Liturgia da Segunda Feira — 26.08.2013
XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e
escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de
mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (2 Tessalonicenses
1,1-5.8-10)
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
1 1 Paulo, Silvano e Timóteo à
igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus
Cristo.
2 A vós, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo!
3 Sentimo-nos na obrigação de incessantemente dar graças a Deus a respeito de
vós, irmãos. Aliás, com muita razão, visto que a vossa fé vai progredindo
sempre mais e desenvolvendo-se a caridade que tendes uns para com os outros.
4 De sorte que nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, pela vossa
constância e fidelidade no meio de todas as perseguições e tribulações que
sofreis.
5 Elas constituem um indício do justo juízo de Deus e de que sereis
considerados dignos do Reino de Deus, pelo qual padeceis.
8 Em verdade, partindo de vós, não só ressoou a palavra do Senhor pela
Macedônia e Acaia, mas também se propagou a fama de vossa fé em Deus por toda
parte, de maneira que não temos necessidade de dizer coisa alguma.
9 De fato, a nosso respeito, conta-se por toda parte qual foi o acolhimento
que da vossa parte tivemos, e como abandonastes os ídolos e vos convertestes
a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro,
10 e aguardardes dos céus seu Filho que Deus ressuscitou dos mortos, Jesus,
que nos livra da ira iminente.
Salmo responsorial 149
O Senhor ama seu povo de verdade.
Cantai ao Senhor Deu um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez
e Sião se rejubile no seu rei!
Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.
Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos
com louvores do Senhor em boa.
Eis a glória para todos os seus santos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).
EVANGELHO (Mateus 23,13-22)
Naquele tempo disse Jesus: 23 13
"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o
Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem
entrar.
14 15 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras
para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do
inferno duas vezes pior que vós mesmos.
16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: 'Se alguém jura pelo templo, isto não
é nada; mas se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento'.
17 Insensatos, cegos! Qual é o maior: o ouro ou o templo que santifica o
ouro?
18 E dizeis ainda: 'Se alguém jura pelo altar, não é nada; mas se jura pela
oferta que está sobre ele, é obrigado'.
19 Cegos! Qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
20 Aquele que jura pelo altar, jura ao mesmo tempo por tudo o que está sobre
ele.
21 Aquele que jura pelo templo, jura ao mesmo tempo por aquele que nele
habita.
22 E aquele que jura pelo céu, jura ao mesmo tempo pelo trono de Deus, e por
aquele que nele está sentado".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Quando não se distingue o
importante do secundário
Podemos ver neste evangelho um pouco do ambiente tenso que as primeiras
comunidades cristãs passaram no início do cristianismo no seio do judaísmo.
Os Escribas e Fariseus eram os defensores ferrenhos do Judaísmo e da Lei de
Moisés e assim, assumiram uma postura de defesa contra os primeiros
seguidores de Jesus nas comunidades, eles não aceitavam a Jesus e a seu Reino
e tudo faziam para impedir que os outros o fizessem.
Neste evangelho percebe-se como
Jesus está exaltado contra esse tipo de pessoa, que quer ser o guia dos
demais, a referência da moral e da doutrina, criando leis e normas que
priorizam coisas que não são tão importantes e deixam de lado o que é
essencial na Vida de Fé.
A reflexão engloba também as
comunidades do primeiro século, principalmente as que tinham em seu
meio, Judeus conservadores e aí o conflito era inevitável. O Evangelho
não é um olhar para o passado mas sim para o presente pois nele estamos todos
nós como comunidade e como igreja e nos dias de hoje sempre é perigoso a
influência maléfica do farisaísmo nos irmãos e irmãs que exercem algum
trabalho, principalmente o de coordenação em alguma pastoral, ou até mesmo
entre os ministros ordenados.
Há sempre esse risco de nos
desviarmos do essencial que é o amor traduzido em serviço, essência do
projeto da salvação realizado em Jesus, e que buscamos viver em nossas
comunidades. As vezes nos deparamos com muita burocracia nos meios pastorais,
por causa de normas e determinações que não levam a lugar nenhum, servindo
apenas para exaltar o ego de quem coordena.
Então, diante deste evangelho,
busquemos aquilo que é essencial na Vida de Fé, e que em nossos trabalhos
comunitários, sejam eles quais forem, não tropecemos em nosso próprio ego,
mas como Jesus, nosso Mestre e Senhor, nos disponham,os a servir sempre,
levando e conduzindo os irmãos e irmãs á Jesus Cristo, seu evangelho e seu
Reino que é o essencial.
2. O caminho que conduz a Deus é
Jesus.
O capítulo 23 de Mateus é uma forte crítica aos escribas e fariseus que, ao
longo do evangelho, foram, e continuaram a sê-lo, os adversários mais importantes
de Jesus. O objeto da crítica é a hipocrisia deles. As lamentações de Jesus
contra eles se repetem como um refrão ao longo do capítulo. "Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas!" (vv. 13.15.16.23.27.29). Eles têm
autoridade para interpretar e ensinar a Lei de Moisés (v. 2), mas são
hipócritas: dizem aos outros o que tem de ser feito, mas eles mesmos não o
fazem (v. 3) – nisto consiste a hipocrisia deles.
Eles são como
"porteiros": põem tantas proibições no que diz respeito às práticas
religiosas que ocultam aos outros a ação de Deus na história. Nisto eles
desestimulam os outros a entrar no Reino dos céus. Mas eles mesmos não entram
por causa de sua hipocrisia (cf. v. 13). A campanha proselitista que eles
promovem não visa à conversão dos pagãos ao Deus único e verdadeiro, mas às
suas próprias concepções; por isso fazem dos prosélitos merecedores do
inferno. São "guias cegos", pois desviam o povo do verdadeiro
caminho que conduz a Deus. O caminho que conduz a Deus é Jesus.
Jesus repudia todo tipo de juramento
(cf. Mt 5,33-37). Dizer que são guias cegos significa também afirmar que a
prática que eles propõem não vem da iluminação da Palavra de Deus.
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser um evangelizador sincero. E livra-me da hipocrisia
de exigir dos outros o que eu mesmo não faço.
3. GUIAS CEGOS!
No intuito de precaver os seus discípulos, Jesus alertava-os quanto ao modo
de viver incoerente dos mestres da Lei e dos fariseus. Estes, na ilusão de
estarem vivendo uma vida modelar, comportavam-se como cegos que querem ser
guias dos outros cegos. A incompatibilidade da pretensão deles manifesta-se
de muitas maneiras.
Pensando ser os autênticos
intérpretes da Palavra de Deus, acabavam por desencaminhar as pessoas,
impedindo-as de entrar no Reino dos Céus. Insistiam nos detalhes da Lei, mas
descuravam o fundamental. Preocupados com a exterioridade, não permitiam que
a vontade de Deus penetrasse, realmente, em seus corações.
Resultado: ao invés de serem
portadores de salvação, acabavam sendo motivo de condenação tanto para os
judeus quanto para os pagãos, convertidos ao judaísmo por sua ação proselitista.
