Liturgia da Segunda Feira — 19.08.2013
XX SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o
vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso
templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).
Leitura (Juízes 2,11-19)
Leitura do livro dos Juízes.
2 11 Os israelitas fizeram então o
mal aos olhos do Senhor e serviram os Baal.
12 Abandonaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os tinha tirado do Egito, e
seguiram outros deuses, os dos povos que habitavam em torno deles;
prostraram-se diante deles, excitando assim a cólera do Senhor.
13 Abandonaram o Senhor para servirem Baal e Astarot.
14 A cólera do Senhor inflamou-se contra Israel, e ele entregou-os nas mãos
de piratas, que os despojaram, e vendeu-os aos inimigos dos arredores, de
sorte que não puderam mais resistir-lhes.
15 Para onde quer que fossem, a mão do Senhor estava contra eles para
fazer-lhes mal, como o Senhor lhes tinha dito e jurado, e viram-se em grande
aflição.
16 (Entretanto) o Senhor suscitava-lhes juízes que os livraram das mãos dos
opressores,
17 mas nem mesmo os seus juízes ouviam e continuavam prostituindo-se a outros
deuses, adorando-os. Abandonaram depressa o caminho que tinham seguido seus
pais, na obediência aos mandamentos do Senhor, e não os imitaram.
18 Ora, quando o Senhor suscitava juízes, ele estava com o juiz para
livrá-los de seus inimigos enquanto vivesse o juiz: o Senhor compadecia-se
dos gemidos que soltavam diante de seus inimigos e de seus opressores.
19 Mas, depois que o juiz morria, corrompiam-se e se tornavam ainda piores do
que seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os; e não
renunciavam aos seus crimes e à sua obstinação.
Salmo responsorial 105/106
Lembrai-vos de nós, ó Senhor,
segundo o amor para com vosso povo!
Não quiseram suprimir aqueles povos
que o Senhor tinha mandado exterminar;
misturaram-se, então, com os pagãos
e aprenderam seus costumes depravados.
Aos ídolos pagãos prestaram culto,
que se tornaram armadilha para eles;
pois imolaram até mesmo os próprios filhos,
sacrificaram suas filhas aos demônios.
Contaminaram-se com suas próprias
obras,
prostituíram-se em crimes incontáveis.
Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo,
e o Senhor abominou a sua herança.
Quantas vezes o Senhor os libertou!
Eles, porém, por malvadez o provocavam.
Mas o Senhor tinha piedade do seu povo
quando ouvia o seu grito na aflição.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).
EVANGELHO (Mateus 19,16-22)
19 16 Um jovem aproximou-se de
Jesus e lhe perguntou: "Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida
eterna?" Disse-lhe Jesus:
17 "Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus
é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos".
18 "Quais?", perguntou ele. Jesus respondeu: "Não matarás, não
cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
19 honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo".
20 Disse-lhe o jovem: "Tenho observado tudo isto desde a minha infância.
Que me falta ainda?"
21 Respondeu Jesus: "Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os
aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!"
22 Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía
muitos bens.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Rico que queria ser discípulo
Estamos diante de um Jovem rico,
que procurou Jesus porque queria ser discípulo, e a sua pergunta foi profunda
“O que devo fazer de bom para ter a Vida Eterna”. Ele imaginava que haveria
algo de novo que só o Mestre sabia, e que poderia ajudá-lo a ter a Vida
Eterna, mas Jesus lhe aponta algo que é o caminho comum do Judaísmo: o
cumprimento da Lei!
Ao perguntar “quais mandamentos” o
jovem rico demonstra que está em busca de algo novo, e talvez na Lei de
Moisés havia alguma novidade que ele ainda não tinha percebido e que o Mestre
iria agora revelar-lhe. Mas os mandamentos a que Jesus se refere, aquele
jovem já os observava desde a infância. Notemos a sua insistência na busca de
algo novo...” Tudo isso já cumpro. Que me falta ainda?”
Então Jesus sai dos parâmetros
normais da Religião Judaica e adentra na novidade do Reino que ele está
inaugurando entre os homens, e que é maior do que qualquer religião: “Se
queres ser perfeito, vai, vende teus bens, da aos pobres e terás um tesouro
no céu, depois vem e segue-me”.
A Lei moral, mesmo a de caráter
religioso, não nos garante a Salvação e nem o Céu, mas o amor que partilha,
que requer desapego de tudo que me pertence, a favor dos que não têm. É isso
que conta no novo Reino, essa realidade maior que qualquer Igreja, da qual a
nossa Igreja Católica é Sacramento, sinal, dando-lhe visibilidade, mas ela
não é o Reino, ao contrário, está contida dentro do Reino.
O jovem rico procurava algo novo,
mas dentro da sua realidade religiosa, algo lógico e racional, de caráter de
retribuição : “Faço isso e tenho aquilo”. Alegria, Felicidade e Bênção
Divina, era Dar os Bens materiais , e não tê-los, como se pensava naquele
corrente religiosa a qual pertencia aquele jovem e que hoje tem milhões de
adeptos para os quais a Fé é uma senha eletrônica que abre o Cofre Forte de
Deus.
A tendência de quem é rico, é
sempre dar o que lhe sobra, por isso aquele jovem rico foi embora muito
triste, porque não conseguia acreditar que outra coisa, que não fosse seus
bens materiais, pudessem lhe dar alegria. Hoje em dia ainda há muitos ricos
tristes, angustiados e deprimidos, porque de repente fazem a descoberta de
que há algo que o seu patrimônio e riqueza, não consegue adquirir. Um tesouro
imenso e valioso que Deus oferece a todo aquele que se fizer pobre, por causa
do Reino.
2. Deus na origem de toda bondade
"... que devo fazer de bom
para ter a vida eterna?". O homem relaciona vida eterna com fazer algo.
É fazendo algo de bom que se alcança a vida eterna – é esta concepção que
subjaz à pergunta daquele anônimo. Em primeiro lugar, a vida eterna é um dom
de Deus. Jesus, por sua vez, vai ultrapassar a pergunta dele, afirmando que o
essencial é buscar quem é o único bom.
Deus é a fonte de toda bondade, a
fonte da vida. Se algo de bom pode ser feito, é porque Deus está na origem de
todo bem. A vida eterna é dom e, como tal, precisa ser recebida. Não é
merecimento pelo cumprimento irrepreensível da Lei, ainda que o cumprimento
da Lei seja vida (ver: Dt 30,15-16). Só o cumprimento dos mandamentos não é
suficiente; então, o que falta, ainda?
Para ser perfeito, isto é, para
amar como se é amado por Deus, é preciso desapego, pois a vida eterna não se
compra. O seguimento de Jesus é o caminho da vida eterna: "Eu sou o
caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). "... jovem foi embora cheio
de tristeza, pois possuía muitos bens" (v. 22).
A tristeza mostra que o jovem
reconhece o seu apego. Mas será capaz de optar pela "perfeição"?
Ele aceitou e fez o recomendado por Jesus? Nós não o sabemos! Mas cabe a nós
respondermos, diante de Deus, estas mesmas questões, pois elas nos dizem
respeito. A vida cristã autêntica depende da resposta a estas perguntas.
ORAÇÃO
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa,
assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho
da salvação.
3. REPARTE COM OS POBRES!
O jovem rico, preocupado com a
salvação eterna, tropeçou numa exigência colocada por Jesus, tendo em vista
alcançar a perfeição: desfazer-se de todos os seus haveres, dar aos pobres a
quantia arrecadada, e tornar-se seu discípulo. Em que sentido este é um
caminho de perfeição?
A mera submissão aos mandamentos
era insuficiente para demonstrar uma autêntica ruptura com o egoísmo, único
empecilho para se chegar à salvação. Em muitos casos, os mandamentos eram
cumpridos exteriormente, não abrindo o coração humano para a solidariedade.
Por isso, Jesus desafiou o jovem a dar mostras cabais de seu desejo de
trilhar os caminhos da santidade.
