Liturgia da Segunda Feira — 28.01.2012
SANTO
TOMÁS DE AQUINO - SACERDOTE E DOUTOR
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Os sábios refulgirão como o esplendor do firmamento; e
os que ensinaram a mitos a justiça brilharão como estrelas para sempre (Dn
12,3).
Leitura (Hebreus
9,15.24-28)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos, 9 15 por isso Cristo é
mediador do novo testamento. Pela sua morte expiou os pecados cometidos no
decorrer do primeiro testamento, para que os eleitos recebam a herança eterna
que lhes foi prometida.
24 Eis por que Cristo entrou, não em santuário feito por mãos de homens, que fosse apenas figura do santuário verdadeiro, mas no próprio céu, para agora se apresentar intercessor nosso ante a face de Deus. 25 E não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o pontífice que entrava todos os anos no santuário para oferecer sangue alheio. 26 Do contrário, lhe seria necessário padecer muitas vezes desde o princípio do mundo; quando é certo que apareceu uma só vez ao final dos tempos para destruição do pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27 Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, 28 assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam.
Salmo responsorial 97/98
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
porque ele fez prodígios!
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo
contemplaram
a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
Cantai salmos ao Senhor ao som
da harpa
e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso rei!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10). Evangelho (Marcos 3,22-30)
Naquele tempo, 3 22 também os
escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de
Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."
23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás? 24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. 25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer. 26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá. 27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa. 28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; 29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno." 30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo."
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Acusações e Oposição
Nova acusação contra Jesus,
agora são os Escribas que já nem sabem o que estão falando, acusam Jesus de
estar unido a Belzebú ou Satanás, para expulsar os demônios dos que estavam
possessos. A postura dos Escribas nos lembra um termo bastante verdadeiro,
que se usa na política mais quem sentido amplo: Oposição burra!
A oposição é importante pois nos
ajuda a perceber nossos erros e isso nos faz crescer, mas quando se trata de
uma oposição inteligente que aponta os erros e equívocos cometidos por
alguém, assim deveria ser na política entre Situação e Oposição, mas não é e
nunca será... Até mesmo em nossas comunidades essa postura dos Escribas
acontece. Quando não vamos com a cara do Coordenador, ou do Padre, ou do
Diácono ou Ministro, ele pode até fazer chover, que vamos ser contra.
No caso das comunidades, uma
oposição inteligente faz a correção fraterna, mas uma oposição burra só
destrói e causa divisões, isso é pecado grave contra a Igreja! Jesus faz o
Bem ao expulsar demônios das pessoas que estavam sofrendo, mas seus
opositores os Escribas deturpam a sua ação libertadora atribuindo-a a
Satanás. O desejo pérfido de Satanás é sempre possuir e dominar as pessoas e
não libertá-las, isso é, o Mal se associa ao Mal, para fazer o Mal e jamais o
Bem e pensar o contrário é burrice...
Tem gente que não é contra Jesus
mais não o aceita e nem o assume como único Deus e Senhor, em se tratando de
Jesus, não basta não ser contra, é preciso fazer por ele uma opção radical e
assim comprometer-se com todos os valores do evangelho, viabilizando a
prática do bem.
Nossas comunidades são essa casa
protegida pelo Homem Forte que é Vencedor por excelência, Satanás só consegue
infiltrar-se na comunidade, quando alguém que se diz cristão, agindo como o
Escribas, se coloca contra o Evangelho, traindo o ideal Cristão e permitindo que
se crie divisões provocadas pela inveja, intriga e calúnia.
2. Jesus age com o poder
do Espírito Santo
Para os contemporâneos de Jesus,
era desconcertante o que ele ensinava e fazia. Esse desconcerto faz o
narrador dizer que os escribas pensavam que ele estava possuído por Beelzebu
e que a ação pela qual Jesus libertava as pessoas de seus males era do
demônio (v. 22).
O ouvinte ou o leitor do evangelho
sabe, nós o sabemos, que Jesus é revestido e conduzido pelo Espírito (Mc
1,9-13). Ademais, ninguém podia fazer o que ele fazia, se Deus não estivesse
com ele (cf. Jo 9,33). Portanto, a percepção dos escribas é equivocada e, ela
sim, é portadora do mal.
A blasfêmia contra o Espírito
Santo consiste em sustentar que Jesus, que expulsa os demônios pela força do
Espírito Santo, tem um espírito impuro; nisto, precisamente, está a
maledicência. Olhando de outro ponto de vista, o texto é um convite ao ouvinte
e ao leitor a reconhecer em tudo o que Jesus faz a presença do Espírito
Santo.
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, pois,
3. BLASFÊMIA CONTRA
O ESPÍRITO SANTO
A acusação que os escribas fizeram a Jesus é de extrema gravidade. Na avaliação deles, o Mestre estava possuído pelo demônio. E isto é considerado como uma blasfêmia contra o Espírito Santo, sem possibilidade de perdão. Por quê?
Toda a ação de Jesus
desenrolava-se sob o impulso do Espírito Santo. O Mestre pregava e curava
pelo poder do Espírito que recebera do Pai. A expulsão dos demônios resultava
do mesmo poder. Jesus realizava gestos poderosos porque o Espírito de Deus
habitava nele.
A blasfêmia consistiu em confundir o Espírito Santo com Belzebu. Declarar Jesus possesso significava dizer ser ele habitado pelo mau espírito, e assim, negar totalmente a obra que Deus realizava por meio de seu Filho.
A incapacidade de interpretar os
fatos de maneira correta resultava não só da má vontade dos escribas em
relação a Jesus, mas também em relação a Deus. Por desconhecer a pedagogia da
ação divina, recusavam-se a reconhecer o dedo do Pai na ação de seu Filho. E
se punham a fazer considerações inconvenientes a respeito dele.
Aos blasfemadores só restava um
caminho para se tornarem objeto da misericórdia divina: reconhecer a presença
de Deus na ação de Jesus, e confessar que, no Filho, a libertação divina
acontecia na história da humanidade oprimida.
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, pois, |
Liturgia da
Terça-Feira
III
SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó
terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl
95,1.6).
Leitura (Hebreus
10,1-10)
Leitura da carta aos Hebreus.
10
2 Realmente, se os fiéis, uma vez purificados, não tivessem mais pecado algum na consciência, não teriam cessado de oferecê-los? 3 Pelo contrário, pelos sacrifícios se renova cada ano a memória dos pecados. 4 Pois é impossível que o sangue de touros e de carneiros tire pecados. 5 Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: "Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. 6 Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. 7 Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade". 8 Disse primeiro: "Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais)". 9 Em seguida, ajuntou: "Eis que venho para fazer a tua vontade". Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. 10 Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.
Salmo responsorial 39/40
Eis que venho fazer, com prazer,
a vossa vontade, Senhor!
Esperando, esperei no Senhor,
E, inclinando-se, ouviu meu clamor. Canto novo ele pôs em meus lábios, Um poema em louvor ao Senhor.
Sacrifício e oblação não
quisestes,
Mas abristes, Senhor, meus ouvidos; Não pedistes ofertas nem vítima, Holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: "Eis que venho!"
