Liturgia da Segunda Feira — 02.12.2013
I SEMANA DO ADVENTO
( ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Ó nações, escutai
a palavra do Senhor; levai a boa-nova até os confins da terra! Não tenhais
medo: eis que chega o nosso salvador (Jr 31,10; Is 35,4).
Leitura (Isaías 4, 2-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
4 2 Naquele tempo, aquilo que o Senhor fizer crescer
será o ornamento e a glória, e o fruto da terra será o orgulho e o ornato
daqueles de Israel que foram salvos.
3 O que restar de Sião, os sobreviventes de Jerusalém, serão chamados santos,
e todos os que estiverem computados entre os vivos em Jerusalém.
4 Quando o Senhor tiver lavado a imundície das filhas de Sião, e apagado de
Jerusalém as manchas de sangue pelo sopro do direito e pelo vento devastador,
5 o Senhor virá estabelecer-se sobre todo o monte Sião e em suas assembléias:
de dia como uma nuvem de fumaça, e de noite como um fogo flamejante. Porque
sobre todos se estenderá a glória do Senhor,
6 como a cobertura de uma tenda, à guisa de sombra contra o calor do dia, e
de refúgio e abrigo contra a procela e a chuva.
Salmo responsorial 121/122
Que alegria quando me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
Que alegria quando ouvi que me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.
Jerusalém, cidade bem edificada
Num conjunto harmonioso;
para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.
Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam!
Que a paz habite dentro de teus muros,
tranqüilidade em teus palácios!
Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: “A paz esteja em ti!”
Pelo amor que tenho à casa do Senhor,
eu te desejo todo bem!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó vinde libertar-nos, Senhor e nosso Deus; mostrai a vossa face e nós seremos
salvos! (Sl 79,4).
EVANGELHO (Mateus 8,5-11)
Naquele tempo, 8 5 entrou Jesus em Cafarnaum. Um
centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre
muito".
7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei".
8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em
minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.
9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu
digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e a meu servo: ‘Faze
isto’, e ele o faz".
10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em
verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel.
11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se
assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um Deus que ama e se comove com nossas
súplicas
Não dá dúvidas de que esse evangelho põe em evidência a Fé do Centurião, pois
o respeito e a humildade com que se aproximou de Jesus, chamando-o de
“Senhor” e a oração de súplica que marcou esse encontro com Jesus deixou isso
bem claro.
Mas não podemos deixar de refletir também sobre o
grande Amor Misericordioso de Deus que ali se manifestou em Jesus, primeiro
na pessoa daquele Centurião, mas que é um sinal desse amor por toda a
humanidade.
Note-se que Jesus não o interrogou para saber se ele
tinha Fé, se tinha vontade de ser seu discípulo, se estava mesmo disposto a
ser seu seguidor. Diante da oração de súplica, que, aliás, não pediu nada,
mas apenas constatou a grave enfermidade do servo, a iniciativa foi de Jesus
“Eu irei e o curarei”.
Pessoas ao nosso redor, muito queridas, e na maioria
das vezes nós próprios, padecemos desse “mal” do pecado, que nos deixa
paralíticos, porque impede-nos de viver o amor e de ajudar sinceramente as
pessoas em nossas relações.
Nossas orações diante de Jesus devem ser iguais a essa
oração do Centurião, para serem sinceras. Nos colocar diante dele com nossas
misérias, fraquezas e limitações, em um Espírito contrito e orante, dando também a
abertura no coração e na alma, para que Ele possa agir com o seu poder
restaurador. A mesma dificuldade do Centurião é a nossa, pois não nos
julgamos dignos de acolher em nossa vida a preciosa e valiosa Graça Operante
e Santificante, que o Senhor cheio de misericórdia nos oferece, entretanto,
tudo isso vem com a Palavra e isso nos basta para que o esperado “Milagre”
aconteça.
O Centurião reconhecia o poder dessa Palavra e estava
aberto para acolhê-la, ciente de que ela produziria uma ação eficaz na Vida
do seu servo. Exatamente por isso á sua Fé é enaltecida diante dos presentes.
Não são as nossas ações ou medidas rigorosas, de
obediência a algum preceito, que nos libertam e nos curam de nossos
“pecados”, mas o Poder da Palavra do Senhor, manifestada claramente no Verbo
Divino, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.
2. Fé e universalidade da salvação
Este episódio, presente também em Lucas e João (Lc 7,1-10; Jo 4,46-53), é a
ocasião para afirmar a universalidade da salvação trazida por Jesus e a
eficácia de sua palavra. No centro do episódio está a fé do centurião na palavra
do Senhor, que o cristão deve imitar.
O centurião, chefe de cem soldados, é um pagão. A
súplica do centurião a Jesus é por um servo seu, que ele estimava muito. Para
o centurião o valor essencial parece ser a vida. Ele mesmo não se diz impuro,
pois isso é um conceito judaico-religioso. Ele parece conhecer as normas dos
judeus quanto à pureza, por isso diz: “Senhor, eu não sou digno…” (v. 8).
Dizer-se indigno é reconhecer a autoridade de Jesus. O
Senhor acolhe a todos e pretende ir à casa do centurião. No entanto, o chefe
pede que Jesus simplesmente dê uma ordem, pois é o poder da palavra que
importa. A fé do centurião causa uma profunda admiração em Jesus. A fé do pagão
ultrapassa à manifestada em
Israel. O v. 11 aponta para a universalidade da salvação:
“Muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no Reino dos
Céus, juntamente com Abraão, Isaac e Jacó” (v. 11).
ORAÇÃO
Pai, que a purificação da fé predisponha-me para ir ao encontro do Senhor.
Como o homem pagão, quero manifestar uma fé imensa no poder salvífico de teu
Filho Jesus.
3. PURIFICADO POR JESUS
A religiosidade judaica considerava impuros todos os pagãos. Este era o
motivo por que se proibia todo e qualquer contato com eles, por serem
transmissores de impureza. Não era permitido mesmo uma simples conversa com
eles, muito menos ir à casa deles.
Jesus procurou distanciar-se dos preconceitos sociais e
religiosos que pudessem afastá-lo das pessoas. Sua missão de salvar o povo de
seus pecados exigia dele contatar com todos, sem exceção, para comunicar-lhes
a salvação divina de que era portador. Sua salvação era universal , não tinha
barreiras. Importava-lhe comunicá-la a todos.
O episódio bíblico fala de um pagão, conhecedor de sua
inferioridade como gentio, mas portador de uma fé de alta qualidade. Indigno
de receber Jesus em sua casa, para que este não se contaminasse, suplicou-lhe
que curasse o seu servo com sua palavra poderosa. Seu pedido foi prontamente
atendido por estar sustentado por uma imensa fé desconhecida em Israel.
