Liturgia da Segunda Feira — 21.01.2012
SANTA
INÊS - VIRGEM E MÁRTIR
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS SANTOS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Esta é uma virgem sábia, do número das prudentes, que
foi ao encontro de Cristo com sua lâmpada acesa.
Leitura (Hebreus 5,1-10)
Leitura da carta aos Hebreus.
5 1 Em verdade, todo pontífice é
escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas
coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos
pecados. 2 Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque
também ele está cercado de fraqueza. 3 Por isso, ele deve oferecer
sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos pecados do povo.
4 Ninguém se apropria desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão. 5 Assim também Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice. Esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". 6 como também diz em outra passagem: "Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec". 7 Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade. 8 Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. 9 E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, 10 porque Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de Melquisedec.
Salmo responsorial
109/110
Tu és sacerdote eternamente
Segundo a ordem do rei Melquisedeque!
Palavra do Senhor ao meu Senhor:
"Assenta-te ao lado meu direito Até que eu ponha os inimigos teus Como escabelo por debaixo de teus pés!"
O Senhor estenderá desde Sião
Vosso cetro de poder, pois ele diz: "Domina com vigor teus inimigos.
Tu és príncipe desde o dia em
que nasceste;
Na glória e esplendor da santidade, Como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!"
Jurou o Senhor e manterá sua
palavra:
"Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem do rei Melquisedeque!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12). Evangelho (Marcos 2,18-22)
2 18 Ora, os discípulos de
João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram-lhe perguntar: "Por que
jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não
jejuam?"
19 Jesus respondeu-lhes: "Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é -possível jejuar. 20 Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão. 21 "Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão. 22 E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e perder-se-á juntamente com os odres mas para vinho novo, odres novos."
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Quando se perde o
melhor da Festa...
Jejum no contexto desse
evangelho significa uma interiorização para aquilo que há de vir, significa
guardar toda a alegria para exultar-se quando vier Aquele que o nosso coração
sonha e alimenta a esperança. Na Bíblia, que conta a experiência de Vida de
um Povo com seu Deus, vira e mexe se compara o Reino com um grande banquete.
Para o povo simples de Israel, principalmente os mais pobres, que tinham
apenas uma refeição principal ao dia, imaginar um banquete já trazia alegria
no coração além de água na boca. Banquetear-se é comer "até ficar
triste" como diz o povo. Pois o Reino era assim anunciado, muita comida
e bebida, carnes gordas e vinhos nobres.
Não podemos interpretar
literalmente o texto Bíblico que faz essa comparação, senão vamos pensar que
o Deus Cristão é aquele que enche o nosso estômago. Não é isso! Deus
manifestado em Jesus é aquele que sacia toda nossa fome, preenche totalmente
todo nosso ser fazendo-nos realizar plenamente a ponto de não sentirmos falta
de nada nesta vida quando vivemos com ele a comunhão. Não é assim que saimos
de um banquete? Barriga cheia totalmente satisfeitos... Dizem até que na
cultura judaica, o convidado, em um gesto de gratidão e delicadeza deveria,
ao final da refeiçao "arrotar" demonstrando assim a sua plena
satisfação...
Pois os discípulos de Jesus já
estavam comendo e se arregalando em uma festança danada de boa, com a
presença entre eles, do próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto
que os de João e os Fariseus ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera
do noivo e assim perdendo o melhor da festa... Enquanto estes vinham com o
milho, os de Jesus já retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é
porque os discípulos de Jesus eram mais espertos ou mais inteligentes mas sim
porque abriram o coração para acolher com alegria o Mestre Jesus que trazia
algo de novo e inédito, que a velha religião não tinha para oferecer. Crer em
Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo exigias um despreendimento de todo
pensamento antigo, da tradiçao religiosa do passado. E daí, os que se
julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus, não queriam abrir mão de
suas convicções religiosas, era melhor ficar com o legalismo e o
religiosamente correto do que correr o risco de perder a salvação.
Hoje o recado é muito válido a
todos nós cristãos do segundo, a essência da verdadeira relação com Deus é o
amor, a busca da justiça e da igualdade, o respeito e a valorização da vida
humana, se não nos abrirmos e nos adequarmos para o método novo de
evangelização e de anuncio do Reino na pós modernidade, ficando fechados em
nossas velharias religiosas, com a mente e o coração trancados para os que
pensam diferente, estamos pregando retalho de pano novo em roupa velha, o
tecido não irá resistir.
A essência do Cristianismo é
sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de hoje e de
sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão vamos todos
"mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com nossas
práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o
comportamento farisaico...
2. Reintrepretação da
prática do jejum
O tema da controvérsia é o
jejum. Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando e os discípulos
de Jesus, não. No evangelho segundo Marcos, nós não temos nenhuma notícia
sobre a prática do jejum dos fariseus e dos discípulos de João. Lucas é quem
nos informa que os fariseus jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12). O livro
do Levítico prescreve o jejum para "o dia do perdão" (Lv 16,29-30).
É bastante provável que se
trate, aqui, de uma prática ascética individual, atestada na Escritura (2Sm
12,21; 1Rs 21,27 etc.), e que se visava estender a todas as pessoas. Seja
como for, o nosso texto dá ao jejum um caráter cristológico: é em relação a
Cristo, o esposo, que o jejum deve ou não ser praticado. Há, aqui, uma
antecipação da paixão e morte de Jesus: "Dias virão em que o noivo lhes
será tirado" (v. 20).
As duas parábolas (vv. 21.22) de
caráter sapiencial apontam para a incompatibilidade entre o novo trazido por
Jesus e a rigidez e estreiteza de visão representada, sobretudo, pelos
fariseus. O jejum não é abolido, mas reinterpretado, o que implica uma nova
prática.
Oração
Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como ele nos ensinou.
3. FALANDO DE FESTA
A intransigência dos fariseus,
quanto à prática do jejum, foi firmemente rejeitada por Jesus. Para darem
prova de piedade, certos fariseus e certos discípulos de João Batista
exageravam na prática de jejuns não obrigatórios. E se admiravam por que os
discípulos de Jesus não faziam o mesmo.
O jejum tem uma forte conotação
de penitência, de recolhimento e de interiorização. Em torno desta prática,
cria-se um clima especial que ajuda o jejum a atingir seu objetivo: levar a
pessoa a se tornar senhora de si mesma, dominar seus instintos e suas
paixões.
Embora desejando que os
discípulos tivessem autocontrole, Jesus preferia que, em torno dele, houvesse
um clima festivo de alegria. Daí ter falado de sua presença no meio deles
servindo-se da metáfora da festa de casamento. Era assim que a piedade
popular entendia os tempos messiânicos. Os ditados a respeito de vestidos e
vinhos novos e velhos também situam-se neste ambiente de festa.
A presença do Messias Jesus
deveria levar o discípulo a superar toda tristeza. Com o Mestre, renascia a
esperança, pois a boa-nova do Reino descortinava um horizonte novo. Por
conseguinte, seria insensato ficar multiplicando jejuns e penitências, quando
era tempo de empenhar-se, festivamente, na vivência do amor e da
fraternidade.
