Liturgia da Segunda Feira — 19.11.2012
SANTOS
ROQUE, AFONSO E JOÃO - PRESBÍTEROS E MÁRTIRES
(VERMELHO,
PREFÁCIO COMUM DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado
na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.
Leitura (Apocalipse
1,1-4; 2,1-5.)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
1 1 Revelação de Jesus Cristo,
que lhe foi confiada por Deus para manifestar aos seus servos o que deve
acontecer em breve. Ele,
por sua vez, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servo João,
2 o qual atesta, como palavra de Deus, o testemunho de Jesus Cristo e tudo o
que viu.
3 Feliz o leitor e os ouvintes se observarem as coisas nela escritas, porque
o tempo está próximo.
4 João às sete igrejas que estão na Ásia: a vós, graça e paz da parte daquele
que é, que era e que vem da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu
trono
1 Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as
sete estrelas na sua mão direita, aquele que anda pelo meio dos sete
candelabros de ouro.
2 Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os
maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste
mentirosos.
3 Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste.
4 Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras
obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não
te arrependas.
Salmo responsorial 1
Ao vencedor concederei comer da
árvore da vida!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados,
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma
árvore,
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos
perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas
terá a luz da vida (Jo 8,12).
Evangelho (Lucas 18,35-43)
18 35 Ao aproximar-se Jesus de
Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas.
36 Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia.
37 Responderam-lhe: "É Jesus de Nazaré, que passa".
38 Ele então exclamou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!"
39 Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas
ele gritava ainda mais forte: "Filho de Davi, tem piedade de mim!"
40 Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto,
perguntou-lhe:
41 "Que queres que te faça?" Respondeu ele: "Senhor, que eu
veja".
42 Jesus lhe disse: "Vê! Tua fé te salvou".
43 E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus.
Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus.
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. UMA ENTREVISTA
ESCLARECEDORA COM O EX-CEGO
( ... Será que o problema desse
homem era apenas a cegueira física, ou havia algo a mais que o fazia um
infeliz? ... )
___O que você queria mesmo, era
apenas enxergar?
___Não! Além de enxergar eu queria um sentido para a minha vida, enxergar era
importante, mas eu, além do mundo, das coisas e objetos e das pessoas, queria
ver algo mais, vislumbrar algo que me desse uma boa razão para viver.
___Então você está falando de uma escuridão mais terrível que a cegueira
física?
___Sim, exatamente isso, a Vida de quem não descobriu uma razão e um sentido
para o existir, é uma escuridão terrível, você não sabe de onde veio e para onde
caminha, não imagina que rumo tomar... Por isso fica á beira do caminho a
espera de alguma referência, alguma orientação, alguém que te dê uma luz...
___Ah então começo a perceber uma coisa importante, a narrativa da cura da
sua cegueira é mais teológica do que jornalística?
___Mas é claro, Lucas o evangelista sabia de como aquela experiência com
Jesus o Filho de Davi, mudou totalmente a minha vida.
___E por que você o chama por esse nome de "Filho de Davi"?
___Ah meu amigo, "Filho de Davi" era o grito dos pobres e pequenos
daquele tempo, não só isso, mas também de todo homem ou mulher que não tinha
mais nenhuma esperança nesta vida, de quem estava no fundo do poço. E eu
sabia que era ele que estava se aproximando e gritei com todas minhas forças...
___O que você diz dos que tentaram fazer você se calar...
___Eles achavam que eu não tinha a menor chance de dar uma "guinada de
90 graus" na minha existência, o Nazareno não iria perder tempo comigo
que era considerado impuro, desgraçado, sem nenhuma perspectiva futura de
mudar para melhor... Igual hoje, pois vocês aí do Terceiro Milênio também têm
uma multidão de cegos á beira do caminho, gente que parou de andar porque não
sabe para onde vai. Tendo a luz que é Jesus Cristo, e nada fazendo para que estes
também conheçam a Luz, é omissão muito grave...
___E sobre a pergunta de Jesus, "O que queres que te faça?",
parecer que ele foi irônico, claro que você queria enxergar, não é?
___Não foi irônico não, ele só queria saber se o que eu desejava era apenas
uma cura física ou estava a procura de um novo rumo para a minha vida, por
isso me fez essa pergunta....
___Nossa! Essa eu não sabia, a coisa mais lógica de um deficiente visual é
querer enxergar...
___Pois é, mas a deficiência espiritual é mil vezes pior, então na minha
resposta o Mestre percebeu que eu queria mais do que isso, queria ser seu
seguidor e discípulo, porque sabia no meu coração que Ele era a Verdadeira
Luz, aquele que dá sentido e razão a nossa existência....pois muitos recebem
a graça de uma cura física, Jesus não se nega a fazê-lo, porque sempre age
com compaixão e misericórdia, mas as vezes o que foi curado continua com a
doença grave que é a descrença e o pecado.
___Olha se o ex-Cego, o seu testemunho foi ótimo, pois a gente aqui do Terceiro
Milênio fica olhando só a cura física e não percebe esse algo mais que você
falou, e que foi na verdade o que levou a multidão a dar glórias a Deus...
___Isso mesmo, eu entrei para a comunidade me sentindo um homem novo, que
agora vê e enxerga esse Reino que Jesus inaugurou em nosso meio, aquele dia
foi uma Festa inesquecível, o dia em que encontrei com Jesus e a minha vida
mudou, porque descobri o sentido e a razão da minha existência. Vê se vocês
cristãos aí do terceiro milênio, levam Jesus a esse monte de cegos e cegas
que perambulam sem rumo, ou se acomodam á beira do caminho e da sociedade,
paralisados pela cegueira, pelo desânimo e falta de esperança. Vê se vocês
cristãos das comunidades cristãs, facilitem o acesso á salvação, e não tenham
a conduta daqueles que queriam fazer calar a minha voz, o meu grito.
___Pode deixar meu irmão: Essa sua entrevista vai revolucionar a vida de
muita gente aqui dos nossos tempos.
2. Os pobres reconhecem
Jesus
Jesus e os discípulos caminham
para Jerusalém, onde ocorrerá o desfecho de seu ministério com sua pregação
entre os peregrinos e a repressão que o levará a morte de cruz. Jesus,
pressentindo o que ocorreria, já advertira os discípulos por três vezes (três
"anúncios da Paixão" - Lc 9,22; 9,44; 18,32-33). Estes estão
apegados à concepção de que Jesus seria o poderoso messias davídico e Jesus
procurava demove-los desta ideia.
Agora se aproximam de Jericó. Um
cego, à beira do caminho, ouve que é Jesus de Nazaré quem vai passando.
Dirige-se a Jesus chamando-o, contudo, de "Filho de Davi", título
messiânico de poder que Jesus rejeitava. Nisto consistia a sua cegueira.
Curado por Jesus, o homem passa a segui-lo, glorificando a Deus. Neste cego
pode-se ver a dificuldade dos próprios discípulos em compreenderem Jesus.
Os pobres que começam a ver
integram-se no Reino, o que é fonte de alegria e motivo de glória a Deus.
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser
curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à
salvação.
3. QUE QUERES QUE
EU FAÇA?