O milagre operado por Jesus implodiu os preconceitos
religiosos de sua época. Para ele não existe diferença entre judeus e pagãos,
pois todos são igualmente dignos de beneficiar-se da misericórdia divina. A
impureza não está ligada à origem étnica. Portanto, o contato com um pagão
cheio de fé nada tem de impuro. Daí seu direito de "sentar-se à mesa com
Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus", em pé de igualdade com os fiéis
judeus.
Oração
Pai, que a purificação da fé predisponha-me para ir ao encontro do Senhor.
Como o homem pagão, quero manifestar uma fé imensa no poder salvífico de teu
Filho Jesus.
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SÃO FRANCISCO XAVIER – PRESBÍTERO
( BRANCO, PREFÁCIO DO ADVENTO I OU DOS PASTORES – OFÍCIO
DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Estes sãos homens
santos que se tornaram amigos de Deus, gloriosos arautos de sua mensagem.
Leitura (Isaías 11,1-10)
Leitura do livro do profeta Isaías.
1 Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento
brotará de suas raízes.
2 Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de
entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de
temor ao Senhor.
3 (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas
aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer;
4 mas julgará os fracos com eqüidade, fará justiça aos pobres da terra,
ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus
lábios fará morrer o ímpio.
5 A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus
flancos.
6 Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do
cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá;
7 a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão
comerá palha com o boi.
8 A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado
meterá a mão na caverna da áspide.
9 Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará
cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar.
10 Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos,
será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada.
Salmo responsorial 71/72
Nos seus dias, a justiça florirá
e paz em abundância para sempre.
Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com equidade ele julgue os vossos pobres.
Nos seus dias, a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!
Libertará o indigente que suplica,
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.
Seja bendito o seu nome para sempre!
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade. E ele há de iluminar os
olhos dos seus servos.
EVANGELHO (Lucas 10,21-24)
10 21 Naquele mesma hora, Jesus exultou de alegria no
Espírito Santo e disse: “Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças
porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado.
22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o
Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o
quiser revelar”.
23 E voltou-se para os seus discípulos, e disse: “Ditosos os olhos que vêem o
que vós vedes,
24 pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e
não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ditosos os que veem e ouvem...
Há algo inédito que os discípulos de Jesus conseguem ver e ouvir, e que antes
de ser um privilégio ou uma conquista humana é puro Dom de Deus. Nesse
evangelho, conhecimento e Revelação têm o mesmo significado. Em Jesus Cristo o Ser
Humano nesta Vida têm a possibilidade real e única de conhecer a Deus, não
como algo estranho e alheio á natureza humana, um Ser Espacial e cósmico,
estranho e inatingível, ao contrário, um Deus bem dentro de si, nas
profundezas do Homem, e que lhe dá um novo olhar e um novo ouvir. Se antes
Deus falava com os homens de dentro de uma nuvem, ou em uma sarça ardente ou
em meio ao fogo, a partir de Jesus Ele fala de dentro do homem, dando um novo
significado á sua existência.
É isso precisamente os efeitos da Salvação oferecida
por Jesus a cada homem! Esta Salvação satisfaz a todos os anseios humanos,
liberta de todas as amarras e alienações,, cura de todas as feridas. O
Discípulo não só denuncia as estruturas que agem contrariamente a essa
Salvação, mas experimenta de modo concreto seus efeitos em sua vida pois
anuncia algo que experimentou e conhece. Os discípulos são os primeiros e
depois deles, todo aquele que crê e se permite ser atingido por essa Graça.
É esse o motivo da Alegria de Jesus, seus discípulos
ainda não são homens santos e perfeitos, de conduta moral inabalável, virtuosos
e justos, mas apesar disso já experimentam os efeitos primeiros da Salvação
que Ele trouxe e que irá consolidar-se com sua morte e ressurreição. Através
do Espírito Santo ela já vai acontecendo, em todos os que o buscam, enquanto
Deus e Senhor, como de fato Ele é, porque assim se revela.
Sábios e inteligentes são todos os que, por aquele
tempo e nos dias de hoje, não compreenderam o que é a Salvação, ou julgam que
poderão alcança-la com o esforço humano, a prática das virtudes e o
seguimento a leis e preceitos. Os pequeninos de ontem e de hoje, são todos os
que descobriram essa Verdade, de que a Salvação é um processo dinâmico que
nos acompanha desde o nascimento até a morte, consolando o nosso coração e
alimentando a Esperança, quando nos deparamos com nossos limites e
fragilidades, quando reconhecemos que não somos capazes de nos salvar, e por
isso descobrem a cada instante, que no meio de toda essa insegurança e
incerteza, somos crianças conduzidas pela mão pelo Senhor de Nossa Vida, o
Salvador Cristo Jesus.
2. Jesus revela o Pai
Nossa perícope está situada na parte central do evangelho segundo Lucas, na
subida de Jesus para Jerusalém, e por ocasião da volta dos setenta e dois
discípulos (Lc 10,17-20) que Jesus havia enviado em missão (vv. 1-16)
O trecho de hoje é um hino de louvor dirigido ao Pai,
Criador do céu e da terra. O motivo do louvor é este: “... escondeste essas
coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (v. 21), pois
assim Deus queria (cf. v. 21). “Essas coisas” referem-se ao que é dito no v.
22, que, resumindo, se poderia dizer: Jesus revela o Pai. “Ele é a imagem do
Deus invisível” (Cl 1,15). Somente quem recebe Jesus como dom, somente o
“pobre em espírito” (cf. Mt 5,3), pode conhecer a relação filial que une
Jesus a Deus. Ao pedido de Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai!”, Jesus
responde: “Quem me vê, vê o Pai. Não crês que estou no Pai e o Pai está em
mim?” (Jo 14,8-11).
ORAÇÃO
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho
Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda
de tua graça.
3. QUEM ACOLHE O SENHOR?
As coisas de Deus seguem uma lógica muito diferente da lógica humana. Em
termos humanos, pode-se pensar que o reconhecimento e a acolhida do Senhor
sejam mais fáceis para os sábios e os entendidos deste mundo, e que a pessoa,
com o próprio esforço e ciência, possa chegar mais rapidamente a conseguir o
que espera.
Deus, porém, inverte este esquema, franqueando aos
pequeninos a revelação do Filho de Deus. E isto é um dom divino, que não
depende do merecimento humano. Ademais tal dom é concedido a quem é
desvalorizado pelo mundo e se considera indigno de recebê-lo do Pai.