Oração
Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como ele nos ensinou. |
II
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e
cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65,4).
Leitura (Hebreus
6,10-20)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos, 6 10 Deus não é injusto
e não esquecerá vossas obras e a caridade que mostrastes por amor de seu
nome, vós que servistes e continuais a servir os santos. 11 Desejamos,
apenas, que ponhais todo o empenho em guardar intata a vossa esperança até o
fim, 12 e que, longe de vos tornardes negligentes, sejais imitadores daqueles
que pela fé e paciência se tornam herdeiros das promessas.
13 Quando Deus fez a promessa a Abraão, como não houvesse ninguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, 14 dizendo: "Em verdade eu te abençoarei, e multiplicarei a tua posteridade". 15 E Abraão, esperando com paciência, alcançou a realização da promessa. 16 Os homens, com efeito, juram por quem é maior do que eles, e o juramento serve de garantia e põe fim a toda controvérsia. 17 Por isso, querendo Deus mostrar mais seguramente aos herdeiros da promessa a imutabilidade da sua resolução, interpôs o juramento. 18 Por este ato duplamente irrevogável, pelo qual o próprio Deus se proibia de desdizer-se, encontramos motivo de profunda consolação, nós que pusemos nossa perspectiva em alcançar a esperança proposta. 19 Esperança esta que seguramos qual âncora de nossa alma, firme e sólida, e que penetra até além do véu, no santuário 20 onde Jesus entrou por nós como precursor, Pontífice eterno, segundo a ordem de Melquisedec.
Salmo responsorial
110/111
O Senhor se lembra sempre da
aliança.
Eu agradeço a Deus de todo o
coração,
Junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, Elas merecem todo o amor e admiração!
O Senhor bom e clemente nos
deixou
A lembrança de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem E jamais esquecerá sua aliança.
Enviou libertação para o seu
povo,
Confirmou sua aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança! (Ef 1,17s) EVANGELHO (Marcos 2,23-28)
2 23 Num dia de sábado, o
Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher
espigas.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO24 Os fariseus observaram-lhe: "Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?" Jesus respondeu-lhes: 25 "Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26 Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros." 27 E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; 28 e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado."
1. Preservar a Vida é
sempre permitido...
Sábado para o Judeu é o dia do
Descanso em Deus, é voltar para ele por inteiro, concentrando a mente e o
coração em Deus, Criador e Libertador do homem. Por isso todas as outras
tarefas tornam-se relativas inclusive o trabalhode
colher espigas. Neste dia parava tudo, antecipava-se na sexta todas as
tarefas e reservava o sábado somente para Deus. Era uma prática coerente com
o que se acreditava, e muito bonita também entretanto...
Deus não é mais alguém distante,
que fala misteriosamente a alguns Homens como Moisés, ou se faz anunciar pela
boca dos profetas, mas Deus está ali, ao lado deles, caminhando com eles,
comendo com eles, dormindo com eles, é um Deus de carne e osso, o verdadeiro
e esperado "Emanoel", parceiro e caminhante, peregrino com o homem.
Então, porque submeter-se á práticas antigas se Jesus já está ali com eles?
E onde Jesus está, a Vida do
Homem está em primeiro lugar, nenhuma norma ou lei precede a Majestosa Lei da
preservação da Vida.
É isso que deve estar no centro
das atenções no preceito sabático, não levando -se isso em conta, a religião
torna-se um mero ritualismo, vazio e sem sentido. No centro da Religião está
a Vida que Jesus nos deu. Por isso, os discípulos de Jesus, ao sentirem fome,
colhem espigas mesmo sendo dia de sábado, a exemplo de Davi, o grande Rei
prefiguração do Messias, que ao chegar com seus homens de um dos combates,
sentiu fome e entrando no templo comeu dos pães da proposição que era
consagrado a Deus.
2. O sábado é dom de
Deus
Uma vez mais, o sábado, e mais
propriamente o descanso sabático, está no centro da controvérsia. "Por
que eles (os discípulos) fazem no dia de sábado o que não é permitido?"
(v. 24). Mas o que é permitido? Fazer o bem ou o mal, salvar uma vida ou
perdê-la? (cf. Mc 3,4).
A cena se passa numa plantação
de trigo. Segundo os fariseus, era proibido arrancar as espigas de trigo no
dia de sábado. Ora, a Torá autoriza a colheita de espigas, contanto que não
se utilize uma foice: "Se entras nos trigais do teu próximo, poderás
arrancar espigas com as mãos, mas não farás passar a foice na messe do teu
próximo" (Dt 23,26). Jesus responde à objeção recorrendo ao exemplo de
Davi (1Sm 21,1-10).
A fome e a necessidade de
manterem em boas condições a vida justificam a atitude de Davi. Trata-se de
um exemplo de peso que justifica e ilustra a defesa de Jesus a seus
discípulos. Os versículos 27 e 28, que concluem a controvérsia, lembram que o
sábado é dom de Deus (Ex 16,29), tempo de recordar a escravidão e a
libertação do Egito (cf. Dt 5,15). Por isso, o sábado é para o "Filho do
Homem" tempo privilegiado de manifestação de seu poder salvador, poder
de dar a vida, de fazer viver.
Oração
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos, sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo.
3. SUPERANDO O
LEGALISMO
Como no caso do jejum, os judeus
também era exagerados no tocante ao repouso sabático. Por isso,
escandalizam-se ao ver os discípulos de Jesus colher espigas de trigo para
comer, enquanto atravessam um trigal em dia de sábado. O fanatismo pela
observância da Lei impedia-os de fazer qualquer tipo de contemporização.
Jesus ia na direção contrária, procurando mostrar-se fiel a Deus por outros
caminhos, e ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo.
Para o Mestre a finalidade da
Lei era propiciar ao ser humano uma autêntica experiência de encontro com a
vontade de Deus. Praticar seus preceitos de maneira puramente mecânica seria
inútil. Este tipo de fidelidade exterior à vontade divina não era sinal de
que a pessoa havia superado a tirania do egoísmo. Jesus pregava uma
fidelidade criativa à Lei, de modo que, ao praticá-la, a pessoa pudesse
atingir seu objetivo.
O Mestre apresentou dois motivos
para justificar a permissão de colher espigas em dia de sábado. Em primeiro
lugar, por ter acontecido coisa semelhante com o rei Davi, o qual, num dia de
sábado, matou a fome com os pães consagrados que só aos sacerdotes era
permitido comer. Além disso, as espigas não eram consagradas como os pães. Em
segundo lugar, porque Jesus tinha autoridade, recebida do Pai, para agir como
agiu. Se os discípulos estavam comendo para poder continuar a missão, por que
censurá-los?
Oração
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos, sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo. |
II
SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e
cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65,4).
Leitura (Hebreus
7,1-3.15-17)
Leitura da carta aos Hebreus.