O fanatismo dos convertidos tornava-os merecedores de duplo castigo.
Outra atitude equivocada dos
mestres da Lei e dos fariseus consistia em confundir as pessoas, por meio de
uma casuística estéril, levando-as a se afastarem da vontade de Deus. É pura
perda de tempo fazer distinções capciosas em torno do mandamento divino se,
no fundo do coração, a pessoa não tem a intenção de pautar sua vida por ele.
Este tipo de casuísmo é resultado de uma cegueira insensata.
Oração
Espírito de clarividência, sê meu guia seguro no caminho da fidelidade ao
Reino, precavendo-me contra quem, indevidamente, quer arvorar-se em líder.
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SANTA MÔNICA - ESPOSA, MÃE E VIÚVA
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS –
OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: A mulher que teme a Deus será louvada; seus
filhos a proclamam feliz e seu marido a elogia (Pr 31,30.28).
Leitura (1 Tessalonicenses 2,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
2 1 Bem sabeis, irmãos, que a nossa
ida a vós não foi em vão.
2 Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como sabeis, ousamos,
confiados em nosso Deus, pregar-vos o Evangelho de Deus em meio de muitas
lutas.
3 A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de
engano.
4 Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não
para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.
5 Com efeito, nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por
fins interesseiros. Deus é testemunha.
6 Não buscamos glórias humanas, nem de vós nem de outros.
7 Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas
de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a
acariciar os seus filhinhos,
8 assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o
Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito
queridos.
Salmo responsorial 138/139
Senhor, vós me sondais e me
conheceis!
Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos,
percebeis quando me deito e quando eu anda,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.
A palavra nem chegou à minha
língua,
e já, Senhor, a conheceis inteiramente.
Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Essa verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é via e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções
do coração (Hb 4,12).
EVANGELHO (Mateus 23,23-26)
Naquele tempo, 23 23 disse Jesus:
"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã,
do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a
justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em
primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
24 Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o
prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que
também o que está fora fique limpo".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um bem humorado bate papo com
Mateus
Embora pareça tão claro por ser quase que uma repetição do de ontem, achamos
oportuno aprofundar a reflexão em uma conversa com o autor desse
evangelho.
Anônimo __São Mateus, parece que
logo de início Jesus está dizendo sobre dízimo, que o pessoal pagava em
espécie, parece que ele não quer que pague o dízimo?
São Mateus __( rindo) Nada disso, o que o nosso Mestre dizia, em mais esse
confronto com os Fariseus, era exatamente que não adianta só pagar o Dízimo e
achar que está muito bom.
Anônimo _____ Olha que coisa,
pensei mesmo nisso, da pessoa ofertar o dízimo e achar que é uma prestação
paga, para ter direito a ir para o céu!
São Mateus____Bem pensado, é por aí mesmo, os Fariseus cumpriam a lei ao pé
da letra, nos mínimos detalhes, mas naquilo que lhes interessava. Eles
deixavam de lado as coisas mais importantes.
Anônimo _____ Pagavam o
dízimo em espécie até de plantas rasteiras como a hortelã e a erva doce, mas
parece que Justiça, misericórdia e fidelidade, não era com eles?
São Mateus ____ Isso mesmo, e você sabe o que isso significa?
Anônimo ____ Que falta sinceridade
e coerência, seria isso?
São Mateus ____Exatamente, e quando faltam essas duas coisas, sinceridade e
coerência, cai naquele adágio popular que vocês conhecem “Por Fora bela
viola, por dentro pão bolorento”.
Anônimo ____Ah entendi...Religião
brota aqui de dentro, é coisa do coração, é uma postura íntima Eu e Deus....
São Mateus_____ Exatamente. Vive-se a Fé e a celebra em Comunidade, mas cada
um deve ter para com Deus essa relação íntima, da qual toda a exterioridade é
apenas um sinal.
Anônimo ____Mas São Mateus, e
quando a coisa fica apenas no sinal exterior, porque parece que isso que está
tirando o Mestre do Sério diante dessa gente falsa e fingida?!
São Mateus ____ Certo! Quando isso acontece você tem o Farisaísmo e a
Hipocrisia, em lugar da sinceridade e do testemunho, apresentando-se uma vida
de Fé, mas que é só de fachada, sem compromisso com os irmãos. Mas você
que está aí na Pós modernidade, diga a palavra final, olhando para a sua
comunidade e para você mesmo....
Anônimo ___Bom, Jesus pede para que
tiremos a máscara, para que pareçamos menos e façamos mais. Vixe! A coisa não
é lá com eles há dois mil anos atrás, o assunto é com nós da Igreja do ano
2013.
2. A lei visa proteger a vida e a
liberdade Povo de Deus.
O objeto da crítica de Jesus aos escribas e fariseus é a hipocrisia deles.
Hipócrita é a palavra para dizer do
ator de teatro que representa uma peça. A hipocrisia dos escribas e fariseus
consiste, no que se refere à Lei de Moisés, na dissociação entre dizer e
fazer (v. 23).
A Lei é expressão do amor de Deus
por seu povo e visa proteger a vida e a liberdade dos membros do Povo de
Deus. É inadmissível um modo de praticar a Lei que prescinda da misericórdia
e do amor – é distanciar-se do espírito da Lei (cf. vv. 23-24). A prática
obsessiva da Lei de Deus cega e fecha o coração para a necessidade dos
outros. Nós sabemos, pelas controvérsias galileanas de Marcos (2,1-3,6), com
suas paralelas em Mateus, o quanto a misericórdia esteve ausente dos
adversários de Jesus: "No dia de sábado, é permitido fazer o bem ou o
mal, salvar uma vida ou perdê-la?" (Mc 3,4). O amor, a fidelidade, a
misericórdia precedem e têm precedência sobre tudo.
O interior, a "pureza de
coração" (cf. Mt 5,8; Mc 7,20-23), é mais importante que o exterior, a
aparência (vv. 25-26). O que importa é uma verdadeira purificação interior,
uma verdadeira e profunda conversão.
ORAÇÃO
Pai, dá-me pureza de coração para que do meu interior brotem a justiça, a
misericórdia e a fidelidade, e assim, eu possa guiar meus semelhantes na
caminhada para ti.
3. CEGUEIRA E HIPOCRISIA
O exagero dos mestres da Lei e dos fariseus em cumprir, minuciosamente,
certas prescrições, tinha como contraponto o desprezo pelo que, de fato, era
importante. Os exemplos oferecidos por Jesus eram contundentes. Embora fossem
fiéis no pagamento do dízimo das hortaliças, até mesmo das ervas mais comuns,
deixavam de praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Agindo dessa
forma, invertiam os valores: o prioritário ocupava o segundo lugar,
tornando-se menos importante, ao passo que o elemento secundário passava a
ter primazia.