A atitude correta do discípulo à espera do Senhor
consistirá em não supervalorizar suas prerrogativas, esperar ser encontrado
digno de receber a revelação e recebê-la com a humildade de quem se sabe
indigno.
O discípulo deve ter consciência de ser pequenino e
carente da ajuda do Senhor, para poder reconhecê-lo. Sua felicidade
consistirá em ver e ouvir o que tantos outros ansiaram ver e ouvir, e não
puderam. Essa será a recompensa de sua humildade. Afinal, ele será o
verdadeiro sábio e entendido, uma vez que sua sabedoria tem origem no Pai.
Oração
Senhor Jesus, concede-me um coração de discípulo, que conta com a sabedoria e
o entendimento vindos do Pai e me preparam para reconhecer-te.
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I SEMANA DO ADVENTO *
( ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA
)
Antífona da entrada: O Senhor vai
chegar, não tardará: há de iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará
a todos os povos (Hab 2,3; 1Cor 4,5).
Leitura (Isaías 25,6-10)
Leitura do livro do profeta Isaías
25 6 O Senhor dos exércitos preparou para todos os
povos, nesse monte, um banquete de carnes gordas, um festim de vinhos velhos,
de carnes gordas e medulosas, de vinhos velhos purificados.
7 Nesse monte tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre
todas as nações,
8 e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas
de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu
povo, porque o Senhor o disse.
9 Naquele dia dirão: “Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação.
Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por seu socorro”,
10 porque a mão do Senhor repousa neste monte, enquanto que Moab é pisada no
seu lugar como pisada é a palha no monturo.
Salmo responsorial 23/22
Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.
O Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
E restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro
Pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
Nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,
Eles me dão a segurança!
Preparais à minha frente uma mesa,
Bem à vista do inimigo
Com óleo vós ungis minha cabeça,
e o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me
Por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor,
Habitarei pelos tempos infinitos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o Senhor há de vir a fim de salvar o seu povo;
Felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro.
Evangelho (Mateus 15,29-37)
Naquele tempo, 15 29 Jesus saiu daquela região e voltou
para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se ali.
30 Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos,
coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os
curou,
31 de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que
falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que
viam; e glorificavam ao Deus de Israel.
32 Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: “Tenho piedade esta
multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer.
Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”.
33 Disseram-lhe os discípulos: “De que maneira procuraremos neste lugar
deserto pão bastante para saciar tal multidão?”
34 Pergunta-lhes Jesus: “Quantos pães tendes?” “Sete, e alguns peixinhos”,
responderam eles.
35 Mandou, então, a multidão assentar-se no chão,
36 tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu
aos discípulos, que os distribuíram à multidão.
37 Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram
sete cestos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quando o “pouco” vira um banquete...
Para a gente pobre de Israel, que tomavam apenas uma refeição principal ao
dia, falar de um banquete era estimular o seu imaginário, é como aquele Pai
de família que tem um salário bem modesto, filhos pequenos e que faz
malabarismos para passar o mês. Quando tem diante de si alguma festa onde há
fartura de alimentos, ele e toda a família se alegram.
Na concepção judaica, Salvação era prosperidade de bens
materiais e alimentação farta para todos. Alguns profetas, entre eles Isaias,
primeira leitura de hoje, vivem aguçando o imaginário do povo, com a ideia de
um Deus que dará um grande banquete no alto de uma montanha, onde todos serão
convidados. Mas não é só isso, Deus vai acabar com a morte e a tristeza
daquele povo, acabando também com a sua desonra. No exílio tornou-se um povo
desamparado, causa de vergonha e humilhação que passavam. “Confiou no seu
Deus, que ele venha salvá-lo”, essas palavras sobre o povo, foram também
ditas aos pés da cruz, referindo-se a Jesus Crucificado, cuja derrota era
iminente naquele momento trágico.
Mateus neste evangelho mostra exatamente que em Jesus o
tempo Novo chegou, é o tempo de um Deus que se compadece e cura todos
os males, de um Deus que sacia a fome do seu povo. No Reino Novo ninguém irá
passar necessidades, ninguém terá sofrimento ou passará fome.
É no alto de uma montanha que Jesus assenta-se e em
seguida cura as multidões que o procuram, formada por coxos, aleijados,
cegos, mudos e outros doentes. Em seguida Jesus manifesta compaixão pela fome do
seu povo e de sete pães e alguns peixinhos, faz um verdadeiro banquete. É o
sonho do profeta Isaias se realizando.
Na prática a liturgia nos mostra que a Salvação não é
algo que só vai chegar ao pós-morte, pois nosso Deus presente em Jesus está
agindo continuamente no meio do seu povo. A Vida Nova vem do Amor e o Amor de
Deus nunca é pouca coisa, mas fartura e exagero. Sacia a todos e ainda sobra
12 cestos. Por isso ninguém se iluda achando que Vida Nova que traz alegria
sem fim, provém do “muito” que o materialismo pode nos oferecer.
No Dom da Fé do nosso “pouco”, Deus sempre faz muito,
como neste evangelho, e essa é a lógica do seu Reino onde o “pouco” com Ele é
muito, mas o “muito” sem Ele é nada.
2. Jesus e a multidão
As multidões acorrem a Jesus levando toda sorte de enfermos para serem
curados por ele. A admiração da multidão acerca de tudo o que Jesus fazia é
dita com os termos de Is 35,5, que tem um alcance messiânico. Segue-se o
segundo relato da multiplicação dos pães (vv. 32-37). Os discípulos são
apresentados como mediadores entre Jesus e a multidão (cf. v. 36). O relato
tem uma forte conotação eucarística (cf. v. 36).
Jesus é o verdadeiro alimento do povo que ele reúne,
não somente judeus, mas pagãos igualmente.
ORAÇÃO
Pai, a acolhida que teu Filho Jesus me dispensa deve mudar profundamente o
meu coração. Que eu seja transformado por ele e me torne mais disponível para
ti.
3. ACOLHIDOS PELO MESSIAS
Traço marcante da ação de Jesus foi a sua capacidade de acolher a todos. Os
pobres e marginalizados foram os que melhor captaram esta predisposição do
Messias. Houve quem o hostilizasse, o rejeitasse e assumisse contra ele
postura de inimigo. Neste caso, jamais a iniciativa partiu do Mestre. Ele
tinha consciência de ter sido enviado para a salvação de todos.
Os coxos, aleijados, cegos, mudos e toda sorte de gente
flagelada por doenças e enfermidades, levados a Jesus para serem curados,
retratam a imensa misericórdia contida de seu coração, e seu desejo de
comunicá-la à humanidade sofredora. Por seu amor eficaz, os mudos começavam a
falar, os aleijados, a sarar, os coxos, a andar, os cegos, a enxergar.