7 1 Este Melquisedec, rei de
Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão quando
este regressava da derrota dos reis e o abençoou, 2 ao qual Abraão ofereceu o
dízimo de todos os seus despojos, é, conforme seu nome indica, primeiramente
"rei de justiça" e, depois, "rei de Salém", isto é,
"rei de paz". 3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, a sua vida não
tem começo nem fim; comparável sob todos os pontos ao Filho de Deus,
permanece sacerdote para sempre.
15 Isto se torna ainda mais evidente se se tem em conta que este outro sacerdote, que surge à semelhança de Melquisedec, 16 foi constituído não por prescrição de uma lei humana, mas pela sua imortalidade. 17 Porque está escrito: "Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec".
Salmo responsorial 109/110
Tu és sacerdote eternamente
segundo a ordem do rei Melquisedeque!
Palavra do Senhor ao meu Senhor:
"Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!"
O Senhor estenderá desde Sião
vosso cetro de poder, pois ele diz: "Domina com vigor teus inimigos.
Tu és príncipe desde o dia em
que nasceste;
na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!"
Jurou o Senhor e manterá sua
palavra:
"Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23). Evangelho (Marcos 3,1-6)
Naquele tempo, 3 1 entrou
Jesus na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2 Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem. 3 Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio." 4 Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam. 5 Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada. 6 Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de perder.
1. Os Moralistas de
plantão...
Na sinagoga havia muita gente
piedosa mas havia também os moralistas de plantão, aqueles que ficam de olho
na vida das pessoas, quem são e o que fazem, para poder condená-las. Naquele
dia havia um homem na celebração que sofria de uma enfermidade em uma das
mãos, e como era sábado, a "turma do amendoim", dos que gostam de
fazer tudo certinho, ficaram de olho em Jesus porque sabiam que ele iria
querer curar aquele homem e era dia de sábado.
Jesus sempre percebia as
intenções dos seus adversários e então chamou para o meio da comunidade o
homem da mão seca, e fez uma pergunta muito provocante "No sábado é
permitido fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou matar?". Os seus
adversários ficaram sem resposta...
O que está no centro da lei de
Moisés é o homem e a sua vida, o resto é relativo.Todo dia e toda hora é hora
de se fazer o bem, nenhuma lei poderá cercear a liberdade de se fazer o bem a
uma pessoa. Para o homem que teve a sua mão curada, a partir daquele dia o
Sábado passou a ter um significado especial, pois foi o dia em que ele fez a
experiência com Jesus Cristo, o Deus da Vida que quer o bem de todos.
Já os Fariseus, cumpridores
ferrenhos de toda a lei, naquele sábado, longe de estar perto de Deus em seu
repouso, premeditaram o mal em seus corações, quando decidiram conspirar
contra Jesus para prendê-lo. Quando somos moralistas em excesso, e agimos com
rigor ao olhar o comportamento do irmão, não experimentamos o que Deus trem
de mais especial para o homem: sua misericórdia e seu infinito amor.
Esse Cristo que coloca a Vida e
a dignidade das pessoas acima de qualquer lei ou interesse, continua a
incomodar a muitos que querem "matá-lo" no coração das pessoas, no
seio da família e até nas comunidades.
2. Para Jesus importa
fazer o bem, salvar a vida
É a última perícope das
"controvérsias galileanas". Permanece o sábado como unidade de
tempo, que continua a ser objeto importante de desacordo e distância entre
Jesus e seus opositores. Parece que o "eles" do versículo 2 sejam
os fariseus e os herodianos (cf. v. 6).
Para eles fazer o bem no dia de
sábado é não fazer; para Jesus, ao contrário, fazer o bem é agir em favor do
outro, libertá-lo de suas amarras, e não fazer nada é fazer o mal, pois não
existe alternativa neutra: "Em dia de sábado, o que é permitido: fazer o
bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar?" Talvez a indiferença dos
que o acusavam ("ficaram calados") é que tenha levado o narrador a
concluir que a causa da distorção na interpretação da lei do descanso
sabático seja a "dureza de coração" (v. 5).
Aparece, aqui, no final das
controvérsias galileanas o desejo de matar Jesus. Desde o início do evangelho
de Marcos, o ouvinte ou leitor do evangelho sabe que a interpretação e a
consequente prática da lei foi um dos motivos da condenação e morte de Jesus.
O outro motivo será a "inveja" (Mc 15,10).
A antecipação do motivo da
condenação e morte de Jesus, no início do evangelho, fez com que muitos
comentaristas considerassem o evangelho de Marcos um grande relato da paixão.
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal.
A deficiência física do homem
encontrado por Jesus, na sinagoga, era mais grave do que, à primeira vista,
se podia imaginar. Na antropologia bíblica, a mão está carregada de
simbolismo. A partir deste universo simbólico é que se deve interpretar a
situação do homem da mão ressequida.
A mão está ligada à idéia de
força e de poder. Estar na mão do outro significava estar sob o seu poder.
Para falar do poder da língua, um provérbio bíblico refere-se à "mão da
língua". A expressão "salvar-se com as próprias mãos" tinha o
sentido de salvar-se com as próprias forças. Diz-se que os habitantes de determinada
cidade não puderam fugir, por ocasião de um incêndio, porque "as mãos
não estavam com eles", isto é, não tinham forças nem possibilidade de
escapar. A mão direita era sinal de força, de sabedoria e de felicidade. Já a
mão esquerda era sinal de fraqueza, de ignorância e de desgraça.
Entende-se, assim, por que a
iniciativa de cura foi de Jesus e não do homem doente. Este havia se tornado
uma pessoa sem iniciativa e incapaz de lutar por seus direitos. Nestas
condições, era vítima da desumanização.
Curando-o, Jesus tomou a
iniciativa de humanizá-lo, de fazê-lo voltar a ser gente, com força e poder
para lutar pelos seus direitos. É como se tivesse sido recriado! Com a mão
recuperada, estava novamente apto para fazer o bem.
Oração
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las para fazer o mal. |
SÃO
FRANCISCO DE SALES - BISPO E DOUTOR
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu
coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Leitura (Hebreus
7,25-8,6)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos, 7 25 é por isso que a
Jesus é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus,
porque vive sempre para interceder em seu favor.
26 Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos céus, 27 que não tem necessidade, como os outros sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro pelos pecados próprios, depois pelos do povo; pois isto o fez de uma só vez para sempre, oferecendo-se a si mesmo. 28 Enquanto a lei elevava ao sacerdócio homens sujeitos às fraquezas, o juramento, que sucedeu à lei, constitui o Filho, que é eternamente perfeito. 8 1 O ponto essencial do que acabamos de dizer é este: temos um Sumo Sacerdote, que está sentado à direita do trono da Majestade divina nos céus, 2 Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, erigido pelo Senhor, e não por homens. 3 Todo pontífice é constituído para oferecer dons e sacrifícios. Portanto, é necessário que ele tenha algo para oferecer. 4 Por conseguinte, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria, porque já existem aqui sacerdotes que têm a missão, de oferecer os dons prescritos pela lei. 5 O culto que estes celebram é, aliás, apenas a imagem, sombra das realidades celestiais, como foi revelado a Moisés quando estava para construir o tabernáculo: "Olha, foi-lhe dito, faze todas as coisas conforme o modelo que te foi mostrado no monte". 6 Ao nosso Sumo Sacerdote, entretanto, compete ministério tanto mais excelente quanto ele é mediador de uma aliança mais perfeita, selada por melhores promessas.
