Liturgia da Segunda Feira — 15.04.2013
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Ressuscitou o bom pastor, que deu a vida por suas
ovelhas e quis morrer pelo rebanho, aleluia.
Leitura (Atos
6,8-15)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 6 8 Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes
milagres e prodígios entre o povo.
9 Mas alguns da sinagoga, chamada dos Libertos, dos cirenenses, dos
alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar
com ele.
10 Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o
inspirava.
11 Então subornaram alguns indivíduos para que dissessem que o tinham
ouvido proferir palavras de blasfêmia contra Moisés e contra Deus.
12 Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, investindo
contra ele, agarraram-no e o levaram ao Grande Conselho.
13 Apresentaram falsas testemunhas que diziam: "Esse homem não
cessa de proferir palavras contra o lugar santo e contra a lei.
14 Nós o ouvimos dizer que Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e
há de mudar as tradições que Moisés nos legou".
15 Fixando nele os olhos, todos os membros do Grande Conselho viram o
seu rosto semelhante ao de um anjo.
Salmo responsorial
118/119
Feliz é quem na lei do
Senhor Deus vai progredindo.
Que os poderosos reunidos me condenem;
o que me importa é o vosso julgamento!
Minha alegria é a vossa aliança,
meus conselheiros são os vossos mandamentos.
Eu vos narrei a minha sorte e me atendestes,
ensinai-me, ó Senhor, vossa vontade!
Fazei-me conhecer vossos caminhos
e então meditarei vossos prodígios!
Afastai-me do caminho da mentira
e dai-me a vossa lei como um presente!
Escolhi seguir a trilha da verdade,
diante de mim eu coloquei vossos preceitos.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus
(Mt 4,4).
EVANGELHO (João
6,22-29)
6 22 No dia
seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar percebeu que Jesus
não tinha subido com seus discípulos na única barca que lá estava, mas que
eles tinham partido sozinhos.
23 Nesse meio tempo, outras barcas chegaram de Tiberíades, perto do
lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças.
24 E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam
ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura.
25 Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: "Mestre,
quando chegaste aqui?"
26 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo:
buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e
ficastes fartos.
27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida
eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu
sinal".
28 Perguntaram-lhe: "Que faremos para praticar as obras de
Deus?"
29 Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta: que creiais
naquele que ele enviou".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Buscar as coisas
do céu.
A multiplicação dos pães
teve uma grande repercussão. A popularidade crescia com a fama de Jesus e os
seus discípulos. Um Deus que supre as necessidades do ser humano, inclusive a
fome, é único e verdadeiro. Por essa razão, aonde vai Jesus e seus discípulos
a multidão de famintos e necessitados vai atrás. É o que ocorre nesse
evangelho refletido junto as comunidades Joaninas, oitenta a noventa anos
após a morte-ressurreição de Jesus.
Que olhar de Esperança
temos para com Jesus? A perspectiva de uma Vida Nova que vem pela Salvação
que Ele realiza, ou nossa esperança Nele se limita as necessidades desta Vidinha
Terrena que um dia vai terminar?
O Evangelista convida suas
comunidades a mudar o enfoque, e a reflexão é para todos nós, que muitas
vezes somos Cristãos atrelados as coisas da Terra e temos pouca ou nenhuma
expectativa para com as coisas do Céu. O próprio Jesus procura orientar seus
seguidores e o povão que o procurava nessa circunstância. As pessoas não
querem ir direto ao assunto, e em vez de indagarem se ele vai fazer ali um
daqueles milagres espetaculares, como a multiplicação do pão, preferem perguntar
quando foi que ele chegou ali.
Jesus não faz rodeios e vai
direto ao assunto “Vocês me procuram, não porque viram os milagres, mas
porque comeram o pão e ficaram saciados”.
Ver os milagres, no
evangelho de João, significa ver o “Sinal” e aderir a Jesus, o que ele tem a
oferecer é infinitamente superior a qualquer milagre. Em outras palavras
Jesus está dizendo que aquelas pessoas não sabem quem é ele e o que tem a
oferecer, pois ficaram parados no milagre da multiplicação dos pães, e acham
que isso é suficiente para acreditarem Nele e o seguirem. Não compreendem que
o discipulado significa comprometimento com o seu evangelho e com a
edificação do Reino Novo que ele inaugurou em meio a humanidade.
Isso é bem típico do
Cristianismo sem compromisso, religiãozinha que os espertalhões da pós
Modernidade inventaram, para atender as necessidades do Homem que vê na
Divindade um Posto de Autoatendimento, à serviço do homem, um Cristo do
Consumismo, vendido em vitrines de luxo na grande Mídia onde o Céu é aqui mesmo,
como sinônimo de riqueza, prosperidade, Felicidade terrena.
E acontece o mesmo que
nesse evangelho, um Cristo assim atrai multidões...
2. É preciso procurar o Senhor pelo Senhor
A multidão, saciada de pão,
procura ansiosamente Jesus. No entanto, Jesus revela sua verdadeira
motivação, pois não é a ele propriamente que procuram, mas o que ele pode
dar: “... estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes
pão e ficastes saciados” (v. 26).
É preciso procurar o Senhor
pelo Senhor. A vida do ser humano não pode se reduzir ao material, ao que
perece, mas deve ser sustentada pelo alimento não perecível, que introduz na
vida eterna e que é dom do Filho. O Filho é, por assim dizer, autenticado
pelo Pai (cf. v. 27). Daí que a “obra de Deus”, o desejo de Deus, é a fé em
Jesus, que ele enviou por amor ao mundo.
ORAÇÃO
Pai, leva-me a buscar sempre o alimento imperecível – teu Filho Jesus –
que me dá vida eterna e verdadeira e me abre para o amor e a solidariedade.
3. A FÉ EM JESUS
Não foi fácil para Jesus
levar o povo a estabelecer com ele um relacionamento correto. Muitas vezes,
seus gestos poderosos despertavam sentimentos inoportunos, com os quais não
ele estava de acordo. Jamais o Mestre se deixava aliciar!
A multiplicação dos pães
prestou-se para mal-entendidos. Depois de ter sido alimentada, a multidão
foi, novamente, ao encalço de Jesus. Não por reconhecer sua qualidade de
enviado do Pai, mas por ter comido e se saciado, interessada na repetição do
milagre.
No entanto, não interessava
a Jesus ser procurado na qualidade de milagreiro. Ele esperava ser
reconhecido como Filho do Homem, portador de um alimento especial para a
humanidade, penhor de vida divina. O seu era um pão diferente: ele próprio.
A apropriação deste pão
dar-se-ia por meio da fé, ou seja, da adesão a Jesus. Ao aderir a ele, o
discípulo afasta de si tudo quanto gera morte, e assimila o dinamismo vital
que o animava, cuja fonte era o próprio Pai.
Jesus estava interessado em
saciar, em primeiro lugar, não a fome física, mas uma outra muito mais
fundamental. Saciado com o pão do céu, o discípulo estaria apto para promover
a partilha do pão material que sacia a fome do povo.
A fé em Jesus não se
expressa num intimismo estéril. Pelo contrário, ela deve ser expressa através
de gestos, à semelhança daqueles realizados por Jesus. Também o discípulo é
chamado a multiplicar os pães.
Oração
Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida
do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto
de Deus.
|
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Louvai o nosso
Deus, todos vós que o temeis, pequenos e grandes; pois manifestou-se a
salvação, a vitória e o poder do seu Cristo, aleluia! (Ap 19,5;12,10)
Leitura (Atos
7,51-8,1)
Leitura Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Estevão
disse ao povo, aos anciãos e aos doutores da lei: 7 51 “Homens
de dura cerviz, e de corações e ouvidos incircuncisos! Vós sempre resistis ao
Espírito Santo. Como procederam os vossos pais, assim procedeis vós
também!
52 A qual dos profetas não perseguiram os vossos pais? Mataram os que
prediziam a vinda do Justo, do qual vós agora tendes sido traidores e
homicidas.
53 Vós que recebestes a lei pelo ministério dos anjos e não a guardastes".
54 Ao ouvir tais palavras, esbravejaram de raiva e rangiam os dentes
contra ele.