Nenhuma necessidade humana passava-lhe despercebida. O Messias Jesus, apesar
de sua condição de Filho de Deus, preocupava-se com os problemas materiais do
povo, como foi o caso da falta de alimento para os que tinham vindo
escutá-lo, numa região bastante afastada.
O episódio da multiplicação dos pães serviu-lhe para
ensinar às multidões a lição da solidariedade e da partilha. Este, sem
dúvida, foi seu milagre maior: eliminar o egoísmo presente no coração de seus
ouvintes, e movê-los a colocar em comum o que cada um possuía para sua
própria alimentação, de modo que todos pudessem ser igualmente saciados.
Desta forma, a acolhida do Messias estava dando os seus primeiros frutos nos
corações dos que o seguiam.
Oração
Pai, a acolhida que teu Filho Jesus me dispensa deve mudar profundamente o
meu coração. Que eu seja transformado por ele e me torne mais disponível para
ti.
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I SEMANA DO ADVENTO
( ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Estais perto, Senhor,
e todos os vossos caminhos são verdadeiros. Desde muito aprendi que vossa
aliança foi estabelecida para sempre (Sl 118,151s).
Leitura (Isaías 26,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
26 1 Naquele tempo será cantado este cântico na terra
de Judá: "Nós vimos uma cidade forte, em que se pôs por proteção muro e
antemuro.
2 Abri as portas, deixai entrar um povo justo, que respeita a fidelidade,
3 que tem caráter firme e conserva a paz, porque tem confiança em vós.
4 Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o
rochedo perene.
5 Ele derrubou os que habitavam nas alturas e destruiu a cidade soberba;
derrubou-a por terra e ao nível do chão a reduziu.
6 Ela é calcada aos pés pela plebe, sob os passos dos indigentes".
Salmo responsorial 117/118
Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor!
Daí graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”
É melhor buscar refúgio no Senhor
Do que pôr no ser humano a esperança;
É melhor buscar refúgio no Senhor
do que contar com os poderosos deste mundo!”
Abri-me vós, abri-me as portas da justiça;
Quero entrar para dar graças ao Senhor!
“Sim, esta é a porta do Senhor,
Por ela só os justos entrarão”!
Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes
E vos tornastes para mim o Salvador!
“Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação;
Ó Senhor, dai-nos também prosperidade!”
Bendito seja, em nome do Senhor,
Aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos.
Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto está perto! (Is 55,6).
EVANGELHO (Mateus 7,21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 21
"Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos
céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é
semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.
25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra
aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha.
26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é
semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia.
27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra
aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Cristãos marca Denorex
“Denorex” era a marca de um Shampoo anticaspa, com um forte
cheiro de remédio, que era muito falado nos finais dos anos 80, pelo fato de
parecer remédio, mas não passava de um shampoo comum como os demais. O
evangelho de hoje nos apresenta o perigo de sermos Cristãos Denorex...
São os empolgados pela Fé em Jesus Cristo, os
convertidos de última hora, que cheios de entusiasmo começam a frequentar as
comunidades, são os que fazem questão de uma prática formalista, pois
precisam provar aos outros que são cristãos. Conheci um desse tipo que andava
rezando o terço pelas ruas da cidade e só tinha um pequeno detalhe, o tal
erguia a mão direita acima da cabeça, para que todos vissem o terço que ele
segurava.
Rezar o terço é uma ótima prática cristã, mesmo na rua,
porém de maneira discreta, pois as pessoas não precisam saber que estamos
rezando o terço.
Quando se quer auto afirmar-se como cristão, com
práticas e formalismo religioso, corre-se sempre o risco do tombo ser maior,
pois no dia em que as enxurradas da vida, as tempestades e vendavais caírem
sobre nós, como diz o evangelho, nós iremos cair e a ruína será total.
Então por que temos que participar da Santa Missa e
celebrações, fazer orações com a comunidade, rezar o terço, fazer visitas ao
Santíssimo, será que tudo isso de nada adianta? Se não tivermos uma raiz, uma
base sólida onde apoiarmos a nossa Vida de Cristãos, todas essas coisas realmente
de nada irá adiantar, pois elas são sinais daquilo que está por dentro, uma
casa sem alicerce não resistirá às intempéries, uma árvore sem raiz vai
tombar na primeira ventania, um Cristão sem Espiritualidade autêntica, não
irá resistir nas revezes da Vida.
Casais que se separam; irmãos que de repente abandonam
a Igreja ou a trocam por outra, Agentes de Pastoral da Vanguarda, que um belo
dia são descobertos por atitudes totalmente contrárias ao Espírito Cristão,
vocações religiosas de Ministros da Igreja ou Consagradas que da noite para o
dia acabam em nada, enfim, irmãos que até deram um belíssimo testemunho no
ECC ou em outros movimentos da Igreja, causando alegria e admiração nos
demais, até que um dia abandonam tudo, igreja, movimento, Família, e a Casa
cai em ruínas.
O Cristão autêntico tem plena consciência da sua
fragilidade, suas fraquezas e limites, mas caminha depositando toda sua
confiança na Graça de Deus, sem muito alarde e Merchandising na vida em comunidade. Do
jeitinho mineiro trabalham em silêncio e jamais se abalam diante de
acontecimentos desconcertantes, em sua vida ou na vida da comunidade.
Assim agem porque Cristo Jesus é a Rocha firme na qual
embasam todo seu cristianismo e disso jamais abrem mão. São Cristãos
autênticos e não o nosso velho e conhecido “Denorex”, o tal que parece... Mas
não é!
2. Ouvir e pôr em prática
Nossa perícope é a
conclusão do discurso denominado “Sermão da Montanha” (MT 5–7). Não são as
muitas palavras ou o louvor estéril que caracterizam o discípulo, mas o seu
engajamento afetivo e efetivo em realizar a vontade de Deus: “Nem todo aquele
que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que
põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (v. 21).
Trata-se de ouvir e pôr em prática a palavra do Senhor,
pois, de alguma maneira, nesta palavra de vida está a vontade de Deus para
cada um. É esse dinamismo de escuta e prática da palavra do Senhor que dá
solidez à Igreja, comunidade dos discípulos, “que construiu sua casa sobre a
rocha” (v. 24) da fé.
ORAÇÃO
Pai, livra-me de reduzir minha adesão a Jesus a mero palavreado. Ajuda-me a
transformar os ensinamentos dele em norma de vida. Assim estarei fazendo a
tua vontade.
3. QUEM ENTRARÁ NO REINO?
O Messias Jesus detectou dois tipos de comportamento nos discípulos que
aderiram a ele. Por isso é que os alertou a respeito da atitude correta de
quem deseja entrar no Reino.
