Liturgia da Segunda Feira — 08.10.2012
XXVII
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode
resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo
o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Gálatas 1,6-12)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
Irmãos, 1 6 estou admirado de
que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um
evangelho diferente.
7 De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema. 9 Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado! 10 É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo. 11 Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. 12 Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo.
Salmo responsorial
110/111
O Senhor se lembra sempre da
aliança.
Eu agradeço a Deus, de todo o
coração,
junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosa são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!
Suas obras são verdade e são
justiça,
seus preceitos, todos eles, são estáveis, confirmados para sempre e pelos séculos, realizados na verdade e retidão.
Enviou libertação para o seu
povo,
confirmou sua aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34). Evangelho (Lucas 10,25-37)
Naquele tempo, 10 25
levantou-se um doutor da lei e, para pôr Jesus à prova, perguntou:
"Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?"
26 Disse-lhe Jesus: "Que está escrito na lei? Como é que lês?" 27 Respondeu ele: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo". 28 Falou-lhe Jesus: "Respondeste bem; faze isto e viverás". 29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?" 30 Jesus então contou: "Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. 31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. 32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. 33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. 34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. 35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: 'Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei'. 36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?" 37 Respondeu o doutor: "Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo".
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1. Bondade e
Misericórdia
Esse Doutor da Lei tinha uma
régua de referência, que julgava perfeita e completa, e não estava a fim de
mudá-la, o evangelista frisa bem que a pergunta era para por Jesus á prova,
isso é, ele queria saber se Jesus tinha algo de novo que fosse mais
relevante e perfeito do que a lei, seu coração estava fechado para a Boa
Nova, pois sabia que nada estava acima da lei.
Para sua surpresa Jesus cita a
Lei, que para ele era sagrada, onde está explícito o amor a Deus em primeiro
lugar, e o segundo que é semelhante ao próximo. Tem-se a impressão de que a
partir daí o Doutor da Lei foi mais sincero, pois a sua pergunta procedia. A
Lei determinava amar ao próximo, a quem está mais perto, esposa, esposo,
filhos, parentes. Parece que isso deixava o coração daquele Doutor da Lei um
tanto inquieto, talvez ele quisesse amar um pouco mais, a outras pessoas fora
desse círculo seleto. Mas quem?
Presume-se que Jesus também
começou a gostar da conversa, e não vai só responder quem é o próximo, mas
sim no principal “O que é amar o próximo”. Amar o próximo que nem sempre nos
retribui, que não é digno do nosso amor, que não vai muito com a nossa cara,
que não comunga da nossa mesma ideologia, que não é da nossa igreja ou do
nosso grupo, o próximo que pensa totalmente diferente de nós, do próximo que
parece desejar o nosso mal... Dom próximo que parece ser arrogante e metido,
que não olha na nossa cara... Esse mesmo!
E então vem essa parábola
revolucionária para um Judeu, poderíamos até dizer, Provocante. Percebam como
o quadro se inverte, agora é Jesus que provoca o Doutor da Lei. Um Sacerdote
e um Levita são referências sagradas para todo judeu, são pessoas
selecionadas pela Lei, mediadores entre o Sagrado e o Humano, e que pelas
funções sagradas que desempenhavam no templo, estavam mais próximas de Deus
do que o resto da comunidade. Já o Samaritano, pessoa desprezível, de outra
religião, contrária a Religião da Aliança, que dos Judeus só tinha o desprezo
e o escárnio, a ponto do judeu mudar o seu caminho e direção, caso estivesse
para cruzar com o Samaritano.
E foi esse Samaritano, odiado de
coração por todo Judeu piedoso, que Jesus coloca como “mocinho” da parábola,
o texto frisa muito bem que o Samaritano, diante do homem gravemente ferido,
vítima de assaltantes cruéis (naquele tempo já tinha) estava ali á beira do
caminho, e ele ao passar Viu-o e moveu-se de compaixão... Ver o outro e não
permanecer indiferente á sua dor, ao seu sofrimento, não passar “batido”
pelas pessoas da família ou da comunidade, ou seja lá quem for... Compaixão
significa sofrer junto, gemer junto, chorar junto, sentir as mesmas dores
junto. Quando se sente compaixão do outro, a gente supera qualquer barreira,
seja ela de ordem social, moral ou até mesmo religiosa, a gente vai além dos
limites estabelecidos. Isso é amor ao próximo.
O próprio Doutor da Lei, agora
convencido de que Jesus tinha realmente algo novo a ensinar, se convence
disso quando o Senhor lhe pergunta “Qual desses foi o próximo daquele
homem?”. Prestemos atenção na resposta do Doutor da Lei, ainda marcada
pelo preconceito, não disse “Foi o Samaritano...”, mas pelo menos reconhece
nessa ação uma virtude “Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
E Jesus, percebendo que o Doutor
da Lei estava mais manso e mais aberto á sua Palavra, ordenou “Vai, e faze tu
o mesmo”. Não se sabe se o Doutor da Lei cumpriu essa ordem, mas com certeza,
em Jesus ele viu a beleza da Lei de Deus, que tem no centro o amor sem
limites, que ama quando vê as necessidades do próximo.
No diálogo com um doutor da Lei
sobre o que fazer para ter a vida eterna, Jesus afirma que a vida consiste no
amor a Deus e no amor ao próximo. Uma parábola esclarece quem é o
"próximo". O samaritano, excluído pelo judaísmo, é aquele que se
faz próximo do sofredor, resgatando-lhe a vida. Em contraste, o doutor da Lei
e o escriba passam indiferentes.
O gesto do samaritano é
exemplar: "Vai tu e faze a mesma coisa". Jesus mostra como o amor
deve ser concretizado na solidariedade e ajuda aos mais carentes e necessitados.
E este amor é eterno. Tudo passa, mas o amor permanece para sempre.
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
3. QUEM É O MEU
PRÓXIMO?
Inusitado parece o fato de um
mestre da Lei ter interrogado Jesus a respeito de uma questão, cuja resposta
ele bem conhecia. Como mestre, já havia ensinado a muita gente o que deveria
fazer para obter a salvação. Por isso, respondeu sem dificuldade à pergunta
colocada por Jesus, por saber que, para se salvar, era necessário amar a Deus
e ao próximo como a si mesmo.
O diálogo poderia ter-se
concluído aí, se o mestre da Lei não tivesse levantado outra questão: quem é
o meu próximo? Na sua concepção, próximo eram os próprios familiares, as
pessoas mais chegadas, e somente a estas o mandamento ordenava amar. Quem
estivesse fora deste círculo, não era considerado próximo e, portanto, não
precisavam ser objeto de amor.
A parábola contada por Jesus
desfez esta mentalidade, descrevendo o próximo como toda pessoa que carece de
misericórdia. Faz-se próximo de alguém aquele que é capaz de deixar de lado
suas preocupações pessoais e colocar-se totalmente a serviço do necessitado,
sem se perguntar, primeiro, quem ele é. Não importa se este próximo seja um
desconhecido, um estrangeiro, uma pessoa com quem se brigou. Basta que
necessite de ajuda. A salvação virá na medida da misericórdia.