A prova proposta pelo Mestre era
suficiente para mostrar como Deus e o próximo eram o absoluto no coração
daquele jovem. O absoluto de Deus seria patenteado na capacidade de
mostrar-se livre diante dos bens, a ponto de desfazer-se deles. Só quem tem o
coração centrado em Deus, é capaz de um gesto deste porte. O absoluto do
próximo, identificado com os pobres, manifesta-se na solidariedade com quem
nada possui, vive na indigência, dependente da solidariedade alheia.
O caminho para a perfeição passa
pela liberdade de coração, em relação aos bens deste mundo, para buscar Deus
e solidarizar-se com os mais pobres. É assim que se chega à vida eterna. Mas
o jovem rico se recusou a percorrer este caminho.
Oração
Espírito de liberdade e solidariedade, que o apego aos bens deste mundo não
me impeçam de trilhar o caminho da perfeição indicado por Jesus.
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Antífona da entrada: O justo medita a sabedoria e sua palavra
ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30s).
Leitura (Juízes 6,11-24)
Leitura do livro dos Juízes.
6 11 Depois veio o anjo do Senhor e
sentou-se debaixo do terebinto de Efra, que pertencia a Joás, da família de
Abieser. Gedeão, seu filho, estava limpando o trigo no lagar, para escondê-lo
dos madianitas.
12 O anjo do Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: "O Senhor está contigo,
valente guerreiro!"
13 Gedeão respondeu: "Ah, meu senhor, se o Senhor está conosco, por que
nos vieram todos esses males? Onde estão aqueles prodígios que nos contaram
nossos pais, dizendo: o Senhor fez-nos verdadeiramente sair do Egito? Agora o
Senhor abandonou-nos e entregou-nos nas mãos dos madianitas".
14 Então o Senhor, voltando-se para ele: "Vai, disse, com essa força que
tens e livra Israel dos madianitas. Porventura não sou eu que te envio?"
15 "Ó Senhor", respondeu Gedeão, "com que livrarei eu Israel?
Minha família é a última de Manassés, e eu sou o menor na casa de meu
pai".
16 O Senhor replicou: "Eu estarei contigo e tu derrotarás os madianitas
como se fossem um só homem".
17 Prosseguiu Gedeão: "Se encontrei graça aos vossos olhos, provai-me
por um sinal que sois vós quem me falais.
18 Não vos afasteis daqui até que eu volte trazendo uma oferta, e a ponha
diante de vós". "Esperarei", respondeu o Senhor, "até que
voltes".
19 Gedeão entrou em sua casa, preparou um cabrito e fez pães sem fermento com
um efá de farinha. Pôs a carne num cesto e o caldo numa panela, levou tudo
debaixo do terebinto e ofereceu-lho.
20 O anjo do Senhor disse-lhe: "Toma a carne e os pães sem fermento,
põe-nos sobre aquela pedra e derrama por cima o caldo". Ele assim o fez.
21 Então o anjo do Senhor estendeu a ponta da vara que tinha na mão, tocou a
carne com os pães sem fermento, e imediatamente jorrou fogo da rocha que consumiu
a carne e os pães sem fermento; e o anjo do Senhor desapareceu de seus olhos.
22 Gedeão reconheceu que era o anjo do Senhor e exclamou: "Ai de mim,
Senhor Javé, que vi o anjo do Senhor face a face".
23 O Senhor disse-lhe: "Tranqüiliza-te; não temas, não morrerás".
24 Gedeão edificou ali um altar ao Senhor e chamou-o Javé-Chalom. Esse altar
existe ainda hoje em Efra de Abieser.
Salmo responsorial 84/85
O Senhor anunciará a paz para o seu
povo.
Quero ouvir o que o Senhor irá
falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a
fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9).
EVANGELHO (Mateus 19,23-30)
Naquele tempo, 19 23 Jesus disse
então aos seus discípulos: "Em verdade vos declaro: é difícil para um
rico entrar no Reino dos céus!
24 Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do
que um rico entrar no Reino de Deus".
25 A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: "Quem poderá
então salvar-se?"
26 Jesus olhou para eles e disse: "Aos homens isto é impossível, mas a
Deus tudo é possível".
27 Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: "Eis que deixamos tudo
para te seguir. Que haverá então para nós?"
28 Respondeu Jesus: "Em verdade vos declaro: no dia da renovação do
mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que
me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze
tribos de Israel.
29 E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher,
filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.
30 Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os
primeiros".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Riqueza, concorrente do Reino
dos Céus.
Dá-se a impressão de que o Jovem mencionado no evangelho anterior, ainda
estava se afastando muito triste, quando Jesus começou a falar com os
Discípulos "Em verdade vos declaro, é difícil um rico entrar no Reino
dos Céus... É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Como já
refletimos anteriormente, não é proibido ter Fé e ser Rico, o único problema,
é que a tal Riqueza é forte concorrente do Reino dos Céus, a riqueza me faz
pensar que posso ter tudo e fazer tudo. Tive um amigo de Fábrica muito
equilibrado, íntegro e de boa índole, ele acabou fazendo fortuna fácil, por
conta da loteria, e algum tempo depois, quando já tinha saído da Fábrica para
tocar seu próprio negócio, chegou até mim a informação de que não era mais o
mesmo, separara da esposa, deixou a Família para ir embora com uma jovem que
dele se enamorou, e ainda aumentou seus rendimentos com alguns negócios
ilícitos.
O Dinheiro nos garante tudo, temos
todos os desejos alcançados, e desfrutamos de todos os prazeres, mesmo
aqueles proibidos, pois nossas ações se baseiam na falsa segurança que o
poder econômico nos dá e em um caso assim, o Reino dos Céus nada representa,
e a religião não passa der uma prática religiosa sem nenhum comprometimento
de nossa vida. Há também ricos que tentam comprar Deus e aliviar suas
consciências, participando de projetos sociais ou Filantrópicos, onde fazem
uma espécie de investimento a longo prazo para comprar um
"lugarzinho" nesse Céu que Jesus promete.
A indagação do Apóstolo Pedro
parece meio interesseira: Nós que tudo deixamos para te seguir, o que havemos
de ganhar, em outras palavras, que vantagens levamos? Em nosso contexto de
uma Sociedade que faz apologia do Consumismo exacerbado, essa pergunta não
cai bem, mas no tempo de Jesus a Realidade era outra, Pedro quer saber se
estão no caminho certo, se a escolha que fizeram de serem seguidores de
Jesus, traria a eles alegria e satisfação interior.
Só pode julgar se as escolhas estão
certas ou não, quem tem uma referência segura, e os Discípulos tem em Jesus
Cristo a única referência, por ele tudo deixaram e por isso, a alegria que
lhes está reservada, ainda nesta vida, não dá para ser dimensionada.
Retomando o evangelho anterior, o jovem que no final da história ficou
triste, não queria trocar a alegria imediata desse mundo, pela posse dos bens
materiais, por uma alegria escatológica, alimentada pela Esperança de algo
que ainda virá, e que nem toda riqueza do mundo poder é nos dar...Que os Bens
materiais e os poderes desse mundo, nos dá alegrias, isso é indiscutível, o
único e maior problema é que lá um belo dia, ela se acaba no Nada...
2. A salvação é dom de Deus
Este texto dá continuidade ao relato do jovem rico. A riqueza, de fato, é uma
ameaça que pode impedir de se entrar no Reino dos céus: "Ninguém pode
servir a dois Senhores. Com efeito, ou odiará a um e amará o outro, ou se
apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao
dinheiro" (Mt 6,24).
Facilmente a riqueza se confunde
com a vida verdadeira e obstrui o dom de Deus. À pergunta dos discípulos:
"Quem, pois, poderá salvar-se?" (v. 25), uma vez que a salvação é
dom de Deus, Jesus pode dizer: "... para Deus tudo é possível" (v.
26). Pedro pergunta pela recompensa do seguimento de Jesus Cristo: "Que
haveremos de receber?" (v. 27): participação no juízo do mundo (cf. v.
28; Mt 25,31). O cêntuplo prometido é o reconhecimento, por Deus, do valor
inestimável de cada pessoa e a participação na vida divina. Muitos dos que
para o mundo são últimos (servos), no Reino dos céus serão os primeiros.
ORAÇÃO
Pai, desapega meu coração das coisas deste mundo, livrando-me da ilusão de
buscar segurança nos bens acumulados. E reforça minha fé na Providência!