Seria uma conduta equivocada limitar-se a dizer "Senhor, Senhor",
como se isto significasse uma real adesão ao Reino. O equívoco consiste em
contentar-se com um palavreado vazio, muito distante das exigências do Reino.
Enquanto a boca fala uma coisa, a vida pauta-se por outros parâmetros. Esta
incongruência é incompatível com o Reino.
A atitude correta consiste em assimilar os ensinamentos
de Jesus, de maneira tão profunda que leva o discípulo a pautar por eles a
sua ação. Isto corresponde a fazer a vontade do Pai, e deixar-se guiar por
ele.
Estas duas atitudes foram ilustradas com a parábola das
duas casas. Conduta equivocada é a daquele que constrói a casa sobre a areia,
sem alicerces profundos. Já na primeira tempestade (os revezes da vida) ela
desaba não restando nada de pé. Atitude correta é a daquele que constrói a
sua casa sobre a rocha. Por mais forte que possa ser a tempestade, será
incapaz de destruí-la, porque bem alicerçada.
A profundidade da experiência de encontro com o Messias
Jesus revela-se na reação desencadeada na vida do discípulo. Entra no Reino
quem se posicionar diante dele de maneira adequada, dispondo-se a fazer a
vontade do Pai.
Oração
Pai, livra-me de reduzir minha adesão a Jesus a mero palavreado. Ajuda-me a
transformar os ensinamentos dele em norma de vida. Assim estarei fazendo a
tua vontade.
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I SEMANA DO ADVENTO *
( ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: O Senhor descerá
com esplendor, para visitar o seu povo na paz e fazê-lo viver a vida eterna.
Leitura (Isaías 29,17-24)
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor Deus: 29 17 "Acaso, dentro de
mui pouco tempo, não será o Líbano convertido em vergel, e o vergel não
passará por floresta?
18 Naquele tempo os surdos ouvirão as palavras de um livro; e, livres da
obscuridade e das trevas, os olhos dos cegos verão.
19 Os humildes encontrarão cada vez mais ventura no Senhor e os homens mais
pobres, graças ao Santo de Israel, estarão jubilosos.
20 Pois não haverá mais tiranos, já terá desaparecido o cético, e todos os
que planejavam o mal serão exterminados;
21 os que, por uma palavra, acusam os outros; os que, à porta, procuram
enganar o juiz e por um nada fazem o inocente perder sua causa".
22 Por isso eis o que disse o Senhor, o Deus da casa de Jacó, que resgatou
Abraão: "Daqui em
diante Jacó não será mais confundido, e seu rosto não mais empalidecerá,
23 porque, quando virem nele minha obra, bendirão o meu nome. Glorificarão o
Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
24 Os espíritos desencaminhados aprenderão sabedoria, e os que murmuravam
receberão instrução".
Salmo responsorial 26/27
O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?
Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contempla-lo no seu templo.
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade,
E ele há de iluminar os olhos dos seus servos!
EVANGELHO (Mateus 9,27-31)
9 27 Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando:
"Filho de Davi, tem piedade de nós!"
28 Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes:
"Credes que eu posso fazer isso?" "Sim, Senhor",
responderam eles.
29 Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: "Seja-vos feito segundo
vossa fé".
30 No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom
severo: "Vede que ninguém o saiba".
31 Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Comunidade de Mateus
___ Você é da comunidade de Mateus?
___ Sim, pertenço a essa comunidade desde o seu início.
___ O episódio desses dois cegos do evangelho de hoje,
o que significou para vocês?
___ Na nossa comunidade e também fora dela, predominavam os Judeus e a
maioria deles, os mais conservadores não viam em Jesus de Nazaré os sinais
messiânicos de que falavam as escrituras através dos profetas...
___ Mas esses dois cegos o chamaram de “Filho de
Davi”...
___ Pois aí é que está... Os dois que estavam á margem do ambiente religioso,
justamente por causa da sua deficiência visual, conseguem “enxergar” em
Jesus, algo que os perfeitos da religião judaica não conseguiam enxergar,
creem nele enquanto Messias, o Salvador, e legitimam esse título quando o
chamam de Filho de Davi.
___ Mas e a cura física, não é ela que aparece como o
grande milagre realizado por Jesus?
___ Olha, na nossa comunidade tinham deficientes visuais, mas não foi nenhum
deles que Jesus curou, o que não significa que eles não tinham fé, ou que
Jesus tinha má vontade de curá-los...
___ Mas então você não conheceu esses dois cegos que
começaram a ver naquele dia?
___ Sinceramente não. Mas na comunidade tinham pessoas, mesmo vindos do
Judaísmo, que acreditavam em Jesus e junto aos apóstolos davam continuidade á
sua missão. Viam nele o Messias prometido, aquele que lhes trouxera uma
Salvação que não passava pela questão do Poder institucionalizado, nem da
Supremacia de um Povo, nem do Poder de um Rei Libertador. Eles sentiam no
coração alegria de terem sidos libertos da “Cegueira Espiritual” dos seus
Líderes, e agora viam um mundo totalmente renovado, onde estava presente o
Reino que Jesus havia inaugurado...
___ Mas Mateus teria então inventado essa história?
Jesus não curou cego algum? Se for assim, muitas pessoas aqui do nosso tempo,
vão deixar de acreditar...
___ Claro que Jesus realizou “milagres”, curou cegos, fez andar paralíticos,
ressuscitou mortos, fez mudos falarem e aí no seu tempo também com
certeza continua a realizar tais milagres. Entretanto, os milagres aqui do
nosso tempo e aí do tempo de vocês, serão sempre sinais de uma Realidade
maior que é o Reino de Deus presente na humanidade. A pessoa curada descobre
isso e passa a ser discípulo missionário, exatamente como aconteceu na vida
desses dois Ex-Cegos, que bem antes da cura já viam Jesus com os olhos da Fé
presente no coração.
2. Jesus caminha fazendo o bem
Jesus é um pregador itinerante e, por onde passa, vai fazendo o bem, dando
boa acolhida aos pecadores (Mt 9,1-8.18-26). Enquanto está a caminho, dois
cegos gritam insistentemente por compaixão: “Tem compaixão de nós, filho de
Davi” (v. 27). Em casa, o diálogo de Jesus com eles suscita-lhes a fé (cf. v.
28).
O gesto da cura é acompanhado da palavra que o explica:
“[Jesus] tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’” (v.
29). Ao centurião que suplicava pela saúde do seu servo, Jesus disse: “Vai e aconteça
como acreditaste” (8,13); será o caso também de outra pagã, uma mulher
Cananeia: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como queres” (15,28). É
estabelecida uma relação entre a fé e a cura. A fé não é a causa da cura, mas
a confiança em Jesus abre o coração para receber a cura como dom. A fé é a
cura de tantos males do coração do ser humano.