Oração
Senhor Jesus, faze-me descobrir, ao longo do meu caminho, as pessoas que apelam para minha ajuda, esperando que eu me faça próximo delas. |
XXVII
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode
resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo
o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Gálatas
1,13-23)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
1 13 Certamente ouvistes falar
de como outrora eu vivia no judaísmo, com que excesso perseguia a Igreja de
Deus e a assolava;
14 avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça, 16 para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que eu o tornasse conhecido entre os gentios, imediatamente, sem consultar a ninguém, 17 sem ir a Jerusalém para ver os que eram apóstolos antes de mim, parti para a Arábia; de lá regressei a Damasco. 18 Três anos depois subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. 19 Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor. 20 Isto que vos escrevo - Deus me é testemunha -, não o estou inventando. 21 Em seguida, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 Eu era ainda pessoalmente desconhecido das comunidades cristãs da Judéia; 23 tinham elas apenas ouvido dizer: "Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que outrora combatia". E glorificavam a Deus por minha causa.
Salmo responsorial
138/139
Conduzi-me no caminho para a
vida, ó Senhor!
Senhor, vós me sondais e
conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
Fostes vós que me formastes as
entranhas,
e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!
Até o mais íntimo, Senhor, me
conheceis;
nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis; quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,27) Evangelho (Lucas 10,38-42)
Naquele tempo, 10 38 estando
Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o
recebeu em sua casa.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. 40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude". 41 Respondeu-lhe o Senhor: "Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; 42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada".
1. SER ou FAZER, eis a
questão!
Pensei em conversar com Maria ou
a própria Marta, mas o Evangelista São Lucas seria o mais indicado, afinal
como autor ele é imparcial na história dessas duas mulheres.
___São Lucas, quem ganha essa
parada, Marta ou Maria? Está muito claro que Maria escolheu a melhor parte,
será que a reflexão é só isso mesmo?
São Lucas____Não podemos nos
esquecer que o evangelho é uma reflexão das comunidades onde nós evangelistas
estávamos em contato permanente e é como uma colcha de retalhos, pegavam uma
palavra de Jesus aqui, um relato diferente acolá, alguma coisa que alguém de
outra comunidade falou sobre o fato, costura-se tudo e se faz o evangelho,
sempre inspiração do Espírito Santo, Palavra de Deus revelada.
___O Senhor está querendo com
isso, dizer o que? Que esse episódio não ocorreu?
São Lucas____Quero dizer que
o mais importante é prestarmos muita atenção na reflexão em si, que se
tira desse ensinamento do mestre, a reflexão é a essência, é como uma laranja
onde a casca é importante, mas não mais do que aquilo que está dentro. Ao
chupar uma laranja, se você ficar prestando atenção excessivamente nos
detalhes da casca, irá perder o melhor, que são os gomos com o suco doce.
___Mas São Lucas, Jesus ia
sempre hospedar-se na casa dessas duas irmãs, que são também irmãs de Lázaro,
não?
São Lucas____ Claro que sim,
eles formavam a Comunidade Betânia, mas sendo escrito pós pascal, por trás de
Marta e Maria há duas comunidades, isso é muito claro. Uma dessas
comunidades, muito hospitaleira por sinal, havia ao que parece muitas
atividades que hoje chamaríamos de pastorais. Era uma correria com reunião
prá cá, reunião para lá, decisões e encontros, planejamento. Um ativismo
exacerbado.
___Opa! Parece que o Senhor está
falando de nossas comunidades? Ás vezes é assim também aqui em nosso tempo!
São Lucas ____ E a outra
comunidade fazia um pouco menos de todas essas tarefas, pois tinham como
prioridade as celebrações com a escuta da Santa Palavra, dos ensinamentos de
Jesus. Não chegava a ser uma comunidade contemplativa, mas eram capazes de
ficar horas e horas meditando a Palavra e não se cansavam em ouvi-la.
___São Lucas, nem precisa dizer
mais nada, agora ficou fácil a meditação. Pois o Documento 94 das DGAE
(Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora) nos ensina a fazer tudo, A
PARTIR DE JESUS. Ele é o ponto inicial e o ponto final, sem ele, não
caminhamos e nem chegamos a lugar nenhum. Uma Igreja Sacramentalista e
Pastoralista parece Marta, que até acolhe, mas depois prioriza o FAZER em
detrimento do SER, e o ideal mesmo é ser como Maria, primeiro o SER que vem
com a Palavra de Jesus que transforma o n osso íntimo, daí o nosso FAZER será
requalificado.
Lucas, com esta sua narrativa
que lhe é exclusiva, ilustra duas atitudes de acolhimento de Jesus, que se
complementam.
Marta dedicava-se aos cuidados
de preparação da refeição, certamente com preocupações supérfluas, em vista
da dignidade do hóspede. Jesus intervém quando Marta quer coagir Maria a
ajudá-la nesta tarefa. Nesta atitude vê-se que ela julgava mais importante o
supérfluo da refeição, indo além da simplicidade, do que a escuta da palavra
e o diálogo com Jesus. Jesus, então, mostra a Marta que o fundamental é a
escuta da palavra.
A narrativa não tem o sentido de
exaltar a vida contemplativa como superior à vida ativa. Trata-se de
compreender que toda atividade só tem sentido quando orientada para o
cumprimento da vontade de Deus, revelada por sua Palavra, que deve ser
escutada e posta em prática.
A narrativa, também, pode ser
entendida como uma instrução para as casas que acolhem os missionários. As
mulheres, donas de casa, não devem ater-se apenas aos serviços materiais de
acolhida, que deve ser simples, mas devem dedicar-se, também, à escuta da
palavra, como discípulas de Jesus.
Oração
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
3. UMA SÓ COISA É
NECESSÁRIA
A passagem de Jesus pela casa de
uma família amiga permitiu-lhe experimentar o carinho e o afeto de duas
pessoas queridas. Cada uma, a seu modo, expressou sua admiração pelo Mestre.
Maria, sentada aos pés do Senhor, pôs-se a escutá-lo. Marta, por sua vez, tomou
a iniciativa de providenciar comida para o hóspede ilustre.
Em geral, tende-se a contrapor
as duas iniciativas, dizendo que Maria escolheu a contemplação e Marta a
ação. E, pelo fato de Marta ter sido advertida por sua inquietação e Maria
ter sido louvada por ter escolhido a melhor parte, pensa-se que Jesus tivesse
privilegiado a contemplação em detrimento da ação.
A censura do Mestre, dirigida a
Marta, não desmerecia sua ação. Apenas mostrou o vazio da ação que não brota
da escuta da Palavra. Ou seja, é nessa escuta que o discípulo encontra
inspiração para agir. Maria encarnou a figura do discípulo. Antes de
lançar-se ao serviço, ela se fez ouvinte da Palavra. Só depois, guiada por
ela, saberia como servir mais e melhor. "A melhor parte", portanto,
significa o modo mais correto de agir, a maneira mais adequada de tornar-se
servidora do Reino.
O próprio Jesus fazia sua ação
ser precedida da oração. Nos longos momentos passados em contemplação e
escuta, ele intuía a vontade do Pai.
Oração
Senhor Jesus, dá-me sabedoria para unir meu serviço ao Reino à contemplação, onde tu me inspiras o que devo fazer. |
XXVII
SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir
à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que
eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Gálatas
2,1-2.7-14)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
2 1 Catorze anos mais tarde,
subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo.