A cura do cego de Jericó é
carregada de simbolismo. Estando bem próximo de Jerusalém, onde sofreria a
paixão, foi da boca de um pobre marginalizado que Jesus ouviu a proclamação
de sua condição messiânica. Ao chamá-lo de Filho de Davi, o mendigo cego
professou sua fé no Mestre, como o Messias longamente esperado pelo povo. Seu
pedido de piedade manifestava a condição da humanidade inteira, carente da
misericórdia de Jesus. Sua fé profunda no poder taumatúrgico do Senhor
revelava o tipo de relacionamento que se deveria estabelecer entre Jesus e
seus discípulos; relacionamento feito de entrega total e confiante.
A recuperação da visão
significava que, para seguir Jesus, como fez o ex-cego, era preciso estar de
olhos abertos, colocar-se em contínuo discernimento e não se deixar levar
pela cegueira espiritual que pode levar à decepção em relação a Jesus.
Tendo-se posto a seguir Jesus, glorificando a Deus, o miraculado tornava-se
símbolo da disposição que deve ter o discípulo para seguir o Mestre,
mormente, quando se trata de enfrentar a paixão e a cruz.
Jesus dirige a cada discípulo a
pergunta "Que queres que eu te faça?". E reserva-lhe um gesto
misericordioso, cujo efeito será prepará-lo para a provação da fé. Mas o
discípulo não poderá manter-se cego, indiferente ao Senhor que passa,
despreparado para segui-lo.
Oração
Senhor Jesus, prepara-me, cada dia, para eu ser teu seguidor, reforçando
minha fé e curando a cegueira que me impede de caminhar resoluto contigo.
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XXXIII
SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o
Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso
cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Leitura (Apocalipse
3,1-6. 14-22.)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
3 1 Ao anjo da igreja de Sardes,
escreve: "Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as
sete estrelas. Conheço as tuas obras: és considerado vivo, mas estás morto.
2 Sê vigilante e consolida o resto que ia morrer, pois não achei tuas obras
perfeitas diante de meu Deus.
3 Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e arrepende-te.
Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te
surpreenderei.
4 Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes;
andarão comigo vestidas de branco, porque o merecem.
5 O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu
nome do livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos.
6 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a
Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.
15 Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou
quente!
16 Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.
17 Pois dizes: 'Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito' - e não
sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.
18 Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico;
roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua
nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.
19 Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e
arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a
porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.
21 Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu
venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas".
Salmo responsorial 14/15
Ao vencedor, dar-lhe-ei o
direito
De sentar-se comigo no meu trono.
"Quem morará em vossa
casa?"
É aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.
Que em nada prejudica o seu
irmão,
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.
Não empresta o seu dinheiro com
usura
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Por amor, Deus enviou-nos o seu filho como vítima por nossas transgressões
(1Jo 4,10).
Evangelho (Lucas 19,1-10)
19 1 Jesus entrou em Jericó e
ia atravessando a cidade.
2 Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de
impostos.
3 Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da
multidão, porque era de baixa estatura.
4 Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por
ali.
5 Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe:
"Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua
casa".
6 Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente.
7 Vendo isto, todos murmuravam e diziam: "Ele vai hospedar-se em casa de
um pecador".
8 Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: "Senhor, vou
dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém,
restituirei o quádruplo".
9 Disse-lhe Jesus: "Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também
este é filho de Abraão".
10 Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Como Zaqueu...
Há um verbo interessante nessa
narrativa do evangelista São Lucas, carregado de sentido teológico: Zaqueu
subiu em uma árvore, para poder ver Jesus. Como se tivéssemos em baixo de nós
um grande espelho, esse ato na verdade é invertido, e quando, como Zaqueu,
subimos, na verdade descemos.
Na História da Salvação, desde o
antigo Testamento até o tempo da Plenitude em Jesus Cristo, as
muitas “subidas” significam a “Ascese espiritual” onde, referências
geográficas como montes e montanhas, e nomes de forte simbolismo como Sinai e
Horeb, entre outros, apontam para esse Ver, conhecer e experimentar a Deus,
que se revela aos homens. Essa teologia rica em sinais Teofánicos,
continua com maior intensidade no Novo Testamento, no Sermão da Montanha,
Tabor, Getsêmani e por fim o Monte Gólgota ou Calvário.
Entre os Salmos, formas da
devoção popular para expressar seus pedidos, desejos, angústias e alegrias,
temos o Salmo das Subidas, que se refere a peregrinação do Povo Judeu ao
templo, lugar do encontro e da experiência com o Deus da Aliança, e nos anos
60 lembro-me de um canto de entrada que lembrava essa ascese “Com a Igreja
subiremos, no altar do Senhor....” .É preciso subir, elevar-se, quem quiser
ver, ouvir e experimentar a Jesus, terá de subir, Como Pedro Thiago e João
que viram a transfiguração do Senhor no alto do Monte Tabor, mas esse SUBIR
supõe um DESCER.
Zaqueu , antes de subir naquela
árvore, teve de descer de si mesmo, do seu posto de chefe dos cobradores de
impostos, do seu Status de pessoa importante, se sua posição social, por que
e para que? Porque tinha ouvido falar de Jesus e queria conhecê-lo, mas havia
duas coisas que o atrapalhavam nesse seu desejo, de um lado a multidão que se
aglomerava em torno de Jesus e o ocultavam dos demais, e de outro, uma
deficiência física: era baixinho, mas o maior empecilho estava no fato de que
era “alto” em poder, em riqueza e importância social, o que Zaqueu tinha de
baixa estatura, tinha de grandeza na sociedade, era muito rico, nos lembra o
Evangelista....Rico não precisa subir em árvores para ver uma celebridade,
possivelmente estará junto com a celebridade no palco ou palanque montado.
Rico não precisa espremer-se em meio a multidão, pois tem os melhores lugares
reservado junto com a sua comitiva.
Mas o coração de Zaqueu andava
inquieto há muito tempo, não foi coisa de momento pois esse pensamento vinha
sendo gestado em seu coração, exatamente como Maria, que antes de acolher
Jesus em seu ventre, já o tinha acolhido em seu coração.
E como o coração tem razões, que
a própria razão desconhece, naquele momento Zaqueu esqueceu do seu cargo, da
sua posição, da sua importância, do decoro que deve pautar as ações de alguém
que ocupa um cargo importante e subiu na figueira para ver Jesus passar e
assim, acabou sendo encontrado por Jesus. Quando desejamos vê-lo Ele já nos
encontrou, o Deus Poderoso e Onipotente, não entra em nossa vida sem o nosso
consentimento, não força, não exige, mas chama e propõe.
Por isso que a vida de Zaqueu
mudou naquele dia, antes de acolhê-lo em sua casa já o tinha acolhido em seu
coração e daí a Salvação aconteceu. “Hoje a Salvação entrou nessa casa, isso
é, no coração e na vida de Zaqueu. Quem conhece e experimenta Jesus movido
por um desejo profundo, não conseguirá mais ser o mesmo, a vida é transformada
e renovada, a conversão de Zaqueu e o seu desejo sincero de devolver ao
próximo o que havia fraudado, é apenas conseqüência da sua adesão a Jesus o
Filho de Deus, adesão que vem do kerígma provocado pelo primeiro anúncio, e
que só é possível quando, a exemplo do nosso Mestre e Senhor, também tenhamos
a humildade de descer de nós mesmos, para poder com Ele subir, COMO ZAQUEU...