55 Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de
Deus e Jesus de pé à direita de Deus:
56 "Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de
pé, à direita de Deus".
57 Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos
se atiraram furiosos contra ele.
58 Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas
depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo.
59 E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: "Senhor Jesus, recebe
o meu espírito".
60 Posto de joelhos, exclamou em alta voz: "Senhor, não lhes leves
em conta este pecado". A estas palavras, expirou.
8 1 E Saulo havia aprovado a morte de Estêvão. Naquele dia, rompeu
uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram
pelas regiões da Judéia e de Samaria, com exceção dos apóstolos.
Salmo responsorial 30/31
Em vossas mãos, Senhor,
entrego o meu espírito.
Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
quanto a mim, é ao Senhor que me confio,
vosso amor me faz saltar de alegria.
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo
e salvai-me pela vossa compaixão!
Na proteção de vossa face defendeis,
bem longe das intrigas dos mortais.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Eu sou o pão da vida, quem vem a mim não terá fome; assim nos fala o
Senhor (Jo 6,35).
EVANGELHO (João 6,30-35)
Naquele
tempo, 6 30 perguntaram eles: "Que milagre fazes tu, para
que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra?
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito:
‘Deu-lhes de comer o pão vindo do céu’".
32 Jesus respondeu-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: Moisés
não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do
céu;
33 porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao
mundo".
34 Disseram-lhe: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!"
35 Jesus replicou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não
terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. JESUS, O PÃO
VERDADEIRO
Nesse Evangelho, a multidão
faz um grande esforço para buscar Jesus e seus discípulos, pegam os barcos
disponíveis por ali e fazem a travessia até chegar a Cafarnaum, onde ele
estava na outra margem do lago. Como hoje há também uma multidão que se
esforça, dentro de suas igrejas, a buscarem Jesus. A pergunta é o que essas
pessoas buscam? O que elas vêem em Jesus Cristo? As respostas variam muito, há os
que buscam a cura de uma enfermidade, outros buscam a prosperidade em troca
de um dízimo altíssimo, outros até buscam os sacramentos, mas sem compreender
nada sobre eles, não é errado buscar coisas materiais ou pedi-las a Deus, por
intercessão de Jesus Cristo, o problema, é quando nada mais enxergamos nele,
além disso, cura física, patrimônio, ganhos financeiros um bom emprego com um
ótimo salário, a libertação de toda e qualquer angústia que nos traga algum
sofrimento físico ou moral.
Entretanto, sabemos muito
bem que tudo isso, um belo dia vai ficar para trás: nosso corpo saudável,
nossos bens materiais, nossa carreira profissional, tudo isso são coisas
perecíveis, mas que, no entanto, muitas vezes estão no centro de nossas
atenções, e a vida vai girando sempre em torno daquilo que podemos ter de
bom, em todos os aspectos, e a religião entra como a grande aliada do homem,
pois se me submeto a uma religião, Deus me recompensa dando-me tudo aquilo
que preciso, para viver bem. É exatamente com essa intenção que nos dias de
hoje, uma grande multidão lota alguns templos nas grandes metrópoles.
Mas esta reflexão é válida
para todos nós cristãos, porque parece que não sabemos bem o que queremos, e
nos contentamos apenas com a casca da fruta, colocamos nossa atenção na
embalagem do produto, em resumo, nos contentamos com tão pouco, quando Jesus
nos oferece um tesouro inestimável, algo novo, inédito e valiosíssimo, mas a
multidão não quer arriscar deixar de lado a religião de Moisés, a cuja
tradição estavam ligados, “O que faremos para praticar as obras de Deus?”
Para eles Moisés era até agora a maior referência, porque garantiu alimento
para o povo no deserto, e bastava cumprir a lei que já estava no caminho
certo. Não precisava pensar e nem comprometer-se com nada, bastava não fazer
nada de errado, e pronto, o resto era com Deus! “Que milagres fazes, para que
vejamos e creiamos em ti, que obras realizas?” Em outras palavras, o que
vamos ganhar se te seguirmos.
Hoje em dia, com o fenômeno
religioso que se apresenta como uma resposta diante dos inúmeros problemas
existenciais, a religião mais procurada é aquela que oferece maiores
vantagens, não exige muito sacrifício nem comprometimento, é quase que o
princípio do melhor custo benefício, investir bem pouco e ganhar muito.
Muitas vezes, pensando desse modo acabamos pecando, quando valorizamos mais a
quantidade do que a qualidade, vendo nisso um indicativo de crescimento em
nossas comunidades.
Crer naquele que o Pai
enviou, não significa deixar tudo por conta de Jesus, antes, é tê-lo como
nossa referência única e autêntica, despojando-nos do Velho Homem e renovando
os sentimentos de nossa alma, revestindo-nos do homem novo, criado a imagem e
semelhança de Deus, em verdadeira justiça e santidade. Não é importante o TER
mas o SER, é isso que Jesus nos oferece, um novo ser, totalmente livre para
tomar decisões e fazer escolhas na vida, a partir de Jesus Cristo, aquele que
nos renovou por completo com sua obra redentora.
2. Jesus o Pão de Deus
Os anônimos judeus
perguntam pelos sinais que poderiam levá-los a crer que Jesus é o enviado do
Pai. Esses sinais seriam uma obra espetacular que não deixasse dúvidas acerca
da identidade de Jesus. Mas isso contradiria a própria natureza do sinal. A
insistência dele sobre o maná dado durante a travessia pelo deserto permitirá
a Jesus avançar sua reflexão sobre o pão verdadeiro.
Em primeiro lugar, Jesus
parece desfazer um equívoco. O maná não era do céu, mas foi dado por Deus
(cf. Ex 16,8), e não por Moisés. Mas o maná recolhido toda manhã, à exceção
do sábado (cf. Ex 16,26-29), durava poucas horas. É prometido um pão do céu,
dado por Deus. Desse pão verdadeiro, o maná era somente tênue figura. Jesus é
o pão descido do céu, que sustenta quem nele crê e é capaz de dar vida ao
mundo. Jesus é o pão de Deus.
ORAÇÃO
Pai, dá-me sensibilidade para perceber que a presença de Jesus, na nossa
história, é a grande obra que realizaste: dar-nos a vida eterna.
3. A IDENTIDADE PROVADA
Por mais espetaculares que
fossem os milagres, sobrava sempre uma ponta de desconfiança a respeito de
identidade de Jesus. Exigia-se dele provas mais e mais contundentes de sua
condição de Messias, Filho de Deus.
Moisés havia alimentado o
povo, na dura caminhada pelo deserto, com o maná vindo do céu, comprovando
ser, deveras, enviado de Deus. Para ser aceito, também Jesus teria de
realizar um feito de tal magnitude, que não seria possível duvidar ser ele,
de fato, o enviado de Deus.
A resposta de Jesus às
suspeitas do povo foi sutil. Ele negou ter sido Moisés o autor do milagre no
deserto. Quem alimentou o povo faminto foi o Pai. Além disso, o alimento de
outrora não era o alimento verdadeiro, como o que Jesus oferecia agora: o pão
que desce do céu para trazer vida ao mundo.
A multidão estava diante de
um milagre, que era urgente reconhecer: Jesus. Ele é o milagre do Pai, seu
dom excelente, prova de sua benevolência para com uma humanidade faminta, que
caminha errante pelos desertos do mundo. É a única possibilidade de salvação,
para quem não quer desfalecer pelo caminho. É o sinal permanente do amor do
Pai, a indicar os rumos da pátria prometida.
Não tem cabimento a multidão exigir milagres de Jesus.
Basta o sinal oferecido pelo Pai. Quem o acolhe coloca-se no caminho da
salvação.
Oração
Espírito de benevolência, afasta de mim toda desconfiança, e conduze-me à
uma fé sólida no Ressuscitado, sinal do amor do Pai para conosco.
|
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Que o
vosso louvor transborde de minha boca; meus lábios exultarão, cantando de
alegria, aleluia! (Sl 70,8.23)
Leitura (Atos
8,1-8)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
8 1 E Saulo havia
aprovado a morte de Estêvão. Naquele dia, rompeu uma grande perseguição
contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da
Judéia e de Samaria, com exceção dos apóstolos.
