Liturgia
da Segunda Feira — 08.07.2013
XIV
SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona
da entrada: Recebemos,
ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda,
como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em
vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura
(Gênesis 28,10-22)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles
dias, 28 10 Jacó, partindo de Bersabéia, tomou o caminho de Harã.
11 Chegou a um lugar, e ali passou a noite, porque o sol já se tinha posto.
Serviu-se como travesseiro de uma das pedras que ali se encontravam, e dormiu
naquele mesmo lugar.
12 E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o
cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o
Senhor,
13 que lhe dizia: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai e o Deus
de Isaac; darei a ti e à tua descendência a terra em que estás deitado.
14 Tua posteridade será tão numerosa como os grãos de poeira no solo; tu te
estenderás, para o ocidente e para o oriente, para o norte e para o meio-dia,
e todas as famílias da terra serão benditas em ti e em tua posteridade.
15 Estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te reconduzirei a
esta terra, e não te abandonarei sem ter cumprido o que te prometi."
16 Jacó, despertando de seu sono, exclamou: "Em verdade, o Senhor está
neste lugar, e eu não o sabia!"
17 E, cheio de pavor, ajuntou: "Quão terrível é este lugar! É nada menos
que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu."
18 No dia seguinte, pela manhã, tomou Jacó a pedra: sobre a qual repousara a
cabeça e a erigiu em estela, derramando óleo sobre ela.
19 Deu o nome de Betel a este lugar, que antes se chamava Luz.
20 Jacó fez então este voto: "Se Deus for comigo, se ele me guardar
durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para
vestir,
21 e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus.
22 Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo
de tudo o que me derdes."
Salmo
responsorial 90/91
Vós
sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
Quem
habita ao abrigo do Altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente
diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".
Do
caçador e do seu laço ele te livra.
Ele te salva da palavra que destrói.
Com suas asas haverá de proteger-te,
com seu escudo e suas armas, defender-te.
"Porque
a mim se confiou, hei de livrá-lo
e protegê-lo, pois meu nome ele conhece.
Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo,
e a seu lado eu estarei em suas dores".
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho,
a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).
EVANGELHO (Mateus 9, 18-26)
9 18
Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se
diante dele e lhe disse: "Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem,
impõe-lhe as mãos e ela viverá".
19 Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos.
20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos,
aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.
21 Dizia consigo: "Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei
curada".
22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: "Tem confiança, minha filha, tua
fé te salvou". E a mulher ficou curada instantaneamente.
23 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e
uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:
24 "Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme". Eles,
porém, zombavam dele. 25 Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina
pela mão e ela levantou-se.
26 Esta notícia espalhou-se por toda a região.
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. Cura
e Ressurreição: sinais do Reino
A cura
de todo tipo de enfermidades e a ressurreição de mortos, eram por excelência
sinais de que o Reino Messiânico havia chegado e estava no meio dos homens.
Quando restringimos o nosso foco á cura física e a ressuscitação de
cadáveres, estamos esvaziando a nossa Fé Cristã que é tão rica e eficiente.
Jesus
não ressuscitou todos os que morreram, no seu tempo, e nem curou todos os
enfermos do seu tempo, mas os relatos principais dessas curas e prodígios,
são uma resposta a Fé das pessoas por ele curadas ou ressuscitadas. Milagres
são necessários e acontecem ainda hoje mas como um meio e não como o fim, e
aqui não falamos dos milagres televisivos das igrejas da Mídia, mas sim das
nossas comunidades cristãs, onde o poder de Jesus continua a ser manifestado.
Mas que
milagres são esses? Quase não ouvimos falar neles? Parece que os
Neopentecostais fazem muito mais sucesso do que a nossa Igreja Católica. Se
pensarmos nos milagres apenas fisicamente, vamos ser obrigados a admitir que
nossa atuação é muito fraca nesse campo. Prestem atenção no que o evangelista
diz desse Chefe que se aproximou de Jesus: aproximou-se, inclinou-se
profundamente diante dele e disse: “Minha Filha acaba de morrer: Mas vem,
impõe suas mãos sobre ela e ela viverá...” Aproximar-se e inclinar-se
significa que ele encontrou em Jesus o Deus da sua vida, depois professa sua
Fé de que Jesus é também o Deus da Vida, que consegue com a imposição de
mãos, reanimar a Vida de quem estava morto.
Há
tantos sinais de morte em nossos tempos, não só da morte física, mas a
relação é muito grande: morte dos casais que se separam, de pais e filhos que
não mais se entendem, de jovens vítimas das drogas e da dependência química,
da morte das injustiças sociais, desigualdades, preconceitos, da morte das
divisões, da violência e dos desentendimentos, da morte da honestidade e da
integridade humana. Tudo isso é um processo de morte que está aí no
quotidiano. No Poder de Jesus, o que nós cristãos estamos fazendo? Se como
este Chefe não acreditarmos em Jesus como o Deus Supremo da Vida, não veremos
o milagre acontecer.
Mas a
nossa Fé tem de ser de qualidade, segura e consistente como o dessa mulher,
que nem exigiu de Jesus um ritual de cura, e para ela foi suficiente tocá-lo
em meio a multidão e Jesus faz questão de identifica-la, pois agora ela não é
mais uma anônima em meio a multidão, mas um exemplo de Fé. E fica então a
segunda pergunta desta reflexão: nossas ações cristãs movidas pela Fé, nos
identifica perante o mundo como Homens e Mulheres que creem, ou continuamos a
ser Cristãos anônimos, sem nenhum compromisso em fazer o Reino acontecer?
2.
Jesus, o Senhor da vida
Entre a
súplica de um chefe por sua filha já morta e a chegada na casa deste notário,
há o episódio da mulher que sofria de um fluxo de sangue. Nos dois episódios,
Jesus irrompe como o Senhor da vida.
No
horizonte simbólico antigo, perder sangue significa perder a vida. A
hemorragia torna a própria pessoa e quem a toca impura. A fé da mulher está
em que ela rompe a barreira da Lei de pureza para tocar na franja da veste de
Jesus.
A
"franja" era para ajudar a lembrar e a cumprir os mandamentos do
Senhor (cf. Nm 15,37-41). Mas a razão dos mandamentos é fazer viver,
preservar o dom da vida, não permitir cair na escravidão (cf. Nm 15,41).
Tocando Jesus, ao invés de torná-lo impuro, ela é purificada e, pela fé, é
salva e recebe o dom da vida.
Jesus
chega, então, à casa do chefe. Para os cristãos, os ritos de lamentação
fúnebre perderam sentido (ver: 1Ts 4,13-14), já que a morte era comparada ao
sono, algo transitório, na espera do despertar da Ressurreição. Aqui é Jesus
quem tem a iniciativa de tocar a menina, pegando-a pela mão, como que para
despertá-la do sono. É o Senhor da vida que desperta para a feliz
ressurreição.
ORAÇÃO
Pai, que minha resposta imediata aos apelos de meus semelhantes manifeste a
veracidade do que proclamo por meio de palavras.
3. PALAVRA
E AÇÃO
O
ministério de Jesus foi todo tecido de palavra e ação. A interrupção de seu
ensinamento, por parte de alguma pessoa necessitada de ajuda, parecia-lhe
algo normal. Com tranqüilidade, interrompia sua atividade de Mestre, passando
à de taumaturgo. Desta forma, sua missão evangelizadora não se limitava à
transmissão de uma doutrina, por mais sublime que fosse. O conteúdo doutrinal
era sempre respaldado pelo serviço misericordioso a todas as pessoas, sem
distinção.
No
episódio evangélico, a pregação de Jesus foi interrompida por uma pessoa
importante, um chefe da sinagoga, que lhe implorava a cura da filhinha.
Estando a caminho para atender à solicitação, aconteceu uma nova interrupção.
Desta vez, foi uma mulher, vítima de hemorragia persistente. No primeiro
caso, a pregação foi suspensa imediatamente porque Jesus e seus discípulos se
encaminharam logo para a casa do chefe. No segundo caso, embora a mulher
quisesse manter-se oculta, Jesus deu-lhe atenção, livrando-o da doença
incomoda.
O
testemunho do Mestre era um ensinamento vivo para os seus discípulos. Também
eles, no futuro, deveriam ser capazes anunciar a Boa-Nova do Reino com
palavras e ações. Os constantes apelos das multidões haveriam de desafiá-los
a ser pacientes e misericordiosos. E estas atitudes revelariam ser verdadeira
a doutrina que ensinavam.