2. O interesse por Jesus
Lucas, como bom literato, realça
com cores vivas os personagens sobre os quais discorre. Zaqueu, chefe dos
publicanos e rico, é apresentado como figura vivaz e simpática. Sendo
baixinho, não podia ver Jesus no meio da multidão. Com simplicidade e
desinibido, corre a uma figueira, antes que outro chegue, e sobe nela para
ver Jesus. Ficam manifestos, assim, o entusiasmo e o interesse de Zaqueu por
Jesus. Jesus, levantando os olhos, o percebe e propõe ficar em sua casa,
naquele dia. Zaqueu, prontamente, propõe restabelecer a justiça e partilhar
sua riqueza com os pobres, afirmando-se, assim, como um convertido.
Jesus vem revelar a misericórdia
do Pai que perdoa os pecados e convida à conversão indiscriminadamente. A
obra de fé de quem se converte é a prática do bem, da justiça e da partilha.
Oração
Pai, faze-me puro de coração, como o Zaqueu convertido, tornando-me
desapegado das coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os pobres.
3. ACOLHENDO A
SALVAÇÃO
O encontro de Jesus com Zaqueu
mostra como é possível um rico obter a salvação, embora seja mais fácil um
camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de
Deus. Não é que os ricos estejam, necessariamente, fadados à condenação. Mas
é preciso que se deixem transformar, com sinceridade, pelo Reino anunciado
por Jesus.
O processo de conversão de
Zaqueu começou com o desejo de ver Jesus. Tal era a intensidade deste desejo
que ele, por ser de baixa estatura, não duvidou em sair correndo, e subir
numa árvore para ver o Mestre passar. A disposição de expor ao ridículo seu
prestígio de homem rico leva a suspeitar que Zaqueu nutria algo mais que mera
curiosidade de ver Jesus. E de seu posto de observador, não é ele quem vê
Jesus. É Jesus quem o vê e se autoconvida para hospedar-se na casa dele.
Então, dá-se uma reviravolta na
vida daquele homem que era odiado por muitos, por ser funcionário dos romanos
e explorador do povo judeu. O sinal da conversão revela-se pela disposição de
distribuir metade de seus bens aos pobres e de restituir, quatro vezes mais,
a quantia que porventura houvesse roubado de alguém. Sua salvação teve
início, quando ele saiu de seu mundo cujo eixo era o dinheiro, foi capaz de
descobrir o próximo e fazer por ele um gesto de amor. Portanto, os ricos se
salvam, se se deixam transformar pelo amor.
Oração
Senhor Jesus, que a salvação entre cada vez mais, em minha casa, abrindo meu
coração para a solidariedade para com os mais pobres.
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APRESENTAÇÃO
DE NOSSA SENHORA
(BRANCO, PREFÁCIO DE
MARIA – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: O Senhor Deus vos abençoou, virgem Maria mais que a
todas as mulheres. Ele exaltou o vosso nome: que toso os povos cantem vosso
louvor (Jt 13,23.25).
Leitura (Zacarias
2,14-17)
Leitura da profecia de Zacarias
2 14 "Solta gritos de
alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti -
oráculo do Senhor.
15 Naquele dia se achegarão muitas nações ao Senhor, e se tornarão o meu
povo: habitarei no meio de ti, e saberás que fui enviado a ti pelo Senhor dos
exércitos.
16 O Senhor possuirá Judá como seu domínio, e Jerusalém será de novo (sua
cidade) escolhida.
17 Toda criatura esteja em silêncio diante do Senhor: ei-lo que surge de sua
santa morada".
Salmo responsorial Lc 1
O Poderoso fez por mim
maravilhas
e santo é o seu nome.
A minha alma engrandece o
Senhor,
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.
Pois ele viu a pequenez de sua
serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!
Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
Derrubou os poderosos de seus
tronos
e os humildes exaltou.
De bens saciou os famintos
e despediu, em nada, os ricos.
Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)
Evangelho (Mateus 12,46-50)
12 46 Jesus falava ainda à
multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a
ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem
falar-te".
48 Jesus respondeu-lhe: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: "Eis
aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu
irmão, minha irmã e minha mãe".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. AS MARAVILHAS DE DEUS
Em nossas comunidades há pessoas
carismáticas dotadas de dons maravilhosos concedidos por Deus, as pessoas
desenvolvem aptidão para alguma coisa, alguma tarefa, mas há muitos que se
omitem em usar seus dons, dizendo que não querem aparecer, achando que assim
estão sendo "humildezinhas", esse é um grave pecado chamado de
omissão... É como aquele servo avarento que recebeu uma dessas minas para
administrar, e com medo da responsabilidade e de uma punição pelo mau uso do
seu talento, manteve o seu dom trancado a sete chaves para restituir ao
Senhor no momento certo porém, a sua produção foi zero, usou o talento e o
dom apenas em benefício próprio, querendo só salvar a sua vida e a sua alma.
Jesus inaugurou o Reino de Deus
entre nós, mas só inaugurou. Isto é, colocou a pedra fundamental que é ele
próprio, e depois confiou á sua Igreja a missão de edificá-lo. O homem que
foi para um país distante confiou a administração de suas minas a um grupo de
pessoas, e como qualquer bom acionista, Deus quer ver o seu reino se
expandir, para que todos o conheçam e venham dele participar.
A construção do Reino de Deus
depende dos homens! Essa afirmação poderá escandalizar os que não a
compreenderem, mais isto é a mais pura verdade. Deus só age quando o homem
colabora.
Basta imaginarmos o que teria
acontecido com a nossa Igreja, se o grupo de apóstolos tivessem mantido a
comunidade apenas em Jerusalém, não permitindo que ela se expandisse entre os
pagãos, através do apóstolo Paulo. Nos dias de hoje precisamos pensar com
muita seriedade no ensinamento desse evangelho, pois diante dos desafios da
evangelização na pós modernidade, temos todos a tentação de vivermos o
cristianismo "enterrados" em nossas comunidades cristãs,
preservando assim o santo evangelho como coisa santa e sagrada que não pode e
nem deve ser levado a um ambiente profano que é a sociedade atual e todos os
seus segmentos.
Esquecemos que a missão primária
da Igreja teve início com uma ordem do Senhor... "IDE, a todas as Nações
da terra". O cristianismo quando vivido com autenticidade e coerência,
tem essa força de penetrar em qualquer cultura de qualquer época da nossa
história, a Palavra que levamos e o testemunho que vivemos, tem essa força
transformadora que ninguém consegue segurar. É exatamente isso que Deus
espera de nós, é essa a missão que Jesus nos confiou.
Estamos investindo bem e
negociando em nossas relações a riqueza da sua graça, ou egoisticamente
queremos guardar tudo para nós e garantir a nossa salvação? Se assim
procedermos, esse pouco que dispomos nos será tirado e ao chegarmos diante de
Deus estaremos de mãos abanando...
2. O vínculo maior
Nesta narrativa de Mateus,
percebemos três grupos relacionados com Jesus. Por um lado, as multidões a
que Jesus falava. Por outro lado, sua família. E, finalmente, os discípulos a
quem Jesus destaca, estendendo a mão.
Em um primeiro nível, as multidões,
como aglomerado circunstancial de dispersos, são compostas de curiosos e
esperançosos, que desejam libertar-se de suas exclusão e de suas carências.