2 Entretanto, alguns homens piedosos trataram de enterrar Estêvão e
fizeram grande pranto a seu respeito.
3 Saulo, porém, devastava a Igreja. Entrando pelas casas, arrancava
delas homens e mulheres e os entregava à prisão.
4 Os que se haviam dispersado iam por toda parte, anunciando a palavra
(de Deus).
5 Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes Cristo.
6 A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia, escutando-o
unanimemente e presenciando os prodígios que fazia.
7 Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam, levantando
grandes brados. Igualmente foram curados muitos paralíticos e coxos.
8 Por esse motivo, naquela cidade reinava grande alegria.
Salmo responsorial
65/66
Aclamai o Senhor Deus,
ó terra inteira.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
cantai salmos a seu nome glorioso,
dai a Deus a mais sublime louvação!
Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!
Toda a terra vos adore com respeito
e proclame o louvor de vosso nome!”
Vinde ver todas as obras do Senhor:
seus prodígios estupendos entre os homens!
O mar ele mudou em terra firme,
e passaram pelo rio a pé enxuto.
Exultemos de alegria no Senhor!
Ele domina para sempre com poder!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Quem vê o filho e nele crê, este tem a vida eterna, e eu o farei ressuscitar
no último dia, diz Jesus (Jo 6,40).
Evangelho (João
6,35-40)
Naquele tempo, Jesus replicou
à multidão: 6 35 "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a
mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
36 Mas já vos disse: ‘Vós me vedes e não credes’.
37 Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o
lançarei fora.
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou.
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer
nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele
crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Eu sou o pão da vida"
Jesus fez várias afirmações
como esta para que creiamos Nele: Eu sou: a luz do mundo, a porta, o bom
pastor, a ressurreição e a vida, o caminho, a verdade e a vida, a videira
verdadeira. É uma linguagem simbólica, mas que revela a sua verdadeira
pessoa, usando imagens tradicionais de Israel.
A frase "Eu sou"
coloca Jesus como objeto do crer. E acreditar em Jesus significa adesão
a ele, e não apenas assimilação de uma doutrina. Eu posso saber na ponta da
língua toda a mensagem deixada por Jesus Cristo, e posso até ensiná-la a
outras pessoas. Mas se eu não a por em prática, eu serei candidato ao fogo do
inferno. Foi o próprio Jesus quem o disse mais ou menos assim:“Afastai-vos
de mim ide para o fogo eterno pois não vos conheço...”
E nós podemos estar nesta
situação lamentável! E vamos responder: Mas nós evangelizamos, até expulsamos
demônios em teu nome... não vos conheço vós que pratiqueis a
iniquidade... Gente, a coisa é séria. Às vezes sinto-me tão seguro de
mim mesmo, que até me esqueço desta afirmação de Cristo. Porque, ser
cristão dentro da igreja é fácil. Difícil é ser cristão no emprego, na rua,
ou até mesmo em casa ou em qualquer lugar principalmente quando somos
injustiçados. A gente se esquece de sorrir como Jesus sorriu, e
partimos para cima do injusto com toda razão, e nossa desculpa é que estamos
combatendo uma injustiça, em vez de combater o irmão injusto.
Jesus é o pão da vida, que quantas vezes já comemos indignamente. Ou o pior,
muito indignamente. “se tiveres levando uma oferta e te lembrares que
o teu irmão tem alguma coisa contra ti deixa tua oferenda no lugar e vai
reconciliar-te primeiro com o teu irmão...” Que dureza! Aqui Cristo
jogou pesado! Veja que Ele não disse: Se você tem alguma mágoa do teu irmão,
mais sim se o teu irmão tem algo contra ti. Isso por que se o meu irmão
está zangado comigo, alguma coisa injusta eu devo ter feito contra ele. Então
eu sou culpado, e culpado não pode comer o pão da vida.
2. A razão da vida de Jesus é o Pai que o enviou
O longo discurso ao pão da
vida é uma catequese sobre a eucaristia. No ser humano, feito à imagem e
semelhança de Deus, há uma sede, um anseio de vida e de Deus. Jesus, o
Cristo, realiza esse desejo profundo do coração do homem. Pão e água, comer e
beber, são essenciais para a nossa existência terrestre.
Do mesmo modo, a vida
enraizada no Senhor é fundamental para que homem e mulher experimentem
plenamente a vida que vem de Deus (ver: Jo 4,1-42). Para chegar à fé em Jesus
é preciso outro olhar capaz de ultrapassar o imediatamente oferecido à visão.
Por isso Jesus diz: “… me vistes, mas não credes” (v. 36). A razão da vida de
Jesus é o Pai que o enviou. A razão de sua descida do céu é fazer a vontade
de Deus (cf. v. 38).
A vontade de Deus é que
todos os que creem em Jesus, Filho de Deus, sejam salvos e não se submetam à
morte eterna, mas ressuscitem com ele. O desejo do Pai é que nenhum ser
humano se perca. Isso nos faz lembrar o último versículo da perícope de
Zaqueu: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc
19,10).
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em discípulo autêntico de teu Filho Jesus, de modo que
a tua vontade seja o centro de minha existência, e eu experimente, já na
Terra, a vida eterna.
3. O PÃO DA
VIDA
Ao afirmar ser o pão da
vida, Jesus estava evocando um fato importante da história de Israel, o êxodo
do Egito e a longa travessia pelo deserto, onde o povo, faminto e sedento,
foi saciado pela Providência divina. Aliás, jamais o povo viu-se privado de
pão e água, naquela circunstância delicada de sua história, pois Deus caminhava
com ele.
Da mesma forma, a
Providência divina jamais deixou de agir em favor da humanidade. Sua bondade
manifestou-se, de forma grandiosa, ao saciar, definitivamente, a fome e a
sede da humanidade, por meio de seu Filho Jesus. Quem dele se acerca, não
terá mais fome nem sede. Antes, poderá estar certo de ter forças para
alcançar à meta da caminhada.
A evocação do êxodo oferece
uma perspectiva particular para considerar quem, na fé, adere ao
Ressuscitado. O cristão faz parte do verdadeiro povo de Deus, a caminho para
a casa do Pai. É o êxodo definitivo, durante o qual defronta-se com toda
sorte de desafios, correndo o risco de não perseverar até o fim.
Sabendo-se saciado pelo alimento celeste - Jesus -, o
cristão recobra as forças, e não se deixa abater pelos reveses da vida. A
Eucaristia sacramentaliza esta experiência de fé. Alimentando-se com o pão
eucarístico os cristãos revigoram sua fé no Senhor ressuscitado. É o alimento
verdadeiro. Engana-se quem imagina poder enfrentar o deserto do mundo, sem
contar com ele.
Oração
Espírito que sacia nossos anseios profundos, guia-me ao Ressuscitado,
junto do qual não terei mais fome nem sede.
|
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Cantemos
ao Senhor, ele se cobriu de glória. O Senhor é a minha força e o meu cântico:
foi para mim a salvação, aleluia! (Ex 15,1s)
Leitura (Atos
8,26-46)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 8 26 um anjo do Senhor dirigiu-se a Filipe e disse:
“Levanta-te e vai para o sul, em direção do caminho que desce de Jerusalém a
Gaza, a Deserta”.
27 Filipe levantou-se e partiu. Ora, um etíope, eunuco, ministro da
rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros,
tinha ido a Jerusalém para adorar.
28 Voltava sentado em seu carro, lendo o profeta Isaías.
29 O Espírito disse a Filipe: "Aproxima-te para bem perto deste
carro".
30 Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o profeta Isaías, e
perguntou-lhe: "Porventura entendes o que estás lendo?"
31 Respondeu-lhe: "Como é que posso, se não há alguém que mo
explique?" E rogou a Filipe que subisse e se sentasse junto dele.
32 A passagem da Escritura, que ia lendo, era esta: "Como ovelha,
foi levado ao matadouro; e como cordeiro mudo diante do que o tosquia, ele
não abriu a sua boca.
33 Na sua humilhação foi consumado o seu julgamento. Quem poderá contar
a sua descendência? Pois a sua vida foi tirada da terra".
34 O eunuco disse a Filipe: "Rogo-te que me digas de quem disse
isto o profeta: de si mesmo ou de outrem?"