Boas novas de vossa justiça
Anunciei numa grande assembléia; Vós sabeis: não fechei os meus lábios!
Proclamei toda a vossa justiça,
Sem retê-la no meu coração; Vosso auxílio e lealdade narrei. Não calei vossa graça e verdade Na presença da grande assembléia.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do réu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) EVANGELHO (Marcos 3,31-35)
3 31 Chegaram a mãe e os
irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram." 33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" 34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
1. Fazer a Vontade de
Deus...
Outro dia alguém desabafou perto
de mim "Tem muita coisa boa nesta vida, que a gente quer fazer, mais
contraria a Vontade de Deus, parece que os maus, aqueles que não estão
comprometidos com o Reino e nem frequentam Igreja nenhuma, são mais felizes
pois fazem o que querem nesta vida"
Quando se fala na Vontade de
Deus, dá-se a impressão de que Ele é um tremendo estraga-prazer, que vai
contra tudo o que é bom de fazer, e a vida de Fé nesta terra até parece
àquela competição de Cabo de Guerra, Deus puxa para um lado, e o Ser Humano
para o outro..."
Se cristianismo fosse isso, nós
cristãos seríamos os mais infelizes de todos os homens, o primeiro homem Adão
e a mulher Eva, viviam na plenitude da comunhão com Deus, a finalidade para a
qual Deus os criou estava em pleno acordo: eles eram objeto do amor de Deus e
viviam em um paraíso, que antes de ser um lugar geográfico, é um estado de
espírito do homem em sintonia com Deus Criador. Não tinham e nem preconizavam
ter nenhuma ambição, tudo o que um Ser humano deseja ser nesta vida,
realizando-se na plenitude do amor, nossos primeiros pais já tinham, até
que.....conheceram a possibilidade do mal e fizeram opção por ele...
No evangelho de hoje estamos
diante do novo Povo que vai surgindo com Jesus, este retorno á vida de
comunhão com Deus vai custar a Vida do Verbo Encarnado, mas o homem, que
havia se perdido em si mesmo e não mais se achava, porque diante dele só
estava o Mal, agora terá a possibilidade de optar pelo Bem, este Bem que está
precisamente nas palavras e ensinamentos de Jesus, que por sua vez é a
Palavra de Deus.
O retorno da humanidade aquele
estado de vida inicial, passa por Jesus, aliás, só Ele é o caminho que conduz
ao Pai, e nem um outro. Até aí tudo bem mais, sendo o homem um ser social,
essa experiência de amor e de comunhão com Deus manifestado em Jesus, só se
torna possível na relação com o outro, e aí a comunidade é o lugar por
excelência, que nos conduz a esse paraíso, que não está lá atrás, perdido no
passado, mas está á nossa frente, motivando-nos a caminhar sempre mais,
alimentados pela Esperança que um dia transbordou do coração de Deus Filho
naquela cruz, e inundou toda a nossa vida, permitindo-nos sonhar, desejar e
alcançar essa plenitude feliz, que é eterna...
Marcos não tem nenhuma
mariologia desenvolvida, o que virá nos escritos posteriores da tradição
cristã. Maria e os parentes de Jesus vão buscá-lo, pois eles também pensavam
que Jesus estivesse fora de si: "E voltou para casa. E, de novo, a
multidão se apinhou, a ponto de não poderem se alimentar. Quando os seus
tomaram conhecimento disso, saíram para detê-lo, pois diziam: está fora de
si" (Mc 3,20-21). Efetivamente, os que estão "do lado de fora"
(Mc 3,31) não podem compreender a missão e a identidade de Jesus.
Tudo parece loucura. Os que ele
reúne, os "que estão ao redor dele" (3,34), são os que compreendem,
e para eles as palavras e os gestos de Jesus não só têm sentido, mas dão
sentido à vida.
A comunidade dos discípulos é
caracterizada não mais pela descendência do sangue, mas pela adesão à pessoa
de Jesus Cristo, e pelo dinamismo da busca e realização da vontade de Deus.
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.
3. PROCURA INÚTIL?
A procura de Jesus, por parte de
sua mãe e irmãos, à primeira vista parece ter sido inconveniente e inútil.
Inconveniente, por ter acontecido numa hora em que o Mestre estava rodeado
por muita gente. Afastar-se, naquele momento, significava interromper o
ensinamento dirigido ao povo. Inútil, por que, para ele, os laços de sangue
tinham pouca importância. Logo, não havia motivo para dar-lhes um tratamento
especial.
Entretanto, as coisas não foram
bem assim. A chegada da mãe e dos irmãos de Jesus serviu-lhe de motivo para
dar um ensinamento de extrema importância: o relacionamento entre os
discípulos do Reino teria como ponto de referência a prática da vontade do
Pai. Esta seria a maneira pela qual deveria articular-se o novo povo de Deus,
para além de parentescos sangüíneos ou da pertença a este ou aquele povo.
Doravante, a submissão à vontade do Pai, explicitada nas palavras do Filho,
seria a forma de vincular-se ao Reino.
É incorreto interpretar as
palavras de Jesus como uma forma de desprezo aos seus familiares. Se assim
fosse, estaria indo na contramão da mais elementar piedade bíblica, a qual
incluía o respeito aos genitores como algo quase sagrado, e da cultura
judaica, fortemente alicerçada nas relações familiares.
Portanto, a procura de sua mãe e
de seus irmãos foi de grande utilidade para Jesus, pois motivou-o a ensinar
que os laços sangüíneos devem estar submetidos a algo muito mais radical e
abrangente: a fidelidade a Deus.
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus. |
Liturgia da Quarta-Feira
III
SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó
terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl
95,1.6).
Leitura (Hebreus 10,11-18)
Leitura da carta aos Hebreus.
10 11 Enquanto todo sacerdote se
ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos
sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados,
12 Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus, 13 onde espera de ora em diante que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés. 14 Por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação. 15 É o que nos confirma o testemunho do Espírito Santo. Depois de ter dito: 16 "Eis a aliança que, depois daqueles dias, farei com eles" - oráculo do Senhor: "imprimirei as minhas leis nos seus corações e as escreverei no seu espírito", 17 acrescenta: "dos seus pecados e das suas iniqüidades já não mais me lembrarei". 18 Ora, onde houve plena remissão dos pecados não há por que oferecer sacrifício por eles.
Salmo responsorial
109/110
Tu és sacerdote eternamente
Segundo a ordem do rei Melquisedeque!
Palavra do Senhor ao meu Senhor:
"Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!"
O Senhor estenderá desde Sião
Vosso cetro de poder, pois ele diz: "Domina com vigor teus inimigos.
Tu és príncipe desde o dia em
que nasceste;
Na glória e esplendor da santidade, Como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!"
Jurou o Senhor e manterá sua
palavra:
"Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedeque!"
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou. Evangelho (Marcos 4,1-20)
Naquele tempo, 4 1 Jesus
pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande
multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou
em terra na praia.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2 E ensinava-lhes muitas coisas 3 "Ouvi: Saiu o semeador a semear. 4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda; 6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou. 7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem". 9 E dizia: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" 10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola. 11 Ele disse-lhes: "A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas. 12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado". 13 E acrescentou: "Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada. 16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria; 17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam. 18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra, 19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um".