3. UMA COMPARAÇÃO CONTUNDENTE
Os discípulos ficaram impressionados, quando Jesus, por meio de uma
comparação, afirmou ser difícil a salvação dos ricos. É como querer que um
camelo atravesse o buraco de uma agulha. Esta forma exagerada de referir-se a
algo impossível, era, neste caso, uma constatação e uma advertência. Quem
quisesse salvar-se, deveria agir logo, e decidir-se a romper com o apego às
riquezas.
O rico está impossibilitado de
entrar no Reino dos Céus porque, sendo idólatra, faz pouco caso de Deus,
preferindo colocar sua confiança nos bens acumulados, e contar com eles para
obter a felicidade. Além disso, ele mantém o coração fechado para os seus
semelhantes, sendo incapaz de perceber as necessidades dos outros, tentando
socorrê-los com gestos concretos. Sua vida consiste em acumular e usufruir,
egoisticamente, sem jamais preocupar-se em partilhar.
Uma vez que a salvação consiste em
viver a plena comunhão com Deus, os ricos estão fadados à condenação, porque
optaram por um modo de vida que não comporta a comunhão. A condenação deles,
pois, já começa nesta vida. A morte simplesmente eternizará uma situação que
eles mesmos escolheram.
O ensinamento de Jesus é
inequívoco: não existe salvação para um coração apegado às riquezas.
Oração
Espírito de altruísmo, longe de mim deixar meu coração apegar-se aos bens deste
mundo, a ponto de perder de vista o amor devido aos meus semelhantes.
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Antífona da
entrada: O Senhor o escolheu para a plenitude do sacerdócio e,
abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.
Leitura
(Juízes 9,6-15)
Leitura do livro dos Juízes.
Naquele
tempo, 9 6 juntaram-se então todos os siquemitas com todos os de Bet-Melo, e
vieram junto do terebinto da estela que havia em Siquém, onde proclamaram rei
Abimelec.
7 Sabendo disso, subiu Joatão ao cimo do monte Garizim e exclamou:
"Ouvi-me, homens de Siquém, para que Deus vos ouça!
8 As árvores resolveram um dia eleger um rei para governá-las e disseram à
oliveira: 'reina sobre nós!'
9 Mas ela respondeu: 'renunciarei, porventura, ao meu óleo que constitui
minha glória aos olhos de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras
árvores?'
10 E as árvores disseram à figueira: 'vem tu, e reina sobre nós!'
11 Mas a figueira disse-lhes: 'poderia eu, porventura, renunciar à doçura de
meu delicioso fruto, para colocar-me acima das outras árvores?'
12 E as árvores disseram à videira: 'vem tu, reina sobre nós!'
13 Mas a videira respondeu: 'poderia eu renunciar ao meu vinho que faz a
alegria de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores?'
14 E todas as árvores disseram ao espinheiro: 'vem tu, reina sobre nós!'
15 E o espinheiro respondeu: 'se realmente me quereis escolher para reinar
sobre vós, vinde e abrigai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não o
quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!'
Salmo
responsorial 20/21
Ó Senhor,
em vossa força o rei se alegra.
Ó Senhor,
em vossa força o rei se alegra;
quanto exulta de alegria em vosso auxílio!
O que sonhou seu coração, lhe concedestes;
não recusastes os pedidos de seus lábios.
Com bênção
generosa o preparastes;
de ouro puro coroastes sua fronte.
A vida ele pediu e vós lhe destes,
longos dias, vida longa pelos séculos.
É grande a
sua glória em vosso auxílio;
de esplendor e majestade o revestistes.
Transformastes o seu nome numa bênção
e o cobristes de alegria em vossa face.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções
do coração (Hb 4,12).
Evangelho (Mateus 20,1-6)
20 1 Disse
Jesus: "O Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao
romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha.
2 Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha.
3 Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem
fazer nada".
4 Disse-lhes ele: 'Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo
salário'.
5 Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o
mesmo.
6 Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e
perguntou-lhes: 'Por que estais todo o dia sem fazer nada?'
7 Eles responderam: 'É porque ninguém nos contratou'. Disse-lhes ele, então:
'Ide vós também para minha vinha'.
8 Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: 'Chama os operários
e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros'.
9 Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário.
10 Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais.
Mas só receberam cada qual um denário.
11 Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo:
12 'Os últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes tanto como a nós, que
suportamos o peso do dia e do calor'.
13 O senhor, porém, observou a um deles: 'Meu amigo, não te faço injustiça.
Não contrataste comigo um denário?
14 Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti.
15 Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês
com maus olhos que eu seja bom?'
16 Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os
últimos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A VINHA
DO SENHOR!
Quem já ficou desempregado meses a fio a espera de uma vaga, sabe o quanto
esta é uma experiência triste, a reserva financeira vai se acabando, as
despesas vão sendo cortadas e só se mantém o essencial, e se a vaga demora a
chegar, até aquilo que é essencial, como a alimentação, por exemplo, vai
começando a rarear.
Não tendo
nem o essencial para dar à família, o desempregado vai aos poucos perdendo a
auto-estima, começa a andar pelas ruas e praças meio sem destino, ou então, o
que é pior, torna-se freqüentador dos botecos da vida, onde se joga muita
conversa fora e reclama da situação, tomando “umas e outras” que algum amigo oferece,
um conhecido contou-me que se tornou um alcoólatra quando ficou desempregado,
ficar sem fazer nada não é coisa boa, pois dizem até que “mente ociosa é
oficina do capeta”.
Fiz esta
introdução porque me parece ser esta a situação do pessoal da última hora,
mencionado nesse evangelho, e que deviam estar bem desanimados quando foram
para a praça no final de tarde, jogar conversa fora ou quem sabe, “bater um
truquinho”. A colheita em uma vinha carecia de muita mão de obra e para os
desempregados era uma ótima oportunidade para ganhar uns “cobres”. Nos que
buscam uma oportunidade, sempre há os madrugadores, que acreditam naquele
ditado “Quem madruga, Deus ajuda”, eles botam fé em seu potencial e se
colocam a disposição bem cedo, para serem logo contratados.
Há os que
já estão meio calejados e que dormem um pouco mais, mas às nove horas já
estão na praça, à espera de quem os contrate, pois também se julgam
eficientes. Não faltam aqueles que só acordam para o almoço, mas ouvindo
falar que tem vaga na empreitada, preparam um “miojo”para não perder muito
tempo, e vão voando para a praça, nem que seja ao Meio Dia, pois acreditam
que também têm chance. A notícia corre rápida e chega até a turma do “Ainda
resta uma esperança”, que também animados resolvem arriscar e vão para a
praça às três horas da tarde, dando a maior sorte porque acabaram também
contratados.
Mas agora,
falemos dos desanimados, que já estão a tempo vivendo de JURO, “juro que vou
pagar”, para não sucumbirem, assumiram dívidas com o padeiro, açougueiro,
leiteiro, verdureiro, aquele dia para eles já está perdido e então vão para a
praça às cinco da tarde, só para saber se há alguma novidade, e são
surpreendidos pelo Dono da empreiteira, que os interroga, porque estão ali
parados, sem fazer nada... Ninguém nos contratou, não temos nenhum valor,
ninguém presta atenção no nosso sofrimento, ninguém nos confia um serviço,
onde possamos ganhar o pão para o nosso sustento! E foi assim a ladainha de
lamentações. A Turma das cinco nem acreditou, quando o Patrão mandou que
fossem para a vinha, juntar-se aos outros trabalhadores. Certamente pensaram
que fossem fazer Terceira turma, mas às dezoito horas em ponto, soou o apito
e a jornada de trabalho acabou, trabalharam só uma hora, não ia dar nem para
o leite e o filãozinho... Pensaram os trabalhadores. Então veio a surpresa
agradável, foram os primeirões a receber e ganharam uma moeda de prata, que
dava para fazer a compra do mês e ainda pagar umas contas, imaginem a alegria
desses trabalhadores de última hora.