35 Começou então Filipe a falar, e, principiando por essa passagem da
Escritura, anunciou-lhe Jesus.
36 Continuando o caminho, encontraram água. Disse então o eunuco:
"Eis aí a água. Que impede que eu seja batizado?"
37 Filipe respondeu: "Se crês de todo o coração, podes sê-lo".
["Eu creio", disse ele, "que Jesus Cristo é o Filho de
Deus"].
38 E mandou parar o carro. Ambos desceram à água e Filipe batizou o
eunuco.
39 Mal saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe dos olhares
do eunuco, que, cheio de alegria, continuou o seu caminho.
40 Filipe, entretanto, foi transportado a Azoto. Passando além, pregava
o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.
Salmo responsorial
65/66
Aclamai o Senhor, ó terra
inteira.
Nações, glorificai ao nosso Deus,
anunciai em alta voz o seu louvor!
É ele quem dá vida à nossa vida
e não permite que vacilem nossos pés.
Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar:
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
Quando a ele o meu grito se elevou,
já havia gratidão em minha boca!
Bendito seja o Senhor Deus que me escutou,
não rejeitou minha oração e meu clamor
nem afastou longe de mim o seu amor
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Eu sou o pão vivo descido do céu, quem deste pão come, sempre há de viver
(Jo 6,51).
EVANGELHO (João
6,44-51)
Naquele tempo, disse Jesus à
multidão: 6 44 "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me
enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia.
45 Está escrito nos profetas: ‘Todos serão ensinados por Deus’. Assim,
todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim.
46 Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus,
esse é que viu o Pai.
47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida
eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram.
50 Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que
dele comer.
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do
mundo".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Único Caminho
Confesso que quando vou a
algum lugar desconhecido, mesmo com GPS acabo me perdendo, normalmente porque
há outros caminhos e modos de se chegar a este lugar, e o que temos de fazer
é ver qual é o melhor caminho, o mais curto e fácil...Mas já conheci lugares
que só há um caminho de acesso, os demais caminhos passam por perto mas não
dão acesso ao lugar.
O acesso do homem a Deus
tem um único e Verdadeiro caminho: Jesus Cristo! É único e verdadeiro por uma
razão muito simples: Só Ele veio de Deus, Só Ele viu o Pai, todas as demais
definições sobre Deus – Pai, não merecem confiança e crédito, e usando
uma linguagem bem de hoje, apenas a Revelação de Jesus sobre o Pai têm o
certificado de garantia e autenticidade, o resto é imitação grotesca, se a
Revelação não for cristã, não merece nenhum crédito.
É o próprio Pai que atrai a
todos os homens, e esta atração é Jesus Cristo. Muitos existem que querem
inventar um Deus diferente do Deus Cristão, principalmente na pós
modernidade, tentando adequar Deus ao consumismo, um Deus que satisfaz
plenamente o Cliente, em certas igrejas que asseguram ter entre seus
ministros os Porta-Vozes Oficiais da Vontade Divina, e ainda usam Jesus
Cristo, que nas mãos desses gananciosos torna-se apenas um garoto propaganda
da Fé.
E o que faz Jesus Cristo,
único caminho, único acesso para se chegar ao Pai? Fecha-se em uma comunhão
egoísta na Vida de Deus, deixando os homens a incumbência de descobrirem por
si só esse caminho? Não, de modo algum! E aqui está o Amor Divino em toda sua
magnificência....Jesus não é só o caminho, ele nos ajuda a caminhar, Jesus
não é só a Verdade, ele nos ajuda a encontrá-la, Jesus não é só a Vida, ele
nos possibilita termos essa Vida, por isso se faz Pão, se dá e se entrega a
cada Homem que Nele professa a sua Fé.
E o Pão enquanto alimento,
se transforma em parte do nosso ser, e daí podemos experimentá-lo e senti-lo
em nós, e cada vez mais por ele próprio, alimentados e maduros em nossa Fé, vamo-nos
configurando a Ele, vivendo assim mergulhados na Vida de Deus e ao mesmo
tempo permitindo que Deus mergulhe em nós.....E assim, aquele que é eterno
penetra no mortal, e aquele que é mortal, penetra no que é Eterno e ganha a
Vida Eterna para sempre.
2. A fé nos possibilita sermos atraidos para Deus
Somos criaturas de Deus.
Enquanto tais, possuímos, na nossa existência terrena, um desejo de Deus que
nos faz tender para ele. Dele, nós todos recebemos o sopro original da vida
(cf. Gn 2,7).
Deus nos atrai para ele
para nos fazer viver, para que o sopro original não se esvaia. O profeta
Jeremias exprime belissimamente essa realidade: “Com amor eterno eu te amei,
por isso te atraí” (Jr 31,3).
A fé é que possibilita
ceder livremente a essa atração de Deus. O maná era somente figura do que
haveria de vir: o pão que desce do céu é o que livra da morte. Jesus
explicita que o pão descido do céu é a sua carne, sua existência histórica e
terrena, sua vida entregue para que o mundo tenha vida, e vida em plenitude.
Jesus nos ensina a vida
verdadeira que não está na garantia das seguranças pessoais, nem na defesa
dos próprios interesses, nem tampouco na abundância de bens materiais, mas na
entrega, no despojamento da própria vida.
ORAÇÃO
Espírito de docilidade ao Pai, reforça minha disposição para acolher os
ensinamentos divinos e colocar-me, resolutamente, na busca do Ressuscitado.
3. O ENSINAMENTO DO PAI
É o Pai quem tem a
iniciativa na dinâmica da fé dos cristãos. No seu amor, elege o ser humano
para ser objeto de sua revelação, e o convida a aderir ao Filho Jesus. Só vai
a Jesus quem é escolhido e impelido pelo Pai. Só se entrega a Jesus quem se
deixa guiar pelo Pai. E tudo quanto o Pai realiza está em função de guiar a
humanidade para o Filho. O ato de fé no Senhor Jesus é, portanto, indício de
obediência ao ensinamento do Pai e de submissão à sua vontade.
A incredulidade
configura-se como rebeldia contra o Pai. Não se trata de mera oposição a
Jesus, numa atitude sem maiores conseqüências. Nem, tampouco, pode ser
considerada como uma fatalidade na vida das pessoas, numa espécie de anulação
de sua liberdade.
No ato de fé, está
implicada a liberdade humana. Instruído pelo Pai, cabe ao ser humano acolher
ou não a instrução recebida. Se a acolhe, sem dúvida será capaz de reconhecer
em Jesus o enviado do Pai. Se a rejeita, não somente se tornará um adversário
do Filho, mas também do Pai. Não é possível acolher a moção do Pai, mas
fechar-se para o Filho. Ou seja, não dá para ficar no meio do caminho. Quem
recebeu o ensinamento do Pai, necessariamente, irá a Jesus.
Oração
Espírito de docilidade ao Pai, reforça minha disposição para acolher os
ensinamentos divinos e colocar-me, resolutamente, na busca do Ressuscitado.
|
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: O
Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a
sabedoria, a força e a honra, aleluia! (Ap. 5,12)
Leitura (Atos
9,1-20)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, 9 1 Saulo só respirava ameaças e morte contra os
discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes,
2 e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar
presos a Jerusalém todos os homens e mulheres que achasse seguindo essa
doutrina.
3 Durante a viagem, estando já perto de Damasco, subitamente o cercou
uma luz resplandecente vinda do céu.
4 Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por
que me persegues?"
5 Saulo disse: "Quem és, Senhor?" Respondeu ele: "Eu sou
Jesus, a quem tu persegues. [Duro te é recalcitrar contra o
aguilhão".
6 Então, trêmulo e atônito, disse ele: "Senhor, que queres que eu
faça?" Respondeu-lhe o Senhor:] "Levanta-te, entra na cidade. Aí te
será dito o que deves fazer".
7 Os homens que o acompanhavam enchiam-se de espanto, pois ouviam
perfeitamente a voz, mas não viam ninguém.
8 Saulo levantou-se do chão. Abrindo, porém, os olhos, não via nada.
Tomaram-no pela mão e o introduziram em Damasco,
9 onde esteve três dias sem ver, sem comer nem beber.