1. Porque as sementes
frutificam ou não
Em um primeiro momento
poderíamos pensar que “Aqueles que recebem a semente em terra boa, somos
todos nós cristãos, que a ouvimos e a celebramos em nossas comunidades” e que
todos os outros tipos de solo são anúncios feitos em ambiente fora da Igreja.
Ao incorramos nesse grave erro!
Jesus está falando exatamente do
nosso coração, que comporta todos esses tipos de solos impróprios para fazer
a semente da Palavra brotar e se desenvolver. Certamente pensamos que há
pessoas que no seu coração só tem terra boa, que acolhe a Palavra e
frutifica, e que há outras que tem no coração solos sempre impróprios para
acolher a Palavra. Esse também é um grave erro.
O que a explicação dessa
Parábola nos convida, é a olharmos unicamente para nós pois é do nosso
coração que ela está falando. Não pensemos que Deus fala somente em nossas
comunidades, quando a Palavra é proclamada e depois o Ministro da Palavra,
seja ele Padre, Diácono ou Leigo, a explica para nós. Claro que a celebração
da Palavra em nossas comunidades é um encontro privilegiado com a Palavra de
Deus, celebrada solenemente. Mas Deus não tem apenas um canal para se
comunicar com as pessoas.
No dia a dia, Ele nos fala
através de outras pessoas, que nem sempre são da nossa igreja, ele nos fala
através dos acontecimentos mais banais do nosso dia a dia e é, exatamente
nesses momentos que o nosso coração deve acolher a Palavra para que ela
frutifique. Conduzindo o nosso veículo estamos no dia a dia sujeitos a Lei do
Trânsito, que nos obriga a ter um relacionamento gentil e cortez com os
demais condutores e os pedestres. O condutor Cristão não se move na sua
relação com os outros, regido por essa lei, mas sim porque é alguém
comprometido com a Vida e por isso a sua conduta no trânsito é sempre pautada
por essa Verdade.
Eis aí a Palavra de Deus caindo
em terra boa e frutificando, quando isso ocorre na prática. A Esposa e Mãe de
Família, ou o Esposo e Pai de Família, que rege suas relações familiares
pelos valores do evangelho, defendendo a Vida e a Dignidade das
Pessoas, dando aos filhos uma formação cristã, é alguém que acolheu a Palavra
na terra boa do seu coração e que está frutificando.
Enfim, dependendo da
circunstância e do momento, as nossas atitudes testemunham que tipo de solo
temos no coração. Temos que admitir que inúmeras vezes na semana, nosso
coração esteve com terra seca, pedregosa, cheia de espinhos, a Palavra veio
mas não encontrou acolhida em nós, e nem disposição para vivê-la.
2. Deus faz distinção de
pessoas?
O texto pode ser dividido,
fundamentalmente, em duas partes, a parábola (vv. 1-9) e a explicação da
parábola (vv. 10-20).
Parece-nos razoável pensar,
ainda que não tenhamos acesso ao contexto originário, que a parábola tenha
sido contada para responder a uma dificuldade: Deus faz distinção de pessoas?
Por que a Palavra de Deus produz frutos em uns e em outros não? Pela
parábola, Deus concede sua Palavra a todos indistintamente.
A profundidade da acolhida é que
permitirá à Palavra de Deus produzir em nós os seus frutos. A explicação é
posterior à parábola e dispensa comentários.
Oração
Pai, que o programa de ação missionária de Jesus inspire o meu desejo de estar a serviço dos mais pobres, sendo para eles portador de alegria e esperança.
3. TAREFA
IMPORTANTE
A parábola do semeador é uma
metáfora da missão de proclamar a palavra de Deus. Tarefa importante, tanto
na vida de Jesus quanto na vida dos discípulos do Reino. A parábola é tecida
com elementos iluminadores do ministério da palavra.
Ao pregador compete proclamar a
palavra sem fazer uma seleção prévia de seus ouvintes. Cada ser humano, quem
quer que seja, tem o direito de receber em seu coração esta semente divina.
Por outro lado, o pregador não
deve se iludir com a expectativa de ver seu esforço cem por cento bem
sucedido. Antes, deve considerar-se recompensado mesmo com o bom êxito de uma
pequena parte de sua missão. O confronto com o insucesso jamais deverá
levá-lo a omitir-se, ou deixá-lo abatido. Isto é normal na dinâmica da
evangelização.
O pregador deve estar consciente
de que exerce sua missão num mundo hostil à Palavra de Deus. Os bens deste
mundo, as paixões, as limitações pessoais e também as perseguições podem
levar a perder anos de esforço missionário.
Sobretudo deve ter claro que o
senhor do Reino é Deus. Só ele sabe em que coração a Palavra frutificou; sabe
avaliar a proporção dos frutos, como também definir onde a semeadura
fracassou. Basta que o ministro cumpra sua missão de proclamar a Palavra, com
todo empenho. Tudo o mais, fica por conta de Deus.
Oração
Pai, que eu jamais me canse de proclamar a tua Palavra, mesmo com o risco de ver meu esforço fracassar. Que eu esteja bem consciente de que o Reino te pertence. |
Liturgia da
Quinta-Feira
SÃO
JOÃO BOSCO - SACERDOTE E EDUCADOR
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, diz o
Senhor. O reino do céu pertence aos que se parecem com eles (Mc 10,14).
Leitura (Hebreus
10,19-25)
Leitura da carta aos Hebreus.
10 19 Por esse motivo, irmãos,
temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do
sangue de Jesus,
20 pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo. 21 E dado que temos um Sumo-sacerdote estabelecido sobre a casa de Deus, 22 acheguemo-nos a ele com coração sincero, com plena firmeza da fé, o mais íntimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado com a água purificadora (do batismo). 23 Conservemo-nos firmemente apegados à nossa esperança, porque é fiel aquele cuja promessa aguardamos. 24 Olhemos uns pelos outros para estímulo à caridade e às boas obras. 25 Não abandonemos a nossa assembléia, como é costume de alguns, mas admoestemo-nos mutuamente, e tanto mais quando vedes aproximar-se o Grande Dia.
Salmo responsorial 23/24
É assim a geração dos que buscam
vossa face,
Ó Senhor, Deus de Israel.
Ao Senhor pertence a terra e o
que ela encerra,
O mundo inteiro com os seres que o povoam; Porque ele a tornou firme sobre os mares E, sobre as águas, a mantém inabalável.
"Quem subirá até o monte o
Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?" "Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do
Senhor
E a recompensa de seu Deus e salvador." "É assim a geração dos que o procuram e do Deus de Israel buscam a face."
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105). EVANGELHO (Marcos 4,21-25)
Naquele tempo, 4 21 Jesus
dizia à multidão: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada
debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO22 Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça". 24 Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. 25 Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".
1. Cristianismo não tem
Segredo...