Oração
Pai, que minha resposta imediata aos apelos de meus semelhantes manifeste a
veracidade do que proclamo por meio de palavras.
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Liturgia da Terça-Feira
SANTA
PAULINA DE JESUS - RELIGIOSA E VIRGEM
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DAS VIRGENS )
Antífona
da entrada: A
estrada dos justos é como a luz, cresce do amanhecer até o pleno dia (Pr
4,18).
Leitura
(Gênesis 32,23-33)
Leitura do livro do Gênesis.
32 22
Naquela mesma noite ele se levantou com suas duas mulheres, suas duas servas
e seus onze filhos e passou o vau do Jaboc.
23 Tomou-os, e os fez passar a torrente com tudo o que lhe pertencia.
24 Jacó ficou só; e alguém lutava com ele até o romper da aurora.
25 Vendo que não podia vencê-lo, tocou-lhe aquele homem na articulação da
coxa e esta deslocou-se, enquanto Jacó lutava com ele.
26 E disse-lhe: "Deixa-me partir, porque a aurora se levanta."
"Não te deixarei partir respondeu Jacó, antes que me tenhas
abençoado."
27 Ele perguntou-lhe: "Qual é o teu nome?" "Jacó."
28 "Teu nome não será mais Jacó, tornou ele, mas Israel, porque lutaste
com Deus e com os homens, e venceste." Jacó perguntou-lhe:
29 "Peço-te que me digas qual é o teu nome." "Por que me
perguntas o meu nome?", respondeu ele. E abençoou-o no mesmo lugar.
30 Jacó chamou àquele lugar Fanuel: "porque, disse ele, eu vi a Deus
face a face, e conservei a vida".
31 O sol levantava-se no horizonte, quando ele passou Fanuel. E coxeava de
uma perna.
32 É por isso que os israelitas, ainda hoje, não comem o nervo da articulação
da coxa, porque aquele homem tinha tocado nesse nervo da articulação da coxa
de Jacó.
Salmo
responsorial 16/17
Verei,
justificado, vossa face, ó Senhor!
Ó
Senhor, ouvi minha justa causa,
escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!
De vossa
face é que me venha o julgamento,
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.
Provai meu coração durante a noite,
visitai-o, examinai-o pelo fogo,
mas em mim não achareis iniqüidade.
Eu vos
chamo, ó Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
Mostrai-me vosso amor maravilhoso,
vós que salvais e libertais do inimigo
quem procura a proteção junto de vós.
Protegei-me
qual dos olhos a pupila,
e guardai-me à proteção de vossas asas.
Mas eu verei, justificado, a vossa face
e, ao despertar, me saciará vossa presença.
Aclamação
do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o
Senhor (Jo 10,14).
EVANGELHO (Mateus 9, 32-38)
Naquele
tempo, 9 32 apresentaram-lhe um mudo, possuído do demônio.
33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração:
"Jamais se viu algo semelhante em Israel".
34 Os fariseus, porém, diziam: "É pelo príncipe dos demônios que ele
expulsa os demônios".
35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas,
pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.
36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e
abatida como ovelhas sem pastor.
37 Disse, então, aos seus discípulos: "A messe é grande, mas os operários
são poucos.
38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe".
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1.
Diálogo com Mateus
___
Hei São Mateus, parece que neste seu evangelho os ensinamentos estão
todos misturados, isso é, com assuntos diferentes.
São
Mateus‑____Vejamos então o final do evangelho “ A Messe é grande mas os
operários são poucos...”. O que faz primariamente os operários na Messe do
Senhor?
___Bom,
eles são anunciadores do Evangelho e do Reino...
São
Mateus___ Está vendo? O evangelho começa a falar de um mudo que foi curado
por Jesus e que, quando começou a falar, causou admiração no povo....Ele não
falava de qualquer coisa mas anunciava a Boa Nova do Evangelho que o
libertara da mudez...
___Então,
os operários são poucos, porque a maioria não conhece as maravilhas de Deus e
por isso estão “mudos”, não fizeram ainda essa experiência libertadora com
Jesus?
São
Mateus___ Isso mesmo, os poucos que têm, não atendem a demanda, as pessoas
querem conhecer algo novo, querem ser libertas e terem algo a anunciar. Se os
cristãos não anunciarem, quem irá anunciar?
____Bom,
só falta uma coisinha São Mateus... E esse versículo que fala sobre este
sentimento de compaixão de Jesus em relação á multidão?
São
Mateus ___Jesus nosso Senhor e Mestre, presta atenção nas pessoas, não as vê
como consumidoras de um produto, mas tem sensibilidade para perceber do que
elas precisam. Por isso é movido de compaixão, sofre junto com elas, mas
também junto com elas busca algo que as encante, que dê sentido á sua
vida.
____Tudo
bem, mas aí no caso, só ele sozinho dava conta do recado! Se eram como
ovelhas sem pastor, agora têm diante de si o melhor de todos os pastores. Por
que o apelo para Deus envie mais operários?
São
Mateus ____Essa multidão que Jesus vê e pela qual sente compaixão, é toda
humanidade, a do seu tempo, anterior a ele, e a humanidade futura, que
precisa ter uma esperança nova, algo inédito que lhes mude a existência.E aí
é que entra a Igreja presente no mundo aí no ano de 2012. A Igreja, como
Jesus, teve ser movida pela compaixão ás pessoas, percebendo que a real
necessidade delas, para serem felizes e realizadas, é tomarem a consciência
de que são filhas de Deus.
___Pronto
São Mateus, fechou o pensamento: nossa Igreja é formada pelos operários que
somos cada um de nós, e a nossa missão primeira é trabalhar na grande messe,
anunciando o evangelho a todos, porém, nosso método de trabalho, deve ser
exatamente igual ao método de Jesus, ter compaixão, sofrer junto com os que
sofrem, e perceber suas necessidades básicas onde descubram a Deus que é todo
amor, nisso consiste a Boa Nova anunciada.
2.
Nunca se viu coisa igual em Israel
O nosso
texto começa evocando o episódio da cena de dois cegos. Agora, é a vez de um
mudo. A mudez era, segundo a mentalidade da época, atribuída a um demônio. O
mal, é verdade, impede de falar bem, distorce as palavras, impede de
proclamar as maravilhas de Deus. Mateus não descreve como se deu a cura;
limita-se a observar que "expulso o demônio, o mudo começou a
falar". Tendo presente Isaías 35,5-6, a cena de um mudo é um sinal dos tempos
messiânicos.
O
contraste entre a reação da multidão (v. 33: "Nunca se viu coisa igual
em Israel") e dos fariseus (v. 34) é visado pelo evangelista. Enquanto a
multidão reconhece a novidade, já os fariseus, ícones da resistência a Jesus,
proclamam, pela estreiteza de visão, que em Jesus não há nada de novo, ao
contrário, ele é instrumento de Satanás.
Os vv.
35-37 preparam o relato do envio dos Doze e o discurso missionário (Mt 10).
O v. 35
é um sumário, um resumo, da atividade de Jesus. Por onde passa, o Senhor vai
libertando o ser humano de seus males para que possa viver. A sua própria
vida é proclamação e testemunho da proximidade do Reino de Deus. Esta
Boa-Notícia se realiza pela palavra e pela ação de Jesus em favor das
pessoas. É a compaixão que leva Jesus a ir ao encontro das pessoas e a se
deixar encontrar por elas. É com este mesmo sentimento que os Doze deverão
realizar a missão que receberão do Senhor.
Necessitarão
de mais trabalhadores para socorrer a todos, por isso, é preciso suplicar
Àquele que conhece os corações para que conceda a ajuda adequada.
ORAÇÃO
Pai, faze-me compassivo diante do sofrimento de tantos irmãos e irmãs,
movendo-me a ser, efetivamente, solidário com eles.
3. A
COMPAIXÃO DO PASTOR
Em suas
andanças, Jesus esteve sempre muito atento às pessoas e às suas necessidades.
O sofrimento da humanidade mantinha-o em contínuo alerta. Sua reação natural
era a de ir ao encontro dos sofredores, revelando a solidariedade de Deus
para com eles.