Buscam algo de novo, atentos a Jesus, porém ainda não deram sua adesão ao seu
projeto.
Num segundo nível, a família,
caracterizada por sua unidade carnal e tradicional, fica de fora das
multidões. Porém, os laços consanguíneos não são, por si só, a garantia
absoluta do amor e da unidade.
No terceiro nível, com
proximidade maior, temos os discípulos. Eles formam o grupo que deu sua
adesão ao projeto de Jesus, irmanados no cumprimento da vontade do Pai, que é
a prática do amor que comunica a vida. Todos são chamados ao discipulado. A
família, particularmente, é o espaço privilegiado para se viver a experiência
do amor. O crescimento no amor leva a família a abrir-se na solidariedade e
em comunhão com os mais carentes e necessitados.
Oração
Pai, reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a
testemunhar que formamos uma grande família, cujo pai és tu.
3. APRESENTAÇÃO NO
TEMPLO
Esta narrativa de Mateus também
é encontrada nos evangelhos de Marcos e Lucas. A figura central é a
"mãe". No processo de geração a mulher-mãe tem um papel
fundamental. A própria Terra é tida como "mãe" em relação à vida
que, sem cessar, desabrocha em sua superfície.
Na narrativa há um confronto
entre as multidões às quais Jesus fala, e sua família, mãe e irmãos, que
ficam de fora e procuram falar com Jesus. A família, tendo a mãe como centro,
está na base do conceito de Israel e é o elo fundamental da continuidade da
tradição do judaísmo. Abraão e sua descendência, a partir de Sara, constituem
o povo eleito. Em continuidade, Davi e sua descendência constituem a dinastia
real escolhida por Javé.
O sacerdote hereditário é a base do poder do Templo. Daí as
genealogias que confirmavam as purezas racial e funcional. Enquanto a pureza
religiosa exigia o afastamento das multidões, Jesus se põe em íntimo contato
com elas. Removendo a prioridade dos laços consangüíneos familiares, que
garantiam o privilégio da eleição, Jesus, sem exclusões, constitui a grande
família unida no cumprimento da vontade do Pai, que deseja vida plena para
todos.
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SANTA
CECÍLIA - VIRGEM E MÁRTIR
(VERMELHO,
PREFÁCIO COMUM OU DAS SANTAS – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é
excelso; sua glória excede a terra e o céu (Sl 148,12ss).
Leitura (Apocalipse
5,1-10)
Leitura do livro do Apocalipse de livro de são João.
5 1 Eu vi também, na mão direita
do que estava assentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora,
selado com sete selos.
2 Vi então um anjo vigoroso, que clamava em alta voz: "Quem é digno de
abrir o livro e desatar os seus selos?"
3 Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o
livro ou examiná-lo.
4 Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro e
examiná-lo.
5 Então um dos Anciãos me falou: "Não chores! O Leão da tribo de Judá, o
descendente de Davi achou meio de abrir o livro e os sete selos".
6 Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um
Cordeiro de pé, como que imolado. Tinha ele sete chifres e sete olhos (que
são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra).
7 Veio e recebeu o livro da mão direita do que se assentava no trono.
8 Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro
cheias de perfume (que são as orações dos santos).
9 Cantavam um cântico novo, dizendo: "Tu és digno de receber o livro e
de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço
de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça;
10 e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam sobre a
terra".
Salmo responsorial 149
Fizestes de nós, para Deus,
sacerdotes e povo de reis.
Cantai ao Senhor Deus um canto
novo,
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez,
e Sião se rejubile no seu Rei!
Com danças glorifiquem o seu
nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.
Exultem os fiéis por sua glória,
e cantando se levantem de seus leitos,
com louvores do Senhor em sua boca;
eis a glória para todos os seus santos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Sl
94,8).
EVANGELHO (Lucas 19,41-44)
Naquele tempo, 19 41
aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela,
dizendo:
42 "Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o
que te pode trazer a paz! Mas não, isso está oculto aos teus olhos.
43 Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te
sitiarão e te apertarão de todos os lados;
44 destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não
deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste
visitada".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um alerta as
comunidades do nosso tempo...
(A Graça e Salvação é um
processo dinâmico em nossa vida, em um círculo virtuoso que nos levará a
plenitude, entretanto, como um dom e presente de Deus para nós, é necessário
que a desejemos como o bem supremo de nossa vida, e a busquemos em todos os
momentos, porque sem ela não teremos a Vida em plenitude, como é o desejo de
Deus)
Jerusalém não foi invadida e
destruída como castigo por ter rejeitado a Jesus, mas porque perdeu a grande
oportunidade de acolher a Graça e a Salvação presentes Nele, a cidade Santa é
contemplada uma última vez antes da sua entrada triunfal, Jesus sabe que
aquela aparente glória irá acabar em fracasso, ele será esmagado na paixão e
morte na cruz do calvário, e por um instante ficará a impressão de que as
Forças do Mal acabaram o destruíram bem como o seu Reino de Amor, entretanto
da escuridão surgirá a luz definitiva, do fracasso virá a vitória sobre o
Mal, o amor é mais forte que a morte.
Jesus chora porque Jerusalém
está a um passo da pior de todas as tragédias, será destruída sem ter
experimentado a esperança que brota do coração de Deus. Sua esperança de
restaurar a realeza com a força e o poder do Ungido de Deus, cairá totalmente
por terra, sem essa esperança que dá sentido e razão para a vida, Jerusalém
ficará a mercê dos inimigos e não resistirá.
Jerusalém tinha a seu favor toda
uma tradição religiosa que apontava para os tempos messiânicos que havia
chegado com Jesus, deveria por isso mesmo ser a primeira a acolher no coração
o Messias Salvador enviado, para manifestar aos homens todo o grande Amor
acalentado no coração de Deus, desde os primórdios da humanidade.
Também hoje o Reino de Deus não
está oculto, e diante dos olhos da nossa Fé ele vai se manifestando nas
comunidades cristãs e em todas as pessoas de bem, é preciso acreditar nele,
alimentar a esperança que brota da Fé pois a visita de Jesus á humanidade não
terminou com a sua ascensão, ao contrário, ela se prolonga há três milênios,
é preciso perceber a sua presença entre nós, é preciso acreditar que o homem
não poderá resistir a Deus, sua graça e seu amor, e fazer dessa esperança o
caminho mais seguro para irmos de encontro a plenitude.
2. A trágica destruição de Jerusalém
Depois de uma longa caminhada,
desde a Galileia, Jesus se aproxima de Jerusalém e, vendo a cidade, chora
sobre ela. Jerusalém era uma cidade dos jebuseus que foi invadida e tomada
pelo rei Davi. Nela Davi centralizou os poderes religioso, político e
militar. O Templo aí construído e a sólida teologia imperial elaborada na
corte dos reis descendentes de Davi e no Templo pela casta sacerdotal,
conferiram a Jerusalém o status de cidade sagrada. À destruição da cidade
será acrescentado o presságio de Jesus sobre a destruição do Templo, do qual
não ficará pedra sobre pedra, também.
O Templo, desde sua construção
por Salomão, tinha um anexo, o Tesouro, onde eram depositadas as riquezas
acumuladas a partir das ofertas rituais, donativos e tributos. A Jerusalém
está associada uma história de violência e acúmulo de riquezas. Alguns
profetas do Primeiro Testamento já denunciavam o abuso de poder e a corrupção
aí reinantes. Jesus acrescenta sua lamentação: "Jerusalém, Jerusalém,
que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados...". E o
próprio Jesus será morto nesta cidade.