Antes do Concílio ecumênico
Vaticano II o sacerdote celebrava a missa de costas para o povo e havia sobre
o vaso sagrado e a patena, uma espécie de véu que ocultava o mistério da
Eucaristia, sei disso porque era acólito e o véu tinha que ser colocado de
tal modo que nada ficasse aparecendo. Eu mesmo, que estava ali junto ao
altar, muitas vezes me perguntava que segredo a sete chaves era aquele feito
pela imposição das mãos, por aqueles eternos "cochichos" do
sacerdote em uma língua estranha...Imagine o povo...
O Cristianismo, ao lado do
Islamismo e Judaísmo, prima por ser a Religião da Revelação, Deus tira o véu
e se mostra como é
Mas se por um lado o Reino que a
Igreja anuncia é mistério, por outro ele se torna acessível pela Fé, porque
no coração de todos os que crêem já está presente, embora ainda não tenha
chegado em sua plenitude, que um dia há de vir quando o Senhor voltar.
O anúncio desse Reino não pode
ficar fechado entre quatro paredes mais deve se tornar conhecido de todos,
"Ide e anunciai a todas as nações...." , foi a ordem de Jesus para
os seus discípulos. No princípio da Igreja o Cristianismo era uma seita
trancada dentro do judaísmo, quem o arrancou de lá e o levou aos pagãos e
gentios foi o apóstolo Paulo, celebrado no dia de ontem.
Por ser só perceptível aos olhos
da Fé, muitas vezes nos desanimamos diante de certos acontecimentos, parece
que a força do mal está em todo lugar e até dentro de nossas comunidades
cristãs, e o mundo caminha para pior. É exatamente nessa situação que o
cristão deve perseverar na sua Fé, comprometendo-se cada vez mais com o
Reino. Os pecados do irmão e os nossos próprios pecados, devem ser superados
pela experiência profunda do amor de Deus em nossa vida.
Deste modo, há no mais íntimo
dos que crêem, uma força superior a qualquer outra, que nos impulsiona a
caminhar, a construir, a sonhar e a perseverar, na espera desse algo que está
á nossa frente. Essa Força é o Reino de Deus...
2. Jesus, Luz do
mundo, não pode ficar escondido
Nosso texto se apresenta como
duas pequenas unidades literárias: vv. 21-23 e 24-25, e se refere à parábola
precedente. Em Jo 5,35 nós lemos: "João foi a lâmpada que se acende e
brilha". A luz é símbolo tanto do profeta como de sua palavra luminosa.
Jesus é a "luz dos
homens" (Jo 1,15ss), a "luz do mundo" (Jo 8,12), assim como os
discípulos (Mt 5,14-16).
A luz simboliza a pessoa e a sua
doutrina. Se admitirmos que Jesus faz referência a si mesmo, podemos
compreender que o que ele é não pode ficar escondido, mas se revela nos seus
gestos e palavras. Em tudo o que Jesus faz se manifesta o Reino de Deus.
A segunda unidade começa com um
alerta: os ouvintes devem prestar bem atenção ao que ouvem. É um convite a
uma compreensão profunda (das parábolas) para não fazer um juízo equivocado.
O que é dado por Deus é para produzir frutos.
Oração
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.
3. EXORTAÇÃO À
BENEVOLÊNCIA
A sentença de Jesus – "Com
a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos" – é
uma exortação à benevolência no trato mútuo, mormente com os ouvintes da
pregação evangélica. Uma atitude inconsiderada, neste campo, pode ter
conseqüências graves para a dinâmica do Reino. É preciso estar atento!
A exortação do Mestre fazia-se
necessária já que os discípulos corriam o risco de se tornar intransigentes,
a ponto de fazer distinção entre quem podia e quem não podia ouvir a Palavra,
excluindo esta segunda categoria. Podiam ceder à tentação de se tornarem
senhores do Reino, colocando-se como referência para os demais, esquecendo-se
de Deus. A isto se chama de soberba, cujo sintoma mais perverso consiste em
excluir o próprio Deus da vida humana. Quem começou bem, pode acabar muito
mal.
Jesus alerta o ministro da
Palavra sobre o futuro confronto com o Senhor do Reino. O agente da
constatação "vocês serão medidos" é o Pai. Ele é quem julgará como
cada ministro exerceu a missão que lhe foi confiada. Receberá um tratamento
severo por parte de Deus aquele que tiver sido intransigente e arrogante com
os ouvintes da Palavra.
Pelo contrário, quem soube ser
benevolente e se transformou num instrumento efetivo para a Palavra de Deus
chegar às pessoas, será acolhido, com muito amor, pelo Pai.
Oração
Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência. |
Liturgia da
Sexta-Feira
III
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó
terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl
95,1.6).
Leitura (Hebreu
10,32-39)
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos, 10 32 lembrai-vos dos
dias de outrora, logo que fostes iluminados. Quão longas e dolorosas lutas
sustentastes. 33 Seja tornando-vos alvo de toda espécie de opróbrios e
humilhações, seja tomando moralmente parte nos sofrimentos daqueles que os
tiveram que suportar. 34 Não só vos compadecestes dos encarcerados, mas
aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, pela certeza de
possuirdes riquezas muito melhores e imperecíveis. 35 Não percais esta
convicção a que está vinculada uma grande recompensa, 36 pois vos é
necessária a perseverança para fazerdes a vontade de Deus e alcançardes os
bens prometidos.
37 Ainda um pouco de tempo - "sem dúvida, bem pouco -, e o que há de vir virá e não tardará. 38 Meu justo viverá da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele". 39 Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para nossa ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação!
Salmo responsorial 36/37
A salvação de quem é justo vem
de Deus!
Confia no Senhor e faze o bem,
e sobre a terra habitarás em segurança. Coloca no Senhor tua alegria, e ele dará o que pedir teu coração.
Deixa aos cuidados do Senhor o
teu destino;
confia nele, e com certeza ele agirá. Fará brilhar tua inocência como a luz e o teu direito como o sol do meio-dia.
É o Senhor quem firma os passos
dos mortais
e dirige o caminhar dos que lhe agradam; mesmo se caem, não irão ficar prostrados, pois é o Senhor quem os sustenta, pela mão.
A salvação dos piedosos vem de
Deus;
ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá aluda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25). EVANGELHO (Marcos 4,26-34)
Naquele tempo, 4 26 Jesus
dizia também à multidão: "O Reino de Deus é como um homem que lança a
semente à terra.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. 28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. 29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita". 30 Dizia ele: "A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. 32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". 33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.
1. O REINO É OBRA
DE DEUS!
Nos meus tempos de criança na
Vila Albertina, aqui na minha cidade de Votorantim, lembro-me que
quando a antiga casa da família Develis foi demolida, para dar lugar a uma
construção mais ampla e arrojada, costumávamos conversar com um servente de
pedreiro que trabalhava na obra, e a pergunta era sempre a mesma “O que vão
construir nesse lugar?”. Ele respondia que era uma casa bem maior do que a
que fora demolida, e quando perguntávamos quando ela ficaria pronta, se seria
bonita e luxuosa, como a gente pensava, o servente desconversava “olha, sei
que é uma casa, mas sou apenas um servente, só o mestre de obras que conhece
o projeto, saberia dizer. A gente apenas obedece e vai executando o serviço
do jeito que ele pede, e só no final, quando tudo estiver pronto e acabado, é
que teremos ideia, daquilo que ajudamos a construir”.