Quando
as multidões exclamavam estupefatas – "Nunca se viu coisa semelhante em
Israel!" –, estavam reagindo diante do testemunho de misericórdia de
Jesus. E esse testemunho era algo, até então, desconhecido. Mas também quando
os fariseus acusavam-no de "expulsar os demônios pelo poder do príncipe
dos demônios", mostravam-se incapazes de compreender como alguém podia
ser tão misericordioso e cheio de compaixão. Por não conseguirem discernir o
dedo de Deus na ação de Jesus, optavam por acusá-lo de conluio com Satanás.
A
preocupação com as multidões cansadas e abatidas levava o Mestre a desejar
que o Pai enviasse muitas outras pessoas para cuidar delas. Como ele, os
operários da messe deveriam caracterizar-se pela capacidade de compadecer-se
do sofrimento alheio, sendo, efetivamente, solidários com os sofredores. Era
necessário que muitas outras pessoas se interessassem pelo rebanho. Portanto,
muitos deveriam compartilhar a missão de Jesus.
Oração
Pai, faze-me compassivo diante do sofrimento de tantos irmãos e irmãs,
movendo-me a ser, efetivamente, solidário com eles.
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XIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Recebemos,
ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se
estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se
encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Gênesis 41,55-57; 42,5-7.17-24)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 41 55 houve fome também no Egito, e o povo
clamou ao faraó pedindo pão. Este disse a todos os egípcios: "Ide a
José, e fazei o que ele vos disser."
56 Como a fome assolasse toda a terra, José abriu todos os celeiros e vendeu
víveres aos egípcios. Mas a penúria cresceu no Egito.
57 E de toda a terra vinha-se ao Egito comprar trigo a José, porque a fome
era violenta em toda a terra.
5 Os filhos de Israel chegaram, pois, no meio de uma multidão de outros para
comprar víveres, porque a fome reinava na terra de Canaã.
6 José era o governador de toda a região, e era ele quem vendia o trigo a
todo o mundo. Desde sua chegada, os irmãos de José prostraram-se diante dele
com o rosto por terra.
7 José reconheceu-os imediatamente, mas, comportando-se com eles como um
estrangeiro, disse-lhes com rudeza: "Donde vindes?" "Da terra
de Canaã, responderam eles, para comprar víveres."
17 E mandou metê-los numa prisão durante três dias.
18 No terceiro dia, José disse-lhes: "Fazei isto, e vivereis, porque sou
cheio do temor a Deus.
19 Se sois gente de bem, que um dentre vós fique detido em prisão; e os
outros partam levando o trigo para alimentar vossas famílias.
20 Trazei-me então vosso irmão mais novo, para que eu possa verificar a
verdade de vossas palavras, e não morrereis." Foi o que fizeram.
21 Disseram uns aos outros: "Em verdade, expiamos o crime cometido
contra o nosso irmão, porque víamos a angústia de sua alma quando ele nos
suplicava, e não o escutamos! Eis por que veio sobre nós esta desgraça!"
22 "Não vos tinha eu dito, disse-lhes Rubem, para não pecardes contra o
menino? Não quisestes ouvir-me, e eis agora que nos é reclamado o seu
sangue!"
23 Ora, não sabiam que José os compreendia, porque lhes tinha falado por meio
de um intérprete.
24 E José afastou-se deles para chorar. Voltou em seguida e falou-lhes; e
escolheu Simeão, ao qual mandou prender na presença deles.
Salmo responsorial 32/33
Sobre nós, venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!
Cantai para o Senhor um canto novo,
com arte sustentai a louvação!
O Senhor desfaz os planos das nações
e os projetos que os povos se propõem.
Mas os desígnios do Senhor são para sempre,
e os pensamentos que ele traz no coração,
de geração em geração, vão perdurar.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc
1,15).
Evangelho (Mateus 10,1-7)
Naquele tempo, 10 1 Jesus reuniu seus doze discípulos.
Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e
toda enfermidade.
2 Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois
André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão.
3 Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e
Tadeu.
4 Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
5 Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as
seguintes instruções: "Não ireis ao meio dos gentios nem entrareis em
Samaria;
6 ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.
7 Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A primeira aula prática dos doze
Parece que neste evangelho terminou o primeiro período de
formação dos apóstolos e agora, chamando-os pelos nomes os que foram
aprovados, Jesus irá envia-los para a primeira missão que tem um caráter
experimental. O Mestre transfere a eles todos os seus poderes e agora
finalmente irão “entrar em campo” para o primeiro jogo, que vale como treino
ou um teste.
Um bom técnico de futebol, depois de todas as orientações e
treinos técnico e tático, não irá expor a sua equipe em um jogo contra um
adversário duro e difícil, mas escolhe uma equipe em igualdade de condições
onde o importante é o treino e o exercício. E assim vem a recomendação para
que anunciem primeiro as ovelhas perdidas da Casa de Israel, evitando a
cidade dos Samaritanos e a terra dos pagãos, locais estes onde a missão será
bem mais difícil.
Jesus não está querendo poupar seus apóstolos, ou está
discriminando os Samaritanos e Pagãos, antes, quer avaliar como se sairão os
seus apóstolos, evangelizando primeiro os de casa. Surge aqui uma boa
pergunta a todos nós: em nossas casas, em meio á nossa Família, vivemos de
maneira autêntica o Santo Evangelho? Todas as pessoas, inclusive as que
conosco convivem, devem ser permanentemente evangelizadas, quer pelo anúncio
ou pelo testemunho.
E se em nossa família não convencemos a ninguém, podem ter
certeza de que aí no “mundão” a missão será bem mais difícil, pois, para
convencer, é preciso que estejamos convencidos pelo anúncio do evangelho, uma
vez que ninguém poderá dar algo que não têm.
Há também nesse evangelho o desafio de se ser comunidade. O
grupo dos doze tem muitas diferenças, e no meio deles também está Judas, o
Traidor. Mas naquele momento estavam unidos em torno da mesma e única missão
: anunciar que o Reino dos Céus está próximo.
Nós cristãos do terceiro milênio nãom precisamos nos
preocupar com o que fazer, nossa missão é a mesma dos apóstolos e a mesma de
Jesus, entretanto, passados três milênios de anúncio e de Vida em Missão, da
nossa Igreja, deveríamos estar bem “calejados” para saber que a nossa missão
de anunciar o Reino, está no “mundão” onde pessoas tão difíceis como os
pagãos e samaritanos daquele tempo, estão a espera de quem lhes anuncie a
Verdade que Salva, redime e liberta.
2. A compaixão de Jesus pela multidão
O capítulo 10 de Mateus é o segundo grande discurso do
evangelho, chamado "discurso missionário".
O envio dos Doze está em relação com a compaixão de Jesus
pela multidão que está como ovelha sem pastor (9,36): cansada, abatida,
desprotegida, sem rumo, sem voz que a oriente. Para a missão, Jesus concede
aos apóstolos, cuja lista Mateus apresenta (vv. 24), "poder para
expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de
enfermidade" (v. 1). Esta observação do autor nos permite concluir que a
missão dos Doze é a participação na missão do próprio Jesus (ver, p. ex.,
9,35). O poder concedido é o poder de Jesus, o Espírito Santo, "força do
Alto" (cf. At 1,8).
Os destinatários primeiros da ação missionária são as
"ovelhas perdidas da casa de Israel" (v. 6). No final do episódio
de Zaqueu, Jesus faz a seguinte declaração: "O Filho de Homem veio
buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19,10; Mt 9,13). O objeto da
proclamação é a proximidade do Reino de Deus (v. 6). O reinado de Deus se faz
presente na pessoa de Jesus, por suas palavras e seus gestos.
ORAÇÃO
Pai, tu me escolheste para ser companheiro de missão de teu Filho Jesus. Que
eu seja capaz de percorrer, com fidelidade, o mesmo caminho trilhado por ele.
3. COMPANHEIROS DE MISSÃO
A grandeza da missão a ser realizada exigiu de Jesus contar
com a ajuda de companheiros. A escolha dos doze apóstolos simboliza o que haveria
de acontecer ao longo dos tempos: muitos seriam chamado para compartilhar a
missão de Jesus.
Também o encargo conferido aos apóstolos tem um caráter
paradigmático. O Mestre deu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos,
curar toda doença e enfermidade, e mandou-os anunciar que "o Reino dos
Céus está próximo". Trata-se das duas vertentes da ação de Jesus, que
foi Messias por palavras e por obras.