O clima era
de festa e alegria quando a turma dos Madrugadores, profissionais
competentes, que deram duro o dia inteiro, desde o nascer do sol, armou o
maior barraco e chamaram o sindicato, pois não acharam certo receber apenas
uma moeda de prata, tinham plena certeza de que iriam receber muito mais,
pois se julgavam merecedores, mas o Patrão os lembrou sobre o contrato
assinado: o pagamento da diária seria uma moeda de prata.
Na religião
de Israel e no cristianismo de hoje, acontece a mesma coisa, o título de cristãos
e o fato de ser membro de uma igreja, faz com que as pessoas sintam-se
privilegiadas diante de Deus, merecedores de sua graça, do seu amor, das suas
bênçãos e de todos os seus favores, se a pessoa atua em alguma pastoral ou
movimento, então aumenta a obrigatoriedade de Deus atender. Infelizmente é
essa a imagem que muitos fazem de Deus, que sempre surpreende os que buscam
conhecê-lo melhor.
Na parábola
em questão, contratou pessoas sem nenhum valor, e que, entretanto, apesar de
terem chegado muito depois dos Madrugadores, foram alvos da mesma atenção e
receberam o mesmo tratamento. Na verdade, ao invés de sermos a imagem e
semelhança de Deus, muitas vezes projetamos Nele a nossa imagem e semelhança,
para que seja bom com quem mereça, que trate as pessoas a partir dos seus
merecimentos, o que na lógica humana é muito justo.
Porém, o
amor e a justiça de Deus vai sempre buscar os últimos, os renegados, o que
não tem mais nenhuma chance diante da sociedade “perfeita” ou da religião
padrão, os que não têm o que fazer porque ainda não acharam um sentido para
suas vidas. Os desprezados, tratados com frieza e que nunca são levados a
sério.
E quando
descobrimos que Deus os ama tanto quanto a nós, que nos julgamos “justos” em
vez de fazermos com eles uma grande festa, manifestando alegria, agimos como
o irmão mais velho do Filho Pródigo: derrubamos o beiço e nos recusamos a
entrar na casa do Pai, isso é, a vivermos na comunhão com Deus, ao lado dos
trabalhadores da última hora, sonhamos com um céu especial e nos frustramos
ao ver que o coração de Deus, cheio de misericórdia, manifestada em Jesus, há
lugar para todos os homens.
2. A
justiça de Deus é amar sem distinção e sem medida.
A parábola, em primeiro lugar, revela algo de Deus: Deus é bom. A expressão
dessa bondade é que ele chama a todos para a sua vinha. O amor ou bondade de
Deus não são calculados. Em todo tempo, o Senhor toma a iniciativa de chamar
a todos para o seu Reino. O amor não se compra, ele é oferecido. A justiça de
Deus é amar sem distinção e sem medida.
De algum
modo, e em relação aos outros, todos somos operários da undécima hora. O modo
de agir de Deus faz balançar nossa escala de valores: "Eu quero dar a
este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer o que
quero com aquilo que me pertence" (v. 15).
Aos olhos
de Deus, o importante é ouvir o convite e aceitar os trabalhos na vinha. Este
é o verdadeiro e justo salário.O amor de Deus toca as pessoas; ele não faz
diferenças. O essencial é acolhê-lo.
ORAÇÃO
Pai, que eu jamais me deixe levar pelo espírito de ambição e de rivalidade,
convencido de que, no Reino, somos todos iguais, teus filhos.
3. OPERÁRIOS
DA ÚLTIMA HORA
Os adversários de Jesus irritavam-se com a acolhida que ele dispensava a todos
quantos eram vítimas da marginalização social e religiosa de sua época. Sua
extraordinária misericórdia levava-o a fazer-se solidário das vítimas do
desprezo e da arrogância. Todos, sem distinção, tinham lugar no seu coração.
A parábola
do proprietário de uma plantação de uvas ilustra esta sua disposição
interior. A bondade do vinhateiro levou-o a sair sucessivas vezes para
contratar operários para sua plantação, de modo a não haver indivíduos
ociosos na praça. Até mesmo uma hora antes de terminar o expediente diário,
ele saiu à procura de desocupados para lhes dar trabalho. Surpreendente é
que, na hora de acertar as contas, os da última hora receberam tanto quanto
os da primeira hora.
Isto foi motivo de protesto para estes últimos, que consideraram injustiça
receber salário idêntico aos que trabalharam pouco.
O dono da
vinha - imagem de Deus - age com misericórdia e bondade. E se recusa a fazer
discriminações indevidas entre os seus diaristas. Uma justiça, falsamente
entendida, tê-lo-ia levado a pagar aos últimos uma quantia bem inferior do
que aquela paga aos primeiros. No caso de Deus, consistiria em conceder
salvação abundante a uns, e relegar os demais a uma espécie de desprezo.
Entretanto, como o modo divino de agir vai na direção contrária, a justiça é
superada pela misericórdia. E todos são, igualmente, objetos de seu amor.
Oração
Espírito de bondade misericordiosa, que minha vida seja pautada pelo modo
divino de agir, porque manifesta sua preferência por quem é vítima da
marginalização.
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NOSSA SENHORA RAINHA
( BRANCO, PREFÁCIO DE MARIA – OFÍCIO DA
MEMÓRIA )
Antífona da
entrada: A rainha está à vossa direita com suas vestes
de ouro, ornada de esplendor (Sl 44,10).
Leitura
(Isaías 9,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
9 1 O povo
que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma
região tenebrosa resplandeceu uma luz.
2 Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria;
rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na
partilha dos despojos.
3 Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do
feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã.
4 Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue
serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas;
5 porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa
sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai
eterno, Príncipe da paz.
6 Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu
reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e
para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.
Salmo
responsorial 112/113
Bendito
seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!
Louvai,
louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade.
Do nascer
do sol até o seu ocaso,
louvado seja o nome do Senhor!
O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.
Quem pode
comparar-se ao nosso Deus,
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono
e se inclina para olhar o céu e a terra?
Levanta da
poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho,
para fazê-lo assentar-se com os nobres,
assentar-se com os nobres do seu povo.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo;
és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28)
EVANGELHO (Lucas 1,26-38)
1 26 No
sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia,
chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e
o nome da virgem era Maria.
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é
contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria
semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de
Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará
o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço
homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força
do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer
de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já
está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim
segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A hora
da Festa...
Quem é que tem coragem de recusar a um convite para uma festança, feito por
uma pessoa muito especial? O churrasco já está no ponto, o chope geladinho e
esperando para ser bombado para o copo, a comida especial, regada a iguarias
já está nas panelas, cheirando a gostoso, a um canto uma mesinha com aquelas
batidas deliciosas, e ainda mais, uma banda musical de primeira já está no
palco, a espera da platéia... E como se não bastasse tudo isso, lá pelas
tantas vai rolar um bailão que promete varar noite adentro, e de madrugada
será servido um café colonial. "Se perder uma festa assim, vou chorar
três dias sem parar" dizia um amigo, naqueles tempos em que a gente dava
uma de penetra... e depois se mandava de fininho na hora que a bendita
gravata do noivo vinha vindo...
Deus
preparou algo de maravilhoso para o ser humano, algo que os olhos jamais
contemplaram como nos diz o apóstolo Paulo, nada há neste mundo que possa
corresponder à beleza dessa vida plena em Deus. E tudo começou com a
encarnação de Jesus Cristo a festança já começou aí... e teve alguns que não
entenderam. E olhe que Deus não guardou segredo da surpresa que queria fazer
á humanidade, desde o tempo mais antigo já vinha anunciando, dando sinais de
que esse tempo chegaria. Os convidados especiais reagiram da pior maneira
possível, porque tem mais essa ainda, no começo a Festa não era para todos,
só para os privilegiados de Israel, eles foram os primeiros a quem Deus
manifestou o seu amor, isso é inegável!