O nosso texto continua: “E os olhos deles se abriram”
(v. 30a) – o que nos faz lembrar uma vez mais Is 35,5 e a promessa dos tempos
messiânicos: “E os olhos dos cegos se abrirão”. Aqui, como no texto que dá
origem a este relato (Mc 10,46-52), a questão é a fé que faz ver; a fé em Jesus Cristo é
verdadeira iluminação. A interdição de não falar a ninguém acerca do
acontecido (cf. v. 30b) tem por função evitar equívocos e abrir as pessoas
para a novidade, podemos dizer, do messianismo revelado em Jesus.
ORAÇÃO
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua
salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho
Jesus.
3. TEM COMPAIXÃO DE NÓS!
O milagre que beneficiou os dois cegos prenuncia a experiência dos discípulos
do Reino, à espera do Senhor. Urge que o próprio Mestre lhes abra os olhos,
de modo a poderem discernir sua presença na história humana.
Ter os olhos abertos é sinal de libertação da tirania
do egoísmo, que faz o ser humano centrar-se em si mesmo e ser incapaz de
perceber a maravilhosa obra de Deus acontecendo a seu redor. Desfeitas as
trevas do erro e do pecado, torna-se possível ao discípulo perceber a revelação
divina em acontecimentos singelos, imperceptíveis ao olhar puramente humano.
Sem perfeita visão espiritual fica-se impossibilitado de reconhecer o Senhor.
A superação da cegueira começa quando o discípulo
volta-se confiante para o Senhor, de quem implora compaixão. É a humildade de
quem se reconhece carente da misericórdia divina.
Outro pressuposto é a fé. Ela é, em última análise, o princípio de tudo.
Porque crê em Jesus, o discípulo deseja ter "olhos" para vê-lo,
quer ser curado de sua cegueira, predispõe-se a fazer tudo quanto for
necessário para ver realizado o seu desejo, deixa-se tocar por Jesus e sabe
aproveitar do encontro com ele.
Jesus sempre está disposto a curar a cegueira de quem o
desejar. Afinal, um dos sinais da presença do Messias na história humana,
conforme os profetas anunciaram, consiste exatamente na restituição da vista
aos cegos.
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua
salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
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I SEMANA DO ADVENTO
SANTO AMBRÓSIO - BISPO E DOUTOR
( BRANCO, PREFÁCIO DO ADVENTO I OU DOS PASTORES – OFÍCIO
DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Farei surgir um
sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o
Senhor (1Sm 2,35).
Leitura (Isaías 30,19-21.23-26)
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor: 30 19 "Sim, povo de Sião, que
habitas em Jerusalém, não terás mais de que chorar. À voz de tua súplica ele
te fará misericórdia; assim que a ouvir, ele te atenderá.
20 (Quando o Senhor vos tiver dado o pão da angústia e a água da tribulação)
aquele que te instrui não se esconderá mais, e verás com teus olhos aquele
que te ensina.
21 Ouvirás com teus ouvidos estas palavras retumbarem atrás de ti: É aqui o
caminho, andai por ele, quando te desviares quer para a direita, quer para a
esquerda.
23 (O Senhor) dará chuvas às sementes com que proverdes o solo e o pão que
produzir a terra será nutritivo e saboroso. Naquele dia teu gado pastará em
vastas pastagens;
24 os bois e os asnos, que trabalham a terra, comerão uma forragem salgada
que será joeirada com a pá e com a peneira.
25 Então, em todo monte alto e em toda colina elevada haverá arroios de água
corrente, no dia da grande mortandade, em que desabarão as fortalezas.
26 Então a luz da lua será viva como a do sol, e a do sol brilhará sete vezes
mais (como a luz de sete dias), no dia em que o Senhor pensar a chaga de seu
povo e curar as contusões dos golpes que recebeu".
Salmo responsorial 147A/146
Felizes são aqueles que esperam no Senhor!
Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom;
Cantai ao nosso Deus, porque é suave:
Ele é digno de louvor, ele o merece!
O Senhor reconstruiu Jerusalém,
E os dispersos de Israel juntou de novo.
Ele conforta os corações despedaçados,
Ele enfaixa suas feridas e as cura;
Fixa o número de todas as estrelas
E chama a cada uma por seu nome.
É grande e onipotente o nosso Deus,
Seu saber não tem medida nem limites.
O Senhor Deus é o amparo dos humildes,
Mas dobra até o chão os que são ímpios.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
É o Senhor nosso juiz e nosso rei.
O Senhor legislador nos salvará (Is 33,22).
Evangelho (Mateus 9,35-10,1.6-8)
Naquele tempo, 9 35 Jesus percorria todas as cidades e
aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo
mal e toda enfermidade.
36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e
abatida como ovelhas sem pastor.
37 Disse, então, aos seus discípulos: "A messe é grande, mas os
operários são poucos.
38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe".
10,1 Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os
espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade.
6 "Ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.
7 Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os
demônios. Recebestes de graça, de graça dai!"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Reunião de emergência...
A situação é de emergência... Jesus vê a multidão enfraquecida e abatida, sem
rumo ou direção e provavelmente sem esperança, parecem ovelhas sem pastor,
sem saber que rumo tomar e a mercê dos lobos vorazes, sem um abrigo seguro e
pastagens verdejantes. Jesus poderia, quem sabe, denunciar a situação aos
governantes da época, acionar os responsáveis para cuidar do povo, melhor
ainda, poderia convocar uma reunião com os Líderes religiosos para alertá-los
sobre a situação triste do povo, chamando-os assim as suas
responsabilidades...
Mas no Reino de Deus não há departamentos em separado
para cada problema a ser resolvido, não há superestruturas para atender as
demandas sociais, nem telefones de emergência ou campanhas de
conscientização, tem que se virar com que se tem á mão, é proibido ficar
esperando dos outros, das instituições responsáveis, das pastorais, das
associações, como dizia aquele refrão de Geraldo Vandré "Quem sabe faz a
hora não espera acontecer".
Jesus tem em mãos um grupo de doze homens que não foram
treinados para situações de emergência, que não são peritos em nada e nem
atuam na promoção humana. Jesus primeiro identifica o problema... "a
messe é grande e os operários são poucos", depois lhes ensina uma oração
muito eficiente "Pedi ao Senhor da messe que envie operários...”, ou
seja, "olha Senhor, se precisar a gente está aqui..." E em seguida
convoca os doze para uma aula prática emergencial. Primeiro lhes transmite
confiança, conferir-lhes poder significa mostrar do que eles são capazes,
Jesus fez e eles também poderão fazê-lo, promover uma ampla ação libertadora
e curar as enfermidades.