Enquanto Messias por palavras, sua pregação esteve toda
centrada no tema do Reino: sua origem, as condições para aderir a ele, sua
ação na história humana e seu destino último. Enquanto Messias por obras,
empenhou-se todo em fazer o bem a quem dele se aproximava com o desejo de ser
ajudado. A fé foi sempre um requisito para que as pessoas se beneficiassem dos
milagres de Jesus. Jamais usou o poder que o Pai lhe conferira, para fazer
algo em benefício próprio. Em tudo visou o bem das pessoas.
Os que são chamados a ser companheiros de Jesus – homens e
mulheres – terão de percorrer o mesmo caminho. O sinal mais convincente de
adesão sincera será a capacidade de segui-lo até a cruz.
Oração
Pai, tu me escolheste para ser companheiro de missão de teu Filho Jesus. Que
eu seja capaz de percorrer, com fidelidade, o mesmo caminho trilhado por ele.
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SÃO BENTO - ABADE E PAI DOS MONGES
( BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS –
OFÍCIO DA MEMÓRIA )
Antífona da entrada: Senhor,
porção de minha herança e minha taça, tendes em mãos o meu destino; coube-me
por sorte a boa parte; sim, é bela a herança que me cabe! (Sl 15,5s).
Leitura (Gênesis 44,18-21.23-29; 45,1-5)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 44 18 então Judá adiantou-se e disse a José:
"Rogo-te, meu senhor, que permitas ao teu servo dizer uma palavra aos
ouvidos do meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo, porque
tu és como o próprio faraó.
19 Meu senhor havia perguntado aos seus servos: ´Tendes ainda vosso pai?
Tendes um irmão?´
20 E nós havíamos respondido ao meu senhor que tínhamos um velho pai e um
irmãozinho, filho de sua velhice, do qual o irmão havia morrido; e que, como
ele foi deixado o único de sua mãe, seu pai o amava.
21 Disseste aos teus servos: ´Trazei-o para junto de mim, a fim de que o veja
com meus olhos´.
23 E disseste aos teus servos: ´Se vosso irmãozinho não vier convosco, não
sereis admitidos na minha presença´.
24 Quando voltamos para a casa do teu servo, nosso pai, referimos-lhe as
palavras do meu senhor.
25 E, quando nosso pai nos mandou voltar para comprar alguns víveres,
26 respondemos-lhe: ´Não podemos descer. Mas, se nosso irmão mais novo nos
acompanhar, fá-lo-emos, pois que não seremos admitidos na presença do
governador, se nosso irmão não for conosco´.
27 Teu servo, nosso pai, nos replicou: ´Sabeis que minha mulher me deu dois
filhos.
28 Um desapareceu de minha casa´, e eu disse: Certamente foi devorado. E não
mais o revi até hoje.
29 Se me tirais ainda este, e lhe acontecer alguma desgraça, fareis descer os
meus cabelos brancos à habitação dos mortos, sob o peso da dor´".
45 1 Então José, já não se podendo conter diante de todos os assistentes,
exclamou: "Fazei sair todo o mundo." Desse modo, ninguém ficou com
ele, quando se deu a conhecer aos seus irmãos.
2 Pôs-se a chorar tão alto que os egípcios da casa do faraó o ouviram.
3 E disse aos seus irmãos: "Eu sou José! Meu pai vive ainda?" Mas
não lhe puderam responder, porque estavam pasmados de se encontrar diante
dele.
4 "Aproximai-vos", disse-lhes ele; e eles aproximaram-se. E ele
disse-lhes: "Eu sou José, vosso irmão, que vendestes para o Egito.
5 Mas agora não vos entristeçais, nem tenhais remorsos de me ter vendido para
ser conduzido aqui. É para vos conservar a vida que Deus me enviou adiante de
vós".
Salmo responsorial 104/105
Lembrai as maravilhas do Senhor!
Mandou vir, então, a fome sobre a terra
e os privou de todo pão que os sustentava;
um homem enviara à sua frente,
José que foi vendido como escravo.
Apertaram os seus pés entre grilhões
e amarraram seu pescoço com correntes,
até que se cumprisse o que previra,
e a palavra do Senhor lhe deu razão.
Ordenou, então, o rei que o libertassem,
o soberano das nações mandou soltá-lo;
fez dele o senhor de sua casa
e, de todos os seus bens, o despenseiro.
Aclamação do Evangelho (Mateus 10,7-15)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc
1,15).
EVANGELHO (Mateus 10,7-15)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 7
"Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.
8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os
demônios. Recebestes de graça, de graça dai!
9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,
10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão;
pois o operário merece o seu sustento.
11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno
de vos receber; ficai ali até a vossa partida.
12 Entrando numa casa, saudai-a: 'Paz a esta casa'.
13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o
for, vosso voto de paz retornará a vós.
14 Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela
casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés.
15 Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e
Gomorra que com aquela cidade.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A gratuidade nos faz livres
Depois do evangelho de ontem, onde os discípulos
missionários são orientados a fazer uma missão experimental buscando as
ovelhas perdidas da casa de Israel, no evangelho de hoje a missão de
amplia... ”Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes...”.
Os discípulos missionários têm que ter firmeza, convicção e
confiança naquilo que fazem, por isso não podem preocupar-se com outra coisa
que não seja a missão de evangelizar. Não se assustem com a exortação de que
não devem levar nada pelo caminho, nem ouro, nem prata, nem sacola, nem
dinheiro, nem duas túnicas e nem sandálias e nem bastão. Confiança em Deus é
a primeira virtude de um discípulo missionário, pois nada lhes faltará para a
sobrevivência.
Os sinais que confirmam o anúncio: mortos
ressuscitarão, enfermos ficarão curados, leprosos serão purificados e
demônios serão expulsos. O anúncio será sempre precedido desses sinais que
hoje continuam em nossas comunidades cristãs.
Por outro lado, a parte final do evangelho vai exigir do
discípulo missionário um cuidado especial com o anúncio do qual ele é portador.
As pessoas dignas de acolher a Palavra, naturalmente são aquelas que estão
abertas para acolhê-la e disponíveis para o discipulado no caso se rejeição,
o discípulo missionário não deverá insistir e sacudirá contra aquela cidade,
até a poeira da sandália.
Fico-me perguntando como entender essa exortação nos dias
de hoje, então o discípulo missionário não deverá ser insistente? Não se
trata disso, é que no passado e hoje em nosso presente, há pessoas que
fizeram em suas vidas uma opção contrária aos princípios do evangelho, e como
o dom da liberdade é condição essencial para a vivência do evangelho, o
discípulo missionário deverá respeitar a opção contrária ao evangelho, que
essas pessoas fizeram, não ter com elas nenhum vínculo, pois o anúncio deve ser
acolhido na total liberdade, pois esse é o jeito de Deus quando coloca a sua
Graça em nossa vida.
2. A missão cristã não é feita só de acolhimento e
sucesso
Aos Doze são dadas as orientações de como realizar a missão
e qual deve ser a atitude deles. O anúncio da proximidade do Reino deve ser
acompanhado da ação que liberta as pessoas do mal que desfigura o ser humano
e as faz experimentar estar distante de Deus. O que é dado gratuitamente por
Deus e deve ser oferecido como dom às pessoas, é o Espírito Santo. A vida dos
apóstolos está nas mãos de Deus, e a sua segurança não está nos bens deste
mundo, mas em Deus somente.
O despojamento é exigido, pois é necessário liberdade para
ir aonde se é enviado pelo Senhor, confiar na providência de Deus e viver
cada dia sem se preocupar com o amanhã, "pois o trabalhador tem direito
ao seu sustento". O discípulo não é mais que o Mestre que o enviou, por
isso Jesus previne os apóstolos da possibilidade de rejeição da mensagem
cristã.
O juízo acerca da rejeição da missão cristã cabe somente a
Deus. Em todo caso, a missão cristã não é feita só de acolhimento e sucesso,
mas também de rejeição e fracasso. Em todas estas situações é preciso manter
viva a confiança no Senhor que envia seus discípulos e está presente
"todos os dias até o fim dos tempos" (Mt 28,20).
O conteúdo da proclamação dos apóstolos é a proximidade do
"Reino dos Céus" (v. 7). O que é celeste, o reinado de Deus, é
sentido na pessoa de Jesus Cristo e deve ser prolongado historicamente na
missão da Igreja.
ORAÇÃO
Pai, faze de mim um instrumento para a construção da paz desejada por Jesus.
