira de manifestar a fé, se fosse assim, os magos do
oriente não teriam jamais visto o sinal no céu. Quando pensamos na unidade de
todos os povos e nações diante de Deus, estaríamos sendo ingênuos se
desejássemos uma uniformidade, Deus não nos criou em série, mas temos cada um
a nossa identidade própria, em uma diversidade, que longe de ser obstáculo
para a unidade, é fator que enriquece e que solidifica a unidade.
O que faz a diferença é a fé,
através da qual nos abrimos para Deus na medida em que o buscamos. Deus se
manifesta a todos mas a reação de cada homem é diferente. Os poderosos e
prepotentes como o Rei Herodes, embora tenham o conhecimento sobre a
manifestação de Deus, em vez de se alegrarem, se sentem perturbados com esta
manifestação divina, que os levará a rever seus princípios e ideologias. Mas
em todos os tempos da nossa história sempre houve pessoas como os magos, que
ao menor sinal de Deus, se põe a caminho e ao encontrá-lo na simplicidade da
vida, não hesitam em adorá-lo e reconhecê-lo como único Deus e Senhor.
Abrir os cofres significa abrir o coração e a mente para uma compreensão
clara de quem é Jesus, pois ouro, incenso e mirra significam a divindade, a
realeza e a humanidade de Jesus. Deus é muito simples e está sempre ao
alcance de todos, nós é que às vezes complicamos demais, quando queremos
inventar fórmulas mirabolantes para se experimentar Jesus em nossa vida.
Os Magos na viagem de volta
mudaram o percurso, iluminados pela luz da fé, todo aquele que conhece Jesus
e o aceita como Salvador e Senhor, começa a percorrer um outro caminho, que
não passa pela ambição dos poderosos e auto suficientes, mas sim pelo sonho
dos que acreditam e lutam por um mundo novo, onde embora diferentes, todos os
homens se reconheçam como irmãos e irmãs em Jesus, Filhos e Filhas de um
mesmo Pai, que os criou para viverem na plenitude do amor.
A Jerusalém envolta em luz e que
atrai a si todos os homens de todas as nações, não significa apenas um
templo, mas sim uma grande assembléia na qual se insere todos os homens e
mulheres de boa vontade, inclusive os pagãos, que como nos ensina o apóstolo
Paulo, na graça santificante reconheceram a presença de Deus em Jesus Cristo.
2. Universalidade da
salvação
Com o domingo da Epifania
termina o tempo do Natal. A solenidade da Epifania do Senhor é a festa da
universalidade da salvação oferecida como dom de Deus a toda a humanidade.
Desde todo o sempre Deus quis que todos os povos fossem iluminados.
Na vigília do Natal, nós já tínhamos
ouvido: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Sobre aqueles
que habitavam a terra da sombra uma luz resplandeceu". O texto de Isaías
deste domingo é ainda mais claro: "As nações caminharão à tua luz, os
reis,ao brilho do teu esplendor" (Is 60, 3).
A cada uma das nações da terra é
dirigido este apelo: "Deixa-te iluminar". Todos, judeus e pagãos,
são beneficiários da mesma promessa, herdeiros da mesma riqueza da graça de
Deus, em Cristo
Jesus. No Verbo encarnado todas as fronteiras são rompidas
e Deus visita todas as pessoas indistintamente.
O texto de Nm 24,17 é portador
da seguinte profecia: um dia "se levantará de Jacó uma estrela".
Essa profecia, os judeus do primeiro século da nossa era aplicavam à vinda do
Messias. Os magos, símbolo das "nações", vindos do Oriente para
adorarem o Senhor, trazem os seus presentes, isto é, fazem sua profissão de
fé naquele que, por amor de Deus, assumiu a nossa humanidade. Os presentes
oferecidos afirmam simbolicamente a divindade, a realeza e o sacerdócio do
menino nascido em Belém.
De todos nós que nos reunimos
para celebrar a solenidade da Epifania do Senhor é exigido o engajamento
próprio da fé. O presente a ser oferecido Àquele que assumiu a nossa
humanidade é a nossa própria vida, ela mesma dom de Deus. É este engajamento
que nos faz sentir a "grande alegria" anunciada aos pastores (Lc
2,10) e que os magos puderam experimentar(cf. Mt 2,10), alegria da salvação,
alegria de Deus que nenhuma situação da existência humana pode tirar nem
ninguém subtrair.
Oração
Pai, com discernimento e humildade, os magos deixaram-se guiar até Jesus.
Concede-me as mesmas virtudes, para que eu siga o caminho que me leva a teu
Filho.
3. GUIADOS PELA ESTRELA!
A intenção dos magos era muito
simples. Guiados pela estrela, procuravam o "rei dos judeus", com a
objetivo de prestar-lhe homenagem. Tratava-se de astrólogos orientais que
misturavam seus conhecimentos dos astros com a predição do futuro, o qual,
segundo eles, os próprios astros comunicavam. Este foi o motivo que os levou
à cidade santa de Jerusalém. Entretanto, o desfecho de sua busca foi
encontrar o Messias de Israel, salvador da humanidade.
Um texto do Antigo Testamento
afirmava: "Surgirá um astro de Jacó e se levantará um cetro em
Israel". A partir disto, passou-se a relacionar o Messias e com a
estrela. Tanto assim que um dos muitos pretendentes ao título de Messias
ficou conhecido, em Israel, com o apelido de "Filho da Estrela".
Portanto, a estrela apontava para o recém-nascido Messias Jesus, e guiou os magos
até o lugar onde ele se encontrava.
As lideranças religiosas de
Jerusalém, seguras com a sabedoria que possuíam, não chegavam a perceber o
que para os pagãos parecia visível: a presença da salvação na história
humana. Quiçá a segurança religiosa que julgavam possuir os tornava pouco
atentos aos verdadeiros desígnios de Deus. Os pagãos demonstraram mais
sensibilidade. Por isso, foram recompensados com a graça de serem de fato os
primeiros a reconhecer o Messias Jesus, mesmo não sendo este o motivo
primeiro de sua viagem. Sua busca, portanto, foi recompensa muito além de
suas expectativas.
Oração
Pai, com discernimento e humildade, os magos deixaram-se guiar até Jesus.
Concede-me as mesmas virtudes, para que eu siga o caminho que me leva a teu
Filho.
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