Deverão procurar os que se perderam, aqueles que estão
no fundo do poço, mas o mais importante é o anúncio de que o Reino já chegou
e se o reino está próximo, não mais poderá haver doenças, mortes ou qualquer
tipo de alienação ou preconceito (Os leprosos eram considerados impuros). E
por fim a mais importante de toda instrução, antes de partirem para essa
missão de emergência, a fim de socorrem a multidão perdida: dar de graça, sem
nada querer em troca, aproveitar do sofrimento do outro, para comprar sua
consciência é o mais horroroso de todos os pecados diante de Deus, que pode
ser praticado por um Discípulo Missionário. Tirar qualquer vantagem do irmão
ou da irmã, que estou ajudando, é crime que merecerá sempre o repúdio do Céu!
Será que os miseráveis de hoje, os infelizes, tristes,
deprimidos e desgraçados, os excluídos e marginalizados, podem contar com a
compaixão das nossas comunidades? A resposta tem que estar no coração de cada
um de nós, que estamos hoje em lugar dos primeiros discípulos e que somos
constantemente convocados pelo Senhor que nos envia na direção da grande
massa dos Sem Esperança...
2. Proximidade do Reino de Deus
O v. 35 é um sumário da atividade de Jesus. A vida de Jesus, o que ele ensina
e faz, é proclamação e testemunho da proximidade do Reino de Deus. A
compaixão (v. 36) leva Jesus ao encontro das pessoas e a se deixar encontrar
por elas. É com este sentimento divino que os Doze são enviados e deverão
realizar a missão que recebem do Senhor. Eles serão poucos, dadas as
exigências da missão, por isso deverão pedir Àquele que tudo conhece (cf. Sl
139[138]) para que conceda a ajuda necessária e adequada (cf. v. 37).
O capítulo 10 é um dos muitos discursos de Jesus no
evangelho segundo Mateus. É denominado “discurso missionário”. Para a missão
Jesus concede aos Doze “poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo
tipo de doença e enfermidade” (10,1). O poder concedido é o poder de Jesus, o
Espírito Santo, “força do Alto” (cf. At 1,8). Os destinatários prioritários,
não exclusivos, são as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (v. 6; cf. 9,13;
Lc 19,10). O objeto da proclamação é a proximidade do Reino dos Céus (cf. v.
7). Este anúncio deve ser acompanhado da ação que liberta as pessoas do mal
que desfigura o ser humano e o faz experimentar-se distante de Deus (cf. v.
8a). O que é dado como dom por Deus aos apóstolos, o Espírito Santo, deve ser
oferecido gratuitamente a tantos quantos eles encontrarem (cf. v. 8b).
ORAÇÃO
Pai, que eu seja consciente de minha tarefa de levar a compaixão do Messias
Jesus aos deserdados deste mundo, dando mostras de que o Reino se faz
presente entre nós.
3. O MESSIAS COMPASSIVO
A característica da ação do Messias Jesus foi a compaixão. Por onde passava,
seu olhar recaía sobre os doentes e sofredores, as vítimas da marginalização
e dos preconceitos, e toda sorte de desprezados deste mundo. Tendo vindo para
eles a fim de anunciar-lhes a libertação e a salvação, era natural que fossem
os preferidos de sua ação.
Sua compaixão expressou-se no gesto concreto de
convocar um grupo de discípulos e enviá-los para serem os continuadores de
sua solidariedade com os excluídos. Daí ter-lhes dado "poder para
expulsar os espíritos imundos, e curar toda doença e enfermidade". Em
suma, ter-lhes dado poder para libertar os seres humanos de suas opressões a
fim de restituir-lhes a dignidade, de modo a experimentarem a presença do
Reino em suas vidas.
Ressuscitando os mortos, os apóstolos proclamavam a
vitória da vida sobre a morte.
Purificando os leprosos, mostravam como o Reino se articula como reconstrução
da vida, de maneira plena. Expulsando os demônios, indicavam o senhorio de
Deus sobre a vida humana, a qual não mais estaria à mercê do poder do mal.
Portanto, um indicador seguro do Reino acontecendo no seio da humanidade deve
ser buscado ali onde a vida volta a fluir abundante pela ação dos discípulos
do Reino. São eles os mediadores e continuadores da compaixão do Messias
Jesus.
Oração
Pai, que eu seja consciente de minha tarefa de levar a compaixão do Messias
Jesus aos deserdados deste mundo, dando mostras de que o Reino se faz
presente entre nós.
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Liturgia
do Domingo 08.12.2013
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA — ANO A
( BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA
SOLENIDADE )
__ "És a Imaculada. És resplendor. És Transparência e Plenitude de
Graça." __
2º DOMINGO DO ADVENTO – ANO A
(Acender mais uma das quatro velas da coroa do Advento)
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO:
Celebramos hoje, com alegria, a festa da Imaculada Conceição de Maria, a
Toda Santa. A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar em Maria como a
perfeita discípula que correspondeu plenamente aos anseios de Deus, movida
pela graça. A fidelidade de Maria decorreu de um especial dom divino, o dom
de nascer mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e
acolher a proposta divina. Contudo, a condição de agraciada por Deus não a
eximiu do esforço de ser peregrina na fé, necessitada de crescer e de
aprender, como acontece com todo ser humano. Sua originalidade consistiu em
ter trilhado um caminho sempre positivo, sem fazer concessões às paixões
desordenadas, ou ao próprio querer. A grandeza de seu testemunho de fé
expressou-se na humildade com que o viveu, num contínuo esforço de discernir
a vontade de Deus e em ser solícita em cumpri-la.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS:
Celebramos hoje a imaculada conceição da Santíssima Virgem Maria, que por
mérito da maternidade divina, foi concebida santa e isenta de toda mancha de
pecado. Plasmada e feita nova criatura, Maria representa o futuro de toda a
humanidade. O dogma da Imaculada Conceição, proclamado por Pio IX em 1854,
tem fortalecido a esperança de que todos adiram ao Evangelho de Cristo e
tornem-se puros pelo amor que nos foi doado gratuitamente.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O pecado
e a encarnação aparecem na bíblia como dois movimentos que têm por objetivo a
eliminação do abismo entre o Criador e a criatura. O pecado significa que o
ser humano quis superar a distância que existe entre ele e seu Criador,
pretendendo fazer-se igual a Deus. A encarnação é o movimento inverso. Deus,
de fato, superou a distância entre nós e ele, quando o Verbo eterno se fez
homem (Aíla Luzia Pinheiro Andrade - Revista Vida Pastoral da Paulus
Editora).