2 E subi em conseqüência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos, e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão. 7 Ao contrário, viram que a evangelização dos incircuncisos me era confiada, como a dos circuncisos a Pedro 8 (porque aquele cuja ação fez de Pedro o apóstolo dos circuncisos, fez também de mim o dos pagãos). 9 Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: 10 iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados. Recomendaram-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, o que era precisamente a minha intenção. 11 Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe francamente, porque era censurável. 12 Pois, antes de chegarem alguns homens da parte de Tiago, ele comia com os pagãos convertidos. Mas, quando aqueles vieram, retraiu-se e separou-se destes, temendo os circuncidados. 13 Os demais judeus convertidos seguiram-lhe a atitude equívoca, de maneira que mesmo Barnabé foi levado por eles a essa dissimulação. 14 Quando vi que o seu procedimento não era segundo a verdade do Evangelho, disse a Cefas, em presença de todos: "Se tu, que és judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, com que direito obrigas os pagãos convertidos a viver como os judeus?"
Salmo responsorial
116/117
Ide por todo o mundo
e a todos pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas
as gentes,
povos todos, festejai-o!
Pois comprovado é seu amor para
conosco,
para sempre ele é fiel!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Recebestes um espírito de adoção, no qual chamamos Aba! Pai! (Rm 8,15). Evangelho (Lucas 11,1-4)
11 1 Um dia, num certo lugar,
estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos:
"Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2 Disse-lhes ele, então: "Quando orardes, dizei: 'Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; 3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; 4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação'".
1. Uma Oração que
compromete
No tempo de Jesus havia dois
modos de se rezar, um que era a mais pura ostentação, rezava porque "se
achava" justo, piedoso, modelo de pessoas, quem rezava, se orgulhava de
ser bom, e louvava a Deus por isso, tudo bem que eles observavam a Lei de
MOISÉS, que Deus tinha dado, mas acontece que achavam isso suficiente para a
salvação e aí estava o grande problema...
Mas havia também naquele tempo,
como também há hoje, uma oração muito ingênua, conseqüência de uma Fé
infantil que quer tudo "mastigado" e reza para que Deus os atenda
desse modo. Os discípulos percebiam que Jesus rezava diferente, não era uma
oração nem só d pedidos e muito menos de ostentação, pois em sua oração Jesus
louvava o Pai do Céu e não a si próprio.
O que Jesus ensina aos
discípulos é a oração do compromisso, pede-se o Reino, mas ao mesmo tempo se
compromete em fazê-lo acontecer. O Pai Nosso é a oração universal de todos os
que se dizem, cristãos, mas desde que estejam comprometidos com a construção
do Reino, ou seja, em uma linguagem mais simples, comprometer-se com o Reino
é refletir a imagem de Deus para com o próximo, em uma relação pautada sempre
pela misericórdia, amor, compreensão e perdão, só isso já é o suficiente para
dar uma visibilidade ao Reino que Jesus inaugurou.
Podemos nessa vida cair em
tentação sim, a tentação de ignorar nosso compromisso com o Reino, deixando
tudo por conta de Deus, e a proteção Divina nesse sentido vai se fazendo
sentir em nossa vida, quando Ele coloca-nos diante de situações onde temos
que fazer nossas escolhas e tomar decisões.
Deus sinaliza o Reino, nas
pessoas que conosco convivem, nos acontecimentos da nossa vida, crer nele e
estabelecê-lo como parâmetro é algo que compete a cada pessoa, lembrando
sempre que o Reino de Deus é de todos e para todos, e nesse sentido a oração
nos compromete também com as pessoas, por isso somos comunidade e dizemos Pai
Nosso, e não Pai Meu.
2. Oração do coração
Em Mateus, na introdução à
oração do Pai-Nosso é feita a contraposição à oração dos fariseus e dos
gentios. Lucas, por sua vez, introduz a oração a partir do exemplo da oração
do próprio Jesus e do exemplo de João Batista e seus discípulos. Mateus,
dirigindo-se a uma comunidade de cristãos oriundos do judaísmo, apresenta a
oração do Pai-Nosso mais elaborada teologicamente.
Na narrativa de Lucas, dirigida
a pagãos convertidos, a oração de Jesus é mais simples e parece aproximar-se
mais do ensino original de Jesus. A oração que Jesus ensina tem três
originalidades: é uma oração do coração na presença de Deus, não necessitando
de lugares determinados, nem de gestos ostensivos ou de muitas palavras; é
uma oração de filho ou filha, para pai ou mãe, em vista do empenho da
concretização do projeto de Deus no mundo; é uma oração de compromisso
fraterno libertador, assumindo a partilha do pão e a prática do perdão e da
misericórdia, que são os fundamentos do amor e da paz nas comunidades e na sociedade.
A oração de Jesus envolve-nos em
uma espiritualidade de compromisso. Oração e ação andam sempre juntas. Na
partilha e na misericórdia vive-se o amor que nos impele à construção do
mundo novo, solidário, compassivo e fraterno.
Oração
Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se expresse em gestos de solidariedade e de reconciliação, sinais inequívocos de minha comunhão contigo.
3. ENSINA-NOS A
REZAR
A oração ensinada por Jesus
resume as preocupações que envolvem a vida do discípulo do Reino. Consiste
nas palavras confiantes que um filho dirige a seu pai, na expectativa de
receber dele tudo quanto necessita para viver em segurança e na paz. Não se
trata, porém, de petições egoístas: pedir para si, prescindindo dos demais.
Antes, é a oração da comunidade que se volta para o Pai e reconhece que dele
depende.
A petição para que o nome do Pai
seja santificado com a vinda do seu Reino expressa o desejo de que ele seja o
único senhor da história humana. Trata-se de uma clara rejeição a todo tipo
de idolatria e, também, do desejo que a história humana esteja totalmente
colocada nas mãos de Deus.
Ao pedir o pão de cada dia, a
comunidade reconhece que o alimento material, embora fruto do trabalho
humano, é dom do Pai. Donde a necessidade de partilhar, para que todos possam
ter o pão cotidiano.
O perdão dos pecados é, também,
um dom a ser pedido ao Pai. O pecado é idolatria, impede o ser humano de
santificar o nome de Deus e de viver em comunhão com o próximo. Por isso, é
necessário que o Pai o retire do coração do discípulo.
É preciso, enfim, pedir forças
para perseverar neste caminho e não ceder às tentações.
Oração
Senhor Jesus, grava no meu coração as palavras que devo dirigir ao Pai, para que elas brotem do mais íntimo do meu ser. |
XXVII
SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode
resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo
o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Gálatas 3,1-5)
Leitura da carta de São Paulo aos Gálatas.
3 1 Ó insensatos gálatas! Quem
vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo
crucificado?
2 Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da lei ou pela aceitação da fé? 3 Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne? 4 Ter feito tais experiências em vão! Se é que foi em vão! 5 Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da lei, ou pela aceitação da fé?
Salmo responsorial Lucas
1
Bendito seja o Senhor Deus de
Israel,
Porque a seu povo visitou e libertou!
Fez surgir um poderoso salvador
Na casa de Davi, seu servidor, Como falara pela boca de seus santos, Os profetas desde os tempos mais antigos.
Para salvar-nos do poder dos
inimigos
E da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, Recordando a sua aliança.
E o juramento a Abraão, o nosso
pai,
De conceder-nos que, libertos do inimigo, A ele nós sirvamos sem temor, Em santidade e em justiça diante dele, Enquanto perdurarem nossos dias.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14) EVANGELHO (Lucas 11,5-13)
Naquele tempo, 11 5 disse
Jesus aos seus discípulos: "Se alguém de vós tiver um amigo e for
procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães,
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer'; 7 e se ele responder lá de dentro: 'Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães'; 8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar. 9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. 11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? 12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? 13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem".