O evangelho de hoje ajuda a
desfazer esse equívoco, que é o da gente querer ser Mestre de Obras no Reino
de Deus. Na minha caminhada de igreja já vi um pouco de tudo, conheci pessoas
que se apresentavam como Engenheiros do Reino de Deus, com planos
mirabolantes de ideologias humanas, belíssimas por sinal, mas achando que
isso era o reino , grupos que desenvolveram uma espiritualidade muito forte e
rigorosa, pensando que isso era o reino. E não faltam também os que inventam
Doutrinas religiosas afirmando que se as mesmas não forem seguidas, o reino
não acontecerá, e vem uma linha mais tradicional de ser igreja, outro mais
clássico e institucional, outro mais liberal e até ensinamentos totalmente
contrários ao cristianismo, onde o pregador “jura de pé junto” que está
anunciando a Verdade, porque fala em nome de Jesus.
Vi questionamentos até cômicos:
será que Deus é Socialista, Marxista, ou tende mais para o Neoliberalismo?
Provavelmente não faltou quem pensasse
É a primeira parábola do
evangelho, onde tanto faz o homem dormir ou ficar acordado, a semente vai
germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. Podemos dizer
que Jesus, não só é o semeador, como também a própria semente. O seu projeto,
que se consolidou na cruz do calvário, parece ter sido um grande fracasso,
até para os seus seguidores fiéis, foi muito difícil acreditar que o Reino
que ele tanto falava, fosse vingar e dar certo, pois humanamente falando, o
sistema religioso o havia desmascarado, o Nazareno parecia tão perigoso, pela
liderança que exercia, pelos ensinamentos revolucionários que pregava,
entretanto, a morte infame, vergonhosa e humilhante o havia calado para
sempre. Ninguém diria que aquela pequenina semente, esmagada no calvário e
depois escondida no sepulcro, fosse brotar e viria a se transformar na maior
de todas as árvores.
As palavras de Jesus nesse
evangelho querem nos transmitir confiança na sua ação Divina, e isso parece
algo difícil e desafiador para todos nós, é difícil acreditar no Reino,
quando olhamos ao redor e só vemos o caos do pecado dominando o ser humano, é
verdade que há pessoas que acreditam em um futuro melhor e o ajudam a
construir no presente, mas a grande maioria não crê em mais nada, “não há
igreja que seja boa, todas são pecadoras e eu não vou em nenhuma delas”, “não
quero saber de política, pois não existe político honesto, eu não acredito em
mais ninguém e não voto em ninguém, pode ser até da comunidade”, e assim, há
os que não acreditam mais no casamento, na família, nas instituições, está
tudo irremediavelmente perdido. Qualquer pessoa pode pensar, falar e até agir
desta forma, mas nós cristãos não! Pois estaríamos negando o reino que Jesus
plantou no coração do homem, estaríamos duvidando do seu poder de fazer
germinar essa semente, estaríamos desconfiando que a sua graça não serve para
nada, e o que é pior, estaríamos achando que o poder das forças do mal,
presente na sociedade, é muito maior do que a Salvação, a graça e a redenção
que Jesus realizou a nosso favor e nesse caso, participar da Santa Missa
seria fazer memória desse grande fracasso que é o Cristianismo, impotente
para transformar o coração humano.
De quem somos discípulos e
testemunhas afinal? De Jesus de Nazaré e do seu Reino, que está acontecendo
misteriosamente e irá levar os homens de Boa Vontade á sua plenitude, ou dos
projetos megalomaníacos do homem da modernidade, que insiste em construir um
reino Antropocêntrico, deixando Deus em um segundo plano? E aqui retomo
aquele hino que me provocava calafrios nos anos 80 : Hei você, de que lado
está você?
Trata-se de duas parábolas do
Reino (vv. 26-29 e 30-32). O Reino de Deus resiste a qualquer definição, por
isso, a parábola ou comparação é a melhor forma de fazê-lo ser compreendido,
ou de se abrir ao seu mistério.
A primeira parábola, própria a
Marcos, apresenta, podemos dizer, a exigência de uma dupla atitude: lançar a
semente na terra e esperar. O Reino de Deus exige empenho de semear, isto é,
de tornar presente no mundo a realidade do mistério de Deus, e, ao mesmo
tempo, confiança, pois a semente é portadora do dinamismo do seu próprio
crescimento, o que exige tempo.
A parábola do grão de mostarda,
por sua vez, apresenta um contraste entre a pequenez da semente semeada e o
arbusto que se torna depois. Também nessa parábola há um convite à confiança
e à esperança. A conclusão do discurso (vv. 33-34) distingue dois grupos, a
multidão e os discípulos. Um e outro grupo dependem de Jesus para compreender
o mistério do Reino de Deus.
Oração
Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tuas parábolas.
Umas das limitações do discípulo
consiste em não respeitar a dinâmica própria do Reino. E querer fazê-lo
crescer e dar frutos num ritmo diferente daquele querido por Deus. A
impaciência do discípulo pode colocar em risco a eficácia do Reino. Quem não
gostaria de ver a justiça reinar, no mundo inteiro, de uma hora para outra?
Quem não ficaria contente se a pobreza e a miséria fossem erradicadas num
passe de mágica? Quem não exultaria vendo a superação imediata de todo tipo
de exclusão, violência e falta de solidariedade?
Estes frutos do Reino, contudo,
vão se produzindo de modo escondido, em pequenos gestos e projetos bem
simples, sem que ninguém se dê conta. O discípulo tem sensibilidade para
perceber a sementinha do Reino medrando nos lugares mais estranhos e de
maneiras não convencionais. E reconhece aí a ação providente do Pai.
O discípulo impaciente se
desespera pela lentidão das coisas, tornando-se insensível para a presença
efetiva do Reino ao seu redor. Ele aplica ao Reino seus cálculos mundanos e
exige dele a eficácia característica dos projetos humano. E se decepciona por
não poder apressar o ritmo da implantação do Reino.
A construção do Reino se dá pela
conjugação da ação divina e da ação humana. Basta que o discípulo faça sua
parte. O resto fica por conta de Deus.
Oração
Senhor Jesus, que eu seja capaz de perceber o dinamismo do Reino, frutificando de maneira discreta nos meandros da história humana. |
Liturgia do Sábado
APRESENTAÇÃO
DO SENHOR
(BRANCO, GLÓRIA, PREF. PRÓPRIO – OFÍCIO DA FESTA)
Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio de
vosso templo. Vosso louvor se estende, como o vosso nome, até os confins da
terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura (Malaquias
3,1-4)
Leitura da profecia de Malaquias.
3 1 Vou mandar o meu mensageiro
para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que
buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos
exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros. 3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm. 4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Salmo responsorial 23/24
O rei da glória é o Senhor
onipotente!