Mas quem
diria, no tempo das promessas até que acreditaram, apesar dos percalços, mas
quando chegou o tempo da feliz realização, quando a festa iria começar prá
valer, uns foram trabalhar no campo, outros foram negociar, e outros mais
estressados agrediram os servos e os mataram... E quem pensou que o Dono da
Festa ia cancelar tudo, se enganou, se os "bacanas" e os
"bonitões" não deram a mínima, o Senhor mandou abrir os portões da
sua casa e convidou a todos os que estavam parados pelas esquinas, o convite
continua sendo especial, mas agora, basta que o convidado aceite: "Por
favor, venham na minha casa comer, beber, dançar, ouvir músicas e se divertir
até o amanhecer, tem muita comida e bebida, quero que todos participem da
minha alegria, pois meu Filho celebra suas núpcias...
Bom, os
novos convidados atenderam rapidinho esse convite tão bom, parecia aquelas liquidação
das grandes lojas, o povão invadiu mesmo, e a sala do banquete ficou lotada.
Até aqui tudo bem, mas daí no versículo final parece que baixou o mau humor
no Patrão, ele flagrou um sujeito que não estava vestido com a veste nupcial,
e não só botou o cara prá correr como ainda mandou amarrar o coitado e
jogá-lo lá fora na escuridão....E o evangelho conclui, "muitos são os
chamados, mas poucos os escolhidos"
Que negócio
é esse? Se o coitado foi convidado em uma esquina, claro que estava vestido
meio de qualquer jeito, ninguém falou que os convidados tinham de vestir
alguma roupa especial... E parece que o evangelho termina sem graça... Com um
final não muito feliz, pelo menos para o sujeito que não estava com a roupa
adequada...
Bom; aqui
vamos esquecer-nos do sentido literal do texto e da história da Festa, isso é
só um modo das comunidades de Mateus refletirem que em Jesus Cristo, Deus
chama a todos os homens, sem nenhuma distinção, para virem participar com
ele, de uma vida em comunhão, que já começa nessa vida, e que um dia chegará
a sua plenitude... Tentar viver uma forma de Cristianismo. que não tenha a
Jesus Cristo e seu evangelho, como referência de vida, é dar uma de
"bicão" nessa Festa, São Paulo em sua teologia Batismal, chama isso
de "REVESTIR-SE do homem novo, revestir-se de Cristo, e sem essa roupa
nova que nos transforma em outro Cristo, e que nos configura totalmente a
ele, seu jeito de pensar e seu modo de agir, seremos sempre
"Penetras" no Reino, e corremos o risco de ficar de fora, justo no
melhor da Festa...
2. Apelo
à conversão
Como na parábola precedente, aqui também há insistência: por três vezes os
servos do rei saem para chamar os convidados para a festa do casamento do seu
filho (vv. 3.4.9). Certamente, o tema principal é o apelo que Deus faz aos
judeus por meio de Jesus - eles o rejeitaram ¬- e, ao mesmo tempo, a
participação dos pagãos no banquete do Reino dos céus.
A iniciativa
do convite é de Deus; participar do seu Reino não é mérito de ninguém. Mas
entre os convidados havia um que não trajava a roupa de festa: "Como
entraste, aqui, sem o traje de festa?" (v. 12). Trata-se de um apelo à
conversão – este é o significado da expressão "traje de festa".
Em Jesus,
servo de Deus, o Senhor dirige o seu convite a todos para entrarem no seu
Reino, mas nem todos o aceitaram.
ORAÇÃO
Pai, tendo respondido ao teu convite para ser discípulo do Reino, desejo
conformar toda a minha vida ao teu querer sendo fiel a ti.
3.
CONCEBIDA SEM PECADO
A festa da Imaculada Conceição leva-nos a pensar em Maria como a perfeita
discípula que correspondeu plenamente aos anseios de Deus, movida pela graça.
A fidelidade de Maria decorreu de um especial dom divino, o dom de nascer
mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e de acolher a
proposta divina.
O anjo
Gabriel alude a este dom divino quando a saudou como "repleta de
graça". Toda envolvida pelo amor divino, Maria soube colocar-se, em
total disponibilidade, nas mãos de Deus, para cumprir sua santa vontade:
"Eis a serva do Senhor, faça-me em mim conforme a tua palavra". Uma
tal comunhão com Deus excluía qualquer traço de egoísmo e de pecado. Só a
plenitude da graça permitiu-lhe ser totalmente despojada de si para cumprir o
projeto de Deus. Daqui brota a fé de que Maria, mesmo antes de nascer, foi
preservada do pecado.
A condição
de agraciada por Deus não a eximiu do esforço de ser peregrina na fé,
necessitada de crescer e de aprender, como acontece com todo ser humano. Sua
originalidade consistiu em ter trilhado um caminho sempre positivo, sem fazer
concessões às paixões desordenadas, ou ao próprio querer. A grandeza de seu
testemunho de fé expressou-se na humildade com que o viveu, num contínuo
esforço de discernir a vontade de Deus e em ser solícita em cumpri-la.
Oração
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que
soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.
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Antífona da
entrada: Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia
festivo em honra da virgem santa Rosa de Lima. Conosco alegram-se os anjos e
glorificam o Filho de Deus.
Leitura (2
Coríntios 10,17-11,2)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 10
17 quem se gloria, glorie-se no Senhor.
18 Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele
que o Senhor recomenda.
11 1 Oxalá suportásseis um pouco de loucura de minha parte! Oh, sim!
Tolerai-me.
2 Eu vos consagro um carinho e amor santo, porque vos desposei com um esposo
único e vos apresentei a Cristo como virgem pura.
Salmo
responsorial 148
Vós,
jovens, vós, moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor!
Louvai o
Senhor Deus nos altos céus,
Louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
Louvai-o, legiões celestiais.
Reis da
terra, povos todos, bendizei-o,
E vós, príncipes e todos os juízes;
E vós, jovens, e vós, moças e rapazes,
Anciãos e criancinhas, bendizei-o!
Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos.
A majestade
e esplendor de sua glória
Ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
Ele é o motivo de louvor para os seus santos.
É um hino para os filhos de Israel,
Este povo que ele ama e lhe pertence.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Ficai em meu amor, assim fala o Senhor; quem em mim permanece e no qual
permaneço, esse dá muito fruto! (Jo 15,9.5)
EVANGELHO (Mateus 13,44-46)
Naquele
tempo, 13 44 disse Jesus: "O Reino dos céus é também semelhante a um
tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E,
cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.
45 O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas
preciosas.
46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a
compra".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Deus
alcança a todos, mas só quem o recebe pode ser feliz!
A Palavra moderna que se pode aplicar aos dois personagens das parábolas
contadas por Jesus, neste evangelho, é Investimento. Na contabilidade caseira
ou mesmo na empresarial, o valor que se paga, para aquisição de um imóvel,
não é contabilizado como despesa, mas sim acréscimo patrimonial, sendo
portanto um investimento, despesa é o que gastamos com algo de consumo, e que
não retorna mais ao nosso caixa, já o investimento tem retorno, e se o
administrador for bom, terá um bom lucro com o valor investido.
Em nossa
casa, dinheiro que gastamos com educação dos filhos, ou com plano de saúde,
também não é despesa, mas investimento. Os dois personagens fizeram um ótimo
investimento ao venderem seus bens para ficar com o tesouro, ou a pérola
preciosa. Abriu mão de tudo que tinham porque estavam diante de algo muito
mais valioso. No evangelho de segunda Feira, aquele jovem rico não teve essa
mesma visão, preferiu ficar com o seu patrimônio do que perdê-lo, no fundo
achou que o Reino não valia tanto assim...
No mundo de
hoje ninguém quer perder, todo e qualquer empreendimento visa ganho e lucro.
O Cristianismo foi adaptado por alguns espertalhões, para atender esse
espírito consumista e a religião torna-se um investimento que visa riqueza
material mas o Cristianismo autêntico que brota do Evangelho contraria essa
cultura pseudo cristã.
Para ser
seguidor de Jesus, através do discipulado, não se pode visar lucros ou ganhos
materiais, o maior investimento é na relação com Deus e com o próximo, onde a
prioridade é o reino e por ele vale a pena deixar tudo para seguir a Jesus.
Parece loucura pensar desta forma, mas não há outro caminho. E segundo o
evangelho, todos terão essa oportunidade de descobrirem o Reino de Deus. O
primeiro homem estava no campo e não procurava nada quando encontrou o
tesouro. No segundo caso o homem estava a procura de uma pérola valiosa e
acabou a encontrando.