Esta visão desfocada da realidade
pode ser fatal. Deixando de lado o que é fundamental, a pessoa estará
investindo sua vida numa causa perdida. A condenação virá na certa, por se
tratar de um projeto de vida sem consistência. Só a justiça, a misericórdia e
a fidelidade podem projetar a existência humana na perspectiva da salvação.
A distorção da realidade acontece
também no cuidado que os mestres da Lei e dos fariseus tinham com a limpeza
das louças, para não contrair impureza, enquanto seu interior estava repleto
de maldade. Sem a pureza interior, a preocupação com a pureza das coisas
materiais de uso diário perde seu sentido. A impureza do coração afasta a
pessoa da vontade de Deus. Pelo contrário, buscando-se a pureza interior, tudo
o mais torna-se puro.
Portanto, é prudente não dar
ouvidos aos ensinamentos dos falsos mestres.
Oração
Espírito de sabedoria, ensina-me a distinguir as coisas fundamentais das
secundárias, de maneira a não me equivocar na realização da vontade do Pai.
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SANTO AGOSTINHO - BISPO E DOUTOR
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da
entrada: No meio da Igreja, o Senhor colocou a palavra nos
seus lábios; deu-lhe o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu de
glória (Eclo 15,5).
Leitura (1
Tessalonicenses 2,9-13)
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 9 Vós vos
lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de
Deus.
10 Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e
irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes.
11 E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos:
12 nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de
maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória.
13 Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque
recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como
palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que
age eficazmente em vós, os fiéis.
Salmo
responsorial 138/139
Senhor, vós
me sondais e me conheceis!
Em que
lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.
Se a aurora
me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me, com firmeza, a vossa destra.
Se eu
pensasse: "A escuridão venha esconder-me
e que a luz ao meu redor se faça noite!"
Mesmo as trevas, para vós, não são escuras,
a própria noite resplandece como o dia.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente
(1Jo 2,5).
Evangelho (Mateus 23,27-32)
23 27 Disse
Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos
sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de
ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
28 Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por
dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos
profetas, adornais os monumentos dos justos
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos
manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas.
31 Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos
assassinos dos profetas.
32 Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.
Síndromes do Farisaísmo
A gente olha para os Fariseus e os Escribas, em seu contexto religioso e ficamos
surpresos: ”Como podem ser tão falsos e incoerentes com aquilo que creem e
pregam...”
Em maior ou
menor escala, nós cristãos desde segundo milênio, temos também a Síndrome do
Farisaísmo, quando não ligamos pensamento e ação, quando não há nenhum vínculo
entre Fé e Vida. Não precisa se ir muito longe para encontrar um fariseu, às
vezes o homem ou a mulher que atua na Pastoral ou no Movimento, e que
são um testemunho espetacular de casal que vive bem a sua Fé, na fidelidade
ao Evangelho, no amor a Eucaristia e a oração, e são até solicitados às
vezes a darem conselhos a outros casais que têm dificuldades em seu
relacionamento. Mas lá um belo dia a “Casa Cai” e o casal se separa...
O maridão
que era um agente de pastoral firme e exemplar vai se embora com uma mocinha
do grupo de jovens, troca a esposa e filhos por um amor ardente, movido pela
paixão. Essa ruptura entre ambos não ocorreu de um dia para outro. Já fazia
tempo que a relação ia de mal a pior. Por que não pediram ajuda? Por que não
procuraram um sacerdote? Precisavam manter a aparência da fama conquistada na
comunidade. Imaginem o casal que ajuda a resolver casos difíceis e faz
orações poderosas, admitir que estão quase se separando, por que não se
entendem mais.
Farisaísmo
não é “doença” só de leigo. Há membros do clero que há tempo apenas mantém a
aparência de vocacionado, nada sobrou de sua vocação ingênua, baseada em
fantasias de endeusamento do seu Ego, e que não resistiu á dura realidade do
dia a dia. Ser Padre ou Diácono por causa do “status” dentro da própria
igreja. Pregar a Palavra de Deus faz parte da Vida Ministerial, mas a
vivência cristã, pautada pela sinceridade, autenticidade de uma Fé íntegra,
há muito se perdeu , e os seus maus testemunhos falam mais alto que suas
belas pregações.
Há
farisaísmo nas relações, tanto do clero como do Laicato, que deveriam ser
pautadas pela fraternidade e misericórdia, mas que na verdade são marcadas
tristemente pela inveja, ciúmes, disputas e contendas que parecem não ter
mais fim. Depois, leigos e Clero vão para a Santa Assembleia, ouvir a Santa
Palavra, em torno da mesma mesa, demonstrando que tudo está bem, quando na
verdade, até ali na Assembleia Litúrgica dão vazão ao egoísmo e egocentrismo
de Egos exaltados.
O
Farisaísmo nas reuniões de Conselho, de Leigos que querem ser os “Donos da
Bola” nos assuntos em pauta, o Farisaísmo da guerrinha fria que ainda
persiste, entre os defensores de uma Eclesiologia mais tradicional, ou
Progressista, contra Movimentos de Linha pentecostal, dentro da própria Igreja,
e a guerra se amplia, saindo das discussões do dia a dia, indo para a grande
Mídia, onde um tenta minimizar o “sucesso” do outro. Estou olhando para a
nossa Igreja, mas em todas as Igrejas Cristãs, o Farisaísmo nefasto traz cada
vez mais divisões diabólicas.
Nas
realizações ou empreendimentos arquidiocesanos, não se veste a camisa da
Unidade e Comunhão com o Bispo, mas enfileira-se neste ou naquele grupo,
liderado por este ou aquele pensamento. E isso fora as ideologias estranhas
que alguns “Iluminados” querem colocar no cristianismo, contrariando a
Sã Doutrina. Todos nós Cristãos, em menor ou maior escala, contribuímos para
a conservação desse Farisaísmo, quando deixamos de falar a Verdade, quando
nos omitimos na comunidade, quando preferimos deixar o barco correr, sem dar
a nossa opinião, porque temos medo de magoar esse ou aquele.
O Papa
Francisco tem combatido incansavelmente essa Igreja do estrelismo, do
alisamento do Ego, que nada mais é do que fruto do Farisaísmo presente em
nosso meio. Humildemente peçamos perdão! E eu o faço em primeiro lugar...
2. Deus não
se deixa levar pela aparência.
Os vv. 27-28 repetem a mesma ideia dos versículos anteriores: a hipocrisia
dos escribas e fariseus; neste capítulo 23, o objeto da lamentação de Jesus é
a oposição entre interior e exterior. Mas a aparência de justiça, ao
empenhar-se nas práticas religiosas só para serem vistas pelos homens, não
impede Deus de penetrar no coração, na verdade de cada pessoa. Deus não se
deixa levar pela aparência.
É este o
apelo de Jesus aos discípulos: "Guardai-vos de praticar a vossa justiça
diante dos homens só para serdes vistos por eles" (6,1).
Deus vê no
segredo (cf. 6,4.6.18). Nos versículos 29-32, Jesus lamenta a hipocrisia dos
escribas e fariseus, porque eles utilizam da glória dos profetas em beneficio
próprio.