A trágica destruição de
Jerusalém e do Templo é associada à rejeição do poder religioso, aí sediado,
a Jesus, com sua mensagem libertadora de paz e amor universal.
Oração
Pai, dá-me o bom senso de acolher a salvação que me ofereces em teu Filho Jesus.
Desta forma, não incorrerei em castigo semelhante ao que se abateu sobre a
Cidade Santa.
3. A VISITA RECUSADA
O pranto de Jesus sobre
Jerusalém expressava sua frustração diante de um povo fechado à sua pregação,
e que relutava em converter-se diante de seus apelos. Embora Jesus tenha sido
enviado pelo Pai como mensageiro de paz, tornou-se vítima do ódio e da
perseguição dos destinatários de sua missão. Ele tinha à sua frente pessoas
cegadas por um esquema mental tão rígido, a ponto de não abrirem espaço para
a novidade do Reino que lhes era anunciado. Pensavam ter encontrado Deus, mas
se recusavam a acolhê-lo na pessoa de seu enviado.
O mensageiro da paz
transformou-se, então, em anunciador de castigos e desgraças. Num linguajar
próprio dos antigos profetas, Jesus anunciou o futuro, sem meios termos. A
infidelidade a Deus levaria o povo à ruína completa. Seu orgulho seria
dobrado pela ação inclemente dos inimigos, que não teriam misericórdia. O
povo escolhido de outrora não seria mais objeto do carinho divino.
As palavras fortes de Jesus
contra Jerusalém constituíam-se no seu último apelo profético à conversão.
Nenhum prazer lhe causaria ver a cidade santa destruída e o povo massacrado.
Entretanto, pelos rumos que as coisas estavam tomando, não havia dúvida
quanto ao desfecho da situação. Não foi por falta de alerta que o castigo
chegaria.
Oração
Senhor Jesus, tira a dureza do meu coração. Ela me impede de acolher tua
palavra e de deixar-me converter.
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XXXIII
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o
Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso
cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).
Leitura (Apocalipse
10,8-11)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
10 8 Então a voz que ouvi do céu
falou-me de novo, e disse: "Vai e toma o pequeno livro aberto da mão do
anjo que está em pé sobre o mar e a terra". 9 Fui eu, pois, ter com o
anjo, dizendo-lhe que me desse o pequeno livro. E ele me disse: "Toma e
devora-o! Ele te será amargo nas entranhas, mas, na boca, doce como o
mel".
10 Tomei então o pequeno livro da mão do anjo e o comi. De fato, em minha
boca tinha a doçura do mel, mas depois de o ter comido, amargou-me nas
entranhas.
11 Então foi-me explicado: "Urge que ainda profetizes de novo a
numerosas nações, povos, línguas e reis".
Salmo responsorial
118/119
Como é doce ao paladar vossa
palavra, ó Senhor!
Seguindo vossa lei me rejubilo
muito mais do que em todas as riquezas.
Minha alegria é a vossa aliança,
meus conselheiros são os vossos mandamentos.
A lei de vossa boca, para mim,
vale mais do que milhões em ouro e prata.
Como é doce ao paladar vossa
palavra,
muito mais doce do que o mel na minha boca!
Vossa palavra é minha herança
para sempre,
porque ela é que me alegra o coração!
Abro a boca e aspiro largamente,
pois estou ávido de vossos mandamentos.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).
EVANGELHO (Lucas 19,45-48)
19 45 Naquele tempo, Jesus
entrou no templo e começou a expulsar os mercadores.
46 Disse ele: "Está escrito: A minha casa é casa de oração! Mas vós a
fizestes um covil de ladrões".
47 Todos os dias ensinava no templo. Os príncipes dos sacerdotes, porém, os
escribas e os chefes do povo procuravam tirar-lhe a vida.
48 Mas não sabiam como realizá-lo, porque todo o povo ficava suspenso de
admiração, quando o ouvia falar.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. São Lucas
explica...
Olha São Lucas, a gente aqui do
Terceiro Milênio da Era Cristã, está achando que podemos trabalhar esta
reflexão em cima dessa acusação muito grave que Jesus faz contra os
mercadores "Fizestes da minha casa um esconderijo de Ladrões".
___Vocês estão no caminho certo, mas falta incluir a frase inicial que é
também muito importante "A minha casa é casa de oração...".
___Então há uma relação entre essas duas afirmações?
___Claro que há, pense que uma casa de oração é antes de tudo um lugar de
encontro...
___Certo! Encontro com os irmãos e irmãs e também com Deus. Mas encontro para
que?
___Ótima pergunta, tem gente que pensa que é um encontro só para rezar.
___Mas não é?
___O Rezar junto é apenas consequência de quem vive em comunhão e só está em
comunhão com Deus e os irmãos quem se doa, dando algo de si para os outros.
Quando você faz o contrário e tira algo dos outros para si, isso se chama
"Roubo".
___Ah....! Quer dizer que ainda tem muitos "mercadores" em nossas
comunidades?
___Claro que tem, como tinha nas comunidades primitivas do primeiro século,
sempre que nos trabalhos pastorais somos um obstáculo para que os irmãos e
irmãs não tenham acesso á esta Vida Nova oferecida por Jesus, estamos na
verdade tirando algo que lhes pertence. Sempre que a Igreja não cumpre sua
missão primária que é evangelizar, está também roubando algo valioso que não
lhe pertence.
___É por isso que os Escribas, os Príncipes dos Sacerdotes e Chefes do Povo
estavam querendo acabar com Jesus? Ele estava atrapalhando seus "negócios"...
___Isso mesmo, Jesus é alguém que se doa, seus ensinamentos não são apenas
retórica e discurso bonito, olhando para ele e prestando atenção naquilo que
fala e faz, a comunidade facilmente irá se dar conta dos mercenários
disfarçados de pastores que há em seu meio.
2. Denúncia de Jesus
A chegada de Jesus a Jerusalém é
marcada por dois momentos fortes de denúncia da teocracia aí sediada.
Primeiro, a lamentação de Jesus sobre a cidade (cf. 22 nov.) e, logo a
seguir, a denúncia da prática mercadológica do Templo.
Jesus, em seu ministério na
Galileia e nos territórios gentílicos vizinhos, fizera seu anúncio do Reino
de Deus às multidões de pobres e excluídos, suscitando a ira dos chefes de
sinagogas locais. Agora Jesus decide fazer seu anúncio libertador no próprio
centro do poder religioso, mesmo sabendo que estava condenado pelos
dirigentes do judaísmo. Para isto escolhe a ocasião da celebração da Páscoa
judaica, quando uma multidão de peregrinos concentra-se em Jerusalém, em
torno do Templo. No Templo havia, desde a sua fundação, um anexo, o Tesouro
(gazophylákion), onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das
ofertas dos fiéis.
As inúmeras e minuciosas
observâncias legais, impossíveis de ser cumpridas, pesavam sobre o povo que,
humilhado e submisso, era qualificado como pecador. O ataque de Jesus ao
Templo visa abalar este núcleo de poder, em vista da libertação de seu povo,
e acelera sua sentença de morte por parte dos dirigentes religiosos, enquanto
o povo ficava fascinado.