1. Não pedir o peixe
pronto!
Na reflexão anterior dizíamos
que a Oração requer comprometimento, não tem sentido pedir "tudo
mastigado" a Deus, infelizmente há muitos cristãos bem intencionados em
nossas comunidades, mas que costumam pedir o "Peixe" já frito, daí
a gente só tem o trabalho de sentar e comer... O evangelho nos dá uma informação
importante, se soubermos pedir, a nossa oração jamais deixará de ser
atendida, Deus não condiciona os pedidos, ele não faz uma seleção de quais
orações irá atender, e também não adianta imaginar que, os que tem mais Fé
terão prioridade no atendimento das orações encaminhadas a Deus.
Então, o ensinamento é muito
claro, o que pedimos a Deus É O CANIÇO completo, com todas as condições
necessárias para que a pescaria tenha êxito, e o meio para termos as nossas
orações atendidas, é o Espírito Santo, que é Perfeito em si mesmo, ele nos dá
o discernimento do que devemos pedir, e depois nos capacita com seus dons
celestiais, nos dá força e coragem para irmos a luta e vermos realizado tudo
o que pedimos, claro que se pedirmos algo que esteja direcionado para o mal,
não seremos atendidos.
A insistência e a perseverança
na oração autêntica é por demais importante, pois quanto mais pedimos der
maneira insistente, Deus
Ser sempre insistente e
perseverante, ter um foco e um sentido para a nossa Vida, acreditar nos
sonhos e projetos, principalmente quando se sabe que eles estão em sintonia
com os desígnios de Deus, oração assim, Deus não resiste e atende de maneira
generosa, sempre nos dando mais do que pedimos.
2. Oração
perseverante
Lucas, no seu evangelho, dá
grande destaque à oração. Após a narrativa na qual Jesus ensina os discípulos
a orar, apresenta uma sugestiva comparação para ilustrar a importância da
oração perseverante e contínua. O orante a Deus é comparado a um
"amigo" que vai a outro amigo, em uma hora pouco conveniente, pedir
ajuda para atender um terceiro. Graças à sua insistência ele é atendido. Ao
"pedir", "buscar", "bater à porta", sem
desistir, se conquistará as coisas boas que são agradáveis a Deus e que
desejamos.
Em conclusão temos a comparação,
usando contrastes exagerados, com os pais que sabem dar coisas boas a seus
filhos e o Pai do céu. O dom maior, que Deus não nos negará e que podemos
pedir, é o seu Espírito de Amor, pelo qual entramos em comunhão de vida com
nosso próximo e com Deus.
Oração
Pai, que a minha oração seja plena de confiança em ti, pois sei que queres dar-me o que tens de melhor, o Espírito Santo.
Ao orientar seus discípulos a
respeito da oração, Jesus procurou evitar certas atitudes equivocadas em
relação a Deus. Entre elas, a tendência a fazer de Deus um empregado do ser
humano, sempre pronto a atender seus pedidos, sem jamais recusar-se.
Muitos discípulos, vendo que
suas orações não eram atendidas imediatamente, eram levados a deixá-las de
lado, considerando-as inúteis. Jesus alertou-os a não nutrir tais
disposições.
A relação com o Pai dá-se na
gratuidade e na perseverança. O discípulo sabe que tudo quanto recebe de Deus
é dom imerecido. Não tem o direito de exigir nada; antes, deve colocar-se
diante dele, com humildade, e apresentar-lhe suas necessidades. Por outro
lado, o discípulo sabe que o Pai não está obrigado a submeter-se a seu ritmo.
Daí a necessidade de ser perseverante, e rezar sem cessar. O Pai conhece a
melhor hora de atendê-lo.
Jesus inculcou nos discípulos
uma certeza: quem pede com perseverança obterá o que espera, pois o Pai
celeste não se deixa vencer
Oração
Senhor Jesus, dá-me a graça de ser perseverante na oração, sabendo que o Pai me reserva o que ele tem de melhor. |
Liturgia
da Sexta-Feira 12.10.2012
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO PULSANDINHO: Aparecendo em
INTRODUÇÃO DO FOLHETO O POVO DE DEUS: Festejamos Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe da
Igreja, Padroeira do Brasil e Rainha de nossos lares. Ontem iniciou-se o Ano
da Fé. Peçamos à Mãe de Deus que fortaleça a fé de todos os brasileiros e lhe
imploremos de forma especial pelo bem-estar das nossas crianças. Festejando a
Padroeira do Brasil e comemorando o Dia das Crianças, peçamos luzes à Mãe do
Céu para encontrarmos caminhos que façam deste País um lar onde as famílias
vivam em paz e as crianças tenham condições de crescer em sabedoria e
virtude.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e
cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA - PADROEIRA DO
BRASIL
Antífona da entrada: Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma
exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva
ornada de suas jóias.
Primeira Leitura (Ester 5,1-2;7,2-3)
Leitura do livro de Ester.
5
1 Três dias depois Ester se revestiu de seus trajes reais e se apresentou na
câmara interior do palácio, diante do aposento real, onde estava o rei
sentado sobre seu trono, diante da porta de entrada do edifício.
2 Logo que o rei viu a rainha Ester no átrio, esta conquistou suas boas graças, de sorte que ele estendeu o cetro de ouro que tinha na mão. E Ester se aproximou para tocá-lo. 7 2 No segundo dia, bebendo vinho, disse ainda o rei a Ester: "Qual é teu pedido, rainha Ester? Será atendido. Que é que desejas? Fosse mesmo a metade de meu reino, tu obterias". 3 A rainha respondeu: "Se achei graça a teus olhos, ó rei, e se ao rei lhe parecer bem, concede-me a vida, eis o meu pedido; salva meu povo, eis o meu desejo".
Salmo responsorial 44/45
Escutai,
minha filha, olhai, ouvi isto:
que o rei se encante com vossa beleza!
Escutai,
minha filha, olhai, ouvi isto:
"Esquecei vosso povo e casa paterna! Que o rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso senhor!
O
povo de Tiro vos traz seus presentes,
os grandes do povo vos pedem favores. Majestosa, a princesa real vem chegando, vestida de ricos brocados de ouro.
Em
vestes vistosas ao rei se dirige,
e as virgens amigas lhe formam cortejo; entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real"
Segunda Leitura (Apocalipse 12,1.5.13.15-16)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
12
1 Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a
lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.
5 Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. 13 O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino. 15 A Serpente vomitou contra a Mulher um rio de água, para fazê-la submergir. 16 A terra, porém, acudiu à Mulher, abrindo a boca para engolir o rio que o Dragão vomitara.
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Disse a mãe de Jesus aos serventes: "Fazei tudo o que ele disser!" (Jo 2,5) EVANGELHO (João 2,1-11)
Naquele
tempo, 2 1 três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e
achava-se ali a mãe de Jesus.