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor
ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!
ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA! BENDITA SOIS VÓS
ENTRE AS MULHERES!
Antífona da entrada: Com grande
alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me
revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias (Is 61,10).
Comentário das Leituras: Aquilo que
Deus realizou em Maria, em previsão dos méritos de Cristo, pode realizar-se,
de algum modo, em todos, pela graça de Deus. Todos os seres humanos foram
escolhidos por Deus antes da fundação do mundo para serem santos e imaculados
diante dele, no amor, a serem abençoados com toda sorte de bênçãos
espirituais. O que a Igreja celebra em Maria está presente em nós como ideal
a ser alcançado pela graça de Deus, em Cristo Jesus. Ouçamos
com espírito filial as leituras dessa festa, a fim de que possamos
compreender e viver com mais convicção nossa fé em Cristo e nossa devoção
mariana.
Primeira Leitura (Gênesis 3,9-15.20)
Leitura do livro do Gênesis.
3 9 Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe:
“Onde estás?”10 E ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim;
tive medo, porque estou nu; e ocultei-me.”11 O Senhor Deus disse: “Quem te
revelou que estavas nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu
te havia proibido de comer?”12 O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao
meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi.”13 O Senhor Deus disse à
mulher: Porque fizeste isso?” “A serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu
comi.”
14 Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita
entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu
ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida.
15 Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te
ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.”
20 Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os
viventes.
Salmo responsorial 97/98
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Segunda Leitura (Efésios 1,3-6.11-12)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
1 3 Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em
Cristo,
4 e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis, diante de seus olhos.
5 No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus
Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade,
6 para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por
ele no Bem-amado.
11 Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que
tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade,
12 para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos
nossas esperanças para Cristo.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo! (Lc 1,28)
EVANGELHO (Lucas 1,26-38)
1 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e
o nome da virgem era Maria.
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é
contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria
semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de
Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará
o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força
do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer
de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já
está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim
segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
LEITURAS DA SEMANA DE 09 a 15 de Dezembro de 2013:
2ª Vm - Is 35,1-10; Sl 84(85); Lc 5,17-26
3ª Br - Is 40,1-11; Sl 95(96); Mt 18,12-14
4ª Rx - Is 40,25-31; Sl 102(103); Mt 11,28-30
5ª Rx - Gl 4,4-7; Sl 95(96); Lc 1,39-47
6ª Rx - Is 48,17-19; Sl 1; Mt 11,16-19
Sb Rx - Eclo 48,1-4.9-11; Sl 79(80); Mt 17,10-13
Dm Rx - 3º DOMINGO DO ADVENTO: Is 35,1-6a.10; Sl 145(146); Tg 5,7-10; Mt
11,2-11 (Jesus fala sobre João Batista)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Imaculada Conceição
(O Dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854
não faz de Maria uma deusa, mas mostra que em sua pessoa Jesus antecipou a
Salvação, livrando-a da mancha do pecado original. Aos poucos Maria foi
descobrindo isso, depois dela as comunidades cristãs também o descobriram em
suas devoções marianas, só então a Igreja reconheceu e proclamou solenemente
esse Dogma)
Depois do nome, a referência mais importante de uma
pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter uma mãe e um pai,
uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade, sem essa
referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de quem,
onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita
trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá
acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois
unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo
sonhava com aqueles tempos em
que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais,
pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas
acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão
divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que
seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de
Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo
os maus.
Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que
representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos
poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e aguentar as consequências.
Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma
mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e
surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do
seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato,
quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas
para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas,
aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os
homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e
pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do
povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus
planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não
tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava
prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias,
ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a
Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e
consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas
coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse
do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do
nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão
que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão
acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque
ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela
apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do
jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima
Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança.
Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E
Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de
todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de
ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á
morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a
vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa
história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia idéia do que vinha
pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado
em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio,
fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para
isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu
reino...
2. Bendita aquela que acreditou
O dogma da Imaculada Conceição foi definido em 1854, pelo Papa Pio IX, na
bula Ineffabilis Deus, em que, resumidamente, ele afirma: “Declaramos,
pronunciamos e definimos como doutrina revelada por Deus o quanto segue: A
Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, por singular
graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo,
Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado
original”. O dogma da Imaculada Conceição está em função da encarnação do
Verbo de Deus.
O texto do evangelho proposto para esta festa é o
anúncio do anjo Gabriel a Maria. Este relato faz parte de um conjunto de
textos denominado de “evangelhos da infância” (Mt 1–2; Lc 1–2). Lucas
relaciona o anúncio do nascimento de Jesus à gravidez de Isabel: “... no
sexto mês… o anjo Gabriel foi enviado por Deus... a uma virgem…” (v. 26).
Isto se explica porque os evangelhos da infância, em
Lucas, estão construídos num paralelismo constante entre João Batista e
Jesus, com a finalidade de mostrar que Jesus é maior que João: João Batista é
o precursor, Jesus, o Messias. O relato enfatiza a iniciativa absoluta de
Deus na encarnação do seu Filho (cf. v. 35).
Maria é a que recebeu o favor de Deus (cf. v. 28), isto
é, a que foi especialmente favorecida por Deus. O favor de Deus a Maria se
manifesta na sua eleição para ser a mãe do Filho de Deus. A iniciativa de
Deus na encarnação do Verbo conta com a colaboração do ser humano: “Como
acontecerá isso, se eu não conheço homem?” (v. 34).
Se a idade e a esterilidade de Isabel e Zacarias foram
divinamente superadas na concepção de João Batista, a dificuldade humana da
virgindade de Maria deve ser superada pelo poder divino na concepção de
Jesus. E, segundo Lucas, o foi pela intervenção do Espírito Santo, o “poder
do Altíssimo” (v. 35).
Na sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se
em mim segundo a tua palavra” (v. 38), Maria identifica-se com Ana, mãe de
Samuel (cf. 1Sm 1,11). Na sua visita a Isabel, ela será caracterizada por
aquela que creu: “Bendita aquela que creu: o que lhe foi dito da parte do
Senhor se cumprirá!” (v. 45).
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que
soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.
3. ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA
A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde
habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher
sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida
em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as
tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma “agraciada”,
“plena da graça” divina?
Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a
seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia
pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo
por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias. Livre de toda forma
de orgulho e autosuficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a
graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo.
Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio
de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se
tornar “escrava do Senhor”, e permitir que a vontade divina acontecesse em
sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus!
Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais
para o seu entendimento, e superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se
para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito
Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão
divina que lhe fora comunicada pelo anjo.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu
possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.
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