"Ó portas, levantai vossos
frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!"
Dizei-nos: "Quem é este rei
da glória?"
"É o Senhor, o valoroso, o onipotente, o Senhor, o poderoso nas batalhas!"
"Ó portas, levantai vossos
frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!"
Dizei-nos: "Quem é este rei
da glória?"
"O rei da glória é o Senhor onipotente, o rei da glória é o Senhor Deus do universo."
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sois a luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32). Evangelho (Lucas 2,22-40 ou 22-32)
2 22 Concluídos os dias da sua
purificação da mãe e do filho, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram
Jesus a Jerusalém para o apresentar ao Senhor,
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO23 conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor; 24 e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 25 Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26 Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27 Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 29 "Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 30 Porque os meus olhos viram a vossa salvação 31 que preparastes diante de todos os povos, 32 como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel". 33 Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: "Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 35 a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma". 36 Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. 37 Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. 38 Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. 39 Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré. 40 O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
1. UM DEUS EM FAMÍLIA...
A igreja ensina que toda criança
de pais cristãos deverá ser batizada nos primeiros meses de vida, pois o
batismo é uma consagração da criança a Deus, era costume entre os judeus a
apresentação do primogênito no templo, quando a mesma era circuncidada, uma
espécie de batismo que marcava a criança como propriedade de Deus e
pertencente a ele, além da sua inserção na comunidade.
Os avós ou as pessoas idosas,
queridas da família, costumam carregar a criança e sonhar com um futuro
maravilhoso para ela. Na comunidade onde Jesus foi apresentado, Simeão e Ana
eram os mais idosos e coube a eles recepcionar Maria e José na porta do
templo, como faz os irmãos e irmãs da pastoral do batismo. Eles representam
toda a comunidade e o povo de Israel, que pode enfim contemplar o prometido
de Deus, aquele que veio trazer a salvação a toda humanidade.
Nesta vida sonhamos tantos
sonhos, mas parece que quando chega a idade, paramos de sonhar. Simeão e Ana
guardavam no coração a esperança de ver o Messias, aqui não se trata de uma
esperança humana, mas de uma esperança que brota da fé, essa crença muito
viva presente no coração das pessoas simples, de que Deus irá agir e a
humanidade encontrará seu verdadeiro caminho e cada ser humano resgatará sua
imagem e semelhança do Criador.
Nas palavras proféticas do velho
Simeão, aquele menino irá derrubar e erguer muitos em Israel, e os
pensamentos de muitos corações serão desvendados. Para reformar uma casa
velha, é preciso derrubar para depois reerguer. As lideranças religiosas não
aceitaram e não quiseram fazer esta reforma que renova o íntimo do homem,
pela ação salvívica realizada por Jesus.
Esta rejeição irá doer e
traspassará a alma de Maria como uma espada cortante. Não se trata de um mau
agouro, mas de uma verdade presente até hoje em nosso meio quando o evangelho
de Cristo e o seu reino de amor e de justiça continuam sendo rejeitados por
toda a sociedade. Aonde começa essa rejeição? Precisamente no seio da família
que é sagrada porque inicia a criança nessa vida nova recebida no batismo,
levando-a aos poucos a descobrir-se como filha querida de Deus.
Família não é um agrupamento de
pessoas que moram sob um mesmo teto, mas sim de pessoas que tem uma comunhão
de vida dentro de uma co-responsabilidade, partilha e fraternidade.
Infelizmente em nossos dias o que prevalece é o individualismo, cada membro
da família tem sua vida, seus interesses, suas amizades e preferências de
modo que em uma mesma família podemos ter pessoas de diferentes credos,
culturas ou ideologias. O pai e a mãe deixam de ser educadores e formadores
dos filhos, e a pós-modernidades é que dita as normas e ensina como viver, e
que valores são importantes.
Maria e José não eram figuras
decorativas na vida de Jesus, mas exerceram com seriedade, empenho e
santidade a missão que lhes fora confiada por Deus: a de serem educadores e
catequistas do seu Filho.
A formação do caráter e da
personalidade da pessoa exige um equilíbrio, é preciso ter um pai e uma mãe,
que sejam testemunhos de amor e exemplo de vida para os filhos, pois nossa
primeira igreja é a família.
Nessa pequena comunidade
aprende-se o sentido da vida a partir de uma vivência pautada pelo amor e o
respeito ao outro, e assim a família é como um pequeno riacho de águas puras
e cristalinas que nos leva ao rio maior que é a comunidade, que por sua vez
nos leva ao infinito da plenitude em Deus.
José e Maria, apesar de terem
uma missão tão especial e grandiosa, de serem os educadores do Filho de Deus,
não se fecharam em seu privilégio, mas abriram-se á comunidade à qual levaram
a criança, quando se completaram os dias da purificação da mãe, para ser
apresentado no templo e assim consagrar a Deus. Nossos filhos não são nossos,
mas pertencem a Deus e devem descobrir o sentido da vida a partir da sua
vocação para viver o amor. Essa descoberta começa na família e depois se
torna madura na vida em comunidade, pois é na igreja que descobrimos e
entendemos nossa vocação de servir.
A lei dizia que “todo primogênito
do sexo masculino, deveria ser consagrado ao Senhor” mas Maria e José não
estão ali simplesmente para cumprirem uma lei, mas é que a fé que tem em
Deus, fazem eles perceberem que aquele filho não lhe pertence, mas é uma
dádiva para toda humanidade. Um dia aquele menino irá crescer, e na graça de
Deus irá se descobrir como um ungido do senhor, nada poderá detê-lo em sua
missão, a vocação do amor que quer servir extrapola a vida familiar. José e
Maria sabem disso e por isso oferecem um sacrifício, um par de rolas ou dois
pombinhos, como ordenava a lei do Senhor.
Os filhos representam tanto para
nós, e talvez tão pouco para transformarem o mundo, assumindo a vocação do
amor. Muitas vezes desejamos que os filhos sejam grandes e importantes para
si mesmos, entretanto, eles são a nossa maior contribuição para ajudar a
melhorar o mundo e a sociedade. Maria e José não querem de maneira egoísta
“guardar” o menino só para si, mas o consagra a Deus que irá dá-lo para os
homens.
Maria é a fonte transbordante,
plena de graça divina, José é o homem justo, sábio e forte, porque lê os
acontecimentos da vida com os olhos da fé... O menino tem por quem “puxar”...
Toda família torna-se sagrada quando as pessoas que dela fazem parte sabem
reconhecer na missão do outro o agir de Deus.
"O menino crescia e
tornava-se forte, cheio de sabedoria e da graça de Deus." Lc.2,40
2. Realização da
promessa
Parte dos "evangelhos da
infância", e particularmente no evangelho segundo Lucas, a perícope da
apresentação de Jesus no Templo é caracterizada pela imprecisão, pois o
evangelista mescla o rito de purificação da mulher que dá à luz com o rito de
consagração do primogênito ao Senhor.