Nenhum ser
vivente passará por essa vida sem conhecer a Deus e o seu reino. Deus alcança
a todos indistintamente, de modos e por vias que nem imaginamos. A questão é,
se o homem lhe abrirá totalmente sua vida e seu coração, colocando tudo mais
em segundo plano, para tê-lo como Senhor Absoluto da sua vida. Essa escolha e
decisão é nossa e Deus não interfere.
2. O valor
do Reino dos céus.
Falar de tesouro e de pérolas preciosas é falar de valores, ou melhor, do
valor do Reino dos céus.
Três verbos
caracterizam as duas parábolas: "encontrar" (v. 44),
"procurar" (v. 45) e "encontrar" (v. 46). As duas
parábolas têm em comum esta expressão: "... vende tudo o que possui e
compra…". A diferença entre as duas é a seguinte: na primeira parábola o
homem encontra o tesouro, sem buscá-lo; na segunda, ele procura a pérola
preciosa. Estas duas parábolas são inseparáveis e complementares. Por isso,
há de se supor que o comerciante que compra a pérola experimenta a mesma
"alegria" que o homem que compra o campo por causa do tesouro.
A conclusão
que se pode tirar destas parábolas é relativamente simples: o Reino dos céus
é comparável a bens que ultrapassam em valor o que se pode imaginar. A quem o
encontra é exigido o engajamento de toda a vida para adquiri-lo. Possuí-lo é
uma grande alegria.
ORAÇÃO
Pai, que eu seja decidido e rápido em desfazer-me do que me impede de acolher
plenamente o teu Reino. Que meu coração nunca se apegue a coisa alguma deste
mundo.
3. O VALOR
INFINITO DO REINO
Quanta coisa o discípulo deixa de lado quando abraça o Reino! O eventual
sentimento de perda – por ter que abrir mão de coisas às quais se tinha
apegado – é superado quando descobre o valor infinito do Reino de Deus.
O Reino e
Deus não são duas entidades distintas. São uma só e mesma coisa. O Reino é
Deus atuando na história humana com o fito de resgatá-la do pecado. É o
Criador buscando libertar a criatura humana de tudo quanto a oprime e a
mantém escravizada. É o Senhor de todas as coisas que recupera o senhorio
absoluto sobre cada ser humano e sobre a História, instaurando o regime do
perdão e da graça. É o triunfo da misericórdia, da solidariedade, da
partilha, da fraternidade, da justiça!
Existem
elementos claramente incompatíveis com o Reino. O discípulo desde logo reconhece
ser impossível combiná-los com a sua opção, e percebe a importância de
deixá-los de lado. Entretanto, existem bens que não são incompatíveis com o
Reino. No entanto, em determinado momento, o discípulo descobre tratar-se de
bens menores que devem ser substituídos por um bem maior.
Os
personagens da parábola são um exemplo de esperteza: chegam a uma decisão
rápida e inteligente. Assim deve agir o discípulo quando se defronta com o
Reino e descobre seu valor infinito: "vender tudo quanto possui"
para adquiri-lo.
Oração
Pai, que eu seja decidido e rápido em desfazer-me do que me impede de acolher
plenamente o teu Reino. Que meu coração nunca se apegue a coisa alguma deste
mundo.
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Antífona da
entrada: Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai
a sua glória às nações (Sl 95,2s).
Leitura
(Apocalipse 21,9-14)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
21 9 Então
veio um dos sete Anjos que tinham as sete taças cheias dos sete últimos
flagelos e disse-me: "Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do
Cordeiro".
10 Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa,
Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus,
11 revestida da glória de Deus. Assemelhava-se seu esplendor a uma pedra
muito preciosa, tal como o jaspe cristalino.
12 Tinha grande e alta muralha com doze portas, guardadas por doze anjos. Nas
portas estavam gravados os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.
13 Ao oriente havia três portas, ao setentrião três portas, ao sul três
portas e ao ocidente três portas.
14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos
do Cordeiro.
Salmo
responsorial 144/145
Ó Senhor,
vossos amigos anunciem vosso reino glorioso!
Que vossas
obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!
Para
espalhar vossos prodígios entre os homens
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
O vosso reino é um reino para sempre,
vosso poder, de geração em geração.
É justo o
Senhor em seus caminhos,
é santo em toda obra que ele faz.
Ele está perto da pessoa que o invoca,
de todo aquele que o invoca lealmente.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Mestre, tu és o filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49)
Evangelho (João 1,45-51)
1 45 Filipe
encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na
lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José".
46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de
Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".
47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro
israelita, no qual não há falsidade".
48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus:
"Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da
figueira".
49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de
Israel".
50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da
figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".
51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um
exemplo a ser seguido
Estamos aqui ainda dentro do primeiro século da Igreja, onde o Diácono Filipe
anuncia Jesus a um Judeu Piedoso chamado Natanael. Não se trata de um ateu,
mas de um Judeu convicto, daqueles que todos os dias recitava de cor os
salmos e se dedicava a infindas orações. Filipe, que certamente conhecia bem
a Natanael, procura relacionar Jesus á crença Judaica, citando Moisés e a
Lei, que fez alusão a Jesus.
A reação de
Natanael é desanimadora “De Nazaré poderá vir algo que valha a pena?”.
Certamente a conversa entre ambos não foi tudo em um momento. Filipe deve ter
dado um tempo, mas um dia lhe fez o convite “Vem e vê”. Em uma primeira
conversa com as pessoas, sobre a nossa Fé e a nossa vivência na Igreja,
encontraremos muitos que pensam como Natanael. “A Igreja poderá fazer alguma
coisa boa para a sociedade? Para a Família?” Muitos olham a Igreja com certa
desconfiança, ou porque já estão ancorados em outra Fé não católica, ou
porque se deixaram influenciar pelo ateísmo e nãop creem mais em nada.
O bom
Discípulo Missionário não fica fazendo rodeios e nem premeditando discursos
convincentes sobre a Doutrina, a Tradição e o Magistério da Igreja, porque o
alvo do seu anúncio é Jesus Cristo e por isso vai direto ao assunto e convida
seu interlocutor a experimentar Jesus Cristo “Vem e vê”. Natanael topou fazer
a experiência, talvez pensasse que, fazendo a experiência, teria ainda
maiores argumentos para contradizer os ensinamentos de Jesus de Nazaré,
porém, algo de maravilhoso aconteceu...
Diferente
da sua primeira reação, Jesus não o olha de maneira estranha, mas o chama de
pessoa autêntica e sincera. Natanael se sente surpreso, por aquela não
esperava, o homem a quem olhou, primeiro com desconfiança, o conhece e sabe
das suas virtudes. E antes que Natanael pense que foi Filipe que deu a Jesus
a sua “ficha”, Jesus lhe afirma “Antes mesmo que Filipe te chamasse, eu te vi
quando estavas debaixo da figueira”. Jesus não fica olhando e dando atenção
só aos membros da nossas Igreja que nele creem mas a todos os que o esperam, ainda
que estejam em outras religiões.
Para
Natanael isso é suficiente e por isso imediatamente professa a sua Fé
chamando Jesus de Mestre, Filho de Deus e Rei de Israel, títulos
exclusivamente messiânicos. “Foi porque eu te disse que já te conhecia em baixo
da figueira, que tu crestes?. Verás coisas maiores do que essas, como o céu
aberto e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
O céu está
aberto, acabou a distância entre Deus e os homens, o céu perdido pelo pecado
de Adão, foi agora resgatado por Jesus. Novos tempos, e o Reino chega na vida
e no coração dos que, como Natanael, conseguem abrir mão de suas profundas
convicções religiosas, para aderirem a Jesus e seu Reino.
2. Tu és o
Filho de Deus.
Depois do prólogo (1,1-8) desencadeia-se, no evangelho de João, uma sucessão
de testemunhos: de João Batista, dos dois discípulos de João, um dos quais
André, irmão de Simão, e de Filipe. Tudo se passa em quatro dias. É
constituído um primeiro grupo dos discípulos de Jesus.