Salmo responsorial 39/40
Eis que venho fazer, com prazer,
A vossa vontade, Senhor!
Sacrifício e oblação não
quisestes,
Mas abristes, Senhor, meus ouvidos; Não pedistes ofertas nem vítimas, Holocaustos por nossos pecados, E então eu vos disse: "Eis que Senhor!"
Sobre mim está escrito no livro:
"Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!"
Boas novas de vossa justiça
Anunciei numa grande assembléia; Vós sabeis: ao fechei os meus lábios!
Mas se alegre e em vós rejubile
Todo ser que vos busca, Senhor! Digam sempre: "É grande o Senhor!" Os que buscam em vós seu auxílio.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10). EVANGELHO (Marcos 3,7-12)
3 7 Jesus retirou-se com os
seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão, vinda da
Galiléia.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO8 E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do além-Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidônia veio a ele uma grande multidão, ao ouvir o que ele fazia. 9 Ele ordenou a seus discípulos que lhe aprontassem uma barca, para que a multidão não o comprimisse. 10 Curou a muitos, de modo que todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a ele para o tocar. 11 Quando os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: Tu és o Filho de Deus! 12 Ele os proibia severamente que o dessem a conhecer.
1. Amor Humilde
O jeito de ser de Jesus, suas
palavras e suas atitudes atraem multidões, nos dias de hoje ele seria um Pop
Star dos mais bem sucedidos, pois com o Ibope garantido é só trabalhar bem o
marketing pessoal e o sucesso de uma carreira bem sucedida está assegurado. A
multidão, as pessoas e os Fãs Clubes são como uma escada por onde o Ídolo vai
subindo até galgar alturas inimagináveis como por exemplo o Rei do Rock Elvis
Presley cuja atração pela sua pessoa superou até a morte e assim criaram o
slogan “Elvis não morreu”, por que?
É só perguntar para as agências
que exploram a marca “Elvis”, e que faturam milhões com a sua marca, as
imagens de seus trejeitos e suas músicas, e com Michel Jackson está ocorrendo
o mesmo. Nos anos 60 o grupo “The Beatles” teve uma ascensão tão meteórica,
que se tornaram mundialmente famosos a ponto de um deles dizer o que muitos
hoje ainda consideram um escândalo: "Somos mais conhecidos do que Jesus
Cristo".
É necessário citar esses
exemplos para compreendermos bem quem é Jesus Cristo, Ele não é um Super
Star, um astro, Ele é o Filho de Deus Vivo e está preocupado com a Salvação
de todas as pessoas que formam aquela multidão que o procura, não olha para
as pessoas como um cifrão, e nem lhe passa no coração e na mente, algo que
com certeza passou pela cabeça dos discípulos "O que podemos ganhar com
isso".
Jesus quer discípulos,
seguidores fiéis, pessoas que vistam a camisa do Cristianismo e perseverem
até o fim, ele não quer admiradores e curiosos, Fanáticos e alienados, por
isso esquivou-se da multidão em uma barca. Não deixou de atender as
necessidades imediatas dos que o procuravam ávidos de uma cura, entretanto,
recrimina severamente os Espíritos imundos que confessavam publicamente a sua
filiação Divina.
Jesus não é o Filho de Deus por
que cura e realiza prodígios atraindo multidões, mas o seu Messianismo
verdadeiro irá se revelar na cruz do calvário onde ficará evidente o
fracasso, a humilhação a que se submeteu nesta hora em que se revela o que
Deus verdadeiramente é, o Amor oblativo, cadê as multidões ? Quando se
pratica a religião do entusiasmo e da euforia, geralmente afasta-se a imagem
de um Cristo sofredor pendurado em uma cruz... Qual é a nossa religião
afinal?...
2. Perspectiva
universal da missão de Jesus
Trata-se de um sumário que, ao
mesmo tempo, sintetiza e amplia a atividade de Jesus. Jerusalém não é o
centro das atenções, mas a Galileia e, mais especificamente, a região do Lago
de Genesaré. De todas as partes as pessoas acorrem a Jesus: da Judeia e de
Jerusalém, da Idumeia e de além do Jordão, e até de Tiro e Sidônia (v. 8),
além de uma grande multidão da Galileia (v. 7).
Há, aqui, uma perspectiva
universal da missão de Jesus: não somente os judeus, mas também os pagãos são
atraídos pela fama de Jesus. Mas o que atraía essa numerosa multidão? O nosso
texto genericamente responde: "quanta coisa ele fazia" (v. 8).
Nessa expressão deve-se
compreender o conjunto dos gestos e do ensinamento de Jesus. O sumário é,
ainda, a ocasião de apresentar a agitação dos "espíritos imundos"
que reconhecem o poder divino de Jesus pelo qual são e serão vencidos:
"ele os repreendeu" (v. 12).
Aparece ainda o tema marcano do
segredo messiânico (v. 12: "proibindo que manifestassem quem ele
era"), que já comentamos antes.
Oração
Pai, conduze-me ao teu filho Jesus, por meio do qual o Reino mostra sua eficácia em mim, fazendo a vida e a esperança renascerem em meu coração.
3. ATRAÍDOS PELA AÇÃO DE
JESUS
Para falar da atração exercida
por Jesus, o Evangelho faz um elenco dos lugares de origem das multidões que
assediavam o Mestre. Os locais mais próximos eram as cidades da Galiléia,
especialmente as que ficavam à beira do lago. Este foi o palco privilegiado
do ministério de Jesus. A fama de seus milagres e de seus ensinamentos deve
ter chegado imediatamente aos ouvidos das populações daquela região. Até
gente da capital da Judéia, Jerusalém, vinha ouvir o Mestre. Com que
intenção?
Os judeus desprezavam os
galileus. É bem possível que muitos tenham ido ver o galileu Jesus, movidos
por preconceitos, quiçá com a intenção de "desmascará-lo". Também
vinha gente do estrangeiro: da Iduméia, ao sul da Judéia, do outro lado do
rio Jordão – a Transjordânia –, e das cidades fenícias de Tiro e Sídon. Todos
estes lugares eram habitados por judeus que, sem dúvida, junto com estes
pagãos também ficavam atraídos pelo que Jesus fazia.
O Mestre limitava-se a fazer o
bem a todos, indistintamente. Ao se confrontar com a multidão, não fazia
distinção de espécie alguma. Judeus ou pagãos, todos eram igualmente curados
e libertados da opressão do mau espírito. Assim, o Reino de Deus deixava as
marcas de sua eficácia na vida de todos que se aproximavam de Jesus.