2 Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. 3 Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: "Eles já não têm vinho". 4 Respondeu-lhe Jesus: "Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou". 5 Disse, então, sua mãe aos serventes: "Fazei o que ele vos disser". 6 Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. 7 Jesus ordena-lhes: "Enchei as talhas de água". Eles encheram-nas até em cima. 8 "Tirai agora" , disse-lhes Jesus, "e levai ao chefe dos serventes". E levaram. 9 Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo 10 e disse-lhe: "É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora". 11 Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA
Presid.: Senhora Aparecida, diante de tua pequenina imagem,
queremos fazer o propósito de viver a vontade de Deus a cada dia. Por isso,
neste momento, nos consagramos a ti, para obter de tua maternidade o amparo
necessário para perseverarmos no bom caminho.
Todos: Ó Senhora Aparecida, eu te consagro neste
momento a minha vida: para amar a Deus sobre todas as coisas, para viver a
minha fé com fidelidade; para seguir teu filho com a responsabilidade de
viver o seu evangelho; para participar da minha Igreja com toda dedicação. Ó
Mãe querida protejanos, guarda-nos e defende-nos de todos os males e perigos.
Senhora Aparecida, de hoje em diante queremos viver para o bem, para a
caridade e para o amor. Ajuda-nos, ó Mãe e dá-nos firmeza, neste propósito.
Amém.
BÊNÇÃO DAS CRIANÇAS
Presid.: Senhor, nosso Deus, que da boca das crianças
preparastes um louvor do vosso nome, olhai para estas crianças que a fé da
Igreja recomenda à vossa piedade; e, assim como o vosso Filho, nascido da
virgem, recebia com amor as crianças, abraçando-as e abençoando-as e propôs o
exemplo delas à imitação de todos, assim, ó Pai, derramai sobre elas a vossa
bênção e dai a vossa proteção, a fim de que, quando crescerem através de uma
boa convivência com as pessoas e com a cooperação da força do Espírito Santo,
se tornem testemunhas de Cristo no mundo e saibam espalhar e defender a fé.
Por Cristo, Nosso Senhor.
Todos: Amém.
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. Aparecida e o Vinho Novo
Pertencemos
a uma sociedade sacudida pela violência, diante da qual nos sentimos
impotentes, onde predomina o sentimento de insegurança e medo, a chacina de
jovens e adolescentes vai ganhando proporções alarmantes e assustadoras, há,
por outro lado, uma falta de perspectiva por parte dos jovens, os escândalos
de ordem moral, em instituições consideradas inabaláveis, são denunciados a
cada dia pela grande mídia. Dizem que o Brasil, não tem mesmo jeito, porque a
nossa origem lá na época do descobrimento, já estava podre e corrompida, e
quem veio para cá era gente sem moral, sem escrúpulo e sem nenhum compromisso
com a ética e a moral.
Na
família, há centenas de casamentos de curta duração, uniões ilegítimas
aumentam, o estado quer reconhecer como legítima, uma horrível caricatura da
Instituição Familiar, desmantelam e desmoronam valores sagrados na ética e na
moral cristã, se de um lado a humanidade avança em velocidade espantosa no
mundo científico, tecnológico, nas comunicações e informática, por outro, as
pessoas vão sendo acometidas de inúmeras enfermidades orgânicas e
psicossomáticas, as coisas boas e os acontecimentos alegres duram pouco, e
não conseguem nos livrar do peso das forças do mal, que vão nos levando para
o caos em meio a desordem estabelecida.
Nem
o fenômeno religioso consegue reverter esse quadro, os templos suntuosos cada
vez mais lotados, tomados por uma multidão de coração vazio, que busca muitas
vezes na espiritualidade algo que ela não pode dar: a solução de tantos
problemas originados pelo pecado, como o egoísmo, a luxúria, a proliferação
de falsas divindades que prometem vida, felicidade e liberdade, e que
arrebanham a cada dia novos adeptos, arrastados impiedosamente para a
desgraça e a morte, entre eles a Droga e a Prostituição, uns dizem que já
chegamos ao fundo do poço, outros mais pessimistas, acham que o pior ainda
não aconteceu. O fato é que certa tristeza tem invadido o coração do homem
deste terceiro milênio.
Em
uma sociedade assim, inquieta, insegura e temerosa, traumatizada por tanta
dor e sofrimento, marcada pela injustiça e desigualdade, a V Conferência
Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, realizada de
Neste
dia de Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil, o evangelho das Bodas
de Caná é um convite a irmos ao encontro do único e verdadeiro amor de nossas
vidas, Maria aparece como a intercessora e mediadora, aquela que sabendo
olhar a necessidade dos irmãos, vai dizer ao Filho que está faltando algo
essencial para uma festa.
A
devoção popular é citada pelo documento de Aparecida, que tornou-se uma
importante referência nas reflexões da Igreja, como um dos muitos elementos
que propiciam esse encontro pessoal com Jesus Cristo e nesse sentido,
considerando-se toda a história de Aparecida, desde o século XVIII, podemos
afirmar sem medo, que Maria nunca deixou faltar no coração dos cristãos da
América Latina, esse vinho novo da graça de Deus.
O
Deus dos cristãos continua obstinado em seu amor pelos homens. Com a mediação
de Maria, Jesus oferece em nossos conturbados tempos, o Vinho novo, de
incomparável sabor, que não caiu do céu, mas surgiu a partir da água da
purificação, Jesus transforma a antiga forma de se relacionar com Deus, no
Judaísmo, em uma relação nova, onde basta ao homem crer e abrir o seu coração
para esta graça que une para sempre Deus e o homem, solidificando a comunhão
um dia rompida, e pela qual Jesus pagou com a vida ao morrer na cruz.,
descendo com o homem ao fundo do poço para de lá resgatá-lo e libertá-lo,
vitorioso e ressuscitado, arrancando-o da vida sem graça, dominada pela morte
do pecado, e devolvendo-o ao paraíso, na condição de Filhos e Filhas de Deus.
Esse
processo de ressurreição é dinâmico e acontece todo dia, hora e momento, o
Cordeiro Santo, Perfeito e Imaculado, se casa com a sua Igreja, tornando-a
sem ruga e sem mancha, de modo que nem os pecados da Igreja conseguem abalar
esta íntima comunhão. Esse casamento de Deus com o homem, na encarnação de
Jesus, deverá ter um final feliz, porém, como povo da Nova Aliança, não
teremos uma segunda chance, quem recusar esse amor e buscar os amores
ilusórios e efêmeros, nos amantes e deuses da Modernidade, sentirá um dia na
pele e no coração, a dor de ter perdido para sempre o autêntico e verdadeiro
amor de sua vida.
Somos
essa Igreja, a noiva do Senhor, por quem ele dá a vida, a espera da Lua de
Mel, da Vida Eterna, para a qual ele nos conduzirá. Por hora, só é preciso
uma coisa: FAZER TUDO O QUE ELE NOS DISSER, como nos pede Maria, Mãe de
Jesus, a primeira a experimentar a delícia desse amor Divino.
Essa
noiva das Bodas de Caná tem um rosto e um nome, é você, sou eu, são todos os
que buscam a Deus
Jesus
está inaugurando seu ministério na Galileia, após receber o batismo de João.
A festa de casamento, em Caná, corre o risco de perder seu encanto pela falta
do vinho. A água de purificação ritual de nada adianta. É transformando esta
água em vinho que Jesus, com a presença atenciosa de sua mãe, manifesta a sua
glória.