Paz que se constrói na comunicação dos bens div
3. PORTADORES DE PAZ
Os apóstolos foram orientados a saudar seus hospedeiros,
dizendo: "A paz esteja nesta casa!" Esta saudação pode ser
entendida como mera formalidade, e sinal de boa educação. Sem dúvida, Jesus
não estava ensinando aos apóstolos apenas uma regra de boas maneiras.
A palavra hebraica shalom, traduzida como paz, é rica de
sentidos. Significa prosperidade, bem estar, saúde, boa convivência com o
próximo, respeito pela dignidade alheia, e tantas coisas mais. Tudo isto tem
a ver com o Reino de Deus que anunciavam. Portanto, a paz desejada
correspondia à salvação messiânica instaurada na história humana pelo
ministério de Jesus. Aos apóstolos competia a tarefa de fazê-la chegar a
todas as pessoas que encontrassem ao longo de suas andanças missionárias.
Os milagres que os missionários iriam realizar devem ser
entendidos no contexto da construção da paz almejada por Jesus. Ao curar os
doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios,
estavam se colocando a serviço da vida, da reconstrução da dignidade humana,
da libertação de todas as formas de opressão, da reconciliação das pessoas
com Deus. Em suma, entregavam-se, de corpo e alma, à construção da paz. Quem
os acolhia, tornava-se beneficiário desta paz messiânica e salvífica que os
apóstolos tinham para oferecer.
Oração
Pai, faze de mim um instrumento para a construção da paz desejada por Jesus.
Paz que se constrói na comunicação dos bens divinos a cada pessoa humana.
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XIV SEMANA DO TEMPO COMUM
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Recebemos,
ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se
estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se
encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Gênesis 46,1-7.28-30)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 46 1 Israel partiu com tudo o que lhe
pertencia. Chegou a Bersabéia, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai
Isaac.
2 Em uma visão noturna Deus disse-lhe: "Jacó! Jacó!" "Eis-me
aqui", respondeu ele.
3 E Deus disse: "Eu sou Deus, o Deus de teu pai. Não temas descer ao
Egito, porque ali farei de ti uma grande nação.
4 Descerei contigo ao Egito, e eu mesmo te farei de novo subir de lá. José
fechar-te-á os olhos."
5 E Jacó deixou Bersabéia. Os filhos de Israel levaram seu pai, assim como
seus filhos e suas mulheres, nos carros que o faraó tinha enviado para os
transportar.
6 Tomaram também seus rebanhos e os bens que tinham adquirido na terra de
Canaã,
7 e Jacó com toda a sua família partiu para o Egito. Levou consigo os seus
filhos e seus netos, suas filhas e suas netas, enfim, toda a sua família.
28 Jacó tinha enviado Judá adiante dele para informar a José de sua chegada a
Gessém. Quando chegaram a Gessém,
29 José mandou preparar o seu carro e montou para ir ao encontro de seu pai
em Gessém. E, logo que o viu, jogou-se ao seu pescoço e chorou longo tempo em
seus braços.
30 "Agora posso morrer, disse-lhe Israel, porque vi o teu rosto, e vives
ainda!"
Salmo responsorial 36/37
A salvação vem de Deus!
Confia no Senhor e faze o bem,
e sobre a terra habitarás em segurança.
Coloca no Senhor tua alegria
e ele dará o que pedir teu coração.
O Senhor cuida da vida dos honestos
e sua herança permanece eternamente.
Não serão envergonhados nos maus dias,
mas, nos tempos de penúria, saciados.
Afasta-te do mal e faze o bem,
e terás tua morada para sempre.
Porque o Senhor Deus ama a justiça
e jamais ele abandona os seus amigos.
Os malfeitores hão de ser exterminados
e a descendência dos malvados destruída.
A salvação dos piedosos vem de Deus;
ele os protege nos momentos de aflição.
O Senhor lhes dá ajuda e os liberta,
defendendo-os e protege-os contra os ímpios
e os guarda porque nele confiaram.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quando o paráclito vier, o Espírito da verdade, ele vos conduzirá a toda a
verdade, lembrar-vos-á de tudo o que eu tenho falado (Jo 16,13; 14,26).
EVANGELHO (Mateus 10,16-23)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 16
"Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como
as serpentes, mas simples como as pombas.
17 Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e
açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.
18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis:
servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos.
19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis
de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o
que haveis de dizer.
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que
falará em vós.
21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos
levantar-se-ão contra seus pais e os matarão.
22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar
até o fim será salvo.
23 Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo:
não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do
Homem".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ovelhas no meio de Lobos...
O que pode uma ovelha contra um Lobo? Terá ela força para
vencer o Lobo em um combate? Claro que não! O alerta que Jesus faz a seus
discípulos é muito atual para nós cristãos da pós-modernidade, pois de todos
os cantos e lados, há bocarras com dentes bem afiados, que tentam engolir o
cristianismo e acabar com ele. A Igreja nunca mais deverá querer exercer o
poder deste mundo, pois já teve essa oportunidade quando estava atrelada ao
imperialismo, e o resultado foi catastrófico, pois herdamos do imperialismo certas
coisas que até hoje contaminam nossas comunidades.
Jesus tinha de um lado, as autoridades dos Judeus, que o
rejeitavam e sempre buscaram oportunidade para condená-lo à morte, e de
outro, o Império Romano, que também se sentia incomodado com suas ideias
revolucionárias e viu, naquele vergonhoso complô com o Sinédrio, uma grande
oportunidade de acabar com o Nazareno. Os apóstolos e depois as primeiras
comunidades das gerações próximas, sempre enfrentaram terríveis perseguições.
E nos dias de hoje essa situação continua, a Pós
Modernidade declarou a sua independência de Deus, e busca uma Salvação que
vem da ciência e da tecnologia, a economia do mercado, o consumismo que gera
essa “Falsa riqueza” dando também uma falsa felicidade as pessoas, é a grande
deusa do momento, e quem ousar falar contra ela, passará a ser mau visto e
rotulado de retrógrado ou reacionário.
Esse jeito de ser feliz à moda do homem traz a religião do
descompromisso, moral e ética cristã são coisas do passado, e o homem é livre
para fazer de sua vida o que bem entender, sem ter nenhum drama de
consciência. Como deve a Igreja, presente em meio a essa realidade
hostilizante, se portar? Desistir de tudo e esperar a solução do céu?
Omitir-se e fechar os olhos, entrando também na onda da Religião sem
compromisso? Claro que não...
As pessoas seduzidas por esta vida fácil, proposta pela
pós-modernidade, a toda hora estarão nos julgando, pela nossa postura, por
aquilo que falamos ou pensamos, o Espírito de Deus falará por nós.
Nas Famílias haverá grandes divisões e desentendimentos,
quando algum membro se mantém fiel ao cristianismo autêntico. Enfim, essa
maré contrária não deve ser novidade na nossa vida de cristãos. Importa sim é
perseverarmos como diz o evangelho. O recado seria esse de modo bem claro:
“não nos deixemos levar pela onda ateísta, é preciso manter-se firme e fiel,
vivendo em nossa comunidade e dando ao mundo o testemunho do evangelho”.
2. É por causa de Jesus que os discípulos são perseguidos
Trata-se da continuação da missão dada aos Doze, enviados
por Jesus para pregar a proximidade do Reino dos Céus. "Vede, eu vos
envio como ovelhas para o meio de lobos" (v. 16). Os discípulos devem
ter presente, olhando para o próprio Senhor, a possibilidade de ser
ameaçados, hostilizados e perseguidos. O mais doloroso é que a perseguição, a
hostilidade, não vêm somente de fora, mas também de dentro da comunidade, da
própria família.
Na perseguição é preciso prudência e simplicidade; é
preciso discernir para não se deixar enredar por quem quer que seja. É por
causa de Jesus que os discípulos são perseguidos (v. 18a). Esse sofrimento é
o preço do testemunho: "... dareis testemunho diante deles e diante dos
pagãos" (v. 18b). Em tudo isso é preciso confiança, pois o
"Espírito do vosso Pai falará em vós" (v. 20). O Espírito Santo,
que é dom gratuito do Pai, é que inspira os discípulos.
Essa confiança é que deve sustentar a vida dos discípulos
enviados em missão. As traições, o ódio, a rejeição por causa de Jesus e do
seu evangelho não têm por que nos assustar. Todos nós somos às vezes cordeiro
e lobo, até que se realize a identificação do discípulo com o Mestre.