Sem nos atermos aos detalhes,
convém simplesmente dizer que o texto de hoje faz com que o Antigo
Testamento, representado por Simeão e Ana, contemple, pela ação do Espírito
Santo, a realização da promessa feita por Deus a seu povo: "Agora, Senhor,
segundo a tua palavra, deixas livre e em paz teu servo, porque meus olhos
viram teu Salvador." (vv. 29-30).
Oração
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história.
3. LUZ PARA ILUMINAR OS
POVOS
A presença de Simeão e Ana no
rito litúrgico da apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém serviu
para explicitar a identidade e a missão do Filho de Deus. Ele era muito
diferente dos inúmeros primogênitos trazidos ao templo para serem consagrados
ao Senhor.
Simeão estava convicto de
tratar-se do Messias. O Espírito Santo havia-lhe revelado que não morreria
antes de vê-lo. Quando chegou no templo, também movido pelo Espírito Santo, e
deparou-se com o menino Jesus, não teve dúvidas de que a promessa divina
estava sendo cumprida. Daí seu hino de louvor, proclamando-o como presença da
salvação na história do povo eleito, luz para iluminar todos os povos e
ajudá-los a superar as trevas do erro, e motivo de glória para Israel. Posto
como sinal de contradição, haveria de provocar divisão a seu respeito:
enquanto seria reconhecido e acolhido por uns, tornar-se-ia motivo de
escândalo e ódio para outros. Seria impossível manter-se neutro diante dele,
pois sua presença revelaria os pensamentos escondidos no íntimo dos corações.
Por sua vez, Ana tornou-se uma
espécie de apóstola do Messias Jesus, pois "falava do menino a quantos
esperavam a redenção de Jerusalém". Ela demonstrou estar absolutamente
certa de quem se tratava. Daí ter-se empenhado em dizer a todos que, afinal,
a salvação estava acontecendo.
Oração
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história. |
Liturgia do Domingo — 03.02.2013
4º Domingo do Tempo Comum — ANO C
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO) __ "O Profeta não é agradável. Somos uma comunidade de Profetas!" __
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: Com
alegria nos reunimos para a celebração da eucaristia, que nos torna
comunidade profética a serviço da libertação dos pobres. Dificilmente os
profetas são bem vistos e aceitos. O verdadeiro profeta deve contar com as
rejeições e a perseguição, pois sua mensagem exige conversão. O melhor
caminho para profetizar, ou seja, testemunhar e revelar o próprio Deus
presente e atuante no mundo é, sem dúvida, a caridade. Pela prática da
caridade manifesta-se a presença de Deus no cristão. A caridade é, portanto,
expressão da bondade, reflexo do próprio Deus. Hoje também fazemos memória da
apresentação do Senhor. A apresentação de Jesus no templo, quarenta dias após
seu nascimento, expressa sua total entrega a Deus. O gesto de Maria e José se
repete a cada eucaristia que celebramos.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Hoje
Jesus, depois de se revelar na Sinagoga de Nazaré, provocou adesão de fé, mas
também enfrentou resistências. Façamos desta celebração um momento forte de
nossa adesão de fé, como ensina a Igreja, e vivamos, sob forma do testemunho,
o que professamos em nossa fé.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Jeremias é chamado por Deus a ser profeta das nações;
Jesus se apresenta como profeta que cumpre sua missão do modo como Deus o
quis; a Igreja é uma comunidade de profetas. O profeta é a consciência
crítica do povo, uma consciência crítica não tanto em nome da razão, quanto
em nome da palavra de Deus. Por isso, o profeta é um "ser-contra"
que desmascara as astuciosas cumplicidades com o mal onde quer que se
encontrem.
Sintamos o júbilo real
de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres
cânticos ao Senhor!
IV
DOMINGO DO TEMPO COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)
Antífona da entrada: Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos
dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome nos gloriemos em
vosso louvor (Sl 105,47)
Comentário das Leituras: Para acolher os profetas e acreditar em sua palavra é
preciso ser estrangeiro, ou seja, reconhecer, no outro, alguém diferente;
Apresentar-se como forasteiro, como necessitado de acolhimento e ajuda como a
viúva de Sarepta ou o Sírio Naamã. Considerando Jesus, filho de José, seus
concidadãos apropriaram-se dele. Já não havia diferença e, por isso, nada
tinham a receber.
Primeira Leitura
(Jeremias 1,4-5.17-19)
Leitura do livro do profeta Jeremias.
1 4 Foi-me dirigida nestes
termos a palavra do Senhor:
5 "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. 17 Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles; 18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação. 19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te" - oráculo do Senhor.
Salmo responsorial 70/71
Minha boca anunciará, todos os
dias,
vossas graças incontáveis, ó Senhor.
Eu procuro meu refúgio em vós,
Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
Sede uma rocha protetora para
mim,
um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
Porque sois, ó Senhor Deus,
minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.
Minha boca anunciará todos os
dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.
Segunda Leitura (1
Coríntios 12,31-13,13 ou 13,4-13)
Leitura da primeira carta e são Paulo aos Coríntios.
12 31 Aspirai aos dons
superiores. E agora, ainda vou indicar-vos o caminho mais excelente de todos.
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. 2 Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. 3 Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! 4 A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. 5 Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. 6 Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. 7 Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. 9 A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. 10 Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. 11 Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. 12 Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. 13 Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! (Lc 4,18) EVANGELHO (Lucas 4,21-30)
Naquele tempo, 4 21 Jesus estava
na sinagoga e começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu este oráculo que
vós acabais de ouvir".
22 Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: "Não é este o filho de José?" 23 Então lhes disse: "Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria". 24 E acrescentou: "Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25 Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26 mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27 Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã". 28 A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29 Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30 Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
PARA A BENÇÃO DA
GARGANTA:
Benção das
velas
Ó Deus, luz verdadeira, fonte e princípio da luz eterna, fazei brilhar no coração de vossos fiéis a luz quer não se extingue, para que, iluminados por estas velas no vosso templo santo, cheguemos ao esplendor da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor...
Benção da
garganta
Por intercessão de São Brás, bispo e mártir, Deus te livre do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2ª Hb 11,32-40; Sl 30 (31); Mc 5,1-20 3ª Hb 12,1-4; Sl 21 (22); Mc 5,21-43 4ª Hb 12,4-7; Sl 102 (103); Mc 6,1-6 5ª Hb 12,18-19.21-24; Sl 47 (48); Mc 6,7-13 6ª Hb 13,1-8; Sl 26 (27); Mc 6,14-29 Sa Hb 13,15-17.20-21; Sl 22 (23); Mc 6,30-34 5º DTC Is 6,1-2a.3-8; Sl 137 (138),1-2a. 2bc-3. 4-5. 7c-8 (R/ 1c); 1Cor 15,1-11; Lc 5,1-11(Pesca abundante)
1. Ser Profeta
Um dia alguém me disse em
brincadeira, que ser profeta é “Ser do Contra”. O profetismo no contexto
bíblico nunca poderá ser confundido com extremismo radical, nem com alguma
ideologia de ordem social ou política, pois a pessoa do profeta não está
comprometida com nenhuma instituição humana, nem mesmo a religiosa, pois os
laços de uma Fé encarnada na história, o prendem ao Deus vivo que vai se
revelando na Verdade.