A
nossa piedade vê, neste evangelho, o importante papel de Nossa Senhora no
projeto salvífico de Deus. Ela é sensível às nossas necessidades e carências,
e intercede por nós junto a seu Filho. Assim foi
Oração
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu coração, transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa conduzir muitas outras pessoas a crerem
3. ANTECIPANDO A HORA DE JESUS
Embora
o milagre em Caná focalize a pessoa de Jesus, a de Maria tem também sua
relevância. À primeira vista, sua presença, nas bodas, tem apenas a função de
explicar porque Jesus e seus discípulos estavam ali presentes, como se o
convite tivesse sido feito à família de Maria. Uma leitura mais atenta,
porém, revela a importância de sua atuação, no desenrolar do milagre.
Maria
é quem percebe a situação constrangedora dos noivos, diante da iminência de
faltar vinho. Jesus é informado por meio dela, pedindo discretamente que
intervenha. A resposta de Jesus parece ser negativa, uma vez que lhe assegura
não ter chegado ainda a "hora" de se manifestar, publicamente, como
Messias. Sem abrir mão de seu intento, ela orienta os empregados a seguirem
as instruções de Jesus. Eles obedecem com inteira convicção. E o milagre
aconteceu. Maria fez Jesus antecipar sua "hora"!
A
piedade popular soube captar muito bem esta virtude de Maria. Por este
motivo, a tem como intercessora por saber ser ela um caminho seguro para
chegar até o Filho Jesus.
Sem
dúvida, o momento mais importante da intervenção de Maria, no contexto do
milagre, foi quando orientou os garçons para que seguissem à risca as ordens
de Jesus. Resume-se, aqui, o ideal de sua vida: ver todas as pessoas aderindo,
pela fé, a seu Filho.
Oração
Espírito Santo, revela-me a identidade profunda da Mãe do Salvador, que reconhecemos como intercessora e caminho seguro para chegar a Jesus. |
XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode
resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo
o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9ss)
Leitura (Gálatas 3,22-29)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
Irmãos,
3
23 Antes que viesse a fé, estávamos encerrados sob a vigilância de uma lei, esperando a revelação da fé. 24 Assim a lei se nos tornou pedagogo encarregado de levar-nos a Cristo, para sermos justificados pela fé. 25 Mas, depois que veio a fé, já não dependemos de pedagogo, 26 porque todos sois filhos de Deus pela fé 27 Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. 28 Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um 29 Ora, se sois de Cristo, então sois verdadeiramente a descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.
Salmo responsorial 104/105
O
Senhor se lembra sempre da aliança!
Cantai,
entoai salmos para ele,
publicai todas as suas maravilhas! Gloriai-vos em seu nome, que é santo, exulte o coração que busca a Deus!
Procurai
o Senhor Deus e seu poder,
buscai constantemente a sua face! Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios!
Descendentes
de Abraão, seu servidor,
e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.
Aclamação do Evangelho
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28) Evangelho (Lucas 11,27-28)
Naquele
tempo, 11 27 enquanto ele assim falava, uma mulher levantou a voz do meio do
povo e lhe disse: "Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos
que te amamentaram!"
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO28 Mas Jesus replicou: "Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!"
1. Ouvir a Palavra
Maria
de Nazaré cresceu ouvindo a Palavra de Deus, antes de acolher o Verbo Divino
em suas entranhas, ela o havia acolhido em seu coração através da Santa
Palavra. O poder e a força do "Faça-se" de Deus Criador, ao criar
todas as coisas, agora se repete, ao iniciar a nova criação, é a Palavra que
gera Cristo em nós, é a Palavra que nos leva a Fé, por isso é libertadora e
nos renova e de certa forma nos recria.
A
mulher que ouviu Jesus louvou-o pela Mãe que o gerou e o acolheu em seu
ventre bendito, e Jesus, longe de desmerecê-la, vai engrandecê-la ainda mais.
Maria foi a primeira a acreditar, tão logo ouviu a Palavra. E a Palavra gerou
nela a Graça e o resto foi conseqüência. Deus não chegou de repente na Vida
de Maria, não veio como um intruso, como um invasor, como um estranho no
ninho, mas já estava nela, já a tinha preservado desde a sua origem, e Maria
foi correspondendo ao chamado, isso é, foi ouvindo e abrindo a sua alma e
todo o seu ser a Deus.
O
Dom da maternidade Divina estava assim delineado pelo Criador, mas nada iria
acontecer sem primeiro Maria dar a sua resposta, o seu SIM generoso, o seu
consentimento para que Deus pudesse agir em sua vida e na Vida da HUMANIDADE.
Maria
se fez serva porque era livre, poderia ter feito outra escolha, poderia ter
tomado outra decisão em sua vida, Deus não manipula ninguém, chama e convida,
apresenta e propõe, mas depende de cada homem e mulher aceitá-lo ou
rejeitá-lo.
A
Palavra de Deus deve ser acolhida em nós como um embrião Divino que nos
transforma em Novas criaturas. Mas esse embrião precisa ser gestado com
paciência e prudência, o ser humano é frágil e marcado por tantas limitações,
entretanto comporta em si o transcendental, o mistério do qual só Deus tem a
chave.
Lucas
apresenta, em uma breve narrativa que lhe é exclusiva, mais uma proclamação
de bem-aventurança, dentre as várias registradas em seu evangelho. Aqui está
expresso o mistério da encarnação. A simples condição humana é elevada à
participação na vida divina, pela prática da vontade de Deus, revelada
Jesus
cativa e impressiona as multidões. Assim, a mulher no meio da multidão, com
sua sensibilidade própria, proclama Maria como bem-aventurada por ser a mãe
de Jesus. Contudo, Jesus afirma algo maior que supera qualquer grandeza
humana. É a prática da vontade de Deus, pela qual o amor vivido em plenitude,
em comunhão com o próximo sem exclusões, significa a própria comunhão de vida
com o Pai. A proclamação de Jesus sobre a prioridade da prática da vontade de
Deus já foi manifestada no episódio em que a família de Jesus se aproxima, em
um momento em que ele fala às multidões (cf. 25 set.).
Além
das oito bem-aventuranças agrupadas por Mateus no início do Sermão da
Montanha, e das quatro correspondentes de Lucas, estes dois evangelistas
distribuem várias outras bem-aventuranças ao longo de seus evangelhos. O
termo "bem-aventurança" (tradução do grego makarismós) exprime uma
felicidade sublime e divina, que a diferencia e eleva acima da desejada e
limitada felicidade humana.
Oração
Pai, dá-me a graça de compreender sempre mais que a grandeza de Maria consistiu em ser fiel à tua Palavra acolhida e posta em prática com generosidade sem limites.
3. FELIZ QUEM PRATICA A PALAVRA
Uma
mulher, exaltando publicamente a mãe de Jesus, fez-se porta-voz do sentimento
da multidão. Deveria ser magnífica a criatura que deu à luz um ser tão
extraordinário como era Jesus. Seus prodígios estavam aí para demonstrar quem
ele era!
Entretanto,
Jesus a corrigiu: mais digno de louvor é quem se torna discípulo do Reino, ou
seja, ouve a palavra de Deus e pauta sua vida por ela.
Evidentemente,
a mãe de Jesus não estava excluída desta categoria. Ela foi a humilde serva
que se colocou toda à disposição do Pai. Ser mãe do Filho de Deus resultava
de sua condição de mulher obediente à vontade divina. A mãe era
bem-aventurada por se ter feito discípula.
Proclamando
a bem-aventurança do discipulado, Jesus convidava a multidão a se fazer
discípula. Seria muito pouco deter-se na exaltação da mãe, sem se tornar
discípulo do Filho. Isto não passaria de uma constatação superficial, se não
resultasse numa opção radical pelo Reino anunciado por Jesus. O que se dá,
quando a Palavra de Deus é ouvida e praticada. Essa é a maior experiência de
felicidade que um ser humano pode fazer. Felicidade por ter alicerçado sua
vida em fundamentos sólidos! Felicidade por ter encontrado o verdadeiro
sentido da vida humana!
Oração
Senhor Jesus, que eu experimente a felicidade de ser discípulo do Reino, ouvindo a Palavra de Deus e a pondo em prática de forma radical. |
28º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO) __ "Onde está a tua sabedoria? Em Deus ou na economia?" __
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO
COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS
"HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS
SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA
LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados
irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL PULSANDINHO: Chegamos
ao segundo final de semana de outubro, mês dedicado às missões e ao Rosário.
Mais uma vez o Senhor nos reúne em comunidade para a celebração do Mistério
Central da nossa fé: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. A opção
radical pelo Reino exige liberdade interior que torne o cristão capaz de
colocar sua vida integralmente nas mãos de Deus. A relativização dos bens
deste mundo, quando se trata de fazer a vontade divina, é expressão desta
liberdade. Jesus tem um olhar particular a cada um de nós, e cada um de nós
tem ou terá, num determinado momento da vida, um encontro íntimo e pessoal
com Deus. Naquele momento, uma questão interrogará o mais profundo de cada um
de nós sobre o verdadeiro sentido de nossa vida. É um encontro decisivo, pois
dele dependerá a segurança e paz em nossa existência..
INTRODUÇÃO DO FOLHETO
DOMINICAL O POVO DE DEUS: Acolhamos
a sabedoria que vem do alto e experimentemos a salvação de Deus. Rezemos pelo
Sínodo dos Bispos, a fim de que aprofunde os caminhos de uma evangelização
adequada ao mundo de hoje. Comemoramos amanhã o Dia do Professor e rezemos
para que os que se dedicam ao dom de ensinar tenham a recompensa de Deus e o
reconhecimento social, o que significa respeito e salário justo. Rezemos
também para que a Educação seja tratada pelo poder público como um projeto
importante na consolidação dos valores humanos e na promoção da cidadania.
Sintamos o júbilo real
de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres
cânticos ao Senhor!
XXVIII DOMINGO DO TEMPO
COMUM
Antífona da entrada: Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem
poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel (129,3s).
Comentário das Leituras:
A força provocadora da Palavra se verifica, sobretudo, naquele campo trágico para o homem, que são a riqueza, os bens e a autossuficiência. Cristo, a este respeito, foi radical e exigente, e é sobre este ponto que o cristão deve sistematicamente se converter, porque o fascínio deste ídolo é potente e dilacerante.
Primeira Leitura
(Sabedoria 7,7-11)
Leitura do livro da Sabedoria.
7 7 "Assim implorei e a inteligência
me foi dada, supliquei e o espírito da sabedoria veio a mim.
8 Eu a preferi aos cetros e tronos, e avaliei a riqueza como um nada ao lado da Sabedoria. 9 Não comparei a ela a pedra preciosa, porque todo o ouro ao lado dela é apenas um pouco de areia, e porque a prata diante dela será tida como lama. 10 Eu a amei mais do que a saúde e a beleza, e gozei dela mais do que da claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se extingue. 11 Com ela me vieram todos os bens, e nas suas mãos inumeráveis riquezas".
Salmo responsorial 89/90
Saciai-nos, ó Senhor, com vosso
amor,
e exultaremos de alegria!
Ensinai-nos a contar os nossos
dias
e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
Saciai-nos de manhã com vosso
amor,
e exultaremos de alegria todo o dia! Alegrai-nos pelos dias que sofremos, pelos anos que passamos na desgraça!
Manifestai a vossa obra a vossos
servos
e as seus filhos revelai a vossa glória! Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
Segunda Leitura (Hebreus
4,12-13)
Leitura da carta aos Hebreus.
4 12 Porque a palavra de Deus é
viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a
divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e
intenções do coração.
13 Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). EVANGELHO (Marcos 10,17-30)
Naquele tempo, 10 17 tendo Jesus
saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos
diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida
eterna?"
18 Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom. 19 Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe." 20 Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade." 21 Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me. 22 Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens. 23 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!" 24 Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! 25 É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus." 26 Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?" 27 Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível. 28 Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos." 29 Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho 30 que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.
FORMAÇÃO
LITÚRGICA
Segunda Epiclese
A segunda epiclese, que nas
diversas Orações Eucarísticas tem formulação variada, conforme a Oração
Eucarística II, consiste nas palavras: "E nós vos suplicamos que,
participando do Corpo e do Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito
Santo num só corpo". De novo se invoca Deus Pai para que envie o seu
Santo Espírito, dessa vez sobre a comunidade reunida para a Eucaristia, a fim
de que, os que vão comungar do mesmo pão e do mesmo cálice, constituam um
único corpo, bem unido. De fato, quando comungamos o corpo de Cristo,
tornamo-nos, em Cristo, um só corpo, pelo "Amém" que pronunciamos.
Através da invocação do Espírito Santo, na epiclese, a Igreja confessa que,
de fato, é só Deus quem salva, sendo o Espírito santificador o verdadeiro
protagonista dessa ação salvífica.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A
SEMANA:
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO2ª Br – Gl 4,22-24.26-27.31-5,1; Sl 112 (113); Lc 11,29-32 3ª Vd – Gl 5,1-6; Sl 118 (119); Lc 11,37-41 4ª Vm – Gl 5,18-25; Sl1; Lc 11,42-46 5ª Vm – 2Tm 4,10-17b; Sl 144 (145), Lc 10,1-9 6ª Vd – Ef 1,11-14; Sl 32 (33); Lc 12,1-7 Sb Vd – Ef 1,15-23; Sl 8; Lc 12,8-12 29º DTC Is 53,10-11; Sl 32(33),4-5.18-19.20.22(R/. 22); Hb 4,14-16
1. O CÉU NÃO ESTÁ A
VENDA...
“Bom Mestre, o que devo fazer
para alcançar a Vida Eterna?” É a pergunta que uma pessoa muito boa e piedosa
da comunidade, dirige a Jesus no evangelho desse domingo.
O conceito de um “céu” que pode
ser conquistado com boas obras está muito arraigado em todos nós porque é
esta a pedagogia que se aplicou por muito tempo na educação dos filhos e na
escola. “Seja bonzinho, estude bastante e passe de ano, que no final do ano
eu te dou “aquele” presente que tanto você quer”.
Na minha classe do antigo
primário, eu sentava-me na fila “B” onde os colegas nos chamavam de
“burrinhos”, ás vezes só os alunos da fila “A” saiam para o recreio, como
estímulo para continuarem a ser bons, pois os “bons” são sempre premiados. É
normal que a maioria ainda pense assim em relação à Vida Eterna.
Mas Jesus desmonta este esquema
mercantilista quando afirma, logo de início, que somente Deus é bom. Em
seguida menciona a observância de cinco mandamentos nas relações com o
próximo: adultério, fraude, falso testemunho, furto e a honra ao Pai e à Mãe.