A missão é universal porque os doze discípulos escolhidos
por Jesus não acabarão "de percorrer as cidades de Israel, antes que
venha o Filho do Homem" (v. 23).
Haverá sempre necessidade de conduzir as pessoas ao único e
verdadeiro pastor (cf. Ex 34,23-34), enquanto houver ódio entre os irmãos,
enquanto houver perseguições em nome de Jesus.
ORAÇÃO
Pai, reveste-me com a força do teu Espírito a fim de que eu tenha força
suficiente para perseverar, até o fim, no cumprimento da missão recebida de
Jesus.
3. PERSEVERAR ATÉ O FIM
O quadro da missão descrito por Jesus ao enviar seus
apóstolos ajuda-nos a compreender por que ele insistiu no tema da
perseverança até o fim, como penhor de salvação. De fato, as palavras do
Mestre não deixavam margem para ilusões: o cumprimento do mandato missionário
aconteceria em meio a dificuldades e reveses, exigindo muita fibra e muita
garra para serem enfrentados. Personalidades dúbias, inseguras e medrosas
estavam, de antemão, excluídas deste projeto missionário.
A realidade descrita por ele tem um quê de aterrador. Os
missionários serão entregues aos tribunais, flagelados nas sinagogas,
arrastados diante de reis e governadores, vitimados por seus próprios
familiares, odiados por todos. Bastava que as primeiras comunidades cristãs
considerassem a experiência de Jesus para se darem conta do significado da
exortação do Mestre. Ele falava da própria experiência.
Evidentemente, nenhum apóstolo estaria em condições de
suportar tudo isto, e perseverar até o fim, sem contar com o auxílio divino.
Daí o alerta de Jesus a respeito da ação do Espírito do Pai, em favor dos
apóstolos, de modo especial nos momentos difíceis da missão. Nos tribunais, o
Espírito colocaria em suas bocas as palavras adequadas. Ao serem flagelados,
dar-lhes-ia forças para suportar. Ao serem objeto do ódio dos familiares,
dar-lhes-ia a capacidade de não fraquejar.
O Espírito é quem torna possível a perseverança.
Oração
Pai, reveste-me com a força do teu Espírito a fim de que eu tenha força
suficiente para perseverar, até o fim, no cumprimento da missão recebida de
Jesus.
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XIV SEMANA DO TEMPO COMUM *
( VERDE – OFÍCIO DO DIA )
Antífona da entrada: Recebemos,
ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se
estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se
encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Gênesis 49,29-32; 50,15-26)
Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 49 29 Jacó fez esta recomendação aos seus
filhos: "Eis que vou ser reunido aos meus. Enterrai-me junto de meus
pais na caverna da terra de Efrom, o hiteu,
30 na caverna da terra de Macpela, defronte de Mambré, na terra de Canaã,
essa caverna que Abraão havia comprado a Efrom, o hiteu, ao mesmo tempo que a
terra, para ter a propriedade de uma sepultura.
31 Foi aí que enterraram Abraão e Sara, sua mulher; foi aí que enterraram
Isaac e Rebeca, sua mulher; e foi aí que enterrei Lia".
32 (Essa propriedade, bem como a caverna que nela se encontra, foram
compradas aos filhos de Het.)
50 15 Os irmãos de José, vendo que seu pai morrera, disseram entre si:
"Será que José nos tomará em aversão e irá vingar-se de todo o mal que
lhe fizemos?"
16 Mandaram, pois, dizer-lhe: "Antes de morrer, teu pai recomendou-nos
17 que te pedíssemos perdão do crime que teus irmãos cometeram, de seu
pecado, de todo o mal que te fizeram. Perdoa, pois, agora esse crime àqueles
que servem o Deus de teu pai". Ouvindo isso, José chorou.
18 Seus irmãos vieram jogar-se aos seus pés, dizendo: "Somos teus
escravos!"
19 José disse-lhes: "Não temais: posso eu pôr-me no lugar de Deus?
20 Vossa intenção era de fazer-me mal, mas Deus tirou daí um bem; era para
fazer, como acontece hoje, com que se conservasse a vida a um grande povo.
21 Não temais, pois: eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos". Estas
palavras, que lhes foram direito ao coração, reconfortaram-nos.
22 José habitou no Egito, e também a família de seu pai. Viveu cento e dez
anos.
23 Viu os descendentes de Efraim até a terceira geração. Igualmente, os
filhos de Maquir, filho de Manassés, vieram à luz sobre os joelhos de José.
24 José disse a seus irmãos: "Vou morrer; mas Deus vos visitará
seguramente e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão,
Isaac e a Jacó".
25 E José fez que os filhos de Israel jurassem: "Quando Deus vos
visitar, disse ele, levareis daqui os meus ossos".
26 José morreu com a idade de cento e dez anos. Foi embalsamado e depositado
num sarcófago no Egito.
Salmo responsorial 104/105
Humildes, procurai o Senhor Deus,
e o vosso coração reviverá.
Dai graças ao Senhor, gritai seu nome,
anunciai entre as nações seus grandes feitos!
Cantai, entoai salmos para ele,
publicai todas as suas maravilhas!
Gloriai-vos em seu nome que é santo,
exulte o coração que busca a Deus!
Procurai o Senhor Deus e seu poder,
buscai constantemente a sua face!
Descendentes de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
vigoram suas leis em toda a terra.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa
sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).
Evangelho (Mateus 10,24-34)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 24
"O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o
patrão.
25 Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu
patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às
pessoas de sua casa!
26 Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada
de secreto que não se venha a saber.
27 O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido,
publicai-o de cima dos telhados.
28 Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei
antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena.
29 Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por
terra sem a vontade de vosso Pai.
30 Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados.
31 Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós.
32 Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei
testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus.
33 Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante
de meu Pai que está nos céus".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ser Cristão é sempre um risco...
Muitos nos dias de hoje, ainda confundem cristianismo com a
“Pax Romana”, vivem mudando de igreja e um dia afirmam convictos “Nessa
igreja eu me sinto em paz...” As palavras de Jesus neste evangelho acaba com
essa ideia errônea de que, a pertença á Igreja significa refúgio seguro,
livres de qualquer tempestade. E realmente há muitos que se “escondem” nas
comunidades, pastorais e movimentos, achando que ali estão a salvos dos males
do mundo, e basta esperarem o final dos tempos, porque o “jogo” está ganho, e
a salvação é certa.
Jesus pede para que não nos escondamos, mas que façamos o
anúncio á luz do dia, de cima dos telhados, sem medo. Na América latina ainda
temos o privilégio de professarmos livremente a nossa Fé, vivendo em nossas
comunidades, mas há regiões do mundo onde isso não é permitido, as igrejas
são invadidas, destruídas, incendiadas, e seus membros, homens, mulheres,
jovens e crianças, são mortos de maneira covarde.
O pensamento e o espírito do evangelho serão sempre
combatidos pelas forças contrárias, os poderes do mal pensam de maneira
ingênua como pensaram os opositores de Jesus, que a morte do anunciador do
evangelho é o fim do projeto cristão, e por isso Jesus lembra que o Pai não
descuida um momento sequer, dos que combatem pelo Reino.
E poderíamos concluir com uma frase bela e bastante
conhecida, que nesse caso é autêntica e verdadeira “Os poderosos poderão
arrancar algumas flores, mas não conseguirão impedir que o jardim floresça”.
Exatamente assim é o Reino de Deus.
2. O medo é contrário à fé
O texto do evangelho é composto de duas partes: uma
controvérsia sobre o jejum (vv. 14-15), seguida de duas pequenas parábolas
(vv. 16-17).
Os versículos 24 e 25 são o centro do discurso sobre a
missão. Trata-se da identificação do discípulo com seu mestre; da dependência
radical do servo ao seu Senhor. Toda a vida cristã deve ser vivida nesse
dinamismo de identificação entre o enviado e Aquele que envia.
O ideal para o discípulo, na vida cristã, é a configuração
de sua vida com Jesus Cristo: "... ao discípulo basta ser como o seu
mestre, o servo como seu Senhor" (v. 25a). A causa da perseguição dos
discípulos é sua identificação com o Mestre.
"Não tenhais medo" (vv. 26.28.31). O medo não
pode inibir a proclamação tipicamente cristã, nem intimidar a palavra, pois
ela está destinada às pessoas às quais se é enviado. O medo, não nos
esqueçamos, é contrário à fé. Enquanto não superarmos o medo, não seremos
suficientemente livres para nos deixarmos conduzir pelo Espírito de Deus.
ORAÇÃO
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem levar-me a ser infiel à
missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir adiante, com coragem.
3. A QUEM TEMER?
A dura realidade da missão encheria de temor o coração dos
apóstolos. A proclamação da Boa-Nova do Reino em cima dos tetos teria como
efeito atrair o ódio mortal dos inimigos. Como conseqüência do temor,
ficariam bloqueados diante dos perseguidores, e se poriam em fuga.
Esta situação colocava os apóstolos num verdadeiro dilema:
a quem temer? A Deus, senhor do Reino, a cujo serviço se tinham posto, a
partir do mandato recebido de Jesus, ou aos adversários, que intentavam
tirar-lhes a vida? Que fazer: seguir em frente, sem se deixar intimidar,
sofrendo as conseqüências deste gesto de coragem e buscando ser fiel a Deus
ou fugir da missão e acomodar-se, pressionados pela violência dos inimigos?
A resposta de Jesus é bem pragmática. O máximo que os
perseguidores podem fazer é tirar a vida física dos apóstolos. Mas, perigo
maior, seria perder a vida eterna. Isto pode acontecer a quem se mostra
infiel a Deus. A ação dos adversários atinge um nível superficial – o corpo
–, ao passo que a ação de Deus toca no mais profundo da existência humana – a
alma. Logo, o discípulo deve discernir bem a quem deverá temer.
Jesus encorajou os apóstolos a confiarem na Providência
divina. Suas vidas estavam nas mãos do Pai, que cuida de cada um, com todo o
carinho. É quanto basta para não terem medo de enfrentar os adversários.
Temer, só a Deus!
Oração
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem levar-me a ser infiel à
missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir adiante, com coragem.
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Liturgia do Domingo 14.07.2013
15º Domingo do Tempo Comum — ANO C
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO
SALTÉRIO )
__ "Torne-se próximo de seu irmão necessitado" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A
Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de Jesus sobre o
amor fraterno, supremo mandamento da vida cristã. Trata-se, sem sombra de
dúvida, do ponto fulcral, isto é, decisivo da vida cristã. Jesus Cristo é a
imagem visível do Deus invisível, aquele que realizou em nosso benefício tudo
o que o Pai tinha previsto fazer. Na humanidade de Jesus feito pão e vinho,
"frutos da terra e do trabalho humano", descobrimos o rosto
misericordioso do Pai. Por isso, na Eucaristia aprendemos que a lei de Deus é
a lei da vida. Ela não está fora do nosso alcance, pois com as mãos tocamos e
com a boca saboreamos o dom que nos é feito. Celebramos, portanto, o amor que
se tornou mais próximo e mais intimo a nós que a nós próprios, conscientes de
que quem ama descobre logo a quem amar.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A
Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de Jesus sobre o
amor fraterno, supremo mandamento da vida cristã. Trata-se, sem sombra de
dúvida, do ponto fulcral, isto é, decisivo da vida cristã. Jesus Cristo é a
imagem visível do Deus invisível, aquele que realizou em nosso benefício tudo
o que o Pai tinha previsto fazer. Na humanidade de Jesus feito pão e vinho,
"frutos da terra e do trabalho humano", descobrimos o rosto misericordioso
do Pai. Por isso, na Eucaristia aprendemos que a lei de Deus é a lei da vida.
Ela não está fora do nosso alcance, pois com as mãos tocamos e com a boca
saboreamos o dom que nos é feito. Celebramos, portanto, o amor que se tornou
mais próximo e mais intimo a nós que a nós próprios, conscientes de que quem
ama descobre logo a quem amar.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O
homem da religião natural, experimentando "dentro" da existência a
fragilidade da vida, pensa encontrar fora de sí, em Deus, a segurança.
Procura então atingir a Deus, tornar-se como ele, divinizar-se através de
ritos e do culto. A imitação do Pai dev ser feita através de Cristo. O
cristão se configura a ele no batismo e nos outros sacramentos, mas essa
configuração deve ser vivida plenamente nos acontecimentos, nos encontros da
vida cotidiana. O sacrifício de sí e o amor gratuito e universal pelo próximo
fazem resplandecer na face do cristão a própria face de Cristo e de Deus.
Sintamos em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo e
entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XV DOMINGO DO TEMPO COMUM
VAI TU E FAZE O MESMO!
Antífona da entrada: Contemplarei,
justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa
glória (Sl 16,15).
Comentário das Leituras: Os
mandamentos divinos não são normas abstratas, incapazes de serem praticados.
Ao contrário, os mandamentos divinos, especialmente o amor a Deus e ao
próximo, são tão concretos que estão ao alcance das mãos e se realizam no bem
feito ao próximo. O amor a Deus e ao próximo está ao alcance de todos.
Primeira Leitura (Deuteronômio 30,10-14)
Leitura do livro do Deuteronômio
30 10 Moisés assim falou ao povo: obedeça à voz do Senhor,
teu Deus, observando seus mandamentos e seus preceitos escritos neste livro
da lei, e volte para o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a
tua alma.
11 O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de
teu alcance. 12 Ele não está nos céus, para que digas: quem subirá ao céu
para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos?
13 Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: quem atravessará o
mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos?
14 Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a
podes cumprir.
Salmo responsorial 68/69
Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!
Por isso elevo para vós minha oração
Neste tempo favorável, Senhor Deus!
Respondei-me e pelo vosso imenso amor,
Pela vossa salvação que nunca falha!
Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça,
Ponde os olhos sobre mim com grande amor!
Pobre de mim, sou infeliz e sofredor!
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
Cantando, eu louvarei o vosso nome
E, agradecido, exultarei de alegria!
Humildes, vede isto e alegrai-vos:
O vosso coração reviverá
Se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres
E não despreza o clamor de seus cativos.
Sim, Deus viera e salvará Jerusalém,
Reconstruindo as cidades de Judá.
A descendência de seus servos há de herdá-las,
E os que amam o santo nome do Senhor
Dentro delas fixarão sua morada!
Segunda Leitura (Colossenses 1,15-20)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
1 15 Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de
toda a criação.
16 Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas
visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo
foi criado por ele e para ele.
17 Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele.
18 Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito
dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas.
19 Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude
20 e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por
intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a
paz a tudo quanto existe na terra e nos céus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida; as palavras que dizeis bem que
são de eterna vida! (Jo 6,63.68)
EVANGELHO (Lucas 10,25-37)
10 25 Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova,
perguntou: "Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?"
26 Disse-lhe Jesus: "Que está escrito na lei? Como é que lês?"
27 Respondeu ele: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu
próximo como a ti mesmo".
28 Falou-lhe Jesus: "Respondeste bem; faze isto e viverás".
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu
próximo?"
30 Jesus então contou: "Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu
nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com
muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto.
31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante.
32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também
adiante.
33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de
compaixão.
34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho;
colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou
dele.
35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe:
'Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei'.
36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
ladrões?"
37 Respondeu o doutor: "Aquele que usou de misericórdia para com
ele". Então Jesus lhe disse: "Vai, e faze tu o mesmo".
LEITURAS DA SEMANA DE 15 a 21 de julho de 2013:
2ª Br - Ex 1,8-14.22; Sl 123(124) Mt 10,34 - 11,1
3ª Br - Zc 2,14-17; Lc 1,46-55; Mt 12,46-50
4ª Vm - Ex 3,1-6.9-12; Sl 102(103); Mt 11,25-27
5ª Vd - Ex 3,13-20; Sl 104(105); Mt 11,28-30
6ª Vd - Ex 11,10 - 12,14; Sl 115(116b); Mt 12,1-8
Sb Vd - Ex 12,37-42; Sl 135(136); Mt 12,14,21
16º DTC Vd - Gn 18,1-10a; Sl 14 (15),2-3ab. 3cd-4ab. 5 (R/ 1a); Cl 1,24-28;
Lc 10,38-42 (Marta e Maria)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Feridos à beira do caminho
Nas nossas comunidades cristãs há um caminho igual a esse
que descia de Jerusalém a Jericó, bastante movimentado e por onde passam
pessoas importantes como o Sacerdote e o Levita, são nossos Ministros
Ordenados, os Ministros leigos, os coordenadores, leitores, salmistas,
líderes de pastorais, catequese e movimentos. Todos sempre muito ocupados com
seus afazeres. Quase não se tem tempo de olhar para os lados, muitos há que
olham para o seu “Ego”, inchados de orgulho, sempre vaidosos com aquilo que
fazem na comunidade, e que chama atenção sobre si.