O Sacramento do santo Batismo
nos reveste da missão profética ao fazer-nos membros de uma Igreja
comprometida com o anúncio daquilo que é verdadeiro: o evangelho de Cristo na
sua essência, sem adaptações ou fundamentalismo. O profeta não fala em nome
próprio porque não é o dono da palavra, mas apenas servo.
A iniciativa é sempre de Deus,
pois como Jeremias, somos conhecidos, consagrados e escolhidos ainda no
ventre materno e temos na graça de Deus toda a força e a coragem para cumprir
sem medo a missão. O profeta é do contra sim, quando as idéias e as atitudes
não conferem com a vontade de Deus porque ferem a vida, liberdade e a
dignidade do homem. Trata-se de um anúncio e uma denúncia, não feita com
radicalismo, amargor, mas com firmeza.
Jesus é por excelência o Profeta
do Pai, não só fala em nome de Deus, mas ele é o próprio Deus. A sabedoria do
seu ensinamento causa admiração e encanta as multidões por onde passa,
inclusive à sua comunidade em Nazaré, onde ele se revela como ungido de Deus,
revestido de uma missão. Mas os seus conterrâneos, em vez de se encherem de
alegria ao perceberem em Jesus a presença de Deus, ao contrário, começam a
levantar suspeita e desconfiança sobre a sua pessoa, pois fechados em seus
estreitos horizontes, achavam impossível Deus Altíssimo agir em Jesus de
Nazaré, filho de Maria e José, carpinteiro de profissão, pessoa simples ali
da terra.
Hoje em dia também é difícil uma
pessoa simples de origem humilde mostrar o seu valor, pois em uma sociedade
tão competitiva, ás vezes somente os letrados e diplomados conseguem ter suas
idéias aceitas. Em nossas comunidades cristãs muitas vezes e infelizmente
cometemos esse mesmo pecado quando valorizamos mais o ministro do que a
própria Palavra. O ministério ordenado, bem como todos os outros ministérios
da nossa igreja, antes de tudo estão a serviço do povo de Deus, mas às vezes
a próopria comunidade se prende excessivamente ao formalismo e à instituição
dando crédito apenas à palavra de alguém revestido de autoridade. Quantas
vezes presenciei pessoas que voltaram para suas casas da porta da igreja, ao
tomarem conhecimento de que a celebração seria presidida por um ministro
leigo...
Foi mais ou menos isso que
aconteceu com Jesus na sinagoga de Nazaré, ele falava com grande sabedoria,
porém era um leigo, não pertencia a elite dos escribas ou a classe
sacerdotal, ou ao seleto grupo dos Doutores da Lei. Apegados ás tradições e
ao formalismo religioso, os conterrâneos de Jesus não conseguem vislumbrar
nele algo de novo e o rejeitam simplesmente porque ele não se enquadra nos
padrões religiosos pré determinados e nem realiza sinais prodigiosos.
A Salvação trazida pela graça de
Deus, só produz o seu efeito quando encontra receptividade e abertura no
coração do homem independente da sua raça, ideologia, condição social ou até
mesmo credo religioso. Pois ao tomarem conhecimento desta verdade através de
Jesus, que citou o exemplo da viúva de Sarepta, e de Naamã, o sírio,
beneficiados pela ação profética de Elias e Eliseu, respectivamente, os
conterrâneos de Jesus, tomados pela fúria, o expulsaram da comunidade e
tentaram matá-lo. Somente uma fé madura e um coração totalmente aberto à
graça de Deus, poderá nos levar à compreensão de que a Salvação que Jesus
oferece é para todos os homens.
Pensar diferente disso é
menosprezar a caridade, a maior de todas as virtudes, é querer caminhar
sozinho, adentrando no atalho da mediocridade e da hipocrisia.
2. Passando pelo meio
deles...
O versículo 21b ("Hoje se
cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir") e os
versículos 22-23, onde encontramos uma reação positiva dos ouvintes presentes
na sinagoga de Nazaré ao comentário de Jesus sobre o trecho do livro do
Profeta Isaías, poderiam nos levar a entender que os pobres, os cativos, os
cegos, os oprimidos fossem os destinatários da mensagem, aos quais Jesus é
enviado.
No entanto, nos versículos
22-27, Jesus exclui os Nazarenos de sua mensagem salvífica. E a evocação dos
fatos tirados do ciclo de Elias e Eliseu estabelece um paralelo entre Israel
e Nazaré.
Nazaré passa a ser o protótipo
da rejeição de Jesus por Israel. Jesus é um profeta não somente porque ele
sabe-se enviado, mas porque é rejeitado. Eis o critério que permite verificar
a autenticidade de sua vocação: "... nenhum profeta é aceito na sua
própria terra" (v. 24).
O profeta é consciente das dificuldades
na realização da missão, por isso é chamado a viver na confiança: "Farão
guerra contra ti, mas não te vencerão, porque estou contigo para te defender,
oráculo do Senhor" (Jr 1,19). Não há nada nem ninguém que possa impedir
o Senhor de continuar o seu caminho de realização da vontade do Pai: ".
passando pelo meio deles, continuou o seu caminho" (v. 30).
Oração
Pai, que eu saiba acolher Jesus e reconhecê-lo como de Filho de Deus, de modo a tornar-me beneficiário de seu ministério messiânico.
3. O DESPREZO ESPERADO
Jesus não se deixou levar por um
otimismo ingênuo, enquanto exercia seu ministério. Juntamente com a euforia e
a empolgação populares, diante de seus gestos de poder, havia também a
crítica contumaz de seus adversários. Não só! Seus conterrâneos de Nazaré
viam com suspeita o que acontecia em torno dele, e se opunham a tudo aquilo.
A experiência dos antigos
profetas de Israel ajudou Jesus a compreender que sua situação não era
novidade para ele. O povo costumava rejeitar os profetas enviados por Deus,
para chamá-lo à conversão. Assim aconteceu com os grandes profetas: Elias e
Eliseu. Portanto, o desprezo sofrido por Jesus podia, de certa forma, ser
esperado.
No caso dele, porém, a rejeição
resultou de um preconceito, pelo fato de ser "filho de José". Logo
uma pessoa assaz conhecida.
Contudo, a raiz do fechamento
diante da pregação dos profetas está, principalmente, na recusa a acolher o
seu apelo à conversão. O povo prefere continuar no caminho fácil do pecado e
da infidelidade, a submeter-se à mudança de vida, como Deus quer. Ou então,
calar a voz incômoda que o questiona, a deixar-se tocar por ela.
Os habitantes de Nazaré
preferiram esse caminho fácil, e tentaram precipitar Jesus do alto de um
monte. Ele, porém, sem se intimidar, passando pelo meio deles, prosseguiu seu
caminho. Desta forma, não se deixou bloquear pelo desprezo dos seus próprios
conterrâneos.
Oração
Espírito de realismo, que eu saiba contar sempre com a possibilidade de ser desprezado e rejeitado, sem, por isso, fugir da missão a mim confiada. |
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domingo, 27 de janeiro de 2013
Liturgia da 03ª semana comum Ano Impar
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