Nosso
episódio situa-se no quarto dia: encontro de Jesus com Filipe, encontro de
Filipe com Natanael, e de Natanael com Jesus.
Jesus
mostra que conhece Natanael: "'Este é um verdadeiro israelita, no qual
não há falsidade!' Natanael disse-lhe: 'De onde me conheces?'" (v.
47-48).
A resposta
de Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da
figueira, eu te vi" (v. 48), não pode deixar de nos lembrar do Salmo
139(138): "Senhor, tu me sondas e me conheces. Tu me conheces quando me
assento ou me levanto…" (vv. 1-2). Seja como for, o encontro com Jesus
suscita em Natanael a fé: "Rabbi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de
Israel" (v. 49). Jesus lança Natanael para o futuro: a fé em Jesus,
Messias, deve passar pela provação da paixão e morte, glorificação do Filho
de Deus, para ver-se o dia em que a fé nasce com o sol da ressurreição.
ORAÇÃO
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu
Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.
3.
Bartomlomeu
Jesus escolhe seus primeiros discípulos dentre os discípulos de João Batista.
André, chamado por Jesus, chama Pedro e Filipe, e este chama Natanael.
Natanael, diante da origem humilde de Jesus, manifesta sua incredulidade.
Porém, ao primeiro contato com ele, Natanael o aclama como Filho de Deus e
Rei de Israel. Jesus descarta este título de poder, identificando-se com o
Filho do Homem, a presença divina no simplesmente humano que abre as portas
do céu.
O título
"Filho de Deus" tem duplo sentido: título de realeza, comum nos
reinos e impérios, e título específico de Jesus, enquanto presença divina,
amorosa, encarnada. Natanael o usa no primeiro sentido. Jesus insinua que sua
realidade é outra: por ele, o Filho do Homem, serão abertas as portas do céu
aos humanos. Jesus vem realizar o projeto de Deus, que é levar o humano à
plenitude pela comunhão com o amor divino.
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Liturgia do
Domingo 25.08.2013
21º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO
SALTÉRIO )
__ "Enviarei mensageiros para os povos... Eles anunciarão às nações
minha glória." __
AGOSTO — MÊS VOCACIONAL — Quarta Semana:
VOCAÇÃO PARA O SERVIÇO DE DEUS - LEIGOS
Ministérios e serviços na comunidade - Dia Nacional do(a) Catequista
Ambientação:
Sejam
bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste domingo a
Igreja celebra a vocação leiga. O carisma da vocação laical ocupa um lugar
central na Igreja, definindo-a para o mundo. O fiel cristão leigo tem o papel
de libertar o mundo da secularidade, dos falsos ídolos e de todas as prisões
que oprimem e destroem a pessoa humana. Ele é chamado a ser sinal visível de
Jesus Cristo na família, no trabalho, na política, na economia, na educação,
na saúde pública, nos Meios de Comunicação Social, nos órgãos públicos e em
tantos outros espaços no meio da sociedade. Ele é chamado a viver sua missão
batismal assumindo o "sacerdócio comum dos fiéis" e muitos,
engajados no testemunho e no serviço da catequese. Através do carisma do
leigo a Igreja se faz presente no mundo.
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A partir da mesa
do Senhor, somos chamados a desempenhar os ministérios e os serviços na
comunidade como sinal profético de Cristo, que veio para servir e não para
ser servido. Entre esses sinais está o desempenho de nossos catequistas.
Rezemos por eles, pois hoje é o Dia Nacional do Catequista. Aproveitemos o
tema da quarta semana do mês vocacional para despertar em nossa comunidade
maior zelo apostólico e serviço ao próximo. Rezemos também pela Região
Ipiranga, que hoje faz sua peregrinação à Catedral da Sé no Ano da Fé. Para a
mesma finalidade as Faculdades e Institutos de Teologia realizam a
peregrinação no próximo dia 28 à Catedral da Sé.
INTRODUÇÃO
DO WEBMASTER: Quando alguém nos ama realmente e nos
fala chamando-nos por nosso nome, descobrimo-nos a nós mesmos e não estamos
mais sozinhos. A vitória sobre a solidão gera a alegria; viver, então, é uma
festa. O reino de Deus é comunhão; seu advento inaugura, por isso, um tempo
de alegria. É festa que não se acaba, definitiva. Festa a que são convidados
todos a humanidade.
Sintamos em
nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao
Senhor!
XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
DIA NACIONAL DO CATEQUISTA
Antífona da
entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me;
salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo
por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Comentário
das Leituras: A salvação que vem de Jesus é universal,
esta aberta para todos. A condição é entrar pela porta estreita, ou seja,
deixar de ser presunçoso, dominador e orgulhoso. A prática da justiça é a
identidade do cristão.
Primeira
Leitura (Isaías 66,18-21)
Leitura do livro do profeta Isaías.
66 18 E
virei para reunir os homens de todas as nações e de todas as línguas; todos
virão e verão minha glória.
19 Executarei no meio deles um prodígio e enviarei às nações aqueles dentre
eles que tiverem escapado (a Társis, Put e Lud, Mosoc e Ros, Tubal e Javã),
às ilhas longínquas que nunca ouviram falar de mim e não viram minha glória;
eles farão conhecer às nações a minha glória.
20 De cada uma das nações trarão todos os vossos irmãos como oferenda ao
Senhor, a cavalo, em carros, em liteiras, em lombo de mulas e de dromedários,
ao meu monte santo, a Jerusalém, diz o Senhor, tal como os filhos de Israel
trazem sua oferenda em vasos purificados à casa do Senhor.
21 Escolherei mesmo entre eles sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
Salmo
responsorial 116/117
Proclamai o
Evangelho a toda criatura!
Cantai
louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!
Pois
comprovado é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!
Segunda
Leitura (Hebreus 12,5-7.11-13)
Leitura da carta aos Hebreus.
12 5 Estais
esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos:
"Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando
repreendido por ele;
6 pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por
seu filho".
7 Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como
filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?
11 E verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que
de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o
melhor fruto de justiça e de paz.
12 Levantai, pois, vossas mãos fatigadas e vossos joelhos trêmulos (Is 35,3).
13 Dirigi os vossos passos pelo caminho certo. Os que claudicam tornem ao bom
caminho e não se desviem.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém chega ao Pai senão por mim (Jo
14,6).
EVANGELHO (Lucas 13,22-30)
13 22
Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e
nelas ensinava.
23 Alguém lhe perguntou: "Senhor, são poucos os homens que se
salvam?" Ele respondeu:
24 "Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão
entrar e não o conseguirão.
25 Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora,
começardes a bater à porta, dizendo: 'Senhor, Senhor, abre-nos', ele
responderá: 'Digo-vos que não sei de onde sois'.
26 Direis então: 'Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças'.
27 Ele, porém, vos dirá: 'Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós
que sois malfeitores'.
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e
todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora.
29 Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa
no Reino de Deus.
30 Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os
últimos".
LEITURAS DA SEMANA DE 26 de Agosto a 01 de
Setembro de 2013:
2ª Vd - 1Ts 1,1-5.8b-10; Sl 149; Mt 23,13-22
3ª Br - 1Ts 2,1-8 ; Sl 138(139); Mt 23,23-26
4ª Br - 1Ts 2,9-13; Sl 138(139); Mt 23,27-32
5ª Vm - Jr 1,17-19; Sl 70(71); Mc 6,17-29
6ª Vd - 1Ts 4,1-8; Sl 96(97); Mt 25,1-13
Sb Vd - 1Ts 4,9-11; Sl 97(98); Mt 25,14-30
22º DTC. Eclo 3,19-21.30-31; Sl 67 (68),4-5ac. 6-7ab. 10-11 (R/ cf. 11b); Hb
12,18-19.22-24a; Lc 14,1.7-14
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Que
porta você escolhe?
Quando medito este evangelho sempre me lembro do “Miudinho”, apelido de um
amigo da minha adolescência, que era bem “robusto” para não dizer que ele era
“gordinho”. Por conta da obesidade ganhou fama de ser o molenga da nossa
turma onde era sempre o último nas brincadeiras ou aprontações que fazíamos.