Oração
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo,
que o tornam indigno de ser morada de Deus.
3. A CASA DE DEUS PROFANADA
Jesus não se conteve, quando se
deparou com o estado em que se encontrava o templo de Jerusalém. Na
mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus para habitar no
meio de seu povo. Era o espaço do encontro do Pai com seus filhos. Portanto,
lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres e aos fracos,
que são os preferidos de Deus.
Este ideal grandioso, porém,
chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde se
fazia câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e
se comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício.
Toda esta intensa atividade
visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de pura caridade.
Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria casa de Deus. Os
pobres e ingênuos peregrinos eram expoliados, sob os olhos do Pai. A boa-fé
do povo transformava-o em joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. E tudo
isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que tirava partido da
situação.
A realidade do templo estava em
aberta contradição com o ideal de Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor
que se apossou de seu coração e o gesto profético de expulsar os profanadores
da casa de Deus, que devia ser espaço do amor.
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu permaneça insensível, vendo a casa de Deus -
o coração humano - ser profanado pela injustiça.
|
SANTO
ANDRÉ DUNG-LAG - PRESBÍTERO E MÁRTIR
(VERMELHO,
PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa
glória: nele está nossa vida e ressurreição; para os salvos, como nós, ela é
poder de Deus (Gl 6,14; 1Cor 1,18).
Leitura (Apocalipse
11,4-12)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
Disseram a mim: 11 4 "São
eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor
da terra.
5 Se alguém lhes quiser causar dano, sairá fogo de suas bocas e devorará os
inimigos. Com efeito, se alguém os quiser ferir, cumpre que assim seja morto.
6 Esses homens têm o poder de fechar o céu para que não caia chuva durante os
dias de sua profecia; têm poder sobre as águas, para transformá-las em
sangue, e de ferir a terra, sempre que quiserem, com toda sorte de flagelos.
7 Mas, depois de terem terminado integralmente o seu testemunho, a Fera que
sobe do abismo lhes fará guerra, os vencerá e os matará.
8 Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama
espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado).
9 Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações virão para vê-los por três
dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.
10 Os habitantes da terra alegrar-se-ão por causa deles, felicitar-se-ão
mutuamente e mandarão presentes uns aos outros, porque esses dois profetas
tinham sido seu tormento".
11 Mas, depois de três dias e meio, um sopro de vida, vindo de Deus, os penetrou.
Puseram-se de pé e grande terror caiu sobre aqueles que os viam.
12 Ouviram uma forte voz do céu que dizia: "Subi aqui!" Subiram
então para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos os olhavam.
Salmo responsorial
143/144
Bendito seja o Senhor, meu
rochedo!
Bendito seja o Senhor, meu
rochedo,
que adestrou minhas mãos para a luta,
e os meus dedos treinou para a guerra!
Ele é meu amor, meu refúgio,
libertador, fortaleza e abrigo;
é meu escudo: é nele que espero,
ele submete as nações a meus pés.
Um canto novo, meu Deus, vou
cantar-vos,
nas dez cordas da harpa louvar-vos,
a vós que dais a vitória aos reis
e salvais vosso servo Davi.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a
luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).
Evangelho (Lucas 20,27-40)
Naquele tempo, 20 27 alguns
saduceus - que negam a ressurreição - aproximaram-se de Jesus e
perguntaram-lhe:
28 "Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se alguém morrer e deixar mulher, mas
não deixar filhos, case-se com ela o irmão dele, e dê descendência a seu
irmão.
29 Ora, havia sete irmãos, o primeiro dos quais tomou uma mulher, mas morreu
sem filhos.
30 Casou-se com ela o segundo, mas também ele morreu sem filhos.
31 Casou-se depois com ela o terceiro. E assim sucessivamente todos os sete,
que morreram sem deixar filhos.
32 Por fim, morreu também a mulher.
33 Na ressurreição, de qual deles será a mulher? Porque os sete a tiveram por
mulher".
34 Jesus respondeu: "Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em
casamento,
35 mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos
mortos não terão mulher nem marido.
36 Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de
Deus, porque são ressuscitados.
37 Por outra parte, que os mortos hão de ressuscitar é o que Moisés revelou
na passagem da sarça ardente, chamando ao Senhor: Deus de Abraão, Deus de
Isaac, Deus de Jacó .
38 Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para
ele".
39 Alguns dos escribas disseram, então: "Mestre, falaste bem".
40 E já não se atreviam a fazer-lhe pergunta alguma.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Lá vem os Saduceus
com suas historinhas...
Quem é que já não teve a
tentação de imaginar o céu como uma continuidade dessa vida? A Vida Plena de
comunhão com Deus comporta uma continuidade mas também uma descontinuidade:
seremos nós mesmos, mas de um outro jeito! Nesta vida terrena as nossas
relações, ao mesmo tempo em que nos aguça para o amor, também denuncia a
nossa incapacidade de um amor total como o de Jesus, entretanto, ao
atingirmos a plenitude do céu não haverá mais limites ou qualquer
impossibilidade nesse sentido, porque estaremos em Deus e com Deus, que é a
Plenitude da plenitude.
O Céu é uma comunidade,
estaremos em comunhão com as pessoas mas o elo dessa comunhão não será mais o
nosso empenho e esforço, as relações serão perfeitas porque Deus mesmo será o
nosso elo de comunhão, em Deus seremos Tudo em Todos.
Então para que servem as nossas
relações neste mundo, principalmente a vida conjugal apresentada neste
evangelho? Exatamente para exercitarmos a vivência desta comunhão que jamais
deve buscar a si mas ao outro, fazer o outro feliz, ao passo que o outro,
deverá ter tomado a decisão de ser sempre feliz, independente se o outro irá
fazê-lo feliz ou não pois no céu, para ser feliz não dependeremos mais uns
dos outros, mas apenas de Deus e por isso, essa esperada e sonhada
felicidade, já está de certo modo garantida em Jesus Cristo.
Os Saduceus só conseguem
imaginar o céu dentro de categorias humanas, se fosse assim, o céu de Deus
não seria um lugar tão bonito e perfeito!
2. Uma pergunta capciosa
Os saduceus querem ridicularizar
Jesus. Apresentam-lhe um caso anedótico, porém, que expressa uma possibilidade
real. Havendo a ressurreição, teríamos um caso imoral de poliandria entre os
ressuscitados, o que tornaria ridícula a ressurreição aos olhos do povo
judeu.
Jesus remove a dificuldade.
Casamento e procriação são ocasiões de vivenciar o amor e o serviço à vida,
que permanecem para sempre. As alegrias, a amizade e o amor, presentes, são
eternos. Os condicionamentos éticos e morais válidos na perspectiva da
geração temporal, quando finda esta, cedem lugar à plenitude da filiação
divina, no amor e em comunhão eterna com Deus.
Cessam as provocações contra
Jesus, mas os chefes religiosos continuam articulando sua morte.
Oração
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em
comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão
eterna.
3. O SENHOR DOS VIVOS
O tema da ressurreição opunha os
fariseus aos saduceus. Os primeiros afirmavam que haveria a ressurreição,
enquanto que os outros a negavam. Quando os saduceus interrogaram Jesus a
respeito desta questão, tinham em mente colocá-lo em apuros, além de
ridicularizar o partido rival. Por isso, bolaram uma situação grotesca,
partindo da Lei do levirato que obrigava o irmão desposar a cunhada viúva,
caso não tivesse gerado filhos com seu marido.
Jesus não caiu na armadilha dos
saduceus. O fato aludido comportava duas sérias lacunas. A primeira consistia
em imaginar que a vida eterna seria uma continuação pura e simples da vida
terrena, de forma que, na ressurreição, persistiriam as encrencas da vida
presente. A vida eterna, na verdade, consiste na participação da vida divina,
longe da ameaça da morte. Aí, os esquemas terrenos não têm validade. O
segundo pressuposto falso consistia em considerar Deus
como Senhor dos mortos e não como Senhor dos vivos. Na verdade, para ele,
todos estão vivos, até mesmo os patriarcas do povo.
Ele se mantém em comunhão com os
justos, mesmo além da morte, quando são estabelecidos relacionamentos
duradouros, numa explosão de vida, sem a menor influência da morte. Por
conseguinte, a ressurreição deve ser pensada a partir do amor misericordioso
de Deus, que partilha vida abundante com a humanidade, e não a partir dos
esquemas mesquinhos do pecado e da morte.
Oração
Senhor Jesus, ilumina minha mente e meu coração, para que eu possa
compreender a ressurreição como manifestação do amor misericordioso do Pai
pela humanidade.
|
Liturgia
do Domingo 25.11.2012
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO — ANO B
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO
DA SOLENIDADE)
__ "Senhor Jesus Cristo Rei do Universo! Louvor e glória a Deus!"
__
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: A
Igreja celebra hoje a Solenidade de Cristo Rei - Jesus Cristo, O Rei do
Universo. Acolhamos a Palavra de Deus que nos revela hoje o Rei do Universo
que é testemunho da verdade e o mais humilde de todos os servos de Deus. Em
nossos dias as pessoas estão cada vez mais conscientes das responsabilidades
e do domínio sobre o mundo. O desafio está em compreender que sem Jesus nada
podemos fazer. Cabe ao cristão, convivendo com as demais pessoas, testemunhar
a união íntima que existe entre a realidade humana e a fé viva em Jesus Cristo. Na
obediência até a morte e morte de cruz, ao colocar em prática as bem-aventuranças,
entrando na corrente universal do amor, devemos trabalhar diretamente para
que a inteligência e a técnica reconheçam Aquele que é o Senhor de todas as
coisas. Lembrando sempre que, apesar do pecado, temos condições de buscar a
misericórdia, dominar e não destruir o planeta, sempre fiel e submisso ao
Imortal e Rei Nosso Senhor. No mundo presente possuímos cargos e nos fazemos
autoridades, porém ocupações passageiras, pois quem reina é Ele, ao qual
sejam dadas a honra e a glória para sempre.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: A
Igreja católica festeja hoje a vitória de Cristo sobre a morte e exalta a
regência do seu amor sobre o tempo e a história. É de forma vibrante que a
Igreja celebra o último domingo do Ano Litúrgico, proclamando a realeza
universal de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mediador da salvação. Assim nos
preparamos para, no próximo domingo, iniciarmos um novo Ano Litúrgico. Neste
domingo se inicia em todas as dioceses do Brasil a Campanha para a
Evangelização, com o objetivo de reforçar o anúncio do Evangelho, que é a
missão da Igreja. A realeza universal de Cristo nos estimula a enaltecer o
sacerdócio comum de todos os fiéis e a celebrar com júbilo o "Dia do
Leigo".
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A Solenidade de Cristo Rei - Jesus Rei do Universo
encerra o ano litúrgico de 2012 - Ano B - e nos prepara solenemente para as
festividades do Ciclo do Natal que se inicia no próximo domingo com o
Primeiro Domingo do Advento. Jesus Cristo nos revela como devemos agir em
nossas vidas com humildade e total aceitação de sermos servos de Deus. Como
tal, precisamos estar sempre dispostos e abertos a servir aos nossos irmãos e
irmãs, amando a todos incondicionalmente como Jesus nos ama.
Sintamos o júbilo real
de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres
cânticos ao Senhor!
NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO REI DO UNIVERSO
ABERTURA DA CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO
DIA DO LEIGO
Antífona da entrada: O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder,
a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos
séculos (Ap 5,12; 1,6 (aqui seria 13))
Primeira Leitura (Daniel
7,13-14)
Leitura da profecia de Daniel.
7 13 "Olhando sempre a
visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens
do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as
nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno;
nunca cessará e o seu reino jamais será destruído".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 92/93
Deus é rei e se vestiu de
majestade,
glória ao Senhor!
Deus é rei e se vestiu de
majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes o universo
inabalável,
vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros são os vossos
testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa
pelos séculos dos séculos, Senhor!
Segunda Leitura
(Apocalipse 1,5-8)
Leitura do livro do Apocalipse.
1 5 Jesus Cristo, testemunha
fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que
nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder
pelos séculos dos séculos! Amém.
7 Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o
traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim.
Amém.
8 "Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Senhor Deus, "aquele que é,
que era e que vem, o Dominador".
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o reino
que vem seja bendito; ao que vem e a seu reino, o louvor! (Mc 11,9s)
EVANGELHO (João
18,33-37)
Naquele tempo: 18 33 Pilatos entrou
no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: "És tu o rei dos
judeus?"
34 Jesus respondeu: "Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to
disseram de mim?"
35 Disse Pilatos: "Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes
entregaram-te a mim. Que fizeste?"
36 Respondeu Jesus: "O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse
deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse
entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo".
37 Perguntou-lhe então Pilatos: "És, portanto, rei?" Respondeu
Jesus: "Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e
vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz".
MISSÃO URGENTE!
Neste Domingo de Cristo Rei
celebramos também o Dia dos Leigos aqui no Brasil. Desejo, pois, saudar a
todos os cristãos leigos e leigas de nossa Arquidiocese e dirigir a eles
minha mensagem de apreço e encorajamento.
A dignidade dos leigos é grande!
Pelo Batismo, receberam a graça de serem filhos de Deus e membros do Corpo de
Cristo; e na Crisma foram ungidos pelo Espírito Santificador. Constituem,
pois, o povo que Deus reuniu e santificou pelos méritos de Jesus Cristo; ao
mesmo tempo, no mundo, são mensageiros e testemunhas da Boa Nova do Reino de
Deus e da vida nova, que decorre do Evangelho.
Os leigos participam da missão
evangelizadora e santificadora da Igreja; realizam esta missão, quer
participando das responsabilidades da vida interna da Igreja, colaborando com
os Ministros de Cristo, no modo que lhes é próprio; quer ainda, e sobretudo,
sendo "apóstolos do Evangelho" em todos os espaços do tecido
social, no mundo do trabalho, das profissões e responsabilidades sociais e
culturais. Espaço privilegiado de sua missão e testemunho também é a família.
A Igreja, no exercício da missão
recebida de Cristo, conta com a generosa operosidade de todos os cristãos
leigos, de seu testemunho pessoal e da ação de suas organizações e
agregações. Esta ação se faz hoje necessária, mais do que nunca! Se cada
batizado cumprir bem sua parte na missão da Igreja, esta será vigorosa e
produzirá muitos frutos, com a graça de Deus.
Cristo Rei anunciou e inaugurou
o Reino de Deus em nossa história; ter parte no Reino é o bem mais precioso
na vida; ser excluído do Reino de Deus seria perda irreparável para o resto
da eternidade! Cristo Rei deseja que seu convite a "entrar" no
Reino de Deus continue a chegar a todos e em todas as partes do mundo. Nós
somos os seus mensageiros e testemunhas de sua presença em nossa cidade!
Hoje abre-se no Brasil a
Campanha para a Evangelização de 2012. A evangelização precisa e depende da
participação de todos e precisa também de meios para a sua promoção. Convido,
pois, todos os leigos a participarem ativamente da evangelização,
contribuindo com os meios a seu dispor para que a Igreja inteira realize bem
esta obra, que lhe foi confiada por Jesus Cristo, Rei do Universo. Deus
abençoe e a todos conceda participar de seu Reino
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
2ª-: Ap 14,1-3.4b-5; Sl 23 (24),1-2.3-4ab.5-6 (R/. cf. 6); Lc 21,1-4
3ª-: Ap 14,14-19; Sl 95 (96),10.11-12.13 (R/. 13b); Lc 21,5-11
4ª-: A p 15,1-4; Sl 97 (98),1.2-3ab.7-8.9 (R/. Ap 15,3b); Lc 21,12-19
5ª-: Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9a; Sl 99 (100),2.3.4.5. (R/. Ap 19,9a); Lc
21,20-28
6ª-: Rm 10,9-18; Sl 18 (19A),2-3.4-5 (R/. 5a) ; Mt 4,18-22
Sab.-: Ap 22,1-7; Sl 94 (95),1-2.3-5.6-7; (R/. 1Cor 16,22b e Ap 22,20c); Lc
21,34-36
1º DOM. DO ADVENTO.(ano C): Jr 33,14-16; Sl 24 (25),4bc-5ab.8-9.10.14 (R/.
1b); Ts 3,12-4,2; Lc 21,25-28.34-36.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. UM REINO QUE NÃO É DAQUI
A resposta de Jesus à Pilatos,
de que o seu reino não é deste mundo, poderá ser mal interpretado, se não se
conhecer o contexto do evangelho e o mal entendimento poderá resultar em uma
religião extremamente espiritualista, alienada e descomprometida com as
realidades terrestres que nos cercam. O cristão sempre tem que ter os pés no
chão da história e o olhar no paraíso onde o reino irá atingir a sua
plenitude pois o reino de Jesus não é uma utopia mas realidade concreta.
A igreja celebra neste domingo a
Festa de Cristo Rei que marca o encerramento do ano litúrgico e convida-nos a
refletir sobre a realeza de Jesus porque muito mais que súditos, com ele
reinamos e vamos construindo o reino já nesta vida. Importante entendermos
que não se trata de dois reinos, um terrestre e um celeste, mas de um único
reino que um dia se tornará visível para toda humanidade.
Em sua vida pública Jesus viveu
momentos em que poderia declarar-se rei, aliás, o povo e os próprios
discípulos em alguns desses momentos quiseram faze-lo um rei porém, Jesus
sempre fugiu desse populismo que não leva a nada a não ser alimentar a
vaidade humana.
A confirmação de sua realeza
diante de Pilatos,se dá em um momento dramático quando Jesus está totalmente
só e indefeso pois os amigos mais chegados o abandonaram, o povo, a quem ele
saciou a fome, instigado pelas lideranças religiosas, haviam pedido a sua
condenação, preferindo libertar Barrabás. É portanto um momento de fracasso
total e vergonhosa humilhação sendo assim, nessas condições totalmente
desfavoráveis, que Jesus confirma que é rei.
Portanto, podemos compreender em
um primeiro momento, que reinar com Jesus significa percorrer o difícil
caminho do discipulado que vai sempre na contra mão dos projetos humanos, que
buscam o Poder e o Ter como as únicas alternativas se ter o domínio não só de
um grupo mas de todas as nações da terra, em um absolutismo cruel que
atropela e faz sucumbir todos os sonhos e ideais de um povo, desencadeando
ódio e violência entre classes, levantando barreiras entre as nações.
Neste sentido Jesus é o único
rei que une e congrega todas as nações da terra, no mandato dos seus
discípulos sua ordem foi bem clara:”Ide a todas as nações”. Os grandes
impérios humanos que existiram e que ainda vão existir, todos sem exceção
irão se acabar porque só o Reino de Deus é eterno e jamais passará. Assim
como no passado o rei Davi unificou o norte e o sul, Jesus unificou o mundo
inteiro e o seu reino não terá fim.
A arma poderosa que Jesus usou,
para expandir o seu reino e torna-lo conhecido no mundo inteiro, não foi o
poder bélico de um exército grandioso, nem tão pouco a coragem e valentia dos
seus seguidores, que no primeiro confronto com o poder, fugiram todos
deixando o mestre entregue nas mãos dos seus perseguidores.
Também não fez uso do poder
econômico já que nasceu, viveu e morreu pobre, muito menos utilizou o poder
divino para impor à força o seu reino. Mas empregou a força do amor!
Amor que ele manifestou em
tantos gestos de acolhimento e misericórdia com os pobres e pecadores pois
Jesus nunca quis destruir os que se opuseram ao seu reino mas ao contrário,
quis ganha-los oferecendo também a eles a salvação enquanto que os reinos do
mundo destroem e eliminam quem se interpõe em caminho Jesus
constrói, restaura,renova e edifica o homem todo, sem distinção de raça, cor
ou religião.
Por isso como Igreja, sinal
deste reino no meio dos homens, muito mais que súditos ou meros simpatizantes
somos todos discípulos que devem ter o coração sempre aberto a Deus e aos
irmãos, manifestando em nossos gestos e palavras aquele mesmo amor que na
manhã de um domingo irrompeu da escuridão da morte derrotando para sempre
todas as forças do mal, inaugurando um reino que é definitivo.
2. A REALEZA DE JESUS
A proclamação da realeza de
Jesus deve ser entendida a partir do projeto de Reino anunciado por ele. Os
modelos humanos não ajudam a compreender a condição de rei aplicada a Jesus.
Seu reino não depende dos esquemas deste mundo, e sim, do querer do Pai.
Por ocasião da paixão de Jesus,
as autoridades judaicas apresentaram-no como um subversivo, cujo ideal era
tornar-se rei dos judeus, libertando o povo da opressão romana. Jesus, porém,
recusou-se a se apresentar como um concorrente de Pilatos. O termo reino
tinha, para ele, um significado muito diferente daquele que lhe davam os
romanos. O reino de Jesus está sob o senhorio do Pai, que deseja ver todos os
seus filhos viverem em comunhão. É um reino de verdade e de justiça, pois
nele não se admite nenhuma espécie de marginalização ou opressão; tampouco,
que se recorra ao dolo e à mentira para se prevalecer sobre os demais.
No Reino de Deus, a autoridade é
serviço. Quem é grande, se faz pequeno; para ser o primeiro, é necessário
tornar-se o último. A violência e o ódio aí não têm lugar. Quem quer fazer parte
desse Reino deve saber perdoar e estar sempre disposto a se reconciliar.
Este é o Reino que Jesus veio
implantar na história humana. Os adversários de Jesus estavam longe de poder
compreendê-lo.
Oração
Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história
humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida.
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