O seu rigor
legalista e, em razão dele, suas faltas presentes, os tornam coniventes com a
morte dos profetas. Não é exatamente o que farão ao condenar Jesus como
blasfemo?
É bom que
tenhamos claro que não é a observância da Lei que é atacada por Jesus, mas a
sua deformação.
ORAÇÃO
Pai, torna-me de tal modo transparente que meu íntimo possa ser revelado por
meus gestos e atitudes. Livra-me de ser como um sepulcro caiado!
3. AI
DE VÓS, HIPÓCRITAS
Por sete vezes Mateus usa a expressão "ai de vós" para introduzir
as acusações dirigidas contra os escribas e fariseus. No Evangelho de hoje, temos
os dois últimos "ai de vós" da seqüência. A repetição explícita,
"ai de vós, escribas e fariseus hipócritas...", mostra-nos a
contundência da censura. Na ocasião das grandes festas, os sepulcros eram
caiados para evitar algum contato involuntário de alguém que, assim, se
tornaria impuro.
A
comparação com o sepulcro tem duplo sentido: a contradição entre a aparência
e o interior, e o foco de contaminação. Os escribas e fariseus aparentam
justiça, mas por dentro estão cheios de injustiça, e sua doutrina é
contaminadora.
No sétimo
"ai", quando os escribas e fariseus enfeitam os túmulos afirmando
que, se tivessem vivido no tempo de seus pais, não teriam cumplicidade na
morte dos profetas, eles estão reconhecendo que são filhos dos assassinos. E
atingem o auge da hipocrisia, pois querem fazer o que negam: matar Jesus.
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MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA
( VERMELHO,
PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da
entrada: Diante dos reis falo da vossa aliança, sem
temer a vergonha. Encontro alegria em vossos preceitos, porque muito os amo
(Sl 118,46s).
Leitura
(Jeremias 1,17-19)
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles
dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com
o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a
presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro
de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus
chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo,
para livrar-te - oráculo do Senhor".
Salmo
responsorial 70/71
Minha boca
anunciará vossa justiça.
Eu procuro
meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
Sede uma
rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
Porque
sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.
Minha boca
anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino
dos céus há der deles! (Mt 5,10)
EVANGELHO (Marcos 6,17-29)
Naquele
tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere,
por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha
casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu
irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo;
protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa
mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu
natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos
principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande
satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me
o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me
pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe
respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu
desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas,
não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele
foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram
num sepulcro.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Herodes,
um Cristão sem convicção.
Herodes gostava muito de João Batista e suas pregações no deserto, achava as
palavras bonitas e a mensagem chegava a tocar o seu coração. Era um ouvinte
entusiasta da Palavra de Deus, poderia tornar-se um discípulo, sua alta
posição não o impedia de viver a sua Fé. Entretanto parece que a semente da
Palavra caiu em uma terra sufocada pelos espinhos, Herodes estava amasiado com
sua cunhada Herodíades e quando João Batista acusou o seu pecado de
adultério, Herodes não gostou muito da idéia, começou a pensar que João
Batista ainda era um bom pregador, mas que de vez em quando se equivocava,
quando queria interferir na vida dos outros, pois cada um deve viver do jeito
que quiser e fazer também o que quiser, sem que a Religião interfira em suas
decisões, dizendo o que é certo ou o que é errado.
É o
cristianismo do oba-oba, sem nenhum compromisso com as virtudes do evangelho,
e com as verdades ensinadas por Jesus. Herodes se sairia muito bem neste
mundo da pós- modernidade onde as pessoas, em sua grande maioria também são
assim, até mesmo aquelas ligadas a alguma pastoral ou movimento, elas pensam
assim “Está tudo lindo e maravilhoso, mas que a Igreja não me venha dizer o
que devo fazer em certas questões da minha vida”
A Igreja
como portadora e anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a
sua missão profética, aonde a verdade do evangelho for violada ou ignorada,
devem os pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a
verdade denunciando a ação pecaminosa de quem a comete. Herodes colocou o
prazer da sua relação com Herodíades acima de qualquer princípio, e na sua
Festa de aniversário, achando-se um deus, que tudo pode, decidiu fazer o
gosto da dançarina, poderia ela pedir qualquer coisa que ele a daria.
Hoje em
dia, na busca do prazer e da satisfação dos desejos, vale tudo e pode de
tudo. Qualquer profeta intrometido que quiser ser um estraga-prazer deverá
ser tirado do caminho, e Herodíades, a amasiada de Herodes, nem pensou duas
vezes para pedir a cabeça de João Batista em uma bandeja. Fazemos parte de
uma sociedade onde a Vida Humana nada vale; na busca do prazer e do poder
estamos diante de um “Vale Tudo”, haja vista os mártires da igreja, que aqui
e ali, continuam incomodando e por isso, como João Batista acabam sendo
eliminados, por causa do evangelho.
A Igreja
precisa cada vez mais de cristãos iguais a João Batista, que sejam capazes de
dar a vida pela Verdade, pois de cristãos do tipo Herodes, que praticam a
religião do descompromisso, muitos templos andam sempre lotados...
2. A
tentação de calar a voz que denuncia o mal.
João Batista é o mártir da moral. Ele foi posto na prisão por ter denunciado
uma união ilegal entre Herodes e Herodíades, mulher de Filipe, irmão do
Tetrarca.
A palavra
movida só pela emoção e ilusão é portadora da morte: "(Herodes)
prometeu, com juramento, dar a ela (filha de Herodíades) tudo o que
pedisse". É a vida de João que Herodíades reivindica. Busca eliminar a
"voz" que denuncia o seu mal. É provável que o sofrimento e a morte
de João Batista prefigurem a paixão e morte de Jesus Cristo. Ambos tidos como
profetas (13,57; 14,5), conhecerão a sorte dos profetas: "Jerusalém,
Jerusalém que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados…" (Mt
14,1-12;Lc 13,34-35).
ORAÇÃO
Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir
adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.
3. UM
EXEMPLO DE LIBERDADE
O relato do destino trágico de João Batista serve de lição para os discípulos
de Jesus, no exercício da missão. A liberdade, que o Precursor demonstrou,
deverá ser imitada por quem está a serviço do Reino, e se defronta com
tiranos e prepotentes, que intimidam e querem calar quem lhes denuncia as
mazelas.
Prevalecendo-se
de sua condição, Herodes seduziu a mulher do irmão para se casar com ela.
João Batista não teve medo de enfrentá-lo, e dizer-lhe não ser permitido
conservar como esposa, quem não lhe pertencia. Sua condição real não lhe dava
o direito de praticar tamanha arbitrariedade.
O profeta
João sabia exatamente com quem estava falando. Ele um "zé ninguém",
questionando uma autoridade estabelecida pelo imperador, com direitos quase
absolutos sobre os cidadãos. Por isso, não lhe parecia errado atropelar o
direito sagrado de seu irmão, de ter uma esposa.
Por outro
lado, todos conheciam muito bem o espírito violento da família de Herodes.
Mesmo assim, João não hesitou em denunciá-lo publicamente.
Quiçá não
contasse com a ira de Herodíades, atingida também pela denúncia. Foi ela quem
instigou Herodes a consumar sua maldade: decapitar a quem mandara lançar na
prisão, por ter-lhe lançado em rosto o seu pecado.
O
testemunho de João Batista inspira a quem se tornou discípulo da verdade.
Oração
Espírito de liberdade, não permitas que eu tema os grandes e prepotentes,
quando se trata de denunciar-lhes os pecados e as injustiças.
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XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da
entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me;
salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo
por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (1
Tessalonicenses 4,1-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 1 No
mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar
a Deus - e já o fazeis. Rogamo-vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a
que progridais sempre mais.
2 Pois conheceis que preceitos vos demos da parte do Senhor Jesus.
3 Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza;
4 que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
5 sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não
conhecem a Deus;
6 e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o
Senhor faz justiça de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e
asseverado.
7 Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
8 Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas
a Deus, que nos deu o seu Espírito Santo.
Salmo
responsorial 96/97
Ó justos,
alegrai-vos no Senhor!
Deus é rei!
Exulte a terra de alegria
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.
As
montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.
O Senhor
ama os que detestam a maldade,
ele protege seus fiéis e suas vida
e da mão dos pecadores os liberta.
Uma luz já
se levanta para os justos,
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36)
EVANGELHO (Mateus 25,1-13)
Naquele
tempo, 25 1 disse Jesus aos seus discípulos: "O Reino dos céus será
semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.
2 Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes.
3 Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo.
4 As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as
lâmpadas.
5 Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram.
6 No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: 'Eis o esposo, ide-lhe ao
encontro'.
7 E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas.
8 As tolas disseram às prudentes: 'Dai-nos de vosso óleo, porque nossas
lâmpadas se estão apagando'.
9 As prudentes responderam: 'Não temos o suficiente para nós e para vós; é
preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprardes para vós'.
10 Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas
entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta.
11 Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: 'Senhor, senhor,
abre-nos!'
12 Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: não vos conheço!'
13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Não
emprestamos Fé, não insista
A Fé é como esses cartões de créditos Bancários, pessoal e intransferível,
não se dá, não se empresta e muito menos se barganha. Tem muita gente
querendo salvar-se pegando carona na Fé dos avós ou dos pais, tem muito
adulto que as vezes quer pegar carona na Fé de um filho mais jovem. Enfim, há
muitos cristãos com a lamparina apagada porque o reservatório de combustível
está totalmente seco. Se quiserem usar algo mais moderninho, tem muito
cristão com a lanterna as escuras porque não trocou a bateria ou a pilha.
E nesse
caso, o que é que se perde? Simplesmente uma festança e tanto, daquelas que
tem hora para começar e não tem hora para terminar. A parábola, um pouco fora
do nosso contexto, retrata umas Bodas, onde as amigas da noiva, depois de um
ano da Promessa e acerto entre as duas famílias, vão a casa da noiva, para
acompanhá-la até a casa do noivo onde vai se iniciar as núpcias ou a nossa
conhecida “Luz de Mel”.Tinha muita música, dança, comida, bebida e alegria.
Há também
na parábola um caráter escatológico, o cristão está a espera da Festa
celestial que acontecerá um dia, mas é preciso estar com as lâmpadas acesas
em meio a tantos pontos obscuros dessa vida, na comunidade adquirimos esse
azeite precioso da Palavra e da Eucaristia, que aumenta a nossa Fé, e assim,
vamos mantendo a lâmpada sempre acesa e o reservatório de azeite, sempre
cheio, nunca na Reserva. Mas se na comunidade encontramos esse azeite, é na
comunidade também que temos uma antecipação da Festa das Núpcias que um dia
virá.
Em cada
celebração renovamos a aliança selada com o sangue do Cordeiro imolado Jesus
Cristo, que um dia também virá buscar a sua Igreja, para levá-la para sempre
em sua casa. Nesse dia a Festa verdadeira irá começar e nunca mais terá um
fim.
Mas quem
estiver com a lâmpada vazia, porque não buscou o azeite que o próprio Senhor
oferecia nas comunidades cristãs, vai ficar do lado de fora "chupando o
dedo" porque o Dono da Festa não o reconhecerá. E não haverá modo algum
de se conseguir, em um só momento, aquilo que não se buscou e não se teve a
Vida inteira.
2. Estar
vigilante
O texto apresenta um grupo de dez virgens, cinco das quais eram previdentes e
as outra cinco, imprevidentes.
As
previdentes são caracterizadas pelo fato de levarem "jarros de
óleo" para alimentar as lâmpadas; as imprevidentes levaram as lâmpadas,
mas não o suprimento de óleo. Com o atraso do noivo, acabaram, todas elas,
dormindo. Ao grito que anunciava a chegada do noivo, todas despertaram e
prepararam as lâmpadas. As imprevidentes se deram conta, então, de que o óleo
não seria suficiente. Ter que providenciar o óleo à chegada do noivo fez com
que as imprevidentes perdessem a oportunidade de entrar para a festa de
casamento.
Depois de
tudo isso, qual é a mensagem para os discípulos? O que é preciso fazer? As
virgens previdentes desejavam fortemente participar das bodas; por isso, não
mediram esforços nem imaginação para que tal acontecesse. Elas preveniram e
previram o que poderia acontecer. Daí que, desde o início, elas participaram
das bodas. As imprevidentes se deixaram levar por outras preocupações e se
contentaram com o mínimo necessário: uma lâmpada e um pouco de óleo – não
puderam, por culpa delas mesmas, entrar na festa.
ORAÇÃO
Pai, seja a minha vida uma contínua preparação para o encontro contigo e com
teu Filho Jesus. Que nada seja suficientemente forte para frustrar este
encontro tão esperado.
3.
PRUDÊNCIA E INSENSATEZ
Jesus serviu-se de um fato da cultura da época para alertar os seus
discípulos a se manterem vigilantes à espera da vinda definitiva do Cristo. O
atraso do noivo - símbolo da indefinição da chegada do Messias - cria uma
situação que revela o caráter de cada uma das dez moças que vieram participar
da festa de núpcias.
As cinco
prudentes, que providenciaram azeite de reserva para reabastecer suas
lamparinas, apontam para os discípulos, cuja vivência intensa e sincera dos
valores do Reino, especialmente a exigência do amor, reforça sua capacidade
de esperar o Messias, embora este possa demorar. Eles têm suficiente fôlego
espiritual para não esmorecer, enquanto esperam. A prudência leva-os a
perseverar no amor.
As cinco
insensatas, cujas lâmpadas se apagaram enquanto esperavam e não tinham como
reabastecê-las, aludem àqueles discípulos que, cansados com a demora do
Senhor, vêem esvair-se suas reservas espirituais. Faltam-lhes os meios para
recarregá-las, pois, há muito se afastaram da misericórdia e da justiça. A
chegada do Senhor pega-os despreparados para participarem com ele das
alegrias do Reino.
Diante
destes dois modelos, os discípulos são instados a tomar uma decisão. Jesus
deseja que imitem as moças prudentes. Esta é a única maneira de não esperar
em vão.
Oração
Espírito de sensata prudência, faze-me perseverar no amor, de modo a ser
continuamente preparado para a longa espera da chegada do Senhor.
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XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da
entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me;
salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo
por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Leitura (1
Tessalonicenses 4,9-11)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
4 9 A
respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever,
porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.
10 E é o que estais praticando para com todos os irmãos em toda a Macedônia.
Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais.
11 Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas e
trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado.
Salmo
responsorial 97/98
O Senhor
julgará as nações com justiça.
Cantai ao
Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda o
mar com tudo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença
do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho
amado (Jo 13,34).
Evangelho (Mateus 25,14-30)
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24 14 "Será também como um homem
que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.
15 A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a
capacidade de cada um. Depois partiu.
16 Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los
produzir, e ganhou outros cinco.
17 Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois.
18 Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de
seu senhor.
19 Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas.
20 O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco:
'Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que
ganhei'.
21 Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no
pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
22 O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: 'Senhor,
confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei'.
23 Disse-lhe seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no
pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor'.
24 Veio, por fim, o que recebeu só um talento: 'Senhor', disse-lhe, 'sabia
que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não
espalhaste.
25 Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o
que te pertence'.
26 Respondeu-lhe seu senhor: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde
não semeei e que recolho onde não espalhei.
27 Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia
com os juros o que é meu.
28 Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.
29 Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á
mesmo aquilo que julga ter.
30 E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e
ranger de dentes'".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. LUCROS E
PERDAS DA NOSSA FÉ
O evangelho nos coloca a parábola dos talentos, que poderá ser mal
compreendida, se não aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante de um
simples acerto de conta entre um patrão e seus servos, mas diante de algo
muito mais sério que é o sentido da nossa vida. A grande pergunta que estará
em nosso coração e em nossa mente, quando esta vida estiver se esvaindo, é
exatamente essa: Investimos a nossa existência em que? A vida valeu à pena?
Na
contabilidade há um demonstrativo em cada final de exercício, que mostra aos
investidores e acionistas, de que modo foi investido o capital por eles
disponibilizado, esse balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os ganhos e
perdas da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores a receber e suas
contas a pagar, seu acréscimo patrimonial ou suas perdas, caso houver. Esta
visão permite ao acionista decidir se continuará investindo ou se vai
procurar outro negócio mais rentável.
Ora, Deus
Pai investiu tudo em nós, o Filho pagou um alto preço, mais que todo o ouro,
toda a prata e todas as fortunas que há no mundo, é um direito Dele portanto,
querer saber no final de nossa vida, o que foi que fizemos com o nosso viver,
com a sua graça, com a vida nova que tivemos acesso, com a obra da salvação,
uma pessoa extremamente bondosa e amorosa para conosco, nunca nos cobra nada,
pois o seu amor é incondicional e gratuito, mas a gente se sente na obrigação
de dar um retorno, que pode ser uma grande alegria, como a dos dois primeiros
servos, que duplicaram os talentos que lhes foram confiados, ou então será um
momento de grande tensão e angústia, marcado pelo medo, por causa de uma
relação distorcida com o Patrão. Podemos perceber que os outros dois não
tiveram a preocupação de justificar o porquê, aplicaram bem o talento recebido,
pois independente do rigorismo e da exigência do Patrão, sentiram-se no dever
de corresponder à confiança neles depositada.
Deus
reconhece as nossas limitações, ele sabe muito bem que nem todos irão viver
bem, descobrindo o sentido da vida e vivendo na essência do seu amor, e por
isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço de se viver, segundo suas
leis e sua santa palavra. Podemos até dizer, que o talento dado, é a própria
existência, visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos com um bom
investimento, são as graças sobrenaturais que antecipam em nosso caminhar,
esta vida nova que Jesus nos presenteou. Na hora certa, esta vida não nos
será tirada, mas enriquecida com os demais talentos ,quando vivemos bem a
nossa vida terrena, entendendo que ela é muito mais do que aquilo que se vê,
São Paulo chama isso de caminhar na Fé.
Porém,
aquele que se apegou a esta simples existência, limitando-se a viver apenas
na visão, alimentando sua esperança apenas com aquilo que esta vida terrena
pode dar, este é o servo Mau e preguiçoso, que investiu mal a sua vida, e que
no balanço final da sua existência, já diante de Deus, irá constatar
horrorizado, que não auferiu nenhum lucro, e que o que pensava ser um grande
lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que terminou o seu
exercício terreno com um saldo negativo, devendo algo para Deus.
Há uma
música pastoral belíssima, cujo refrão diz “tudo vale a pena, quando a alma
não é pequena!” Eis o grande segredo que o homem precisa descobrir, que o
viver não se restringe aos limites do corpo, mas que o homem traz em si as
sementes da eternidade, de uma Vida renovada pela qual vale a pena lutar para
buscá-la e mantê-la a cada dia, porque os nossos horizontes são muito mais
amplos do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta prodigiosa que
muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive na Fé.
Ainda
tomando o exemplo da Contabilidade empresarial, mês a mês se faz o balancete,
que como o próprio nome diz, trata-se de um Balanço menor, que mostra os
valores movimentados e ajudam o empresário a redirecionar seus investimentos,
caso o resultado do balancete não seja bom, por isso esse evangelho nos
convida também a um bom exame de consciência diante de Deus no sentido de
saber com clareza e sinceridade, o que é que estamos fazendo da nossa vida,
que são os talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos converter, de
acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na caridade, no amor,
na solidariedade, com os lucros auferidos da Palavra de Deus e da força da
Eucaristia.
A grande
diferença da nossa vida de fé e de um controle contábil, é que o nosso Deus
não é avarento nem egoísta, e o pouco que conseguirmos lucrar com a prática
do amor cristão, já será suficiente para ouvirmos dele a palavra que o nosso
coração anseia: “Porque foste fiel na administração de tão pouco, eu
te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” Alegria
que já experimentamos ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos
talentos para servir os nossos irmãos, ajuntando um tesouro no céu. Este
evangelho fecha com chave de ouro este mês Vocacional pois Vocação e Talento
tem tudo a ver!
2. O medo
impede de ir além do dever.
A parábola dos talentos é a mais longa do evangelho de Mateus. Ela insiste
sobre o juízo do terceiro servo. Os dois primeiros não se limitaram em
executar ordens; tomaram a iniciativa de fazer frutificar os bens do seu
patrão. A questão-chave do comportamento do terceiro é o medo (v. 25; ver: Rm
8,15). É a escravidão e a mentalidade de escravo que são reprovadas pelo
patrão. O espírito servil faz com que a pessoa não faça nada além do seu
dever.