Excluía-se, apenas, quem a ele se dirigia com intenções escusas. O Mestre
tinha o dom de fazer renascer no povo a vida e a esperança!
Oração
Pai, conduze-me ao teu filho Jesus, por meio do qual o Reino mostra sua eficácia em mim, fazendo a vida e a esperança renascerem em meu coração. |
CONVERSÃO
DE SÃO PAULO
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Sei em quem acreditei; e estou certo de que o justo
juiz conservará a minha fé até o dia de sua vinda (2Tm 1,12; 4,8).
Leitura (Atos 22,3-16)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
22 3 Continuou ele: "Eu sou
judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade, instruí-me aos
pés de Gamaliel, em toda a observância da lei de nossos pais, partidário
entusiasta da causa de Deus como todos vós também o sois no dia de hoje.
4 Eu persegui de morte essa doutrina, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres. 5 O sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos me são testemunhas. E foi deles que também recebi cartas para os irmãos de Damasco, para onde me dirigi, com o fim de prender os que lá se achassem e trazê-los a Jerusalém, para que fossem castigados. 6 Ora, estando eu a caminho, e aproximando-me de Damasco, pelo meio-dia, de repente me cercou uma forte luz do céu. 7 Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: 'Saulo, Saulo, por que me persegues?' 8 Eu repliquei: 'Quem és tu, Senhor?' A voz me disse: 'Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues'. 9 Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem falava. 10 Então eu disse: 'Senhor, que devo fazer?' E o Senhor me respondeu: 'Levanta-te, vai a Damasco e lá te será dito tudo o que deves fazer'. 11 Como eu não pudesse ver por causa da intensidade daquela luz, guiado pela mão dos meus companheiros, cheguei a Damasco. 12 Um certo Ananias, homem piedoso e observador da lei, muito bem conceituado entre todos os judeus daquela cidade, 13 veio ter comigo e disse-me: 'Irmão Saulo, recobra a tua vista. Naquela mesma hora pude enxergá-lo'. 14 Continuou ele: 'O Deus de nossos pais te predestinou para que conhecesses a sua vontade, visses o Justo e ouvisses a palavra da sua boca, 15 pois lhe serás, diante de todos os homens, testemunha das coisas que tens visto e ouvido. 16 E agora, por que tardas? Levanta-te. Recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome'.
Salmo responsorial
116/117
Ide por todo o mundo, a todos
pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas
as gentes,
povos todos, festejai-o!
Pois comprovado é seu amor para
convosco,
para sempre ele e fiel!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16). EVANGELHO (Marcos 16,15-18)
16 15 Disse Jesus aos seus discípulos: "Ide por todo o
mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. 17 Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, 18 manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados".
1. Ide por todo
mundo... E São Paulo foi...
Ir para fora (parece
redundância) ir além das fronteiras, superar os limites, ter coragem de
romper com o modelo tradicional, tudo isso São Paulo Apóstolo fez com
maestria, tudo isso nós cristãos precisamos urgente fazer nos dias de hoje.
Sem dúvida que qualquer experiência religiosa não pode deixar de lado a vida
em comunidade, mas nunca podemos confundi-la com nossa missão, muita gente
pensa que a missão do cristão está em viver em comunidade, se fosse assim,
nunca Jesus teria dito IDE, mas sim PERMANEÇAM, fiquem onde estão, preservem
o grupo...
Há cristãos que pensam assim, há
igrejas que agem assim, há grupos que pensam assim e se fecham em uma
religião egoísta que não quer evangelizar coisa nenhuma, mas sim formatar a
todos, impondo um padrão de comportamento e de conduta, que aceite sem
restrições aquilo que é proposto pelos dirigentes.
Paulo de Tarso fez essa
experiência pessoal com Jesus, no caminho para Damasco, e depois de um longo
retiro espiritual, orientado por Ananias, começou a sua pregação, sem preocupar-se
com o modelo da Igreja Mãe presente
Com coragem e ousadia levou o
evangelho ao mundo Helenista, onde a sabedoria humana era a única Luz
presente na existência do homem, anunciou também nos ambientes
tradicionalmente judaicos como as sinagogas. Enfim, "teolofisou" a
sua experiência cristã, que não foi a mesma dos demais apóstolos, e expandiu
a Igreja para muito além dos muros de Jerusalém.
Foi o primeiro apóstolo a seguir
a ordem do Senhor "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda
criatura". Paulo poderia juntar-se aos demais da comunidade de
Jerusalém, ser um membro fiel e benquisto por todos, revertendo o quadro
anterior quando era um perseguidor da Igreja. Mas Paulo vai além e prega o
Evangelho aonde a rejeição e a hostilidade era uma certeza, não pensando nos
riscos que iria correr, nos perigos que teria de enfrentar, nas situações
embaraçosas que poderiam ocorrer...
Hoje, para falar de Jesus e do
seu evangelho, fora da Igreja, é preciso pensar duas vezes para não cair no
ridículo, já soube de irmãos evangélicos que perderam até o emprego por causa
do seu testemunho no ambiente de trabalho, o mesmo vi ocorrer com católicos,
que tiveram de mudar de opinião e calarem a boca diante de certas Verdades
Cristãs não aceitas pela Pós Modernidade. Já vi político cristão abrir mão do
seu testemunho, para satisfazer as regras do seu partido, porque pleiteava
uma carreira política.
A verde é que nós aqui do
Segundo Milênio da Era Cristã, estamos no mesmo barco de Paulo, esse grande
Apóstolo que a Igreja hoje celebra, ou arriscamos tudo e vamos pescar em
águas profundas e perigosas onde os peixes são grandes e mais abundantes, ou
ficaremos eternamente pescando na beira do rio, pegando de vez em quando
algum lambarizinho e alardeando que pegamos uma "Baleia".
Peçamos a São Paulo que nos dê
coragem, força e ousadia, para levarmos o evangelho aos ouvidos dos que não
querem ouvi-lo, o apóstolo não botava Fé na sua sabedoria e conhecimento, mas
fez tudo isso porque acreditou piamente que a Graça de Deus nunca lhe
faltaria...
São Paulo Apóstolo, Rogai por
todos nós!
2. Paulo, apóstolo dos
gentios
"Ide pelo mundo inteiro e
anunciai a Boa-Nova a toda criatura" (v. 15). São Paulo é considerado o
Apóstolo dos Gentios. Com ele o evangelho ultrapassou as fronteiras da terra
de Israel para ganhar o mundo. De perseguidor da Igreja, tornou-se discípulo
de Jesus Cristo.
O acontecido com Paulo no
caminho de Damasco provocou uma transformação radical em sua vida: "Sou
agradecido para com aquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, que
me julgou fiel, tomado-me para o seu serviço, a mim que, outrora, era
blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia porque agi por
ignorância, na incredulidade." (1Tm 1,12-13).