Certa ocasião ficou entalado em um tubo de concreto que ficava no final da rua,
por onde entrávamos sorrateiramente por uma galeria em desuso, tendo acesso a
um terreno que pertencia a Dona Assunta, e onde deliciávamos com a doçura das
mangas e amoras.
O muro era
alto e o portão antigo era inacessível, até o dia em que descobrimos a
tubulação e passamos a utilizá-la sendo para nós uma aventura porque
engatinhando, varávamos coisa de três ou quatro metros por baixo do muro. Ao
ficar entalado na galeria, por causa de ser gordinho, e não saindo para
frente e nem para trás, Miudinho armou o maior berreiro chamando a atenção da
vizinhança e assim, fomos pegos em flagrante pela proprietária do terreno,
enquanto que os moradores, com muito esforço conseguiram desentalar o coitado
do Miudinho. Decidimos, a partir daquele dia, deixá-lo fora de nossas
aventuras porque ele não conseguia ter agilidade para nos acompanhar. O reino
do céu é meio parecido com aquele terreno baldio, palco das nossas aventuras
e onde curtíamos a doçura da fruta madurinha á sombra de grandes árvores: o
acesso é por uma passagem bem estreita...
A pergunta
dos discípulos, feita a Jesus, se é verdade que poucos irão se salvar,
deve-se ao fato de que a salvação, para eles, era uma espécie de troféu, com
que Deus premiava os que faziam boas obras e observavam com rigor a lei e
todos os demais preceitos religiosos. Nós cristãos, que pertencemos à igreja,
devemos também pensar nisso e perguntar se iremos nos salvar... Jesus nos
alerta que a passagem é bem estreita e requer certo esforço de quem se fez
discípulo. Há uma porta larga do ritualismo e do seguimento da lei, há
eventos religiosos que reúne milhares de pessoas, há igrejas cristãs de todas
as denominações, cujos templos ficam lotados de fiéis nos finais de semana.
Será que nesta religião sem compromisso, todos já têm o passaporte carimbado
para entrar no reino?
Para passar
pela porta estreita é preciso se fazer pequeno e ter no coração e na mente
esta consciência de que a salvação é dom de Deus e não fruto das nossas obras
ou práticas religiosas, quem pensa diferente disso é semelhante ao meu amigo
Miudinho e vai acabar ficando “entalado” no seu egoísmo e orgulho. Mas ser
pequeno também significa servir aos irmãos e irmãs, a palavra servir vem de
servo, escravo, aquele que se rebaixa, que se curva diante do outro, Jesus fez
isso no “Lava-pés”, fazendo uma tarefa que pertencia a um escravo, o que
prefigurou o rebaixamento final que iria ocorrer em Jerusalém, para onde
Jesus caminha decidido a entregar-se por todos.
Portanto, o
amor que se rebaixa traduzindo-se em serviço é que faz de nós verdadeiros
cristãos, Filhos do Pai, que nos vocaciona para o amor, irmãos de Jesus,
servo maior com quem nos identificamos e por quem somos reconhecidos. Os que
pensam que já estão salvos, com um pé na vaga do céu, só porque pertencem a esta
ou aquela denominação religiosa, e são observantes zelosos de toda doutrina e
preceito, irão certamente ficar bem desapontados porque o Senhor não os
reconhecerá como diz o evangelho: “Nós não saíamos de sua casa, comíamos e
bebíamos na tua presença...”. “Sumam”! Não sei quem são vocês! Não os
conheço!”--- dirá o Senhor”.
Fachada e aparência de nada adiantarão, só serão acolhidos no banquete do
reino, e reconhecidos pelo Senhor aqueles que o imitando, doarem-se
inteiramente aos irmãos e irmãs, não importando qual igreja ou denominação
religiosa. Os que estiverem “inchados” de orgulho e autossuficiência,
achando-se os primeiros, porque já estão dentro, irão bater com o “nariz na
porta” e verão cheios de espanto e surpresa, os que eram os últimos, adentrarem
por primeiro no banquete.
Nunca mais
vi meu amigo “Miudinho”, dizem que ele emagreceu eliminando a gordura que
tanto o incomodava. Que a religião seja para todos nós um compromisso de vida
com Deus e com os irmãos, caso contrário não conseguiremos entrar no reino
dos céus, pois como meu amigo Miudinho, acabaremos entalados na soberba e no
egoísmo, e não passaremos pela porta estreita! Daí haverá choro e ranger de
dentes...
2. O
discípulo é chamado a fazer uma opção: entrar pela "porta estreita"
O texto do evangelho menciona a subida para Jerusalém (v. 22; cf. 9,51).
Trata-se da parte central do evangelho segundo Lucas e que, mais que um
trajeto geograficamente preciso, tem um valor simbólico e didático: são
lições que Jesus dá aos discípulos na expectativa de sua "saída"
deste mundo.
"Senhor,
é verdade que são poucos os que se salvam?" (v. 23). A salvação é um dom
de Deus e compete somente a ele. Aos discípulos compete viver esta graça,
configurando a sua vida à vida de Cristo.
O discípulo
é chamado a fazer uma opção: entrar pela "porta estreita" (v. 24).
A porta estreita é oposta à prática da iniquidade (v. 27). No evangelho
segundo João, Jesus se apresenta como a porta das ovelhas (Jo 10,7.9):
"Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo" (Jo 10,9). É por
Jesus que se alcança a salvação. Toda a sua existência terrestre e a sua vida
gloriosa é que dão acesso ao Reino de Deus. Os que praticam "a
iniquidade" (v. 27) são os que resistem a fazer a vontade de Deus; os
que, pela dureza de coração, se opõem, perseguem Jesus; são aqueles para os
quais a morte de Jesus é como uma "porta fechada" (v. 25).
É evidente
que Jesus falava de seus contemporâneos, dos que perderam a oportunidade de
reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus (cf. 1,6; 7,16). A vida de cada
um, e o definitivo da existência humana, se decide diante "diante do
dono da casa", do Cristo Ressuscitado, pela adesão ou rejeição a ele.
Mas a salvação não se restringe a um povo; a humanidade inteira é
destinatária da salvação de Deus em Jesus Cristo: "Virão muitos do
oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão parte à mesa do Reino de
Deus" (v. 29).
Não
necessariamente os que foram chamados primeiro aceitarão participar do
banquete do Cordeiro. Mas os últimos, os pagãos, têm também lugar assegurado,
desde que aceitem entrar pela "porta estreita".
ORAÇÃO
Pai, conduze-me pelo verdadeiro caminho da salvação que passa pelo serviço
misericordioso e gratuito a quem carece de meu amor.
3. A PORTA
ESTREITA DO REINO
A resposta de Jesus à pergunta do desconhecido revelou ser irrelevante a
preocupação com o número das pessoas que irão se salvar. Importante mesmo é
decidir-se a trilhar os caminhos do Reino, apesar de suas exigências. É o que
Jesus chama de "entrar pela porta estreita". Como isto, afirma-se
que a salvação é obtida mediante a renúncia das comodidades e conveniências,
para abraçar a causa do Reino, sem querer fazer-lhe adaptações. Trata-se de
cumprir a vontade de Deus, submetendo-se fielmente a ela.
Muitos
ficarão decepcionados, por ocasião do encontro com o Senhor. Seguros de terem
direito à salvação, ver-se-ão fadados à condenação. Como é possível alguém se
condenar, se "comeu e bebeu na presença do Senhor" (referência à
participação na Eucaristia), e o ouviu pregar em suas praças (alusão ao
discipulado cristão)?
Tudo isto
não basta para se obter a salvação, se não chega a provocar uma sincera
conversão. Pensando ser verdadeiros discípulos, muitos cristãos, na verdade,
praticam a iniqüidade. Seu modo de proceder não corresponde ao de um
autêntico discípulo do Reino. Donde a frustração de se verem condenados a
viver longe do Senhor.
Por
conseguinte, a salvação se alcança por meio da vivência diuturna dos valores
do Reino, embora nos custem. É desastrosa a meta da porta larga das
conveniências pessoais.
Oração
Espírito de abnegação, torna-me incansável no esforço de entrar pela porta
estreita do Reino, dispondo-me a abrir mão de minhas conveniências e
interesses pessoais.
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