O elogio
dos dois primeiros servos e a repreensão do terceiro indicam qual tipo de
colaborador o Senhor deseja. É preciso fazer valer o dom de Deus.
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em discípulo responsável que sabe aproveitar cada
circunstância para fazer frutificar os dons que me concedes, colocando-os a
serviço do meu próximo.
3. A
ALEGRIA DA FIDELIDADE
Os três servos, aos quais o senhor confiou uma certa soma de dinheiro, servem
para ilustrar dois diferentes tipos de discípulos, com relação aos dons que
receberam de Deus.
Os dois
primeiros representam os discípulos que se servem do tempo presente para viver
intensamente o amor e a justiça. Incansavelmente procuram praticar o bem,
fazendo crescer os laços que os unem a Deus. A fidelidade ao Pai impede-os de
cruzar os braços e viver na inatividade. Existe sempre algo de bom a ser
realizado.
O terceiro
servo, medroso e ocioso, contrasta com os dois primeiros, corajosos e
operosos. Seu modo de agir é uma alusão ao comportamento dos discípulos que,
embora não façam nada de errado, são incapazes de um gesto grandioso de
solidariedade, ou de jogar-se de corpo e alma na causa da justiça. São os que
pensam ter observado com fidelidade os mandamentos, só porque os cumpriram,
ponto por ponto, embora não pratiquem o que é mais fundamental: a
misericórdia, o amor e a justiça. Vivendo uma vida mesquinha e sem relevância,
tais discípulos vegetam espiritualmente. Eles se conservam distantes dos
grandes desafios da humanidade, especialmente dos pobres e dos sofredores. E
pensam que a realização de um punhado de normas seja suficiente para
colocá-los em dia com as exigências do Reino.
O castigo
aplicado ao servo inútil não deixa margem para dúvidas. É hora de agir!
Oração
Espírito de ação, que eu saiba aproveitar cada momento de minha vida para dar
mostras de fidelidade ao Pai, realizando gestos concretos de amor.
|
Liturgia do
Domingo 01.09.2013
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANOC
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO
SALTÉRIO )
__ "Modéstia e gratuidade" __
Ambientação:
Sejam
bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Um dos temas
mais difícil de ser compreendido pela cultura contemporânea é o da humildade.
De fato, a proposta de Jesus para sentar-se no último lugar é estranha à
nossa cultura, que preza pela busca da promoção e dos primeiros postos;
quanto mais aparecer, melhor, nem que para isso seja necessário pisar sobre
os outros. A humildade não é a prudência do tímido ou do incapaz nem o medo
de se expor, que não passa pelo egoísmo. A verdadeira humildade é a
consciência de ser pequeno e ter de receber para poder comunicar. Por isso,
quem é humilde não tem medo de ser generoso, pois é capaz de receber. Gostará
de partilhar, porque sabe receber; e de receber, para poder repartir. Como
Jesus naquele banquete, também nós estamos diante do banquete da vida. Quanto
mais humilde for o modo de nos aproximar do banquete da vida, tanto mais nos
aproximamos dos irmãos e, por conseguinte, de Deus. Aí reside o segredo da
felicidade e da alegria interior.
INTRODUÇÃO
DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Iniciamos o mês
da Bíblia pedindo que a Palavra de Deus seja a luz dos nossos passos e o
clarão das nossas consciências. Que a leitura orante e o estudo das
Escrituras nos levem a aderir ao Mistério Pascal de Jesus Cristo. Celebremos
esta Eucaristia dominical em comunhão com a Região Belém que hoje faz sua
peregrinação à Catedral da Sé, por ocasião do ano da Fé.
INTRODUÇÃO
DO WEBMASTER: A morte de Cristo nos apresenta o
Deus "novo", o Deus cuja sabedoria é imprevisível e impensável, tão
distante da sabedoria humana que ninguém poderia encontrá-la. O início da
verdadeira sabedoria, diz-nos aquele que perscruta os pensamentos de Deus, é
o reconhecimento de que a fonte da verdade não está naquilo que o homem
experimenta ou deseja espontaneamente. Deus oferece a glória não aos
poderosos, mas aos fracos; cerca de dúvida e de mistério os que presumem além
de suas possibilidades. Só Deus conhece o que há de secreto em todos os
corações e pode revelar-lhes o mistério de verdade que trazem em sí mesmos.
Sintamos em
nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e entoemos alegres cânticos ao
Senhor!
XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
A escolha do último lugar
Antífona da
entrada: Tende compaixão de mim, Senhor; clamo por vós o dia
inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que
vos invocam..
Comentário
das Leituras: Uma grande mesa é preparada por Deus,
onde a vida é servida com fartura. Todos são chamados a se aproximarem dessa
mesa com humildade e em espírito de serviço. A arrogância e o orgulho impedem
a partilha e a gratuidade do serviço fraterno. A vida cristã deve ser uma
lição de humildade e sabedoria.
Primeira
Leitura (Ecl 3,19-21.30-31)
LEITURA DO LIVRO DO ECLESIÁSTICO.
19Filho,
realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem
generoso.
20Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim
encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é
aos humildes que ele revela seus mistérios.
21Pois grande é o poder do Senhor, mas ele é glorificado pelos humildes.
30Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está
enraizada nele, e ele não compreende.
31O homem inteligente reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido
atento deseja a sabedoria.
Salmo
responsorial 68/67
Com carinho
preparastes uma mesa para o pobre!
Os justos
se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome!
O seu nome é Senhor: exultai diante dele!
Dos órfãos
ele é pai, e das viúvas protetor: é assim o nosso Deus em sua santa
habitação.
É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os
prisioneiros e os sacia com fartura.
Derramastes
lá do alto uma chuva generosa, e vossa terra, vossa herança, já cansada,
renovastes;
e ali vosso rebanho encontrou sua morada; com carinho preparastes essa terra
para o pobre.
Segunda
Leitura (Hb 12,18-19.22-24a)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos:
18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: "fogo ardente e
escuridão, trevas e tempestade,
19som da trombeta e voz poderosa", que os ouvintes suplicaram não
continuasse.
22Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos;
23da assembléia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de
Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição;
24ade Jesus, mediador da nova aliança.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia!
Aleluia! Aleluia!
Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração!
EVANGELHO (Lucas 14,1.7-14)
1 Aconteceu
que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos
fariseus. E eles o observavam.
7 Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então
contou-lhes uma parábola:
8 "Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o
primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do
que tu,
9 e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: 'Dá o lugar a ele'.
Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar.
10 Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim,
quando chegar quem te convidou, te dirá: 'Amigo, vem mais para cima'. E isto
vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados.
11 Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será
elevado".
12 E disse também a quem o tinha convidado: "Quando tu deres um almoço
ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes,
nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já
seria a tua recompensa.
13 Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados,
os coxos, os cegos.
14 Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a
recompensa na ressurreição dos justos".