10 Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor, numa visão,
lhe disse: "Ananias! Eis-me aqui, Senhor", respondeu ele.
11 O Senhor lhe ordenou: "Levanta-te e vai à rua Direita, e
pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo; ele está
orando".
12 (Este via numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as
mãos para recobrar a vista.)
13 Ananias respondeu: "Senhor, muitos já me falaram deste homem,
quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém.
14 E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a
todos aqueles que invocam o teu nome".
15 Mas o Senhor lhe disse: "Vai, porque este homem é para mim um
instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e
dos filhos de Israel.
16 Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu
nome".
17 Ananias foi. Entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse:
"Saulo, meu irmão, o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho,
enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito
Santo".
18 No mesmo instante caíram dos olhos de Saulo umas como escamas, e
recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado.
19 Depois tomou alimento e sentiu-se fortalecido. Demorou-se por alguns
dias com os discípulos que se achavam em Damasco.
20 Imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho
de Deus.
Salmo responsorial
116/117
Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!
Pois comprovado é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue em mim permanece e eu vou
ficar nele (Jo 6,56).
EVANGELHO (João 6,52-59)
Naquele tempo, os judeus
discutiam entre si, dizendo: 6 52 "Como pode este homem
dar-nos de comer a sua carne?"
53 Então Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se não
comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a
vida em vós mesmos.
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia.
55 Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue,
verdadeiramente uma bebida.
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu
nele.
57 Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também
aquele que comer a minha carne viverá por mim.
58 Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais
comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente".
59 Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Comer a
carne e beber o sangue do Senhor...
Para a nossa cultura esse
ato parece tão estranho...soa como canibalismo, como os primeiros cristãos
foram acusados, de comer carne de criancinhas.
Entre os indígenas sempre
existiram os Guerreiros valentes que tinham fama de heróis, mas na batalha
que estes morriam, seu corpo era levado até a tribo e os mais jovens comiam a
sua carne para se apossarem do seu espírito de herói.
A Eucaristia nos torna
imortais porque recebemos a carne e o sangue daquele que é Eterno e este
sinal Sacramental nos eterniza. É um ritual para que a nossa razão compreenda
o que a Fé realiza em nós pois somos transformados em Cristo, suas palavras e
seus ensinamentos, suas obras a favor da Vida têm continuidade há dois
milênios de historia, e isso sem sombra de dúvida se deve a Eucaristia.
Na Eucaristia Jesus se faz
presença real e concreta em milhões e milhões de homens e mulheres todos os
dias. A pessoa que vamos construindo em nossa vida, com nossos pensamentos e
projetos, com nossas ações a favor do bem, com nossos ideais de fraternidade,
agregando tudo isso ao nosso Ser Existencial e ganhando uma identidade cristã
própria. Essa pessoa, alimentada pela Eucaristia supera a matéria presente na
corporiedade, quando passamos pela morte Biológica, essa pessoa, que fez de
Cristo a razão do seu Viver, passa incólume pelo processo de morte e continua
o seu viver, agora em
Vida Plena e Eterna.
Não se trata apenas da
nossa personalidade ou do nosso psique, mas desse homem espiritual que somos,
presente em todas as nossas dimensões e que acaba se manifestando em nossas
ações, feitas em nossa corporiedade, mas desencadeadas por este Ser, unido
intimamente a Jesus Cristo, e que norteia toda a nossa caminhada.
A descoberta de quem
realmente somos só se dá na Fé em Jesus Cristo, pois é ele o Revelador de Deus e
revelador do homem. Quem portanto não se alimentar dele, sua carne e seu
sangue, transubstanciado em Pão e vinho na Santa Eucaristia, sentirá esse
homem espiritual se definhar junto com a matéria. Por absoluta falta desse
alimento especial que contém a Vida Eterna.
2. Quem se alimenta
com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele
Comer a carne de Jesus e
beber o seu sangue tem uma forte conotação eucarística, em que, aliás, a
manducação é um elemento importante. Toda a vida de Jesus, simbolizada pela
carne e pelo sangue, é verdadeiro sustento.
Ademais, “comer a carne”
significa receber na fé a existência humana de Jesus; “beber o sangue” é o
dom da vida do Enviado de Deus. Sem adesão livre e sem receber como dom
“Aquele que desceu do céu” para fazer a vontade do Pai, não é possível viver
plenamente, ou é permanecer como morto. Pela fé o discípulo participa da mesma
vida do Filho único de Deus. O v. 54 representa uma ampliação do discurso:
“Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e
eu o ressuscitarei no último dia” (v. 54).
Quem aceita esse verdadeiro
alimento vive em comunhão com aquele que se dá como alimento: “Quem se
alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele”
(v. 56).
ORAÇÃO
Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha
caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo
caminho.
3. EXPLICANDO UM MAL-ENTENDIDO
Os adversários relutavam em
entender as palavras de Jesus. Em geral, tomavam-nas num sentido oposto à
intenção do Mestre. Quando ele falou em dar sua carne em alimento para a vida
do mundo, seus adversários sentiram um certo mal-estar, imaginando a cena
macabra da devoração de um ser humano. Entretanto, Jesus não falava de
antropofagia, e sim, da Eucaristia. Referia-se à relação a ser estabelecida
entre ele e a comunidade dos discípulos, por meio do pão e do vinho
eucarísticos.
Pão e vinho seriam
constituídos como sacramento da presença do Senhor. Ao redor de uma mesa é
que a comunidade de fé faria a experiência de comunhão profunda com o
Ressuscitado. Ao comer o pão e beber o vinho, indicariam um tipo novo de
relação estabelecida entre o Senhor e a comunidade. Os discípulos
assimilariam plenamente o corpo de Jesus, e se deixariam transformar por ele.
Seria a maneira de permanecerem nele, e permitir que o Mestre permanecesse em
cada um deles. Resultado: toda a vida do discípulo seria um viver por Cristo,
com Cristo, em Cristo, de modo a garantir a vida eterna, que só ele pode
oferecer, pois lhe fora concedida pelo Pai.
A má-fé dos inimigos
impediu-lhes de compreender o sentido profundo desse ensinamento de Jesus.
Com isto, indicavam não estar em comunhão com ele, nem interessar-se em
partilhar a vida que Jesus lhes oferecia.
Oração
Espírito de boa-fé arranca do meu coração toda dúvida a respeito das
palavras de Jesus, e faze-me compreender o seu significado profundo.
|
III SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da
entrada: Sepultados com o
Cristo no batismo, fostes também ressuscitados com ele, porque crestes no
poder de deus, que o ressuscitou dos mortos, aleluia! (Cl 2,12).
Leitura (Atos
9,31-42)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
9 31 A Igreja
gozava então de paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Estabelecia-se ela
caminhando no temor do Senhor, e a assistência do Espírito Santo a fazia
crescer em número.
32 Pedro, que caminhava por toda parte, de cidade em cidade, desceu
também aos fiéis que habitavam em Lida.
33 Ali achou um homem chamado Enéias, que havia oito anos jazia
paralítico num leito.
34 Disse-lhe Pedro: “Enéias, Jesus Cristo te cura: levanta-te e faze tua
cama”. E levantou-se imediatamente.
35 Viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, e converteram-se
ao Senhor.
36 Em Jope havia uma discípula chamada Tabita - em grego, Dorcas. Esta
era rica em boas obras e esmolas que dava.
37 Aconteceu que adoecera naqueles dias e veio a falecer. Depois de a
terem lavado, levaram-na para o quarto de cima.
38 Ora, como Lida fica perto de Jope, os discípulos, ouvindo dizer que
Pedro aí se encontrava, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: “Não te demores
em vir ter conosco”.
39 Pedro levantou-se imediatamente e foi com eles. Logo que chegou,
conduziram-no ao quarto de cima. Cercavam-no todas as viúvas, chorando e
mostrando-lhe as túnicas e os vestidos que Dorcas lhes fazia quando
viva.
40 Pedro então, tendo feito todos sair, pôs-se de joelhos e orou.
Voltando-se para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te!” Ela abriu os olhos e,
vendo Pedro, sentou-se.