Note-se que não se tratam de simples preceitos, mas de uma relação
fundamentada no amor e na comunhão, sempre marcada pela verdade, na vivência
de algo que não se trata de uma simples aparência, mas que provém do
interior, das virtudes presentes no coração de quem crê verdadeiramente e ama
a Deus e ao seu reino.
O coração dessa pessoa, que se
aproximou de Jesus, se encheu de alegria, pois sentiu, na resposta de Jesus,
que estava no caminho certo, respondendo todo cheio de si, que já praticava
tudo isso desde a sua infância. Então, olhando para ele Jesus o amou. Quando
Deus nos ama ele nos quer por inteiro, ele quer ser o único em nossa vida e
assim, Jesus convidou aquela pessoa a dar mais um passo para a perfeição na
Santidade, pois só lhe faltava uma coisa: “vá, venda tudo o que tens e dá aos
pobres”.
Esta última frase “dar aos
pobres” é rica em significado, pois pobres são pessoas que têm necessidades,
é exatamente essa a nossa condição diante de Deus: precisamos sempre dele, de
sua Graça e Salvação, do seu amor e da sua misericórdia. Ser pobre em
espírito é ter esta consciência!
O evangelho nos relata que
aquela pessoa foi embora triste, porque no fundo achava que suas virtudes
morais e aquela vida piedosa desde a infância, já eram suficientes para
conquistar a Vida eterna. A sua riqueza, que era muita conforme menciona o e
texto, considerada uma bênção, era um sinal de que sua vida virtuosa tinha a
aprovação de Deus. “Sejam bons, pratiquem o evangelho, cumpram todas as
obrigações para com Deus e a sua Igreja, principalmente dando o dízimo, e a
sua vida vai melhorar porque Deus lhes abençoará dando-lhe prosperidade”
Enfim, Deus me dá, porque eu mereço...
Essa religião dos merecimentos
não nos conduzirá a Vida Eterna, podemos ter a certeza! A Graça e a Salvação
que Deus nos concedeu
Não é o nosso patrimônio, o
capital ou a riqueza que temos, que nos dá felicidade e segurança nessa vida,
mas o senhor nosso Deus. Por isso, quando não temos a Sabedoria de Deus, e
não sabemos nos relacionar com os bens deste mundo, eles se tornam um grande
obstáculo e será muito difícil um rico entrar no Reino de Deus. Os discípulos
ficaram assombrados justamente porque a riqueza, como já refletimos, era
considerada uma bênção, dada a quem a merecesse.
Quem então poderá se salvar? E
diante dessa pergunta Jesus fala da grande novidade, nada há que o homem
possa fazer que mereça a Salvação, ela é dada e oferecida gratuitamente por
Deus a todos os homens. O apóstolo Pedro ainda pensa em uma religião do
merecimento quando menciona a si e aos demais, que deixaram tudo para seguir
a Jesus.
E aí vem a outra grande novidade
que eles não sabiam: a Vida Eterna já começa nesta vida e atinge a sua
plenitude na eternidade.
Quem colocou toda sua confiança e esperança
2. Quem é bom?
Aquele que vem correndo e cai de
joelhos diante de Jesus representa o piedoso observante da Lei, ansioso e
temeroso da morte. As suas acentuadas reverências podem ocultar certo
exibicionismo, característico das relações entre pessoas de posses.
Assim também o título com que se
dirige a Jesus: "Bom Mestre...", o qual Jesus rejeita. Em resposta
a este homem, Jesus lhe recorda os tradicionais mandamentos da Lei,
acrescentando, contudo, um: "não defraudarás ninguém", que diz respeito
à apropriação injusta de bens. O homem, então, afirma que tudo tem observado.
Jesus lhe propõe, então, o passo fundamental que leva à comunhão de vida com
Deus, na eternidade: o despojamento das riquezas e a partilha com os pobres.
O piedoso apegado às riquezas, entristecido, rejeita o caminho da vida
eterna. É um homem sem sabedoria (primeira leitura). Mesmo que pessoalmente
possa não ser injusto, esse homem, ao manter sua riqueza, ela própria fruto
da injustiça, está conivente com a injustiça da sociedade, com seu sistema e
suas estruturas econômicas opressoras e exploradoras.
Superar o obstáculo das riquezas
é impossível para os homens submissos à ganância, porém para Deus tudo é
possível. A palavra de Deus é mais penetrante do que uma espada de dois gumes
(segunda leitura), é capaz de extirpar a ambição das riquezas, gerando o amor
ao próximo.
Em contraste àquele homem, o
evangelista Marcos apresenta o testemunho de Pedro que afirma sua fé e sua
adesão ao seguimento de Jesus, declarando seu desapego de tudo. Nos evangelhos,
comumente, Pedro fala representando a comunidade de discípulos.
A opção de Pedro é pelo abandono
do apego ao bem privado e o gozo do bem partilhado, comunitário. É o caminho
do seguimento de Jesus na construção do mundo novo de justiça e paz. Evidencia-se
a proposta da rejeição desta estrutura social, dividida entre privilegiados,
opressores e ricos, e excluídos, oprimidos e explorados. É um projeto que
contraria a acumulação capitalista privada resultante da exploração do
trabalho dos pequenos empobrecidos. Este projeto, assumido por causa de Jesus
e do evangelho, suscitará a perseguição por parte dos poderosos beneficiários
de seu projeto de acumulação financeira em um mercado global. O projeto de
Jesus, em andamento, significa a inserção na vida eterna do "mundo
futuro". É o mundo novo possível, com a renúncia ao bem privado, na
partilha do bem comum, em comunhão com a natureza, com o próximo e com Deus,
na Paz e na vida plena.
Oração
Senhor Jesus, reforça minha liberdade interior de forma que nada, neste mundo, me impeça de cumprir a vontade do Pai.
3. O PERIGO DA RIQUEZA
A opção radical pelo Reino exige
liberdade interior que torne o cristão capaz de colocar sua vida
integralmente nas mãos de Deus. A relativização dos bens destes mundo, quando
se trata de fazer a vontade divina, é expressão desta liberdade. Quando estes
bens impedem o cristão de obedecer a essa vontade, é sinal de que Deus tem um
concorrente em seu coração. É isso um indício de idolatria.
O homem rico pensava estar em
dia com Deus pelo fato de cumprir o Decálogo. Desde o tempo de sua juventude,
não havia transgredido os mandamentos. A pergunta que dirigiu a Jesus:
"o que devo fazer para possuir a vida eterna?" talvez manifestasse
sua preocupação por algo mais, requerido por Deus. O passo básico havia sido
dado. Era possível avançar?
A resposta de Jesus foi para ele
um grande desafio: seria uma prova de sua liberdade diante da riqueza, de sua
disposição para partilhar e de seu desejo de servir.
Ao dar as costas para Jesus e ir
embora, triste e aflito, o homem rico demonstrou que sua riqueza estava acima
da vontade de Deus, e sua obediência aos mandamentos não tinha consistência.
Talvez a riqueza dele tivesse sido acumulada de forma egoísta, sem
solidariedade com os pobres, aos quais nunca fora motivado a ajudar. Preferiu
garantir o tesouro terreno, em detrimento do tesouro nos céus, por estar
ainda muito distante da vida eterna.
Oração
Senhor Jesus, reforça minha liberdade interior de forma que nada, neste mundo, me impeça de cumprir a vontade do Pai. |
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segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Liturgia da 27ª semana comum Ano Par
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