Paulo não interpreta o
acontecido no caminho de Damasco com o termo conversão, mas diz ter sido uma
"revelação". Na carta aos Gálatas, ele descreve a mudança radical
da sua vida desta maneira: "Eu não recebi o evangelho de ninguém, e
ninguém me ensinou, mas foi uma revelação de Jesus Cristo" (Gl 1,12). A
Luz que o cegou para, depois, fazê-lo ver com clareza, ele a relaciona com o
Deus único revelado a Israel (cf. 1Tm 6,16).
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
3. IDE PREGAR O
EVANGELHO
A ascensão de Jesus foi um marco
importante na vida da primitiva comunidade cristã. Após longo processo de
formação, os discípulos tinham diante de si a missão de evangelizar o mundo
inteiro, não contando mais com a presença física do Mestre.
Desde que convocou os primeiros
discípulos para segui-lo até o momento de sua subida para junto do Pai, Jesus
não descurou a tarefa de preparar o pequeno grupo de seguidores para o
serviço da evangelização. As longas caminhadas permitiram-lhe ir explicitando
para eles a mensagem evangélica. Os discursos dirigidos às multidões e os
debates com seus adversários foram, também, ocasiões propícias para tornar
conhecido seu pensamento. Não bastava, porém, a formação intelectual. Era
preciso uma preparação em nível existencial. Isso se deu mediante o exemplo
de vida do Mestre.
Seu modo de tratar as pessoas,
especialmente os pecadores e marginalizados, seu relacionamento íntimo com o
Pai, sua liberdade diante da Lei, sua ação enérgica contra toda sorte de
injustiça e exploração da boa-fé do povo serviam de alerta para os
discípulos, em vista da atitude que deveriam tomar, no exercício da missão.
Com a volta de Jesus para junto
do Pai e a conclusão de sua missão terrena, chegou a hora de os discípulos
assumirem sua tarefa. Doravante, Jesus passaria a agir por meio deles.
Oração
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho. |
SANTOS
TIMÓTEO E TITO - BISPOS E DISCÍPULOS DE PAULO
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei
um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23s).
Leitura (2 Timóteo
1,1-8)
Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.
1 1 Paulo, apóstolo de Jesus
Cristo pela vontade de Deus para anunciar a promessa da vida que está em
Jesus Cristo,
2 a Timóteo, filho caríssimo: graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor! 3 Dou graças a Deus, a quem sirvo com pureza de consciência, tal como aprendi de meus pais, e me lembro de ti sem cessar nas minhas orações, de noite e de dia. 4 Quando me vêm ao pensamento as tuas lágrimas, sinto grande desejo de te ver para me encher de alegria. 5 Conservo a lembrança daquela tua fé tão sincera, que foi primeiro a de tua avó Lóide e de tua mãe Eunice e que, não tenho a menor dúvida, habita em ti também. 6 Por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7 Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria. 8 Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.
Salmo responsorial 95/96
Anunciai entre as nações os
grandes feitos do Senhor!
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
Dia após dia anunciai sua
salvação,
manifestai a sua glória entre as nações e, entre os povos do universo, seus prodígios!
Ó família das nações, dai ao
Senhor,
nações, dai ao Senhor poder e glória, dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!
Publicai entre as nações:
"Reina o Senhor!"
ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). Evangelho (Lucas 10,1-9)
10 1 Depois disso, designou o
Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois,
adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2 Disse-lhes: "Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. 3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos. 4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho. 5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: 'Paz a esta casa!' 6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós. 7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa. 8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir. 9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus está próximo'".
1. Uma consulta com o
Doutor Lucas...
__Doutor Lucas, com licença,
posso entrar para conversar um pouco com o Senhor?
__Mas claro, fique a vontade, veio fazer uma consulta? __Sim, mas não é sobre a minha saúde, mas sobre esse evangelho que achei meio difícil a meditação. ___Bom deixa eu me apresentar aos seus leitores, eu sou um Médico Prático, a paixão da minha vida não é a medicina mais o nosso Mestre e Senhor Jesus de Nazaré... Aquele que me enviou para trabalhar na Messe do Pai, que é Deus... ___Pois é São Lucas, é sobre esse envio que queria lhe falar, tem umas coisas que não entendi direito, por exemplo: "Eu vos envio como cordeiros no meio de lobos", que chance vai ter um cordeirinho no meio de lobos vorazes? O Mestre parece que deu uma de "Amigo da Onça"? ___Nosso Mestre, Deus e Senhor, é muito coerente, nunca disse que seríamos enviados em um mar de rosas, o que vocês tem hoje, que consome e devora as pessoas? ___Bom, tem o tal de consumismo que parece uma bocona que nunca está satisfeita, quem mais pode consumir, mais é feliz, de acordo com o mundo de hoje. ___Está aí, na verdade é a Palavra de Jesus que nos sacia, nos liberta e faz feliz, e não esses lobos de hoje... ___Ah... Por isso esse conselho de não levar nada, nem bolsa, mochila ou calçado? ___Isso mesmo, o discípulo enviado tem de caminhar, e levar essas coisas atrapalham, sem elas ficamos mais leves, não temos preocupações, aborrecimentos, porque a tentação de se ter mais sempre existe, daí você põe mais coisas na mochila, vai querer uma sandália de reserva, e a bagagem só vai aumentar, não é verdade? ___Sem dúvida, mas escute São Lucas, só não gostei desse negócio de nem cumprimentar as pessoas pelo caminho, não é falta de educação? ___Ah... Isso aí é um alerta para a gente não se distrair, depois da saudação, a gente vai entabular uma prosa, vai querer saber da família, do cachorro, gato, papagaio, vai querer por a prosa em dia, quem sabe até tomar uns tragos, e daí perdemos o foco; então é para passar "batido", até chegar ao lugar onde se vai anunciar a palavra... ___Olha, só mais uma coisinha, resuma esse contato do enviado com essa casa e a Família que o acolheu... ___Bom, o discípulo missionário, que coloca sua inteira confiança, não nos bens materiais, mas na mensagem da qual é portador, é um homem da paz; quem coloca a felicidade no consumismo, está sempre perturbado, pode reparar... Ele transmite essa paz, e se o ouvinte for como ele, irá acolher com alegria a mensagem, se ele não o acolher não insista, pois já se entregou ao Lobo, enfim aceitem a hospitalidade dos que o acolhem e oferece alimentação e abrigo. O discípulo missionário deve ocupar-se unicamente da missão que lhe foi confiada, o resto eu providenciarei... (Buscai primeiro o Reino de Deus...)
2. O discípulo é
portador de paz
O relato do envio dos setenta e
dois discípulos está situado na parte central do evangelho segundo Lucas,
denominada subida de Jesus para Jerusalém. A hostilidade que a missão
enfrenta é dita nestes termos: "Eis que vos envio como cordeiros para o
meio de lobos" (v. 3).
A confiança dos que são enviados
não deve estar nos meios para a realização da missão, mas no Senhor que os
envia "a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir" (v. 1).
Os setenta e dois enviados devem
renunciar à busca de segurança pessoal, para que estejam integralmente
engajados no anúncio da proximidade do Reino de Deus (v. 9).
A força do anúncio e do
testemunho está na coerência: que os destinatários da missão vejam realizado
nos que são enviados o que eles proclamam. O discípulo é não somente
anunciador, mas portador da paz.
Oração
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
Confrontando-se com a
grandiosidade da missão, Jesus reconhece a necessidade de contar com
colaboradores, para poder levá-la adiante, a contento. Depois de ter enviado
os doze apóstolos, o Mestre enviou, também, outros setenta e dois discípulos,
com a tarefa de preparar as cidades e povoados para a sua passagem, ou seja,
predispô-los para acolher a sua mensagem.
Os discípulos são orientados a
suplicar ao Pai - Senhor da messe - para enviar muitas outras pessoas,
dispostas a assumirem a missão evangelizadora. É ele quem tem a iniciativa da
vocação e da missão. Devem evitar qualquer pretensão humana de querer
arrogar-se tais dons. Todos dependem de quem os chamou e enviou.
Que tipo de operário requer-se
para o serviço do Reino? É preciso que seja uma pessoa cheia de coragem,
predisposta a viver na pobreza, capaz de adaptar-se a qualquer tipo de
acolhida que lhe for oferecida, disposta a partilhar a vida de quem a acolhe,
totalmente disponível para o serviço aos doentes e marginalizados, pronta a
viver a experiência do fracasso, com otimismo, sem deixar-se abater.
Quem tem estas disposições
internas, deve estar atento. Pode ser que o Senhor queira enviá-lo para
trabalhar na sua messe. Por que não dizer um sim corajoso e generoso?
Oração
Espírito de coragem e generosidade, predisponha-me para trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz. |
Liturgia
do Domingo 27.01.2013
3º Domingo do Tempo Comum — ANO C (VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO) __ " Hoje se cumpre a Palavra. Deus se revela e se comunica ao homem! " __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: Como
comunidade cristã, nos reunimos para partilhar a mesma fé e partir o pão da
Eucaristia. Ao lado do pão consagrado, a Palavra ocupa o centro de nossas
atenções, ensinando-nos a construir o mundo novo que nasce da partilha dos
bens da criação, da mesma forma como Jesus partilha seu corpo entre os
membros da comunidade cristã. Celebrar a Eucaristia é fazer memória da
prática libertadora de Jesus. O que ele anunciou na sinagoga de Nazaré
realiza-se no hoje de nossa caminhada eclesial. A Eucaristia é o lugar para o
qual convergem e se fundem o programa de Jesus e a caminhada das comunidades
cristãs. Hoje, em nossas celebrações, se realiza a Escritura que ouviremos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje,
na Sinagoga de Nazaré, Jesus se proclamou Messias e anunciou a libertação
para todos os que jazem nas trevas da morte. A fé em Jesus é uma Boa-Nova aos
que vivem na pobreza, no cativeiro da injustiça ou de qualquer tipo de
exclusão. É também uma notícia boa a todos os que são marcados por prisões
interiores e sofrimentos que afligem a alma.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O cristianismo é revelação. Deus se revela e se
comunica ao homem histórico. Essa revelação-comunhão se torna presente na
história através do sinal da Palavra (palavra e gesto) cujo cerne é Jesus de
Nazaré, a Palavra de Deus viva encarnada. Não é tanto o esforço que o homem
faz para atingir e conhecer a Deus, quanto o ato de Deus que se dá e se une
ao homem.
Sintamos o júbilo real
de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres
cânticos ao Senhor!
III
DOMINGO DO TEMPO COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó
terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl
95,1.6).
Comentário das Leituras: A primeira leitura e o Evangelho de hoje coincidem com
a proclamação da palavra de Deus num contexto comunitário. Sua mensagem é o
gozo do povo pelo reencontro com a lei do Senhor, e a boa nova da libertação
para o homem necessitado da salvação de Deus que o próprio Jesus encarna.
Primeira Leitura
(Neemias 8,2-6.8-10)
Leitura do livro de Neemias.
8 2 O sacerdote Esdras trouxe a
lei diante da assembléia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que
fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês.
3 Esdras fez então a leitura da lei, na praça que ficava diante da porta da Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, mulheres e das (crianças) capazes de compreender; todos escutavam atentamente a leitura. 4 O escriba Esdras postou-se num estrado de madeira que haviam construído para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita, Matatias, Semeías, Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão. 5 Esdras abriu o livro à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado acima da multidão. Quando o escriba abriu o livro, todo o povo levantou-se. 6 Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: "Amém! Amém!" Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra. 8 Liam distintamente no livro da lei de Deus, e explicavam o sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura. 9 Depois Neemias, o governador, Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que instruíam o povo, disseram a toda a multidão:" Este é um dia de festa consagrado ao Senhor, nosso Deus; não haja nem aflição, nem lágrimas". Porque todos choravam ao ouvir as palavras da lei. 10 Neemias disse-lhes: "Ide para as vossas casas, fazei um bom jantar, tomai bebidas doces, e reparti com aqueles que nada têm pronto; porque este dia é um dia de festa consagrado ao nosso Senhor; não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força".
Salmo responsorial
18B/19
Vossas palavras, Senhor, são
espírito e vida!
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.
Os preceitos do Senhor são
precisos,
alegria ao coração, o mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.
Que vos agrade o cantar dos meus
lábios
e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu rochedo e redentor!
Segunda Leitura (1
Coríntios 12,12-30)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
12 12 Carríssimos! Porque, como
o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora
muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.
13 Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. 14 Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos. 15 "Se o pé dissesse: Eu não sou a mão"; por isso, não sou do corpo, acaso deixaria ele de ser do corpo? 16 E se a orelha dissesse: "Eu não sou o olho"; por isso, não sou do corpo, deixaria ela de ser do corpo? 17 Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? 18 Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros como lhe aprouve. 19 Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Há, pois, muitos membros, mas um só corpo. 21 O olho não pode dizer à mão: "Eu não preciso de ti"; nem a cabeça aos pés: "Não necessito de vós". 22 Antes, pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários. 23 E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes, recatamo-los com maior empenho, 24 ao passo que os membros decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm, 25 para que não haja dissensões no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros. 26 Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele. 27 Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros. 28 Na Igreja, Deus constituiu primeiramente os apóstolos, em segundo lugar os profetas, em terceiro lugar os doutores, depois os que têm o dom dos milagres, o dom de curar, de socorrer, de governar, de falar diversas línguas. 29 São todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? 30 Fazem todos milagres? Têm todos a graça de curar? Falam todos em diversas línguas? Interpretam todos?
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! (Lc 4,18) EVANGELHO (Lucas 1,1-4;4;14-21)
1 1 Muitos empreenderam compor
uma história dos acontecimentos que se realizaram entre nós,
2 como no-los transmitiram aqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram ministros da palavra. 3 Também a mim me pareceu bem, depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, 4 para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido. 14 Jesus então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galiléia. E a sua fama divulgou-se por toda a região. 15 Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos. 16 Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17 Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito: 18 "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19 para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor". 20 E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir".