41 Ele a fez levantar-se, estendendo-lhe a mão. Chamando os irmãos e as
viúvas, entregou-lha viva.
42 Este fato espalhou-se por toda Jope e muitos creram no Senhor.
Salmo responsorial
115/116B
Que poderei retribuir
ao Senhor Deuspor tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido.
É sentida por demais pelo Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
vosso servo que nasceu de vossa serva;
mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida
eterna! (Jo 6,63.68)
Evangelho (João
6,60-69)
Naquele
tempo, 6 60 muitos dos discípulos de Jesus, ouvindo-o,
disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?”
61 Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes:
“Isso vos escandaliza?
62 Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava
antes?
63 O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos
tenho dito são espírito e vida.
64. Mas há alguns entre vós que não crêem”. Pois desde o princípio Jesus
sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.
65. Ele prosseguiu: “Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu
Pai não lho for concedido”.
66. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com
ele.
67. Então Jesus perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos?”
68. Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as
palavras da vida eterna.
69. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!”
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Discípulos
em Crise...
O leitor mais atento vai
perceber que nesta semana Jesus insistiu muito na necessidade da Fé Nele
próprio, que é o Filho de Deus descido do céu, uma Fé que requer intimidade
com ele, comendo sua carne e bebendo seu sangue, para ter a Vida Eterna que
ele próprio, revelando-se como alimento que transmite e que dá a aquele que
crê a Vida Eterna, mesmo com todas as limitações humanas. Que essas
afirmações nos debates com os Judeus, acabou transformando-se em provas para
a sua condenação, porque para os Judeus da "gema", para quem a
referência máxima do Deus da Aliança era Moisés, isso era uma blasfêmia,
passível de condenação.
Hoje alguns discípulos
menos preparados também acabam se escandalizando com essa revelação e a crise
está estabelecida na comunidade. Pois estes pensam exatamente como os Judeus
conservadores, Jesus Cristo é bem conceituado entre eles, como grande profeta
enviado por Deus (mas não Deus) homem de grandes prodígios e de uma sabedoria
que causava admiração na comunidade, mas ainda o conceituavam em um patamar
inferior a Moisés, isso é, estavam presos aos laços da carne e não conheciam
outra vida que não fosse a Biológica, onde a grande bênção de Deus se
manifestava na prosperidade material e na descendência, exatamente como havia
prometido a Abraão.
Por isso, diante da
afirmativa de Jesus de "O Espírito é que vivifica, a carne de nada
serve, e que suas palavras são espírito e Vida...." desencadeou-se uma
crise entre eles. Isso se aplica tanto ao grupo dos discípulos, onde a
dificuldade de pensar as coisas de Deus, era muito grande, como também as
comunidades do fim do primeiro século do Cristianismo.
E a frase que provocou
ainda mais a crise foi esta "Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não
for concedido", esse foi o estopim que eclodiu na comunidade, onde no
pensamento judaico, as boas obras aproximavam o homem de Deus e o
justificavam, Deus era estático, o homem é que se move em sua direção. Jesus
havia acabado de dizer que as "boas obras" e a observância de toda
Lei, eram apenas as placas sinalizadoras do Caminho, que era Ele próprio. A
essas alturas do campeonato, muitos fizeram as malas e deixaram a comunidade,
Judas foi o primeiro, atrás dele foram outros da comunidade de João, no
primeiro século da Igreja, e hoje também a toda Hora tem cristão abandonando
o barco, porque não concorda com a Fé proclamada por uma Igreja
Cristocêntrica, institucional e mística, humana e Divina, onde o elo entre
Deus e o Homem é a Eucaristia...quem comer a minha carne e beber do meu
sangue permanece em mim e eu nele...
Diante da crise
estabelecida, Jesus fez o contrário de certas lideranças fajutas, que não
querendo perder ovelhas, abranda o discurso, ameniza a prática cristã, abre
um caminho mais fácil e menos exigente, principalmente em nossos tempos. Mas
Jesus encarou os que ficaram, e em vez de parabenizá-los e rasgar elogios por
não terem abandonado a comunidade, endureceu ainda mais o "jogo"
" Quereis vós também retirar-vos? " ou seja, para quem não aceitar
esta verdade, vivendo o cristianismo do jeito que ele é, a porta da rua é a
serventia da casa...
E nesta hora é belíssimo de
Pedro, que não era nenhum super apóstolo, tinha muitas limitações, mas em seu
coração professava uma Fé descomunal em Jesus, porque o Via como o próprio
Deus "Senhor, a quem iremos se só tu tens palavras de Vida
Eterna".....Talvez muita gente competente e intelectual, gente
importante que poderia fazer a diferença na comunidade, a tenha abandonado,
os que ficaram são simples mas fervorosos, pois em nossas comunidades o que
vale é a Fé em Jesus
Cristo, e não o brilho das pessoas, ou seu status, poder ou
prestígio. Uma Fé assim, uma igreja assim, um Jesus Cristo assim, Real e
Verdadeiro como João nos apresenta, é PEGAR ou LARGAR...não tem meio termo ou
mais ou menos...
2. Esta palavra é
dura. Quem consegue escutá-la?
A objeção não vem, agora,
dos judeus, como é o caso nos versículos precedentes, mas de muitos dos
próprios discípulos de Jesus: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?”
(v. 60).
Trata-se um grupo diferente
e mais amplo que o dos Doze. Não é somente dos judeus que vem a dificuldade
de crer em Jesus, mas também dos discípulos, daqueles que foram atraídos pela
palavra e pelos sinais que Jesus realizava, havia resistência. Em que a
palavra é dura? Ela é difícil de ser compreendida; é dura pelo que exige de
quem adere a Jesus; é dura porque exige abertura à novidade de um novo tempo
oferecido por Deus à humanidade, novo tempo inaugurado pela encarnação do
Verbo; é dura porque exige uma conversão profunda e uma mudança de
mentalidade. “É o Espírito que dá a vida” (v. 63; Gn 2,7).
Somente no e pelo Espírito
é que se pode compreender e fazer a experiência de que as palavras de Jesus
fazem viver, pois são um sopro de vida. O abandono de muitos dos discípulos
de seguirem Jesus é a ocasião para Pedro fazer uma verdadeira profissão de
fé: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna?” (v. 68). Mas o
seguimento e a fé só podem ser autenticamente vividos na liberdade: “Vós
também quereis ir embora?” (v. 67).
ORAÇÃO
Pai, dá-me inteligência para compreender as palavras de Jesus e aderir a
elas, pois só assim estarei seguro de estar acolhendo a salvação que me
ofereces.
3. UMA LINGUAGEM DURA
A obstinação dos
adversários de Jesus chegou a contaminar os discípulos. O linguajar acerca do
alimento eucarístico parecia-lhes cada vez menos compreensível. O simbolismo
das palavras carne, sangue, comer, beber, possuir a vida etc., por não ter
sido decodificado, não permitia que as pessoas intuíssem o que Jesus
realmente queria dizer.
A situação agravou-se,
quando os próprios discípulos de Jesus começaram a se escandalizar com a
linguagem do Mestre. Não se pode ignorar, que eles viviam no mesmo ambiente
cultural e teológico dos adversários de Jesus. A superação de seus esquemas
mentais não era só questão de vontade ou de amizade com Deus. Era coisa muito
mais séria.
Os discípulos eram
convidados a abrir mão daquele universo teológico rígido e contaminado por
uma mentalidade demasiado estreita, para aderir à proposta de Jesus. Esta foi
a mesma exigência que o Mestre impôs aos seus adversários.
Muitos discípulos, incapazes de dar o salto qualitativo
da fé, optaram por afastar-se do Mestre, aliando-se aos seus adversários.
Entretanto, os que permaneceram foram também desafiados a fazer o mesmo. A
intervenção de Pedro foi fundamental para recolocar as coisas nos seus
devidos lugares. Era inútil correr atrás de outros mestres. Só em Jesus
encontram-se palavras de vida eterna.