LEITURAS DA SEMANA DE 02 a 08 de Setembro de
2013:
2ª Vd - 1Ts 4,13-18; Sl 95(96); Lc 4,16-30
3ª Br - 11Ts 5,1-6.9-11; Sl 26(27); Lc 4,31-37
4ª Vd - Cl 1,1-8; Sl 51(52); Lc 4,38-44
5ª Vd - Cl 1,9-14; Sl 97(98); Lc 5,1-11
6ª Vd - Cl 1,15-20; Sl 99(100); Lc 5,33-39
Sb Vd - Cl 1,21-23; Sl 53(54); Lc 6,1-5
Dm Vd - 23º DTC Sb 9,13-19 (gr. 13-18b); Sl 89 (90),3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17
(R/. 1); Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33 (Condições para ser discípulo)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. QUEM SE
EXALTA SERÁ HUMILHADO
Lucas ao iniciar esse evangelho, faz questão de nos dizer que o Fariseu tinha
uma “Ficha Limpa”, era alguém notável, íntegro, de boa índole, uma referência
para a comunidade. Por ser admirado como grande Mestre, Jesus era sempre
muito solicitado para estar á mesa com eles, na casa de algum líder da
comunidade. O texto nos informa que “eles” o observavam, talvez para ver se
tinha boas maneiras, se seguia a risca as determinações judaicas para se
tomar uma refeição, ou simplesmente porque Jesus irradiava algo de
sobrenatural, e cada gesto ou palavra sua, tinham um significado profundo.
Sem se
sentir o centro das atenções e sem querer ser o grande “astro” ou
celebridade, Jesus também se põe a observar o modo como os convidados do
Fariseu escolhiam os primeiros lugares à mesa, e que era naturalmente os mais
próximos ao Dono da Casa. Não sabemos em que lugar Jesus tomou assento, mas
certamente não foi no lugar mais importante, julgando-se pela sua
observação...
Penso
ainda, que naquela refeição, Jesus notou que os serviçais tiveram que,
educadamente, tirarem de seus lugares alguns que se julgavam o máximo e que
deles haviam se apossado. Imaginem o “mico” de sair de um lugar mais
importante para sentar-se em outro, menos importante. Vai ver que alguém se
apressou em chamar Jesus para ocupar o lugar principal ao lado do Fariseu
Anfitrião. Ao ver o constrangimento desses convivas, Jesus deve ter esboçado
um leve sorriso aos que estavam ali por perto.
Em nossas
comunidades algo semelhante ocorre nas ações litúrgicas, principalmente
quando se trata da Santa Missa. Os lugares mais próximos do Padre são os mais
visados e disputados nas escalas. Aliás, Liturgia é uma das maiores vitrines
da nossa Igreja, nela os Egos são alisados, e os prazeres e alegrias plenamente
satisfeitos. E quando a Paróquia realiza algum evento, como um Jantar
Dançante, por exemplo, as mesas mais próximas a do Padre são as mais
procuradas, ás vezes até reservadas com antecedência. Há muitas disputas para
cargos que “aparecem”, mas por trabalhos humildes, que ficam quase no
anonimato, não há disputas ou concorrências.
Poderia se
disputar, por exemplo, quem faz mais visitas aos enfermos, aos pobres, aos
presos, quem se doa mais a essas classes sofridas e injustiçadas, às vezes
até dentro da própria comunidade. O que isso nos mostra?
Que o Amor
doação, que se faz serviço desinteressado ao outro, anda meio longe de nossas
comunidades, em certas ocasiões. É nesse sentido que Jesus alerta para esse
perigo em nossas comunidades, onde quem se exalta vai acabar sendo humilhado,
de que jeito? No dia em que a casa cair e todos ficarem sabendo de suas reais
intenções. A humilhação será grande e a pessoa, envergonhada por ser
desmascarada, vai acabar sumindo da comunidade. O que Jesus exalta nesse evangelho
é exatamente a gratuidade nas relações fraternas, uma ajuda, um trabalho, uma
ação feita a favor do outro, e que nada espera de recompensa ou gratificação.
Nessa linha que devemos compreender a exortação de não convidar pessoas
importantes para almoçar em nossa casa, mas sim de pessoas que nunca poderão
retribuir. Jesus não é contra a ideias de acolhermos pessoas queridas em
nossa casa para uma refeição, o que ele ensina é que, a conduta de um
cristão, dentro da comunidade e fora dela, deve ser pautada pelos valores do
evangelho, e não pelas grandezas fantasiosas que o mundo nos propõe. No mundo
o que vale é o TER, na comunidade é o SER.
A
interferência do TER no SER na Vida eclesial resulta em numa comunidade de
relações mercantilizadas, onde cada um busca o benefício próprio e não o Bem
Comum.
2. Um
convite à generosidade.
Jesus continua sua subida para Jerusalém. À medida que faz seu caminho para o
Pai, ele vai instruindo os seus discípulos. Um israelita de verdade mantém os
ouvidos sempre abertos, pois ele sabe que toda sabedoria vem de Deus, e se
deixa instruir por Deus: "O homem sensato medita as máximas em sua
oração, ouvido atento, eis o que o sábio deseja" (Eclo 3,29).
O episódio
do evangelho deste domingo se dá durante uma refeição, "na casa de um
dos chefes fariseus" (v. 1). Duas outras vezes Jesus foi, segundo Lucas,
a uma refeição na casa de fariseus (7,36; 11,37). Há entre Jesus e os
fariseus uma mescla de simpatia e resistência. Os fariseus, efetivamente,
desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas
práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei.
Mas a
rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a
Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de
cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem
do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Tal modo de interpretar
a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e pôr em prática a
palavra do Senhor: "É misericórdia que eu quero, e não sacrifícios"
(Os 6,6).
A refeição
na casa de um dos chefes dos fariseus acontece num sábado, dia dado pelo
Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a
libertação do país da escravidão.
Mesmo que
em nosso relato os interlocutores sejam os que estavam na casa dos fariseus,
são os discípulos os instruídos; é a comunidade cristã que deve aprender como
se comportar no novo tempo. A instrução é motivada pela observação de
"como os convidados escolhiam os primeiros lugares" (v. 7). A
parábola utiliza a imagem do casamento, em que os lugares já eram
predeterminados.
Há duas
lições: o lugar é recebido de quem convidou para a festa (cf. v. 8-11).
Certamente é outro modo de dizer: "Guardai-vos de praticar a vossa
justiça diante dos homens para serdes vistos por eles" (Mt 6,1; ver
também: Pr 25,6-7). A segunda é um convite à generosidade: "... quando
deres um banquete, convida os [que] não têm como te retribuir!" (cf. vv.
12-14). É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição: "Se
amais os que vos amam, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem
assim. Se fazeis o bem aos que no-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os
pecadores agem assim… E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que
graça alcançais?... Fazei o bem e empresteis sem esperar coisa alguma em
troca" (Lc 6,32-35).
ORAÇÃO
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os
deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.
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