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2ª Hb 9,15.24-28; Sl 97 (98); Mc 3,22-30. 3ª Hb 10,1-10; Sl 39 (40); Mc 3,31-35. 4ª Hb 10,11-18; Sl 109 (110); Mc 4,1-20. 5ª Hb 10,19-25; Sl 23 (24); Mc 4,21-25. 6ª Hb 10,32-39; Sl 36 (37); Mc 4,26-34. Sa Ml 3,1-4 ou Hb 2,14-18; Sl 23 (24); Lc 2,22-40. 4º DTC Jr 1,4-5.17-19; Sl 70 (71),1-2. 3-4a. 5-6ab. 15ab e 17 (R/. cf. 15ab); 1Cor 12,31 – 13, 13; Lc 4,21-30 (Jesus e os nazarenos)
Ao visitar Nazaré, cidade onde
havia se criado, Jesus foi participar de uma celebração na sua comunidade,
onde sempre fazia uma leitura e depois ajudava o povo a refletir, como fazem
hoje nossos ministros leigos, que celebram a Palavra.
Podemos até imaginar a alegria
do chefe da sinagoga quando viu Jesus chegar,
ele era muito querido na comunidade, não só por ser uma pessoa simples, mas
porque falava muito bem e demonstrava uma sabedoria superior aos sacerdotes,
escribas e fariseus, sua catequese era bem prática e logo cativava. Por isso,
ao vê-lo entrar na comunidade, o chefe da sinagoga foi logo pedindo para que
ele fizesse uma leitura, porque parece que, como acontece me nossas
comunidades, naquele dia o leitor escalado não apareceu.
Jesus escolheu o livro do
profeta Isaias que era o seu preferido, porque já o havia lido várias vezes e
tinha a nítida impressão de que o texto falava dele.
Conforme Lucas que escreveu este
evangelho de maneira ordenada e após muito estudo, por este tempo Jesus
estava iniciando o seu ministério, já havia sido batizado e enfrentara com
muita coragem o diabo, que no deserto tentou desviá-lo da sua missão.
A verdade é que Jesus tinha uma
grande vontade de sair pelo mundo, ajudando as pessoas e falando de uma coisa
que sentia em seu coração, foi com certeza por isso que naquele dia voltou à
comunidade, e quando já no ambão, começou a ler o profeta Isaias, na passagem
onde diz “O Espírito do senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a
unção para levar a Boa notícia aos pobres, anunciar a libertação aos cativos
e aos cegos e anunciar um ano de graças do Senhor”, seu coração começou a
bater mais forte, percebeu que Deus não apenas falava para ele, mas falava
dele, da sua vida, da sua história e da sua missão. Ele já havia sentido
muito forte a presença desse Espírito de Deus no dia do seu batismo, e no
confronto com o diabo no deserto, sentiu toda a força que o espírito lhe
dava.
Nessa celebração as coisas
ficaram muitas claras para ele: a libertação com que tanto sonhava junto com
seu povo, ia muito além de uma libertação política, a palavra tinha a força
de libertar o homem também e principalmente do mal que havia no coração, e
que impedia de amar a Deus e aos irmãos. A opressão e a escravidão do seu povo
era conseqüência de todo esse mal que havia dentro de cada homem, não só dos
opressores. Precisava dizer isso aos pobres, aos cegos e oprimidos, que um
tempo novo estava começando, com essa verdade que o Pai revelara através do
profeta.
Todos olhavam fixamente para ele
à espera da homilia, o mesmo espírito que o havia ungido acabara de
transformá-lo na palavra Viva de Deus e por isso, sentando-se como faziam os
grandes Mestres, disse: “Hoje se cumpriu essa passagem que acabastes de
ouvir”
Também nós cristãos freqüentamos
a celebração da palavra em nossas comunidades onde as leituras, mais do que
falar para nós falam de nós, pois a história de Jesus é a nossa história,
também nós recebemos a graça de Deus em nosso batismo, também nós recebemos a
unção do Espírito Santo, não para termos ataques de histeria e entrarmos em
transe, mas para termos a mesma coragem de Jesus para cumprir a nossa missão,
anunciar a boa notícia aos pobres, oferecer a palavra libertadora a quem está
cego e cativo, e falar de um tempo novo onde Deus manifesta todo o seu amor
ao homem que o busca.
Para que haja essa interação
entre nós e a palavra, é necessário que nossas celebrações sejam bem
participadas e preparadas, de maneira bem organizada pensando em todos os
detalhes e aí podemos apreender com o escriba Esdras que na primeira leitura
nos oferece um ótimo roteiro para celebração da palavra de Deus, onde a
assembléia, tocada pela palavra, corresponde com gestos que manifestam o que
está no coração, diferente da liturgia do “oba-oba”, muito usada para se
atrair multidões, e que ás vezes, com tantos gestos e movimentos, acaba
ficando vazia justamente por não ser uma manifestação espontânea do que se
tem no coração tocado pela palavra de Deus.
2. Jesus interpreta
Isaias
O que dá sentido ao texto de
Isaías não é tanto o fato de ter sido lido por Jesus, mas de ser interpretado
por ele. O narrador oferece ao leitor condições de compreender que Jesus é o
enviado do texto de Isaías e que sua palavra é profética por excelência (cf.
v. 21).
Oração
Espírito missionário, conforma minha vida com a de Jesus, colocando-me a serviço da libertação dos mais pobres e sofredores.
3. AS ESCRITURAS
REALIZADAS
O texto do profeta Isaías, lido
na sinagoga de Nazaré, foi usado por Jesus para explicar sua identidade e
missão. O profeta, num contexto bem determinado da história de Israel, falara
do Messias a ser enviado por Deus, com a tarefa de trazer libertação para a
humanidade: libertar as vítimas da pobreza, os encarcerados, os cegos, os
cativos de toda sorte de opressão; enfim, todos os que padeciam qualquer
sorte de escravidão.
Ao longo dos séculos, a
esperança pela vinda deste Cristo libertador foi calorosamente acalentada no
coração dos oprimidos, sem, contudo, vê-la realizada.
Jesus identificou-se com a
pessoa messiânica descrita pelo profeta. Sentiu-se, pois, chamado a viver o que,
outrora, Isaías tinha anunciado. Sua vida deveria tomar o rumo indicado no
texto profético, que também haveria de ser seu referencial inspirador.
Sabia-se chamado a concretizar o projeto de Messias libertador, conforme o
profeta anunciara. Por isso, colocar-se-ia a serviço de todos os deserdados
deste mundo, vítimas do egoísmo, para resgatar-lhes a dignidade e inseri-los
no Reino querido pelo Pai.
Ao proclamar que esse texto da
Escritura havia sido nele realizado, Jesus assumia um compromisso concreto de
se tornar servidor dos pobres.
Oração
Espírito missionário, conforma minha vida com a de Jesus, colocando-me a serviço da libertação dos mais pobres e sofredores. |
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domingo, 20 de janeiro de 2013
Liturgia da 02ª semana comum Ano Impar
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