Oração
Espírito de convicção, que eu me deixe convencer pelas palavras de Jesus, e
as acolha, na certeza de que, só nelas, conseguirei a vida eterna.
|
Liturgia
do Domingo 14.04.2013
4º Domingo de Páscoa — ANO C
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO –
IV SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "O CORDEIRO-PASTOR DA HUMANIDADE: Eu conheço as
minhas ovelhas e elas me seguem!" __
Ambientação:
(Sugestões: Neste domingo do Bom Pastor, na procissão de entrada ou
das oferendas, pode-se apresentar símbolos da caminhada pastoral da
comunidade: cajado, sandálias, instrumentos de trabalho das várias
pastorais.)
Sejam bem-vindos
amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Liturgia deste domingo nos mostra Jesus como o Bom
Pastor, como o único Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Por isso, hoje,
somos convidados por Jesus, Bom Pastor, a fazer parte de seu rebanho e
aprender dele o jeito de ser Igreja. O Pastor dá a vida pelas ovelhas, de
modo que ninguém as arranque de suas mãos. Assim foi a vida de Jesus no trato
com os discípulos. Deu-se sem reservas, a ponto de doar a própria vida,
convicto de que ninguém seria tão forte a ponto de desencaminhá- los.
Deixemos que Jesus, nesta Missa, entre no nosso coração e nos guie pela mão.
Neste domingo, a Igreja também nos convida a celebrar a jornada mundial pelas
vocações. Um dia no qual devemos pedir a Deus que envie muitos e santos
pastores, para que seu rebanho nunca pereça. No próximo dia 23, celebraremos
os 200 anos de nascimento de Frederico Ozanam e os 180 anos da criação da
conferência dos vicentinos. Frederico Ozanam como Vicente de Paulo foi
pioneiro numa visão de igreja que o Vaticano II marcou fortemente em seus
documentos. Um conceito de igreja predominantemente laical que Frederico
Ozanam herdou de São Vicente de Paulo. Uma igreja na qual o pobre é o espelho
de Cristo e que precisamente por isso é uma igreja viva e que se manifesta
aos olhos dos seguidores de Cristo.
INTRODUÇÃO DO
FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos o Domingo do Bom Pastor e a Jornada Mundial
pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas, que neste ano têm um sentido
especial para os jovens, por causa da jornada Mundial da Juventude, de 23 a 28 de julho, no Rio de
Janeiro. Fazer discípulos entre todas as nações é um chamado que precisa da
presença de sacerdotes, religiosos e religiosas, os quais devem ser os
pioneiros na evangelização. Além disso, nos preparamos para a 112ª Romaria da
Arquidiocese a Aparecida, no dia 05 de maio próximo. Então, enquanto romeiros
em busca da Terra Prometida, procuremos aprofundar a nossa intimidade com
Cristo ressuscitado, a fim de sermos seus verdadeiros discípulos e
missionários e atuar como sal e luz na cidade de São Paulo.
INTRODUÇÃO DO
WEBMASTER: Na
realidade da pessoa do Cristo se identificam as imagens do cordeiro-servo de
Javé e do pastor-guia do povo em seu contínuo êxodo religioso. Na primeira
imagem é expressa a proximidade conosco, pela qual o Filho de Deus quer
assemelhar-se em tudo a seus irmãos, partilhar seu destino até à morte,
derramando seu sangue inocente para nos resgatar. Na outra, é expresso o amor
misericordioso de Deus que o Cristo nos deu a conhecer, vivo em sua pessoa,
diversamente dos outros chefes religiosos e políticos do povo, que também se
apresentavam como pastores em nome de Deus. O pastor supremo das nossas almas
percorreu pessoalmente o itinerário que nos indica: a "grande
tribulação" que tem como termo - dom gratuito de Deus - uma felicidade
paradisíaca simbolizada nas "fontes das águas da vida".
Sintamos em nossos
corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!
IV DOMINGO DA PÁSCOA
Antífona da
entrada: A terra está
repleta do amor de Deus; por sua palavra foram feitos os céus, aleluia! (Sl
32,5s)
Comentário das
Leituras: Jesus,
Messias e Filho de Deus, é fonte perene de vida para todos aqueles que o seguem.
Na origem da missão de Jesus, o Bom Pastor, está a ação do Pai que entregou
as ovelhas a seus cuidados. Como pastor fiel, não se poupa em se tratando de
defender o rebanho. Cristo ressuscitado é o Bom Pastor e o Cordeiro imolado
que governa a terra e o céu. Ouçamos com atenção.
Primeira Leitura
(Atos 13,14.43-52)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
13 14 Mas eles,
deixando Perge, foram para Antioquia da Pisídia. Ali entraram em dia de
sábado na sinagoga, e sentaram-se.
43 Depois que a assembléia terminou, muitos judeus e prosélitos devotos
seguiram Paulo e Barnabé, os quais com muitas palavras os exortavam a
perseverar na graça de Deus.
44 No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra
de Deus.
45 Os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e puseram-se a
protestar com injúrias contra o que Paulo falava.
46 Então Paulo e Barnabé disseram-lhes resolutamente: “Era a vós que em
primeiro lugar se devia anunciar a palavra de Deus. Mas, porque a rejeitais e
vos julgais indignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os pagãos.
47 Porque o Senhor assim no-lo mandou: ‘Eu te estabeleci para seres luz
das nações, e levares a salvação até os confins da terra’”.
48 Estas palavras encheram de alegria os pagãos que glorificavam a
palavra do Senhor. Todos os que estavam predispostos para a vida eterna
fizeram ato de fé.
49 Divulgava-se, assim, a palavra do Senhor por toda a região.
50 Mas os judeus instigaram certas mulheres religiosas da aristocracia e
os principais da cidade, que excitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé
e os expulsaram do seu território.
51 Estes sacudiram contra eles o pó dos seus pés, e foram a
Icônio.
52 Os discípulos, por sua vez, estavam cheios de alegria e do Espírito
Santo.
Salmo responsorial
99/100
Sabei que o Senhor, só ele,
é Deus, nós somos seu povo e seu rebanho.
Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
ide a ele cantando jubilosos!
Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,
ele mesmo nos fez e somos seus,
nós somos seu povo e seu rebanho.
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!
Segunda Leitura
(Apocalipse 7,9.14-17)
Leitura da primeira carta de são João.
7 9 Depois disso,
vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e
língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes
brancas e palmas na mão,
14 Respondi-lhe: “Meu Senhor, tu o sabes”. E ele me disse: “Esses são os
sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no
sangue do Cordeiro.
15 Por isso, estão diante do trono de Deus e o servem, dia e noite, no
seu templo. Aquele que está sentado no trono os abrigará em sua tenda. Já não
terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum os abrasará,
16 porque o Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os
levará às fontes das águas vivas; e Deus enxugará toda lágrima de seus
olhos”.
Aclamação do
Evangelho
Aleluia, aleluia,
aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim
fala o Senhor (Jo 10,14).
EVANGELHO (João 10,27-30)
27 Disse Jesus: “As
minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me
seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e
ninguém as roubará de minha mão.
29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode
arrebatar da mão de meu Pai.
30 Eu e o Pai somos um”.
TEXTOS
BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Br - At 11,1-18; Sl 41(42), 2-3;42(43),3-4; Jo 10,1-10
3ª Br - At 11,19-26; Sl 86 (87); Jo 10,22-30
4ª Br - At 12,24-13,5a; Sl 66 (67); Jo 12,44-50
5ª Br - At 13,13-25; Sl 88 (89); Jo 13,16-20
6ª Br - At 13,26-33; Sl 2; Jo 14,1-6
Sb Br - Gn 1,26-2,3 ou Cl 3,14-15.17.23-24; Sl 89 (90); Mt 13,54-58
5º DOMINGO DA PÁSCOA. At 14,21b-27; Sl 144 (145),8-9. 10-11. 12-13ab (R/ cf.
1); Ap 21,1-5a; Jo 13, 31-33a.34-35 (Glorificação e amor)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. NINGUÉM VAI
ARRANCÁ-LAS DE MIM...
Vivemos em um tempo em que
infelizmente somos muitas vezes dominados pelo medo e a insegurança porque
vemos a ação do mal por todos os cantos.
Olhamos para nós mesmos e
sentimos que embora nos esforcemos por viver bem, inúmeras vezes pecamos, por
falta de amor, de fidelidade, de perseverança, de confiança em Deus, na
própria igreja só olhamos a instituição, a igreja humana e às vezes o
desânimo é tanto que não enxergamos a igreja divina, instituída por Jesus, e
da qual participamos pelo nosso Batismo, apesar de sermos indignos.