Nem sempre prestamos atenção á beira do caminho onde estão
os que, por alguma razão não podem caminhar, os feridos e machucados por
neuroses, dores morais ou físicas, gente simples, ferida por certos
acontecimentos que fogem ao nosso controle. Pessoas que são da comunidade,
mas estão á margem. Casais recasados, mães solteiras, pessoas com má fama no
campo da moral cristã. Irmãos e irmãs com quem ninguém quer perder tempo,
estão ali mas não significam nada para os que se julgam importantes.
Além do que, temos a maldita concorrência para ver quem faz
melhor, quem se destaca nos eventos da comunidade, nas grandes celebrações. O
veneno da concorrência desleal, que infecta o comércio e o mercado de
trabalho, invade nossas comunidades cristãs trazendo as disputas de grupos, a
eterna briga entre Pastorais e Movimentos que parece nunca chegar ao fim. Nas
pequenas ou grandes comunidades os “Egos” de pessoas do Clero e do Laicato,
se incham, e sempre brigam pelos primeiros lugares. Mas quem vai cuidar dos
feridos á beira do caminho?
O Doutor da Lei olhava para a Vida Eterna na ótica do
Direito. Deveria haver algo que ele pudesse fazer para ter o Direito de
Possuir a Vida Eterna. “Esse cargo é meu, me pertence, é coisa muito minha,
tenho direito e ninguém pode me tirar” Confundem-se o Céu da Plenitude com os
valores terrenos, cargos, funções, títulos e honrarias que o mundo pode nos
dar. Jesus direciona a questão para a Palavra de Deus manifestada na Lei onde
o ato de Amar a Deus e aos irmãos, exclui a palavra Direito colocando em seu
lugar a Doação total de si mesmo, “amarás de todo teu coração, de toda tua
alma e de Todo teu entendimento” isso é, de tudo o que somos e temos, deve
ser dado a Deus e ao próximo em sua totalidade sem deter nada para si mesmo,
ou seja, o Amor não é posse, mas doação, feita em uma total liberdade,
independente de quem seja o outro, se ele mereça ou não o nosso amor.
E diante disso, o Doutor da Lei perguntou a Jesus “E quem é
o meu próximo?” Na parábola do Bom Samaritano, o homem caído á beira do
caminho não tinha nada a oferecer, ao contrário, era um grande problema que
iria exigir tempo, atenção e algumas providências. O Sacerdote e o Levita não
tinham tempo, estavam muito ocupados com coisas super importantes a fazer no
templo. Também os “Profissionais” das nossas pastorais e movimentos estão
sempre ocupados e não tem tempo para parar e ver de perto os ferimentos dos
irmãos e irmãs caídos à beira do caminho da comunidade.
O Samaritano estava de passagem, talvez aquela pessoa que
participa das celebrações mas não está engajada em nenhuma pastoral ou
trabalho da comunidade, alguém que até é mal visto porque nada faz. Mas tem
um coração generoso, repleto do Amor de Deus, capaz de encher-se de compaixão
por aqueles que estão á margem do caminho.
Ele não pensa em encaminhar o Ferido a alguma pastoral de
assistência, e nem pensa em fazer apenas a sua parte, perguntando ao homem o
que lhe aconteceu, e verificando se os ferimentos são muito sérios, para
buscar alguma assistência. Isso não é Cristianismo!
Cristianismo é compromisso total com os Feridos da
Comunidade, é estar com eles o tempo todo, é cuidar de suas feridas, é
providenciar para que sejam acolhidos e muito bem hospedados na comunidade ou
na pastoral. Enfim, é ir além do procedimento habitual, é dar-se de si, tudo
o que tem.
Podemos aqui, pensar nos marginalizados e excluídos da
sociedade, mas penso que primeiramente devemos cuidar, sempre movidos pela
compaixão, dos feridos e marginalizados da nossa Igreja, começando pela nossa
comunidade.
2. E quem é o meu próximo
O texto do evangelho deste domingo é próprio a Lucas e pode
ser dividido em dois episódios:
a) a questão sobre a vida eterna (vv. 25-28);
b) a questão sobre o próximo e como proceder em caso de conflito entre dois
mandamentos da Lei (vv. 29-37).
Os dois estão estreitamente relacionados pela observação do
narrador: "… e, querendo experimentar Jesus…" e a pergunta do
legista: "E quem é o meu próximo" (v. 29). A perícope tem um tom de
controvérsia: "Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar
Jesus, perguntou..." (v. 25).
A resposta de Jesus com uma pergunta faz com que o doutor
da Lei responda citando os mandamentos fundamentais da Lei mosaica (cf. Dt
6,4-9; Lv 19,18). A apresentação unitária destes mandamentos é uma leitura da
Lei: "Que está escrito na Lei? Como lês (= interpreta)?" (v. 26). Segundo
Lucas, Jesus encontra nas próprias palavras da Escritura o conselho, o
mandamento fundamental para a vida do cristão: "Faze isso e
viverás" (v. 28), isto é, ajudando dessa maneira poderás herdar a vida
eterna. O amor é o caminho para herdar a vida eterna.
Motivado pela pergunta do legista, Jesus conta a parábola
do "bom samaritano" (vv. 30-37). Tal parábola é uma discussão
haláquica (precisa e legal) acerca do conflito entre a Lei da pureza (Lv
21,1-3; 22,3-7) e o amor ao próximo (Lv 19,18). Numa situação como a que a
parábola nos apresenta, qual dos dois mandamentos tem precedência sobre o
outro? Se a resposta, hoje, é evidente para nós cristãos, não o era,
certamente, para os contemporâneos de Jesus.
Sem podermos nos delongar, estudando cada um dos
personagens da parábola, passemos à resposta: se o ouvinte e/ou leitor julga
que o sacerdote, mesmo obrigado pela Lei da pureza, deveria ter ajudado o
moribundo, pois neste caso o mandamento do amor ao próximo tem precedência
sobre a Lei de pureza, a consequência não é que as leis de pureza são
inválidas ou podem ser ignoradas, mas que a Lei do amor ao próximo é o
mandamento-chave que precisa ser escolhido entre qualquer outro mandamento,
em caso de conflito. O amor ao próximo é uma exigência primordial da Torá. A
presença do samaritano na parábola confirma que a questão é a da correta
obediência à Lei de Moisés. O samaritano, não aceito pelos judeus, conhece a
mesma Torá que o judeu, e está obrigado a obedecer todos os mandamentos.
Ajudando o homem quase morto, ele está obedecendo ao mandamento. Sua
compaixão não é uma alternativa ao legalismo; ela é o que o mandamento do
amor ao próximo exige dele.
Ele ilustra o que significa obedecer a este mandamento,
nesta situação concreta. Quem cumpre o mandamento do amor cumpre a Lei
plenamente.
ORAÇÃO
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois
só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida
eterna.
3. FAZE TU O MESMO!
Existe uma ligação evidente entre a questão dirigida pelo
mestre a Lei a Jesus e a ordem conclusiva do relato. O mestre da Lei queria conhecer
os caminhos para se obter a vida eterna, e Jesus ordena-lhe que imite o gesto
misericordioso do samaritano.
A preocupação com a vida eterna corresponde a reconhecer os
caminhos que conduzem ao Pai, fonte da verdadeira vida. O mestre da Lei
estava no bom caminho ao confessar que a via que conduz ao Pai é o caminho do
amor. Consciência fenomenal, se levamos em conta a mentalidade legalista,
muito difundida na época.
Faltava-lhe apenas refazer sua concepção de próximo. A
parábola contada por Jesus não deixa margem para dúvidas: próximo é qualquer
pessoa que, encontrada pelos caminhos da vida, carece do nosso amor
misericordioso. Diante deste apelo, caem todas as barreiras sociais,
culturais, religiosas, étnicas. O próximo carente é a mediação da comunhão
com o Pai. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos
para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo
contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do
caminho que conduz ao Pai.
Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar
servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no
bom caminho.
Oração
Espírito de sintonia com o próximo, não me deixes ser insensível ao meu
próximo carente de solidariedade, pois a misericórdia me conduz à vida
eterna.
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