Sentimo-nos ameaçados a todo o momento e o medo de sucumbir no mal, é muito
grande e diante do avanço das forças do mal, sentimo-nos impotentes.
Possivelmente era também
esse o estado de espírito das comunidades de João no primeiro século da era
cristã, por causa das intensas perseguições do império romano e dos próprios
judeus ao cristianismo. O medo e a insegurança podem fazer–nos render diante
do mal.
“Elas jamais hão de perecer
e ninguém as roubará de minha mão. Meu pai que mas deu, é maior que todos; e
ninguém as poderá arrebatar do meu pai. Eu e o pai somos um” - é uma
afirmativa de Jesus no evangelho desse domingo, que refletido em profundidade
irá nos tirar a todos desse marasmo, do comodismo e conformismo diante do
mal.
A primeira idéia é de
proteção, estamos nas mãos do Pai e do seu Filho Jesus e nada de mal irá nos
ocorrer, podemos ficar tranqüilos e basta apenas que cumpramos nossas
obrigações religiosas para com Deus e a igreja de Cristo. Esse pensamento é
nefasto porque nos conduz a passividade e perdemos a capacidade de nos
indignar diante de fatos ocasionados pelo mal. A outra idéia errada que
podemos ter, é de que o nosso Deus é possessivo quando fala que ninguém nos
arrancará de suas mãos.
Mas a mensagem é bem outra
e aqui podemos nos lembrar das narrativas do livro dos reis, que enfoca a
bravura e a coragem de Davi quando ainda pastor, que quando via o seu rebanho
atacado pelo lobo, se atirava sobre ele e o estraçalhava com a força do seu
braço e dos seus dentes. Talvez nos falte hoje essa bravura e esta coragem
diante das forças do mal, temos medo do que vemos e assistimos no dia a dia,
não queremos nos envolver ou nos comprometer com algum posicionamento mais
radical contra a maldade presente no coração de muitos que matam, roubam,
enganam, manipulam.
Temos medo de testemunhar o
evangelho e sermos taxados de antiquados, retrógrados, preferimos muitas
vezes nos deixar levar pela onda, “é melhor não falar, é melhor não dar a
minha opinião, alguém pode não gostar”. Agimos assim no trabalho, na
política, no ensino, na comunidade e na família. Preferimos ficar rezando
para que Deus toque no coração dos que estão dominados pelo mal, fazemos a
nossa parte rezando.
O evangelho de hoje é um
incentivo e um grito de esperança e de ânimo para quem quiser ir à luta,
combatendo abertamente o mal, não as pessoas, presente em todos os lugares.
Cristo Jesus nosso único pastor nos deu a vida eterna, nos libertou e nos
redimiu com seu sangue, fomos assim resgatados das forças do mal, pertencemos
a Deus e o Pai nos confiou a seu Filho Jesus, “ninguém conseguirá nos
arrebatar de suas mãos poderosas” , Jesus e o Pai são um, e com ele nós somos
a Igreja, com a missão de evangelizar, de anunciar a verdade, a justiça e a
paz, o Shalom que evoca a presença de Jesus em nosso meio. Não há o que
temer! Mas é preciso ser discípulo, seguidor de Jesus, não tremer, não vacilar
e nem recuar diante do mal.
É preciso conhecer a sua
voz, sua palavra de ordem do evangelho, diante de tantas falsas palavras que
nos iludem, oferecendo-nos um mundo novo que não passa de uma fantasia. Só
Jesus é o nosso pastor e mais ninguém.
Ele é a nossa rocha, nossa
fortaleza e segurança, o mal presente em nós, o pecado dos nossos irmãos, o
mal presente na sociedade de tanta morte e violência, não conseguirá nos
arrancar de suas mãos. Basta crer e se comprometer com o seu reino. E assim
podermos rezar na firmeza do salmo 99 “sabei que o Senhor, só ele é Deus, nós
somos seu povo e seu rebanho”.
2. O pastor dá a vida por suas ovelhas
As palavras de Jesus eram,
ao mesmo tempo, sedutoras e desconcertantes, e causavam divisão entre os
judeus: para alguns Jesus era um endemoninhado e louco, outros tinham dúvida
(cf. Jo 10,19-21).
O texto do evangelho deste
domingo nos oferece a possibilidade de composição de lugar: era inverno por
ocasião da festa da Dedicação do Templo (1Mc 4,52-59); Jesus está no Templo,
caminhava no Pórtico de Salomão (vv. 22-23). Os judeus querem uma resposta
clara, sem rodeios, à seguinte pergunta: “Até quando nos manterás em
suspense? Se és o Messias, dize-o claramente!” (v. 24). No entanto, nenhuma
resposta seria convincente (ver: Lc 22,68).
Lembremo-nos de que para os
judeus a afirmação da messianidade deveria vir acompanhada de gestos
espetaculares: “Que sinal realizas para que creiamos em ti?” (Jo 6,30). Em
nenhum dos evangelhos Jesus diz claramente ser o Messias. Como sói acontecer,
Jesus não irá responder com a clareza pretendida por eles. Ao invés de
responder diretamente à questão, Jesus passa a falar de suas ovelhas (vv.
27-30).
Lembremo-nos de que, em
todo o Antigo Testamento, o povo de Israel é comparado a um rebanho, e Deus a
um pastor (ver: Sl 23[22]). As ovelhas que escutam a voz é que conhecem o
Pastor. A afirmação de Jesus referida às suas ovelhas, “eu lhes dou a vida
eterna” (v. 28), estarrece os judeus, pois quem pode dar a vida eterna, a não
ser Deus? Mas é em Jesus que Deus nos faz viver plenamente. As ovelhas são
confiadas a Jesus pelo Pai (v. 29). É nas mãos do Filho e do Pai que as
ovelhas estão. Nas mãos de Deus as ovelhas estão em segurança. Nas
mãos fortes do Filho as ovelhas jamais se perderão.
O autor do Deuteronômio
diz: “Todos os santos estão em tua mão” (Dt 33,3). Jesus afirma uma unidade
profunda entre ele e o Pai: “Eu e o Pai somos um” (v. 30). Para quem todo dia
recitava o Shemá Israel, a afirmação de Jesus soava a blasfêmia e escândalo.
ORAÇÃO
Espírito de proteção, nunca me falte teu amparo, especialmente nos momentos
em que os adversários tentam afastar-me do Mestre Jesus.
3. AS OVELHAS PROTEGIDAS
O relacionamento de Jesus
com seus discípulos articulava-se na base do diálogo, do conhecimento e da
proteção. O imenso amor do Mestre era o pano de fundo deste relacionamento.
O ministério de Jesus
consistiu em orientar seus discípulos sobre o Reino do Deus e suas
exigências; falar-lhes do Pai, revelando seu perdão e sua misericórdia;
ensinar-lhes o mandamento do amor mútuo.
É próprio do discípulo
escutar as palavras do Mestre, ou seja, aderir a elas, transformando-as em
projeto de vida.
Os evangelhos referem-se à
capacidade que Jesus tinha de conhecer o íntimo das pessoas. Ele sabia o que
se passava no coração de seus interlocutores, mormente, do seu grupinho de
seguidores. Não lhe passava despercebido a personalidade de cada um, com suas
limitações e suas possibilidades. Tinha consciência de como suas palavras
eram recebidas, às vezes, de maneira deturpada. Mantinha-se, contudo,
otimista quanto à possibilidade de vê-los crescer, apesar dos altos e baixos.
O seguimento, portanto, acontecia, sem ilusão por parte de Jesus.
O pequeno grupo de
discípulos era uma espécie de sementinha, plantada com muita esperança. Era
preciso ampará-los, e não deixá-los perecer diante das investidas do
adversário. Eles constituíam o presente do Pai para Jesus. Por isso, o Mestre
assim os tratava, consciente de ter recebido do Pai uma tarefa que devia ser
cumprida com total dedicação.
Oração
Espírito de proteção, nunca me falte teu amparo, especialmente nos
momentos em que os adversários tentam afastar-me do Mestre Jesus.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário